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10/30/13 1 FORMAS FARMACÊUTICAS SEMISSÓLIDAS Profa. Daniele Rubert Nogueira UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA INDUSTRIAL DISCIPLINA DE FARMACOTÉCNICA – FID 102 ! SEMISSÓLIDOS INTRODUÇÃO ÀS FORMULAÇÕES SEMISSÓLIDAS CONCEITO § Consistem em bases (excipientes) simples ou compostas nas quais, usualmente, um ou mais componentes ativos são dissolvidos ou dispersos; § São formas farmacêuticas destinadas à aplicação sobre a pele ou membranas mucosas. Propriedade comum: capacidade de adesão à superfície de aplicação (pele e mucosas) Pomadas, pastas, cremes, géis Outras: ceratos, unguentos SEMISSÓLIDOS INTRODUÇÃO ÀS FORMULAÇÕES SEMISSÓLIDAS APLICAÇÕES ² Preparações não medicamentosas (bases) veículos ² Preparações dermatológicas ² Preparações cosméticas Aplicações externas CARACTERÍSTICAS ü Aplicada na pele ou mucosas; ü Efeito local ou absorção percutânea (efeito sistêmico); ü Ação emoliente; ü Ação protetora; ü Ação lubrificante; ü Ação secante; ü Preparações homogêneas perfeitas; ü Comportamento reológico. Do excipiente depende: - a ação da preparação - a liberação da substância ativa Preparação estéril: - Para ferimentos extensos e profundos (vaselina estéril) Queimaduras, infecção - Preparações oftálmicas SEMISSÓLIDOS SEMISSÓLIDOS PELE « Proteger o corpo do ambiente externo; « Limita a passagem de produtos químicos; « Estabiliza a pressão sanguínea e a temperatura; « Media sensações de frio, calor, toque e dor; « Expressa emoções: palidez (medo), vermelhidão (constrangimento, raiva), suor (ansiedade); « Características pessoais: cor, odor, textura; « Facilmente danificada (mecânica, química, biológica, radiações). SEMISSÓLIDOS PELE 10/30/13 2 SEMISSÓLIDOS Penetração na pele intacta: parede dos folículos pilosos, glândulas sudoríparas ou sebáceas, entre as células ou por dentro das células da camada córnea PELE SEMISSÓLIDOS ESTRATO CÓRNEO « Camada mais externa, estrutura densa, composto por células queratinizadas; « Barreira (proteção); « Importante no controle da absorção percutânea de fármacos e produtos químicos; « Diferenças regionais; « 10 µm (seco), 40 a 50 µm (hidratado); « Composição química: proteína, lipídios e água. SEMISSÓLIDOS BASES DERMATOLÓGICAS Preparação semissólida composta de uma ou mais matérias-primas, com fórmula definida, destinada a ser utilizada como veículo/excipiente. CLASSIFICAÇÃO: « Conteúdo de água « Grau de penetração na pele. SEMISSÓLIDOS 1. Bases hidrofóbicas (bases de hidrocarbonetos, oleaginosas) þ Efeito emoliente, protetor þ Oclusão þ Não contém água þ Insolúveis em água (não são laváveis) þ Untuosas þ Sólidos: agentes de levigação Classificação das bases dermatológicas quanto ao conteúdo de água SEMISSÓLIDOS Plastibases: contém polietilenos (veículo não gorduroso). Bases de silicone: dimeticonas ou dimetilpolissiloxanos. Óleos fixos e gorduras Exemplos de Excipientes: Vaselina (petrolatum): vaselina sólida é uma mistura purificada de HC semissólidos obtidos do petróleo; variação de cor de âmbar a branca; pode ser empregada sozinha como base ou em combinação com outros agentes. Vaselina branca (white petrolatum): mistura purificada de HC semissólidos obtidos do petróleo, total ou parcialmente descolorida; esteticamente mais aceitável, menor incidência de hipersensibilidade. [ ]s usuais: pomadas até 100%; emoliente em cremes: 10-30% SEMISSÓLIDOS 2. Bases de absorção (anidras) þ Permitem a incorporação de água e soluções aquosas; þ Untuosas, graxas; þ Ação emoliente e oclusiva; þ Menor oclusão em comparação com as bases HC; þ Insolúveis em água e não laváveis. 10/30/13 3 SEMISSÓLIDOS Lanolina anidra: obtida da lã de ovelha, substância gordurosa purificada, desodorizada e descolorida, contendo no máximo 0,25% de água (lanolina anidra). § Emulsão A/O: 25 a 30% de água § Incorporação de maiores quantidades de água por mistura § Facilita a absorção de fármacos § Inconvenientes: estabilidade, hipersensibilidade [] usual: pomada simples 30% v Lanovaselina, Aquafor® Colesterol ..................... 3 % Álcool estearílico ............ 3 % Cera branca ................... 8 % Vaselina branca .............. 86 % Exemplos de Excipientes: Petrolato hidrofílico: absorção de água com formação de emulsão A/O SEMISSÓLIDOS 3. Bases de absorção hidratadas (emulsões A/O) þ São insolúveis em água, mas contém água na fase interna þ Não laváveis þ Podem absorver água þ Untuosas, graxas þ Ação emoliente e oclusiva (oclusão menor) Cold cream: emulsão A/O, branca; propriedades emolientes. Exemplos: Lanolina hidratada: mistura de lanolina e 25% de água. Empregada como agente emulsificante em cremes A/O e em pomadas. SEMISSÓLIDOS 4. Bases removíveis por água (emulsões tipo O/A) þ Não são untuosas, graxas, nem oclusivas þ São insolúveis em água, mas contêm água na fase externa þ Facilidade de remoção da pele (“bases laváveis por água”) þ Podem ser diluídos com água ou soluções aquosas þ Favorecem a absorção de fármacos þ Absorvem descargas serosas em afecções dermatológicas Exemplos: Pomada hidrofílica Creme evanescente Creme MEG Creme tipo Lanette® Pomada hidrofílica Metilparabeno ........................... 0,25 g Propilparabeno .......................... 0,15 g Laurilsulfato de Na ..................... 10,0 g Propilenoglicol ........................... 120,0 g Álcool estearílico ........................ 250,0 g Vaselina branca ......................... 250,0 g Água purificada ......................... 370,0 g SEMISSÓLIDOS 5. Bases hidrossolúveis þ Solúveis em água þ Completamente laváveis (“não oleosas”) þ Isenta de lipídios þ Não são untuosas, graxas, nem oclusivas þ Isentas de gorduras Pomada de polietilenoglicol (PEG) Polietilenoglicol 3350 ................... 400 g Polietilenoglicol 400 ..................... 600 g Polietilenoglicol: polímero de óxido de etileno – H(OCH2CH2)nOH q PEGs com PM < 600: líquidos inodoros q PEGs com PM > 1000: consistência semelhante a ceras Classificação das bases dermatológicas pelo grau de penetração cutânea ü Epidérmica – nenhum ou pouco poder de penetração cutânea. Exemplos: bases hidrofóbicas (vaselina sólida) ü Endodérmica – penetração nas camadas epidérmicas. Sofre penetração e não atinge a corrente sanguínea. Exemplos: bases de absorção (petrolato hidrofílico) ü Diadérmica – elevado poder de penetração. Alcançam a derme e facilitam a absorção sistêmica. Exemplos: emulsões, bases hidrossolúveis (pomada PEG) SEMISSÓLIDOS Grau de penetração cutânea SEMISSÓLIDOS ! 10/30/13 4 Critérios para escolha de uma base de preparação semissólida: A escolha de uma base depende da: q Ação ou do efeito desejado; q Área de aplicação; q Natureza do fármaco incorporado: - biodisponibilidade - estabilidade - compatibilidade SEMISSÓLIDOS Critérios para escolha de uma base de preparação semissólida: SEMISSÓLIDOS § velocidade de liberação do fármaco § aumento de absorção § oclusão da pele § estabilidade do fármaco § influência do fármaco sobre as características da base § características da peledo paciente + condições da pele do paciente BASE MAIS ADEQUADA Ø Pomadas Ø Cremes (emulsões cremosas) Ø Pastas Ø Géis Ø Unguentos Ø Ceratos Ø Cataplasmas CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS SEMISSÓLIDAS Quanto ao aspecto, composição do excipiente ou consistência (propriedades reológicas) SEMISSÓLIDOS Pontos Críticos na Manipulação de Medicamentos Formas Farmacêuticas Semi-sólidas Print to PDF without this message by purchasing novaPDF (http://www.novapdf.com/) Pontos Críticos na Manipulação de Medicamentos Formas Farmacêuticas Semi-sólidas Print to PDF without this message by purchasing novaPDF (http://www.novapdf.com/) POMADAS o São preparações semissólidas para aplicação tópica, de consistência mole, constituída por substâncias gordurosas (hidrófobas) ou polietilenoglicóis; o São constituídas de uma base monofásica, na qual podem estar dispersas substâncias sólidas ou líquidas; o Apresentam comportamento reológico plástico; o Quando aplicadas na pele, amolecem ou fundem com a temperatura corporal e/ou com a força de aplicação. SEMISSÓLIDOS - Pomadas Aplicação ü Pomadas medicinais - Veículos para fármacos que se destinam a produzir efeito local ou próximo do sítio de aplicação ü Pomadas não medicinais (bases para pomadas) ü Também são aplicadas por sua ação emoliente e protetora ü Por sua ação congestiva (principalmente as que contêm excipientes gordurosos hidrófobos), só devem ser utilizadas em dermatoses crônicas SEMISSÓLIDOS - Pomadas Classificação q Pomadas hidrofóbicas q Pomadas que absorvem água q Pomadas hidrofílicas Composição ü Ativo farmacêutico (fármaco) ü Excipiente Ex: ácido esteárico, álcool cetílico, ceras, lanolina, vaselina ü Antioxidante: prevenir a oxidação de excipientes (matérias graxas) e substâncias ativas Ex: BHT, BHA, tocoferol, bissulfito de sódio, palmitato de ascorbila ü Conservante: obtenção de maior estabilidade microbiológica Ex: ácido benzóico, clorobutanol, ácido sórbico, benzoato de sódio, parabenos SEMISSÓLIDOS - Pomadas 10/30/13 5 PREPARAÇÃO DE POMADAS SEMISSÓLIDOS - Pomadas « Fármacos dispersos ou dissolvidos; « Preparação de um excesso de produto (~10%); « Materiais usuais (farmácia magistral): pedra de pomada, gral e pistilo; espátulas (levigação, espatulação e incorporação dos componentes sólidos e líquidos); « Obtenção de um produto homogêneo e liso. Dois métodos gerais: q Incorporação q Fusão INCORPORAÇÃO: componentes misturados até preparação uniforme. Método manual: utiliza a espátula e a placa de espatulação, ou o gral e o pistilo para promover a mistura e incorporação dos ingredientes. Métodos mecânicos: utilizam o moinho de rolo, ou moinho coloidal, ou mixers com pás ou lâminas. FUSÃO: é empregado quando ceras e ingredientes de alto ponto de fusão são incorporados nas bases de pomadas. Componentes fundidos, mantidos sob agitação constante até resfriamento e solidificação. PREPARAÇÃO DE POMADAS SEMISSÓLIDOS - Pomadas INCORPORAÇÃO ² Mistura dos componentes – preparação uniforme ² Materiais utilizados: Gral ou placa de espatulação (pedra de pomada); pistilo ou espátula (método manual) Selecionar a pomada base que melhor se ajuste ao ingrediente ativo e à função terapêutica desejada Pomada hidrofóbica: efeito oclusivo Pomada hidrofílica: maior penetração cutânea do PA SEMISSÓLIDOS - Pomadas Incorporação Incorporação de sólidos ¤ Trituração e espatulação dos componentes; ¤ Componentes sólidos previamente reduzidos a pós finos e completamente misturados; ¤ Redução de tamanho de partícula (levigação utilizando agente levigante apropriado); ¤ Para substâncias que não permitem trituração direta (ex: substâncias com estrutura cristalina dura), poderá ser empregada a pulverização por intervenção; ¤ Mistura: diluição geométrica (o peso dos ativos sólidos e do líquido levigante devem ser descontados na pomada base); ¤ Sólidos solúveis em solventes comuns: dissolução prévia e incorporação à base (utilizar quantidade mínima de solvente compatível com a base). SEMISSÓLIDOS - Pomadas Incorporação SEMISSÓLIDOS - Pomadas Agentes de levigação v Viscosidade adequada e baixa tensão superficial, capacidade de melhorar a molhabilidade de um sólido; v Atuam como lubrificantes, facilitam a incorporação de sólidos, contribuem para a obtenção de produtos mais homogêneos; v Compatibilidade física e química com o fármaco e a base; v Quantidade empregada: mínima, necessária para lubrificar o pó (obtenção de uma dispersão); v Dispersão incorporada à base; v Sistemas aquosos e dispersões O/A: glicerina, propilenoglicol, PEG 400 v Sistemas oleaginosos e dispersões A/O: óleo de algodão, óleo mineral, polissorbato 80 Levigação - Processo de redução do tamanho de partículas sólidas por trituração em um gral ou espatulação, utilizando uma pequena quantidade de um líquido ou de uma base fundida na qual o sólido não seja solúvel. Incorporação SEMISSÓLIDOS - Pomadas Agentes de levigação Agente levigante Densidade Usos Óleo mineral (vaselina líquida) 0,88 Bases oleosas, base de absorção, emulsões A/O Glicerina 1,26 Emulsões, bases O/A, bases solúveis em água Propilenoglicol 1,04 Emulsões, bases O/A, bases solúveis em água PEG 400 1,13 Emulsões, bases O/A, bases solúveis em água Óleo de algodão 0,92 Pode ser usado como substituto para o óleo mineral Polissorbato 80 1,06-1,09 Circunstâncias em que um tensoativo é desejado 10/30/13 6 Incorporação Incorporação de líquidos ¤ Considerar a capacidade da base em aceitar o volume requerido; ¤ Evitar mudança na consistência (alteração das propriedades reológicas); ¤ Soluções alcoólicas de pequeno volume: geralmente bem incorporadas à veículos oleosos O excesso de álcool pode ser retirado pelo aquecimento (placa de aquecimento), reduzindo assim o volume de líquido a ser incorporado à pomada. ¤ A incorporação pode ser feita acrescentando-os diretamente sobre quantidade suficiente de pomada. SEMISSÓLIDOS - Pomadas Sólidos: ü redução do tamanho das partículas (Ex: trituração, levigação) ü sólidos solúveis devem ser dissolvidos Líquidos: ü leva em conta a natureza da base ü limites para adição de líquidos e soluções (evitar preparações moles ou semilíquidas) SEMISSÓLIDOS - Pomadas Incorporação Formas Farmacêuticas Sólidas: Aspectos críticos - MISTURA • Mistura: – Operação farmacêutica; – Característica: homogeneidade. • Fatores que interferem na mistura – Densidade; – Tamanho e forma das partículas; – Proporção dos diferentes componentes. Print to PDF without this message by purchasing novaPDF (http://www.novapdf.com/) Base Componentes Gral e pistilo ou placa de espatulação e espátula Mistura* Forma farmacêutica final Misturadores mecânicos: utilização de moinhos de rolos para passagem forçada da massa da pomada, formando um produto liso e de composição uniforme. * Alternativa: processo de levigação dos pós na base e incorporação no restante da base pelo método de diluição geométrica. SEMISSÓLIDOS - Pomadas Incorporação Formas Farmacêuticas Semi-sólidas 17 4. Preparação de pomadas ∑ Método manual: utiliza a espátula e a placa de espatulação ou o gral e o pistilo para promover a mistura e incorporação dos ingredientes. Em algumas situa- ções, a mistura em sacola de plástico com auxílio de um rolo é conveniente, fa-cilitando a limpeza. ∑ Métodos mecânicos: utilizam o moinho de rolo, ou moinho coloidal, ou mixers com pás ou lâminas. ∑ Método da fusão: é utilizado quando ceras e ingredientes de alto ponto de fusão são incorporados nas bases de pomadas. Figura: Placa para espatulação . Figura: Gral e pistilo. Figura: Mixer para pomadas e creme Figura: Moinho de rolos Figura: Placa para espatulação de pomadas com aquecimento Formas Farmacêuticas Semi-sólidas 17 4. Preparação de pomadas ∑ Método manual: utiliza a espátula e a placa de espatulação ou o gral e o pistilo para promover a mistura e incorporação dos ingredientes. Em algumas situa- ções, a mistura em sacola de plástico com auxílio de um rolo é conveniente, fa- cilitando a limpeza. ∑ Métodos mecânicos: utilizam o moinho de rolo, ou moinho coloidal, ou mixers com pás ou lâminas. ∑ Método da fusão: é utilizado quando ceras e ingredientes de alto ponto de fusão são incorporados nas bases de pomadas. Figura: Placa para espatulação . Figura: Gral e pistilo. Figura: Mixer para pomadas e creme Figura: Moinho de rolos Figura: Placa para espatulação de pomadas com aquecimento Formas Farmacêuticas Semi-sólidas 17 4. Preparação de pomadas ∑ Método manual: utiliza a espátula e a placa de espatulação ou o gral e o pistilo para promover a mistura e incorporação dos ingredientes. Em algumas situa- ções, a mistura em sacola de plástico com auxílio de um rolo é conveniente, fa- cilitando a limpeza. ∑ Métodos mecânicos: utilizam o moinho de rolo, ou moinho coloidal, ou mixers com pás ou lâminas. ∑ Método da fusão: é utilizado quando ceras e ingredientes de alto ponto de fusão são incorporados nas bases de pomadas. Figura: Placa para espatulação . Figura: Gral e pistilo. Figura: Mixer para pomadas e creme Figura: Moinho de rolos Figura: Placa para espatulação de pomadas com aquecimento Figura: placa para espatulação com aquecimento SEMISSÓLIDOS - Pomadas Incorporação FUSÃO Ø Todos ou alguns componentes da pomada (gorduras e ceras) são fundidos juntos, misturados com a base, e em seguida, mantidos com agitação constante até o resfriamento e a solidificação. ü Adição de outros constituintes: antes da solidificação ü Adição dos componentes da pomada de acordo com seu ponto de fusão: ordem decrescente ü A adição de substâncias termolábeis e compostos voláteis ocorrerá por último (quando solidificando); Exemplos: cera de abelhas, álcool estearílico, PEGs de alto peso molecular, etc SEMISSÓLIDOS - Pomadas v O método manual e o mecânico são utilizados para incorporação de ingredientes moles ou líquidos (tais como óleos e derivados graxos) e ativos sólidos levigados ou dispersos; v Espatulação: utilização de espátulas de metal flexível, plástico ou aço inox. * aço inox: não devem ser utilizadas para o preparo de pomadas contendo sais de mercúrio, ácido salicílico e iodo v A levigação de pós insolúveis evita a arenosidade na pomada decorrente da má dispersão dos ingredientes sólidos. * pomadas arenosas são inadmissíveis na farmácia e podem irritar a pele PREPARAÇÃO DE POMADAS - Considerações SEMISSÓLIDOS - Pomadas 10/30/13 7 SEMISSÓLIDOS- Cremes ü São sistemas semissólidos EMULSIONADOS de aparência opaca. Sua consistência e caráter reológico dependem do tipo da emulsão O/A (cremes hidrofílicos) ou A/O (cremes lipofílicos) e da natureza dos sólidos na fase interna. ü Contêm um ou mais aditivos dissolvidos ou dispersos na base adequada CREMES ü Fase dispersa (interna ou descontínua) + Fase dispersante (externa ou contínua) + Agente emulsificante 4µm Emulsão simples Emulsão múltipla A/O ou O/A A/O/A ou O/A/O ² Maior aceitação; ² Maior facilidade de espalhamento e remoção; ² Apresentam comportamento reológico pseudoplástico (consistência mais fluida) ou plástico (consistência semissólida), dependendo da concentração ou temperatura; ² Miscíveis com as secreções da pele; ² Apresentam efeito anticongestivo na pele, pois ativam a perspiração cutânea; ² Cremes evanescentes; ² Favorecem a permeabilidade cutânea dos ativos veiculados * depende do excipiente e também dos tensoativos CREMES Ordem de penetração dos excipientes: Gordura animal > gordura vegetal > gordura mineral diadérmica endodérmica epidérmica SEMISSÓLIDOS- Cremes CREMES EXCIPIENTE DE AÇÃO EPIDÉRMICA: Emulsão A/O Cremes: protetores, revulsivos (entorces), antissépticos (óxido de zinco), calmantes, queratoplásticos (salicilatos, AAS), queratolíticos (>[ ]). EXCIPIENTE DE AÇÃO ENDODÉRMICA: Emulsão O/A (óleos minerais) ou A/O (gorduras origem animal ou vegetal) Cremes: nutritivos (maior penetração de vitaminas e hormônios); antiinflamatórios; antissépticos; parasiticidas. EXCIPIENTE DE AÇÃO DIADÉRMICA: Emulsão O/A (gorduras origem animal) Cremes: analgésicos, anti-reumáticos, anestésicos locais. MAIOR PENETRAÇÃO. SEMISSÓLIDOS- Cremes þ Fase aquosa; þ Fase oleosa; þ Agente emulsificante; þ Antioxidantes; þ Conservantes; þ Sequestrantes; þ Essência e/ou corantes (opcionais). CREMES - composição Preparo de cremes EMULSIFICAÇÃO: aplica calor e energia mecânica para quebrar a fase dispersa. SEMISSÓLIDOS- Cremes Preparação de emulsões cremosas: EMULSIFICAÇÃO Componentes da fase oleosa: fusão das substâncias em gral 70 – 75°C Componentes da fase aquosa: dissolução (adição de fármacos solúveis e não termolábeis) 75 – 80°C Mistura de fases ~75°C 5 a 10 min (agitação vigorosa) Homogeneização até resfriamento (reduzir velocidade de agitação) Sob agitação Substâncias (corantes, essências)/ fármacos voláteis e termolábeis ~30°C Forma farmacêutica final SEMISSÓLIDOS- Cremes CREMES ü Emulsão do tipo O/A ou A/O: depende da finalidade do uso USOS Substâncias medicamentosas insolúveis em excipientes comuns e soluções em meio aquoso; Uma ou mais substâncias ativas solúveis nos óleos SEMISSÓLIDOS- Cremes 10/30/13 8 SEMISSÓLIDOS - Pastas ü São formas farmacêuticas semissólidas que contêm uma elevada concentração de pós finamente dispersos, variando normalmente este conteúdo de 20 até 60%; ü São mais firmes e espessas que as pomadas, mas geralmente menos gordurosas; ü Mais espessas, mais absorventes; ü Apresentam comportamento reológico dilatante; ü São especialmente empregadas como veículo de fármacos antissépticos e adstringentes. Permanecem no local após aplicação. PASTAS ü PASTAS PREPARADAS COM EXCIPIENTES GRAXOS: vaselina sólida, vaselina líquida, lanolina, ceras, silicones, etc. CLASSIFICAÇÃO DAS PASTAS ü PASTAS PREPARADAS COM EXCIPIENTES HIDRÓFILOS: géis de pectina, pasta de gelatina-glicerinada CONSIDERAÇÕES ü As pastas são indicadas para estados subagudos; ü Por suas características de rigidez e impermeabilidade, em geral, não são adequadas para aplicação em regiões pilosas do corpos; ü Deve-se utilizar água morna para removê-la da pele. SEMISSÓLIDOS - Pastas « Trituração dos componentes sólidos a um pó fino,seguido por tamisação; « Levigação dos pós com agentes levigantes, como a vaselina líquida, óleos ou com a própria base fundida; « Incorporar a mistura levigada geometricamente no excipiente, por espatulação; « Outro método: fusão do excipiente em gral, misturando vigorosamente para evitar a formação de grumos. * Recomendado para a manipulação de pastas com percentagens altas de sólidos. * As pastas fundidas devem ser vertidas na embalagem final antes de solidificar. PREPARAÇÃO DE PASTAS SEMISSÓLIDOS - Pastas Ø Alterações reológicas: aumento indesejado na consistência de emulsões ð alto grau de divisão das gotículas. ê velocidade de agitação; Ø Tipo e quantidade de tensoativos; Ø Arrefecimento ð lento; Ø Incorporação de sólidos insolúveis: micronizados; Ø Incorporação de ar ð degradação, enchimento (variação da densidade e peso final da formulação). ê velocidade de agitação PONTOS CRÍTICOS DA PREPARAÇÃO DE SEMISSÓLIDOS SEMISSÓLIDOS ! SEMISSÓLIDOS EQUIPAMENTOS – produção industrial semissólidos Misturadores: v Geralmente são acondicionados em frascos de boca larga ou tubos de metal ou plástico * manualmente ou através de equipamentos manuais, semi ou completamente automatizados (produção industrial) v Recipientes bem fechados, protegidos da luz e calor SEMISSÓLIDOS Embalagem/Armazenamento 10/30/13 9 SEMISSÓLIDOS EQUIPAMENTOS – envase semissólidos Envase: automatizado (produçao industrial) Envase: manual Ø Excetuando-se as preparações estéreis, a maioria dos semissólidos pode apresentar um baixo nível de contaminação microbiana, porém devem estar ausentes os microrganismos patogênicos primários (Especificações farmacopeicas, Farm. Brasileira, 5ed., 2010) Adição de antimicrobianos: § Fenóis § Ácido benzóico § Sal de amônio quaternário § Álcoois § Derivados da uréia (Germal) Considerar: ü coeficiente de partição ü concentração e tipo do tensoativo ü razão das fases oleosa e aquosa ü conservante livre na fase aquosa SEMISSÓLIDOS CONSERVAÇÃO Adição de antioxidantes: § BHA, BHT, tocoferol, bissulfito de sódio Ø QUÍMICA - Compatibilidade entre os ingredientes Ø FÍSICA - separação de fases (emulsões) - perda de volume ou massa Ø MICROBIOLÓGICA - essencial - uso de sistema conservante adequado SEMISSÓLIDOS ESTABILIDADE “É a extensão de tempo na qual o produto mantém, dentro de limites especificados, através do período de armazenamento e uso, as mesmas propriedades e características que possuía no momento da sua manipulação” Estabilidade das Preparações Magistrais Classes de fármacos suceptíveis à oxidação Exemplo: Creme c/ cetoconazol oxidado Print to PDF without this message by purchasing novaPDF (http://www.novapdf.com/) Ø Pomadas: maior estabilidade física que as emulsões *bases anidras mais estáveis que formulações que contêm água Ø Meio aquoso: favorece desenvolvimento microbiano Ø Estabilidade química: depende das substâncias ativas, pH, compatibilidade entre os componentes, acondicionamento *pH compatível com a pele mas também adequado para a substância ativa SEMISSÓLIDOS ESTABILIDADE Estabilidade das Preparações Magistrais Classes de fármacos suceptíveis à oxidação Exemplo: Creme c/ hidroquinona 5% oxidado Print to PDF without this message by purchasing novaPDF (http://www.novapdf.com/) Ex: creme com hidroquinona 5% oxidado Ø Uso externo Ø Aplicação por fricção na área a tratar; Ø Deve-se utilizar a espátula para usar as formulações contidas em potes (evitar contaminação microbiana); Ø Conservação adequada (longe de crianças, ao abrigo do calor e luz direta); Ø Pastas: não aplicar em regiões pilosas; remoção da pele utilizando uma compressa com água morna. SEMISSÓLIDOS ATENÇÃO FARMACÊUTICA SEMISSÓLIDOS CONTROLE DE QUALIDADE « Determinação de peso; « Cor, odor, pH, consistência, homogeneidade (saparação de fases), textura (grumos ou arenosidade); « Propriedades reológicas (fluxo, viscosidade); « Determinação qualitativa e quantitativa de substâncias ativas; « Controle microbiológico (Esterilidade - produtos oftálmicos). ➽ Controle da estabilidade física (separação de fases), química (compatibilidade entre ingredientes) e microbiológica (uso de conservante adequado); ➽ Ensaios de liberação, permeação cutânea; ➽ Avaliação da segurança e toxicidade. 10/30/13 10 SEMISSÓLIDOS ü São sistemas semissólidos que consistem em suspensões de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas interpenetradas por um líquido; ü Consistem na dispersão de um sólido (resinas, polímeros e derivados de celulose) em um líquido (geralmente água ou mistura álcool/água), formando um excipiente transparente ou translúcido; ü Apresentam propriedades reológicas pseudoplásticas. GÉIS OUTRAS FORMULAÇÕES SEMISSÓLIDAS SEMISSÓLIDOS ü São preparações semissólidas que contêm grande quantidade de ceras animais ou vegetais (superior a 20%), óleo e, eventualmente, água; ü Consistência firme e macia; ü Ex. cera de animal: cera de abelha; ü Ex. cera vegetal: cera de carnaúba. CERATOS OUTRAS FORMULAÇÕES SEMISSÓLIDAS CERATO DE GALENO Cera branca ......................... 13 g Óleo de amêndoas doce ......... 53,5 mL Água de rosas ...................... 33 mL Borato de sódio .................... 0,5 g SEMISSÓLIDOS ü São um tipo de pomada que contêm substâncias resinosas; ü São formas farmacêuticas de consistência firme porém macia; ü Aproximam-se muito das pomadas por suas características físicas e terapêuticas. UNGUENTOS (Pomadas resinosas) OUTRAS FORMULAÇÕES SEMISSÓLIDAS UNGUENTO BASILICÃO Colofônia ......................... 15 g Terebentina ...................... 10 g Cera amarela .................... 15 g Óleo de amendoim q.s.p. .... 100 g SEMISSÓLIDOS ü São massas umedecidas de materiais vegetais ou argilas; ü Normalmente são aquecidos antes da aplicação na pele com o objetivo de reduzir a inflamação ou diminuir a irritação e a dor. CATAPLASMAS OUTRAS FORMULAÇÕES SEMISSÓLIDAS CATAPLASMA DE CAULIM Caulim pó muito fino ......................... 52,7% (p/p) Ácido bórico pó muito fino ................. 4,5% (p/p) Timol ............................................... 0,05% (p/p) Salicilato de metila ............................ 0,2% (p/p) Óleo de Mentha piperita ..................... 0,05% (p/p) Glicerina .......................................... 42,5% (p/p) SEMISSÓLIDOS ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS NA PELE ² Efeito na superfície da pele; ² Efeito no interior do estrato córneo; ² Efeito localizado mais profundo (penetração na epiderme e na derme); ² Efeito sistêmico. TERAPIA DERMATOLÓGICA v Ação terapêutica em sítios específicos do tecido epidérmico (epiderme viável, parte superior da derme); v Ação de certos fármacos, principalmente, na superfície da pele. SEMISSÓLIDOS Regiões alvo do organismo e funcionalidade de diversos ingredientes ativos aplicados externamente na pele SÍTIOS ALVO EXEMPLOS Superfície da pele Sabões, sabonetes, filtros solares, repelentes de inseto, maquiagem Camada córnea Hidratantes, queratolíticos, emolientes Glândulas sudoríparas antiperspirantes Células vivas da pele Esteroides, anestésicos locais Células basais da epiderme Agentes citotóxicos (ex. Metotrexato, 5-fluorouracil) Corrente sanguínea Patches e géis transdérmicos (analgésicos opioides e outros fármacos de ação sistêmica)Tecidos musculares AINEs 10/30/13 11 FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO ² Concentração do fármaco no veículo ² Área de distribuição na pele ² Hidrossolubilidade e coeficiente de partição ² Espalhabilidade ² Estado de hidratação da pele ² Espessura da camada córnea ² Tempo de contato com a pele Promotores de penetração: ü Tensoativos ü DMSO ü Dimetilacetamida ü Dimetilformamida ü Álcool ü Uréia ü Polietilenoglicol ² Hidratação e temperatura da pele SEMISSÓLIDOS ➸ Características físico-químicas do fármaco; ➸ Veículo; ➸ pH, concentração; ➸ Velocidade necessária para a liberação do fármaco a partir da base; ➸ Efeito desejado; ➸ Necessidade de oclusão; ➸ Estabilidade do fármaco na base; ➸ Influência do fármaco sobre a consistência e outras propriedades da base; ➸ Remoção facilitada; ➸ Área de aplicação; ➸ Variações fisiológicas. CONSIDERAÇÕES: SEMISSÓLIDOS Materiais lipofílicos: parafinas, óleos, gorduras, ácidos graxos e álcoois, ceras ésteres, silicones Efeito esperado sobre a hidratação na pele Previne perda de água; pode produzir hidratação completa Bases de absorção: material lipídico anidro adicionado a emulsificantes A/O Emulsões A/O: cremes oleosos Emulsões O/A: cremes aquosos Umectante: bases solúveis em água, glicerina, glicóis Previne perda de água; hidratação significativa Retarda perda de água; hidratação aumentada Pode doar água; hidratação suave; aumento suave da hidratação Pode retirar água; hidratação diminuída SEMISSÓLIDOS FORMULAÇÕES DERMATOLÓGICAS þ Aceitação pelo paciente (adesão ao tratamento); þ Facilidade de transferência do recipiente; þ Espalhabilidade e suavidade; þ Aderência; þ Fácil remoção. SEMISSÓLIDOS REFERÊNCIAS q AULTON, M.E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed. Ed. Artmed, 2005. q FERREIRA, A.O. Guia prático da farmácia magistral. 4. ed. São Paulo: Pharmabooks Editora, 2010. q THOMPSON, J. E. A prática farmacêutica na manipulação de medicamentos. Ed. Artmed, 2006. q LACHMAN, L., LIEBERMAN, H.A, KANING, J.L. 2001. Teoria e prática na indústria farmacêutica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. v. II, p. 855 – 905 q ALLEN JR., L.V.; POPOVICH, N.G.; ANSEL, H.C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 8. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2007.
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