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XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 150 HOMEOPATIA APLICADA À PARASITOLOGIA VETERINÁRIA Evandro Garcia Lopes escritorio@arenales.com.br MOSCA DE CHIFRE “A Haematobia irritans é uma importante praga em bovinos encontrada na maioria das regiões produtoras de carne do mundo. Po- pulações deste parasita são comuns na Europa, África do Norte, Ásia Menor e nas Américas. Na América do Norte, a mosca do chifre é en- contrada onde quer que existam bovinos. Entretanto, ela ocorre em números muito maiores e por períodos mais longos no sul e sudoeste dos EUA”. A denominação “mosca do chifre” ocorreu pela observação inicial de sua presença na base do chifre, posteriormente se observou sua presença pelo corpo todo. Outra observação interessante é que elas pousam nos animais sempre agrupadas e no lado do animal que estiver na sombra. Se este animal se movimentar, elas se levantam todas ao mesmo tempo e retornam a sua posição na sombra. Desta forma escari- ficam no passar do dia todo o corpo do animal. Parasitam de preferên- cia bovinos (nas fezes dos quais realizam o ciclo), no entanto com a proliferação deste insetos observamos cães, ovinos, suínos, caprinos e até o ser humano parasitado. No Brasil a infestação pela mosca de chifre é recente, na úl- tima década invadiu nosso rebanho e encontrou aqui tudo o que um inseto necessita: um país tropical, comum, importante rebanho bovino, altas temperaturas todo o ano e muita umidade. Esta invasão é um retra- to da globalização. Sua invasão iniciou pelo norte e através de seu vôo veloz, aliado ao transporte do gado, atingiu rapidamente o Rio Grande do Sul e os países vizinhos (Uruguai e Argentina). Afinal, moscas não conhecem fronteiras. “As moscas do chifre tem a cor e a aparência gerais das mo- scas de estábulo, mas têm apenas quase metade do tamanho e são mais delgadas. O seu aparelho bucal perfurador-sugador, tipo baioneta, é também semelhante na aparência e posição. As moscas do chifre são quase exclusivamente pragas de bovinos, mas também se alimentam em cavalos, ovinos, caprinos e animais silvestres. Entretanto, elas se repro- duzem apenas em fezes bovinas”. “As moscas do chifre adultas gastam sua vida inteira em seu hospedeiro e as fêmeas deixam apenas para ovipor em fezes frescas, onde o desenvolvimento das larvas acontece. No sul dos EUA, o ciclo de vida pode ser tão pequeno quanto 7 dias, mas em climas mais frios e nos meses mais frios de primavera e outono, o desenvolvimento pode levar 2 a 3 semanas. Em algumas áreas mais quentes (sul da Flórida e maior parte do sul do Texas), as moscas do chifre continuam a se re- produzir ativamente por todo o ano”. “Moscas recém nascidas procurando seu hospedeiro, podem viajar 11 a 20 Km, mas geralmente o encontram em distâncias meno- res. As populações de mosca nos bovinos podem alcançar milhares, especialmente nos touros que não tenham recebido tratamento quími- co”. CONTROLE HOMEOPÁTICO E BIOLÓGICO Na Biologia “CONTROLE” significa manter os parasitos em quantidades satisfatórias, de forma a não intervir na produção ani- mal. A Homeopatia não tem por tradição o controle de insetos, porém a alguns anos esta viabilidade surgiu através do estudo dos nosódios (a utilização da própria doença como medicamento). Esta combinação resultou em um medicamento que não provoca danos aos animais, aos consumidores dos produtos de origem animal e nem ao meio ambiente, por ser uma formulação inócua, decorrente da utiliza- ção da técnica da Farmacopéia Homeopática. Não determina odor ou sabor, e nem resíduos químicos em todos produtos de origem animal. O manejo homeopático decorrente da diminuição do uso de produtos inseticidas, proporciona que a natureza interfira no controle da mosca do chifre ,intensificando o ciclo do então denominado “besouro rola bosta”. Expontaneamente começam a surgir e a proliferar nas fezes dos bovinos sua ação benéfica. Conhecendo um pouco seus hábitos e ciclo de vida, este Co- leóptero, (rola bosta ou vira bosta), de hábito coprófago, sendo no Bra- sil, constituído por diversas espécies, se alimenta de fezes e também enterra no solo abaixo, como se fossem bolinhas de estrume que possu- em a finalidade de alimentar suas larvas que vivem em ninhos localiza- dos no solo, exatamente onde as fezes foram depositadas. Desta forma, enterrando as fezes, estas são turbilhonadas, de forma a ressecá-las e expondo aos raios ultra violetas, as larvas da mos- ca do chifre. Desta forma ao invés de surgirem milhares de novas mos- cas do chifre, acabam surgindo um número reduzido em 30-80%. Trata- se de um controle biológico. Outra grande vantagem é que este processo, controla o ciclo de outros insetos presentes nas fezes e também de forma não despicien- do as verminoses intestinais. Sua presença é também fator de adubação do solo, integrando as fezes, aerando e umidificando o solo. A EMBRAPA iniciou um projeto de fornecimento do besou- ro “Ontafagus gazela” com a finalidade de acelerar este processo e também pelo desaparecimento dos besouros nativos, mortos pelos pes- ticidas aplicados. São originários da África e possuem um ciclo de vida que determina o nascimento de 80 besouros/mês. Sua vantagem é que possuem uma atividade coprofágica superior aos besouros nativos. No entanto são espécies alienígenas e somente conheceremos o impacto ambiental, após a sua instalação e reprodução em quase todo território nacional. Salientamos, aos que inseriram em sua propriedade o mane- jo homeopático, este procedimento torna-se dispensável, pela ocorrên- cia natural e sem custos do “rola bosta” nativo. AÇÃO DO FATOR C & MC NA MOSCA DE CHIFRE O medicamento fornecido no sal mineral ou na ração de forma continuada determina nas fezes a interrupção do ciclo da mosca de chifre e desta forma a intensidade da infestação diminui gradativa- mente. Lembre-se o ciclo da mosca de chifre é exclusivamente efe- tuado em fezes do gado bovino. O FATOR C & MC não apresenta ação inseticida sobre as moscas de chifre adultas, porém estas moscas morrem entre 7-30 dias. No entanto quando as fêmeas da mosca de chifre, abandonam o gado bovino e procuram as fezes (bovinas exclusivamente) para realizar a ovospostura, inicia a ação da Homeopatia. As larvas eclodem nas fezes, porém as formas jovens das larvas (denominadas L1 e L2), não conse- guem realizar a metamorfose em pupa. Desta forma interrompemos o ciclo, ressalvado a dificuldade de um controle mais eficaz é atentos a autonomia de vôo da mosca de chifre (até 20 Km em 24 horas). Após 3-6 meses de uso contínuo do FATOR C & MC, ob- servaremos a diminuição da infestação, de forma que sempre observa- remos os animais infectados, porém mais tranqüilos. Erradicar a mos- ca de chifre é impossível; atualmente para tanto teríamos que reali- zar este trabalho simultaneamente num raio de 20-30 Km. Os animais que mais estarão infestados serão os machos (pe- lo fator hormonal) e animais escuros (pelo fator da temperatura). No início do tratamento, recomendamos realizar controle com inseticidas, apenas nestes animais. Convém lembrar que toda vez que o gado é manejado para o controle da mosca de chifre, emagrecem até 15 Kg, peso este que é recuperado 30 dias após, ou seja, se este controle for realiza- do a cada 30 dias, haverá uma perda de 12 arrobas durante o ano, retardando a terminação deste animal. Adicione a este prejuízo, o custo do medicamento, a mão de obra e perdas decorrente de into- xicações e acidentes. Não esqueça de adicionar o custo de sua saúde e dos empregados por se contaminarem com os produtos durante os banhos. Quando esta medicação é adicionada aos medicamentosin- dicados para engorda existe uma potencialização deste objetivo por XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Brás. Parasitol.Vet., v.23, suplemento 1, 2004 151 deixar os animais muito calmos e por maximizar o aproveitamento dos nutrientes encontrados nos alimentos fornecidos. Este processo é neces- sário em microclimas específicos, pois as condições climáticas são especialmente favoráveis ao desenvolvimento da mosca de chifre. A interrupção da ovopostura nas fezes do gado bovino é comprometida por fatores climáticos, porém não altera o tratamento, pois a eficácia é o seguimento ao programa de homeopatizar o gado. No Brasil, durante os meses de janeiro à março, existe uma safra da mosca de chifre. Ocorre no território nacional uma proliferação descontrolada da mosca de chifre e decorrente da possibilidade de voarem até 20 Km em um único dia, os rebanhos são facilmente atingidos. Ocorre também uma alta na temperatura que faz o ciclo desta mosca ser mais curto, aliado ao aumento da umidade, o que viabiliza quase todos os ovos depositados nas fezes. Importante salientar que em regiões montanhosas, a mosca de chi- fre apresenta uma dificuldade para se propagar, pois ao possuir uma autonomia de até 20 quilômetros em 24 horas, a mosca de chifre não consegue fazê-lo em altura que permita ultrapassar as montanhas. Em regiões planas (mesmo no interior, em grandes altitudes) consegue uma disseminação mais celere. Por tradição os coxos nos campos não são cobertos, o que faz o sal ser perdido pelas chuvas. Desta forma o gado não entra em contato diário com o medicamento homeopático, diminuindo a eficácia do tratamento. Se possível cubra os coxos, o investimento será resgatado em breve. Não sendo exeqüível, inicie o tratamento, pois na realidade o criador estará correndo atrás de um prejuízo já existente em sua criação e o quanto antes iniciar, tanto melhor será para se atingir o objetivo alme- jado: ver o gado calmo, apesar de apresentar uma infestação moderada ou média. Muitos criadores realizam um trabalho de esclarecimento com os vizinhos, de forma a atingir um raio maior de tratamento e conseqüentemente uma eficácia superior. Importante salientar que muitos criadores que já realizam este programa a alguns meses, optaram por não banhar o gado face os prejuízos pro- movidos na engorda e produção de leite. Após abril, a infestação tende a ser muito branda. Durante a safra da mosca de chifre, a infestação dos animais tratados com o FATOR C & MC é menor, se comparada com os rebanhos vizi- nhos, como resultado da transformação das larvas nas fezes serem pre- judicadas (L1 e L2 em pupa). Interessante também é que após o controle efetivo da mosca de chifre, a infestação sofre alterações significativas a cada dia; em um dia há pou- cas moscas e em outro a infestação está mais intensa. Possivelmente infestação vicinal. Em algumas vezes a infestação retorna a ser importante, porém em 3-5 dias o episódio é superado e ocorre uma diminuição da infestação. O mecanismo desta diminuição da infestação é decorrente da impossibili- dade de ocorrer o ciclo deste inseto nas fezes dos bovinos. Aproveito para salientar que na natureza todos os animais são parasita- dos de forma a não interferir na produção, ciclo de vida e qualidade de vida destes animais, portanto avalie sempre o grau de conforto que os animais apresentam, apesar da infestação da mosca de chifre. Reitero: A natureza também lança recursos para tratar ou amenizar esta infestação. Existem nas pastagens besouros (Coleopteros), denomina- dos vulgarmente de “Rola-Bosta”. São insetos coprofagos que realizam seus ninhos abaixo do bolo fecal e introduzem nas crateras cavadas abaixo o esterco bovino; remexendo portanto e impossibilitando a este- rilização pelos raios ultra violetas. Com o uso sistemático dos inseticidas, eles desaparecem das pastagens por serem sensíveis aos produtos utilizados. Com a diminui- ção da contaminação química no solo, os coleópteros surgem no- vamente. O FATOR C & MC é inócuo a estes besouros. Desta for- ma o controle da mosca de chifre se intensifica. Por oportuno, a ação do “Rola-Bosta” é tão importante, que existem órgãos oficiais distribuindo estes Coleópteros, nas regiões carentes do besouro. Outra observação importante é que nas pastagens altas, a mosca do chifre tem mais dificuldade de realizar o seu ciclo. CARRAPATOS Boophilus spp “Cada uma das cinco espécies de Boophilus tem um ciclo de vida de um hospedeiro, que pode ser completado de 3 a 4 semanas numa pesada carga de carrapatos. Sob estas condições, a resistência aos acaricidas torna-se um importante problema nos esforços de controle. O gado zebu, o qual tem servido por séculos como hospedeiro de B. mi- croplus na região indiana, desenvolveu resistência por ser parasitado por grande número de Boophilus e são usados, puro de origem ou mes- tiço com outras raças, em programas de controle integrados”. “O Boophilus microplus, o mais importante carrapato parasi- ta de animais de produção do mundo, foi introduzido a partir de flores- tas habitadas por bovídeos ou cervídeos da região indiana, muitas áreas da Ásia tropical e subtropical, nordeste da Austrália, Madagascar, terras baixas costeiras do sudeste da África à linha do Equador, e maior parte da América do Sul, Central e México”. Trata-se de outra conseqüência da globalização. “O Boophilus microplus e o B. annulatus, os quais promove- ram estragos na indústria bovina dos EUA no final do século XIX e começo de século XX, foram erradicados após um longo e dispendioso programa de controle. A vigilância constante é mantida para prevenir a sua reintrodução”. “O Boophilus annulatus do sul da antiga URSS, Oriente próximo e Médio e da área mediterrânea foi introduzido por animais de produção dos primeiros colonos espanhóis no nordeste do México, porém não se espalhando para a América Central. Na África, ao sul do Saara e norte da linha do Equador, os movimentos bovinos provavel- mente são importantes para as muitas populações de B. annulatus. O Boophilus decoloratus, que se distribui do sul da África até o Saara está sendo substituído na parte sudeste desta área pelo B. microplus. Nas zonas mais úmidas da África Ocidental, o B. annulatus mistura-se ou é totalmente substituído pelo B. geigyi. Populações dispersas do B. geigyi ocorrem no extremo leste e no sul e centro do Sudão. No Sri Lanka, uma espécie não denominada infesta bovinos e búfalos domésticos e também veados selvagens. O único Boophilus restrito aos ovinos e caprinos (e ocasionalmente infesta eqüinos) é o B. kohlsi da Síria, Ira- que, Israel, Jordânia, oeste da Arábia Saudita e Iêmen. O Boophilus microplus e o B. annulatus são importantes vetores da Babesia Bigemi- na, B. bovis e Anaplasma marginale. O Boophilus decoloratus é um vetor menos eficiente da Babesia bigemina e não transmite a B. bovis”. O CONTROLE HOMEOPÁTICO DO CARRAPATO O FATOR C & MC deve ser prontamente fornecido aos a- nimais, pois desta forma estaremos iniciando o objetivo deste progra- ma: Interromper o ciclo do carrapato e deste forma reduzir a contami- nação da pastagem, que representa milhares de larvas para cada carra- pato presente no animal parasitado. (Lembre-se, cada fêmea engurgi- tada deposita no solo até 15 000 ovos viáveis, dependendo da espé- cie). Outro importante conceito a ser infundido com a finalidade de promover o controle dos carrapatos é a influência do combate quí- mico no solo. O uso contínuo e cada vez mais intenso de carrapaticidas promovem no solo a eliminação de diversos seres vivos que são na realidade predadores da larva do carrapato. Desta forma os 3.000 ovos viáveis que são depositados na pastagem por cada partenogena,não encontram absolutamente nenhum predador, ou seja, todo o ambiente é propício a continuidade do ciclo de vida. O uso sistemático da Homeopatia, aliado a minimização contínua e gradativa dos carrapaticidas promovem na propriedade di- versas alterações: no solo surgem diversos predadores como: cochoni- lhas (Isepoda); aranhas (Toutona triangulosa, Tegenaria domestica e Lycosa sp); insetos hemípteros (família Reduvviidae, Phonorgatos bicolor e Reduvius personatus); coleópteros (família Carabidao, Histe- ridas e Dermestidas); mariposas (Tinoola bisolliola); Formigas carní- voras (Pheidole megacephala, vulgarmente denominada lava-pé); ves- pas (ordem Hymenoptera, família Encyrtidae, Ixodiophagus caucurtei, I.texanus e I.theilerae). Estes insetos e aracnídeos reintegrando-se ao solo promo- vem um aumento de mortalidade nas larvas: é a integração da Homeo- patia com a natureza, respeitando suas leis e promovendo vida ao solo. Nas propriedades homeopatizadas, observamos também um aumento substancial no número de aves habituais na região. Os mora- dores do lugar por observação, alegam que o número destas aves de- XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Brás. Parasitol.Vet., v.23, suplemento 1, 2004 152 crescem a medida em que se ampliam os banhos carrapaticidas. Alegam também o desaparecimento do gavião - ave de rapina que representa o topo da cadeia alimentar. As aves, de forma geral, se alimentam de vegetais e sua die- ta inclui uma porção de proteína animal, proveniente de invertebrados. Imediatamente ao início do manejo homeopático, ocorre um grande assédio de garças carrapateiras ou vaqueiras (Ardeola ibis) ao redor do gado. Estas aves possuem um apetite voraz e ingerem os car- rapatos na sua fase adulta. Quando a propriedade, apresenta uma queda na população dos carrapatos adultos, coincide com o desaparecimento desta ave da propriedade. Outras aves são relatadas como caçadoras de carrapatos: Quiscalus crassirostris, Crotophagaani sp, Buphagus africanus, B.erythrorhynclus, Cyanopica cyana, Dives atroviolaceus, entre outros. Todos estes organismos vivos, aves, insetos, besouros, ma- riposas, vespas, formigas, entre outros, contribuem para minimizar a população de carrapatos. AÇÃO DO FATOR C & MC NO CARRAPATO Quando o gado recebe o FATOR C & MC pelo sal ou ração, o medicamento homeopático é absorvido na mucosa oral e torna-se sistêmico. Desta forma o carrapato ao sugar o sangue, recebe sangue impregnado do medicamento homeopático. Após 7-10 dias da absorção deste sangue,os carrapatos apresentam dificuldade para se alimentarem e começam a mur- char, até adquirirem um aspecto absolutamente em processo de mumificação. O sangue das fêmeas engurgitadas estará negro e coagu- lado. Algumas fêmeas engurgitadas, caem nas pastagens. Os tes- tes de ovopostura destas fêmeas, determinaram uma massa amorfa, sem larvas viáveis. Na realidade, os animais parasitados representam uma armadilha para os carrapatos. Sistematicamente o FATOR C & MC estará castrando e mumificando os carrapatos das pastagens, impedindo a ovopostura. Na prática, com regularidade temos observados, que no gado de corte parasitado, entre 4 - 6 meses de tratamento, a infestação é re- duzida drasticamente. No gado leiteiro (que é mais susceptível ao car- rapato), a limpeza da pastagem é satisfatória entre 12 - 24 meses de tratamento. “A cobertura vegetal pode ser um fator determinante na e- xistência de populações de carrapatos. As espécies de pastagens e plan- tas presentes, sua estrutura e densidade, são importantes pois determi- nam condições favoráveis que protegem a fase exógena”. As partenógenas tem seu movimento limitado, portanto são presas fáceis dos predadores e das adversidade climáticas, já que de- pendem para sobreviver da existência de uma cobertura vegetal favorá- vel. Nestas mesmas condições se encontram os estádios imaturos durante o processo de muda, e larvas e ovos, devem ter proteção vege- tal. Desta forma a cobertura vegetal representa uma expressão indireta de outros fatores ambientais como o tipo e PH do solo, temperatura e umidade, precipitações, pressão barométrica e incidência dos raios solares. Esta cobertura vegetal é proteção determinante contra a ação direta do sol e até contra a atividade dos predadores. Quando chegam ao solo, os carrapatos sempre buscam um abrigo adequado; embaixo de uma pedra, uma fissura do solo, embaixo de folhas ou nas raízes da vegetação. Então haverá o ovopostura e pos- teriormente as larvas e ninfas trocarão seus invólutros. Estas estarão agrupadas por uma substância cimentante e buscam posteriormente seus hospedeiros a quem irão parasitar. Estes processos são influenciados por fatores climáticos, como temperatura, umidade, pressão atmosférica, chuvas entre outros. Conhecendo as influências que o combate químico provoca e as interfe- rências clímaticas, torna-se fácil o entendimento que o processo de homeopatização necessita ser acompanhado durante um período de transição. A característica deste período é a utilização dos combates químicos, aliados ao manejo homeopático. Em propriedades com aptidão orgânica, indicamos combate com fitoterápicos, detergentes e soro lácteo e mesmo métodos de com- bate mecânico (raspagem). Este período apresenta uma durabilidade variável de acordo com o tipo de solo, tipo de vegetação (capim alto o processo é mais demorado), manejo de pastagens, rotação dos animais, grau de infesta- ção do solo, raça dos animais (bovinos com pelagem longa são mais susceptíveis aos carrapatos), aptidão do rebanho (os bovinos de raça leiteira são mais afetados pelo carrapato), estado nutricional, estado fisiológico (as fêmeas gestantes e em lactação estarão mais vulneráveis ao ciclo do carrapato). Durante o 1o ano de tratamento para não ocorrer uma interferência na produção, orientamos para continuar os banhos carrapaticidas, porém ampliando o tempo do combate, utilizando de preferência produtos derivados de piretróides ou amitraz. Estes produtos químicos pouco interferem na ação dos medicamentos homeopáticos. Jamais utilizar produtos injetáveis ou pour-on. Houveram rebanhos leiteiros intensamente infestados que os banhos foram sendo gradativamente espaçados (cada banho foi sendo adiado entre 5-10 dias), até que em 3 anos os banhos foram eliminados. Outros fatores são determinantes para ocorrer recidiva das infestações de carrapato, inclusive necessitando a intervenção com banhos químicos. Importante é sempre ter presente que a Homeopatia elimina o carrapato presente nas pastagens através dos animais parasitados, paulatinamente, sem maior sacrifício da higidez. Os rebanhos tratados há 10 anos não apresentam resistência e observa-se nos animais algumas larvas de carrapatos. Esta presença é importante para servir como uma “vacina” contra a babesiose e ana- plasmose. Não observamos resistência pois o FATOR C & MC esta em contato com o carrapato por um período de 3 a 4 semanas. Após este período, outros carrapatos que parasitam os animais futuramente, fazem parte de outra geração. Não existe informação genética do medicamento homeopático. No início do tratamento, em muitas regiões do Brasil, ocorre naturalmente um aumento da presença de garças. Estas aves se alimen- tam de carrapatos, e possuindo um apetite voraz, percebem que a oferta de carrapato no gado esta mais abundante. Estas aves representam uma ajuda importante no tratamento, pelo auxílio em limpar a massa destes parasitos adultos. Em algumas localidades, as galinhas cumprem esta função (já foi observados cães realizando um pastejo de carrapatos adultos, interessante que após o tratamento homeopático; estes animais procuravam carrapatose não mais o encontravam). ASSOCIAÇÃO DOS BANHOS AO TRATAMENTO HOMEO- PÁTICO Quando as pastagens estão intensamente infestadas, os ani- mais são banhados até menos de 1 (uma) vez na semana. Esta situação ocorre no gado de leite e caracteriza a resistência do carrapato aos car- rapaticidas. Deveriam estar banhando a cada 21 dias, ou seja, o tempo em tese do carrapato realizar seu ciclo de vida. A recomendação é nos meses iniciais do tratamento associar os banhos ao FATOR C & MC, reiterando que os princípios ativos utilizados podem intervir no sucesso do manejo homeopático. Não utilizar pour-on ou produtos injetáveis, e sim banhos a base de piretróides e amitraz. Este artifício é necessário para manter a produção do leite e impedir o desfalque do gado, pela anaplasmose, babesiose ou outras patologias. Recomendamos espaçar os banhos, sistematicamente, de a- cordo com a necessidade do rebanho. Selecione o gado a ser banhado, ou seja: os animais que apresentarem uma pequena carga parasitá- ria ou estiverem limpos, devem ser excluídos do banho. Importante selecionar o gado, pois quanto menos carrapati- cida aplicado, tão mais rápido conseguiremos atingir os resultados propostos pela Homeopatia. Durante o banho, muitos carrapatos se desprendem e realizam a ovopostura, reinfestando desta forma as pas- tagens. Quanto maior o tempo de aplicação do FATOR C & MC, tanto mais rápida se realiza a limpeza da pastagens. No gado de corte, como os banhos são mais espaçados, em muitas propriedades após a introdução da Homeopatia, os banhos são suspensos automaticamente. No gado de leite o controle nas vacas “solteiras” é mais eficiente. Importante compreender que as vacas em XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Brás. Parasitol.Vet., v.23, suplemento 1, 2004 153 lactação são mais susceptíveis a infestação do carrapato por dois moti- vos: pelo ciclo estral presente associado a produção do leite. Importante salientar, que em qualquer rebanho, 1-5% (um a cinco por cento) do gado não lambe o sal. Nunca em um rebanho todos os animais consomem sal. Entre os que o fazem, sempre é de uma for- ma diferenciada, alguns com mais avidez, portanto consomem mais e outros menos famélicos, ingerem menor quantidade. O fato de haver variações no consumo, não impede o controle dos parasitos, pois nos banhos os animais mais dóceis são banhados eficazmente e animais rebeldes recebem um banho mais rápido. No controle de carrapato, quando é possível, selecionar no rebanho o gado que não lambe sal, realizando banhos periodicamente, pois além de existir o perigo da anaplasmose e babesiose, estes animais representam um depositório de carrapatos e permitem a reinfestação das pastagens. Controlar os carrapatos é mais simples e eficaz do que as moscas de chifre, por terem uma mobilidade pequena. Cada proprieda- de é responsável pelos seus carrapatos, pois carrapato não voa e pouco se locomove. Bovinos e carrapatos não são nativos do Brasil, pertencem ao processo de globalização, porém pelas nossas características climáti- cas estes ácaros alienígenas encontram totais condições de se desenvol- verem. FATORES QUE CONTRIBUEM PARA REINCIDÊNCIA DO CARRAPATO EM PROPRIEDADES COM MANEJO HOMEO- PÁTICO Os seres invertebrados possuem um sistema reprodutivo muito intenso e uma adaptabilidade as intempéries de forma rápida e eficiente, além de passarem informações genética com rapidez, as futu- ras gerações. Interessante notar que a massa de parasitos, generalizando no planeta Terra, tem aumentado substancialmente nos últimos anos. Há 10 anos atrás, o carrapato não significava tanto prejuízo como significa atualmente. As moscas de chifre nem representavam uma ameaça, a verminose determinava muito menos prejuízos e em sua casa, as formigas doceiras não causavam danos em seus eletrodomésti- cos. Com o uso contínuo do combate químico, a natureza lança recursos para sobreviver e estes insetos e ácaros reproduzem rapida- mente, na tentativa de manter a espécie. Atenção: mesmo a espécie humana, quando ameaçada pela fome, promove uma superpopulação. Como prova disto, a taxa de natalidade é imensa no Nordeste do Brasil, África e China. Conforme estas comunidades se desenvolvem, este índice diminiu sensivelmente. Os profissionais do campo, não se preocupavam com o pre- juízo causado pelo carrapato há cerca de 5- 10 anos atrás. Naturalmente que a proliferação do cruzamento industrial, aliado aos tipos de pasta- gens e ao combate químico, também contribuíram para esta prolifera- ção. A proposta da Homeopatia é de reverter o quadro, minimi- zando gradativamente as reinfestações, através da diminuição das larvas dos carrapatos nas pastagens. Seguem abaixo percalços do ciclo deste ácaro que contribu- em para a observação de reinfestações, atrasando a eliminação do con- trole químico, sem entretanto inviabilizar o tratamento homeopático na erradicação deste parasita. 1) O tipo de pastagem é de grande importância nas reinfestações, pois os pastos altos proporcionam proteção e durante a fase exógena (li- vre nas pastagens), contribuindo com umidade e abrigo do sol, facili- tando o início da vida parasitária. 2) A temperatura acelera ou retarda a atividade fisiológica dos carrapa- tos, por serem pecilotermicos e dependentes da temperatura ambien- tal. As temperaturas extremas são limitantes. A postura e o desen- volvimento embrionário aceleram com o aumento da temperatura, porém o peso médio dos ovos, diminuem em temperaturas acima de 36ºC. Também o aumento da temperatura os torna mais ativos. 3) A umidade comparece como outro fator de vital importância. Via de regra os carrapatos necessitam da água contida no ar, logo o clima úmido contribui para facilitar o seu desenvolvimento. Observamos no campo que as chuvas, após as secas, proporcionam um importante incremento de reinfestação. Os carrapatos desenvolvem em sua vida livre (fase exógena) uma certa mobilidade na busca desesperada de hospedeiro e pela umi- dade. O mecanismo é o seguinte: as larvas sobem pela pastagens ou arbustos buscando o hospedeiro para iniciar a fase parasitária; caso isto não ocorra, seu acesso as partes altas e ensolaradas das pastagens pro- vocam uma desidratação. Quando esta perda chega a uma fase crítica, a necessidade de recuperar umidade se torna vital; por isso desce nova- mente as partes inferiores dos vegetais e retorna para o solo, onde natu- ralmente existe mais umidade. Ao recuperar a umidade, inicia-se o processo novamente, ou seja, retorna as partes altas dos vegetais, na tentativa de conseguir hos- pedeiro. Se o abrigo lhe fornecer umidade suficiente, o carrapato per- manece imóvel por um tempo e desta forma habita nas pastagens por muitos meses. Este tropismo pela umidade e hospedeiro, provoca nos carrapatos um desgaste energético, desta forma ele busca permanecer imóvel, minimizando o desgaste energético, para novamente recomeçar sua tentativa de parasitismo, em uma época mais proprícia. Observa-se também nas pastagens que as larvas e ninfas cos- tumam se agrupar em colonias de centenas de exemplares, o que facilita dois objetivos: a manutenção da umidade e a viabilidade da fase parasi- tária. 4) A intensidade dos raios solares, é outro fator que determina a inter- rupção do ciclo de vida do carrapato. A ação dos raios solares pro- move uma desidratação nas larvas e ninfas, por isso os pastos de ve- getações baixas e livres de arbustos; ou mesmo em confinamentos, os carrapatos tem uma população mais baixa. Os raios solares desidratam as larvas e ninfas, assim como os ovos recém depositados pelas partenogenas. Este processo também é valido para carrapatos que despreendem docorpo dos bovinos e procu- ram retornar a vida parasitária. Como os carrapatos são escuros, absorvem a luz solar, desi- dratando-se rapidamente, pois a própria temperatura diminui rapida- mente a umidade. Por esta razão, recomenda Cordovés, que nos terrenos que se desejem manter livres de carrapatos, sejam rodeados de uma faixa de terreno arado e limpo de vegetação como prevenção à introdução de infestações oriundas de áreas limítrofes. Obs.: No ciclo de vida dos bovinos, é muito importante, in- dependente de sua raça, coloração ou aptidão de produção (carne ou leite), o sombreamento das pastagens com arvores. Este sombreamento somente coopera na produção bovina, sendo que as sombras mantém a umidade do solo, mas não proporcio- nam acesso a vida parasitária. A ação conjunta dos fatores citados acima determina uma distribuição desuniforme dos carrapatos, mesmo em propriedades com uma relativa uniformidade em pastagens, raças e idades dos animais. O depositório de larvas e ninfas viáveis podem se manter nos terrenos mais baixos e perto das fontes e água, obviamente pela maior umidade. 5) Mobilidade dos carrapatos: Em sua vida livre, a mobilidade dos carrapatos é pequena, cerca de menos de 5 metros de onde realizou sua muda ou foi depositado, porém sempre esta movimentação é rea- lizada em grupo de centenas de ninfas e larvas viáveis. Por isso que observamos sempre a fase parasitária ser em grande quantidade. Em um pequeno espaço de pastagens, desta forma, apresenta milhares de formas viáveis. A migração dos carrapatos é facilitada também pela ação da chuva, o vento e animais selvagens ou cães. Também proporcionam condições de migração para o carrapatos maquinários, veículos, cavalos e seres humanos que transitarem entre as pastagens ou propriedades. As fêmeas engurgitadas sobrevivem até 2 dias submersas em água, ovos sobrevivem até 5-10 dias, conforme o tempo que tem após a postura. Desta forma, a água não interfere no ciclo de vida dos carrapa- tos, facilitando em pastagens inclinadas a dispersão com seguridade. O vento não provoca dano aos carrapatos, mas facilita a sua distribuição pela vizinhança. Em pastagens altas, as larvas podem se- rem disseminadas até 80 metros e em pastagens baixas até 25 metros. XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Brás. Parasitol.Vet., v.23, suplemento 1, 2004 154 Cordovés cita que os hospedeiros acidentais resultam em importantes agentes de dispersão, pois se encontrou cavalos transpor- tando por 247 metros; ratos por 30 metros; gralhas por 183 metros e pombas por 805 metros. Desta forma no processo de controle de carrapatos com o Manejo Homeopático, é muito importante participar aos vizinhos estas peculiaridades do ciclo de vida do carrapatos. Após atravessar a cerca, novamente estes carrapatos irão pa- rasitar o gado homeopatizado, até que seu ciclo de vida seja interrom- pido pela ação do medicamento homeopático. 6) Dormência: O carrapato apresenta um fenômeno de hibernação, ou seja, reduzir sua capacidade metabólica de forma a preservar sua in- tegridade na conclusão de seu ciclo de vida. Segundo Cordovés, foi comprovado a dormência nos gêne- ros Dermacenter, Ixodes, Hyalomma e Haemaphysalis. Nestas espécies de carrapato o mecanismo que desencadeia a dormência corresponde aos estímulos da duração do dia, ou seja, horas de luz seguida de horas de escuridão. A dormência pode ser classificada em 5 categorias: a. suspensão da alimentação; b. interrupção da ingurgitação; c. interrupção da metamorfose de larvas e ninfas; d. interrupção da ovopostura; e. manutenção dos ovos em sua condição. Este processo permite ao carrapato sobreviver aos rigores dos climas temperados, ou mesmo ao inverno de países tropicais (como o nosso inverno). Na Região Sul do Brasil, observamos uma facilidade em controlar a infestação do solo, pela ocorrência de inverno mais rigoro- so, porém não inviabiliza o Manejo Homeopático em regiões tropicais típicas ou na Região do Equador. 7) Resistência sem se alimentar: Observamos na prática, que os carra- patos minimizam seu gasto de energia na falta do hospedeiro. Esta adaptação é vital na conclusão de seu ciclo de vida, afinal, quem vem para ser parasitado é o hospedeiro. Observamos então que a natureza criou uma porção de arti- fícios, prolongando e protegendo os carrapatos em seu ciclo de vida. Locomove-se pouco, porém apresenta resistências as intem- péries, permitindo ao carrapato desenvolver e manter seu ciclo, con- forme é molestado pelo combate químico. A rotação de pastagens é importante para interferir no ciclo de vida do carrapato, no entanto a possibilidade de realizar a dormência torna-o resistente ao manejo rotativo. Observamos na prática, que quando os animais que estão livres de carrapatos, e são colocados em um pasto vazio, passam a ser parasitados intensamente. Tenha presente o manejo homeopático interrrompe o ciclo de vida dos carrapatos, mesmo nessas condições. Atente também para as raças de pelos longos (exemplo: si- mental), pois estes viabilizam, que todas as larvas tenham acesso a fase de encontro no hospedeiro. 8) Vacas leiteiras e principalmente, os animais considerados anérgicos, ou sejam, que não respondem, realizando uma alergia contra o antí- geno anticoagulante que o carrapato produz e desta forma pouco se lambem, na tentativa de eliminá-los, representam na propriedade as denominadas “vacas carrapateiras” e constituem um reservatório do carrapato. Cerca de 1-2 vacas anérgicas ou carrapateiras, correspondem num rebanho de 100 animais, com 25% do ciclo viável do carrapato. Estudos recentes preconizam que uma fêmea fértil pode de- positar no solo 1.000 à 15.000 ovos, dependendo da espécie de carrapa- to. Segundo Furlong, o carrapato em um determinado momento encon- tra-se distribuido da seguinte maneira: aproximadamente 95% na pasta- gem,na fase de vida livre (nas formas de teleóginas em postura,ovos em incubação e larvas esperando hospedeiro) e 5% parasitando os bovinos (larvas, ninfas e adultos). 9) Deve-se considerar também que o controle do B. microplus constitui um paradoxo ao produtor.Se por um lado é desejável ter animais li- vres de carrapatos, não se pode deixar de levar em conta o papel do carrapato como transmissor dos agentes da Tristeza Parasitária Bovi- na e, portanto, a necessidade da presença do carrapato em baixos ní- veis de insfestação nos campos para a manutenção da imunidade contra esses parasitas.Segundo dados australianos, 20 a 30 teleógi- nas,parasitando taurinos (Bos taurus), e cerca de 40 , parasitando ga- do zebuino (Bos indicus) diariamente são suficientes para que se mantenha essa imunidade no animal.(Ma-Honey&Ross, 1972)(Mahoney,1979). BERNES A hipodermose dos bovinos no Hemisfério Norte é causada pelos estágios larvais das moscas do gênero Hypoderma (ordem Dipte- ra, família Oestridae). Na América Central e do Sul, larvas da Derma- tobia hominis são importantes parasitas do gado. Oedemagena tarandi, também semelhantes à Hypoderma spp são parasitas naturais de cerví- deos e renas nas regiões Árticas. Dermatobia hominis A mosca tropical é um dos parasitas mais importantes de bovinos na América Latina. Pertence a família Oestridae, ordem Dipte- ra, e está distribuída entre o sul do México e o norte da Argentina. Os estágios larvais são encontrados em muitos hospedeiros: bovinos, ovi- nos, caprinos, suínos, bubalinos, cães, gatos, coelhos e no homem. Os bovinos e os cães são as espécies mais comumente infestadas. CARACTERÍSTICAS GERAIS Causa no homem e animais miíases dermais, oftalmomiía- ses, miíases palpebrais,rinomiíases e miíases cerebrais. Ataca bovinos, suínos, felinos, caninos, coelhos, macacos, etc. Os eqüinos não são muito susceptíveis ao ataque. Freqüentemente, as lesões podem ser complicadas devido ao ataque de larvas de outras espécies de moscas, especialmente Cochliomyia hominivorax (bicheira). Animais jovens muito infestados podem perecer. A produção de leite e carne no gado doméstico é substanci- almente reduzida pelo ataque de Dermatobia hominis . A indústria do couro é prejudicada também, pois o couro dos animais infestados não resiste ao tratamento industrial do curtume devido às perfurações cau- sadas pelo inseto. AÇÃO DO FATOR C & MC NO BERNE O controle deste parasito é realizada em dois seguimentos: no corpo do animal e no controle das moscas que funcionam como vetoras. Após a ingestão do FATOR C & MC, o medicamento torna- se sistêmico e desta forma atinge as larvas dos bernes encravadas no couro dos animais. Os cistos contendo formas larvais jovens (L1-L2) não conseguem efetuar o ciclo e morrem. Porém não determinam prejuízos no couro ou abcesso, por serem muito pequenas. As formas mais evoluídas do cisto; as formas anteriores a pupa, que se passa fora do corpo animal, seguem seu ciclo. No entanto o ciclo é interrompido na próxima fase parasita do berne, ao introduzir-se no couro do animal. Outra forma eficiente de interromper o ciclo do berne, é quando interrompemos o ciclo das moscas domésticas, moscas de está- bulos e moscas de chifre e de outras moscas que atuam como vetores, ou seja, permitem a ovopostura em pleno vôo e posteriormente deposi- tam os ovos do berne no corpo dos animais parasitados. A mosca (adul- ta) do berne apresenta uma autonomia de vôo de cerca de 100 metros. No entanto esta autonomia de vôo é ampliada quando deposita seus ovos em moscas que apresentam uma autonomia mais ampla. XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Brás. Parasitol.Vet., v.23, suplemento 1, 2004 155 Importante para o total desempenho do Manejo Homeopáti- co no controle da mosca do berne, é a continuidade do tratamento, que tem por finalidade controlar o depósito da mosca do berne em seu habi- tat natural, ou seja as matas brasileiras, onde são nativas.São necessá- rios 2 –3 ciclos completos para efetuarmos este controle. No entanto é importante que o gado não esteja em contato com outras propriedades que não participam do Manejo Homeopáti- co.Para otimizar este controle, convide o seu vizinho para participar deste programa. PARASITOS INTERNOS: OS VERMES Segue abaixo os principais parasitos que fazem o ciclo no gado bovino (e nos ovinos): NEMATÓDEOS GASTRINTESTINAIS: Bunostomum spp Chabertia ovina Cooperia Haemonchus placei e contortus Nematodirus spp Oesophagostomum venulosum Oesophagostomum radiatum Ostertagia ostertagi Strongyloides papillosus Trichostrongylus axei Trichostrongylus columbriformis Trichuris spp AÇÃO DO FATOR C & MC NOS VERMES A verminose é uma das grandes causas de baixa de produção de carne e leite, e debilita os animais jovens, tornando-os susceptíveis a enfermidades por patologias infecciosas e ou nutricionais. Ao receber o FATOR C & MC pela mucosa oral, torna-se sistêmico dentro do organismo, atingindo todo o trato digestivo e respi- ratório. Desta forma os parasitos que estiverem dentro do organismo receberão o FATOR C & MC. A conseqüência deste contato com o organismo medicado é que a ovopostura destes parasitos é inter- rompida. Numa seqüência posterior, com a interrupção da ovopostura, a partir de 4 (quatro) meses do uso contínuo da homeopatização do rebanho, as formas larvais viáveis no solo retornam ao hospedeiro e não realizam a ovopostura. Portanto realize a vermifugação convencional do rebanho após realizar exame de fezes. Se a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) não for efetuada, o produtor estará malbaratando dinheiro e mão de obra. Os animais jovens, devem ser vermifugados durante os pri- meiros 12 (doze) meses deste trabalho, pois as pastagens podem estar contaminadas. Para não vermifugar os animais jovens, realize exame de fezes previamente. O FATOR C & MC, promove nos animais aspectos ex- ternos que sugerem estarem livres da verminose: sem tosse, pela- gem brilhante e fezes com consistência, aspecto e odor característi- co de cada espécie. MOSCAS DOMÉSTICAS AS MOSCAS DOMÉSTICAS E OUTRAS MOSCAS QUE PROCRIAM EM CRIAÇÕES DE ANIMAIS: A VISÃO HOMEOPÁTICA Toda criação animal é sempre um local propício para a proli- feração de moscas, via de regra a mosca doméstica. A mosca doméstica realiza o seu ciclo em fezes animais e ataca quaisquer matéria orgânica. Desta forma vamos encontrar a orde- nha, os animais, os alimentos (animais e humanos) e as pessoas, seria- mente molestadas por elas. É deveras necessário o pecuarista ficar consciente que, além de transmitir doenças para as pessoas, a mosca doméstica é um impor- tante vetor da mastite, pois através de suas patas veicula agilmente as bactérias causadoras desta enfermidade. Promove perdas incomensuráveis. A questão não é estética ou de saúde pública, é econômica principalmente. AÇÃO DO FATOR C & MC NAS MOSCAS DOMÉSTICAS A mosca doméstica ou quaisquer outra mosca que realizar o ciclo nas fezes dos animais são passíveis de terem o ciclo interrompido. Em contato com o estrume, o inseto recebe o FATOR C & MC. Desta forma quando a mosca adulta deposita seus ovos no estru- me, este contato impede que as larvas (L1-L2) se transformem em pupa, impedindo portanto o criatório da mosca adulta. O FATOR C & MC não promove a morte de nenhuma mosca adulta, porém ao impedir o seu ciclo nas fezes, a população destas moscas em 2-3 (dois à três) meses estará debelada. Nas propriedades onde existe a presença da mastite, reco- mendamos a utilização sistemática do FATOR M & P (Controle de Mastite e Incremento da Produção de Leite). CONCLUSÃO No planeta Terra existe hoje um grande apelo de preserva- ção ambiental, aliado a uma consciência crescente da população sobre os malefícios que uma alimentação com resíduos tóxicos ocasiona em sua saúde. O Mercado Comum Europeu e o Japão são duas potên- cias econômicas ávidas por consumir carne e leite sem resíduos de agrotóxicos e ou antibióticos. O país necessita preparação para o desideratum de exportar sanidade, o que vem sendo pretendido por outros países, conforme informes recentes. A Homeopatia é a única medicina capaz de produzir o BOI ECOLÓGICO. O grande impecílio sempre foi decorrente da falta do controle de insetos com medicamentos dinamizados. Hoje apenas no Brasil este controle é viável, através do FATOR C & MC. Este produto abrange os principais ecto e endoparasitos que afligem a pecuária, pois este projeto tem a ambição de além de ser mais eficiente que o modelo tradicional, não promover resíduos tóxicos e ter um custo menor. Esta formulação aliada aos medicamentos para bovinocul- tura de corte e leite, encerram o ciclo da pecuária hígida. O pecuarista brasileiro deve com extrema urgência ade- quar-se, pois o Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo. BIBLIOGRAFIA 1.Agricultura Ecológica – Edmilson Ambrosano,Livraria e Ed. Agrope- cuária,1999. 2.Carrapato,Controle ou Erradicação- Carlos O. Cordovés - Livraria e Editora Agropecuária,1997 3. Manual Merk de Veterinária - Editora Roca Ltda. - 1991 4. Revista Manchete Rural - no 127 - janeiro de 1998 5. Revista Balde Branco - no 402 - abril de 1998 6. Informativo COOLVAP - Órgão informativo da Cooperativa de Laticínios Vale do Paranapanema Ltda. - Edição abril/98 XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária& I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Rev. Brás. Parasitol.Vet., v.23, suplemento 1, 2004 156
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