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Moderna –Resumo aula 06 – Capitalismo mercantil e grandes descobertas O capitalismo mercantil significou que, na época moderna, a mais importante forma de obter e ampliar cabedais era o comércio, embora não fosse a única maneira. Tanto para vender como para comprar era preciso manter e ampliar continuamente uma infra-estrutura que variava de acordo com o tipo de comércio. Vender tecidos e vender produtos agrícolas eram atividades muito diferentes. As dificuldades aumentavam dependendo da situação política ou das condições materiais de cada região. O capitalismo mercantil significou maior visibilidade do comércio como fator de formação de capital e gerador de investimentos, mas abriram-se inúmeras novas frentes de produção e de investimentos foi a progressiva monetarização da economia e da sociedade. Conforme a rede mercantil se estendia pela Europa e além, a troca de um produto por outro tornava-se inviável. A imensa cadeia de intermediários e de interesses diverso nos produtos à venda imprimiu na economia europeia a necessidade de moeda. A monetarização da economia foi um processo longo no qual coexistiram as antigas e novas formas de comércio, desde a permuta de produtos em mercados locais às letras de câmbio(papel), aos sistemas de crédito, até as chamadas “moedas imperfeitas” (produtos que circulavam como se fossem moedas). A fome de moedas impulsionou a Europa na procura de centros produtores de metais, sendo um dos elemento propulsores das “grandes descobertas”. Capitalismo mercantil e as grandes descobertas A relação do capitalismo mercantil com as grandes descobertas se deram a partir do aproveitamento dos elementos políticos abaixo: 1)A centralização de poderes 2)As alianças 3) a expansão atlântica e o colonialismo Conclusão das relações entre o capital mercantil e os três elementos políticos citados acima: 1)Em primeiro lugar, que houve convergências nos interesses econômicos e políticos que permitiram alianças e apoios mútuos entre os reis e as burguesias europeias. Isso não significou nem o determinismo da esfera econômica nem os grandes conflitos que, periodicamente, abalaram profundamente as relações entre os governantes e a burguesia mercantil. 2) As alianças estabelecidas também não foram isentas de rupturas e conflitos. O significativo nessas alianças era que o Estado garantiu as possibilidades de expansão e de enriquecimento das burguesias mercantis, ao mesmo tempo em que apropriou-se de parte das rendas geradas e, com elas, garantiu sua autoridade frente à nobreza. A burguesia se inseriu diretamente na troca e na expansão do capital mercantil. Indiretamente, outros grupos sociais participaram dessa riqueza. A nobreza teve a vantagem de aumentar seu capital material e, também, o seu capital simbólico. O capital mercantil permitiu o enriquecimento e o aumento da influência política da burguesia, mas não da sua autoridade política. A autoridade política era aristocrática: o rei e sua ordem social : a nobreza. 3) As práticas colonialistas do século XVI permitiram uma nova etapa de desenvolvimento do capital mercantil. Não foi somente uma questão de novos espaços mas de um processo mercantilista qualitativamente diferente dos processos de expansão anteriores. As guerras de conquista já eram conhecidas desde a expansão mercantil dos séculos XIII e XIV, rumo aos portos do Oriente Médio e ao norte da Àfrica pelos caminhos do Mediterrâneo. Os tratados e as alianças com grupos mercantis locais, a construção de feitorias e de entrepostos comerciais também. Os suportes políticos das autoridades municipais, no caso das cidades italianas, não eram desconhecidos. As inovações políticas e econômicas surgidas em conjunto com o capitalismo mercantil no século XVI 1) A nova formação de uma nova ordem política mundial: os Impérios Coloniais; 2) Os novos centros de produção: os Impérios Coloniais, por sua vez, não foram caracterizados apenas pela troca, mas pela criação monopolizada de novos centros de produção. A produção das colônias onde parte do capital mercantil tornou- se investimento, isto é, foi aplicado nas frotas de comércio e guerra, em exércitos de dominação, em bens de produção nas colônias e no pagamento da burocracia imperial, também nas colônias. As colônias tornaram-se elementos ativos na consolidação dos impérios. Enfim, eram os espaços coloniais que, além de pagarem a sua própria dominação, tornaram- se os grandes centros de geração de capital para a Europa e suas burguesias. 3) Os deslocamentos populacionais: o crescimento produtivos da colônia era essencial e a expansão do capital dependia desse crescimento, mantendo a subordinação política desses espaços. Esse enorme deslocamento populacional da Europa às colônias, que levaram a povoar para produzir, administrar e subordinar os novos territórios sendo elementos da economia política dos Impérios Coloniais. Esse povoamento das novas terras por colonos europeus, a escravização dos povos nativos e a criação de rotas específicas de comércio de escravos pelo Atlântico foram, também, características novas nessa etapa da expansão do capital mercantil. Folha 02 -Moderna 4) A formação de novas sociedades: o enraizamento de colonos que se inseriram, por necessidade, e busca de riquezas, nas atividades mercantis, de forma direta, como comerciantes, ou indireta, como produtores de bens, geraram as novas sociedades coloniais. Essa composição étnica, os novos valores culturais que foram criados e as novas formas de enriquecimento permitiram a emergência de sociedades mercantis escravistas nas colônias. 5) A monetarização da economia: os impactos que o ouro e a prata promoveram na Europa do século XVI, sendo que nas etapas anteriores da expansão do capital mercantil, os fluxos de metais eram alternados, gerando picos de subidas de preço e a concentração de moedas nas cidades mercantis. O incessante aumento das moedas, cunhadas com esses metais americanos, gerou a sua desvalorização, isto é, a moeda como mercadoria tinha seu valor diminuído pela abundância de sua oferta. As boas moedas, de grande valor em ouro e em prata, eram praticamente monopolizadas pela nobreza e pela alta burguesia. Serviam como reserva, serviam para as suas compras em grande quantidade ou para objetos de luxo, caríssimos. A monetarização da sociedade trouxe inúmeras vantagens ao grande comércio, mas, para as transações do dia a dia, prejudicou grandes setores da população.
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