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Gustavo Gusmão - O Sistema Federativo e a Intervenção Federal

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O SISTEMA 
FEDERATIVO E 
A 
INTERVENÇÃO 
FEDERAL 
GUSTAVO GUSMÃO
O SISTEMA FEDERATIVO E A INTERVENÇÃO 
FEDERAL 
 
 
INTRODUÇÃO: 
 
 
 O Brasil é uma República Federativa, isto é, uma Federação 
composta de Estados- membros autônomos entre si, bem como 
da União, Distrito Federal e Municípios, também autônomos. 
(CF/88, art. 18). 
 Façamos, então, um pequeno esboço de cada um destes Entes 
Federativos. 
 Os Estados-membros representam a alma do Sistema 
Federativo, não havendo Federação sem sua presença. Suas bases 
territoriais são compostas pelos Municípios , que também 
figuram como Entidades Federativas (inovação da Constituição 
de 1988), sendo a “célula política” do corpo federativo. 
 Os Estados-membros possuem Poder Executivo, Legislativo 
e Judiciário devidamente constituídos, devendo, cada um deles, 
exercer suas atribuições independentemente, afirmando a 
autonomia estadual consagrada no Texto Maior. Convém 
ressaltar que nenhum Estado federado é dotado de soberania, 
pois estão todos submetidos aos ditames de uma mesma 
Constituição soberana (Constituição Federal), apesar de 
possuírem também suas respectivas Constituições Estaduais, as 
quais devem observar sempre os parâmetros impostos pela Carta 
Magna. 
 A União, como o próprio nome sugere, representa o conjunto 
dos Estados Federados, reunidos em torno de objetivos comuns. 
A União, pessoa jurídica de direito público, age em nome próprio 
(pois possui autonomia) e em nome da Federação, possuindo 
atribuições constitucionais para fazer valer a soberania da 
República Federativa como um todo, apesar de ser parte desta. 
 O Distrito Federal, misto de Estado e Município, é composto 
pela capital administrativa da Federação (Brasília) e cidades 
satélites que, todavia, não são municípios. 
 Esta é, em breves linhas, a estrutura da Federação brasileira. 
 O Sistema Federativo brasileiro foi instituído há mais de cem 
anos, consagrado pela Constituição Republicana de 1891. E para 
que permaneça intacto e livre de ameaças que possam abalá-lo ou 
até destruí-lo, mister se faz a criação de mecanismos que 
ofereçam a segurança necessária à estrutura federativa. Dessa 
necessidade decorre o instituto da Intervenção que, dentre outros 
objetivos, foi delineado pela norma constitucional para assegurar 
a permanência dos alicerces federativos, erguidos há mais de um 
século, diante de situações adversas e que ponham em risco sua 
estrutura. 
 
A INTERVENÇÃO E A CONSTITUIÇÃO DE 88: 
 
 
 A atual Carta Magna disciplina as matérias referentes à 
Intervenção em seu Título III (“DA ORGANIZAÇÃO DO 
ESTADO”), Capítulo VI (“DA INTERVENÇÃO”), nos artigos 
34 a 36. 
 O caput do art. 34 assim reza: “A União não intervirá nos 
Estados nem no Distrito Federal, exceto para:”.... De uma 
interpretação não muito difícil do texto apresentado pelo referido 
caput decorre a conclusão de que o princípio adotado pela 
Constituição é o da “não intervenção”, ou seja, o Texto 
Constitucional considera a Intervenção como medida 
excepcional, que deve ser aplicada apenas nos casos 
discriminados pela própria Carta Política, nos incisos 
subsequentes ao caput do mesmo art. 34. São situações em que se 
verifica um risco à integridade da Federação, à ordem e 
moralidade pública, segurança nacional e à observação dos 
preceitos constitucionais. Dessa forma, a Constituição autoriza a 
União a agir em nome de toda a Federação, intervindo na 
administração de um Estado membro ou do Distrito Federal, no 
caso excepcional de alguma destas situações se concretizar. 
 
REQUISITOS PARA O ATO INTERVENTIVO: 
 
 
Pressupostos materiais: (1) 
 
 A Constituição, delegando à União poderes para interferir na 
administração de um Estado membro, afastando temporariamente 
sua autonomia, limita as possibilidades de aplicação do ato 
interventivo à superveniência de situações previstas em seu 
próprio texto. São fatos que justificam a intervenção, dando 
fundamento material à sua decretação. Tais requisitos materiais 
encontram-se elencados nos incisos componentes do art. 34 da 
Carta Magna e consistem num perigo à integridade nacional (I), 
invasão estrangeira ou de um estado membro a outro (II), ameaça 
à ordem pública (III), impedimento do livre exercício de 
qualquer dos Poderes dos Estados membros - Executivo, 
Legislativo ou Judiciário – (IV), comprometimento da 
organização financeira dos Estados (V, “a”, “b”), 
descumprimento de lei federal, ordem ou decisão judicial (VI) e 
inobservância de princípios constitucionais (VII, “a”, “b”, “c”, 
“d” ,“e”). 
 
Pressupostos formais: (2) 
 
 Além da existência de fatos concretos que justifiquem o ato 
de intervenção, a Constituição torna necessário o cumprimento 
de certas regras formais para a validade do decreto. Tais 
requisitos encontram-se dispostos no art. 36 do Texto Maior. O § 
1º dispõe que a intervenção será efetivada mediante decreto do 
Presidente da República, especificando sua amplitude, prazo e 
condições de execução. O Decreto de Intervenção terá que ser 
apreciado pelo Congresso Nacional no prazo de 24 horas e, caso 
este esteja em recesso, será convocado extraordinariamente no 
mesmo prazo. (§ 2º, art. 36). Caso o Congresso reprove a medida, 
a Intervenção será considerada inconstitucional e, se ainda assim, 
o Presidente mantiver sua execução, ficará sujeito à pena de 
crime de responsabilidade fundamentada no art. 85,II , da CF/88. 
 Há ainda a figura do Interventor Federal que, conforme o 
caso, deve aparecer indicada no próprio Decreto de Intervenção. 
Caso a ingerência atinja o Legislativo do Estado membro, não é 
necessária a presença do interventor, ficando as atribuições 
legislativas sob o poder do Governador. Porém, se o ato 
interventivo atingir o Executivo, terá que ser nomeado um 
interventor para assumir temporariamente o cargo maior do 
Estado afetado, diante do impedimento do seu Governador. 
 Os quatro incisos do artigo 36 relacionam os fatos que 
ensejam a intervenção (pressupostos materiais) à certos requisitos 
formais, tais como: 
 
- Caso haja o impedimento do livre exercício dos Poderes 
Executivo ou Legislativo do Estado membro, a intervenção 
dependerá de solicitação do Poder impedido e, se o 
impedimento atingir o Judiciário, de requisição do Supremo 
Tribunal Federal ( I ); 
 
- Se ocorrer desobediência a ordem ou decisão judicial por 
parte do Estado membro, o ato de intervenção terá que estar 
acompanhado de requisição do Supremo Tribunal Federal, do 
Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral 
( II ); 
 
- No caso de inobservância de qualquer dos princípios 
constitucionais elencados no art. 34, VII, a decretação 
dependerá de representação do Procurador- Geral da 
República, provida pelo Supremo Tribunal Federal ( III ); 
 
- E, finalmente, caso haja inexecução de lei federal, será 
necessária representação do Procurador- Geral da República, 
provida pelo Superior Tribunal de Justiça ( IV ). 
 
EFEITOS DA INTERVENÇÃO FEDERAL: 
 
 
 A intervenção pode surtir efeitos diferentes, dependendo da 
causa que motivou sua decretação. 
 Caso o ato interventivo tenha sido motivado pelo 
descumprimento de lei federal, ordem ou decisão judicial, ou 
ainda pela inobservância de princípios constitucionais, além de 
ser dispensada a apreciação do Congresso Nacional, o decreto 
limita-se apenas a suspender a execução do ato impugnado (art. 
36, § 3º), ou seja, aquele que violou a lei federal, a ordem judicialou foi de encontro aos princípios constitucionais. Neste caso, fica 
dispensada também a figura do Interventor Federal, não havendo 
necessidade do afastamento do Governador ou dos agentes do 
Poder Legislativo. 
 Se o decreto dirigir-se ao Poder Executivo do Estado 
membro, mister se faz o afastamento temporário do Governador 
e sua conseqüente substituição por um interventor previamente 
nomeado. Caso dirija-se ao Legislativo, os Deputados são 
afastados e suas atribuições são passadas às mãos do 
Governador, que passa a exercer também as funções legislativas 
do Estado. 
 Cessados os motivos que fundamentaram a decretação da 
intervenção, as autoridades afastadas passam a exercer 
novamente suas atribuições normais, a não ser que estejam 
legalmente impedidas para tanto (art. 36, § 4º), no caso de 
“impeachment”, por exemplo. 
 Porém, o principal efeito decorrente da aplicação da 
Intervenção é o afastamento temporário da autonomia estadual, a 
qual afirma-se justamente nos princípios da auto-organização, 
auto-governo e auto-legislação, passando a União a interferir na 
administração de um de seus membros. 
NOTAS: 
 
1. Celso Ribeiro Bastos, Curso de Direito Constitucional, 19ª 
ed. atual., 1998, Saraiva, pg. 318. 
 
2. José Afonso da Silva, Curso de Direito Constitucional 
Positivo, 15ª ed. rev., 1998, Malheiros, pg. 485. 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
 
 
- BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional, 
19ª ed. atual., 1998, Saraiva. 
 
- SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional 
Positivo, 15ª ed. rev., 1998, Malheiros. 
 
- ARAUJO, Luiz Alberto David, 
NUNES JR., Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional, 
1998, Saraiva. 
 
 
REFERÊNCIA NORMATIVA: 
 
 
- Constituição da República Federativa do Brasil de 
05/10/1988, 19ª ed. atual. e ampl., 1998, Saraiva. 
	Capa
	INTRODUÇÃO:
	A INTERVENÇÃO E A CONSTITUIÇÃO DE 88:
	REQUISITOS PARA O ATO INTERVENTIVO:
	Pressupostos materiais: (1)
	Pressupostos formais: (2)
	EFEITOS DA INTERVENÇÃO FEDERAL:
	NOTAS:
	BIBLIOGRAFIA:
	REFERÊNCIA NORMATIVA:

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