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Sintese: Nilo Batista (introdução critica ao DP brasileiro) e Beccaria (Dos delitos e das penas)

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Intervenção Mínima e Fragmentariedade (última ratio)
Ao princípio da intervenção mínima se relacionam duas características do direito penal: a fragmentariedade e a subsidiariedade (BATISTA, 2007, p. 85).
Toda pena, que não derive da absoluta necessidade é tirânica, proposição esta que pode ser assim generalizada (BECCARIA, 1999, p. 28).
O princípio da intervenção mínima foi também produzido por ocasião do grande movimento social de ascensão da burguesia, reagindo contra o sistema penal do absolutismo, que mantivera o espirito minuciosamente abrangente das legislações medievais. Montesquieu tomava um episodio da historia do direito romano para assentar que "quando um povo é virtuoso, bastam poucas penas"(BECCARIA, 1999, p. 84).
Proibir grande quantidade de ações diferentes não é prevenir delitos que delas possam nascer, mas criar novos assim, Mais vale a certeza de punição (aplicação de sanção) do que uma punição mais severa (BECCARIA, 1999, p. 128).
O principio da intervenção mínima não está expressamente inscrito no texto constitucional (de onde permitiria o controle judicial das iniciativas legislativas penais) nem no código penal, integrando a politica criminal: não obstante, impõe-se ele ao legislador e ao intérprete da lei, como um daqueles princípios imanentes a que se referia Cunha Luna", por sua compatibilidade e conexões logicas com outros princípios jurídico-penais, dotados de positividade, e com pressupostos políticos do estado de direito democrático' (BATISTA, 2007, p. 85)
 O caráter fragmentário do Direito Penal somente pode ser visualizado quando entendemos que o Direito Penal deve reprimir o que for mais grave, protegendo os bens jurídicos mais importantes, Afastando-se quando o conflito pode ser extinto por outros ramos, como Direito Civil e Administrativo.
Humanização das Penas- Princípio da Legalidade
A tortura e a ridicularizarão era considerada uma pena “justa” para os criminosos. É possível que mesmo sentindo seus ossos sendo triturados o indivíduo continue se considerando inocente? A Carnificina realizada durante o julgamento torna o Juiz/legislador mais justo que o criminoso? (BECCARIA, 1999, p. 64).
A indagação permitiu mudanças. No Brasil, as penas cruéis foram abolidas e ao longo dos anos substituídas tornando-se proporcional ao crime. , o próprio Judiciário pode ser chamado para auxiliar aquele que sofre com alguma lesão, como está expresso no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
As leis podem determinar as penas fixadas para os crimes, e esta autoridade somente pode residir no legislador, que representa toda a sociedade unida por um contrato social. Nenhum magistrado (que é parte da sociedade) pode, com justiça, aplicar pena a outro membro dessa mesma sociedade, pena essa superior ao limite fixado pelas leis, que é a pena justa acrescida de outra pena. Portanto, o magistrado não pode, sob qualquer pretexto de zelo ou de bem comum, aumentar a pena estabelecida para um delinquente cidadão (BECCARIA, 1999, p. 30).
O princípio da legalidade, base estrutural do próprio estado de direito, e também a pedra angular de todo direito penal que aspire it segurança jurídica, compreendida não apenas na acepção da "previsibilidade da intervenção do poder punitivo do estado", que lhe confere Roxin, mas também na perspectiva subjetiva do "sentimento de segurança jurídica" que postula Zaffaroni'. Além de assegurar a possibilidade do prévio conhecimento dos crimes e das penas, o principio garante que o cidadão não será submetido a coerção penal distinta daquela predisposta na lei (BATISTA, 2007, p. 67).
Proporcionalidade da pena
Quando, em 1793, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, foi retomada e proclamada pela Convenção Nacional, o artigo XV mencionava que "as penas devem ser proporcionais ao delito e uteis a sociedade" (BATISTA, 2007, p. 99).
Se pena igual for cominada a dois delitos que desigualmente ofendem a sociedade, os homens não encontrarão nenhum obstáculo mais forte para cometer o delito maior, se disso resultar maior vantagem (BECCARIA, 1999, p. 39).
O aumento das penas só serve para continuar punindo os que já lotam o sistema carcerário brasileiro.mO castigo que é a pena tem que ser proporcional com o mal ou dano causado pelo delito.
O legislador deve fixar limites de penas procurando atender ao dano social que a condutas ocasionou. Ele não deve adotar critérios diferentes para fatos iguais, nem critérios mais rigorosos para fatos menos graves.

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