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DAD aula 05 agentes publicos lei 8 112 de 1990

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Aula 05
Curso: Noções de Direito Administrativo p/ INSS (todos os cargos)
Professor: Cyonil Borges
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Agentes Públicos ± Lei 8.112, de 1990 
E aí Pessoal? Tudo bem? 
Mas é preciso ter raça, é preciso ter força, sempre... 
Não é isso que diz a música? Então... Isso é que concurseiro precisa 
ter: RAÇA, FORÇA! Depois que você vencer essa fase de sua vida, 
não se preocupe ± tudo voltará ao normal: sua vida, seus amigos, 
família, enfim, tudo voltará. Só que, então, você será servidor, no 
cargo almejado! 
Bom, hoje, damos início ao trato da Lei 8.112/1990, que será a Lei 
que regerá boa parte dos amigos, não é? Então, tem de gostar dela. 
Abraço no coração de todos, 
Cyonil Borges. 
Observação: como disse, na aula anterior, a FUNRIO tem uma 
predisposição para as questões de servidores. Assim, depois da 
leitura da presente aula, dirija-se, novamente, ao arquivo 
complementar e veja que o formato das questões é pé no chão! E, 
ao fim, questões de fixação de FCC. 
 
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Sumário 
1. Introdução: Aspectos Preliminares e Campo de Abrangência da Lei 
8.112, de 1990 .......................................................................... 3 
2. Provimento de Cargos Públicos ................................................. 7 
3. Posse X Exercício .................................................................. 18 
4. Remoção, Redistribuição e Substituição ................................... 20 
5. Vacância .............................................................................. 25 
6. Sistema Remuneratório ......................................................... 26 
6.1. Vencimento e remuneração ............................................................. 26 
6.2. Indenizações ................................................................................. 26 
6.3. Gratificações e Adicionais ................................................................ 33 
6.4. Outros direitos e vantagens dos servidores públicos ± férias, licenças, 
afastamentos e concessões .................................................................... 38 
6.4.1. Férias (inc. XVIII do art. 7º da Constituição Federal e arts. 77 a 80 
da Lei 8.1112/1990) .......................................................................................................... 38 
6.4.2. Licenças (arts. 81 a 92 da Lei) ......................................................................... 39 
6.4.3. Afastamentos .......................................................................................................... 44 
6.4.4. Concessões .............................................................................................................. 46 
6.5. Limites de Despesa com Pessoal .......................................... 47 
7. Do Regime Disciplinar dos Servidores Públicos (arts. 116 a 142 da 
Lei 8.112, 1990) ...................................................................... 49 
7.1. Dos Deveres (art. 116 da Lei) .......................................................... 49 
7.2. Das Proibições (art. 117 da Lei) ....................................................... 50 
7.3. Das Responsabilidades (Arts 121 a 126) ........................................... 53 
7.4. Das Penalidades Administrativas ...................................................... 55 
8. Meios de Apuração da Responsabilidade dos Servidores ............. 60 
8.1. Introdução .................................................................................... 60 
8.2. Sindicância .................................................................................... 61 
8.3. Processo Administrativo Disciplinar (PAD).......................................... 64 
8.4. Processo Administrativo de Rito Sumário ........................................... 71 
8.5. Revisão dos Processos Disciplinares .................................................. 73 
 
 
 
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1. Introdução: Aspectos Preliminares e Campo de Abrangência 
da Lei 8.112, de 1990 
$�SULPHLUD�SDUWH�GR�WySLFR�³DJHQWHV�S~EOLFRV´ foi reservada ao estudo 
dos aspectos constitucionais. Tais diretrizes serão válidas para 
quaisquer concursos públicos, em âmbito Nacional. Hoje, no entanto, 
teremos contato com os pormenores da Lei 8.112, de 1990, e, 
portanto, regras e princípios restritos aos servidores civis Federais. 
A Lei Federal 8.112/1990 trata do chamado Regime Estatutário dos 
servidores públicos civis da União. Mais especialmente, a Lei é válida 
para as pessoas jurídicas de Direito Público da União. É um sistema 
legal/institucional, e não de natureza contratual (exemplo da 
Consolidação das Leis Trabalhistas), por se tratar de uma Lei, à 
qual os ocupantes de cargos, em nível federal, aderirão. 
Professor, então quer dizer que a Lei 8.112, de 1990, não se 
aplica aos demais entes políticos (E, DF e M)? 
Verdade. O campo de abrangência é restrito à União. Os Estados e 
Municípios detêm competência para editar suas próprias leis 
referentes aos servidores de sua esfera, em razão da autonomia 
concedida pelo art. 18 da CF/1988. E, como decorrência da 
autonomia, não haveria óbice de o ente político, por exemplo, editar 
Lei e recepcionar, facultativamente, a Lei 8.112, de 1990. 
Interessante questão é saber a quem compete o 
encaminhamento do projeto de Lei para se estabelecer o 
regime jurídico dos servidores públicos. 
Na União, ao Presidente da República. Nos demais entes federativos, 
por simetria, a competência para se estabelecer o regime próprio 
aplicável aos servidores públicos, ou mesmo alterar o que já fora 
estabelecido, é do respectivo Chefe do Poder Executivo. Nesse 
contexto, já decidiu o STF (ADI 3167): 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 
COMPLEMENTAR N. 792, DO ESTADO DE SÃO PAULO. ATO 
NORMATIVO QUE ALTERA PRECEITO DO ESTATUTO DOS 
SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS ESTADUAIS. OBSERVÂNCIA DOS 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NO PROCESSO LEGISLATIVO 
ESTADUAL. PROJETO DE LEI VETADO PELO GOVERNADOR. 
DERRUBADA DE VETO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
EXCLUSIVA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO. AFRONTA AO 
DISPOSTO NO ARTIGO 61, § 1º, II, C, DA CONSTITUIÇÃO DO 
BRASIL. 
1. A Constituição do Brasil, ao conferir aos Estados-membros a 
capacidade de auto-organização e de autogoverno [artigo 25, 
caput], impõe a observância obrigatória de vários princípios, 
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entre os quais o pertinente ao processo legislativo, de modo 
que o legislador estadual não pode validamente dispor 
sobre as matérias reservadas à iniciativa privativa do 
Chefe do Executivo. Precedentes. 
2. O ato impugnado versa sobre matéria concernente a 
servidores públicos estaduais, modifica o Estatuto dos 
Servidores e fixa prazo máximo para a concessão de 
adicional por tempo de serviço. 
3. A proposiçãolegislativa converteu-se em lei não obstante o 
veto aposto pelo Governador. O acréscimo legislativo 
consubstancia alteração no regime jurídico dos servidores 
estaduais. 
4. Vício formal insanável, eis que configurada manifesta 
usurpação da competência exclusiva do Chefe do Poder 
Executivo >DUWLJR�����†��ž��LQFLVR�,,��DOtQHD�³F´��GD�&RQVWLWXLomR�
do Brasil]. Precedentes. 
5. Ação direta julgada procedente para declarar inconstitucional 
a Lei Complementar n. 792, do Estado de São Paulo. 
Assim, não cabe a Deputados e Senadores o encaminhamento de 
projetos para alterar o regime jurídico aplicável a servidores públicos, 
ainda que para a melhoria das condições aplicáveis a estes. 
Por oportuno, relembre-se D� H[SUHVVmR� ³5HJLPH� -XUtGLFR´� FRQVWDQWH�
do art. 1o da Lei 8.112/1990. Regime jurídico é um conjunto de 
regras e princípios que regem determinado instituto jurídico. No caso, 
a Lei 8.112/1990 cuida da ³vida funcional´ do servidor público, de seu 
ingresso originário até o rompimento da relação jurídico-funcional, 
com ou sem extinção definitiva do vínculo. 
Houve a referência de que a abrangência da Lei é restrita aos 
cargos públicos existentes na estrutura das pessoas de Direito 
Público. Então quer dizer que todos os cargos, na esfera 
federal, serão regidos pela Lei 8.112, de 1990? 
Não é bem assim! A Lei 8.112/1990 não abrange a totalidade dos 
agentes públicos, mas somente os servidores públicos ocupantes de 
cargos públicos das pessoas jurídicas de Direito Público 
(Administração Direta e Indireta de Direito Público, inclusive, 
agências especiais). Os cargos públicos estatutários são efetivos ou 
comissionados. O diploma não abrange, por exemplo, os agentes 
políticos (Presidente da República, Deputados, Magistrados), 
tampouco os particulares em colaboração (Leiloeiros e tradutores, por 
exemplo), ou empregados públicos (celetistas). 
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Professor, e a história de quebra de regime jurídico? Há ou não 
a flexibilidade para que, por exemplo, as Agências Reguladoras 
(Autarquias em Regime Especial) contratem servidores sob o regime 
celetista? 
Então, com a cautelar proferida nos autos da ADI-STF 2135, não cabe 
mais a contratação de empregados públicos na Administração Direta, 
Autárquica e Fundacional. Portanto, reforça-se a conclusão de que, 
em âmbito federal, o Regime Jurídico Único dos servidores 
públicos é o estabelecido pela Lei 8.112/1990, a qual, 
contudo, não se aplica às sociedades mistas, empresas 
públicas e demais empresas controladas direta ou 
indiretamente pela União. 
Fixação 
(CESPE-AUDITOR FEDERAL DE C. EXTERNO-AUDITORIA DE 
OBRAS PÚBLICAS-TCU- JUL-2009) 
Acerca da administração pública, julgue os itens que se seguem. 
Atualmente, em razão de decisão do Supremo Tribunal Federal, a 
União, os estados, o Distrito Federal (DF) e os municípios devem 
instituir, no âmbito de suas competências, regime jurídico único e 
planos de carreira para os servidores da administração pública direta, 
das autarquias e das fundações públicas. 
Comentários: 
O Regime Jurídico deve ser único, porém no âmbito das pessoas jurídicas da 
Federação. O item sugere que TODOS os entes teriam um só regime 
jurídico, para o universo dos servidores. Isso está ERRADO. 
Gabarito: ERRADO. 
Fixação 
(CESPE-JUIZ-TRT-1aR-2010) Em 2007, o STF deferiu medida 
cautelar, com efeitos retroativos, restabelecendo a eficácia da 
redação original do art. 39, caput, da CF, que previa o regime jurídico 
único. Com essa decisão, não mais se admite a criação de empregos 
públicos no âmbito da administração direta, autárquica e fundacional, 
devendo ser invalidadas as situações constituídas anteriormente a 
2007 que ignorem a existência do regime único. 
Comentários: 
O erro está em dizer que as situações anteriores à prolação da ADI 2135 
deveriam ser desconstituídas. Desnecessário! Em sede de cautelar, os 
efeitos são ex nunc, isto é, efeitos proativos, a não ser que o STF 
modulasse os efeitos. 
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Gabarito: ERRADO. 
Fixação 
(CESPE-TÉCNICO ADM.-TRE-GO-FEV-2009) Tendo em vista o 
regime jurídico aplicável aos servidores públicos federais, assinale a 
opção correta. 
A) O regime estatutário é o regime jurídico aplicável aos servidores 
da administração direta, mas não aos das autarquias e fundações 
públicas, pois estas, como entidades que integram a administração 
indireta, submetem-se ao regime celetista. 
B) Com a Emenda Constitucional n.º 19/1998, não mais se exige, 
para os servidores da administração direta, autárquica e fundacional, 
que seja observado unicamente o regime estatutário, podendo esses 
servidores, além do disposto nos estatutos, ter suas relações laborais 
norteadas também pela CLT. 
C) Os órgãos da administração direta têm de observar unicamente o 
regime estatutário, no qual constam todos os requisitos necessários 
para investidura, remuneração, promoção, aplicação de sanções 
disciplinares, entre outros. 
D) A Lei n.º 8.112/1990 é aplicável tanto aos servidores da 
administração direta quanto aos empregados das empresas públicas. 
Estão sujeitos ao regime geral das empresas privadas apenas os 
servidores das sociedades de economia mista, que têm a natureza de 
pessoa jurídica de direito privado. 
Comentários: 
O interessante dessa questão foi a alteração do gabarito de OHWUD� ³B´ para 
OHWUD�³C´. 
A opção ³B´ está, de fato, errada, pois o STF deferiu medida cautelar na ADI 
2135, para o fim de suspender a eficácia do caput do art. 39 da 
Constituição, fazendo voltar a valer a redação anterior do dispositivo, pelo 
qual havia sido instituído o regime jurídico único. 
E a opção ³C´ está certa, uma vez que os órgãos da Administração Direta 
têm de observar unicamente o regime estatutário. É bem provável que a 
H[SUHVVmR�³TODOS´�WHQKD�FKDPDGR�D�DWHQomR. A Lei 8.112/1990 estabelece, 
de modo geral, TODOS os requisitos necessários à investidura, 
remuneração, promoção, etc., o não impede que, de modo mais específico, 
normas cuidem de outros requisitos. 
Gabarito: alternativa ³C´. 
 
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2. Provimento de Cargos Públicos 
O início da relação do candidato com o cargo público e com a 
Administração Pública se dá com o provimento. 
Provimento é o ato administrativo mediante o qual uma pessoa 
passa agrega ao cargo público, ou seja, é R�DWR�GH�³preenchimento´ 
dH� ³OXJDU´� QD� HVWUXWXUD� GD� $GPLQLVWUDomR. O provimento pode ser 
originário ou derivado. A forma originária de provimento é a 
nomeação. Antes dela, a pessoa é mera pretendente a um cargo, é 
dizer, um concursando. 
Observa-se que os cargos em comissão também têm provimento, 
porém apenas originário (nomeação). Não há aplicação das demais 
formas de provimento (derivado, no caso) aos detentores de cargos 
comissionados. 
Todas as formas de provimento serão explicadas. Abaixo as formas 
de provimento previstas na Lei: 
 
Nomeação Provimento Originário 
Aproveitamento 
Promoção 
Reintegração 
Provimento Derivado 
Recondução 
Readaptação 
ReversãoPortanto, são sete as formas de provimento: nomeação, 
aproveitamento, promoção, reintegração, recondução, readaptação, e 
reversão. Guarda a expressão: NAP + 4 RE. O que é isso? As iniciais 
de cada uma das formas de provimento. Fazer o quê? Tem que dar 
um jeito de lembrar! 
Veremos que, para cada uma das formas de provimento que 
começam com RE, há uma palavra-chave para memorização. 
Exemplo: reintegração ± palavra chave: DEMISSÃO. 
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Voltando ao quadro acima, nota que APENAS A NOMEAÇÃO é 
chamada de provimento originário. Pois é. As demais são 
DERIVADAS, isto é, dependem que, primeiro, a nomeação 
ocorra. 
Professor, a Lei 8.112, de 1990, previa a transferência e a 
ascensão como formas de provimento. Por que foram 
revogadas? 
Sobre o tema, veja a questão a seguir. 
(2013/CESPE/TRE-MS/Analista Judiciário) De acordo com a 
legislação vigente, a ascensão e a transferência são consideradas 
formas de provimento de cargo público. 
Comentários: 
O item está ERRADO. 
Não há previsão de ascensão ou transferência como formas de provimento. 
Na realidade, essas duas figuras já foram tratadas pela norma como formas 
de provimento. Entretanto, por ofenderem o princípio do concurso público, 
permitindo o ingresso a cargo público diverso do qual se concorreu, foram 
declaradas inconstitucionais pelo STF, e, bem por isso, revogadas da Lei 
8.112/1990. 
Gabarito: ERRADO. 
Vejamos, abaixo, os detalhes das principais formas de provimento. 
A nomeação é a única forma de provimento originário, é com ela 
que se inaugura o vínculo do pretenso servidor com a Administração. 
Há bons concursandos que confundem a nomeação com a posse. Isso 
não pode acontecer, afinal são coisas distintas. NOMEAÇÃO é o 
primeiro provimento. POSSE é o ato formal em que o candidato 
nomeado firma o compromisso de exercer o cargo, ou seja, é o ato 
solene em que o candidato declara ³aceitar o cargo´. 
Como sobredito, há nomeação e posse para cargos efetivos e 
comissionados. Sobre o tema, vejamos o teor da Lei 8.112/1990: 
Art. 9o A nomeação far-se-á: 
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de 
provimento efetivo ou de carreira; 
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos 
de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 
10.12.97) 
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou 
de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, 
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das 
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atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá 
optar pela remuneração de um deles durante o período da 
interinidade. 
Aproveitando o artigo da Lei, nota a possibilidade de interinidade, 
em que o comissionado responde provisoriamente por outro cargo 
de confiança. Inclusive, o assunto costuma ser exigido em prova. 
Abaixo: 
FCC - TJ TRF2/Administrativa/2007 
De acordo com a Lei n.º 8.112/90, a nomeação far-se-á em 
a) comissão, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo 
ou de carreira. 
b) comissão, exceto na condição de interino, para cargos de 
confiança vagos. 
c) comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de 
confiança vagos. 
d) caráter transitório, quando se tratar de cargo isolado de 
provimento efetivo ou de carreira. 
e) caráter efetivo, exceto na condição de interino, para cargos de 
confiança vagos.1 
A promoção é, também, forma de provimento prevista na Lei 
8.112/1990. Trata-se de movimento vertical na estrutura de carreira, 
com a adição de vencimentos e responsabilidades. Nesse caso, depois 
de percorrer padrões dentro de uma determinada classe, o servidor 
muda de classe. A promoção, portanto, só existe nos cargos 
organizados em carreira. Não há promoção em relação a cargos 
isolados. A promoção dá-se por merecimento e por antiguidade 
(tempo de serviço). Chama-se a atenção: 
I) há quem critique a inserção da promoção como forma de 
provimento. De fato, ao ser promovido, o servidor continua ligado ao 
cargo público, sendo discutível, doutrinariamente, ver-se a 
promoção como forma de provimento. Todavia, para fins de 
concursos públicos, a discussão é estéril, uma vez que a Lei 
8.112/1990 prevê, textualmente, a promoção; 
II) não há que se falar de promoção de uma carreira para outra, 
como de Técnico para Auditor, por exemplo. Esse é um caso de 
³DVFHQVmR´��o que, na visão do STF, é inadmissível; 
 
1
 Gabarito: Letra C. 
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III) a promoção acarreta, simultaneamente, promoção e vacância. 
Atenta para essa informação, uma vez que o examinador adora 
³EULQFDU´�FRP�DV�IRUPDV�VLPXOWkQHDV�GH�YDFkQFLD�H�GH�SURYLPHQWR�� 
Por fim, esclareça-se que os requisitos para a promoção devem estar 
dispostos em Lei. Não há impedimento de a Administração 
regulamente o instituto por meio de atos normativos próprios. 
Vejamos o aproveitamento. 
O aproveitamento, em regra, diz respeito ao retorno ao serviço 
público de servidor estável que estava em disponibilidade (art. 30 
da Lei 8.112/1990). Disponibilidade não é nada mais que estar 
sem trabalhar, ocorrendo em razão da extinção do cargo ou da 
declaração da desnecessidade. Há outras hipóteses de 
aproveitamento, como, por exemplo, na hipótese de reintegração do 
titular de um cargo, o qual havia sido demitido anteriormente. Mas 
vamos falar disso mais adiante, ok? 
Nota que foi destacado no parágrafo acima o estável. Pois é. De 
acordo com a Lei, apenas os servidores já estáveis têm direito de 
serem postos em disponibilidade, e, por conseguinte, de serem 
aproveitados. 
E se o servidor não for estável? 
Para boa parte da doutrina, caberá exoneração do servidor. De toda 
forma, admitida a exoneração, deverão ser observados os critérios 
objetivos para tanto, isto é, o ato, além de motivado, deve contar 
com amparo em razões plausíveis (Recurso Extraordinário 
378041). Durante o período de disponibilidade, o servidor fará jus à 
remuneração proporcional ao tempo de serviço (§ 3º do art. 41 da 
CF, de 1988). 
Duas últimas observações em relação ao aproveitamento: 
- se o servidor, em disponibilidade, não entrar em exercício, para o 
aproveitamento, sem justo motivo (exemplo de doença comprovada 
por junta médica oficial), a disponibilidade será cassada, e 
- o aproveitamento é ato vinculado, ou seja, por mais que o 
servidor esteja recebendo proventos proporcionais, o fato é que 
HVWi� ³ganhando sem trabalhar´�� H�� EHP� SRU� LVVR�� GHYH� UHWRUQDU� DR�
cargo. 
Fixação 
(2012/FCC/TRE-SP/Analista-Contabilidade) Para responder à 
questão, considere a Lei no 8.112/1990. 
Miguel servidor público federal, ocupava o cargo de analista judiciário 
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da área administrativa, junto ao TribunalRegional Eleitoral. 
Atualmente encontra-se em disponibilidade. Entretanto será possível 
seu retorno à atividade, a ser feita por 
a) remoção, de ofício ou a pedido, para cargo de atribuições 
correlatas e vencimentos assemelhados, ou não, com o 
anteriormente ocupado. 
b) redistribuição obrigatória em função de atribuições e remuneração 
assemelhadas com o anteriormente ocupado. 
c) substituição facultativa, em qualquer cargo com atribuições e 
vencimentos correlatos com o exercício da função. 
d) aproveitamento facultativo em cargo de atribuições e vencimentos 
superiores com o exercício da função anterior. 
e) aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos 
compatíveis com o anteriormente ocupado. 
Comentários: 
Nessa questão, D�JUDQGH�µVDFDGD¶�p�VDEHU�VH�R�DSURYHLWDPHQWR�p�IDFXOWDWLYR�
ou obrigatório. A resposta é dada pela Lei 8.112/1990. Vejamos: 
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á 
mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e 
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. 
Então, está resolvida a questão ± o gabarito é a Letra ³E´. 
Gabarito: alternativa E. 
A reintegração, por sua vez, ocorre no caso de desfazimento de 
decisão que levou à demissão de servidor estável. A palavra-chave 
para a reintegração é, portanto, DEMISSÃO. A invalidação da 
decisão pode ser administrativa ou judicial. 
Professor, e se o cargo do sujeito que foi demitido estiver 
ocupado? Vai ser reintegrado onde? 
É fato que o servidor demitido não pediu para sair do cargo. 
Retiraram-lhe da função. Por isso, se o cargo do reintegrado estiver 
ocupado, o ocupante, se estável, deverá ser reconduzido ao seu 
cargo de origem (se ainda estiver vago), aproveitado em outro cargo, 
ou mesmo posto em disponibilidade, sem direito a qualquer 
indenização. 
Perceba que, na reintegração e recondução, o servidor público deve 
ser estável. Apesar de extremamente criticável, é o que dispõe a 
CF/1988 (§ 2º do art. 41). Duas outras importantes observações: 
- caso o servidor não estável seja injustamente demitido, deve, 
também, retornar ao cargo ocupado. Entretanto, tecnicamente isso 
não pode ser chamado de reintegração, a qual exige, como condição, 
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a estabilidade do servidor. O retorno do não estável, portanto, é 
forma inominada de provimento derivado. 
- ao ser reintegrado, o servidor fará jus a todas as vantagens e 
direitos. Enfim, terá direito a tudo que deveria ter recebido durante o 
período em que permaneceu fora da Administração. E, para o STJ, os 
direitos pecuniários devem ser reconhecidos para o servidor desde 
a data de sua demissão injusta, e não apenas a partir do 
ajuizamento da eventual ação judicial (RMS 32257). 
Professor, e se o servidor demitido morrer previamente à 
reintegração? 
A demissão, especialmente na esfera administrativa, costuma ser 
feita de forma apressada, mas a reparação no Judiciário, 
infelizmente, é lenta, logo é bem provável que o servidor morra antes 
de conseguir a reintegração. Ocorre que, para o STJ (Recurso 
Especial 1239267), a reintegração no cargo é pessoal. A anulação de 
demissão, no entanto, tem reflexos para os herdeiros, isto é, as 
remunerações e a pensão deverão ser legadas aos 
sucessores/herdeiros do servidor. 
Vamos à recondução. 
Nos termos da Lei, a recondução ocorre em duas hipóteses: na 
reintegração do ocupante do cargo e na inabilitação de estágio 
probatório. 
Interessante questão diz respeito à possibilidade da recondução a 
pedido. Por exemplo: um Analista Judiciário logrou êxito no concurso 
para Auditor da Receita Federal. O Analista, que já era estável no 
serviço público federal, resolve tomar posse e entrar em exercício no 
cargo de Auditor. Posteriormente, descontente com o novo cargo, 
resolve pedir para ser reconduzido. 
Tal situação é juridicamente possível, afinal o ato é menos 
gravoso do que a reprovação do servidor no estágio probatório. 
Inclusive, esse foi o entendimento do STF no RMS 22.933-DF. 
Portanto, não há dúvida de que se reconhece o direito do servidor 
estável à recondução enquanto durar o estágio probatório do 
novo cargo. Seja pela inabilitação no novo cargo, ou mesmo em 
razão de pedido do servidor, o STF tem resguardado esse direito do 
servidor, enquanto dura o estágio probatório no novo cargo. 
Fixação 
(2006/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO DA 5.ª REGIÃO) Com 
referência ao regime dos servidores públicos, julgue os itens 
seguintes. Conforme entendimento do STF, o servidor público federal 
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tem direito de retornar a cargo federal anterior, mesmo após o 
estágio probatório de novo cargo assumido. 
Comentários: 
Como sobredito, o direito à recondução do servidor retornar ao cargo 
anteriormente ocupado perdura enquanto não transposto o estágio 
probatório no novo cargo. Vejamos o entendimento do STF a respeito: 
³2�GLUHLWR�GH�R�VHUYLGRU��DSURYDGR�HP�FRQFXUVR�S~EOLFR��estável, que presta 
novo concurso e, aprovado, é nomeado para cargo outro, retornar ao cargo 
anterior ocorre enquanto estiver sendo submetido ao estágio probatório no 
novo cargo: Lei 8.112/90, art. 20, § 2º. É que, enquanto não confirmado no 
HVWiJLR�GR�QRYR�FDUJR��QmR�HVWDUi�H[WLQWD�D�VLWXDomR�DQWHULRU�´�� 
E mais um detalhe: para que se garanta o direito de recondução, o servidor 
há de ser ESTÁVEL, ok? O item omite tal informação, e se torna, no mínimo, 
dúbio. 
Gabarito: ERRADO. 
Fixação 
(2013/CESPE/TRE-MS/Técnico Judiciário) Ao funcionário público 
federal estável aprovado em novo concurso público, para outro órgão, 
mas não habilitado no estágio probatório desse novo cargo aplica-se, 
para que retorne ao cargo por ele anteriormente ocupado, o instituto 
da 
a) reversão. 
b) reintegração. 
c) redistribuição. 
d) recondução. 
e) readaptação.2 
Professor, se o servidor da União passa para o Estado. E, 
durante o estágio, é inabilitado, ou, ainda, desiste. O servidor 
terá direito à recondução? 
Sim! O Tribunal de Contas da União, a Advocacia-Geral da União e a 
jurisprudência dos Tribunais admitem a recondução entre esferas 
federativas distintas. Contudo, a doutrina oscila, pois quando o 
servidor muda de esfera (da federal para estadual, por exemplo), 
haveria o rompimento do regime jurídico aplicável (não será mais a 
Lei 8.112/1990), e, com isso, o elo do servidor com o cargo anterior 
se quebra, não permitindo seu retorno. 
 
2
 Gabarito: Letra D. 
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Detalhe doutrinário de relevo é que a recondução é entendida pela 
doutrina como hipótese de vacância. Ou seja, ao tempo em que a 
recondução é provimento, no caso de inabilitação em estágio 
probatório (reprovação ou voluntária), também seria gerada 
vacância. Explica-VH�� 2� ³VXMHLWR´� p� $XGLWRU� GR� 7&8 (estável), passa 
para o concurso de auditor da Receita Federal. É reprovado no 
estágio probatório e é reconduzido para o cargo do TCU. Resultado: 
vacância na Receita; provimento no TCU. Esse é um entendimento 
doutrinário,afinal o art. 33 da Lei 8.112/1990 não lista a recondução 
como forma de vacância. 
Fixação 
(AGU/94) O ato, relativo a servidor, que configura caso simultâneo 
de provimento e vacância do cargo público é a 
a) readmissão 
b) recondução 
c) redistribuição 
d) reintegração 
e) reversão 3 
Vejamos a readaptação. 
A readaptação é a possibilidade de recolocação do servidor que 
tenha sofrido limitação (que é nossa palavra-chave para esta forma 
de provimento), física ou sensível (mental), em suas habilidades, 
impeditiva do exercício das atribuições do cargo que ocupava. 
Portanto, pela readaptação, o servidor será remanejado para um 
cargo compatível com sua nova situação laboral. 
Por exemplo: um professor, após anos de magistério, acaba 
ficando com as cordas vocais prejudicadas. Com isso, acaba 
sendo readaptado num cargo administrativo, compatível com o 
novo estado laboral em que encontra. 
A doutrina entende, ainda, que a readaptação é ato vinculado, ou 
seja, sendo possível, deve ser realizada, na ocasião de o servidor ter 
atravessado limitação em sua capacidade laboral. Caso não seja 
possível, o servidor deve ser aposentado por invalidez. 
Para que possa ocorrer a readaptação, o novo cargo terá que ser 
compatível com o anterior, é dizer, com atribuições afins, nível de 
escolaridade compatível. Desse modo, não pode, por exemplo, um 
auditor do INSS (cargo de atribuição de nível superior) ser 
 
3
 Gabarito: letra B. 
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readaptado na condição de motorista (cargo de nível médio, com 
atribuições nitidamente diferenciadas). 
Ressalta-se que, na hipótese de inexistência de cargo vago, o 
readaptando exercerá suas atribuições na condição de excedente. 
Excedente não se confunde com disponibilidade. O excedente 
trabalha, e, por isso, recebe normalmente sua remuneração. O 
servidor em disponibilidade não está trabalhando, e, por isso, recebe 
remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
A readaptação é instituto que atende servidor detentor de cargo 
efetivo. Com outras palavras, os servidores exclusivamente 
comissionados não são amparados pela readaptação. Sobre o tema, 
já decidiu o STJ (Recurso Especial 749852): 
Agravo Regimental. Administrativo. Servidor Público ocupante 
de cargo comissionado sem vínculo efetivo com a Administração 
Pública. Readaptação. Impossibilidade. 
Por fim, destaca-se que, à semelhança da promoção, a readaptação é 
forma de simultânea de vacância e provimento. 
A reversão é o retorno do servidor aposentado à atividade. Pode 
ser de dois tipos: por insubsistência de motivo de invalidez (de ofício) 
ou no interesse da Administração (a pedido). 
Na insubsistência de motivo de invalidez (reversão DE OFÍCIO), a 
causa que levou à aposentadoria (uma enfermidade) não existe mais. 
Em tal situação, o servidor em processo de reversão deverá ser 
submetido ao exame da junta médica oficial, a qual deverá declarar 
que inexiste o fato motivador da aposentadoria. Estando provido o 
cargo do servidor revertido, este exercerá suas atribuições como 
excedente, até a ocorrência de vaga. 
Nota que o excedente pode surgir em duas circunstâncias: na 
readaptação e na reversão de ofício. Atenta pra isso, pois, a 
princípio, o revertido não ficará na condição de disponível, mas sim 
excedente, trabalhando e recebendo integralmente sua 
remuneração. 
Já na reversão no interesse da Administração (a pedido), os 
seguintes requisitos devem ser satisfeitos (de acordo com o art. 25 
da Lei 8.112, de 1990): 
a) o servidor aposentado requer a reversão e não ter 
completado 70 anos (idade da aposentadoria compulsória); 
b) a aposentadoria tenha sido voluntária, afinal se a 
aposentadoria foi por invalidez, a reversão será de ofício; 
c) o servidor era estável; 
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d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à 
solicitação; 
e) existência de cargo vago (na reversão no interesse da 
Administração não há exercício na condição de excedente). 
Enfatiza-se que, embora preenchidos todos os requisitos legais, não 
há direito adquirido à reversão, ficando a decisão a critério da 
Administração. 
Outro ponto importante é o prazo máximo (prescricional) no qual 
poderia ocorrer a reversão de ofício (invalidez do servidor). Os cinco 
anos, acima citados, são válidos para a reversão a pedido. Sobre o 
tema, decidiu o STJ (Recurso Especial 830116): 
Direito Administrativo. Processual civil. Agravo Regimental no 
Recurso Especial. Servidor público federal. Aposentadoria por 
invalidez. Reversão ao serviço público. Fundamento 
exclusivamente constitucional. Prescrição. Não 
ocorrência. Ofensa ao art. 535 do CPC não demonstrada. 
Agravo improvido. 
Enfim, não há, na opinião do STJ, prazo prescricional para a 
reversão de ofício. 
Por fim, é digno de nota que o servidor que retornar à atividade por 
interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos 
da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, 
inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia 
anteriormente à aposentadoria. Ou seja, ao ser revertido, o servidor 
fica recebendo APENAS a remuneração ou o subsídio correspondente 
ao desempenho do cargo, deixando de receber os proventos de 
aposentadoria. 
Fixação 
(2011/FCC/TRF1/Analista) - João, servidor público federal, 
estável, retorna a cargo anteriormente ocupado em virtude de 
inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo. Maria, 
servidora pública federal, aposentada por invalidez, retorna à 
atividade, tendo em vista que a junta médica oficial declarou 
insubsistentes os motivos de sua aposentadoria. 
Os exemplos narrados correspondem, respectivamente, às seguintes 
formas de provimento de cargo público: 
a) readaptação e aproveitamento. 
b) reintegração e recondução. 
c) reversão e readaptação. 
d) recondução e reversão. 
e) aproveitamento e reintegração 
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Comentários: 
Analise, primeiramente, a situação de João: foi inabilitado em estágio 
probatório. Agora, vejamos o que informa a Lei 8.112/1990: 
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo 
anteriormente ocupado e decorrerá de: 
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; 
Então, só com isso, a questão está resolvida. A situação de João é hipótese 
de recondução. 
Já a segunda situação, de Maria, que estava aposentada, amolda-se ao 
seguinte dispositivo: 
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: 
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os 
motivos da aposentadoria; ou 
Então, a situação de Maria é de reversão. Com isso, está certa a Letra ³D´. 
Gabarito: alternativa D. 
Fixação 
(2012/FCC/2012/TRE-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO - OPERAÇÃO 
DE COMPUTADOR) Considere os seguintes requisitos: 
I. A aposentadoria tenha sido voluntária. 
II. Funcionário estável quando na atividade. 
III. Aposentadoria tenha ocorrido nos sete anos anterioresà 
solicitação. 
IV. Existência de solicitação de reversão. 
Para a Reversão de servidor aposentado no interesse da 
administração, são necessários, dentre outros requisitos, os indicados 
APENAS em 
a) I, II e III. 
b) I e II. 
c) II e IV. 
d) I, II e IV. 
e) III e IV. 
Comentários: 
O erro do item III é que, no caso de reversão a pedido, a aposentadoria 
deve ter ocorrido nos últimos cinco anos. 
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Gabarito: alternativa D. 
A seguir, síntese das formas de provimento: 
FORMA DE PROVIMENTO RAZÃO/PALAVRA-CHAVE 
Nomeação Provimento originário 
Aproveitamento Em regra, retorno à atividade do 
servidor que estava em 
disponibilidade 
Promoção Crescimento na carreira 
Reintegração Demissão. Voltou. Reintegrou. 
Recondução Voltar ao cargo anteriormente 
ocupado. 
Readaptação Servidor sofreu limitação em 
sua capacidade de trabalho. 
Sendo possível, será 
readaptado. 
Reversão O aposentado voltou ao 
exercício de cargo ativo. 
OBSERVAÇÃO: 
remoção/redistribuição 
Não são formas de 
provimento, e sim de 
deslocamento de servidor ou 
cargo 
3. Posse X Exercício 
A posse é o ato administrativo TXH�³DSHUIHLoRD´�D�QRPHDomR��p�GL]HU��
sem a posse, de nada vale a nomeação. Bem por isso a Lei 
8.112/1990 registra que a investidura do servidor ocorrerá com a 
posse. Além disso, a doutrina sinaliza que se o nomeado não tornar 
posse, o ato jurídico [de nomeação] será tornado sem efeito. O prazo 
para a posse é improrrogável e de trinta dias, contados da 
nomeação. 
Vejamos algumas informações de interesse: 
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1ª - ND� SRVVH�� QmR� Ki� TXH� VH� IDODU� HP� ³DVVLQDWXUD� GH� FRQWUDWR´. É 
assinado um termo, no qual são firmados os compromissos do 
servidor; 
2ª - É possível a posse mediante procuração específica (§ 3º do art. 
13, Lei 8.112/1990); 
3ª - Não se pode confundir posse com exercício. 2�³H[HUFtFLR´�quer 
dizer ³começar a trabalhar´. Pode não coincidir com a posse. Olha o 
que nos informa o §1º do art. 15 da Lei 8.112, de 1990: 
É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo 
público entrar em exercício, contados da data da posse. 
Bom, só para registro: o servidor só fará jus à remuneração a 
partir do EXERCÍCIO e não da POSSE. Tem de trabalhar para receber! 
Existem circunstâncias que, caso incorridas por alguém que seja 
servidor, prorrogam sua posse. São elas (art. 12, §3º, da Lei 
8.112/1990): 
Licenças: art. 81 
I- por motivo de doença em pessoa da família 
III- para o serviço militar 
V- para capacitação 
Afastamentos: art. 102 
I- férias 
IV- participação em programa de treinamento regularmente 
instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no 
País, conforme dispuser o regulamento; 
VI- júri e outros serviços obrigatórios por lei 
VIII- licença: 
"a" à gestante, à adotante e à paternidade 
"b" para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e 
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público 
prestado à União, em cargo de provimento efetivo 
"d" por motivo de acidente em serviço ou doença profissional 
"e" para capacitação, conforme dispuser o regulamento 
"f" por convocação para o serviço militar 
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IX- deslocamento para a nova sede em razão de ter sido 
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em 
exercício provisório 
X participação em competição desportiva nacional ou 
convocação para integrar representação desportiva nacional, no 
País ou no exterior, conforme disposto em lei específica. 
Detalhe ± só há de se falar em posse no caso de nomeação para 
cargo público, seja ele efetivo ou em comissão. No caso de funções 
de confiança, há mera designação. 
De toda forma, caso um servidor seja designado para o desempenho 
de função de confiança, aplicam-se as possibilidades de prorrogação 
do exercício dela, em face do que diz a Lei 8.112/1990. Entretanto, 
há algo muito próprio no caso daquele que é designado para o 
desempenho de função de confiança: a licença ou afastamento 
não poderá exceder a trinta dias da publicação, sob pena de 
tal designação ser tornada sem efeito. 
Fixação 
(2012/Anatel/Técnico) Julgue o próximo item com base nos 
dispositivos da Lei n.º 8.112/1990. A posse, por meio da qual se dá 
a investidura em cargo público, dispensa prévia inspeção médica 
oficial. 
Comentários: 
Analise o que dispõe a Lei 8.112/1990: 
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica 
oficial. 
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto 
física e mentalmente para o exercício do cargo. 
Então, para que servidor público tome posse DEPENDERÁ de inspeção 
médica. 
Gabarito: ERRADO. 
4. Remoção, Redistribuição e Substituição 
De início, esclareça-se que a remoção e a redistribuição (ou 
µUHORWDomR¶�� não são formas de PROVIMENTO, mas sim de 
DESLOCAMENTO do servidor ou do cargo público, nessa ordem. 
A remoção é deslocamento do servidor, com ou sem mudança de 
sede, para desempenhar suas atribuições em outra unidade do 
mesmo quadro (art. 36 da Lei 8.112, de 1990). Redistribuição é 
o deslocamento do cargo efetivo, ocupado ou não, no âmbito do 
quadro geral de pessoal, para outro órgão ou atividade. 
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Duas coisas podem ser destacadas: 
- a remoção se faz dentro do mesmo quadro funcional. Por 
exemplo: servidor lotado em unidade do yUJmR� ³;´ em Brasília é 
removido para a unidade do yUJmR�³;´ em São Luís; 
- a redistribuição se faz no âmbito do quadro geral de um Poder, 
para outro órgão ou atividade. Por exemplo: o órgão ³X´ precisa de 
novos cargos na unidade administrativa no Estado do Acre. E, como 
vimos, a criação de cargos depende de lei. Ocorre que, dos 12 
cargos no Estado de Pernambuco, apenas sete estão providos, 
restando cinco ociosos. No lugar de criar novos cargos, a 
$GPLQLVWUDomR�³GHVORFD´�RV�FLQFR�FDUJRV�GH�3HUQDPEXFR�SDUD�R�$FUH. 
Um caso real de redistribuição deu-se na criação da Super 
Receita, em que cargos do INSS foram redistribuídos para a Receita. 
Na ocasião, servidores do INSS (Autarquia Federal) passaram a 
exercer atribuições na Receita (órgão do Ministério da Fazenda). 
Nota que, tanto na remoção, quanto na redistribuição, não houve 
redução ou acréscimo do quantitativo de servidores, não sendo, 
portanto, o caso de se falar em vacância ou em provimento. 
A remoção dá-se: de ofício (no interesse da Administração) ou a 
pedido do servidor. 
Na remoção de ofício, caso seja necessária a mudança de sede do 
servidor, este fará jus à ajuda de custo (máximo de até três 
remunerações, conforme regulamento), para compensar despesas 
ocorridas. 
Na remoção de ofício, fica garantido, ainda, o direito do servidor e 
de seu cônjuge, filhos,enteados ou menor sob sua guarda, de se 
matricular em instituições de ensino congênere, em qualquer época, 
independente de vaga ou de época. A matrícula é ³HP�Lnstituições 
congêneres´. Não tem o filho do servidor, civil e militar, estudante 
de faculdade particular direito de matricular-se em Universidade 
Pública, em razão da remoção de ofício, a não ser, obviamente, 
que o curso só seja oferecido pela instituição pública. 
A remoção a pedido, por sua vez, ocorre: a critério da 
Administração ou independente do interesse da 
Administração. 
Na primeira hipótese, o servidor faz o pedido e a Administração avalia 
a conveniência (é ato discricionário). Já remoção a pedido, que 
independente do interesse da Administração, ocorre nas seguintes 
hipóteses: 
- Para acompanhamento do cônjuge, que também deve ser 
servidor, ou militar, de qualquer dos poderes da União, dos 
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Estados, dos Municípios, que foi deslocado no interesse da 
administração. 
Detalhe: se o cônjuge passou em concurso ou solicita a remoção, 
ele é quem criou o problema, não tendo a Administração o dever 
de removê-lo, assim entende o STJ. 
Professor, se o empregado da Caixa Econômica Federal (empresa 
pública federal) é removido, há direito de o servidor estatutário 
acompanhar o cônjuge? 
Sim. O FRQFHLWR� GH� µVHUYLGRU¶�� SDUD� HIHLWR� GH� DFRPSDQKDPHQWR� SRU�
parte do cônjuge, deve ser visto em sentido amplo, isto é, o 
acompanhado ou acompanhante pode ser empregado público. Sobre 
o tema, decidiu o STF (MS 23.058): 
Havendo a transferência, de ofício, do cônjuge da impetrante, 
empregado da Caixa Econômica Federal, para a cidade de 
Fortaleza/CE, tem ela, servidora ocupante de cargo no Tribunal de 
Contas da União, direito líquido e certo de também ser removida, 
independentemente da existência de vagas. 
$� DOtQHD� ³D´� GR� LQFLVR� ,,,� GR� SDUiJUDIR� ~QLFR� GR� DUW�� ��� GD� /HL�
8.112/1990 não exige que o cônjuge do servidor seja também 
regido pelo Estatuto dos servidores públicos federais. A expressão 
OHJDO�³VHUYLGRU�S~EOLFR�FLYLO�RX�PLOLWDU��GH�TXDOTXHU�GRV�3RGHUHV�GD�
8QLmR�� GRV� (VWDGRV�� GR� 'LVWULWR� )HGHUDO� H� GRV� 0XQLFtSLRV´� QmR� p�
outra senão a que se lê na cabeça do art. 37 da Constituição 
Federal para alcançar, justamente, todo e qualquer servidor da 
Administração Pública, tanto a Administração Direta quanto a 
Indireta. 
O entendimento ora perfilhado descansa no regaço do art. 226 
da Constituição Federal, que, sobre fazer da família a base de 
WRGD� D� VRFLHGDGH�� D� HOD� JDUDQWH� ³HVSHFLDO� SURWHomR� GR� (VWDGR´��
Outra especial proteção à família não se poderia esperar senão 
aquela que garantisse a impetrante o direito de acompanhar seu 
cônjuge, e, assim, manter a integridade dos laços familiares que 
os prendem. 
- Por motivo de doença do servidor, cônjuge, ou dependente 
que viva às suas expensas, sendo que deverá constar do 
assentamento funcional do servidor; 
- Em virtude de concurso de remoção, em que o número de 
interessados é superior ao número de vagas na unidade de 
destino. 
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(2011/FCC-ANA_ADM-TRT-4ªR-MAR) É cabível remoção a 
pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da 
Administração, em virtude de processo seletivo promovido, na 
hipótese em que o número de interessados for 
(A) superior ao número de vagas, de acordo com normas 
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam 
lotados. 
(B) inferior ao número de vagas, em conformidade com normas 
estabelecidas pelo Poder Público em que aqueles estejam designados. 
(C) superior ao número de vagas, a critério da autoridade 
competente, desde que presente o interesse público, 
independentemente da respectiva lotação. 
(D) inferior ao número de vagas, a critério da autoridade competente, 
quando necessário ao atendimento de situações emergenciais do 
órgão ou entidade. 
(E) igual ao número de vagas, de acordo com normas estabelecidas 
pelo órgão público independentemente do local da respectiva 
designação4. 
Ainda acerca do instituto da remoção, interessante situação foi 
examinada pelo STJ. Vejamos trecho do julgado (AgRg no REsp 
1.209.391-PB): 
SERVIDOR PÚBLICO. REMOÇÃO. ACOMPANHAMENTO. 
CÔNJUGE. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA. 
COABITAÇÃO. 
Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba 
requereu a sua remoção para a capital do estado ou, 
alternativamente, a lotação provisória em qualquer outro órgão 
da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para 
acompanhar a esposa, servidora pública federal, removida de 
ofício de Campina Grande para João Pessoa. Apesar de a 
esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz 
jus à remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não 
residia na mesma localidade antes da remoção da esposa. 
Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de proteger a 
unidade familiar, que ocorre quando há o afastamento do 
convívio familiar direto e diário de um dos seus integrantes. 
Nota que, na situação, foi denegada a remoção do homem para 
acompanhar sua esposa, também servidora e removida de ofício, 
uma vez que eles não moravam na mesma localidade antes de 
 
4
 Gabarito: Letra A. 
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serem removidos. Não fosse isso, ou seja, se o casal residisse na 
mesma localidade, o servidor teria direito a acompanhar sua esposa, 
para que fosse preservada a unidade familiar, preceito consagrado 
pela CF/1988 (art. 226). 
Lembre-se, ainda, de que as formas de deslocamento não são 
penalidades disciplinares, apesar de, infelizmente, isso acontecer 
bastante no mundo real (uso da remoção, sobretudo, com caráter 
punitivo). Na realidade, quando a remoção é assim utilizada, padece 
de grave desvio de finalidade, devendo ser invalidada pela 
Administração (princípio da autotutela) ou pelo Poder Judiciário 
(princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional). 
Fixação 
(CESPE-ANA_ADM-STM-JAN-2011) Considere que um servidor 
público tenha sido removido, de ofício, como forma de punição. Nessa 
situação, o ato de remoção é nulo, visto que configura desvio de 
finalidade.5 
Em todas as hipóteses, sempre que a remoção/redistribuição 
implicar o exercício de atribuições do servidor em outro município, 
será concedido um prazo de 10 a 30 dias, contados da publicação 
do ato para a retomada do efetivo desempenho de suas atividades, 
estando incluso, nesse prazo, o tempo de deslocamento para a nova 
sede. Estando o servidor afastado, ou de licença, o prazo aqui 
referenciado deverá ser contado a partir do término do impedimento. 
Por fim, fica o registro de que a remoção pode ocorrer sem 
mudança de sede. Por exemplo: servidor lotado no posto fiscal em 
Recife, em Pernambuco, é removido para a Delegacia da Receita 
Federal, também no Recife. 
Fixação 
(2012/CESPE/MPOG/Analista de Infraestrutura) Considere a 
seguinte situação hipotética. Uma servidora pública em estágio 
probatório solicitou remoção para acompanhar seu cônjuge, tambémservidor público, removido, em decorrência de aprovação em 
concurso de remoção, para unidade de lotação em outro estado da 
Federação. Nessa situação hipotética, a servidora não preenche os 
requisitos legais necessários à obtenção da remoção, visto que ainda 
cumpre estágio probatório, circunstância essa que condiciona sua 
remoção ao interesse da administração pública. 
Comentários: 
 
5
 Gabarito: Certo. 
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Em nenhum momento a Lei 8.112/1990 condiciona à remoção ao 
cumprimento do estágio probatório. Na realidade, há normativos do Poder 
Executivo que condicionam a remoção a pedido ao cumprimento do estágio 
probatório (é o exemplo do Policial Federal). Mas não se cuidou disso no 
item! 
Gabarito: ERRADO. 
5. Vacância 
Vacância é a situação (ato ou fato administrativo) em que o cargo 
público está vago, sem ocupante, tornando-o passível de ser provido 
por alguém. 
As formas de vacância previstas na 8.112/1990 são (art. 33): 
exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, posse 
em outro cargo inacumulável e falecimento. 
De início, pede-se que não confunda exoneração e demissão. Esta é 
uma penalidade, prevista na Lei 8.112/1990, bem como no Código 
Penal. Os casos de exoneração, por sua vez, não decorrem de 
punição. Vejamos: 
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do 
servidor, ou de ofício. 
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: 
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; 
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em 
exercício no prazo estabelecido. 
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de 
função de confiança dar-se-á: 
I - a juízo da autoridade competente; 
II - a pedido do próprio servidor. 
Fixação 
(2012/CESPE/PC-CE/Inspetor) No que se refere a agentes 
públicos, julgue o item seguinte. A exoneração de servidor público 
em consequência de inabilitação em estágio probatório não configura 
punição. 
Comentários: 
Guarda para sua prova: a exoneração não possui natureza punitiva. Na 
realidade, o servidor ocupante exclusivamente de cargo comissionado pode 
ser exonerado a pedido ou a juízo da autoridade competente (art. 35 da Lei 
8.112/1990). No caso de eventual penalidade a ser aplicada ao servidor, a 
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Lei prevê punição específica: a destituição do cargo (art. 127 da Lei 
8.112/1990). 
Gabarito: CERTO. 
Já foi falado, mas não custa repetir: promoção é, a um só momento, 
vacância, em cargo em classe inferior, e provimento, em cargo de 
classe superior, no âmbito de uma carreira. 
E, além da promoção, há outras formas de vacância/provimento 
concomitante: a readaptação, a posse em outro cargo inacumulável, 
quando o servidor deverá pedir vacância do primeiro, ao passo que 
toma possa no segundo cargo, sem interromper o vínculo com a 
administração pública; e a recondução6, em decorrência de 
inabilitação em estágio probatório. Nessa última hipótese, o servidor, 
caso estável, deverá ser reconduzido ao cargo anteriormente 
ocupado, provendo-o de forma derivada. 
Fixação 
(2012/CESPE/STJ/Técnico/ Telecomunicações e Eletricidade) 
Se o servidor que ocupa determinado cargo público tomar posse em 
outro cargo inacumulável, haverá vacância do cargo de origem7. 
6. Sistema Remuneratório 
 
6.1. Vencimento e remuneração 
O tema foi objeto da aula anterior. Hoje é só para informar que os 
ocupantes de cargo público não recebem salário estrito senso, que é 
figura pecuniária própria para quem ocupa emprego, regido pela CLT, 
ok? Releia o assunto na aula anterior. 
De toda forma, para não se perder a prática, seguem algumas 
questões, para treino: 
6.2. Indenizações 
As indenizações são devidas ao servidor em virtude de gastos 
decorrentes de exigências específicas do trabalho. Nada mais é do 
que a restituição desses gastos. São indenizações: ajuda de 
custo, diárias, e auxílios transporte e moradia. Abaixo cada uma 
dessas indenizações, de modo bem objetivo. 
a) Ajuda de custo: 
 
6
 Ressalte-se que a recondução não se encontra elencada como hipótese específica de vacância, de acordo com o art. 33 da Lei 
8.112/1990. Contudo não há dúvida que a recondução do servidor estável, em virtude de inabilitação em estágio probatório, é forma 
concomitante de provimento/vacância. Assim entende a doutrina majoritária. 
7
 Gabarito: Certo. 
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Destina-se a custear despesas do servidor que, no interesse do 
serviço, passa a ter exercício em nova sede, com caráter 
permanente. Ou seja, o servidor público, removido de ofício, tem 
direito a este adicional. Nas outras hipóteses de remoção não há 
direito à ajuda de custo, portanto. 
Esta verba de caráter indenizatório também é devida àquele que, não 
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão (com 
mudança de domicílio). Por exemplo: o sujeito mora no Rio de 
Janeiro, não é servidor público, mas é nomeado para um cargo em 
comissão em Brasília. Terá direito à ajuda de custo. 
Na remoção de ofício, correm por conta da Administração, ainda, as 
despesas de transporte do servidor, de sua família, bagagens e bens 
pessoais. A ajuda de custo é, portanto, XP� µSOXV¶. É como se 
fosse uma compensação, decorrente do desgaste da mudança, 
ocorrida no interesse da Administração. 
O valor da ajuda de custo deve ser calculado com base no valor da 
remuneração, não podendo exceder o correspondente a três meses. 
Destaque-se que o servidor será obrigado a restituir o que recebeu 
caso, de maneira injustificada, não se apresente na nova sede em 
30 dias. 
À família do servidor que morrer na nova sede é garantida ajuda de 
custo/transporte para volta à localidade de origem, no prazo de um 
ano contado da data de falecimento. 
Por fim, veda-se o duplo pagamento: ou seja, se o casal é de 
servidores, e houver a remoção, passando, ambos, a ter exercício na 
mesma sede nova, a ajuda de custo será devida apenas a um 
membro do casal. 
b) Diárias: 
Essa, sem dúvida, é a indenização mais conhecida. As diárias 
destinam-se a indenizar as despesas extraordinárias com 
alimentação, pousada e locomoção urbana e deve ser paga ao 
servidor que se afastar de seu local de lotação (sede) em caráter 
eventual/transitório (o deslocamento pode ser para localidades no 
Brasil ou exterior). 
Aqui cabe um aviso para os amigos que vem da iniciativa privada. 
Normalmente, em empresas privadas, quando o sujeito, para fazer 
XP� WUDEDOKR� SDUD� D� HPSUHVD�� UHFHEH� XPD� ³SRQWD´�� enfim, uma 
quantia para as despesas que surjam na viagem, na qual juntam 
comprovantes, e, TXDQGR�UHWRUQDP��³SUHVWDP�FRQWDV´�GHVVH�GLQKHLUR��
Se sobrar dinheiro, devolve. Se faltar, depois recebe a diferença. No 
caso das diárias dos servidores, é diferente. O sujeito recebe a diária, 
se sobrar, é dele a sobra. Se faltar, tem de se virar... 
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Vamos prosseguir. 
Se o deslocamento for exigência do cargo, não serão devidas diárias. 
Também não serão devidas diárias se o deslocamento ocorrer dentro 
de uma mesma região metropolitana (ou assemelhada) ou em áreas 
de controle integrado, mantidas com países limítrofes. 
A diária é, evidentemente, devida por dia de afastamento, sendo 
paga pela metade quando o pernoite do servidor não for necessário, 
ou quando a União custear, de outro modo, despesas que deveriam 
ser arcadas com diárias. 
Não havendo deslocamento da sede, ou no caso de retorno 
antecipado, o servidor tem cinco dias de prazo para o recolhimento 
proporcional das diárias. 
Professor, os valores das diárias seguem um padrão entre os 
órgãos da Administração Pública? 
Não é bem assim! Há diferença entre os valores das diárias pagas aos 
servidores, conforme o Poder do qual façam parte. Isso decorre do 
que dispõe o art. 52 da Lei 8.112/1990. Vejamos: 
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I 
a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, 
serão estabelecidos em regulamento. 
Os incisos citados são os que falam de ajuda de custo, diárias e 
transporte. Por isso, possível diferenciação de valores entre Poderes. 
c) Transporte: 
Conhecido como "auxílio-transporte", é devido ao servidor que utiliza 
meio de transporte próprio para a execução de serviços externos, em 
decorrência das atribuições próprias do cargo. Não deve ser 
confundido com a diária, cujo fundamento jurídico é outro: o 
afastamento eventual e temporário do servidor com relação ao local 
de sua lotação. E não tem qualquer ligação, ainda, com o ³YDOH�
WUDQVSRUWH´. A indenização não é para custear os meios transportes 
urbanos ou rurais (ônibus, trens ou metrôs, por exemplo). 
 d) Auxílio Moradia (arts. 60-A a 60-E e art. 158, da Lei 
8.112/1990): 
Essa é a indenização mais nova na Lei 8.112/1990. 
Conhecida, vulgarmente, como ³UHVVDUFLPHQWR� GH� PRUDGLD�
IXQFLRQDO´, o auxílio moradia consiste no ressarcimento das 
despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de 
moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa 
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hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo 
servidor. 
Para concessão do adicional, deverão ser atendidos os seguintes 
requisitos previstos no art. 60-B da Lei 8.112/1990, a saber: 
 I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo 
servidor; 
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel 
funcional; 
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou 
tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou 
promitente cessionário de imóvel no Município, onde for exercer o 
cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de 
construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; 
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba 
auxílio-moradia; 
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para 
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção 
e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza 
Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; 
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função 
de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em 
relação ao local de residência ou domicílio do servidor; 
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no 
Município, nos últimos doze meses, onde for exercer o cargo em 
comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a 
sessenta dias dentro desse período; e 
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de 
lotação ou nomeação para cargo efetivo. 
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. 
Já o art. 60-&�HVWDEHOHFH�TXH�³R�DX[tOLR-moradia não será concedido 
por prazo superior a oito anos dentro de cada período de doze anos, 
ainda que o servidor mude de cargo ou de Município de exercício do 
FDUJR´��$VVLP��D�FDGD�GR]H�DQRV�� LQGHSHQGHQWH�GR�PXQLFtSLR�GH�VXD�
lotação, o servidor só faz jus ao auxílio-moradia por um período 
máximo de oito anos. Após o transcurso do período citado (doze 
anos), o pagamento do auxílio moradia pode ser retomado, desde 
que cumpridos, reitere-se, os requisitos do art. 60-B da Lei. 
O valor do auxílio-moradia é limitado a 25% do valor do cargo em 
comissão ocupado pelo servidor e, em qualquer hipótese, não poderá 
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ser superior ao auxílio-moradia recebido por Ministro de Estado. A Lei 
informa, ainda, que, independente do valor da retribuição pelo cargo 
em comissão, o auxílio-moradia não será menor que R$ 1.800,00. 
Por fim, no caso de caso de falecimento, exoneração, colocação de 
imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o 
auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. 
Fixação 
(FCC-2012-TRE-CE-Analista Judiciário-Área Judiciária) 
Considere: 
I . Nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-
moradia. 
II . O deslocamento tenha sido por força de alteração de lotação ou 
nomeação para cargo efetivo. 
III . O deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. 
IV . O cônjuge do servidor ocupe imóvel funcional. 
De acordo com a Lei n. 8.112/1990, conceder-se-á auxílio-moradia 
ao servidor se atendidos, dentre outros, os requisitos mencionados 
APENAS em 
(A) I , III e IV. 
(B) II e IV. 
(C) I e III. 
(D) I e IV. 
(E) II e III8 
 
Fixação 
(CESPE-TÉCNICO JUD.-TSE-JAN-2007) Na semana passada, 
Fábio, que ocupava cargo em comissão no TRE-RJ, tomou posse em 
cargo comissionado no TSE, motivo pelo qual ele se mudou para 
Brasília, onde aluga um apartamento juntamente com sua 
companheira e um amigo que é servidor federal. Nessa situação, não 
obstaria o direito de Fábio a obter auxílio-moradia o fato de 
A) o amigo que reside com ele receber auxílio-moradia. 
 
8
 Gabarito: Letra C. 
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B) a companheira de Fábio ser proprietária de imóvel residencial em 
Brasília. 
C) ele ter recebido auxílio-moradia durante os dois anos em que 
ocupou cargo em comissão no TRE-RJ. 
D) ele recusar-se a residir em imóvel funcional posto à sua 
disposição, por considerar preferível habitar um apartamento mais 
próximo ao local de trabalho. 
Comentários: 
Item bem interessante, pois põe em prática o que vimos acerca do auxílio-
moradia. Vejamos os erros: 
- letra A: o amigo de Fábio já faz jus ao auxílio, o que impede do duplo 
pagamento. Não interessa se é amigo, colega, marido, mulher! Se alguém já 
recebe, o outro não pode receber. 
- Letra B: se o sujeito é casado com alguém que já tem um imóvel na 
localidade, por que se pagar o auxílio moradia? A Lei impede que isso 
aconteça, de modo muito acertado. 
- Letra D: se há um imóvelcolocado à disposição do servidor, ou ele mora 
lá, ou não recebe o auxílio moradia, caso se recuse. A lógica é bem diferente 
das dos Deputados, por exemplo, que podem optar ± ou recebem o auxílio 
moradia ou habitam no imóvel da Câmara colocado a sua disposição. 
Lembre-se de que para os servidores públicos (agentes administrativos) a 
história é outra. 
A letra C está certa. Ter recebido auxílio moradia por apenas dois anos 
não impede o servidor de receber tal valor. Haveria o impedimento se o 
servidor tivesse recebido por 8 anos no período de 12 anos. 
Gabarito: alternativa C. 
Fixação 
(2010/CESPE/TRE-MT/An. Admin) Os servidores públicos podem, 
além do vencimento, receber como vantagens indenizações, 
gratificações e adicionais. As indenizações referem-se a ajuda de 
custo, diárias e indenização de transporte. O auxílio-moradia é 
categorizado como vantagem adicional. 
Comentários: 
O auxílio-moradia, assim como as demais figuras citadas no item, é uma das 
indenizações citadas no art. 51 da Lei 8.112/1990. ERRADO o item, 
portanto. 
Gabarito: ERRADO. 
Fixação 
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(2010/CESPE/TRE-MT/An. Admin.) As gratificações e os 
adicionais incorporam-se ao vencimento, nos casos e nas condições 
indicados em lei. 
Comentários: 
Boa! É a literalidade da Lei 8.112/1990, que diz exatamente isso no §2º do 
art. 49 da Lei. Mas serve para reforçar que as indenizações não são 
incorporáveis. 
Gabarito: ERRADO. 
Fixação 
(2010/CESPE/TRE-MT/An. Admin.) O servidor que, a serviço, 
afastar-se da sede, em caráter eventual ou transitório, para outro 
ponto do território nacional fará jus a ajuda de custo destinada a 
indenizar as parcelas de despesas com pousada, alimentação e 
locomoção urbana. 
Comentários: 
Abaixo, o art. 58 da Lei 8.112/1990: 
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em 
caráter eventual ou transitório para outro ponto do território 
nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias 
destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias 
com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme 
dispuser em regulamento. 
Então, no afastamento da sede, com caráter eventual e transitório o servidor 
faz jus a DIÁRIAS e não a ajuda de custo, como diz o item, que, claro, está 
ERRADO. 
Gabarito: ERRADO. 
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6.3. Gratificações e Adicionais 
Tais vantagens pecuniárias estão enumeradas no art. 61 da Lei 
8.112/1990. 
A Lei registra três gratificações: a Retribuição pelo Exercício de 
Função de Direção, Chefia e Assessoramento, a Gratificação Natalina 
(13º salário) e por encargo de curso ou concurso. 
Já os adicionais são os seguintes: Adicional pelo exercício de 
atividades insalubres, perigosas ou penosas, Adicional pela prestação 
de serviço extraordinário, Adicional noturno, Adicional de férias e 
Outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. 
Vejamos um a um. 
a) Retribuição Pelo Exercício de Função de Direção, 
Chefia e Assessoramento 
É devida ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função 
de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em 
comissão ou de natureza especial. É a compensação pelo esforço 
maior, decorrente da atribuição. 
b) Gratificação Natalina (13º salário) 
Equivale ao 13º da iniciativa privada, devendo ser paga na proporção 
de 1/12 avos por mês trabalhado no ano. Para efeito de cálculo, a 
fração de mês superior a 15 dias é considerada mês. 
Sua base de cálculo é a remuneração do mês de dezembro, sendo 
que a gratificação natalina deve ser paga até o dia 20 de cada ano. 
Ao servidor exonerado será devida parcela proporcional, ou seja, se 
trabalhou seis meses, receberá 6/12 avos, a metade da gratificação 
natalina. 
c) Adicional de Insalubridade (risco à saúde) 
Periculosidade (risco à vida), ou atividade penosa (em 
decorrência da lotação do servidor). 
Tais adicionais são devidos a servidores que trabalham em condições 
insalubres, ou em contato permanente com substâncias tóxicas, 
radioativas ou com risco de vida. Sobre o tema, interessante decisão 
do Tribunal de Contas da União (Acórdão 2769/1ª Câmara): 
Os adicionais de insalubridade e de periculosidade constituem 
vantagens pecuniárias de caráter transitório e condicional, 
devidas apenas a quem presta o serviço em situações 
anormais, cessando o direito a esses benefícios com a 
eliminação das condições ou dos riscos que deram causa à sua 
concessão, razão por que não há justificativa legal para a 
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continuidade do pagamento das referidas vantagens aos 
servidores inativos. 
A razão do julgado é facilmente perceptível: quando o sujeito se 
aposenta, deixa de ter contato com as situações que determinavam o 
pagamento dos adicionais, os quais, em consequência, deixam de ser 
pagos. Não constituem, portanto, vantagens indiscriminadas de uma 
categoria, devendo-se analisar a situação de cada servidor, de modo 
a aferir se os adicionais em questão devem ser pagos ou não. 
Vejamos o que o STF já disse a respeito disso (RE 197915): 
Servidor público: adicional de insalubridade: inaplicação do art. 
40, § 4º, CF. Precedentes. O adicional de insalubridade não 
é vantagem de caráter geral, pressupondo atividade 
insalubre comprovada por laudo pericial. Não pode ser 
estendida indiscriminadamente a todos os servidores da 
categoria, ativos e inativos, não se aplicando o art. 40, § 4º, 
da Constituição. 
Aquele servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade ou 
periculosidade tem que optar por um deles, sendo que se a causa que 
deu razão ao adicional for extinta, também extinto será o adicional. 
A servidora gestante ou lactante deverá ser afastada de locais 
insalubres, perigosos ou penosos enquanto durar o período de 
lactação/gestação. 
Caracteriza-se atividade penosa a situação de servidores em exercício 
em zona de fronteira ou em localidade cujas condições de vida 
justifiquem. 
Detalhe! Servidores que operam com Raio X ou substâncias 
radioativas serão submetidos a exames médicos a cada 6 meses. 
Registra-se que o impedimento de pagamento cumulativo é quanto 
aos dois adicionais (insalubridade e periculosidade). Isso mesmo. A 
vedação não atinge o de penosidade. Abaixo, trecho de decisão 
do STJ (Recurso Especial 951.633): 
É possível a percepção cumulativa do adicional de insalubridade 
e da gratificação de raio X, pois o que o art. 68, § 1º, da Lei 
8.112/90 proíbe é a cumulação dos adicionais de insalubridade 
e periculosidade, nada prevendo quanto à cumulação de 
gratificações e adicionais, vantagens que não podem ser 
confundidas. Precedentes do STJ. 
d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: 
É decorrente da atividade laboral exercida além da jornada normal de 
trabalho. Deve ser pago com acréscimo de 50% em relação a hora 
normal de trabalho. 
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Curso Teórico de Direito Administrativo 
Profº Cyonil Borges 
 
 
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