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APOSTILA PENAL E PROCESSUAL PENAL

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Material disponível na Área do Aluno: www.lfg.com.br/areadoaluno 
 
1
PROCESSO PENAL 
 
 
Jus Puniendi (direito de punir) 
 
Pessoa Física � liberdade (pena privativa de liberdade). 
 
Pessoa Jurídica � Lei 9.605/98 (crimes ambientais). 
 
Jus Puniendi x Jus Libertatis 
 
-O processo penal surge a partir da instauração de uma lide penal. 
 
-O jus libertatis é um mecanismo composto de princípios e regras que vai autorizar o Estado a solucionar a lide 
penal. 
 
Aplicação da lei processual penal 
 
Trabalhamos com duas vertentes: 
 
a) Espaço 
 
A lei processual penal brasileira aplica-se aos crimes cometidos em território nacional, salvo o disposto em 
tratados e convenções internacionais. 
 
TPI (assinado por meio do Tratado de Roma): 
 
Art. 5º, § 4º - CF/88 - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha ma-
nifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Jurisdição do TPI sempre é suplementar/subsidiária – Se o país não agiu ou não agiu a contento. 
 
b) Tempo 
 
A lei processual penal que entra em vigor rege os atos que venham a ser praticados dali em diante, preservan-
do inalterados os atos que foram praticados sob a vigência da lei anterior. 
 
-“Tempus regit actum” – o tempo rege o ato. 
 
Lei processual mista ou híbrida – é uma lei processual que tem conteúdo material (penal). Ex: prisão cautelar. 
 
Em caso de norma híbrida com conteúdo processual e material, a aplicação no tempo seguirá as regras d alei 
penal, ou seja, se benéfica ao acusado retroagirá, e se mais gravosa não. 
 
 
 
 
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2
Ex: lei 12.403/2011 retroage. 
 
 
 
Inquérito Policial 
 
É uma das formas de investigação preliminar. 
 
A partir do momento que o Estado começa a investigar o crime, tem início a persecução penal que se divide 
em 3 fases: 
 
|----------------------------------|---------------------------|--------------------------| 
 Investigação preliminar fase processual execução 
 
Conceito de Inquérito Policial: 
 
É um procedimento administrativo de caráter investigatório, que tem por finalidade colher elementos para 
subsidiar a propositura da ação penal. 
 
Considerações Iniciais: 
 
1) O inquérito vai buscar trazer os primeiros elementos para buscar a justa causa (mínimo de amparo probató-
rio para a ação se desenvolver). 
 
2) O que se extrai do inquérito são os elementos de informação (perícia). 
 
3) Possui valor probatório relativo. 
 
4) Se houver algum vício no interior do inquérito policial não invalidará a ação penal que venha a se desenvol-
ver com base nele. 
 
Características 
 
a) Inquisitivo 
Ser inquisitivo significa ser conduzido por uma única autoridade em um único órgão. 
 
O fato de ser inquisitivo significa que os princípios processuais não incidam no inquérito. 
 
O fato do inquérito policial não ser informado pelo princípio da ampla defesa, não significa a impossibilidade 
de o indiciado (ou investigado) praticar atos de defesa nos seus direitos fundamentais. 
 
 
b) Discricionário 
 
 
 
 
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3
O inquérito não possui rito, pois o delegado molda o crime de acordo com a realidade que ele investiga. 
 
Cabe ao delegado conduzir a investigação da forma que entender mais eficiente. 
 
Obs.: Os requerimentos apresentados pela vítima ou pelo suspeito podem ser indeferidos, salvo o exame de 
corpo de delito. 
 
c) Sigiloso 
 
O inquérito é sigiloso – art. 20 do CPP 
 
“Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse 
da sociedade. 
 
(...)” 
 
Ele vai ser sigiloso naquilo que for necessário para a investigação ou pela exigência do interesse público. 
 
O art. 7º, XIV da lei 8.906/94 (estatuto da OAB), diz que é direito do advogado examinar inquérito policial em 
qualquer repartição policial, sem a necessidade de haver procuração, vejamos a redação do artigo: 
 
“Art. 7º São direitos do advogado: 
 
(...) 
 
XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, fin-
dos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;” 
 
A Súmula Vinculante 14 dá acesso amplo aos elementos de provas já documentados em inquérito policial, 
vejamos a redação: 
 
“Súmula Vinculante n.º 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elemen-
tos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de 
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” 
 
 
O IP nasce com procedimento sigiloso cabendo ao delegado velar por... 
 
Obs.: Pode o juiz decretar o segredo de justiça de forma que informações do inquérito não mais serão pactua-
das com a imprensa, preservando-se a figura da vítima. 
 
d) Escrito 
 
É um procedimento escrito, conforme o art. 9º do CPP 
 
 
 
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4
 
“Art. 9º. Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, 
neste caso, rubricadas pela autoridade.” 
 
O art. 9º permite a interpretação extensiva. 
 
As informações prestadas oralmente serão reduzidas a termo. 
 
Obs.: Havendo estrutura tecnológica os atos do inquérito podem ser documentados, inclusive com captação de 
som e imagem. 
 
e) Indisponível 
 
O inquérito policial é indisponível, ou seja, o delegado de polícia não pode mandar arquivar autos inquérito 
 
“Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.” 
 
 
Em nenhuma circunstância poderá o delegado arquivar o IP, já que toda a investigação iniciada deve ser con-
cluída e remetida à autoridade competente. 
 
f) Dispensável 
 
O inquérito policial é considerado dispensável na medida em que o titular da ação penal já tenha elementos 
para amparar a peça inicial (finalidade). 
 
-Art. 12 do CPP: 
 
“Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.” 
 
 
Para que o processo comece, não é necessária a prévia realização do IP. 
 
Obs.: Para o STF e o STJ o Ministério Público pode presidir investigação criminal que conviverá harmonicamen-
te com o IP, sendo uma decorrência implícita da Constituição. 
 
Além disso, o promotor que investiga não é suspeito ou impedido para atuar na fase processual (Súmula 234 
do STJ) 
 
“Súmula n° 234 do STJ - A participação de membro do ministério público na fase investigatória criminal não 
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.” 
 
2. Procedimento 
 
 
 
 
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Nada impede que ele seja diretamente remetido ao MP. 
 
Após caberá ao juiz abrir vistas ao membro do MP e diante do IP ele terá 3 (três) alternativas, a saber: 
 
a) Indícios da autoria e da materialidade. 
 
O promotor vai oferecer denúncia para que se inicie o processo. 
 
b) Não existem indícios de autoria ou da materialidade 
 
Requisição de novas diligências imprescindíveis ao processo. 
 
c) Não há crime a apurar 
 
O promotor pedirá o arquivamento do IP. 
 
 
 
Diante desse pedido o juiz terá 2 (duas) alternativas: 
 
I – Concordar – caberá ao juiz homologar o pedido. 
 
Conclusão: Percebe-se que cabe ao juiz arquivar o IP, desde que haja requeri-
mento do MP, portanto, o arquivamento é feito por ato complexo. 
 
II – Discordar – o juiz vai invocar o art. 28 do CPP remetendo os autos ao Pro-
curador Geral. 
 
O Procurador Geral terá 3 (três) alternativas 
 
1 – Oferecer denúncia. 
2 – Designar outro promotor. 
3 – Insistir no arquivamento. 
 
Em regra, o arquivamento do IP não faz coisa julgada material, tanto é verdade que se surgirem novas provas 
enquanto o crime não estiver prescrito, o MP terá aptidão para denunciar. 
 
Por sua vez, mesmo durante o arquivamento pode realizar diligências na esperança de conseguir prova nova. 
 
O STF já decidiu que o arquivamento embasado na certeza da atipicidade do fato, faz coisa julgada material. 
 
Formas de início do inquérito policial 
 
1) De ofício 
 
 
 
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6
 
“Art. 5º. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
 
 I - de ofício;” 
 
Na ação penal pública incondicionada, todos devem agir de ofício. 
 
Notitia Criminis – é o conhecimento pelo delegado da prática de um fato tido como criminoso. 
 
Pode ser instaurado por uma portaria. 
 
2) Por requisição 
 
“Art. 5º. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de 
quem tiver qualidade para representá-lo.” 
 
A requisição pode ser feita pelo Juiz ou pelo MP. 
 
Uma vez requisita a da instauração pelo juiz ou Mo, está obrigado o delegado a instaurar o inquérito. 
 
3) Requerimento do ofendido 
 
“Art. 5º. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de 
quem tiver qualidade para representá-lo.” 
 
Se o crime for de ação penal privada, o IP dependerá de requerimento do ofendido. 
 
O ofendido pode requerer a instauração do IP no crime de ação penal pública incondicionada. 
 
4) Representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça. 
 
Nos crimes de ação pública condicionada, o IP não poderá ser iniciado sem as respectivas condições. 
 
5) Lavratura do auto de prisão em flagrante 
 
Automaticamente vai inaugurar o IP. O delegado não precisará instaurar o IP, uma vez que a própria lavratura 
dá início ao IP. 
 
Providências que fazem parte do IP 
 
 
 
 
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7
Previsto no art. 6º do CPP: 
 
“Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada 
dos peritos criminais; (preservação do local do crime) 
 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
 
IV - ouvir o ofendido; 
 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, 
devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; 
 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 
 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua 
folha de antecedentes; 
 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição eco-
nômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos 
que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.” 
 
Indiciamento 
 
Imputação a alguém da prática de uma infração penal por haver indícios de sua autoria. 
 
Interrogatório 
 
O CPP prevê a identificação datiloscópica (criminal) e o art. 5º, LVIII prevê a identificação civil. 
 
Encerramento do IP 
 
Dá-se por meio de um relatório 
 
O prazo vai variar dependendo do status libertatis do indivíduo, se preso ou solto. Se o indivíduo estiver preso 
(prazo de 10 dias), se estiver solto (prazo de 30 dias). 
 
 
 
 
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“Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou esti-
ver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de 
prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 
§1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.” 
 
Crime der justiça federal – se o indiciado estiver preso (prazo de 15 dias prorrogável por mais 15 dias), se esti-
ver solto (prazo de 30 dias) – lei 5.010/66. 
 
De acordo com a lei de drogas (11.343/2006) – indiciado preso (prazo: 30 dias prorrogável por mais 30 dias); 
indiciado solto (prazo: 90 dias prorrogável por mais 90 dias). 
 
Encerramento do Inquérito Policial 
 
Será finalizado pelo relatório feito pela autoridade policial. 
 
Nada impede que os autos sejam remetidos diretamente ao MP, afinal o Promotor é o destinatário imediato 
da investigação. 
 
Após caberá ao juiz abrir vistas ao membro do MP, e este poderá tomar uma das três possibilidades abaixo: 
 
a) Se o promotor entender que há indícios de autoria e materialidade caberá ao MP oferecer a denúncia. 
 
Tem início o processo penal. 
 
b) Não existem indícios da autoria e materialidade. Todavia, existe esperança de que eles sejam imediatamen-
te colhidos. 
 
Caberá ao MP requisitar novas diligências que sejam imprescindíveis para o início do processo. 
 
c) Se o Promotor entender que não há crime a apurar, requererá o arquivamento do IP. 
 
Ao requerer o arquivamento, o juiz pode: 
 
Concordar com o pedido – havendo concordância, o juiz vai homologar. 
 
O arquivamento é feito por ato complexo. 
 
Obs.: Percebe-se claramente que o juiz arquiva o inquérito, desde que exista requerimento do MP, o que ca-
racteriza por conseqüência a realização de um ato complexo. 
 
Discordar do pedido: 
 
 
 
 
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Se o juiz discordar do pedido de arquivamento, cabe a ele invocar o art. 28 do CPP. Vejamos a redação a se-
guir: 
 
“Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do in-
quérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões 
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denún-
cia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao 
qual só então estará o juiz obrigado a atender.” 
 
O juiz ao invocar o art. 28 do CPP remete os autos ao Procurador-Geral (Chefe do MP), que terá 3 (três) alter-
nativas: 
 
I – Oferecer denúncia: 
 
II – Designar outro membro do MP para oferecer a denúncia 
 
De acordo com a posição majoritária este terá o dever de atuar, pois funciona por delegação do Procurador-
Geral. 
 
III – Insistir no arquivamento 
 
O juiz está obrigado a homologar o arquivamento. 
 
Obs.: Súmula 524 do STF X art. 18 do CPP 
 
“Súmula 524 do STF - Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de jus-
tiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.” 
 
Segundo o STF em regra, o arquivamento do inquérito não faz coisa julgada material que se surgirem novas 
provas enquanto o crime não estiver prescrito, o MP terá aptidão para oferecer denúncia 
 
CPP 
“Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a 
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.” 
 
O CPP por sua vez autoriza que a polícia realize diligências mesmo durante o arquivamento do inquérito, na 
esperança de colher prova nova que viabilize a oferta da denúncia. 
 
Conclusões: 
 
1ª O arquivamento não é ato definitivo. 
 
2ª O arquivamento segue a cláusula “rebus sic stantibus” (como as coisas estão). 
 
 
 
 
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Esta cláusula caracteriza a não definitividade do ato que é movimentado pelo estado das coisas, ou seja, “é a 
cláusula como as coisas estão”. 
 
Exceção: 
 
Segundo o STF, excepcionalmente, o arquivamento faz coisa julgada material, quando pautado na certeza de 
que o fato é atípico. 
 
Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO): 
 
É a investigação simplificada inerente às infrações de menor potencial ofensivo (art. 69 da lei 9.099/95) 
 
“Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o enca-
minhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exa-
mes periciais necessários. 
(...)” 
 
Legitimidade: 
 
a) Delegado 
b) Polícia Militar 
c) Juiz – somente pode presidir a lavratura nas hipóteses do art. 28 da lei 11.343/2006: 
 
“Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, 
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguin-
tes penas: 
 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas desti-
nadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou 
psíquica. 
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da 
substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pes-
soais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. 
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) 
meses. 
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo 
prazo máximo de 10 (dez) meses. 
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais 
ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocu-
pem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. 
 
 
 
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11
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que 
injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: 
I - admoestação verbal; 
II - multa. 
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento 
de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.” 
 
 
 
Ação Penal 
 
Conceito: 
 
Ação é o direito público subjetivo constitucionalmente assegurado de exigir do Estado-Juiz a aplicação da lei ao 
caso concreto, para solução da demanda penal. 
 
Processo é a ferramenta para efetivação do direito de ação. 
 
Classificação da ação penal: 
 
Com relação à titularidade da ação, temos: 
 
Ação Penal Pública 
 
Conceito: 
 
É aquela titularizada privativamente pelo MP, com base no art. 129, I da CF e no art. 257, I do CPP. 
 
CF/88 
“Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;” 
 
CPP 
“Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; (...)” 
 
Obs.: O art. 26 do CPP autorizando que delegados e juízes exerçam a ação penal, não foi recepcionado pela CF 
(revogação tácita) 
 
“Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de por-
taria expedida pela autoridade judiciária ou policial.” 
 
 
 
 
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12
 
Princípios 
 
a) Princípio da Obrigatoriedade ou da Compulsoriedade 
 
O exercício da ação penal pública é inerente à atividade do MP. 
 
b) Princípio da Indisponibilidade 
 
O MP não poderá desistir da ação deflagrada. 
 
Obs.1: Nada impede que o MP requeira a absolvição, recorra em favor do réu ou até mesmo que impetre há-
beas corpus, o que não significa desistência. 
 
Obs.2: Os recursos são essencialmente voluntários. Todavia, se o promotor recorrer não poderá desistir.] 
 
“Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.” 
 
c) Principio da Divisibilidade (STF e STJ) 
 
Havendo pluralidade de infratores o MP tem dever funcional de processar todos no delito. 
 
Segundo o STF e STJ a ação é divisível, pois tolera desmembramento e posterior complementação incidental 
por força do aditamento. 
 
Para a jurisprudência majoritária, se a ação começou contra parte dos infratores nada impede que ela seja 
complementada e que mais réus sejam inseridos. 
 
d) Princípio da Intranscendência ou PessoalidadeA ação penal não vai ultrapassar a figura do réu. 
 
Espécies: 
 
a) Ação Penal Pública Incondicionada 
 
É aquela onde a atividade persecutória acontece de ofício, pois o interesse público prevalece. Esta regra está 
prevista no art. 100 do Código Penal, conforme vemos abaixo: 
 
“Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.” 
 
b) Ação Pública Condicionada 
 
É aquela titularizada pelo MP, mas que pressupõe manifestação de vontade do legítimo interessado 
 
 
 
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13
 
Institutos Condicionantes: 
 
Representação: 
 
Conceito/ Natureza: É o pedido e ao mesmo tempo a autorização, sem a qual não pode haver persecução pe-
nal. 
 
Obs.: 
 
Conclusão - Sem ela não há ação, inquérito e nem mesmo lavratura de flagrante. 
 
Natureza – É uma condição de procedibilidade. 
 
Legitimidade: 
 
Destinatários: Poderá ser feito ao delegado, MP e juiz. 
 
Ativa – Será representada pela vítima ou pelo representante legal dela (quando a vítima for menor de 18 
anos). 
 
Obs.: 1) Emancipação cível não tem reflexo penal, devendo-se nomear um curador especial ao menor; 2) Em 
razão da morte ou ausência da vítima, haverá sucessão do direito de representar para o CADI (cônjuge, ascen-
dentes, descendentes e irmãos) – esse rol é preferencial e taxativo. A companheira (o) em que pese não haver 
consenso está excluída. 
 
Prazo: 
 
6 (seis) meses contados da respectiva constatação da autoria. 
 
Esse prazo é decadencial e fatal (não há prorrogação, suspensão ou interrupção do prazo). 
 
Obs.: Forma de contagem – O prazo é contado de acordo com o art. 10 do Código Penal, ou seja, o primeiro 
dia é incluído e o último será excluído. Vejamos a redação do art. 10 do CP: 
 
“Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendá-
rio comum.” 
 
Retratação: 
 
Nada impede que a vítima se retrate da representação, desde que o faça até o oferecimento da denúncia. 
 
Obs.: 
 
 
 
 
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14
1- Múltiplas retratações – Se a vítima se retratou, nada impede que se arrependa e reapresente a representa-
ção desde que dentro do prazo. 
 
2 – Violência doméstica – Nada impede que a vítima se retrate em audiência específica com o juiz e com o MP, 
e, desde que, a denúncia não tenha sido recebida. 
 
Rigor Formal: 
 
A representação tem forma livre, podendo ser apresentada oralmente ou por escrito a qualquer dos destinatá-
rios. 
 
Requisição do Ministro da Justiça 
 
Conceito/ Natureza – É o pedido e ao mesmo tempo a autorização de natureza política, que condiciona o início 
da persecução penal. 
 
É uma condição de procedibilidade. 
 
Legitimidade: 
 
Destinatário – Procurador Geral do Ministério Público. 
 
Ativa – Ministro da Justiça. 
 
Prazo: 
 
Não há prazo decadencial regendo a matéria a qualquer tempo e enquanto o crime não estiver prescrito. 
 
Retratação: 
 
Não há no CPP previsão a respeito do tema, e segundo Tourinho Filho, o ato é irretratável. 
 
Obs.: O STF e o STJ nunca julgaram a matéria. 
 
 
Ação Penal Privada 
 
É aquela titularizada pela vítima ou por quem a represente na condição de substituição processual, já que ela 
atua em nome próprio pleiteando interesse alheio (punição que é inerente ao interesse estatal). 
 
Se a vítima é a titular da ação penal privada, esta ganha o título de querelante, ao passo que o réu (imputado) 
é denominado de querelado. 
 
A petição inicial vai se chamar queixa-crime. 
 
 
 
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15
 
 
Princípios 
 
a) Princípio da Oportunidade 
 
Por ele a vítima exercerá a ação apenas se lhe for conveniente. 
 
Obs.: Institutos Correlatos: 
 
a) Decadência – é a perda da faculdade de exercer a ação privada, em razão do decurso do prazo, qual seja, em 
regra, 6 (seis) meses contados do conhecimento da autoria do crime. 
 
Conseqüência: 
 
Uma vez ocorrida a decadência, operar-se-á a extinção da punibilidade. 
 
b) Renúncia – se caracteriza pela declaração expressa da vítima de que não pretende exercer a ação ou pela 
prática de um ato incompatível com essa vontade. 
 
A renúncia pode ser de forma expressa ou tácita. 
 
Conseqüência: 
 
1 - Ocasiona a extinção da punibilidade. 
 
2 – A renúncia é ato irretratável. 
 
b) Princípio da Disponibilidade 
Por ele a vítima poderá desistir da ação que está em curso. 
 
Obs.: Institutos Correlatos: 
 
a) Perdão – ocorre quando a vítima declara expressamente que não pretende continuar com a ação ou quando 
ela pratica um ato incompatível com essa vontade. 
 
O perdão admite tanto a forma expressa quanto a forma tácita. 
 
Obs.: 
 
Bilateralidade – para que o perdão surta o efeito pretendido, qual seja a extinção da punibilidade, é necessário 
que ele seja aceito. O que pode ocorrer de forma expressa ou tácita. 
 
 
 
 
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16
Procedimento - se a vítima declara nos autos o perdão, o réu será notificado dispondo de 3 (três) dias para 
dizer se aceita. A omissão faz presumir que ele aceitou (aceitação tácita). 
 
b) Perempção – é a sanção judicialmente imposta pelo descaso da vítima na condução da ação privada. 
� Hipóteses: 
 
Estão no art. 60 do CPP ocasionando a extinção da punibilidade. 
 
“Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: 
 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; 
 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir 
no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o 
disposto no art. 36; 
 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva 
estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.” 
 
c) Princípio da Indivisibilidade 
 
Caso a vítima opte por exercer a ação, deverá fazê-lo contra todos aqueles que contribuíram para o crime. 
 
Obs. 1: Cabe ao MP fiscalizar a lógica da indivisibilidade. 
 
Obs.2: Conseqüências: 
 
Caso a vítima voluntariamente processe apenas parte dos infratores, ela estará renunciando ao direito em 
favor dos não processados extinguindo a punibilidade em prol de todos. 
 
Por sua vez, o perdão apresentado a parte dos criminosos se estende a todos que queiram aceitar. 
 
d) Princípio da Intranscendência ou da Pessoalidade 
 
 Por ele, os efeitos da ação privada não extrapolam a figura do réu. 
 
Modalidades de Ação Penal Privada 
 
Classificação 
 
a) Exclusiva ouPropriamente Dita 
 
 
 
 
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É aquela titularizada pela vítima ou por seu representante legal. 
 
Obs.: Ela admite sucessão por morte ou ausência. 
 
b) Personalíssima 
 
Tem um único legitimado, qual seja a vítima. 
 
Obs.: Conseqüência – não há representante legal e não há sucessão. 
 
Aplicação – o único crime de ação personalíssima é o induzimento a erro ao casamento (art. 236 do CP). 
 
c) Subsidiária da Pública 
 
É aquela titularizada pela vítima e que tem cabimento quando o promotor não cumpre o seu papel, ou seja, 
quando ele não oferece denúncia, não requisita diligências ou não pede o arquivamento nos prazos que a lei 
lhe confere. 
 
Prazo – é de 6 (seis) meses contados do esgotamento do prazo que o promotor dispunha para agir, qual seja, 
em regra, 5 (cinco) dias se a pessoa estava presa ou 15 (quinze) dias se estava em liberdade. 
 
Poderes do MP – deve o promotor como interveniente obrigatório atuar em todos os termos da ação, sob 
pena de nulidade absoluta. Para tanto, tem amplos poderes e se a vítima fraquejar será afastada e o promotor 
retoma a ação como parte principal, já que não há perdão ou perempção na ação privada subsidiária (art. 29 
do CPP). 
 
“Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, ca-
bendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os 
termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do 
querelante, retomar a ação como parte principal.” 
 
 
Jurisdição e Competência 
 
Jurisdição (júris dictio) � ação de dizer o direito. 
 
 É o poder dever constitucionalmente assegurado e conferido ao judiciário, para que se aplique a lei 
ao caso concreto com a solução da demanda penal. 
 
Competência – é a medida da jurisdição, ou seja, é a quantidade de poder delimitado por lei e entregue a de-
terminado órgão jurisdicional. 
 
 
 
 
 
 
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18
São 3 (três) os critérios definidores de competência: 
 
A competência material divide-se em 3 (três) vertentes, a saber: 
 
a) Ratione Materiae (em razão da matéria) 
 
b) Ratione Loci (em razão do lugar) 
 
c) Ratione Personae (em razão da pessoa) 
 
 
a) Competência ratione materiae (competência em razão da matéria). 
 
 
Qual é a justiça competente? 
 
-Justiça Comum: 
 
1 – Estadual (residual) – isso significa que lhe cabe julgar o que não foi expressamente conferido às demais 
justiças. 
É residual, pois lhe cabe explicar o que não foi conferido expressamente às demais. 
 
2 – Federal – a sua competência está integralmente no texto constitucional (art. 108 - competência dos TRF’s; 
art. 109 – competência dos juizes federais de 1º grau). 
Sua competência está no texto constitucional, nos arts. 108 (competência dos Tribunais Regionais Federais) e 
109 (competência dos juízes federais de 1º grau). 
 
 
“Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos cri-
mes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral; 
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região; 
c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal; 
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; 
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da 
competência federal da área de sua jurisdição.” 
 
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
 
 
 
 
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I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição 
de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à 
Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou resi-
dente no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União 
ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competên-
cia da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resulta-
do tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 45, de 2004) 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e 
a ordem econômico-financeira; 
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de 
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de 
competência dos tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exe-
quatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a 
respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
§1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra par-
te. 
§2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o 
autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, 
ou, ainda, no Distrito Federal. 
 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as 
causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede 
de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também 
processadas e julgadas pela justiça estadual. 
§4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na 
área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 
§5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade 
de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos 
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, peranteo Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito 
ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional nº 45, de 2004)” 
 
 
-Justiça Especial: 
 
 
 
 
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Trata-se da Justiça Eleitoral e Militar. 
 
1 – Eleitoral 
 
 
A justiça eleitoral tem como competência julgar infrações eleitorais previstas no código eleitoral. 
 
Obs.: A justiça eleitoral também vai julgar as infrações comuns eventualmente conexas. 
 
 
2 – Militar 
 
Só julga as infrações militares (é uma justiça “fechada”), não tendo competência para apreciar nenhum ouro 
tipo de delito. 
 
� Justiça militar estadual – vai julgar os PM’s e os bombeiros militares. 
 
� Justiça militar federal – vai julgar os membros das forças armadas e pessoas comuns que pratiquem crime 
militar. 
 
Obs.: Competência pela natureza da infração 
 
O nosso legislador pode estabelecer o órgão competente para apreciar um determinado tipo de delito. É o que 
ocorre: 
 
A) Com os crimes dolosos contra a vida que por sua natureza são julgados no tribunal do júri (art. 5º, XXXVIII 
da CF). 
 
B) É também o que ocorre com as infrações de menor potencial ofensivo que por sua natureza vão aos juiza-
dos especiais (art. 98, I da CF). 
 
Vai julgar apenas crimes militares, que estão previstos no código penal militar. 
 
Somente as infrações militares, já que não lhe cabem infrações comuns. 
 
Obs.: 
 
Vale ressaltar, que a tortura, o tráfico de drogas, o abuso de autoridade, a facilitação da fuga de preso e os 
crimes dolosos contra a vida de civil são infrações comuns, não sendo julgadas na esfera militar 
 
Se os militares abaterem avião no combate ao tráfico, havendo excesso serão julgados na justiça militar (lei 
7565/86 alterada em julho de 2011). 
 
b) Competência Ratione Loci (em razão do lugar) 
 
 
 
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Qual é o juízo territorialmente competente? 
 
São definidos por 3 (três) regras: 
 
1ª Regra – Teorias Territoriais: 
 
1 – Teoria do Resultado 
 
Por ela a competência fixada pelo local da consumação do crime. 
 
Art. 70, caput do CPP. 
 
2 – Teoria da Ação 
 
Por ela a competência é fixada pelo local dos atos executórios. 
 
Esta teoria é aplicada aos crimes tentados. 
 
3 – Teoria da Ubiqüidade 
 
Essa teoria é híbrida, pois tanto faz a ação ou o resultado. 
 
Obs.: A ubiqüidade é aplicada aos crimes à distância, que são aqueles em que a ação ocorre no Brasil e o resul-
tado se dá no estrangeiro ou vice-versa. 
Nesse caso, a competência é brasileira e será fixada pelo local no Brasil em que ocorrer a ação ou resultado. 
 
2ª Regra – Domicílio ou residência 
 
O domicílio da vítima não define a competência criminal. 
 
3ª Regra – Prevenção 
 
Juiz prevento é o juiz que se antecipa, ou seja, aquele que primeiro pratica um ato do processo (o primeiro ato 
do processo é o recebimento da petição inicial) ou quando o juiz pratica medidas cautelares referentes ao 
futuro processo. 
 
Obs.: Devemos estabelecer algumas conseqüências para as regras estudadas, a saber: 
 
1 – Se o crime se consuma na divisa entre duas ou mais comarcas, a competência é fixada pela prevenção. 
 
2 – Se o réu possui mais de um domicílio ou residência, a competência é firmada pela prevenção. 
 
 
 
 
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3 – No crime permanente ou no crime continuado que se estenda por mais de uma comarca, a competência é 
firmada pela prevenção. 
 
4 – Nas ações privadas, mesmo sabendo o local da consumação, a vítima pode optar por exercê-la no domicílio 
ou residência do réu. Tal prerrogativa, não se aplica a ação privada subsidiária da pública. 
 
Competência Territorial para Crimes Consumados em Navios/Aeronaves 
 
Obs.: Conceito de território nacional 
 
a) Fronteiras 
b) Espaço Aéreo 
c) Mar territorial 
d) Equiparação 
-Navios + Aeronaves 
-Pública – navio com bandeira do Brasil em qualquer lugar do mundo. 
-Privada – sob a bandeira brasileira, será Brasil quando estiver dentro do nosso país ou em alto-mar. 
 
Viagens nacionais – a competência é fixada pelo primeiro lugar em que o avião pousar ou o navio atracar após 
o crime. 
 
Viagens internacionais – neste caso se o navio ou avião estão se distanciando do Brasil, a competência é fir-
mada pelo local de saída. Se estiverem se aproximando, a competência será fixada pelo local. 
 
 
 
c) Competência Ratione Personae (em razão da pessoa) 
 
Foro Privilegiado: Algumas autoridades em razão do cargo ou da função desempenhada têm a prerrogativa de 
julgamento originário perante tribunal. 
 
 
Obs.: Foro Privilegiado X Júri 
 
Segundo o STF, na Súmula 721 quem tem foro privilegiado na Constituição não vai a júri, sendo julgado no seu 
tribunal de origem. 
 
As autoridades que usufruem do foro privilegiado encampado na CF, não vão a júri, pois serão julgadas no seu 
tribunal de origem (Súmula 721 do STF): 
 
“Súmula 721 do STF - A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa 
de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual.” 
 
Obs. 2: Foro Privilegiado X Deslocamento 
 
 
 
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As autoridades com foro no TJ ou no TRF ao praticarem crime fora do estado ou da região, serão julgadas no 
seu tribunal de origem. 
 
Obs. 3: As autoridades com foro privilegiado no TJ ou no TRF ao praticarem crime eleitoral, serão julgadas no 
TRE . 
 
Obs. 4: Perpetuação no tempo do privilégio: 
 
Com a declaração de inconstitucionalidade nos parágrafos 1º e 2º do art. 84 do CPP, passamos a ter as seguin-
tes regras: 
 
1ª – Para os crimes uma vez encerrados o cargo ou o mandato, encerra-se o foro privilegiado. 
 
2ª – Para as ações de improbidade administrativa, não há privilégio em nenhum momento. 
 
O Presidente do Banco Central, o Advogado Geral da União, o Chefe da Casa Civil e o Controlar Geral da União 
possuem status de ministro e foro privilegiado no STF. 
 
As autoridades com foro privilegiado no TJ ou no TRF ao praticarem crime eleitoral, serão julgadas no TRE. 
 
 
 
 
Tabela – Competência Ratione Personae 
 
CF Executivo Legislativo Judiciário Outras autoridades 
 
STF 
Presidente 
Vice Presidente 
Ministros 
Senadores 
Dep. Federais 
Ministros do STF, 
STJ, TST, TSE e STM 
MPU (Procurador Geral da Repú-
blica) 
TCU 
Comandante das Forças Armadas 
 
STJ Governadores ------------------- Tribunal Estadual. 
Tribunal Federal 
MPU (Tribunal) 
TCE; TCM 
TJ Prefeitos (art. 29, 
X da CF) 
Deputado Esta-
dual 
Juízes Estaduais (1º 
grau) 
MP Estadual 
TRF Prefeito (Súmula 
702 do STF) 
Deputado Esta-
dual 
Juízes Federais (1º 
grau) 
MPU (1º grau)Prisões: 
 
Modalidades: 
 
Prisão Pena – é aquela que decorre de uma sentença condenatória transitada em julgado. 
 
 
 
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Prisão sem Pena/Cautelar/Processual/Provisória – é aquela que cabe ou no curso do inquérito ou no curso do 
processo. 
 
São 3 (três) a saber: 
 
1 – Flagrante. 
 
2 – Preventiva. 
 
3 – Temporária. 
 
Prisão em Flagrante 
 
Flagrante significa imediatidade entre o crime e a captura. 
 
Conceito – é a medida de constrição pessoal constitucionalmente assegurada em que autoriza a captura de 
quem é surpreendido praticando um delito. 
 
Modalidades 
 
a) Flagrante próprio/real ou propriamente dito 
 
� Quando o indivíduo é preso cometendo o delito. 
 
Obs.: É a pessoa que estava praticando os atos executórios. 
 
� O indivíduo que é preso ao acabar de cometer o delito. 
 
Obs.: Essa pessoa já concluiu os atos executórios, mas não se desvencilhou do local do crime. 
 
b) Flagrante impróprio/irreal ou quase flagrante 
 
O indivíduo é perseguido logo após o crime e se a perseguição for exitosa efetivará na captura. 
 
O art. 250 do CPP preestabelece o conceito de perseguição não havendo limite de tempo ou necessidade de 
contato visual. O requisito objetivo de validade é que ela seja contínua. 
 
“Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de outro 
Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à 
competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta. 
 
§1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento da pessoa ou coisa, quando: 
 
 
 
 
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a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois a 
percam de vista; 
 
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, 
que está sendo removida ou transportada em determinada direção, forem ao seu encalço. 
 
§2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas referi-
das diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exi-
gir as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.” 
 
c) Flagrante presumida/ficto/assimilado 
 
O agente é encontrando logo depois de praticar o delito com objetos, armas e papéis que o vinculem à infra-
ção. 
 
d) Flagrante obrigatório/compulsório 
 
e) Flagrante facultativo 
 
Qualquer um do povo 
 
“Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que 
seja encontrado em flagrante delito.” 
 
f) Flagrante esperado 
 
É uma criação da doutrina. 
 
Caracteriza-se quando a polícia fica de campana (tocaia) aguardando o primeiro ato executório ser realizado 
para efetivar a captura. 
 
g) Flagrante forjado 
 
h) Flagrante preparado/provocado/delito de ensaio/delito putativo/por obra do agente 
 
Segundo o STF a Súmula 145, o Estado não pode estimular a prática de delito para conseguir prender em fla-
grante, já que os fins não justificam os meios. 
 
Nessa hipótese não só prisão ilegal como fato praticado é atípico por caracterizar crime impossível. 
 
i) Flagrante Postergado/Flagrante diferido/retardado 
 
Surgiu no combate ao crime organizado permitindo que a polícia postergue o flagrante na expectativa de con-
cretizá-lo no momento mais adequado. 
 
 
 
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26
 
Captura � 
 
O instituto é também previsto na lei de tóxicos. 
 
Pleiteia oitiva do MP. 
 
 
 
 
Processamento: 
 
Na sua visão macro temos 4 (quatro) etapas bem delineadas: 
 
1ª) Captura – imediato cerceamento da liberdade. 
 
2ª) Condução Coercitiva – o indivíduo é conduzido até a autoridade. 
 
3ª) Lavratura dos Autos. 
 
4ª) Recolhimento à prisão. 
 
Obs. Postura do Delegado: 
 
Em 24 (vinte e quatro) horas contadas da prisão, cabe ao delegado cumprir as seguintes obrigações, quais se-
jam: 
 
I) Remeter os autos ao juiz 
 
-Se o juiz entender que a prisão seja ilegal, esta será relaxada. 
 
-Caso o juiz entenda que a prisão seja legal, esta será homologada e o juiz terá as seguintes opções: 
 
1ª – Se o magistrado entende que o indivíduo permanece preso, converterá o flagrante em preventiva. 
 
2ª – Se o magistrado entende que a manutenção cárcere não é necessária, concederá ao agente liberdade 
provisória. 
 
Obs.: Hipóteses de cabimento da liberdade provisória sem fiança: 
 
De acordo com o art. 310 do CPP, o capturado em flagrante terá direito à liberdade provisória porque atuou 
amparado por uma excludente de ilicitude ou porque não preenche os requisitos da preventiva, podendo o 
juiz ao libertá-lo impor qualquer das medidas cautelares do art. 319 do CPP. 
 
 
 
 
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II) Se o preso não tem advogado, cópia dos autos será encaminhada à Defensoria Pública. 
 
III) Cabe a ele entregar ao preso a nota de culpa como breve declaração, informando os motivos e os respon-
sáveis pela prisão 
 
Situações Especiais 
 
a) Crimes Permanentes 
 
A prisão em flagrante ocorre a qualquer tempo enquanto perdurar a permanência, admitindo-se inclusive in-
vasão domiciliar. 
 
b) Crimes de Ação Privada e de Ação Pública Condicionada 
 
Nessas infrações a lavratura do auto pressupõe autorização do legítimo interessado. 
 
 
c) Infrações de Menor Potencial Ofensivo 
 
Nesse caso, o auto é substituído pelo T.C.O se o infrator for encaminhado imediatamente ao Juizado ou assu-
mir esse compromisso. 
 
d) Membros do MP, juízes e advogados 
 
Só serão presos em flagrante nos delitos inafiançáveis. 
 
 
Prisão Preventiva 
 
1. Conceito 
 
É a prisão cautelar cabível durante toda a persecução penal (durante o IP e o processo) decretada pelo Juiz ex 
officio (só durante o processo) ou por provocação. 
 
Pode ser decretada pelo juiz “ex officio”. 
 
Desde o dia 4 de julho de 2011 o juiz pode decretar “ex officio” só no processo. 
 
Pode ser decretada por provocação (MP, querelante, autoridade policial, assistente de acusação). 
 
Sem prazo desde que presentes os requisitos do art. 312 do CPP. 
 
 
Quem vai requerer a preventiva: 
 
 
 
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-MP. 
-Querelante. 
-Delegado. 
-Assistente de Acusação (vítima que se habilita na ação pública para auxiliar o MP). 
 
Não possui prazo,desde que presentes os requisitos do art. 312 do CPP. 
“Art. 312.A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da exis-
tência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único.A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer 
das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011).” 
Requisitos 
Requisitos: 
 
-Fumus Commissi Delicti – indícios de autoria e prova da materialidade. 
 
-Periculum Libertatis (perigo da liberdade) 
 
�Hipóteses de decretação: 
 
a) Garantia da Ordem Pública 
 
Para o STJ a ordem pública está em risco quando o indivíduo em liberdade provavelmente continuará delin-
qüindo. 
 
b) Garantia da Ordem Econômica 
 
A expectativa é coibir a reiteração de delitos contra a ordem econômica. 
 
c) Garantia da Instrução Criminal 
 
A expectativa é tutelar a livre produção probatória. 
 
d) Garantia de Aplicação da Lei Penal 
 
Se o réu imotivadamente não comparece a ato processual descabe a preventiva sendo adequada a condução 
coercitiva (art. 260 do CPP). 
 
 
 
 
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29
e) Pelo descumprimento de medida cautelar não privativa de liberdade 
 
As medidas cautelares não prisionais estão elencadas no art. 319 do CPP, e o seu descumprimento traz ao juiz 
3 (três) alternativas: 
 
1ª – Substituir uma medida cautelar por outra. 
 
2ª – Cumular a medida descumprida com outra. 
 
3ª – Revogar a medida cautelar e decretar a prisão preventiva. 
 
“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar 
atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, 
deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, 
deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a inves-
tigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha 
residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando 
houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, 
quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de 
reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obs-
trução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
 
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
§1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 
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30
§2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
§3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
§4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada 
com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).” 
 
f) Descumprimento de medida protetiva de urgência nas hipóteses de violência doméstica 
 
Neste caso admite-se a decretação da preventiva como última ratio em prol do hipossuficiente. 
 
g) Havendo dúvida ou inexistência quanto a identificação civil 
 
O agente ficará preso até a apresentação documental. 
 
Obs. 1: Infrações que arbitrem preventiva 
 
a) Crimes dolosos 
 
a1) Pena máxima de 4 (quatro) anos. 
a2) Exceção: cabe preventiva se a pena é menor do que 4 anos quando o indivíduo é reincidente em crime 
doloso. 
 
b) Violência Doméstica e Descumprimento das Medidas Protetivas de Urgência 
 
Na violência doméstica é indiferente a quantidade de pena atribuída ao delito originariamente praticado, já 
que o ponto central é o descumprimento da medida protetiva. 
 
c) Ausência de Identificação Civil 
 
Nesta hipótese é indiferente a quantidade de pena atribuída ao crime. 
 
Obs. 2: Preventiva X Excludente de Ilicitude 
 
Havendo indícios de uma excludente de ilicitude (art, 23 do Código Penal), não caberá a decretação da preven-
tiva. 
 
Obs. 3: Fundamentação do Mandado 
 
Para o STJ a mera repetição do texto de lei não caracteriza motivação denotando ilegalidade prisional. 
 
Obs. 4: Tempo da Preventiva 
 
 
 
 
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31
Não há na lei prazo de duração da preventiva que se estende no tempo enquanto houver necessidade (pre-
sença dos requisitos legais). 
 
A prisão preventiva será revogada ou substituída por uma medida cautelar não prisional (art. 319 do CPP). 
 
Se os fundamentos reaparecerem (art. 319 do CPP), nada impede a sua re-decretação (cláusula rebus sic stan-
tibus – como as coisas estão). 
 
Obs. 5: Prisão Domiciliar 
 
É aquela que substitui a preventiva... 
 
Ordem judicial que também é necessária para que o indivíduo excepcionalmente saia da casa. 
 
Hipóteses: 
 
Estão previstas no art. 318 do CPP humanizando a execução penal 
 
“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (Redação dada pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
 
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; (Incluí-
do pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. (In-
cluído pela Lei nº 12.403, de 2011).” 
 
Prisão Temporária 
 
É a prisão cautelar cabível durante o Inquérito Policial. 
 
É decretada pelo juiz a requerimento do MP ou por representação da autoridade policial. 
 
 Obs.: A temporária nunca será decretada de ofício. 
Prazo: 
 
a) Comum – 5 (cinco) dias prorrogáveis uma vez só por mais 5 (cinco) dias.Material disponível na Área do Aluno: www.lfg.com.br/areadoaluno 
 
32
 
b) Crimes Hediondos e assemelhados (tortura, terrorismo e tráfico) – 30 (trinta) dias prorrogáveis por 30 (trin-
ta) dias. 
 
� O juiz é quem vai deliberar a prorrogação do prazo ouvindo previamente o MP, desde que presentes os 
requisitos do art. 1º da lei 7.960/89. 
 
Requisitos: 
 
-Fumus Comissi Delicti 
 
-Periculum Libertatis 
 
Art. 1º da Lei 7.960/89: 
 
“Art. 1° Caberá prisão temporária: 
 
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua 
identidade; 
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou 
participação do indiciado nos seguintes crimes: 
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); 
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); 
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); 
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); 
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, 
caput, combinado com art. 285); 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; 
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; 
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); 
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).” 
 
-Art. 1º da Lei 8.072/90: 
 
“Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de de-
zembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 
 
 
 
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33
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por 
um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 
6.9.1994) 
 
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela 
Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
 
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998) 
 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais 
(art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso 
incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998) 
 
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 
2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)” 
 
Obs. 1: Conjugação de Incisos 
Procedimento 
 
Requerimento feito ao juiz pelo MP ou pelo Delegado. 
 
O juiz tem 24 (vinte e quatro) horas para decidir ou ouvir o MP. 
 
Conseqüência: 
 
O preso cautelar, qualquer que seja ele, ficará separado do preso definitivo (art. 300 do CPP) 
 
“Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente conde-
nadas, nos termos da lei de execução penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido 
a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. (Incluído 
pela Lei nº 12.403, de 2011).” 
 
 
 
 
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34
 
Liberdade Provisória 
 
É a contra cautela destinada a impugnação do cárcere cautelar, promovendo um estágio transitório entre o 
cárcere e a liberdade definitiva. 
 
Modalidades: 
 
Liberdade Provisória Sem Fiança 
 
É o direito de permanecer livre mesmo com a captura em flagrante e se submetendo de regra a obrigações 
legalmente impostas. 
 
Obs.: O beneficiado será compromissado a comparecer a todos os atos da persecução penal, sem prejuízo. 
 
a) Presença de Indícios de Excludentes de Ilicitude 
 
b) Não se enquadrar nos requisitos da preventiva 
 
Obs.: Obrigações 
 
Pode o juiz aplicar qualquer das medidas cautelares do art. 319 do CPP, ou, pelas circunstancias do fato, pela 
gravidade do crime e pelas condições pessoais do agente libera-lo incondicionalmente. 
 
Liberdade Provisória Mediante Fiança 
 
É o direito de permanecer livre, se submetendo às obrigações legalmente impostas e promovendo o respecti-
vo implemento financeiro. 
 
Hipóteses: 
 
� Não cabe fiança: 
 
a) Crimes Hediondos 
 
b) Racismo 
 
c) Ação de grupos armados civis ou militares contra a ordem constitucional e o Estado Democrático de Direito. 
 
d) Presentes os requisitos da preventiva. 
 
e) Se o agente quebrou a fiança dentro da persecução penal. 
 
Legitimidade 
 
 
 
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35
 
a) Delegado 
 
Se o crime tem pena de até 4 (quatro) anos. 
 
b) Juiz 
 
O magistrado pode arbitrar nas hipóteses do delegado, e se o delito tem pena superior a 4 (quatro) anos, só o 
juiz poderá fazê-lo no prazo de 48 (quarenta e oito) horas (sem prorrogação). 
 
Institutos Correlatos 
 
A) Quebra da Fiança 
 
É uma sanção judicialmente imposta pelo descumprimento das obrigações do afiançado. 
 
Obs. 1: Obrigações do afiançado 
 
-Arts. 327, 328 e 341 do CPP: 
 
“Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes 
que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não compa-
recer, a fiança será havida como quebrada.” 
 
“Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia 
permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comuni-
car àquela autoridade o lugar onde será encontrado.” 
 
“Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
I - regularmenteintimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; (Incluído pela Lei nº 
12.403, de 2011). 
 
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
 
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
V - praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).” 
 
Obs. 2: Destino da Fiança: 
 
 
 
 
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Se o réu é absolvido o valor da fiança é devolvido com correção. 
 
Se o réu for condenado, a fiança servirá para: 
 
a) Indenizar a vítima. 
 
b) Pagar custas. 
 
c) Pagar multa. 
 
d) Obrigação Pecuniária. 
 
e) Se sobrar alguma coisa a fiança é devolvida 
 
Obs. 3: Conseqüências da Quebra da Fiança: 
 
Quem quebrou a fiança na mesma persecução penal não pode prestar fiança. 
 
Terá 50% do valor caucionado destinado ao Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN). 
 
B) Perda 
 
Ocorre pela fuga do réu após o trânsito em julgado da condenação, frustrando o início da execução da pena. 
 
Conseqüência: 
 
100% do valor remanescente será destinado ao Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN). 
 
C) Reforço da Fiança 
 
É o implemento da fiança, seja porque o bem dado em garantia sofreu depreciação ou por ter havido uma 
implementação na tipificação do crime, com reflexos no cálculo da fiança. 
 
Obs.: Conseqüências do não reforço 
 
� O valor dado em garantia será integralmente devolvido. 
 
D) Cassação 
 
Ocorre quando a fiança desde o início é arbitrada por equívoco ou se houver inovação na tipificação do crime 
o transformando em inafiançável. 
 
Obs. Conseqüências: 
 
 
 
 
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37
1ª Prisão Preventiva. 
 
2ª Devolução Integral. 
 
E) Dispensa 
 
Potencializando o direito material, pode o juiz dispensar a implementação financeira concedendo o benefício 
da liberdade aos pobres na forma da lei. 
 
Procedimentos 
 
Considerações Iniciais 
 
Enquadramento 
 
a) Procedimento – é uma seqüência de atos concatenados logicamente e destinados a uma finalidade. 
 
b) Processo – é o procedimento em contraditório enriquecido pela relação jurídica processual. 
 
c) Rito – Deriva de ritmo. 
 
É a amplitude assumida pelo procedimento 
 
Seleção 
 
a) Comum 
 
No Brasil, tal procedimento pode assumir 3 (três) ritos diferentes: 
 
1º - Rito Ordinário. 
 
2º - Rito Sumário. 
 
3º - Rito Sumaríssimo. 
 
Obs. Escolha do Rito no Procedimento Comum: 
 
 Antes da Reforma Depois da Reforma 
Ordinário Crimes apenados com reclusão Crime com pena maior ou igual a 4 
(quatro) anos. 
Sumário Crimes apenados com detenção Crime com pena menor a 4 (quatro) 
anos. 
Sumaríssimo Crimes com pena de até 2 (dois) anos + 
todas as contravenções comuns 
Crimes com pena de até 2 (dois) anos 
+ todas as contravenções comuns 
 
 
 
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38
 
Eventualmente o rito sumário funciona como soldado de reserva, seja porque não exista citação por edital nos 
juizados ou quando a complexidade do fato inviabiliza a denúncia oral. 
 
b) Especiais 
 
 
 
 
Procedimento Comum Ordinário 
 
Estrutura 
 
1ª Etapa – Fase Postulatória 
 
Oferta da Petição Inicial (denúncia ou queixa crime) 
 
Obs. Requisitos: 
 
Art. 41 do CPP: 
 
“Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qua-
lificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas.” 
 
Cabe ao juiz a admissibilidade da petição inicial. 
 
Quando o juízo de admissibilidade é negativo, o juiz rejeita a petição inicial. 
 
Rejeição da Petição Inicial - É a decisão que nega início ao processo por não estarem preenchidos os requisitos 
legais. 
 
A petição inicial será rejeita em 3 (três) hipóteses: 
 
1. Inépcia 
 
Segundo o STF a inépcia acontece por um defeito formal grave que normalmente contamina a narrativa fática. 
 
2. Condição da ação ou pressuposto processual faltante 
 
3. Justa Causa 
 
É a necessidade de lastro probatório sustentando a petição inicial. 
 
 
 
 
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39
� Sistema Recursal 
 
Como regra caberá recurso em sentido estrito (art. 581, I do CPP), já nos juizados especiais o recurso cabível é 
a apelação (art. 82 da lei 9.099/95). 
 
Se o juízo de admissibilidade for positivo, o juiz receberá a petição inicial. 
 
Recebimento da Petição Inicial – É a decisão do juiz que deflagra o processo. 
 
Obs. Sistema Recursal 
 
Esse ato judicial é irrecorrível desafiando a utilização de habeas corpus. 
 
Citação 
Integra a relação processual. 
 
Modalidades de Citação 
 
1ª – Pessoal 
 
Conhecida como citação real. 
 
É cumprida por oficial de justiça, que vai ler o mandado e entregar ao réu a contrafé. 
 
2ª – Citação por Edital 
 
Conhecida como citação ficta. 
 
O réu não está de má-fé. 
 
3ª – Citação por Hora Certa 
 
É pautada na má-fé do réu que está se escondendo para não ser citado. 
 
Utilizamos por analogia o procedimento do CPC. 
 
� Resposta Escrita a Acusação 
 
É a peça que vai impugnar os termos da petição inicial podendo ser completa ou superficial, e devendo contar 
sob pena de preclusão com o rol de testemunhas. 
 
� Capacidade Postulatória – é necessária, tendo que ser apresentada por advogado. 
 
� Prazo – 10 dias contados da citação. 
 
 
 
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40
 
Conseqüências da não apresentação 
 
� Ocorrência de citação pessoal 
 
Será declarado revel e será nomeado advogado dativo para apresentar a petição devolvendo-se o prazo. 
 
O réu revel não mais será intimado para os atos subseqüentes do processo, salvo a sentença. 
 
� Réu citado por hora certa 
 
As conseqüências são as mesmas da citação pessoal. 
 
� Réu citado por edital 
 
O juiz suspende o processo e a prescrição por 20 (vinte) anos. 
 
“Súmula nº 415 do STJ - O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena comi-
nada.” 
 
2ª Etapa – Fase Intermediária 
Julgamento antecipado do mérito no processo penal que é feito através da absolvição sumária. 
 
Absolvição sumária é a sentença judicial que antecipa o mérito em favor do réu, sem a necessidade de instru-
ção do processo. 
 
Hipóteses: 
 
a) Excludente de Tipicidade

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