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�PAGE � �PAGE �3� Curso: DIREITO Disciplina: DIREITO DE EMPRESA III (DIREITO FALIMENTAR) PROFESSOR: JURANDI FERREIRA DE SOUZA JUNIOR 10º ROTEIRO FALÊNCIA: (conforme a Lei 11.101/2005 ) Do procedimento penal: O art.183, da LRE, dispõe que a competência para conhecer dos crimes eventualmente apurados no processo falimentar será do juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial. Os crimes falimentares são de ação penal pública incondicionada, não dependem, portanto, da iniciativa do prejudicado para serem apurados (art.184). O Ministério Público, intimado da sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou homologa o plano de recuperação extrajudicial ou por outro meio, constatando a existência de crime falimentar, promoverá imediatamente a competente ação penal, oferecendo a respectiva denúncia (art.46, CPP). Poderá ainda, se assim o entender, requisitar a abertura de inquérito à autoridade policial ou aguardar a apresentação do relatório do administrador judicial. O parágrafo único, do art.184, prevê que, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial, poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública, desde que decorra o prazo estabelecido no art.187, §1º, sem que o Ministério Público ofereça denúncia e observado o prazo decadencial de seis meses. As disposições do Código de Processo Penal serão aplicadas de forma subsidiária, desde que não sejam incompatíveis com a LRE. Seguirá o rito previsto nos arts.531 a 540 do CPP - Processo Sumário. Dos crimes falimentares: Disposições especiais: Para os efeitos penais desta lei, os sócios, diretores, gerentes, administradores e conselheiros, sejam de fato ou de direito, assim como o administrador judicial, serão equiparados ao devedor ou falido. O art.180 dispõe que a sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou homologa o plano de recuperação extrajudicial é condição objetiva de punibilidade das infrações descritas na LRE. Os efeitos da condenação por crimes falimentares estão previstos no art.181: I - a inabilitação para o exercício de atividade empresarial; II - o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei; III - a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio. Tais efeitos, porém, não são automáticos. Devem ser declarados motivadamente na sentença, perdurando até cinco anos após a extinção da punibilidade, podendo cessar antes pela reabilitação penal (art.181, §1º). Após transitada em julgado a sentença penal condenatória, o Registro Público de Empresas será notificado com vistas a tomar as medidas necessárias para impedir novo registro de empresas em nome dos inabilitados. A prescrição dos crimes previstos na LRE começa a contar do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial. Dos crimes em espécie: Na sua origem a falência por si só já se constituía em um delito. A expressão ‘falliti sunt fraudatores” (falidos são fraudadores), espelha essa condição hoje superada com a atribuição da natureza econômico-social à falência. Contudo, há certas condutas, previstas em lei como crimes, que se revestem da condição de puníveis, desde que satisfeita a condição objetiva de punibilidade de que fala o art.180 da LRE. Os crimes falimentares podem ser classificados em: Próprios: praticados pelo próprio devedor; Impróprios: praticados por terceiros, como o escrivão, o administrador etc; Pré-falimentares: praticados antes da falência, recuperação judicial e extrajudicial; Pós-falimentares: praticados após a declaração da falência, concessão de recuperação judicial ou homologação de plano de recuperação extrajudicial. As condutas delituosas estão previstas nos arts.168 a 178 da LRE e são puníveis com penas de reclusão, detenção e alternativas (perda de bens, prestação de serviços à comunidade). São elas: Fraude a credores (art.168); Elaboração de escrituração contábil com dados inexatos (art.168, §1º,I) Omissão na escrituração contábil de lançamentos, ou alteração na escrituração ou nos balanços (art.168, §1º, II); Rasura, corrompendo dados contábeis informatizados (art.168, §1º,III); Simulação da composição do capital social (art.168, §1º, IV); Destruição, ocultação ou inutilização de documentos de escrituração contábil obrigatórios (art.168, §1º, V); Manter contabilidade paralela (art.168, §2º); Violação, exploração ou divulgação, sem justa causa, do sigilo empresarial ou de dados confidenciais, que contribuam para a viabilidade econômico financeira da empresa (art.169); Divulgação de informações falsas sobre o devedor em recuperação judicial, contribuindo para a decretação de sua falência (art.170); Sonegação, omissão ou divulgação de informações falsas no processo de falência, recuperação judicial ou extrajudicial, de forma a induzir a erro o juiz, o Ministério Público, o administrador judicial ou credores (art171); Favorecimento de um ou mais credores em prejuízo dos demais (art.172); Desvio, ocultação ou apropriação de bens (art.173); Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens (art.174); Habilitação de crédito falso (art.175); Exercício ilegal de atividade (art.176); Violação de impedimento: aquisição pelo juiz, administrador judicial, gestor judicial, perito, avaliador, escrivão, oficial de justiça, leiloeiro, de bens da massa falida, por si ou por interposta pessoa (art.177); Omissão de documentos contábeis obrigatórios (art178); Dos atos processuais e respectivos prazos: Os atos processuais e os prazos em que deverão ser praticados são aqueles descritos na Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas), aplicando-se subsidiariamente o disposto no Código Civil, Código de Processo Civil, Código Penal e Código de Processo Penal no que couber e que não contrariar o disposto na sobrecitada lei.
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