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3 As 3 funções do Estado PL PE e PJ e o controle de constitucionalidade

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152
SEPARAÇÃO DOS PODERES
ART. 2° DA CR
1. Noções Preliminares:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
A nomenclatura “separação dos poderes” é equívoca, pois, como presente no art1° da CR, o poder é uno. Existe somente uma repartição de funções. Desse modo a expressão “poder” do art. 2° da CR deve ser entendida como órgãos: o órgão executivo, o órgão legislativo e o órgão judiciário. 
A Constituição não traz uma “separação de poderes”, mas a independência (auto-gestão) e a harmonia (limitação recíproca entre os poderes – checks and balances) entre eles.
2. Os pensadores que influenciaram a “separação dos poderes”:
Aristóteles: “A Política” – trouxe as funções que devem estar presentes em todos os governos: a função deliberativa, executiva e judicial. Trata-se de uma tripartição funcional.
John Locke: foi o 1° pensador a elaborar uma divisão de funções por órgãos. Sua proposta era uma bipartição orgânica: órgão executivo (que tinha as funções executiva e jurisdicional) e órgão legislativo (que tinha uma função legislativa).
Montesquieu: “O Espírito das Leis” – este é o pensador a quem é outorgado o pioneirismo na Separação dos Poderes, haja vista ter baseado sua teoria num tripartição orgânica. A cada órgão equivale uma função. Seu ideal estava presente na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, já que essa repartição é uma reposta direta ao Absolutismo.
3. Funções Típicas e atípicas:
Todo órgão exerce as 3 funções, sendo uma delas de forma precípua (típica). Isso decorre diretamente dos fundamentos presentes no art. 2° da CR: independência (cada órgão tem sua auto-gestão – função executiva) e a harmonia (freios e contrapesos – checks and balances).
Funções:
Legislativo: 
Legislativa cria a norma geral e abstrata que a todos obriga (lei)
típicasFiscalizadora pode ser vista sobre dois âmbitos: o político-administrativo (art. 58 CR – CPI) e o econômico financeiro (art. 70 a75 – auxiliado pelo Tribunal de Contas).
atípicasJulgadora julga presidente da república (art. 52 I CR).
Administrativa administra seus recursos e quadros de trabalho.
Executivo: 
Administrativa aplica a lei ao caso concreto, administrando a coisa pública.
Julgadora julgamento administrativo tributário (em sede de recurso)
Legislativa MP, decreto,... art. 84 IV CR
Judiciário: 
Julgadora aplica as leis ao caso concreto, substituindo a vontade das partes com força definitiva (Jurisdição).
Administrativa abertura de concursos,...
Legislativa juiz baixa portarias.
Para evitar a hipertrofia de um poder em face do outro, a Constituição estabelece um mecanismo de controle chamado “Freios e contrapesos”. Por ex:
Ministros do STF são indicados pelo chefe do Executivo após aprovação do Senado;
Quem julga o chefe do Executivo é o Senado, mas presidido pelo STF;
O veto do presidente é uma forma de controle do legislativo;
Derrubada do veto é um controle do legislativo sobre o Executivo.
OBS: função fiscalizadora do Órgão Legislativo: em um “Estado Legicêntrico”, o Legislativo está no centro, pois as decisões políticas são tomadas pelo Parlamento. Isso tem como base a 1ª geração de direitos, pois o Estado é inerte e basta a criação da lei, a qual interfere diretamente no indivíduo. Desde o início do século XX, a 2ª geração de direitos fundamentais tem por base um “fazer”, devendo o Estado sair de sua posição de inércia e agir. Esse “fazer” é a função de executar, típica do Executivo, passando este a deter a grande maioria das decisões políticas. Com isso, passando o Executivo a deter as decisões políticas, ele ganha diversos meios de iniciativa das leis (ex: MP, decreto-lei,...), os quais são mais acelerados do que o processo legislativo ordinário típico do legislativo. Esses instrumentos foram criados, pois o Executivo só age se existir a lei. O executivo passa a dominar o Processo Legislativo. A função típica de legislar do Legislativo está prejudicada, fazendo com que esse poder procura outros meios de atuar, restando para ele a FUNÇÃO FISCALIZADORA.
Nesse contexto, em razão do aumento da importância do órgão executivo e da quantidade de leis criadas, o Judiciário tem sua relevância majorada. Isso decorre da 3ª geração de direitos fundamentos, onde surgem novas ações a tutelar direitos difusos e coletivos: MS coletivo, o controle de constitucionalidade,...
FUNÇÃO LEGISLATIVA
1. Noções Preliminares:
O Legislativo da União é exercido pelo Congresso Nacional.
Legislativo da União bicameral (2 casas) – Câmara dos Deputados e Senado.
Legislativo dos Estados e Municípios unicameral
Espécies de bicameralismo:
Aristocrático: formado pela câmara alta (lordes) e câmara baixa (deputados).
Ex: Inglaterra
Federativo: câmeras baixas (deputados – povo) e câmaras altas (Senado – estado).
Espécies de manifestação do Legislativo da União:
Só a câmara art. 51 CR – resolução
Só o senado art. 52 CR – resolução (ler incisos X e XI)
Câmara e depois senado art. 48 CR – LO ou LC (“sanção do presidente”) – no caso da proposta de todos do art. 61, salvo do Senado.
Senado e depois Câmara art. 48 CR – LO ou LC – no caso das propostas de iniciativa do Senado.
Congresso Nacional art. 49 (ler inciso IX) – decreto legislativo 
Reunião ou sessão conjunta: art. 57 §3° CR e art. 166 CR – reunião na mesma hora, mas 1° votam os deputados e depois votam os senadores. A maioria pretendida deverá ser computada entre os membros de cada uma das casas independentemente. Ex: veto do chefe do executivo
Reunião ou sessão unicameral: foi utilizada 1 vez somente na CR de 1988, para a aprovação de emendas constitucionais pelo processo simplificado de revisão (art. 3° do ADCT). Nessa hipótese, o Congresso atuou como órgão unicameral, ou seja, com 594 congressistas, sendo todos com mesmo poder de voto, independente de serem do Senado ou da Câmara.
Reunião ou sessão preparatória: art. 57 §4º - feita 1 vez no ano antes da sessão ordinária para posse dos membros e eleição das mesas
Reunião ou sessão ordinária: art. 57 caput. É a regra e ocorre dentro dos períodos legislativos.
Reunião ou sessão extraordinária: art. 57 §6º.
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
§ 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º - Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I - inaugurar a sessão legislativa;
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do SenadoFederal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República;
 II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
OBS: é possível convocação extraordinária do Congresso, sendo que desde 2006 não é mais possível o pagamento de verba extra (GETOM) para tal convocação. Em regra, somente deliberará somente a matéria para o qual foi solicitado, salvo se houver MP trancando a pauta, hipótese em que esta será incluída automaticamente na pauta de votação.
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
Legislatura: prazo de 4 anos que corresponde ao mandato do deputado federal. Art. 44 § ú.
Sessão legislativa: art. 57 CR. período de 1 ano que compreende dois períodos legislativos:
1° período legislativo 02/02 a 17/07 – EC 50/06
2° período legislativo 01/08 até 22/12 – EC 50/06
CESPE – PGE/PB 2008: (V) No âmbito nacional, as sessões legislativas ocorrem no período de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1.º de agosto a 22 de dezembro, e cada legislatura, na Câmara dos Deputados, compreende quatro sessões legislativas.
Teoria das maiorias: 
Regra art. 47 CR. 
Regra 1: toda manifestação do legislativo se dá por maioria simples, salvo a LC e a EC.
Regra 2: não existe manifestação legislativa sem que ao menos se faça presente a maioria absoluta.
Maioria simples ou relativa qualquer maioria, desde que se faça presente ao menos a absoluta. É uma maioria variável, pois depende do número de presente na sessão. Ex: todas, salvo LC e EC.
Maioria absoluta o primeiro número inteiro acima da metade dos membros da casa legislativa. Ex: LC
Maioria qualificada qualquer maioria acima da absoluta. Geralmente vem expressa em fração. 
Todos os casos:
- por 3/5: EC
- por 2/3: votação da lei orgânica do Município e do DF, art. 30§2°, Câmara autoriza processo contra presidente e sua condenação pelo Senado, cancelamento de imunidade pelo congresso e Senados em estado de sítio, rejeitar aprovação por antiguidade de juiz, repercussão geral, súmula vinculante, fixação de alíquota do ICMS
2. Legislativo Federal, Estadual, DF e Municipal:
O Poder Legislativo federal é bicameral, exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Diz-se “bicameralismo federalista”, pois a Câmara representa proporcionalmente a população de cada Estado e o Senado representa por voto majoritário simples os Estados.
A representação dos Estados decorre da teoria federalista que exige que todos os entes federados participem da formação da vontade geral. Ressalta-se que os Municípios não tem representação, o que justifica a posição de José Afonso da Silva de que o mesmo não seria um ente federado.
O legislativo estadual, DF e Municipal é unicameral, composto por uma casa com representantes do povo com base no sistema proporcional.
Senado 81 senadores.
Câmara dos Deputados 513 deputados.
3. Espécies de sistema Eleitoral:
a) Sistema eleitoral majoritário: é aquele que dá maior importância ao candidato que ao partido político. Ocorre no Poder Executivo e no Senado. Ex: presidente, governador, prefeito,... Se divide em:
Puro ou simples: ocorre quando só há um turno de votação.
Ex: prefeito em municípios com menos de 200 mil eleitores e senador.
Com 2° turno de votação: o candidato eleito deve ter mais da metade dos votos válidos em que, se isso não ocorrer no 1° turno, deverá haver o 2° turno (nesse concorrerão os dois mais votados).
Ex: presidente, governador, prefeito com mais de 200 mil eleitores. Justificativa para tal espécie: fazer com que o eleito tenha representatividade e legitimidade de pelo menos 50% da circunscrição eleitoral.
OBS: por que o Senado é exceção??? Art. 46 CR.
Porque o Senado representa o Estado, não havendo necessidade de proporcionalmente representar os eleitores.
b) Sistema eleitoral proporcional: é aquele que dá maior importância ao partido político do que ao candidato. Ocorre no Poder Legislativo, salvo no Senado. Ex: deputado federal, estadual e vereadores. Art. 45 §1°:
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
        § 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população (≠ de eleitores), procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
	
OBS: nos territórios federais não se adotou a proporcionalidade, tendo o número fixo de 4 deputados independente da população.
OBS: para saber como se dá a votação no sistema proporcional, favor verificar a pg. 389 e 392 do livro “Direito Constitucional Descomplicado” de Marcelo Alexandrino.
OBS: votos válidos são os apurados menos os brancos e os nulos. (art. 77 §2° CR)
4. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal:
	
	Câmara Federal
	Senado
	Composição 
	- representantes do povo (deputados estaduais)
	- representantes do Estado (senadores)
	Eleição
	- sistema proporcional
	- sistema majoritário
	Quantidade
	- proporcional a cada Estado (8 a 70 deputados – art. 45 §1º), salvo os Territórios que elegem sempre 4 deputados.
	- número fixo de 3 por Estado, tendo cada um 2 suplentes
	Mandato
	- 4 anos (admite reeleição)
	- 8 anos (2 legislaturas)
	Renovação
	- a cada 4 anos
	- a cada 4 anos. Cada Estado possui 3 senadores, sendo que a renovação alternada a cada 4 anos na regra de 1 e 2. 
	Requisitos
	- maior de 21 anos
- brasileiro (nato ou naturalizado), pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral na circunscrição, e filiação partidária.
	- maior de 35 anos
- igual ao lado.
5. Mesas:
a) Conceito: órgão administrativo de direção das Casas Legislativas. A importância do mesa consiste no presidente da mesa que define a pauta de votação.
b) Mesas do Congresso Nacional: possui 3 mesas (mesa do Congresso, da Câmara e do Senado).
	Mesa da Câmara e do Senado
	Mesa do Congresso Nacional
	- legitimidade para ajuizar ADIN
- promulgam EC.
	- NÃO.
- NÃO.
c) Cargos das Mesas: Não são definidos pela Constituição, mas de acordo com o regime interno. Art. 57 §5° CR:
	MESA DO SENADO
	MESA DO CONGRESSO
	MESA DA CÂMARA
	Presidente
1° vice-presidente
2° vice-presidente
1° secretário 
2° secretário
3° secretário
4° secretário
	Presidente do Congresso
1° vice-presidente
2° vice-presidente
1° secretário
2° secretário
3° secretário
4° secretário
	Presidente
1° vice-presidente
2° vice-presidente
1° secretário 
2° secretário
3° secretário
4° secretárioOBS: presidente da câmara não possui função no Congresso.
OBS: Senador que preside o Senado também preside o Congresso.
d) Mandato das mesas: são eleitos para mandatos 2 anos. A CR veda a reeleição para os mesmos cargos da mesa (art. 57 §4° CR), não proibindo, por ex, que o vice-presidente seja reconduzido como presidente. Essa norma não se trata de norma de reprodução obrigatória nas Constituição Estaduais, nem na lei orgânica dos Municípios.
6. O Senado, a Câmara e o STF no julgamento dos crimes:
Em relação ao julgamento de competência do Senado (ex: presidente da república, ministros do STF, PGR, AGU nos crimes de responsabilidade), o entendimento é de que a autorização da Câmara dos Deputados obriga a instauração do processo para apuração dos crimes de responsabilidade. Uma vez admitida a acusação pela Câmara, não cabe ao Senado emitir novo juízo, furtando-se ao julgamento da autoridade.
Quando o Senado julga alguém com base no inciso I e II do art. 52 da CF, temos o denominado processo de impeachment, situação em que o Senado, sob a presidência do Presidente do STF atuará como verdadeiro “tribunal político”. O impeachment nada mais é do que o impedimento da autoridade para o exercício de cargo ou mandato, em razão de prática de crime de responsabilidade. Além da perda do cargo ou mandato, a condenação impõe a inabilitação por 8 anos para o exercício de qualquer função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; 
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
O mesmo não ocorre nos julgamentos da Competência do STF (ex: os mesmos acima nos crimes comuns). Mesmo com a autorização da Câmara, o tribunal não está obrigado a proceder o julgamento. Assim, o STF efetuará um juízo de admissibilidade da denúncia de forma independente, podendo ou não rejeita-la.
7. Estatuto dos Congressistas: José Afonso da Silva
a) Conceito: conjunto de regras diversas do Direito comum, previstas na CR (art. 53 e ss.), que garantem aos parlamentares direitos, prerrogativas, deveres e incompatibilidades.
b) Institutos presentes no Estatuto do Congresso Nacional:
Imunidades (material e formal) – art. 53 §§ 2° a 5° CR.
Prerrogativas de foro – art. 53 § 1° CR.
Serviço militar – art. 53 §7° c/c art. 143 da CR.
Isenção do dever de testemunhar – art. 53 §6° CR.
Incompatibilidades – art. 54 CR.
Vencimentos – art. 49 III da CR.
c) Imunidades e Prerrogativas de foro: Imunidades são prerrogativas ofertadas em razão do cargo tendo como maior característica a irrenunciabilidade (são de ordem pública). Se diferem dos privilégios, por este se relacionarem com a pessoa.
Histórico: Tem início, remotamente, no Direito Romano onde os tribunos tinham liberdade de expressão e não se responsabilizavam por sua fala. Mas, recentemente, sua origem tem como base o direito inglês (1688 - Inglaterra) onde os parlamentares tinham liberdade de expressão dentro do parlamento. Esse instituto também está presente nos EUA, bem como em todas as Constituições Brasileiras (com exceção da Constituição de 1967 que afastava a imunidade em crimes previstos na lei de segurança nacional). Na Constituição de 1988, a EC 35/01 alterou substancialmente este instituto.
Finalidade da Imunidades: garantir a independência do legislativo (finalidade institucional) e a liberdade do parlamentar (finalidade democrática ou pessoal), evitando-se perseguições políticas
Imunidade Material, substancial, real ou inviolabilidade:
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
Conceito: Os parlamentares têm como instrumento para o exercício de suas funções as palavras, portanto não podem ser responsabilizados civilmente nem penalmente por suas palavras, votos e opiniões no exercício de suas funções. Deve-se ressaltar que ao interpretar o art. 53, no termo irresponsabilidade civil é possível extrair outras irresponsabilidades, totalizando ao final: irresponsabilidade administrativa (disciplinar), política, civil e penal.
Irresponsabilidade civil não pode ser réu em ação de indenização
Irresponsabilidade administrativa não perderão o cargo
Irresponsabilidade penal não pode ser réu em crimes de palavra (injúria, calúnia e difamação).
Irresponsabilidade política o partido político não pode sancionar um de seus deputados, por ex, expulsando ele do partido.
Deve-se ressaltar que as irresponsabilidades supra citadas devem ser em razão de opinião, palavras ou votos no exercício de suas funções.
Nessa imunidade não há IP, ação, nem nenhuma medida persecutória cabível. Também não é possível o pedido de explicação judicial, pois este servirá como base para futura ação penal ou civil.
Natureza jurídica da imunidade: 
Causa funcional de isenção de pena Damásio
Causa excludente de antijuridicidade Celso Bandeira de Melo
Causa excludente do crime o fato é típico, mas não antijurídico; Pontes de Miranda, Nelson Hungria e José Afonso da Silva.
Causa de extinção da punibilidade majoritário
Causa de Exclusão de Tipicidade STF
Início da imunidade material: a partir da diplomação
Final da imunidade material: mesmo após o término do mandato, desde que sido no exercício do mandato.
Pertinência temática e imunidade material: Segundo o entendimento do STF, deve haver uma relação de causalidade (nexo) entre a palavra e o exercício da função. Se a palavra for proferida dentro do Congresso o nexo se presume (presunção absoluta). Se a palavra é proferida fora do Congresso, esse nexo não se presume, devendo-se buscar a chamada “conexão com o exercício do mandato”. Ainda segundo STF, esse nexo deve ser provado pelo parlamentar.
Essa imunidade se estende aos co-autores?
Corrente 1: Não – Nucci, Mirabete e S. 245 STF “A imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa”. 
Corrente 2: Sim. LFG entende que essa súmula se restringe somente à imunidade processual, não a material, estendendo, portanto, aos co-autores, ou seja, serão imunes materialmente não respondendo.
A imunidade só protege o parlamentar não se estendendo aos assessores ou suplentes;
A imprensa pode divulgar opiniões do parlamentar sem que este seja responsabilizado.
Essa imunidade protege parlamentares estaduais (deputados estaduais) e municipais (vereadores)?
Os deputados estaduais possuem a mesma amplitude da imunidade, estando revogada a S. 3 do STF. Já os vereadores, com base no art. 29 VIII da CF, sua inviolabilidade material é restrita à circunscrição do Município, devendo haver um nexo funcional.
Art. 29 VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município.
Imunidade processual, formal, relativa ou adjetiva:
Conceito: se dá de duas formas: em relação à prisão e em relação ao processo, ou seja, sempre que houver subtração da liberdade de locomoção. Não impede o inquérito judicial e a ação.
Início: com a diplomação (última fase do procedimento eleitoral).
RMS 16727 – STJ em 21/02/2006: 
IV - 
Diplomação
 é ato jurisdicional declaratório através do qual a
 
Justiça Eleitoral credencia os candidatoseleitos e, conforme o
 
caso, seus suplentes, habilitando-os a tomar posse, ou seja, a
 
assumir e exercer os respectivos mandatos eletivos. A Constituição
 
Federal impõe aos diplomados incompatibilidades contratuais e
 
funcionais, visando "as garantias 
de
 isenção e independência dos
 
membros do corpo legislativo se antecipassem ao começo da
 
legislatura, ao encetamento do mandato, a fim 
de
 que a pressão ou a
 
corrupção 
exercidas
 pelo Governo sobre os eleitos não viesse a
 
actuar sobre a verificação 
de
 poderes e a organização do Parlamento"
 
(Ruy Barbosa, citado por Alexandre 
de
 Moraes, in Constituição do
 
Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 2ª ed., Atlas, p.
 
1045).
Essa imunidade protege parlamentares estaduais (deputados estaduais) e municipais (vereadores)?
Os deputados estaduais são protegidos. Todavia, os vereadores não, salvo a prerrogativa de foro, desde que a Constituição do Estado preveja.
Prerrogativas de foro:
Parlamentares federais prerrogativa de foro no STF (art. 57 §3° CR)
Parlamentares estaduais prerrogativa de foro no TJ
Os vereadores não possuem essa imunidade, mas Constituição do Estado pode prever.
Imunidade processual em relação à prisão: Congressista não pode ser preso, salvo:
Pena definitiva com trânsito em julgado: entendimento do STF (RTJ 135/509)
Prisão em flagrante por crime inafiançável: deve haver comunicação à casa legislativa pelo delegado em 24h para que esta delibere sobre a manutenção do flagrante (manifestação de natureza política). Em seguida remete-se ao STF, que é o juiz natural dos deputados e senadores federais, para dar início ao inquérito judicial. Terminado o inquérito remete-se ao PGR
Não são cabíveis prisões civis (Ex: alimentos), nem prisão cautelar (ex: temporária, preventiva, decorrente de pronúncia, flagrante por crime afiançável,...)
Prisão em flagrante – crimes inafiançáveis – fase de Inquérito Judicial
Fi
nalizado o inquérito judicial, remete-se ao PGR.
Re
mete-se ao STF para iniciar o inquérito judicial.
A casa delibera sobre a manutenção da prisão (natureza política).
Efetuada a prisão o delegado tem 24 horas para remeter à respectiva casa.
Presidido pelo relator do processo no STF.
Imunidade processual em relação ao processo: pessoa com prerrogativa de foro não está submetido a inquérito policial, mas a inquérito judicial a ser presidido pelo relator do processo no STF.
Lei 8038/90: antes de receber a denúncia o STF oficia o parlamentar para apresentar defesa preliminar em 15 dias. Ofertada a defesa, o STF recebe ou não a denúncia. Se recebida, deve informar à casa respectiva do início da ação penal. Requisitos para aplicar a imunidade processual:
Crime praticado após a diplomação: crimes anteriores não possuem imunidade processual, mas serão processados no STF. Não existe comunicação, neste caso, à casa respectiva.
Recebimento da denúncia do STF que dará ciência à casa respectiva.
Requerimento de partido político com representante no Congresso Nacional.
Aprovação da suspensão por maioria dos seus membros (ou seja, absoluta). A sustação do processo suspende a prescrição enquanto durar o mandato.
Prisão em flagrante – crimes inafiançáveis – fase 
processual
A qua
lquer tempo, até a decisão, pode ocorrer a sustação do processo.
Se o STF recebe a denúncia deverá informar à casa respectiva.
STF oficia parlamentar para apresentar 
Defesa prévia
 em 15 dias.
Oferecimento da Denúncia pelo PGR.
Crimes após a diplomação, com o término do mandato, o que acontece com o processo? Será iniciado no STF ou no juiz de piso?
	Crime antes das funções
	Crime durante as funções
	Crime após às funções
	Logo que diplomado, altera-se a competência, remetendo para o STF. Mesmo se for Júri também será remetido. Não é possível a suspensão pela casa respectiva.
	Aplica o foro por prerrogativa. Quando acaba o mandato, os processos são remetidos para o foro normal sem a prerrogativa.
ADIN 2797.
	Não tem foro por prerrogativa.
	EMENDA CONSTITUCIONAL 35 – Art. 53 §3° da CR
	Antes da EC/35
	Depois da EC/35
	Qualquer crime, antes ou depois da diplomação, para processar o congressista o STF precisava de autorização da casa legislativa.
	Qualquer crime praticado após a diplomação, o STF processa e dá ciência à casa legislativa para ela sustar o processo (e também a prescrição).
ART. 53 CR:
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
A imunidade só protege o parlamentar não se estendendo aos assessores ou suplentes;
Suplente de Senador e Prerrogativa de Foro
O Tribunal negou provimento a agravo regimental interposto, nos autos de inquérito, contra decisão que determinara a baixa dos autos ao Juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Campo Grande, em razão de o querelado, suplente de Senador, acusado da suposta prática dos delitos previstos nos artigos 20, 21 e 22, todos da Lei 5.250/67, deixar de exercer mandato parlamentar, em face do retorno do titular ao cargo. Na linha da jurisprudência da Corte, considerou-se que, embora juntamente com cada Senador sejam eleitos dois suplentes, a posse no cargo, que constitui ato formal indispensável para o gozo das prerrogativas ligadas à função legislativa, dá-se apenas com relação àquele que efetivamente o exerce, em caráter interino ou permanente. Asseverou-se que os suplentes não têm jus às prerrogativas inerentes ao cargo enquanto o titular estiver em exercício, possuindo, apenas, mera expectativa do direito de substituir, eventualmente, o Senador com o qual foram eleitos. Ressaltou-se, ainda, que a diplomação dos suplentes constitui formalidade anterior e necessária à eventual investidura no cargo, nos termos dos artigos 4º e 5º, do Regimento Interno do Senado Federal, não se podendo, entretanto, depreender disso que a eles seja aplicado, automaticamente, o Estatuto dos Congressistas, ou seja, o conjunto de normas constitucionais que estatui o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional, prevendo suas prerrogativas e direitos, seus deveres e incompatibilidades, salvo se assumirem o cargo interina ou definitivamente. (...) Precedente citado: ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006). Inq 2453 AgR/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 17.5.2007. (Inq-2453) 
Essa imunidade se estende aos co-autores?
Não – S. 245 STF “A imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa”. Nesse caso, havendo concurso de agentes, com processo em curso em face de ambos, se um for deputado federal e conseguir a sustação do processo, o processo continuará quanto ao outro, ocorrendo o desmembramento do processo (Inq. 1107)
OBS: deputado estadual.
Crime estadual TJ (segue a regra do quadro abaixo.)
Crime federal TRF. Aqui não existe comunicação à casa respectiva. Essa imunidade só pode ser alegada perante as autoridades estaduais, não em face de autoridades federais.
EM SUMA,
Fato antes da diplomação:
Civil 
 não existe prerrogativa de foro e será processado normalmente.
Penal 
 com a diplomação remete-se tudo ao STF (inquéritoou ação penal), sem a ciência da casa respectiva.
 (não susta).
Fato após a 
diplomação
 e sem relação com o exercício da função:
Civil 
 não existe prerrogativa de foro e será processado normalmente.
Penal 
 
processado no 
STF
, podendo sustar a respectiva casa a qualquer momento
Fato após a 
diplomação 
e com relação com o exercício da função:
Civil 
 não existe processo, pois será imune materialmente (opiniões, palavras e votos). Falta Condição da Ação (possibilidade jurídica da demanda).
Penal 
 não será processado por ser imune materialmente.
Imunidade Material e Formal X Estado de Sítio: art. 53 §8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
c) Serviço Militar: ART. 53 - § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. Em regra não pode ser convocado, salvo autorização.
d) Isenção do Dever de Testemunhar: ART. 53 - § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
Todo cidadão é obrigado a testemunhar, salvo parlamentares sob informações recebidas no exercício de sua função (pertinência temática). Esta isenção pode ser renunciada por ser uma prerrogativa da pessoa e não da função.
e) Prerrogativa do Parlamentar como Testemunha: se o parlamentar for testemunha tem direito de marcar dia, hora e local do ato. No entanto, entende o STF que o prazo para tal é de 30 dias, sob pena de perda da prerrogativa:
Art. 221 do CPP: Não Comparecimento e Perda da Prerrogativa
O Tribunal resolveu questão de ordem suscitada em ação penal no sentido de declarar a perda da prerrogativa prevista no caput do art. 221 do CPP (“O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.”) em relação a Deputado Federal arrolado como testemunha que, sem justa causa, não atendera, ao chamado da justiça, no prazo de trinta dias. Na espécie, o juízo federal encarregado da diligência informara que o parlamentar em questão, embora tivesse indicado cinco diferentes datas e horários em que desejava ser inquirido, não comparecera a nenhuma das audiências designadas nessas datas por ele indicadas. Asseverou-se que a regra prescrita no art. 221 do CPP tenta conciliar o dever que todos têm de testemunhar com as relevantes funções públicas exercidas pelas autoridades ali mencionadas, por meio de agendamento prévio de dia, hora e local para a realização de audiência em que essas autoridades serão ouvidas. Afirmou-se que o objetivo desse dispositivo legal não seria abrir espaço para que essas autoridades pudessem, simplesmente, recusar-se a testemunhar, seja não indicando a data, a hora e o local em que quisessem ser ouvidas, seja não comparecendo aos locais, nas datas e nos horários por elas indicados. Em razão disso, concluiu-se que, sob pena de admitir-se que a autoridade, na prática, pudesse, indefinidamente, frustrar a sua oitiva, dever-se-ia reconhecer a perda da sua especial prerrogativa, decorrido tempo razoável sem que ela indicasse dia, hora e local para sua inquirição ou comparecesse no local, na data e na hora por ela mesma indicados. Registrou-se, por fim, que essa solução não seria nova no cenário jurídico brasileiro, tendo em conta o disposto no § 7º do art. 32 da EC 1/69, incluído pela EC 11/78, que estabelecia a perda das prerrogativas processuais de parlamentares federais, arrolados como testemunhas, que não atendessem, sem justa causa, no prazo de trinta dias, ao convite judicial. O Min. Celso de Mello observou que essa prerrogativa processual muitas vezes é utilizada para procrastinar intencionalmente o regular andamento e o normal desfecho de causa penal em andamento na Corte, e que a proposta formulada pelo relator seria plenamente compatível com a exigência de celeridade e seriedade por parte de quem é convocado como testemunha para depor em procedimentos judiciais. AP 421 QO/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 22.10.2009. (AP-421)
f) Aplicação do Estatuto dos Congressistas:
Aos deputados estaduais 100% possível com base no art. 27 §1° CF
Aos vereadores só possuem imunidade material nos termos colocado páginas atrás. Não possuem a imunidade formal (salvo em relação a prerrogativa de foro se previsto na Constituição do Estado).
OBS: parlamentar em licença para outro cargo (ministro) ou suspenso, perde a imunidade por ser relativo ao cargo e não à pessoa (art. 56 I CF). Todavia, o afastamento não impede a instauração de processo disciplinar perante a respectiva casa, o que obriga que o mesmo mantenha seu decoro, sob pena de inclusive perder seu mandato.
OBS: município “A” não tem rádio e um vereador do Município “A” tem que usar a estação de rádio “B” que alcança o município “A”, ele estará imune?
Pela literalidade não estará, todavia o STF, por interpretação teleológica, entende que sim.
OBS: Qual a conseqüência da renúncia do mandato pelo parlamentar???
Se o parlamentar renunciar o mandato antes do inicio do processo que vise à decretação da perda do seu mandato, a renúncia será plenamente válida, hipótese em que o processo não será iniciado. Isso tem por fim impedir a decretação de sua inexigibilidade pelo prazo de 8 anos.
Diferentemente, depois de iniciado o processo, a renúncia do parlamentar ficará com seus efeitos suspensos, até as deliberações finais da Casa, a respeito da perda ou não do mandato. Ao fim das deliberações, se a Casa decidir pela perda do mandato, a renúncia não terá qualquer efeito. Caso não ocorra a perda do mandato, a renúncia produzirá seus efeitos.
Art. 54 § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
Imunidade formal e uma recente decisão do STF: inf. 491:
TÍTULO: Renúncia a Mandato de Parlamentar e Competência do STF – 3 
PROCESSO: AP - 333
No que concerne à questão alusiva à possibilidade do prosseguimento do feito, ante a renúncia, o Tribunal, por maioria, declinou de sua competência para o Juízo Criminal da Comarca de João Pessoa/PB, tendo prevalecido, no ponto, o voto do Min. Marco Aurélio. Entendeu-se que, em razão da renúncia do parlamentar, cessada estaria a competência do Supremo para julgar o feito. Considerou-se que a renúncia teria sido exercida de forma legítima, inclusive antes de ter se dado o início ao julgamento, ato que não seria passível de questionamento, surtindo efeitos por simples manifestação de vontade. Ressaltou-se que, diante disso, ao Tribunal caberia tão-só, sob pena de transformar-se em órgão de exceção, constatar não haver mais ação penal dirigida contra detentor de mandato eletivo, e sim contra cidadão comum. Aduziu-se, quanto à assertiva de que o acusado visara, com a renúncia, afastar a competência do Supremo, dever-se, no campo da presunção, acolher o que normalmente ocorre e não o extravagante. Ademais, salientou-se que a atuação do Supremo pressuporia o restabelecimento da condição de Deputado Federal, o que não seria possível, considerado eventual vício no ato de vontade formalizado, tendo em conta as balizas, o objeto, até mesmo, do processo penal.Por fim, afirmou-se que, ainda que se admitisse que o fim visado tivesse sido o de julgamento pelo Tribunal do Júri e, por conseqüência, o retardamento do julgamento, estar-se-ia diante de processo-crime, no qual surge não só a necessária defesa técnica como a autodefesa. AP 333/PB, rel. Min. Joaquim Barbosa, 5.12.2007. (AP-333) 
TÍTULO: Renúncia a Mandato de Parlamentar e Competência do STF – 4
PROCESSO :AP - 333
Quanto a essa última questão, ficaram vencidos os Ministros Joaquim Barbosa, relator, Carlos Britto, Cezar Peluso e Cármen Lúcia, que a resolviam no sentido do prosseguimento do feito perante esta Corte, ao fundamento de se estar caracterizado, na espécie, caso de abuso de direito sob a roupagem de um suposto direito subjetivo. Asseveraram que a renúncia consubstanciaria manobra processual para obstaculizar a efetiva prestação jurisdicional pelo Supremo, tendo em vista que o réu a formalizara somente 5 dias antes da sessão de julgamento, quando já publicada a pauta, não obstante pudesse fazê-lo durante a longa instrução processual. (...). Precedentes citados: HC 69325/GO (DJU de 4.12.92); HC 70581/AL (DJU de 29.10.93); HC 79212/PB (DJU de 17.9.99); RE 162966/RS (DJU de 8.4.94); HC 73232/GO (DJU de 3.5.96); HC 58410/RJ (DJU de 15.5.81); HC 78168/PB (DJU 29.8.2003); Rcl 511/PB (DJU de 15.9.95); HC 69344/RJ (DJU de 18.6.93). AP 333/PB, rel. Min. Joaquim Barbosa, 5.12.2007. (AP-333) 
8. Tribunal de Contas da União:
Como já colocado, uma das funções típicas do Legislativo é fiscalizar. Tal fiscalização é feita por meio de 2 controles:
Controle interno: feito internamente por cada poder em razão das finalidades do art. 74 CF.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Controle externo: o Legislativo, além de ter a possibilidade do controle interno, também efetua o controle externo com o auxílio do Tribunal de Contas, como se depreende do art. 74 IV visto acima.
Assim, o TCU é órgão auxiliar e de orientação do Poder Legislativo, embora a ele não esteja subordinado, praticando atos de natureza administrativa, concernentes basicamente à fiscalização. Seus atos não são de natureza jurisdicional.
Os ministros do TCU gozam das mesmas prerrogativas dos ministros do STJ, devendo ter como requisitos:
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
§ 1º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
Os ministros serão nomeados pelo Presidente da República (art. 84 XV)
a) quem está submetido ao TCU: Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
(V) PGE – Paraíba CESPE 2008: A participação do estado da Paraíba no resultado da exploração do petróleo localizado em sua dimensão territorial ou a compensação financeira por essa exploração são consideradas receitas originárias do estado, não cabendo ao Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalizar a aplicação desses recursos.
OBS: isso ocorre, pois a exploração decorre de um bem do Estado em razão da disposição “localizado em sua dimensão territorial”.
b) Competência do TCU: As atribuições do Tribunal de Contas da União encontram-se especificadas n
o artigo 71 da Constituição Federal e podem ser classificadas em:
Função auxiliar do Poder Legislativo (incisos I e VII); 
Atividade fiscalizadora de natureza preventiva ou repressiva (incisos IV, V, VI, IX, X e XI do art. 71), 
Função de julgamento (incisos II e VIII do art. 71).
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
OBS: o TCU somente aprecia as contas do Presidente, já que o julgamento é feito pelo Congresso Nacional.
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
OBS: Com exceção do Presidente, todos os demais órgãos federais terão suas contas julgadas pelo TCU.
OBS: a parte em vermelho acima se refere à chamada “tomada de contas especial”. Trata-se de um procedimento destinado a apurar o fato específico em que haja suspeita de lesão ao erário. Difere-se da tomada de contas normal, em que esta independe da lesão ao erário e é feita à toda Administração Pública.
O STF julgou se a tomada de contas especial era aplicada à empresas públicas e sociedades de economia mista (MS 25.092), sendo que concluiu pela aplicação, pois a maioria do capital é do Estado.
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
OBS: o que o TCU faz quando descobre ilegalidade no registro do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão?
MS 21466 – “O Tribunal de Contas da União, no desempenho dessa específica atribuição, não dispõe de competência para proceder a qualquer inovação no título jurídico de aposentação submetido a seu exame. Constatada a ocorrência de vício de legalidade no ato concessivo de aposentadoria, torna-se lícito ao Tribunal de Contas da União - especialmente ante a ampliação do espaço institucional de sua atuação fiscalizadora - recomendar ao órgão ou entidade competenteque adote as medidas necessárias ao exato cumprimento da lei, evitando, desse modo, a medida radical da recusa de registro. Se o órgão de que proveio o ato juridicamente viciado, agindo nos limites de sua esfera de atribuições, recusar-se a dar execução a diligência recomendada pelo Tribunal de Contas da União - reafirmando, assim, o seu entendimento quanto a plena legalidade da concessão da aposentadoria -, caberá à Corte de Contas, então, pronunciar-se, definitivamente, sobre a efetivação do registro.” No mesmo sentido o MS 25072 de 02/2007 “3. O Tribunal de Contas da União, ao julgar a legalidade da concessão de aposentadoria, exercita o controle externo a que respeita o artigo 71 da Constituição, a ele não sendo imprescindível o contraditório.” E, ainda, seguindo tal entendimento, a súmula vinculante abaixo permite a análise do ato de concessão inicial da aposentadoria, reforma e pensão.
OBS: S. vinculante 3: NOS PROCESSOS PERANTE O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ASSEGURAM-SE O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA QUANDO DA DECISÃO PUDER RESULTAR ANULAÇÃO OU REVOGAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO QUE BENEFICIE O INTERESSADO, EXCETUADA A APRECIAÇÃO DA LEGALIDADE DO ATO DE CONCESSÃO INICIAL DE APOSENTADORIA, REFORMA E PENSÃO.
Nesse sentido, “III. Contraditório, ampla defesa e devido processo legal: exigência afastada nos casos em que o Tribunal de Contas da União, no exercício do controle externo que lhe atribui a Constituição (art. 71, III), aprecia a legalidade da concessão de aposentadoria ou pensão, só após o que se aperfeiçoa o ato complexo, dotando-o de definitividade administrativa.” – MS 25409 de 03/2007.
OBS: Concurso MPF (2007) – esse ato de administrativo de apreciação pelo TCU configura um ato complexo (RE 195.861), o que justificou a criação da S. 6 STF: “A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal, ressalvada a competência revisora do judiciário”.
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
OBS: esse inciso caiu na prova da ESAF, onde substituíram “contas nacionais” por contas internacionais.
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
OBS: a sustação dos atos é feito pelo TCU, em que este fixará um prazo para que o órgão tome as medidas cabíveis. 
Contudo, se for um contrato, a sustação só pode ser feita pelo Congresso Nacional (essa atribuição do Congresso classifica-se como um ato de controle financeiro – ESAF), onde esse solicitará as medidas cabíveis o poder executivo para sanar a irregularidade. Se nada for feito por ambos no prazo de 90 dias, o TCU terá competência para decidir a respeito.
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
OBS: As decisões do TCU que resultem imputação de débito ou multa tem eficácia de título executivo, ou seja, é instrumento idôneo para instruir e subsidiar o processo de execução do devedor perante o Poder Judiciário.
§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
OBS: Segundo jurisprudência do STF, o TCU no desempenho de suas funções tem competência para realizar controle de constitucionalidade das leis, podendo afastar a aplicação de uma lei ou ato normativo. Essa declaração de inconstitucionalidade deve ser feita por maioria absoluta de seus membros com base na “reserva de plenário” (Art. 97 CF).
OBS: quem julga as contas do próprio TCU?
Segundo a doutrina, entendimento acolhido pelo STF, o próprio TCU. Inexiste regra expressa na Constituição.
Essa regra é aplicável a Estados e Municípios? Sim, mas o STF julgou constitucional a possibilidade da Constituição do Estado determinar o julgamento das contas pela Assembléia Legislativa. Tal regra se aplica ao Município em relação à Câmara dos Deputados, quando tiver TC.
(V) AFCE TCU – O Tribunal de Contas da União, no âmbito de sua competência e jurisdição, como órgão de controle externo, dispõe de poder regulamentar, em razão do qual pode expedir atos e instruções de caráter normativo sobre matéria de suas atribuições e organização dos processos que lhe devam ser submetidos.
(V) ESAF – O TCU analisa a legalidade dos atos de admissão de pessoal, não incluídas as nomeações para cargo de provimento em comissão.
(V) ESAF – Existe controle do TCU sobre a renúncia de receitas, mesmo que não envolvam gastos públicos.
(V) ESAF – O controle externo exercido pelo TCU, quantos aos atos praticados pela Administração Pública Federal, relativos a concessões de aposentadorias, é tipicamente posterior.
O enunciado traz um ato de controle do TCU em relação aposentadorias concedidas pela União. Deseja-se saber quando é feito esse controle pelo TCU. Ora, se é concessão de aposentadoria o controle só pode ser feito após a concessão, com base no inciso III. A vedação é na concessão, possibilitando seu exame após tal fato. Sendo após é posterior.
c) fiscalização e controle da execução orçamentária e financeira:
- Fiscalização e controle da execução orçamentária e financeira. Aspectos. Pessoas sujeitas ao controle. Tipos de controle: A fiscalização orçamentária e financeira, a teor do disposto no art. 70 da CF, deve abranger os aspectos da legalidade, legitimidade e economicidade, bem como aplicação de subvenções e renúncia de receitas. 
Sob o prisma da legalidade, impõe-se a verificação dos requisitos necessários à realização da despesa, isto é, ao gastar o dinheiro público o administrador deve observar rigorosamente as autorizações e as limitações da lei orçamentária sob execução, sob pena de caracterização de crime de responsabilidade (CF, art. 85, VI; Lei 1.079/50, art.4º, VI; Dec.-lei 201/67, art. 1º) e ato de improbidade administrativa (Lei 8.429/92, art. 10, IX). Sob o enfoque da legitimidade, a fiscalização examina o mérito do ato praticado pelo agente público para detectar possível desvio de finalidade, significando, ainda, o controle do resultado da execução orçamentária, para apurar-se se o dinheiro público foi aplicado em consonância com o bem-estar da coletividade, com a moralidade e a isonomia. Economicidade é o respeito à melhor relação custo-benefício, em que nãoimplique o desperdício dos recursos do Estado.
As subvenções são auxílios governamentais concedidos às entidades públicas ou privadas, em geral, instituições sociais e educacionais, sem finalidades lucrativas, com o fito de ajudá-las na consecução de seus objetivos estatutários. O art. 201, §8º, da CF, veda subvenção às entidades de previdência privada com finalidades lucrativas. Renúncia de receitas, por seu turno, só pode ocorrer nas hipóteses e nas condições da lei. O exercício total da competência tributária não é compulsório, mas, uma vez exercitado e instituído o tributo, somente a lei poderá dispensar a sua arrecadação.
No que tange às pessoas sujeitas ao controle, estão abrangidas a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e entidades da Administração Direta e Indireta, bem como qualquer pessoa física ou entidade pública, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Segundo leciona Kyioshi Harada, a Constituição Federal Brasileira prevê mecanismos de controle interno externo e privado.
O controle interno está previsto no art. 70 da CF, sendo que a sua finalidade (fiscalização do cumprimento das metas previstas no plano plurianual, da legalidade e eficiência da gestão orçamentária e controle das operações de crédito) e os parâmetros de sua realização encontram-se elencados no art. 74 da Carta Política. O controle interno deve apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional, devendo os seus responsáveis, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de crime de responsabilidade.
O controle externo é exercido exclusivamente pelo Congresso Nacional, nos termos dos arts. 70 e 49, X, da CF, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, e, a exemplo do controle interno, objetiva a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos entes constitucionais e das entidades da Administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas. Doutrinariamente são conhecidos três tipos de controle externo: o controle prévio, o concomitante e o posterior.
O controle prévio de contas, realizado mediante o registro prévio das despesas, foi abolido do sistema brasileiro pela Constituição de 1967 (até a Constituição de 1967 era necessário o registro do contrato para posterior realização da despesa). Atualmente, descoberta a irregularidade no curso da realização da despesa, ocorre a sustação do ato de execução (controle concomitante), ou verificada a ilegalidade ou abuso na despesa, por ocasião do julgamento das contas dos administradores em geral, cabe ao Tribunal de Contas aplicar aos responsáveis as sanções previstas em lei (controle posterior).
O Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar do Congresso Nacional no que tange ao controle externo é composto por nove ministros, que devem preencher os requisitos do §1º do art. 73 da CF. e que são escolhidos segundo o disposto no §2º do mesmo dispositivo. Em decorrência do princípio federativo, o art. 75 da CF estatui que as normas estabelecidas na referida Seção IX aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. O TCU fiscalizará a aplicação dos recursos federais, mesmo que tenham sido transferidos aos Estados ou Municípios; o TCE fiscaliza os recursos estaduais. Assim, importa a origem dos recursos, para definição da competência fiscalizadora.
Importa ressaltar que a CF veda a criação de novos Tribunais de Contas do Município, órgãos municipais que fiscalizam as contas do município em que instalados (CF, 31, §4º). Coisa diversa é a possibilidade de criação (chancelada pelo STF, ADIn 154) de Tribunais de Contas dos Municípios, órgãos estaduais com competência pra julgar as contas de todos o municípios localizados na circunscrição territorial do Estado.
d) Principais entendimentos do STF com relação ao TCU
1) O TCU não pode manter no anonimato o autor de denúncias
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de dispositivo do Regimento Interno do Tribunal de Contas da União (TCU) que permitia o sigilo do autor de denúncias contra servidores públicos (MS 24405, rel. Min. Carlos Velloso, 3/12/2003).
Nessa ação, discutiram os Ministros do STF se seria condizente com a Constituição Federal a norma que autoriza o TCU a manter o sigilo em relação ao nome da pessoa que, perante aquela Corte, faz denúncia contra administradores públicos da prática de irregularidades por parte destes.
Ao final, o Tribunal, por maioria de votos, decidiu que a manutenção do sigilo do denunciante desrespeita a Constituição Federal, deixando assente que o poder público não pode deixar de fornecer ao denunciado o nome do denunciante, pois poderá ocorrer, pelo menos, desgaste da imagem do denunciado, imagem que a Constituição protege (art. 5º, X); de outro lado, o anonimato não é tolerado pela Constituição, segundo o artigo 5º, inciso IV; logo, protegido o denunciante pelo sigilo, isso poderia redundar no denuncismo irresponsável, que constitui comportamento torpe.
2) O TCU não dispõe de competência para determinar a quebra do sigilo bancário.
3) Contraditório e ampla defesa nos processos de competência do TCU
Acerca desse assunto, dispõe a Súmula Vinculante nº 3 do STF:
“Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”
4) Exceção à Súmula Vinculante nº 3 do STF
O STF, em recente julgado, firmou um entendimento que constitui verdadeira exceção à aplicação da parte final da sua Súmula Vinculante nº 3.
Anote-se que, pelo trecho dessa Súmula Vinculante acima destacado, não se asseguram ao interessado o contraditório e a ampla defesa nos casos de processos referentes à apreciação da legalidade do ato inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Entretanto, em respeito à segurança jurídica, e considerando o prazo de cinco anos previsto na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal) para que a Administração anule um ato administrativo quando favorável ao administrado, o próprio STF passou a entender que o TCU está obrigado a assegurar o contraditório e a ampla defesa ao interessado mesmo nesses casos – apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão – quando essa Corte de Contas só verificar a irregularidade do ato de concessão de tais benefícios após o prazo de cinco anos, contados da data de sua concessão.
Conforme dito acima, esse entendimento do STF foi firmado tendo em vista, especialmente, o disposto no art. 54 da Lei nº 9.784/1999, que, ao regular o processo administrativo no âmbito federal, assim dispõe:
“Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.”
5) A denúncia anônima não pode, por si, justificar a condenação de investigado (ou réu), mas pode ser aceita para iniciar um procedimento investigativo sigiloso, voltado a apurar a existência dos fatos apontados pelo denunciante.
Segue julgado do STF, do qual extraímos as seguintes conclusões do voto do Ministro Celso de Mello (Inquérito 1.957/PR, em 11/05/2005):
“(a) os escritos anônimos não podem justificar, só por si, desde que isoladamente considerados, a imediata instauração da ‘persecutio criminis’, eis que peças apócrifas não podem ser incorporadas, formalmente, ao processo, salvo quando taisdocumentos forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituírem, eles próprios, o corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no delito de extorsão mediante seqüestro, ou como ocorre com cartas que evidenciem a prática de crimes contra a honra, ou que corporifiquem o delito de ameaça ou que materializem o ‘crimen falsi’, p. ex.)”;
(b) nada impede, contudo, que o Poder Público, provocado por delação anônima (‘disque-denúncia’, p. ex.), adote medidas informais destinadas a apurar, previamente, em averiguação sumária, ‘com prudência e discrição’, a possível ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça com o objetivo de conferir a verossimilhança dos fatos nela denunciados, em ordem a promover, então, em caso positivo, a formal instauração da ‘persecutio criminis’, mantendo-se, assim, completa desvinculação desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas; e
(c) o Ministério Público, de outro lado, independentemente da prévia instauração de inquérito policial, também pode formar a sua ‘opinio delicti’ com apoio em outros elementos de convicção que evidenciem a materialidade do fato delituoso e a existência de indícios suficientes de sua autoria, desde que os dados informativos que dão suporte à acusação penal não tenham, como único fundamento causal, documentos ou escritos anônimos.
6) O TCU não tem competência para sustar diretamente contratos administrativos irregulares, mas tem competência para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato ou da licitação que o originou.
Temos, aqui, a distinção realizada pela Constituição Federal no tocante à competência do Tribunal de Contas da União para a sustação de atos e contratos administrativos, que pode ser assim resumida:
a) se for verificada irregularidade em um ato administrativo, compete ao TCU fixar um prazo para que o órgão ou entidade que o praticou adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei; se essa determinação do TCU não for atendida, dispõe ele de competência para sustar diretamente a execução do ato administrativo, comunicando ulteriormente a sua decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal (CF, art. 71, X).
b) se a irregularidade verificada for em um contrato administrativo, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis (CF, art. 71, § 1º); neste caso, deverá o TCU dar ciência ao Congresso Nacional, para que este determine a sustação e solicite ao Poder Executivo as medidas cabíveis para sanar a irregularidade; entretanto, se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas cabíveis para sanar a irregularidade verificada no contrato, o TCU adquirirá competência para decidir a respeito (CF, art. 71, § 2º).
Acontece, porém, que o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que o Tribunal de Contas da União, embora não disponha de poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se ele originou, sob pena de imediata comunicação ao Congresso Nacional, a quem compete adotar o ato de sustação (MS 26.547/DF, rel. Min. Celso de Mello, 23.05.2007). 
Ressalte-se que o STF tem reafirmado em suas decisões que essa competência do Tribunal de Contas da União consubstancia poder de “determinar” a adoção das medidas administrativas, e não “simples recomendação” despida de caráter impositivo.
7) Composição dos Tribunais de Contas Estaduais
A Constituição Federal estabelece que o Tribunal de Contas da União é integrado por nove Ministros e que estes serão escolhidos (art. 73, § 2º):
a) um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
b) dois terços pelo Congresso Nacional.
Mais à frente, a Constituição Federal determina que as normas estabelecidas em seu texto sobre a fiscalização contábil, financeira e orçamentária (Seção IX) aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios (art. 75).
Portanto, essa regra sobre a proporcionalidade na composição do Tribunal de Contas da União é de observância obrigatória pelos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Acontece, porém, que o mesmo texto constitucional estabelece que os Tribunais de Contas dos Estados serão integrados por sete Conselheiros (art. 75, parágrafo único).
Ora, como aplicar a regra de “um terço” e “dois terços” da composição do TCU aos Tribunais de Contas Estaduais se estes são integrados por sete Conselheiros? Como encontrar “um terço” de sete Conselheiros (sem ter de dividir em duas partes um dos Conselheiros!)?
Em virtude dessa problemática (7 não é divisível por 3!), o Supremo Tribunal Federal aprovou a Súmula nº 653, nestes termos:
“No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembléia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha”.
8) Os tribunais de contas, no desempenho de suas atribuições, pode realizar controle de constitucionalidade das leis
É tranquilo o entendimento do STF sobre essa questão, consolidado na Súmula nº 347, nos termos seguintes:
“O tribunal de contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público”.
Vale lembrar que o controle de constitucionalidade realizado pelos tribunais de contas é do tipo incidental, isto é, realizado diante de casos concretos submetidos à sua apreciação.
9) O TCU, no desempenho de suas atribuições, pode conceder medidas cautelares
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o TCU dispõe de legitimidade para expedição de medidas cautelares, a fim de prevenir a ocorrência de lesão ao erário ou a direito alheio, bem como de garantir a efetividade de suas decisões.
O provimento cautelar pode ser concedido, inclusive, sem a oitiva prévia da outra parte (inaudita altera parte), não configurando tal procedimento ofensa às garantias do contraditório e ampla defesa, haja vista que o exercício desses direitos, observado o devido processo legal, será exercido em fase processual seguinte.
Embora não expressamente prevista no texto constitucional, entende o Supremo Tribunal Federal que a possibilidade de concessão de medida cautelar pelo Tribunal de Contas da União decorre da outorga constitucional de poderes implícitos a esta Corte. Enfim, para o STF, o fato de o art. 71 da Constituição Federal outorgar explicitamente diversas atribuições ao Tribunal de Contas da União implica reconhecer a outorga implícita dos meios necessários à integral e eficiente realização de tais atribuições, dentre os quais a concessão de medida cautelar, quando indispensável para garantir a efetividade de suas decisões de mérito.
10) A Constituição do estado não pode outorgar competência para que a assembléia legislativa julgue as próprias contas e as dos administradores dos Poderes Executivo e Judiciário
Estabelece a Constituição Federal que o controle externo é incumbência do Congresso Nacional, que o exercerá com o auxílio do Tribunal de Contas da União (CF, art. 71).
Entretanto, em que pese a natureza de órgão auxiliar do Legislativo, o Tribunal de Contas da União possui atribuições próprias, enumeradas nos incisos do art. 71 da Constituição Federal.
Especificamente no tocante ao controle das contas públicas, a Constituição delineou claramente a competênciado Tribunal de Contas da União, conforme explicado a seguir.
No tocante às contas do Presidente da República, não cabe ao Tribunal de Contas da União julgá-las. Cabe a este órgão, apenas, apreciá-las, mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado em sessenta dias do recebimento (CF, art. 71, I). Ulteriormente, quem as julgará será o Congresso Nacional, por força do art. 49, IX, da CF/88.
Quanto às contas dos demais administradores públicos, a competência para o julgamento é do próprio Tribunal de Contas da União (art. 71, II), e não do Congresso Nacional.
Esse modelo é de observância obrigatória no âmbito dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, em relação às suas Cortes de Contas (CF, art. 75).
Assim, na esfera estadual, a competência para julgar as contas do Governador será da assembléia legislativa, após a apreciação, mediante parecer prévio, no prazo de sessenta dias, do Tribunal de Contas do estado. A competência para o julgamento das contas dos demais administradores públicos estaduais, no âmbito dos três Poderes, será do Tribunal de Contas do Estado.
Logo, a Constituição do estado não pode outorgar à Assembléia Legislativa a competência para julgar as suas próprias contas, tampouco as contas dos administradores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, pois essa competência, por força da Constituição Federal, é do Tribunal de Contas do estado.
Essa mesma regra é válida para o julgamento das contas públicas no âmbito do município, adequando-se as competências à câmara municipal (para o julgamento das contas do Prefeito) e ao Tribunal de Contas competente (para o julgamento das contas dos demais administradores municipais).
11) A vedação constitucional à criação de tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais (art. 31, § 4º) não alcança os estados-membros
No tocante aos conselhos ou tribunais de contas dos municípios, só foram reconhecidos aqueles já existentes na data da promulgação da Constituição, uma vez que a própria Constituição veda aos municípios a criação de tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais (art. 31, § 4º).
Porém, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a proibição à criação de tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais, prevista no § 4º do art. 31 da Constituição Federal, dirige-se exclusivamente aos municípios, que não poderão criar esses órgãos como integrantes da estrutura orgânica municipal.
Significa dizer que essa vedação não alcança os estados-membros, que podem, discricionariamente, criar ou extinguir tribunais ou conselhos de contas municipais, como órgãos integrantes de sua própria estrutura orgânica, com o fim de atribuir a esses órgãos a competência para realizar a fiscalização dos municípios do seu território.
12) Os tribunais de contas dos estados não podem atuar no âmbito de processo administrativo tributário
De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, dentre as competências constitucionalmente outorgadas aos tribunais de contas dos estados (art. 70) não se inclui a de atuar no âmbito de processo administrativo em que se discute matéria tributária.
Com base nesse entendimento, o Tribunal Maior declarou a inconstitucionalidade de dispositivo de Constituição estadual que estabelecia que as decisões fazendárias de última instância no processo administrativo tributário, quando contrárias ao erário, seriam apreciadas, em grau de recurso, pelo tribunal de contas do estado.
13) O Ministério Público especial que atua junto aos tribunais de contas integra a estrutura orgânica do respectivo tribunal de contas, e tem a sua organização disciplinada em lei ordinária de iniciativa privativa da própria Corte de Contas
Esse Ministério Público especial integra a própria estrutura orgânica do correspondente tribunal de contas e tem a sua organização formalizada por lei ordinária, de iniciativa privativa da corte de contas respectiva.
14) O TCU só pode responsabilizar civilmente o advogado público pela emissão de parecer opinativo que cause danos a seus clientes ou a terceiros, se decorrentes de erro grave, inescusável, ou de ato ou omissão praticado com culpa, em sentido largo
15) Os Conselheiros dos tribunais de contas dos estados são julgados perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), e não perante o Tribunal de Justiça local
Aqui, trata-se mais de uma curiosidade, constante da Constituição Federal de 1988!
Os tribunais de contas dos estados-membros são os órgãos auxiliares da assembléia legislativa, na realização do controle externo. Certo?
Pois é, veja só: os membros dos tribunais de contas dos estados e do Distrito Federal e dos conselhos ou tribunais de contas dos municípios  (Conselheiros) são julgados pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ (art. 105, I, “a”), enquanto os membros da assembléia legislativa (deputados estaduais) são julgados pelos tribunais de justiça locais (TJ).
Para finalizar, resolva as questões do Cespe abaixo, cobradas em recentes concursos, sobre esses assuntos acima:
1) (CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) Os tribunais de contas não podem determinar a quebra de sigilo bancário de administrador público investigado por superfaturamento de preço praticado em licitação, no âmbito do controle externo realizado.
2)(CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Em denúncia ao TCU, que manteve o sigilo da fonte reveladora das irregularidades administrativas, foi delatada a malversação de verbas públicas por membros da direção de tribunal federal. Após apuração, foi imputada multa ao ordenador de despesas.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Em razão da natureza judicial da decisão do TCU, contra ela cabe recurso ao STF.
b) É inconstitucional que o TCU mantenha no anonimato o autor das denúncias.
c) A referida multa tem eficácia de título judicial e deve ser executada em uma das varas da justiça federal.
d) Não cabe ao TCU investigar os tribunais superiores, cujos atos administrativos somente podem ser apreciados pelo órgão controle do Conselho Nacional de Justiça.
e) Compete ao Ministério Público junto ao TCU o oferecimento de denúncia relativa a crime cometido contra a administração pública, assim como a ação de improbidade administrativa.
3) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 5ª REGIÃO/2008) O TCU não tem competência para determinar, em tomada de contas especial, a quebra de sigilo bancário de empresa acusada de superfaturamento de obra pública.
4) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2008) As decisões exaradas pelo TCU, no exercício da missão de auxiliar o Congresso Nacional na função fiscalizadora, não são imunes à revisão judicial e, quando reconhecem débito ou multa, constituem título executivo extrajudicial, cuja execução compete à Advocacia-Geral da União.
5) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008) Nos processos perante o TCU, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
6) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) O TCU, porque dotado de poderes jurisdicionais, detém poder para determinar a quebra de sigilo bancário de dados constantes em instituições bancárias acerca de pessoas que estejam sendo por ele investigadas por irregularidade de contas.
7) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/STF/2008) O prazo decadencial de 5 anos relativo à anulação de atos administrativos e previsto na lei que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal deve ser aplicado aos processos de contas que tenham por objeto o exame de legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e pensões. Assim, transcorrido esse interregno sem que o TCU tenha analisado a regularidade de uma pensão, por exemplo, a viúva deve ser convocada para participar do processo de seu

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