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Moderna – Resumo aula 07 – Capitalismo comercial e estruturas agrárias As áreas rurais europeias Características gerais das paisagens europeias e suas principais atividades. 1.os espaços imediatamente anteriores às áreas mediterrâneas (sul da Europa); 2.os espaços que iam do centro do continente europeu até o mar Báltico e o norte do oceano Atlântico (centro e norte da Europa); 3. Os espaços do leste europeu, que compreendiam principalmente a Rússia e a Polônia. Esses imensos espaços eram muito diferentes entre si, tanto pelos elementos geográficos e climáticos quanto pelos tipos de produção e regimes de propriedade do solo. A predominância das atividades agrícolas, voltadas para o abastecimento local e microrregional, com destaque para o cultivo de cereais. O trigo, a aveia, a cevada e o centeio foram os principais cereais cultivados e os principais meios de sustento da população. Esses cereais eram praticamente o único tipo de alimentação cotidiana da maioria dos povos europeus, até mesmo dos pobres das cidades. O cultivo do linho para fibras têxteis desenvolvendo as manufaturas têxteis e aumentando também o cultivo de plantas tintoriais. A existência de atividades extrativas ligadas ao solo e ao subsolo, desenvolvidas nas áreas rurais, compreendiam: a extração de madeiras, de areia, de argila e de metais. A extração de madeiras era utilizada de maneira intensiva devido aos direitos de uso, na construção. Outros tipos de madeiras eram usados para fazer lenha ou carvão, as cinzas das madeiras para fabricação do vidro e da pólvora. Os areais e barreiros eram usados para fazer a cerâmica de uso cotidiano e, mais tarde nas manufaturas de vidro desenvolvidas ao redor das cidades mercantis. As minas de ouro, de prata, de cobre, de ferro e de carvão de hulha tiveram suas atividades ampliadas no século XVI, principalmente a do carvão para as forjas. As áreas de pastagem sofreram um contínuo aumento. Além da criação dos animais de tração (cavalos, mulas e bois), aumentava a produção de gado para corte e, principalmente, da criação de ovelhas produtoras de lã para as manufaturas. Como as criações eram extensivas, as pastagens ocupavam vastas áreas, disputando espaço com a agricultura. A população rural habitava as aldeias, cuja comunicação entre si era difícil devido à precariedade dos caminhos, e eram rodeadas pelas lavouras, florestas e os pastos em comum. Possuíam raramente uma igreja, sendo comum a existência de capelas e ermidas nos seus arredores. Aldeias mais ricas e importantes estavam próximas de grandes abadias e mosteiros, ou então no entroncamento das principais vias de circulação de uma determinada região. A população era composta em sua maioria de servos e de camponeses livres. Os regimes de propriedade eram muito variados. Existiam as terras dos senhores da nobreza, as terras dos reis, as terras das abadias, dos conventos e da Igreja em geral. Possuindo ambas várias propriedades em uma mesma região. Os servos e pequenos camponeses tinham direito de uso do solo e das florestas, mas poucos, possuíam a propriedade do solo. Entretanto, todos estavam sujeitos às várias obrigações, sob a forma de prestação de trabalhos e de pagamento de tributos que deveriam prestar às mais altas autoridades locais e aos reis. A vida nas áreas rurais era muito difícil. Dependiam de garantir o cereal que os alimentariam no longo do inverno, trabalhando duro sob o sol para preparação do solo, do plantio, da colheita e da estocagem da produção. Nem todos podiam caçar para o seu abastecimento, já que a maioria das florestas eram reservas de caça da nobreza, podiam somente catas os galhos caídos das árvores para usarem como lenha, colher cogumelos, frutas e plantas próprias ao consumo, sempre em pequenas quantidades. A dieta dessa população rural era muito pobre e insuficiente. A água para beber era retirada de poços e rios, e a higiene das cabanas e das pessoas era inexistente. A subnutrição e a falta de asseio provocavam verdadeiras epidemias. O capital mercantil nas áreas rurais (as formas de inserção do capital mercantil no campo) O impacto da penetração do capital mercantil, que era indireta, passou a ser direta. O primeiro impacto do aumento da demanda e do aumento dos preços foi a criação de um valor econômico explícito para o solo. Esse valor econômico foi-se acentuando paralelamente à consolidação do capital mercantil, formando novos direitos de propriedade e quebrando as tradicionais relações entre os homens e o solo onde viviam e produziam. Mesmo quando as liberdades atingiam algumas regiões rurais e criavam novas oportunidades para a população, os antigos servos e camponeses tornavam-se homens livres endividados pelas taxações e tributos impostos pelos reis (a monetarização da economia campesina). O impacto da ação dos grandes senhores proprietários de terra para reter a mão de obra em seus domínios. O aumento dos cereais fez com que os grandes proprietários senhoriais percebessem a importância do desenvolvimento da produção nos seus domínios e, através dele, aumentassem a apropriação do trabalho dos seus servos e camponeses. Em algumas regiões europeias antigas, obrigações feudais, há muito em desuso, foram reestabelecidas retendo e oprimindo a população local. Essas medidas foram tentativas de maximizar os lucros, restabelecer o poderio senhorial e garantir a mão de obra. Folha 02 – Moderna aula 07 O impacto da atuação dos camponeses e mesmo dos Estados contra as grandes propriedades, inclusiva aquelas da Igreja. Esse grande impacto nas estruturas econômicas e culturais agrárias europeias foi expresso em duas grandes frentes: as revoltas camponesas e as lutas pela supremacia do poder real. As populações rurais passaram, de obrigações feudais ao pagamento de tributos reais sem, entretanto, atingirem uma possível melhoria de vida. Revoltas contra coletores de tributos, contra o aumento das taxas reais, contra a escassez dos alimentos que eram desviados para as cortes e cidades reais ampliavam o foco das revoltas camponesas.
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