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MANUAL 
 
 
NOVA 
ORTOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Junho/2010 
 
 
 
 
 
1 
 
A língua portuguesa é a terceira mais falada no Ocidente, após o inglês e o 
espanhol. 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, em 29/09/2008, na Academia 
Brasileira de Letras, o decreto que estabeleceu o cronograma para a vigência 
do Acordo Ortográfico entre os países de Língua Portuguesa. Seu uso entrou 
em vigor em janeiro de 2009, sendo obrigatório em documentos do governo. 
Nos demais casos, a norma atual poderá ser usada e aceita, oficialmente, até 
31 de dezembro de 2012. 
De acordo com o Ministério da Educação “o acordo ampliará a cooperação 
internacional entre os oito países ao estabelecer uma grafia oficial única do 
idioma. A medida também deve facilitar o processo de intercâmbio cultural e 
científico entre as nações e a divulgação mais abrangente da língua e da 
literatura.” Além disso, a unificação possibilitará determinar critérios para 
exames e certificados para estrangeiros. 
Atualmente, os documentos que transitam entre a Comunidade dos Países da 
Língua Portuguesa (CPLP) devem ser escritos em duas versões: uma com o 
português de Portugal e outra com o português do Brasil. 
As nações que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa são: 
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e 
Príncipe e Timor-Leste. A sede da CPLP fica em Lisboa e seu atual Secretário 
Executivo é Domingos Simões Pereira, natural de Guiné-Bissau. 
Este manual objetiva expor, de maneira simples e clara, algumas das principais 
modificações ocorridas na ortografia da língua portuguesa em virtude do Novo 
Acordo Ortográfico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
1 - O ALFABETO 
 
Nosso alfabeto tinha 23 letras antes da reforma; agora, tem 26. Foram 
introduzidas as letras K, W e Y que já eram usadas, mas somente nas 
seguintes situações: 
 
 
a) em abreviaturas (km = quilômetro; kg = quilograma...) e como símbolos 
científicos (W = watt; Y = ítrio; y = incógnita, em Matemática...); 
b) em palavras estrangeiras não aportuguesadas (show, skate, 
playground, windsurf, kung fu, smoking, black-out, week-end, 
flamboyant…); 
c) em nomes próprios estrangeiros não aportuguesados e seus derivados 
(Wagner, Kelly, Yara, Kafka, kafkaniano, Kant, kantiano, Shakespeare, 
shakespeariano, Darwin, darwinismo, Taylor, taylorismo, Hollywood, 
Watterloo...). 
 
 
 
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z 
 
 
 
2 - TREMA 
 
É o sinal ( ¨ ) que era colocado sobre a letra u para indicar que essa letra devia 
ser pronunciada quando estivesse presente nos seguintes grupos: gue, gui, 
que, qui. Agora, não é mais empregado em palavras portuguesas ou 
aportuguesadas. 
 
ANTES AGORA 
agüentar aguentar 
argüir arguir 
bilíngüe bilíngue 
 cinqüenta cinquenta 
 delinqüente delinquente 
 ensangüentado ensanguentado 
 lingüiça linguiça 
 sagüi sagui 
 seqüestro sequestro 
 tranqüilo tranquilo 
 
 
Atenção: O trema permanece nas palavras estrangeiras e em suas formas 
variadas. Ex.: Müller, mülleriano. 
 
 
 
 
3 
3 – ACENTUAÇÃO 
 
 
3.1 - Os ditongos abertos ÉI e ÓI das palavras paroxítonas perderam o 
acento. 
Mas, o que é mesmo um ditongo? E uma palavra paroxítona? 
 
Relembrando ditongos! 
 
a) Ditongo crescente é o encontro de uma semivogal (som mais fraco) com 
uma vogal (som forte) na mesma sílaba: es-pon-tâ-neo, ân-sia, es-pé-cie, crâ-
nio, má-goa, tá-bua, tê-nue, trí-duo. 
 
b) Ditongo decrescente é o encontro de uma vogal (som forte) mais uma 
semivogal (som mais fraco) na mesma sílaba: pão, pai, mãe, põe, ai-po, oi-to, 
a-zuis, lei-te, teu, dou-rar, ir-mão, mui-to, pa-dei-ro. 
 
c) Ditongo aberto é aquele em que a vogal é aberta, ou seja, aquela que é 
pronunciada abrindo-se bem a boca: fi-éis, céu, dói. 
 
d) Ditongo fechado é aquele que tem a vogal pronunciada de forma fechada, 
com a boca mais fechada: leis, seu, boi. 
 
Relembrando paroxítonas! 
 
As palavras recebem uma classificação específica de acordo com a posição da 
sílaba tônica, isto é, da sílaba pronunciada com mais intensidade. 
 
A classificação é a seguinte: 
 
a) Oxítona – a última sílaba é a pronunciada mais fortemente: a-qui, Pa-ra-ná, 
 a-mor ... 
Obs.: 
* Para ser oxítona, a palavra deve ter, no mínimo, duas sílabas. 
* Se a palavra for constituída por apenas uma sílaba pronunciada fortemente, 
será denominada de monossílaba tônica: mar, sol, pá, meu, lá, ser, dor, lã... 
* Se a palavra for constituída por apenas uma sílaba pronunciada fracamente, 
será denominada de monossílaba átona: a, lhe, me, o, se... 
 
 
b) Paroxítona - a penúltima sílaba é a pronunciada com mais intensidade: es- 
 co-la, li-vro, ca-der-no, lá-pis, ca-be-lei-rei-ro... 
 
c) Proparoxítona - a antepenúltima sílaba é a pronunciada com mais força: 
 qui-lô-me-tro, ár-vo-re, re-pú-bli-ca ...(Obs.: toda palavra 
 proparoxítona deve ser acentuada.) 
 
 
 
 
4 
Voltando à regra: Os ditongos abertos ÉI e ÓI das palavras paroxítonas 
perderam o acento. 
 
ANTES AGORA 
i-déi-a i-dei-a 
pla-téi-a pla-tei-a 
ge-léi-a ge-lei-a 
es-tréi-a es-trei-a 
col-méi-a col-mei-a 
bói-a boi-a 
jói-a joi-a 
a-pói-a a-poi-a 
ji-bói-a ji-boi-a 
he-rói-co he-roi-co 
as-te-rói-de as-te-roi-de 
 
Obs.: Palavras que passaram pelo processo de aportuguesamento também 
perderam o acento. É o caso de Co-rei-a (Korea). 
 
 
O acento dos ditongos abertos ÉI(S) e ÓI(S) permanece: 
 
* nas monossílabas tônicas: dói, mói, rói ... 
* nas oxítonas: a-lu-guéis, a-néis, ca-ra-cóis, car-re-téis, cons-trói, cru-éis, 
 pa-péis, he-róis ... 
* nas proparoxítonas: alcalóidico, aracnóideo ... 
 
Não há alteração quanto à acentuação do ditongo aberto ÉU(S), uma vez que 
ele não aparece em palavras paroxítonas, só nas: 
 
MONOSSÍLABAS TÔNICAS OXÍTONAS 
réu(s) véu(s) troféu(s) chapéu(s) 
céu(s) (ao) léu povaréu mausoléu 
 
 
ATENÇÃO 
É devido à alteração na regra dos ditongos abertos “EI(S)” e “OI(S)” nas 
paroxítonas que agora escrevemos: 
 
 herói = com acento, pois é ditongo aberto “oi” em OXÍTONA; 
 heroico = sem acento, pois é ditongo aberto “oi” em PAROXÍTONA; 
 
 
 papéis = com acento, pois é ditongo aberto “ei(s)” em OXÍTONA; 
 plateia = sem acento, pois é ditongo aberto “ei” em PAROXÍTONA. 
 
 
 
 
 
5 
3.2 – I e U tônicos 
 
. Paroxítonas: não se acentuam mais o I e U tônicos (pronunciados com maior 
intensidade) quando vierem DEPOIS de um ditongo: fei-u-ra, bai-u-ca (= 
taberna), bo-cai-u-va.(= espécie de coqueiro). 
 
 d i t o n g o s 
 
 
 
 
Obs.:Vale citar que essa regra é aplicada apenas com ditongos decrescentes. 
Exemplos: fei-u-me, boi-u-na (cobra sucuri), cau-i-la (variação cau-i-ra 
avarento (regionalismo)). 
 
No VOLP, encontramos cau-í com acento. De acordo com o Moderno 
Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis, seu significado é: “matéria 
esponjoide que se ajunta nas raízes das árvores, à margem de alguns 
rios da Amazônia, e cujas cinzas os naturais misturam com barro para 
fabricar louça”. 
 
 
 
 
. Paroxítonas: o I e o U (seguidos ou não de “s”) continuam sendo acentuados, 
desde que não venham após um ditongo: al-tru-ís-mo / a-mi-ú-de / ba-la-ús-
tre / be-du-í-no / ca-fe-í-na / ci-ú-me / e-go-ís-mo / fa-ís-ca / ga-ú-cho / he-ro-ís-
mo / ju-í-zes / pa-ra-í-so / pro-í-be / re-ú-ne / sa-ú-de / sa-í-da.... Oxítonas: se o I e o U tônicos forem precedidos de ditongo ou estiverem no 
final da palavra (seguidos ou não de “s”), continuarão a receber acento gráfico: 
Pi-au-í, tui-ui-ú, a-í, da-í, ca-í, ba-ús. 
 
As formas verbais também são incluídas nessa regra: atraí-los, substituí-los, 
instruí-los... 
 
 
Obs.: Se o I e o U tônicos estiverem acompanhados de consoante que não 
seja o “s”, não deverão ser acentuados. O I também não levará acento se a 
sílaba seguinte iniciar por “nh”. 
 
Ex.: paul (= pântano) > pa-ul cair > ca - ir 
 ruim > ru-im raiz > ra-iz 
 ruins > ru-ins rainha > ra-i-nha 
 
 
 
 
 
 
6 
3.3 - O “EE” e o “OO” finais não recebem mais acento. 
 
 ANTES AGORA 
 crêem creem 
 dêem deem 
 lêem leem 
 vêem veem 
 descrêem descreem 
 zôo zoo 
 vôos voos 
 enjôo enjoo 
 magôo magoo 
 perdôo perdoo 
 assôo assoo 
 caçôo caçoo 
 
 
 
 
4 - ACENTO DIFERENCIAL 
 
É utilizado para diferenciar algumas palavras que possuem a mesma escrita. 
 
Não é mais aplicado para diferenciar: 
 
para (verbo) para (preposição) 
pela(s) (verbo pelar e substantivo) pela(s) (contração) 
pelo(s) (substantivo) pelo(s) (contração) pelo (verbo pelar) 
polo(s) (substantivo) polo(s) (aglutinação antiga e popular 
 de por + lo) 
pera(s) (substantivo) pera (prep. arcaica = para) 
 
 
 
O acento diferencial permanece em: 
 
a) pôde (passado do verbo poder) pode (presente do verbo poder) 
Ex.: Na semana passada, João não pôde sair de casa, pois estava gripado. 
Agora, que já melhorou, ele pode, inclusive, ir à praia. 
 
b) pôr (verbo = colocar) por (preposição) 
Ex.: Vou pôr alarme em minha casa por precaução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
c) têm (3ª. p. plural do verbo ter) tem (3ª. p. singular do verbo ter) 
 
Obs.: o mesmo ocorre com os derivados do verbo ter: manter, conter, deter, 
 reter, etc. 
Ex.: Carlos e Lauro têm muitos imóveis alugados. Jorge só tem um. 
 Os policiais detêm vários suspeitos. O detetive detém apenas um. 
 
d) vêm (3ª. p. plural do verbo vir) vem (3ª. p. singular do verbo vir) 
 
Obs.: o mesmo ocorre com os derivados do verbo vir: convir, intervir, advir, etc. 
Ex.: Luiz e Felipe vêm de carro para o trabalho. João vem de ônibus. 
 Os governantes intervêm diretamente na vida dos cidadãos. O cidadão 
 intervém apenas em seu próprio destino. 
 
É facultativo o emprego do acento diferencial nas palavras fôrma(s)/forma(s) 
como substantivos. Talvez, por uma questão de clareza, seja melhor empregá-
lo. 
 
Ex.: É preciso achar uma forma criativa de utilizar as antigas fôrmas de bolo, a 
fim de contribuir com o programa de reciclagem. 
 
A palavra forma pode ser classificada, também, como verbo (3ª pessoa do 
singular do Presente do Indicativo ou 2ª pessoa do singular do Imperativo 
Afirmativo). 
 
Ex. 1): A conduta do pai forma a atitude do filho. (Presente do Indicativo) 
 
Ex. 2): Forma, hoje, crianças com valores para que, amanhã, tenhas adultos 
éticos. (Imperativo Afirmativo) 
 
Também é facultativo o emprego do acento na palavra: 
 
dêmos ( 1ª. p. plural do Presente do Subjuntivo do verbo dar): 
Ex.: Talvez nós dêmos mais atenção à causa animal neste ano. 
 
demos ( 1ª. p. plural do Pretérito Perfeito do Indicativo do verbo dar): 
Ex.: Nós demos conta de terminar o projeto no prazo marcado. 
 
 
5 - VERBOS ARGUIR E REDARGUIR 
 
Não é mais acentuado o U tônico das formas verbais (eu) arguo, (tu) arguis, 
(ele) argui, (eles) arguem, (que eu) argua, (que tu) arguas, (que ele) argua, 
que eles arguam, (eu) redarguo, (tu) redarguis, (ele) redargui, (eles) 
redarguem, (que eu) redargua, (que tu) redarguas, (que ele) redargua, (que 
eles) redarguam. 
 
 
 
 
8 
6 - VERBOS TERMINADOS EM GUAR, QUAR e QUIR 
 
Verbos como aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, 
desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, possuem duas pronúncias 
em algumas formas. 
 
a) Caso sejam pronunciados com A ou I tônicos, estes devem ser acentuados. 
(Essa pronúncia é a mais usada no Brasil.) 
Ex.: verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam / enxágue, 
enxágues, enxáguem. 
 verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem / delínqua, 
delínquas, delínquam. 
 
b) Caso sejam pronunciados com u tônico, este não deve ser acentuado. 
Ex.: verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam / enxague, 
enxagues, enxaguem. 
 verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem / delinqua, 
delinquas, delinquam. 
 
 
 
7 - HÍFEN 
 
É necessário observar que, antes do novo acordo ortográfico, em alguns casos, 
não havia regra específica que registrasse o uso do hífen, porém ele já era 
usado tal qual a regra hoje determina. 
 
Há situações em que o hífen une elementos denominados de prefixos com 
outros elementos que, geralmente, são palavras comuns. 
 
Prefixo é o elemento que se coloca antes de uma palavra para formar, assim, 
outra palavra. 
Ex.: INfeliz. 
 
O prefixo IN se une à palavra feliz (que já existe e significa contente, alegre, 
satisfeito) formando outra palavra com significado próprio: INfeliz = não feliz, 
desventurado, mal realizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
O QUE MUDOU EM RELAÇÃO AO USO DO HÍFEN 
 
 
a) O hífen não é mais usado com prefixos terminados em vogal + segundo 
elemento iniciado por R ou S. Nesse caso, deve-se duplicar o R e o S. 
 
Alguns Prefixos ANTES AGORA 
ante ante-sala antessala 
anti anti-social antissocial 
 anti-rugas antirrugas 
arqui arqui-romântico arquirromântico 
auto auto-sugestão autossugestão 
bio bio-ritmo biorritmo 
contra contra-regra contrarregra 
extra extra-regimento extrarregimento 
infra infra-som infrassom 
micro micro-sistema microssistema 
multi multi-secular multissecular 
semi semi-sintético semissintético 
sobre sobre-saia sobressaia 
supra supra-renal suprarrenal 
ultra ultra-sonografia ultrassonografia 
 
 
 
b) O hífen não é mais usado quando o prefixo terminar em vogal diferente 
da que inicia o segundo elemento. 
 
 
Alguns Prefixos ANTES AGORA 
aero aero-espacial aeroespacial 
agro agro-industrial agroindustrial 
anti anti-aéreo antiaéreo 
auto auto-escola autoescola 
contra contra-indicação contraindicação 
extra extra-oficial extraoficial 
infra infra-estrutura infraestrutura 
intra intra-uterino intrauterino 
neo neo-expressionista neoexpressionista 
semi semi-automático semiautomático 
supra supra-ocular supraocular 
ultra ultra-elevado ultraelevado 
 
 
 
 
 
 
10
 
Obs.: O hífen continua sendo usado quando o segundo elemento inicia por “h”: 
 
 
 
 anti-higiêncio mini-hotel semi-hospitalar 
 extra-humano pré-história super-homem 
 macro-história proto-história ultra-humano 
 
 
 
De acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), 
5ª edição, 2009, temos: 
 
 sub-humano ou subumano 
 sub-humanidade ou subumanidade 
 
 
 
Exceção: Não ocorre hífen quando o 1º elemento for “des” ou “in”: desumano, 
 inumano, inábil. Nessas palavras, a letra “h” desaparece. 
 
 
 
 
c) O hífenpassou a ser usado com prefixos terminados em vogal + segundo 
elemento iniciado com a mesma vogal. 
 
 
 
Alguns prefixos ANTES AGORA 
anti antiinflacionário anti-inflacionário 
 antiinflamatório anti-inflamatório 
auto autoobservação auto-observação 
contra contraatacar contra-atacar 
micro microondas micro-ondas 
 microônibus micro-ônibus 
semi semiinternato semi-internato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11
 Observações: 
 1) O prefixo “co” sempre se aglutina ao segundo elemento, mesmo quando 
esse começar por “o”: 
 cooperar, cooperação, coordenar, cooptar, coocupante... 
 coautor, coedição, coeducação... 
 
 2) Quando o segundo elemento iniciar por “H”, elimina-se essa letra. 
 Ex.: co + habitação = coabitação 
 co + herdeiro = coerdeiro 
 
 3) Quando o segundo elemento iniciar por “R” ou “S”, dobram-se essas letras. 
 Ex.: co + responsável = corresponsável 
 co + segurabilidade = cossegurabilidade 
 
 
 
 
 
d) Grafam-se como única palavra alguns compostos em que se perdeu a noção 
de composição: paraquedas, paraquedista, mandachuva. 
 
Obs.: Antes da reforma, já se utilizava essa regra para palavras como girassol, 
 passatempo, pontapé, aguardente, malmequer, vaivém, rodapé... 
 
 
e) Usa-se o hífen com os prefixos circum, pan + palavra iniciada por vogal, h, 
m ou n. 
 
Ex.: circum-adjacente, circum-navegação, circum-hospitalar, circum-murado, 
 Pan-Americano, pan-helenismo, pan-mágico, pan-negrismo... 
 
 
f) Prefixo sub + elemento iniciado por b, h e r. 
 
Ex.: sub-base, sub-bibliotecário, sub-hepático, sub-raça, sub-região, 
 sub-reitor ... 
 
Obs.: Estão corretas as formas: sub-humano e subumano 
 sub-humanidade e subumanidade. 
 
 
g) Não se usa mais o hífen quando o primeiro elemento da palavra formada é 
“não”. 
Ex.: não agressão 
 não governamental 
 não alinhado 
 
 
 
 
12
 
O HÍFEN CONTINUA SENDO USADO 
 
 
 
a) Usa-se o hífen nos topônimos (nomes próprios de lugar ou de acidentes 
geográficos) iniciados por grã ou grão, por verbo ou se houver artigo entre os 
elementos. 
 
Ex.: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro, Baía de Todos-os-Santos... 
 
 
Obs.: Os outros topônimos compostos são escritos sem hífen: América do Sul, 
 Cabo Verde... 
 Exceções: Guiné-Bissau e Timor-Leste. 
 
Atenção: A escrita dos exemplos dados já era adotada antes do Novo Acordo 
entrar em vigor, porém não havia nenhuma regra formalizada que tratava, de 
forma específica, do emprego do hífen em topônimos. 
 
 
b) Usa-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e 
zoológicas. 
Ex.: couve-flor, batata-inglesa, bem-te-vi, beija-flor... 
 
 
Atenção: Antes do Acordo, não havia nenhuma regra formalizada que tratava, 
de forma específica, do emprego do hífen em palavras que designavam 
espécies botânicas e zoológicas. 
 
 
c) Nos prefixos inter, hiper, super, quando o segundo elemento inicia por “R” 
ou “H”. 
 
Ex.: inter-resistente hiper-realista super-resistente 
inter-racial hiper-requintado super-revista 
 inter-humano hiper-humano super-homem 
 inter-hemisférico hiper-hidrose super-hidratação 
 
Fora essa situação, não se usa o hífen. 
Ex.: intermunicipal hipermercado superinteressante 
interestadual hiperacidez superfaturamento 
interamericano hiperinflação superaquecimento 
 interdepender hipertenso superproteger 
 
 
 
 
 
 
13
d) Nas palavras compostas por justaposição (dois elementos se juntam – sem 
produzir alteração no som - para formar uma nova palavra). 
 
Ex.: diretor-presidente, diretor-superintendente, sócio-gerente, arco-íris, ensino- 
 aprendizagem, projeto-piloto, guarda-pó, porta-chapéus, guarda-noturno... 
 
 
e) Para separar os elementos dos adjetivos compostos. (O primeiro elemento 
pode estar reduzido). 
 
Ex.: latino-americano, greco-romano, histórico-geográfico, afro-luso-brasileiro, 
 juiz-forano, mato-grossense-do-sul, verde-amarelo, azul-turquesa... 
 
 
f) Prefixos além, aquém, ex, grã, grão, recém, sem, vice, sota, soto, vizo 
(forma de “vice” em português antigo) + qualquer que seja o segundo 
elemento. 
 
Ex.: além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, grã-fina, grão-duque, 
 recém-nascido, sem-cerimônia, sem-teto, vice-presidente, sota-piloto 
 (substituto do piloto), soto-capitão (substituto do capitão a bordo), vizo-rei... 
 
 
g) Prefixos pós, pré, pró (tônicos) + palavra com tonicidade própria. 
 
Ex.: pós-graduação, pré-escolar, pró-socialista (a favor do socialismo)... 
 
 
Obs.: As formas átonas aglutinam-se ao 2º elemento: prever, pospor, 
 preanunciar... 
 
Atenção: De acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa 
 (VOLP), 5ª edição, 2009, encontramos: proativo e pró-ativo. 
 
 
h) 
1) Primeiro elemento mal (como advérbio) + palavra iniciada por vogal, h ou 
 l. 
Essa regra sofreu uma pequena alteração, pois a letra “l” juntou-se ao grupo 
somente depois do Novo Acordo Ortográfico. 
 
Ex.: mal-educado, mal-estar, mal-habituado, mal-humorado, mal-limpo... 
 
 
 
 
 
 
 
14
2) Primeiro elemento mal (como doença) + qualquer que seja o segundo 
elemento. 
 
Ex.: mal-caduco (epilepsia), mal-canadense( = sífilis)... 
 
Obs.: Se houver elemento de ligação, o hífen não é usado. 
Ex.: mal de lázaro (lepra), mal de sete dias (tétano do recém-nascido)... 
 
 
i) Primeiro elemento bem + palavra iniciada por vogal ou h. 
 
Ex.: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado... 
 
Obs.: Pode se aglutinar ou não quando o segundo elemento inicia por outra 
consoante. 
 Ex.: bem-criado, bem-visto, bendizer, benfeitor, benquisto... 
 
 
j) Para separar os sufixos (2º elemento) tupis –açu, -guaçu e -mirim de 
palavra terminada em vogal acentuada graficamente ou em tônica nasal. 
 
Ex.: capim-açu, amoré-guaçu, Ceará-Mirim... 
 
 
k) O hífen foi mantido em locuções consagradas pelo uso: 
 
Ex.: água-de-colônia, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, arco-da-velha, pé-de- 
 meia, ao-deus-dará... 
 
 
LEMBRE-SE! 
Quando o primeiro elemento termina em vogal e o segundo começa por 
consoante diferente de H, R ou S, o hífen não é usado. 
 
 Ex.: anteprojeto antipedagógico autopeça semicírculo 
 pseudoprofessor microcomputador ultramoderno videoconferência 
 
 
 
BOA ESCRITA! 
 
 
 
 
 
 
 
 
15
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
AZEREDO, José Carlos de (Coord.); INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. 
Escrevendo pela nova ortografia: como usar as regras do novo acordo 
ortográfico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Publifolha, 2008. 134p. 
 
 
MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Novo Acordo Ortográfico da 
Língua Portuguesa. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
 
TUFANO, Douglas. Guia Prático da Nova Ortografia: saiba o que mudou na 
ortografia brasileira. Versão atualizada de acordo com o VOLP, 2ª edição, abril 
de 2009. Disponível em www. Livrariasmelhoramentos.com.br 
 
 
VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA (VOLP). 
Academia Brasileira de Letras. 5ª ed. São Paulo: Global, 2009. 
 
 
WWW.cidadedoconhecimento.org.br. Acesso em 02/02/09. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16CRÉDITOS 
 
Rodrigo da Rocha Loures 
Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná 
 
 
José Antonio Fares 
Superintendente do SESI Paraná 
 
 
Maria Cristhina Souza Rocha 
Gerência de Projetos de Articulação Estratégica 
 
 
Desenvolvimento de Conteúdo e Revisão 
Lourdes Bernadete Ostapiuk

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