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Moderna Resumo aula 04 UNIRIO

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Moderna I –Resumo aula 04 – Expansão comercial e expansão marítima 
Etapas da recuperação econômica e social no século XV 
Com o abalo da Peste Negra, que atingiu toda a população da Europa e seu desenvolvimento, deixando cidades em 
crise, campos sem semear, pobreza, as linhas de comércio entre essas cidades foram abaladas e a desordem e a 
miséria se espalharam. Recuperar as rotas e trocas comerciais era fundamental, sendo necessária a recuperação da 
produção e da moeda, visto que, a moeda faltava e as minas de metais amoedáveis se esgotavam. O 
abastecimento das cidades falhava, as cidades inchavam com uma população de famintos e sem trabalho, portanto, a 
recuperação da Europa seria lenta. Os campos precisavam ser repovoados e cultivados. Se tudo faltava na Europa, era 
preciso buscar o que necessitavam em outras regiões, e é essa procura que irá retomar e ampliar as relações mercantis 
de longa distância, reorganizar as redes comerciais por todo o Mediterrâneo, inserir o norte da África na economia das 
trocas, assim como o oriente mediterrânico. Essa expansão revitalizará a Europa em um movimento para fora que, ao 
longo do tempo, volta a ser um movimento para dentro do continente. 
 Desenvolvendo várias estratégias ao mesmo tempo: recuperando as antigas rotas comerciais mediterrânicas 
estabelecidas desde o movimento das Cruzadas; 
 Desenvolvendo técnicas de navegação e transporte marítimo; 
 Reatando ou organizando contatos com os centros produtores através da guerra de conquista, de tratados 
comerciais ou fortalecendo os laços com as antigas comunidades cristãs e judaicas espalhadas desde o 
Mediterrâneo mais ocidental até seu extremo oriente; 
 Fundando entrepostos comerciais e bancários em todas essas regiões. 
As diferenças entre a expansão mercantil dos séculos XIII e XIV e a expansão do século XV 
 Estava solidamente apoiada nas navegações de longo curso; 
 Nos tipos de mercadorias envolvidas, que eram prioritariamente produtos de luxo, as chamadas especiarias; 
 Colocou a cultura cristã em estreitas relações comerciais e políticas com as culturas não cristãs 
Condições favoráveis que as cidades italianas possuíam na política, na economia e na geografia, as quais lhes 
permitiram a expansão mercantil de longa distância no século XV 
Em primeiro lugar, já possuíam desde os dois séculos anteriores, inúmeras cidades e uma infraestrutura que, mesmo em 
crise, poderia ser revitalizada com rapidez. 
Em segundo lugar, a posição geográfica da península italiana era extremamente favorável à navegação através dos dois 
lados do Mediterrâneo. Mesmo navegando junto ao litoral, atinge vastas regiões do sul da França e da Espanha, a 
ocidente; a oriente, atinge Constantinopla e o litoral de todo o Oriente Próximo. Cidades como Pisa, Amalfi e as duas 
grandes rainhas e rivais do comércio, Gênova e Veneza, dominavam as rotas que uniam toda a bacia do Mediterrâneo. 
Suas feitorias armazenavam e revendiam aos comerciantes o trigo, os tecidos, os objetos de cobre das cidades do norte 
da África; a seda, a musselina, as madeiras preciosas, o incenso de Constantinopla. Populações da Península 
Balcânica eram, nesse momento, “peças” de comércio postas em servidão nas cidades. Em troca, as cidades italianas 
levavam a esses lugares os produtos europeus, sendo o vidro veneziano e os tecidos genoveses os mais valiosos, 
dando oportunidade à recuperação das manufaturas italianas e europeias em geral. 
A expansão mercantil marítima acelerou o uso da moeda e isso é hoje chamado de monetarização do comércio e da 
sociedade. Continuava uma fome imensa de ouro, prata e cobre para as moedas. Crises agudas, mas curtas, 
estrangulavam tanto o comércio marítimo quanto o terrestre na Europa, pela contínua falta de metais. Quem tinha 
acesso aos metais teria o domínio do comércio marítimo mediterrânico. O Mediterrâneo era a vida para os europeus, 
principalmente para as cidades italianas. A distribuição dos produtos, assim como a captação de mercadorias europeias, 
era concentrada em grandes depósitos ou armazéns em Veneza, onde eram comprados e redistribuídos pelas rotas 
comerciais no interior da Europa. Algumas características e problemas nesse comércio: 
Em primeiro lugar, temos o Mediterrâneo como o grande eixo econômico do qual depende a Europa, principalmente a do 
sul, para seu abastecimento básico de cereais, de metal amoedável e de artigos muitíssimo lucrativos: as especiarias 
orientais e o trigo do Egito; das cidades berberes, o ouro, o trigo e artigos manufaturados, como tecidos. 
Em segundo lugar, o Mediterrâneo tornou-se também um enorme palco político, no qual as cidades italianas mostravam 
sua rivalidade. Guerras, espionagem, políticas de segredo e tratados entre si e com os entrepostos comerciais que 
queriam monopolizar formavam as mais estranhas alianças e fortes rivalidades arrastando outras cidades e nações. A 
entrada direta no comércio mediterrânico ou acesso indireto a essas rotas através de alianças com as cidades italianas 
passava a mobilizar a política europeia. 
Moderna – folha 02 
Em terceiro lugar, temos regiões que pela posição geográfica e fragilidade econômica e política, estavam praticamente 
excluídas da expansão comercial marítima mediterrânica. (Península Ibérica) 
Características políticas e econômicas da Segunda Etapa da Expansão Comercial e Marítima 
Tanto Portugal quanto Castela tinham em comum as mesmas dificuldades de abastecimento e comércio. Pelo mar do 
Norte, o comércio e o abastecimento eram, inúmeras vezes, interrompidos pelas guerras entre Inglaterra e França e por 
estarem muitíssimo distante das rotas comerciais terrestres que cruzavam a Europa. Dependiam muito do interesse de 
Gênova, para abastecê-los. O comércio de Gênova com as cidades do norte da África era mais lucrativo e menos 
perigoso. Passar o estreito de Gibraltar era desafiar os piratas e comerciantes marítimos berberes, Entretanto, todos os 
perigos, ao norte e ao Sul, sempre seriam fortemente enfrentados na busca de produtos valiosos. Apesar das 
dificuldades, a rota genovesa, pelo estreito de Gibraltar foi muito importante porque permitiu que os produtos do 
Mediterrâneo chegassem ao Norte da Europa, passando por Lisboa e Londres, que se tornaram entrepostos 
importantes, e ao mesmo tempo eliminavam a passagem dos produtos pelas morosas e complicadas rotas do interior da 
Europa. A conquista de Ceuta em 1415, foi uma solução encontrada, pois a partir daí, os portugueses lançaram-se 
sobre o litoral ocidental da África, descendo o continente. 
A relação entre a expansão comercial e marítima do século XV e a formação dos impérios coloniais modernos 
Ao longo da primeira metade do século XV, Portugal fundou feitorias, continuou a explorar o litoral, descendo o 
continente, fez alianças com povos locais e, também, a guerra. Enviou expedições por terra, colocou nessas regiões 
degredados e informantes, fez comércio. Estabeleceu contatos com povos islamizados da Afro-Arábia e, indiretamente, 
penetrou nas rotas de comércio dominadas pelos árabes na África. Esses contatos deram a Portugal o conhecimento 
da enorme riqueza dos entrepostos árabes, no litoral oriental, que possuíam grande comércio com as Índias. 
Impactos e características da segunda etapa da expansão marítima 
 Nova técnicas e novas descobertas: grandes modificações na arte de navegar e na ciência da orientação; novos 
modelos de embarcações foram criados; uma nova cartografia para marcar as terras descobertas, as correntes 
marinhas e os novos sistemas de ventos; melhora de antigos instrumentos de orientação. 
 Novas espacialidades e novas territorialidades: espaços desconhecidos, variadas culturas, organizações sociais 
e políticas, tão diversificadas entre si quanto diferentesdas europeias provocaram uma enorme mudança na 
maneira de ver e pensar o mundo, que não era mais e somente a Europa. Na segunda etapa, foi preciso forjar 
laços e conhecimentos com sociedades totalmente desconhecidas ao europeu. O impacto foi duplo: para o 
europeu e para os povos africanos ocidentais. Essa segunda etapa originou, também, um novo senso de 
territorialidade. Na segunda etapa, as organizações políticas eram tão diferentes que não foram reconhecidas. 
Os variados tipos de organizações tribais, de nações e reinos não encontraram paralelo na experiência europeia, 
com agravante de possuírem religiões não cristãs. O conceito de diferença nessa época, era sinônimo de 
inferioridade. A conquista desses territórios era “um dever cristão”, como também um dever do rei: subordinar e 
anexar esses territórios, ampliando as fronteiras do seu reino e enriquecendo-o com produtos e súditos. Era o 
nascimento dos impérios coloniais 
A gênese dos Impérios Coloniais Modernos também implicou novas relações políticas entre os reinos. Novas guerras 
e novos tratados, novas alianças e novos conflitos surgiram na disputa da conquista de territórios além-mar. Era 
necessário demarcar as posses e as zonas de influência de cada reino, o que foram sempre questões conflituosas. 
Esses conflitos explodiram no continente europeu, nos mares navegados e nas próprias áreas coloniais, envolvendo 
colonos e nativos. 
As relações e contribuições da expansão mercantil para o renascimento europeu (impactos comerciais e 
marítimos do século XV) 
- A cultura material: o enriquecimento trazido pelo comércio não foi somente visível pela variedade de produtos e pela 
formação de fortunas de grupos sociais ou indivíduos. A maneira de viver de outros povos, o uso que faziam de objetos, 
os seus ornamentos e a sua etiqueta foram copiados e adaptados ao viver europeu. As formas de trabalho multiplicaram-
se para atender à produção, ao transporte, às embalagens e à exportação e importação de mercadorias. O refinamento 
da cultura material traz, também, enorme escala de trabalhadores e uma nova hierarquia do trabalho. Alguns artesãos 
tornaram-se valorizados como artistas, mestres de seus ofícios, cobrando caro e vivendo no luxo. Cada reino ou cidade 
mercantil deseja exprimir seu poder e sua riqueza, como “coisa pública”. As sedes administrativas tornaram-se palácios 
luxuosos, e igrejas esplêndidas, são erguidas. Novos espaços foram criados e ornamentados, para que o “público” local 
e estrangeiro, apreciasse o poder e a riqueza de sua cidade. 
Moderna folha 03 
-Saberes sobre o mundo: A expansão comercial não trouxe à Europa somente “coisas” e produtos. Trouxe novos 
conhecimentos e, também, criou novos conhecimentos, que foram interpretados e inseridos às culturas europeias. A 
expansão trouxe à Europa a possibilidade de se inserir em longas cadeias de contatos, que trouxeram ao seu 
conhecimento línguas, costumes, produtos e a localização de povos muito distantes. A ideia do que era o mundo, para 
os europeus, foi imensamente ampliada. Para atingir esses povos, uma nova Geografia e Cartografia foram produzidas. 
Diários de bordo e de viajantes formaram uma nova literatura, que cresceu continuamente com a invenção da imprensa. 
Novas alianças políticas entre a Igreja e os reis foram organizados, objetivando garantir os poderes dos cristãos sobre os 
novos espaços e suas populações. 
 
Fatores que impulsionaram a expansão comercial e marítima da Europa: 
 Fatores Econômicos: renascimento comercial e urbano; busca de metais preciosos e especiarias; conquista de 
terras e rotas comerciais; interesses econômicos da burguesia; monopólio comercial italiano no Mediterrâneo; 
busca de alternativas para expandir o comércio. 
 Queda de Constantinopla (1453)

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