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1. DIFERENÇA DE INCAPACIDADE x IMPEDIMENTO x CAUSAS SUSPENSIVAS • INCAPACIDADE: inapto para casar com qualquer pessoa. Ex: criança de 4 anos; • IMPEDIMENTO: inapto para casar com determinadas pessoas. Ex: pai – filha; • CAUSAS SUSPENSIVAS: não é uma proibição. É um “conselho”. A causa suspensiva é um “não deve” em determinadas circunstância. → Cunho moral e biológico (para os impedimentos); → Cunho de proteção a terceiros: vislumbra proteger tanto o patrimônio quanto às relações patrimoniais entre 2 pessoas. 2. IMPEDIMENTOS • CC/02: 1 tipo de impedimento = os que geram a nulidade do casamento. • CC/16: tipos de impedimento: a) absolutamente dirimentes; b) relativamente dirimentes; c) impedimentos proibitivos ou meramente impedientes; a) absolutamente dirimentes: se assemelham ao impedimento trazido pelo CC/02. • As pessoas que viessem a contrair casamento diante de um impedimento absolutamente dirimente, esse casamento era passível de nulidade. → NULIDADE NO CASAMENTO: • caráter absoluto: jamais se convalidará; • imprescritível: a qualquer momento poderá ser intentada; • EXEMPLO: → DIREITO PATRIMONIAL (em caso de filhos) • todos os direitos estão resguardados; → DIREITO PATRIMONIAL (em caso de cônjuges) a) de boa – fé: • leva-se em conta a boa – fé: no direito brasileiro, a boa – fé se presume (presume- se que as partes contraíram casamento em face de algum impedimento, elas estavam de boa – fé. → Em que momento deve-se arguir a boa – fé ? • até o momento da celebração do casamento. Ex: irmãos que desconhecem tal parentesco resolvem se casar; logo em seguida da celebração descobrem que são irmãos. → Ambos estavam de boa – fé, porque a boa – fé é exigida no momento da celebração, ainda que descobrirem após disso o parentesco. CIVIL IV (aula 3) 3. IMPEDIMENTOS E CAUSAS SUSPENSIVAS Ex: irmãos que se casam → 30 anos depois → Ação declaratória de nulidade b) de má – fé: • aquele que sabia que não podia casar, e mesmo assim contrai um novo casamento. → Nesse caso, a má – fé deverá ser provada. → E quem prova a má – fé? Quem a alegar. → Nesse caso, o casamento é nulo. Porém, para o cônjuge de boa – fé todos os direitos matrimoniais e patrimoniais estão resguardados, ou seja, por exemplo, a divisão patrimonial acordada, o direito de pleitear alimentos, pacto antinupcial, etc. → Para ele, aquele casamento, apesar de nulo, terá caráter válido até o trânsito em julgado da ação de nulidade: tudo o que acontecer até o trânsito em julgado da ação que vier declarar a nulidade daquele casamento, será considerado como válido. → Em regra, o juíz de ofício deve decretar a putatividade do casamento: declarar que aquela união, que aquelas pessoas contraíram o casamento de boa – fé, portanto, esse casamento terá caráter de validade até o trânsito em julgado da ação. → CASAMENTO PUTATIVO: é aquele que se imagina válido mesmo sendo inválido, portanto, todos os direitos serão resguardados ao cônjuge de boa – fé. c) possibilidades de declarar a PUTATIVIDADE do casamento: • AMBOS DE BOA – FÉ: para ambos teremos um casamento válido; todos os direitos resguardados até o trânsito em julgado da ação para declarar a nulidade do casamento. • 1 CÔNJUGE DE BOA – FÉ e 1 DE MÁ – FÉ: → de boa – fé: todos os direitos resguardados até o trânsito em julgado da ação. → de má – fé: ele deverá cumprir o acordo estabelecido com o de boa – fé, mas ele próprio não terá benefícios. • AMBOS DE MÁ – FÉ: caso adquirem patrimônio em comum, deveriam sair pela sociedade de fato, e não pelo direito de família. → Em tese, não há o que se falar em DTF, por se tratar de casamento inválido e cônjuges de má – fé, então se retroagiria até a data do casamento (celebração), como se nunca tivessem se casado, logo, não teria efeitos de validade. b) relativamente dirimentes: não geravam a invalidade, e sim apenas a anulação do casamento. → CC/02 não retrata os impedimentos relativamente dirimentes. → Porém, quando está se discutindo invalidade do casamento, o CC faz alusão às anulações de casamento. • O casamento não gera impedimento, porém caso tenha existido algum, pode gerar uma anulação. A única mudança é na nomenclatura: sendo um impedimento, implicaria dizer que pudia arguir antes mesmo da celebração; • Agora o CC/02 admite apenas a possibilidade de anulação: significa dizer que só poderá ser arguida após a celebração do casamento, mas os efeitos são os mesmos. → CAUSAS DE ANULAÇÃO: • o menor de 18 – maior de 16 anos que se casa sem autorização ou S.J.A; • erro essencial sobre a pessoa do cônjuge. Ex: erro sobre a identidade. → PRAZO PARA ANULAÇÃO: • 3 anos contados da data de celebração do ato. → CURIOSIDADES: • antes de 1977: grande demanda de pedidos de anulação/nulidade de casamento. • A LEI DO DIVÓRCIO sanou grande parte das mesmas. * • depois de 1977: baixa demanda; e não mais a necessidade dos cônjuges se exporem. → LEGITIMIDADE PARA PROPÔR A ANULAÇÃO: • somente as pessoas descritas em lei, pois a anulação é passível de convalidação. → FORMAS DE CONVALIDAÇÃO: • por decurso do tempo; • por consentimento, coabitação; OBS: a nulidade JAMAIS será convalidada.* OBS 2: direitos matrimoniais para o direito brasileiro: • mútua assistência; • respeito mútuo; • fidelidade recíproca; • guarda e sustento dos filhos; c) impedimentos proibitivos ou meramente impedientes: gerariam casamentos irregulares. • CC/02: não fala em impedimentos proibitivos, e sim trazendo as causas suspensivas. • Eles não impediam o casamento, mas eles geravam uma consequência para o mesmo. • Hoje, as causas suspensivas não impedem casamento nenhum, geram apenas uma consequência. • CONSEQUÊNCIA: 1641, CC → o casamento será regido pela separação obrigatória de bens. OBS: 3. JUSTIFICATIVA PARA OS IMPEDIMENTOS a) cunho moral: impedir que determinadas pessoas venham a contrair um matrimônio que venha a ferir a moralidade. • “ O moralmente reprovável”; ex: mãe que casa com filho; pai que casa com filha. • Incesto; * • Mito de Édipo; * → LEGITIMIDADE PARA INTENTAR UM IMPEDIMENTO • qualquer pessoa é investida de legitimidade para isso. → E SE O CASAMENTO OCORRE? • da celebração do casamento em diante, só é possível intentar ação declaratória de IMPEDIMENTO difere de INCAPACIDADE: - INCAPACIDADE: inapto para casar com qualquer pessoa. - IMPEDIMENTO: inapto para casar com determinadas pessoas. nulidade. → CAUSAS PARA SE VALER DESSA AÇÃO: • infringência do impedimento; • doente mental s/ discernimento para os atos da vida civil. → Nesse caso, deve ser observada o grau de incapacidade (absolutaa/relativa), arguida na ação de interdição ; caso não arguida, presume-se a capacidade do doente. → ESPECIFICIDADES: 1) Caso o doente não interditado consiga celebrar casamento mesmo inapto para os atos da vida civil: caso não haja a comprovação de sua incapacidade para tais atos, o casamento é VÁLIDO. 2) Caso o doente seja interditado e mesmo assim contraiu casamento: nesse caso, tem a prova pré constituída (a comprovação de sua incapacidade – ação de interdição). b) cunho moral: para evitar defeitos genéticos. 4. TIPOS DE IMPEDIMENTO a) impedimentos resultantes de parentesco; b) impedimentos resultantes de vínculo; c) impedimentos de crime; a) impedimentos resultantes de parentesco → QUEM SÃO NOSSOS PARENTES NO BRASIL? • parentes em linha reta: aqueles que tem ascendência ou descendência direta. • “uma relação de existência”. • no Brasil, a linha reta é infinita, ou seja, todos para baixo e todos para cima são parentes. EX: • parentes em linha colateral: não há uma relaçaode ascendência ou descendência. Para que se possa encontrar os parentes em linha colateral, precisa se descobrir um ascendente em comum, ou seja, a pessoa que irá ligar uma a outra. • Só existe vínculo porque alguém os intermedia. • O parentesco colateral no Brasil vai até o 4º grau. Ex: primo, tio – avô.. 5. TIPOS DE PARENTESCO: PARENTESCO IMPEDIMENTO EXEMPLO * consangüíneo * há um vínculo de sangue. Abrange todo e qualquer parente em linha reta, e parentes colaterais até o 3º grau. Pai que se casa com filha; Irmão que casa com irmã; * afinidade * há um vínculo afetivo. Sogro que se casa com sogra; Enteado que se casa com enteada; * civil * por decorrência natural. Adoção; → OBS: se a pessoa é impedida de casar com seus parentes consangüíneos, consequentemente o mesmo ocorrerá com os parentes civis. → OBS 2: no caso da adoção, o impedimento é em linha reta e parentes colaterais até 0 2º grau, porque nesse caso, o impedimento é apenas moral. Ex: sobrinho adotivo + filho adotivo... Podem casar? Sim, se não houver vínculo consangüíneo, porque o 3º grau de parentesco é meramente biológico. Ex2: filho adotivo + irmão do adotante (no caso o tio) .. Podem casar? Sim, porque o vínculo entre tios e sobrinhos é biológico e não moral. → OBS3: quando se adota alguém, todos os vínculos com a família consangüínea são rompidos, menos 1: o de sangue. • IMPEDIMENTO nesse caso: parentes civis em linha reta de 2º grau, e continua com os parentes colaterais em linha reta até o 3º grau. → “ADOÇÃO À BRASILEIRA”: registro de uma criança que é não seja filho biológico como se fosse um. • hoje pode ser considerado como parente sócioafetivo, por haver vínculos de afinidade entre os envolvidos. * • mas por não haver regulamentação, é considerada crime de falsidade ideológica: mas ao julgar tal crime, costuma-se dar um “perdão”, por se entender que o que deve ser levado em conta é o bem estar da criança envolvida. • 1521, pgf 6º. * b) impedimentos resultantes de vínculo: são as pessoas casadas. → CARLOS ROBERTO GONÇALVES (CRÍTICA): para ele, a pessoa casada é incapaz de casar de novo, portanto não se pode casar com mais ninguém. • CC/02: fala que o casamento não gera uma incapacidade, e sim um impedimento. • OBS: todos os impedimentos valem para o casamento e para a união estável, com exceção do 1521, VI, que fala sobre as pessoas casadas. • A pessoa casada, mas separada de fato, ela poder viver em união estável. c) impedimentos de crime: tentatica ou homícidio doloso. → o viúvo (a) não pode casar com aquele que tentou contra a vida de seu cônjuge. → perdão, anisitia ou graça não extingue o impedimento. • OBS: expressamente, o CC, no 1521, VII, fala em condenado (por homicídio ou tentativa). • ENTENDIMENTO MAJORITÁRIO: o impedimento só existe a partir da condenação, ou seja, antes disso o casamento seria válido. No fim das contas, este inciso se torna letra morta da lei, porque entre o crime e a condenação há um decurso significativo de tempo, onde acaba perdendo seus efeitos. • Cabe nulidade se o casamento é celebrado após a condenação. 6. CAUSAS SUSPENSIVAS → Ao contrário dos impedimentos que qualquer pessoa pode intentar, as causa suspensivas só podem ser intentadas por pessoas interessadas. → As causas suspensivas tem como objetivo primordial que é resguardar os interesses de terceiros diante de um fato que possa vir a ocasionar prejuízos para o casamento. 7. TIPOS DE CAUSAS SUSPENSIVAS a) confusão patrimonial Ex: o casamento da viúva com filho em comum ao falecido antes da prévia partilha dos bens. • causa suspensiva: hipoteca legal • regime de separação obrigatória de bens; • para proteger os interesses dos filhos, deve se instaurar a hipoteca legal sobre os bens do representante legal (pais) para divisão igualitária entre os filhos. → INVENTÁRIO NEGATIVO: instruído como certidão negativa de bens, cuja finalidade é comprovar a inexistência da causa suspensiva em questão. • CC/16: só poderia haver casamento depois da prévia partilha de bens. • CC/02: inovou com o divórcio sem haver a prévia partilha de bens. • CASAMENTO SEM A PRÉVIA PARTILHA DE BENS C/O EX MARIDO: regime de separação obrigatória de bens. b) confusão de sangue • imposta somente a mulher; • a mulher que teve seu casamento dissolvido por morte do marido, por divórcio, nulidade ou anulação, portanto, ela só poderia casar 10 meses após a dissolução do casamento. PORQUE? • Pela presunção de paternidade: presume-se filhos daquela mulher os filhos nascidos até 10 meses depois após a dissolução. → SOLUÇÃO para a dúvida: exame de sangue, exame de DNA. c) tutela e curatela: determinada a afastar a coação moral que possa ser exercida por pessoa que tem ascendência e autoridade sobre o ânimo do incapaz. • TUTELA : direito assistencialista sobre o menor de 18 anos que não esteja sobre o poder familiar. • CURATELA: direito assistencialista sobre o maior de 18 anos. → A lei restringe a liberdade do tutor e curador de casarem com seus tutelados e curatelados enquanto não cessada a curatela e tutela e não houverem salvado (prestado) as contas. → Não se admite o perdão das contas. (prestação judicial)
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