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Moderna – Resumo aula 02 – Hist. Moderna como história de transição: as transformações culturais, políticas e religiosas. Religião Idade Média Idade Moderna Fé e dogma: a Igreja defendia verdades absolutas Racionalismo: explicação baseada na ciência e experiência empírica Teocentrismo: Deus como centro do universo Antropocentrismo: o homem como centro das explicações Geocentrismo: a Terra como centro do universo, se a terra não se movimenta então a sociedade não pode ser modifi. Heliocentrismo: o sol como centro do universo, se a terra se movimenta então a sociedade pode ser modificada Classe principal era a nobreza, que possuía terras, e apoiada pela Igreja não aceitava mudanças Classe principal é a burguesia que não tinha terras mas se enriqueceu e queria deixar de ser vista como pobre, queria mudanças sociais. A noção de laicização Esse período de referência a laicização e à transição serve para o entendimento da época moderna como processo de transformação que implica rupturas com as estruturas medievais no que diz respeito à centralidade da experiência religiosa, o qual, pode ser identificado pela diminuição do poder da Igreja Católica e pela emergência de múltiplos saberes e concepções em confronto com essa mesma Igreja. Por outro lado, esse processo não significou o afastamento ou a exclusão de interpretações religiosas do mundo e da natureza humana, pelo contrário, as ciências do mundo moderno estão amparados na existência de Deus e nos valores cristãos. A partir da noção de laicização, não devemos concluir que a lógica do Mundo Moderno consiste em preparar o advento do Mundo Contemporâneo. As transformações culturais e religiosas Para analisar as transformações ocorridas no Mundo Moderno, é preciso examinar o campo do saber a partir de três eixos: o da produção, o da sua difusão e o dos seus principais conteúdos. A distinção entre o saber produzido no âmbito de uma cultura letrada e os saberes produzidos na esfera de uma cultura oral, se fazem importantes para essa compreensão. A maior parte da população medieval está integrada numa cultura que não faz uso da escrita e da leitura, mas produz e difunde os seus saberes através da linguagem oral. A escrita e a leitura são atividades de poucos, cuja maioria é ligada à Igreja. A nobreza que valorizava a força física, o manuseio das armas, o domínio da montaria e a coragem nos combates via com maus olhos as atividades das “letras”, e as consideravam como práticas de delicadezas(fraquezas). O mundo dos camponeses, com suas práticas agrícolas e seus conhecimentos sobre o clima, as doenças, as técnicas etc faz uso da linguagem oral para a transmissão desses saberes ao longo das gerações. Embora, seja um dos fatos da época moderna a difusão mais ampla da palavra escrita, não se pode ignorar o fato de que a maioria da população permanece atrelada à cultura oral. A produção do saber na sua forma escrita durante boa parte do Mundo Medieval é realizada no âmbito da Igreja (conventos, mosteiros) pelos copistas –homens da Igreja, que reproduziam os textos. Nos vários campos do conhecimento: a Física, a Medicina, o Direito, a Filosofia, a Retórica deveriam estar a serviço do mais importante conhecimento produzido pelo homem, a Teologia. A Teologia e a Escolástica apesar de considerarem a verdade como absoluta e única, admitem a multiplicidade de caminhos para alcança-la, já que o conhecimento possível ao homem é sempre limitado e imperfeito. Para o homem medieval a procura da verdade e o caminho para a salvação só existem no seio da Igreja: não existe nem salvação nem verdade fora da Igreja. A verdade não é produzida pelo homem ela se encontra nas Sagradas Escrituras, cabe aos teólogos interpretá- las, porém, nem todas as interpretações são admitidas. À Igreja como instituição, caberia referendar as interpretações legítimas e proibir, as “falsas” interpretações. Essas interpretações deveriam ser conduzidas pelos homens da Igreja. A Igreja tinha o poder de condenar certas interpretações. A atividade mercantil das cidades italianas engendrou além de riquezas econômicas, novas técnicas, novos conhecimentos a expansão da escrita fora dos círculos da Igreja. Esse comércio das cidades italianas trouxeram também a necessidade da escrita, visto que, esse novo comércio pressupunha os livros-caixa, as letras de câmbio e os contratos entre mercadores, surgindo um conjunto de novos saberes apoiados na experiência da escrita: Cartografia, Direito, produção de dicionários, Contabilidade, Aritmética etc. os quais foram produzidos em língua vulgar, a língua falada. Contribuindo assim os mercadores para o apoio e surgimento de escolas voltadas para o ensino desses novos conhecimentos na língua vulgar, e não mais no latim. Esses novos espaços de conhecimentos favoreceram com o rompimento do monopólio da Igreja sobre a produção do saber. Sendo que, um maior número de pessoas, sem vínculos com a Igreja tiveram acesso à escrita. Essa escrita, por sua vez, teve a possibilidade de se expandir mesmo entre aqueles que não sabiam ler, pois não se tratava mais do latim (entendido apenas pelos homens da Igreja) mas da língua que todos falam. O Renascimento italiano (séc. XIV e XVI) encontra no século XIII algumas de suas condições: a difusão da escrita fora dos círculos estreitos da Igreja; a produção e a difusão de conhecimentos laicos, na linguagem escrita, voltadas para as necessidades do comércio e da cidade; a retomada dos textos da Antiguidade Clássica com objetivos diferentes daqueles da Escolástica, propiciando a elaboração de novas interpretações e de novos significados em relação ao mundo, ao homem, à cidade e a Deus. Um dos elementos fundadores do Mundo Moderno do ponto de vista da cultura e da religião, é a reivindicação humanista da Livre Interpretação das Escrituras. Não se trata de negar o valor e a verdade contida na Bíblia, pois o conhecimento continuou sendo o resultado de um processo de interpretação, porém, a capacidade de interpretar não é um privilégio dos homens da Igreja e não deveria se submeter à rede de comentários legitimada e autorizada pela Igreja. Para eles, tanto a salvação quanto o conhecimento podem ser constituídos sem a mediação da Igreja e sem a referência à noção de autoridade. A Tese da Livre Interpretação das Escrituras é inseparável da difusão da escrita fora dos círculos da Igreja e da difusão da escrita em língua vulgar. Por ser o primeiro livro impresso a Bíblia (a palavra de Deus) poderá circular entre um maior número de pessoas sem a mediação dos homens da Igreja: primeira revolução. Traduzida em língua vulgar, alcançará aqueles que leem, e que podem compreendê-la em sua própria língua. Dupla revolução com amplas consequências para o Mundo Moderno: enfraquecimento do poder da Igreja, emergência de novas igrejas, ruptura definitiva dentro da cristandade, elaboração de novos saberes e de novas interpretações. Idade Moderna e transformações políticas A descentralização do poder é um dos aspectos centrais do processo de feudalização da Alta Id. Média. O poder de fazer a justiça, de declarar a guerra ou de tributar não está mais centralizado em torno do rei, do Imperador ou de outro governante. Esse triplo poder (justiça, guerra e tributação) são compartilhados entre a nobreza territorial e guerreira e os reis. O processo feudal implica o enfraquecimento e o desaparecimento do direito romano e de qualquer outro direito escrito. O direito romano não reconhecia poderes intermediários entre o Imperador e seus súditos.
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