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Pesquisa e Prática em Educação II
Andréa Rosin-Pinola
Aula 7
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Roteiro da aula
Debate sobre a constituição das ciências naturais e das ciências sociais a fim de compreender suas origens e diferenças...
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A História do pensamento científico: as ciências naturais e as ciências sociais
A compreensão da ciência e do conhecimento em seus vários níveis para o mundo contemporâneo ultrapassa as possíveis 
afinidades de cada 
pesquisador possa ter com
 a sua própria história.
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A História do pensamento científico: as ciências naturais e as ciências sociais
Os séculos XX e XXI enfrentam questões que foram muito pouco avaliadas, e que segundo Diel e Tatim (2004) merecem ainda a reflexão e são elas:
“o futuro da ciência no mundo não é mais movido pelo espírito científico, mas pela técnica instrumental;
a possibilidade de compreendermos a ciência no mundo atual, em que confundimos o papel dela com a conquista de parâmetros democráticos e com a realidade histórica, é cada vez mais difícil;
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A História do pensamento científico: as ciências naturais e as ciências sociais
Existe a tendência de nos voltarmos para a ciência e para a tecnologia com a esperança de que a liberdade sobreviva aos labirintos da organização e da racionalização.
Existe a tentação de respondermos à modernidade, à crise do conhecimento, à crise de autoridade, especificadamente ao choque da dúvida e da descrença, que levam ao relativismo e à perda da inocência, com a crença de que um país pode retornar aos valores do passado, numa espécie de encantamento das tradições e do próprio passado.
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A História do pensamento científico: as ciências naturais e as ciências sociais
Existe a suposição antiga de que a ciência é algo singular e excepcional, escapando, assim, aos males da patologia do velho mundo, ou seja, do pessimismo cultural” (p.15).
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Para Diel e Tatim (2004) essas cinco questões nos trazem a consideração de que a ciência poderia ser uma espécie de cultura política quase de ironia e de tragédia. 
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Compreendendo as ciências naturais
Para mergulharmos na busca de compreender as ciências naturais vamos as ideias de Boaventura de Sousa Santos (1988) na obra “Um discurso sobre as ciências na transição para uma ciência pós-moderna”.
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A concepção racionalista do conhecimento, segundo a qual só a razão conhece verdadeiramente, considera que as informações fornecidas pelos nossos cinco sentidos não são confiáveis. Elas são, na maioria das vezes, enganosas e superficiais. Podemos considerar como certas apenas as verdades demonstradas pelo raciocínio ou as que se impõem com clareza e evidência à nossa razão.
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Compreendendo as ciências naturais
Filósofos gregos – Platão e Descartes, maiores expoentes da filosofia moderna do séc. XVII.
O conhecimento sensível pertence ao domínio da opinião (em grego, doxa), que na escala dos saberes ocupa o degrau mais inferior. Ela marca o assentimento a um juízo não fundado racionalmente. 
O conhecimento inteligível constitui propriamente o campo do saber científico (episteme), cuja verdade pode ser demonstrada pela razão.
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Vídeo
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No século XIX que o modelo de racionalidade se estende às ciências sociais emergentes. A partir de então pode-se falar de um modelo global de racionalidade científica que admite variedade interna mas que se distingue e defende, por via de fronteiras ostensivamente policiadas, de duas formas de conhecimento não-científico (e, portanto, irracional) potencialmente perturbadoras e intrusas: o senso comum e as 
chamadas humanidades 
ou estudos humanísticos 
(em que se incluíram, 
entre outros, os estudos 
históricos, filológicos,
jurídicos, literários, 
filosóficos e teológicos). 
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Sendo um modelo global, a nova racionalidade científica é também um modelo totalitário, na medida em que nega o caráter racional a todas as formas de conhecimento que se não pautarem pelos seus princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas.
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Santos (1988) afirma que para compreender esta confiança epistemológica seria necessário descrever, ainda que sucintamente, os principais traços do novo paradigma científico. A busca de romper com o saber aristotélico e medieval (ainda dominante) não é apenas nem tanto uma melhor a observação dos fatos como sobretudo uma nova visão do mundo e da vida, os protagonistas do novo paradigma conduzem uma luta apaixonada contra todas as formas de dogmatismo e de autoridade. 
DISPUTAS
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A busca por uma nova visão do mundo e da vida
Para Santos (1988) uma nova visão do mundo e da vida reconduz-se a duas distinções fundamentais, entre conhecimento científico e conhecimento do senso comum, por um lado, e entre natureza e pessoa humana, por outro.
Santos (1988) diz que o conhecimento científico avança para superar a observação descomprometida e livre, sistemática e tornar-se uma análise mais rigorosa dos fenômenos naturais. As ideias que presidem à observação e à experimentação são as ideias claras e simples a partir das quais se pode ascender a um conhecimento mais profundo e rigoroso da natureza, como por exemplo, as ideias das matemáticas. 
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A busca por uma nova visão do mundo e da vida
O conhecimento científico tem uma qualificação muito associada às ciências naturais, cujos princípios de quantificação, divisão e rigor são as principais marcas.
 Santos (1988) destaca que a natureza teórica do conhecimento científico decorre dos pressupostos epistemológicos e das regras metodológicas das ciências naturais e a definição de relações causais que aspira à formulação de leis, à luz de regularidades observadas, com vista a prever o comportamento futuro dos fenômenos.
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A busca por uma nova visão do mundo e da vida
A descoberta das leis da natureza assenta, por um lado no isolamento das condições iniciais relevantes (por exemplo, no caso da queda dos corpos, a posição inicial e a velocidade do corpo em queda). 
Por outro lado, no pressuposto de que o resultado se produzirá independentemente do lugar e do tempo em que se realizarem as condições iniciais. 
Por outras palavras, a descoberta das leis da natureza assenta no princípio de que a posição absoluta e o tempo absoluto nunca são condições iniciais relevantes.
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A busca por uma nova visão do mundo e da vida
As leis repousam num conceito de causalidade escolhido, não arbitrariamente, entre os oferecidos pela física aristotélica e, 
Segundo Santos (1988), Aristóteles distingue quatro tipos de causa: 
a causa material, a causa formal, a causa eficiente e a causa final. As leis da ciência moderna são um tipo de causa formal que privilegia o como funciona das coisas em detrimento de qual o agente ou qual o fim das coisas, para esse autor, essa é a principal diferença entre o conhecimento científico e o conhecimento do senso comum. 
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A busca por uma nova visão do mundo e da vida
Aristóteles (apud SANTOS, 1988) compreender que o senso comum, produz o conhecimento prático cuja causa e a intenção convivem sem problemas, na ciência a determinação da causa formal obtém-se com a expulsão da intenção. 
É este tipo de causa formal que permite prever e, portanto, intervir no real e que, em última instância, permite à ciência moderna responder à pergunta sobre os fundamentos do seu rigor e da sua verdade com o elenco dos seus êxitos na manipulação e na transformação do real.
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Em síntese
Os filósofos gregos Platão e Descartes e sua concepções de cientificidade, séc. XVII.
A concepção racionalista do conhecimento, segundo a qual só a razão conhece verdadeiramente, considera que as informações fornecidas pelos nossos cinco sentidos não são confiáveis.
Santos (1988) diz que o conhecimento científico avança para superar a observação descomprometida e livre, sistemática e tornar-se uma análise mais rigorosa dos fenômenos naturais.
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Referências 
ARAUJO, Fernando A. S.
"Materialismo Dialético", Moscou, edição da Academia de Ciências da URSS, Instituto de Filosofia, 1954. Editorial Vitória Ltda., Rio, 1955. págs: 7-46. A presente edição foi traduzida do original russo https://www.marxists.org/portugues/tematica/livros/materialismo/01.htm.
GRAMSCI, Antonio (1968) Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
SAVIANI, D; DUARTE, N. (2010). A formação humana na perspectiva histórico-ontológica. Revista Brasileira de Educação v. 15 n. 45 set./dez. 2010.
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Pesquisa e Prática em Educação II
Andréa Rosin-Pinola
Aula 7
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Quais as características da racionalidade científica?
Para compreensão da racionalidade científica, todo conhecimento é baseado na formulação de leis e tem como pressuposto metateórico a ideia de ordem e de estabilidade do mundo, a ideia de que o passado se repete no futuro.

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