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Curso de Direito Administrativo para ISS-BH

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DIREITO ADMINISTRATIVO P/ ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSORES: CYONIL, ELAINE MARSULA, SANDRO MARANHÃO 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
 Olá Pessoal! Em breve teremos o edital para os fiscais do 
ISS/BH e enquanto o edital não chega, a hora é de estudar, de rachar 
de estudar. Como o edital ainda está no forno, o que fazer? Vamos 
atacar por todos os lados, assim, veremos, além de teoria completa, 
questões de todas as bancas: ESAF, FGV, CESPE e FCC. Vamos às 
apresentações: 
O curso de Direito Administrativo será elaborado a seis 
mãos, sendo duas delas femininas (como veremos, abaixo). Temos 
novidades! Vejamos. 
Atualmente (e para sempre, espero!), eu, Cyonil, exerço a 
função de Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas da 
União (TCU), e Professor de Direito Administrativo e de Direito 
Constitucional em cursos preparatórios em São Paulo e também em 
telepresenciais. 
Em várias das aparições aqui no Ponto, tive a oportunidade de 
trabalhar ao lado de um dos melhores amigos e Professores de 
Brasília: Sandro Maranhão. Parafraseando o Sandrão, a participação 
no Ponto dos Concursos é uma experiência extremamente 
gratificante, uma vez que nos dá a oportunidade do contato com 
pessoas dos mais diversos lugares do Brasil, todos agregados em 
torno do objetivo comum: a sonhada (e sempre alcançada!) 
aprovação no concurso público. 
Nesse curso, mais uma vez, além da presença masculina (mas 
nem tanto! ☺) do amigo Sandro, teremos o contato (feminino) da 
amiga Lanlan (codinome). A Lanlan foi (e é) certamente a melhor 
aluna que tive nos ensinamentos de Direito Administrativo. 
Atualmente, é colaboradora no fórum concurseiros na disciplina de 
Português, embora detenha conhecimentos de todas as disciplinas (é 
fera!). Tenho a convicção de que esse toque feminino em nosso curso 
de exercícios trará maior suavidade, ternura, perfeição, 
organização e centralidade. Ah! Há quem diga por aí que Cyonil (ou 
Sean O’Neal) é Lanlan, em versão feminina. Adianto que isso não é 
verdade, ok! ☺ Lanlan é Elaine Marsula! 
Eu, a Lanlan, sou Elaine Marsula, uma apaixonada (maluca!) 
pela disciplina de Direito Administrativo, tenho ministrado cursos aqui 
no PONTO com o professor Sean O’neal (Cyonil) e Sandro Maranhão, 
além de escrever (parceria) recentemente o livro 1001 questões de 
Direito Administrativo – ESAF, o ebook já está à venda no PONTO. 
Eu, Sandro, vulgo “Maranhao”, também sou Auditor do 
Tribunal de Contas da União desde 2001 (aprovado em 2000) e 
Professor de Direito Administrativo em diversos cursos preparatórios 
em Brasília (DF) e São Paulo (SP). Como servidor público, também fui 
dos quadros da Secretaria Federal de Controle-SFC (atual CGU) por 6 
anos. 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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CRONOGRAMA 
AULA DEMO ESTADO e CONCEITOS 
AULA 1 Princípios da Administração Pública. 
AULA 2 Atos da Administração Pública. Atos 
administrativos. Conceitos e requisitos. 
Classificação. Espécies. Validade. Formalidade. 
Motivação. Revogação. Anulação. Modificação. 
Extinção. Controle de legalidade. 
AULA 3 Poderes e deveres do administrador público. 
Poderes administrativos: poder vinculado e poder 
discricionário, poder hierárquico, poder disciplinar, 
poder regulamentar, poder de polícia. 
AULA 4 Agentes Públicos 
AULA 5 Improbidade Administrativa e Ética Do Servidor 
Público 
AULA 6 Processo Administrativo 
AULA 7 Responsabilidade civil do Estado. 
AULA 8 Controle da Administração Pública 
AULA 9 Serviços Públicos 
AULA 10 Organização Da Administração Pública 
AULA 11 Licitações 
AULA 12 Contratos 
Estado: conceito, elementos, classificação 
Este primeiro capítulo é bastante conceitual, porém, não é 
suficiente para nos angustiar (o concursando vive mesmo em 
apneia!). Vamos “passear” um pouco nas linhas introdutórias do 
Direito Constitucional, a fim de garantirmos a completa compreensão 
dos detalhes do nosso (querido) Direito Administrativo. 
De fato, o conceito de Estado não é fixo no tempo e sequer no 
espaço. Apesar disso, alguns elementos (constitutivos) costumam ser 
constantes: o humano, o geográfico, e o político-administrativo. Com 
outras palavras, e respeitadas as posições doutrinárias 
divergentes, a figura do Estado só se faz presente a partir da 
constituição, nessa ordem, por um povo, por um território, e por 
um governo soberano. 
Sinteticamente, cada um desses pode assim ser definido: 
POVO é elemento humano, a base DEMOGRÁFICA. 
TERRITÓRIO são os limites do Estado, sua base 
GEOGRÁFICA. 
GOVERNO SOBERANO diz respeito ao elemento condutor, 
responsável pela organização do Estado, afinal, não há Estado real 
sem soberania! 
 
 
 
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Ao lado desses, há (bons) autores que acrescentam o 
elemento finalidade como informador do Estado (verdadeiro 
elemento teleológico – leia-se: finalístico), como nosso Afonso 
da Silva. Afinal, não se pode pensar a figura do Estado sem um 
projeto para o futuro. A leitura do art. 3º do texto constitucional 
esclarece bem esse sentido, ao enumerar as normas 
constitucionais programáticas. 
Muitos autores fazem questão de destacar que os elementos 
acima são INDISSOCIÁVEIS, ou seja, precisam “andar juntos” para 
que se chegue à noção conceitual que se tem, atualmente, de Estado. 
Um breve exemplo permite-nos chegar a tal conclusão: 
imaginemos um Estado sem um governo soberano, ou cuja soberania 
não é reconhecida pelos demais Estados. Imaginaram? 
Nessa hipótese, o que teremos não é um Estado, mas 
problemas, como no caso do “Estado” palestino frente a Israel. 
Como este último não reconhece de uma forma geral a 
soberania do Estado palestino, entende que tem legitimidade para, 
por exemplo, prender ministros e outras autoridades palestinas, se 
descumprirem leis israelenses, dentro da “Faixa de Gaza”, faixa essa 
entendida por Israel como parte de seu território, e, portanto, lugar 
de aplicação de suas leis. 
Se ainda não caiu a ficha, pense rapidamente se existe o 
Estado da Atlântida! Se considerássemos a descoberta desta ilha 
perdida, mesmo assim não poderíamos encaixá-la na qualidade de 
Estado, pois, no lugar de POVO, encontraríamos POLVO, o qual não 
nos parece ser elemento constitutivo do Estado! 
Além disso, oportuno registrar, tentando evitar as velhas e boas 
“pegadinhas” do Cespe, que a uniformidade linguística não é 
elemento de formação dos Estados, apesar de excelente para que se 
dê identidade a um povo e facilite a formação de um grande Estado. 
Nosso país, por exemplo, é de grande extensão territorial, 
sendo a integração bastante facilitada por conta da presença de um 
único idioma, o português. De outro lado, há países em que se fala 
mais de um idioma e nem por isso deixam de ser vistos como Estado. 
Exemplos disso, apenas para ilustrar, a Bélgica, Suíça, Canadá etc. 
Nesse instante, alguns dos leitores logo pensam: entendi! O 
Estado é formado pelos Elementos POVO, TERRITÓRIO E GOVERNO 
SOBERANO. Mas por que aqui no Brasil existe União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios? O que esse ‘pessoal’ todo é? E os 
Territórios, como se situam? 
Antes de responder a tal quesito, os amigos devem ter em 
mente que diversas são as formas de Estado, a depender da época, 
do território, e de razões históricas. 
Entre as formas de organização do poder político, destacam-se: 
a Confederação, o Estado Unitário, e o Estado Federal. Na 
Confederação, há a reunião de Estados Soberanos. No Estado 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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www.pontodosconcursos.com.brUnitário (puro e impuro) existe um único centro de poder, 
responsável por todas as atribuições políticas, por exemplo: a França. 
Já no Estado Federal, há diferentes pólos de poder, os quais atuam 
de forma autônoma entre si, por exemplo: o Brasil. 
Retornemos ao quesito (Mas por que aqui no Brasil existe 
União, estados, Distrito Federal e municípios?). Vamos à resposta. A 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são as pessoas 
integrantes da Federação, ou seja, entes políticos (federados) 
componentes da Federação Brasileira. São pessoas jurídicas de 
direito público INTERNO. A Federação é a FORMA DE ESTADO, 
portanto, adotada aqui no Brasil. 
Já os territórios detêm competência tão-somente 
administrativa, não sendo, portanto, considerados entes federados 
na CF/1988. Os territórios são definidos doutrinariamente como 
autarquias da União (territoriais), afinal, a capacidade de 
autogoverno é inexistente, isso porque o Presidente da República é 
responsável pela nomeação do Governador do Território depois da 
sabatina pelo Senado Federal. Vejamos (art. 84, inc. XIV, da 
CF/1988): 
nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os 
Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da 
República, o presidente e os diretores do banco central e outros 
servidores, quando determinado em lei. 
Dizem as boas línguas que nossa forma Federativa é espelho do 
sistema norte-americano. Essa afirmação é só metade verdadeira. 
Não é bem um espelho, isso porque a Federação Brasileira foi 
formada por desagregação (movimento centrífugo, segregador), 
diferentemente do sistema norte-americano (centrípeto). 
Trocando em miúdos, nos EUA, havia Estados Soberanos, 
reunidos em Confederação (desde 1776), os quais largaram a 
soberania para aglutinarem-se em torno da Federação (isso em 
1787) (notem: movimento da periferia para o centro – agregação); 
já no Brasil, tínhamos um Estado Unitário, e por desagregação foi 
criada a Federação (CF/1981), atribuindo-se aos Estados-membros 
mera autonomia, sendo a República Federativa a guardiã do 
atributo da soberania. Interessante destacar, nesse ponto, que o 
tema “Estado Federativo”, já foi tema de uma dissertação para o 
TCU, como veremos abaixo... 
Essa forma de Estado (Federação) está ligada, essencialmente, 
à distribuição interna de poder por diferentes centros políticos. Todos 
os entes federativos são autônomos, ou seja, podem criar suas 
próprias normas (legislar), mas não são soberanos ou 
independentes. 
Como sobredito, a soberania é atributo da República 
Federativa do Estado Democrático de Direito Brasil, atributo 
 
 
 
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que significa, em breves palavras, o reconhecimento de que o Estado 
Brasileiro tem frente aos demais Estados Soberanos. Vejamos o art. 
18 da Constituição Federal, para efeito de fixação: 
A organização político-administrativa da República 
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos 
termos desta Constituição. 
Os destaques não constam no texto original. Todos aqueles que 
integram a Federação são entes políticos (federados), com 
capacidade de tríplice autonomia (legislar, administrar e se 
autogovernar). Esses traços diferenciam tais pessoas das entidades 
da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, 
sociedades de economia mista e empresas públicas – serão 
estudadas mais à frente), pois essas são exclusivamente
administrativas (por exemplo: o Banco Central – como autarquia – 
não edita leis - autolegislação; a Caixa Econômica – como empresa 
pública – não elege governador, prefeito, ou Presidente – 
autogoverno). 
Pois bem. Autônomo deriva de AUTOS (próprio), mais 
NOMOS (regras - donde deriva, também, o termo “normas”). Assim, 
dizer que os entes federativos são autônomos significa dizer que 
podem estabelecer as próprias regras, ou seja, legislam, produzindo 
normas próprias. 
Linhas acima, houve a citação de que o Estado Brasileiro é 
República Federativa e Estado Democrático de Direito. Dois novos 
conceitos para agruparmos ao rol já existente: o que é República? O 
que é ser de Direito e Democrático? 
O que é República? Na visão do autor Afonso, a 
República (a coisa do povo para o povo) é forma de governo, ao lado 
da Monarquia, mas desta distinta, referindo-se à maneira como se 
dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre 
governantes e governados. Responde à questão de quem deve 
exercer o poder e como se exercer esse poder. 
Obviamente, o exercício de tal poder não é vitalício. No 
vigente ordenamento republicano e democrático brasileiro, por 
exemplo, os cargos políticos de chefia do Poder Executivo, além de 
eletivos, não são exercidos nem ocupados em caráter 
permanente, por serem os mandatos temporários e seus ocupantes, 
transitórios. 
Em síntese, podem ser apresentadas as seguintes 
características da foRma de govEerno República: 
9 Legitimidade popular dos Chefes dos Executivos (Presidente, 
Governadores, e Prefeitos) e das Casas Legislativas; 
9 Temporariedade dos mandatos eletivos (contraponto da 
vitaliciedade monárquica); 
9 Prestação de contas pelos gestores públicos. 
 
 
 
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Antes de tratarmos de Estado de Direito, cabe registrar que, 
no direito internacional, apenas a República Federativa do Brasil 
tem competência para a formalização de tratados (art. 52, §2º, da 
CF/1988), dela não dispondo a União, os Estados-membros ou os 
Municípios. Além disso, o Presidente da República não subscreve os 
tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de Estado. 
O que é Estado de Direito? Para respondermos ao quesito, 
vejamos, inicialmente, o que diz o art. 1º da Constituição Federal de 
1988: 
A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos: (...). 
Do trecho, pode ser destacado “Estado de Direito”, que, 
abreviadamente, pode ser assim traduzida: O Estado cria as leis
(em sentido amplo – a norma) para que a todos sejam impostas, 
inclusive a si mesmo. O Estado não se afasta de cumprir a norma 
que cria, dado que, como diria um educador famoso: educar é dar 
exemplo. 
De que valeria o Estado criar a norma para vê-la cumprida por 
todos, se não fosse (o Estado) o primeiro cumpridor? 
A ideia de Estado de Direito baseia-se na imposição de “freios” 
à atividade do próprio Estado. A Lei diz respeito à vontade geral, a 
qual, obviamente, significa a vontade do povo, a contenção do Estado 
pelo povo, e não o inverso (parágrafo único do art. 1º - “todo poder 
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição”). 
Nesse sentido, o Estado de Direito surgiu, essencialmente, para 
fazer frente ao Estado Absolutista, cujo poder (de base divina e 
contratualista, por vezes) centrava-se na figura do soberano (rei, 
príncipe). No Estado de Direito a contenção do poder é feita pela lei. 
Deve se destacar que esse “primado da lei” no Estado de 
Direito gera uma presunção para todo e qualquer ato que provenha 
do Estado: a presunção de legitimidade dos atos estatais. 
De fato, se o Estado é de Direito e, assim, pressupõe-se que 
cumpra a lei, todo e qualquer ato proveniente do Estado é produzido 
(presume-se) de acordo com a ordem jurídica, é legítimo, portanto. 
Nesse instante alguns amigos devem estar pensando: então 
todos os atos do Estado, nãosó os administrativos, possuem a 
característica da presunção de legitimidade? Resposta: SIM! Mas, 
então, por serem presumidos legítimos, tornam-se inquestionáveis? 
Resposta: NÃO! 
A presunção de legitimidade, que estudaremos no tópico de 
atos administrativos, é uma presunção relativa (ou juris tantum, 
para aqueles que gostam de latim), ou seja, pode ser questionada, 
invertida pelo trabalho do particular. 
 
 
 
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Isso ocorre porque o Estado, ao fim, é composto por seres 
humanos. Por exemplo, o servidor do Tribunal de contas é o Estado 
quando atua, assim como boa parte dos amigos leitores também o 
serão, logo após os respectivos concursos e o derradeiro ato de 
posse. 
Sabemos que servidores são seres falíveis. Logo, os atos falhos 
porventura produzidos na qualidade de agentes públicos podem ser 
questionados por terceiros, uma vez que tais atos contam com 
presunção relativa (não absoluta) de legitimidade. 
Por fim, o que vem a ser Estado Democrático? A 
Constituição, ao mencionar Estado Democrático de Direito, deixa 
evidente que não se trata de reunião meramente formal de 
elementos e que os termos (Democrático e Direito), portanto, têm 
alcances diferenciados, sendo a democracia mais abrangente do que 
o direito. 
Por exemplo: o Estado da Venezuela é de Direito? Acredito que 
sim, o problema é saber como são feitas tais leis, será que com a real 
participação dos cidadãos ou meramente semântica (formal), como 
ensinou Karl Lowenstein, em sua definição de Constituição 
Semântica. 
Exatamente por isso que nosso texto constitucional preocupou-
se em inserir expressamente o termo Democrático, para afastar, de 
vez, a idéia de que a Constituição é meramente garantia (negativa ou 
liberdade, como é o caso da Norte-Americana), assumindo o 
compromisso formal de evolução para a ideia de Constituição 
Dirigente (leia-se: preocupada com os direitos sociais – de 2ª 
geração – e não tão-somente os de 1ª geração – civis e políticos). 
QUESTÕES EM SEQUÊNCIA 
1) (2007/Cespe – MP-AM – Promotor) A ideia de Estado de Direito, 
desde os primórdios da construção desse conceito, está associada à 
de contenção dos cidadãos pelo Estado. (Certo/Errado) 
2) (2007/CESPE – BOMBEIROS/DF - Bacharel em Direito) O termo 
União designa entidade federal de direito público interno, autônoma 
em relação às unidades federadas. A União distingue-se do Estado 
federal, que é o complexo constituído da União, dos Estados, do DF e 
dos Municípios e dotado de personalidade jurídica de direito público 
internacional. (Certo/Errado) 
3) ( 2006/CESPE – RECEITA ESTADUAL/AC – FISCAL) Estado unitário 
é aquele em que não ocorre a chamada descentralização 
administrativa à mercê do poder central. (Certo/Errado) 
 
 
 
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4) (2006/CESPE – MP – Analista ministerial) A forma de Estado 
unitário se contrapõe ao conceito de Estado monárquico. 
(Certo/Errado) 
5) (2007/CESPE – BOMBEIROS/DF – Bacharel em Direito) A 
Constituição Federal dispõe que a República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel de estados, municípios e Distrito 
Federal (DF), constitui-se em Estado Democrático de Direito. Esses 
dizeres constitucionais definem a forma de Estado e a forma de 
governo. (Certo/Errado) 
6) (2006/CESPE – MRE - Oficial de Chancelaria) No Estado Federal, 
cada componente detém soberania e autodeterminação para 
desempenhar relações de direito público internacional. (Certo/Errado) 
7) (2006/CESPE – MRE – Oficial de Chancelaria) No Brasil, o Estado 
federal está fundado no princípio da divisibilidade. (Certo/Errado) 
1.4 - Gabarito – marque o seu! 
1 5 
2 6 
3 7 
4 
1.4 Confira o gabarito! 
1 E 5 E 
2 C 6 E 
3 E 7 E 
4 E 
Questões Comentadas 
1) (2007/Cespe – MP-AM – Promotor) A ideia de Estado de Direito, 
desde os primórdios da construção desse conceito, está associada à 
de contenção dos cidadãos pelo Estado. 
 Comentários: 
 
 
 
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De acordo com nosso aprendizado, o Estado de Direito não 
caminha, lado a lado, do Estado Absolutista (despótico, tirânico). No 
de Direito, a presunção é a de que as leis produzidas pelo Estado são, 
igualmente, por ele cumpridas. 
Ao lermos o parágrafo único do art. 1º da CF/1988, deparamo-
nos com a evidência de que no Estado de Direito todo o poder emana 
do povo, o que fornece ao Estado, ainda, o qualificativo de 
Democrático. 
 Portanto, incorreto o quesito. No Estado de Direito, a lei é 
responsável por conter o exercício do poder do próprio Estado. A lei 
emana da vontade geral do povo, por meio de seus representantes, 
assim, na verdade, a contenção do Estado é pelo povo e não o 
inverso. 
Gabarito: ERRADO 
2) (2007/CESPE – BOMBEIROS/DF - Bacharel em Direito) O termo 
União designa entidade federal de direito público interno, autônoma 
em relação às unidades federadas. A União distingue-se do Estado 
federal, que é o complexo constituído da União, dos Estados, do DF e 
dos Municípios e dotado de personalidade jurídica de direito público 
internacional 
 Comentários: 
Basicamente esse item remete ao entendimento quanto à 
organização político-administrativa de nosso país. Vimos que a nossa 
Federação é composta por União, Estados, DF, e Municípios. 
Todos esses são “pessoas” para o direito, isto é, pessoas 
jurídicas dotadas de personalidade própria, a qual, no caso dos entes 
federativos, é de natureza de direito público. Aqui, cabem 
algumas explicações quanto à divisão da ciência jurídica (como toda 
ciência) em ramos. 
O Direito divide-se, em seus grandes ramos, em Público e 
Privado. 
Em uma primeira acepção, o Direito Público regula, 
principalmente, a organização e competência do Estado, ou seja, os 
interesses estatais e sociais. (Direito Público Interno). Em outra 
vertente, o Direito Público ocupa-se das relações dos Estados 
soberanos entre si, assim como das atividades destes com os 
organismos internacionais (Direito Público Externo). 
Já o Direito Privado cuida predominantemente dos interesses 
individuais, de modo a dar segurança às relações das pessoas em 
sociedade, seja em suas relações individuais, seja em suas relações 
com o Estado. 
As pessoas jurídicas componentes da Federação, que cuidam, 
essencialmente, de interesses públicos, são pessoas para “dentro de 
casa”, quer dizer, são de Direito Público Interno. É o caso da União, 
 
 
 
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com autonomia em relação aos demais integrantes da Federação, em 
nível federal. 
Daí porque o acerto da primeira passagem do item, que indica 
que a União é entidade Federativa, de Direito Público Interno, 
autônoma com relação aos demais entes da federação. 
Em prova do Cespe, esse tipo de questão envolvendo 
conhecimento a respeito da União é muito comum, visto que muitos 
confundem a União, pessoa jurídica de direito público interno, com 
a República Federativa, pessoa jurídica de direito público externo
(internacional). Falemos um pouco mais da Federação para esclarecer 
o assunto. 
No que diz respeito à sua forma de organização interna, o 
Estado pode ser Unitário ou Federal. 
No primeiro, o poder político é um só, existindo apenas um 
Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Poder Judiciário. Mesmo 
que ocorra descentralização, com a criação deentidades 
administrativas (os denominados Estados Unitários Impuros), o 
centro de poder político é um só. É o que ocorre no Uruguai e na 
França, por exemplo. 
Quanto ao Estado Federal, originariamente, foi adotado nos 
Estados Unidos, a partir de um processo histórico jurídico 
interessante: por agregação – saíram da Confederação para 
agregarem-se em Federação; federalismo dual – presença da União 
e Estados-membros. 
A Federação é caracterizada pela descentralização política. 
Dessa forma, além do poder político central, há outros círculos de 
poder. É o que ocorre no Brasil: federalismo por desagregação – 
saímos do Estado Unitário para Federação; federalismo 
polidimensional – além da União e Estados-membros, temos o 
Distrito Federal e Municípios, cada qual dotado de tríplice 
autonomia. 
Essa “autonomia” pode ser desdobrada em três aspectos: 
I) organizacional – a entidade federativa pode criar seu 
próprio diploma constitutivo: constituições estaduais e leis 
orgânicas municipais e distritais; 
II) governativo – as unidades integrantes da Federação têm 
seu próprio governo, elegendo seus dirigentes; e 
III) administrativo – as unidades federadas podem organizar 
seus próprios serviços. Este último aspecto será bastante 
relevante para o estudo do Direito Administrativo, vez que, em 
razão de sua autonomia administrativa, cada uma das unidades 
da Federação terá sua própria “Administração Pública”. 
Podemos dizer que a Federação é muito mais que a União, é 
como se fosse a “soma” das pessoas jurídicas que a compõem, como 
o Brasil é visto para “fora de casa”. Isso significa que a Federação é 
pessoa para o direito, e, para “fora de casa”, é pessoa jurídica de 
direito público externo – internacional, portanto. 
 
 
 
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Assim, não confundam na hora da prova: UNIÃO, para dentro 
de casa – pessoa jurídica de direito público INTERNO; a 
República Federativa, para fora de casa – pessoa jurídica de 
direito público externo. 
 Gabarito: CERTO 
3. ( 2006/CESPE – RECEITA ESTADUAL/AC – FISCAL) Estado 
unitário é aquele em que não ocorre a chamada descentralização 
administrativa à mercê do poder central. 
Comentários: 
De acordo com o que vimos, o Estado Unitário possui apenas 
um centro POLÍTICO do qual emana o poder. Nada impede, 
entretanto, que tenhamos diversas entidades ADMINISTRATIVAS, 
como aquelas que, hoje, compõem nossa Administração Indireta 
(autarquias; fundações, empresas públicas e sociedades de economia 
mista, art. 37, inc. XIX, CF/1988). Para ilustrar: imaginando que o 
Brasil não fosse uma Federação e tivéssemos apenas a União (nível 
federal), poderia, claro, ser criada uma autarquia, que é uma 
DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA. 
Ah – aproveitando: claro que faremos o detalhamento das 
entidades da administração indireta, mais adiante. Mas cada coisa a 
seu tempo... 
Gabarito: ERRADO 
4. (2006/CESPE – MP – Analista ministerial) A forma de Estado 
unitário se contrapõe ao conceito de Estado monárquico. 
 Comentários: 
Direto e reto: a forma de Estado unitário contrapõe-se à forma 
FEDERATIVA. A monarquia é forma de GOVERNO, contraposta pela 
forma REPUBLICANA. 
Gabarito: ERRADO 
5. (2007/CESPE – BOMBEIROS/DF – Bacharel em Direito) A 
Constituição Federal dispõe que a República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel de estados, municípios e Distrito 
Federal (DF), constitui-se em Estado Democrático de Direito. Esses 
dizeres constitucionais definem a forma de Estado e a forma de 
governo. 
 Comentários: 
Repassando... FORMA DE ESTADO – FEderação; foRma de 
govErno – República... lembrem-se: repetição leva a perfeição!!! 
Gabarito: ERRADO 
 
 
 
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6. (2006/CESPE – MRE - Oficial de Chancelaria) No Estado 
Federal, cada componente detém soberania e autodeterminação para 
desempenhar relações de direito público internacional. 
 Comentários: 
Só a REPÚBLICA BRASILEIRA é quem detém SOBERANIA. Os 
entes federativos possuem AUTONOMIA, sob o aspecto (tríplice) 
administrativo; legislativo e de governo. 
Gabarito: ERRADO 
7. (2006/CESPE – MRE – Oficial de Chancelaria) No Brasil, o Estado 
federal está fundado no princípio da divisibilidade. 
 Comentários: 
Vejamos como a Constituição, BEM LIDA, é muito útil: 
A República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático 
de Direito e tem como fundamentos: (...). 
Noutras palavras, inexiste o tal “princípio da divisibilidade”, no 
que diga respeito ao Estado Federal Brasileiro. Contrário direito, 
nossa Federação é INDISSOLÚVEL, no que se pode afirmar, puxando 
um pouquinho lá para o Direito Constitucional, que não há o direito 
de secessão, por parte daqueles que integram a federação brasileira. 
Gabarito: ERRADO 
Agora vamos ver algumas outras questões de outras bancas, 
hoje em especial da FGV. 
Mais questões! 
QUESTÕES EM SEQUÊNCIA 
1) (2006/FGV – Min. da Cultura/Analista de Administração) Não 
existe uma definição única a respeito do conceito de público. 
Dessa forma, analise os conceitos de "público" a seguir: 
I. O termo público pode ser entendido como relativo àquilo que é "de 
todos e para todos", à "coisa pública" e ao "interesse público". Assim 
sendo, uma definição de público excluiria as relações econômicas, 
políticas e sociais que interferem na produção do espaço público. 
II. O público é resultado da separação entre Estado e Sociedade. Ele 
é um espaço dinâmico que não pode ser garantido por delimitação 
nem possui um lócus específico. 
 
 
 
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III. Pode-se vincular a noção de público a um regime no qual iguais 
reunidos em coletividades buscam o bem comum e o exercício de 
práticas solidárias, bem como uma relação de influência sobre o 
Estado tendo em vista a construção da cidadania. 
Assinale: 
a) se somente a afirmativa I estiver correta. 
b) se somente a afirmativa II estiver correta. 
c) se somente a afirmativa III estiver correta. 
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
2) (2006/Esaf/Receita Federal /TRF) A primordial fonte formal do 
Direito Administrativo no Brasil é: 
a) a lei. 
b) a doutrina. 
c) a jurisprudência. 
d) os costumes. 
e) o vade-mécum. 
3) (2006/FGV/SEFAZ-MS/Analista) Com a Reforma Administrativa de 
1998, a “Nova Administração Pública” introduz, pela emenda 19/98, o 
princípio da: 
a) legalidade. 
b) impessoalidade. 
c) moralidade. 
d) eficiência. 
e) publicidade. 
4) (2008/FGV – Senado Federal) Das afirmativas a seguir, apenas 
uma está correta. Assinale-a. 
a) O regime especial que incide sobre as autarquias qualificadas como 
agências reguladoras decorre do fato de que todo o perfil jurídico-
organizacional dessas entidades está contemplado na lei instituidora. 
b) Empresa pública, instituída sob forma societária, admite que 
sociedade de economia mista ou outra empresa pública, entidades 
dotadas de personalidade jurídica de direito privado, participem de 
seu capital social. 
c) Sentenças proferidas contra autarquias dispensam o oferecimento 
de recurso voluntário, em virtude de sua obrigatória sujeição ao 
duplo grau de jurisdição por meio da remessa ex officio do processo 
ao tribunal de instância superior. 
d) As fundações governamentais de direito público não estão 
abrangidas pela prerrogativa da imunidade tributária,relativa aos 
impostos sobre a renda, o patrimônio e os serviços federais, 
estaduais e municipais, vinculados a suas finalidades essenciais. 
e) Não se considera sociedade de economia mista a sociedade 
anônima cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, 
 
 
 
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a uma outra pessoa, qualificada como sociedade de economia mista, 
ainda que a instituição daquela tenha sido autorizada por lei. 
5) (2008/FGV – JUIZ/MS) Assinale a alternativa correta. 
a) As Autarquias podem ser organizadas sob a forma de sociedade 
civil ou comercial, mas sua natureza deve ser determinada na lei. 
b) Não cabe Mandado de Segurança contra ato praticado em licitação 
promovida por Sociedade de Economia Mista ou Empresa Pública, 
devido à sua natureza. 
c) A Administração Indireta é o próprio Estado executando algumas 
de suas funções de forma descentralizada; por isso, as entidades que 
a compõem não possuem personalidade jurídica própria. 
d) As Empresas Públicas e as Fundações Públicas poderão gozar de 
privilégios fiscais não extensivos ao setor privado. 
e) Somente por lei específica pode ser criada Autarquia e autorizada 
a instituição de Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e 
de Fundação. 
6) (2008/FGV – TCM/PA - Auditor) O silêncio da Administração em 
atender a requerimento formulado constitui um ato: 
a) constitutivo. 
b) declaratório. 
c) ordinatório. 
d) desconstitutivo. 
e) enunciativo. 
7) (2008/FGV – ICMS-RJ) O atributo do ato administrativo designado 
por auto-executoriedade deriva do princípio da legalidade: 
a) subjetiva. 
b) relativa. 
c) absoluta. 
d) estrita. 
e) objetiva. 
8) (2005/FGV – TJ-PA – Juiz) Assinale a alternativa que apresente a 
correta conceituação de poder de polícia. 
a) Atividade coercitiva, auto-executável e vinculada do Estado 
consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em 
benefício do interesse público. 
b) Atividade discricionária e coercitiva do Estado, mediante 
autorização judicial, consistente em limitar o exercício dos direitos 
individuais em benefício do interesse público. 
c) Atividade discricionária, coercitiva e auto-executável do Estado 
consistente em limitações e indenizações quanto ao exercício dos 
direitos individuais em benefício do interesse público. 
 
 
 
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d) Atividade discricionária, coercitiva e auto-executável do Estado 
consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em 
benefício do interesse público. 
e) Atividade vinculada, coercitiva e auto-executável do Estado 
consistente em impor restrições singulares ao exercício dos direitos 
individuais em benefício do interesse público. 
9) (2006/FGV – SEFAZ-MS – Técnico de Tecnologia) Analise as 
proposições a seguir: Segundo a Constituição Federal vigente, a 
fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do 
sistema remuneratório observará: 
I. a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos 
cargos componentes de cada carreira; 
II. os requisitos para a investidura; 
III. as peculiaridades dos cargos. 
Assinale: 
a) se nenhuma proposição estiver correta. 
b) se apenas as proposições I e II estiverem corretas. 
c) se apenas as proposições I e III estiverem corretas. 
d) se apenas as proposições II e III estiverem corretas. 
e) se todas as proposições estiverem corretas. 
10) (2005/FGV – TJ-AM/Titular de Cartório) Assinale a alternativa 
falsa. 
a) O controle administrativo interno é decorrente de órgão integrante da 
própria estrutura em que se insere o órgão controlado. 
b) O ato administrativo unilateral tem como um de seus atributos a 
tipicidade, que decorre do princípio da legalidade. 
c) A competência, no direito administrativo, pode ser objeto de 
avocação, quando a lei não dispuser em sentido contrário. 
d) O direito de petição, previsto no art. 5º, XXXIV, “a”, da Constituição 
Federal, é instrumento de controle que proporciona a autotutela, 
dependendo apenas do pagamento de taxa para ser utilizado. 
e) O esgotamento do prazo estabelecido em lei à interposição do 
recurso administrativo não inibe a propositura de medida judicial para 
tratar do mesmo assunto. 
 
Marca, agora, o gabarito 
1 3 5 7 9
2 4 6 8 10
 
 
 
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Confira o desempenho 
1 C 3 D 5 E 7 E 9 E 
2 A 4 B 6 B 8 D 10 D 
Tira-tema – QUESTÕES COMENTADAS 
1) (2006/FGV – Min. da Cultura/Analista de Administração) Não 
existe uma definição única a respeito do conceito de público. Dessa 
forma, analise os conceitos de "público" a seguir: 
I. O termo público pode ser entendido como relativo àquilo que é "de 
todos e para todos", à "coisa pública" e ao "interesse público". Assim 
sendo, uma definição de público excluiria as relações econômicas, 
políticas e sociais que interferem na produção do espaço público. 
II. O público é resultado da separação entre Estado e Sociedade. Ele 
é um espaço dinâmico que não pode ser garantido por delimitação 
nem possui um lócus específico. 
III. Pode-se vincular a noção de público a um regime no qual iguais 
reunidos em coletividades buscam o bem comum e o exercício de 
práticas solidárias, bem como uma relação de influência sobre o 
Estado tendo em vista a construção da cidadania. 
Assinale: 
a) se somente a afirmativa I estiver correta. 
b) se somente a afirmativa II estiver correta. 
c) se somente a afirmativa III estiver correta. 
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
Comentários: 
Esse item é bastante conceitual, envolvendo a noção de 
“público” no contexto jurídico-administrativo atual. 
Pode-se afirmar que o conceito de “público”, sobretudo quando 
analisamos a dinâmica da sociedade civil organizada, é mais amplo 
do que tempos atrás. Para termos uma ideia precisa disso, os estudos 
jurídicos e administrativos viam o funcionamento social de forma, 
basicamente, dicotomizada, ou seja, dividido em dois setores: 
I) PÚBLICO (1º setor) – atendidos os interesses coletivos de 
modo geral. Tal papel caberia ao Estado, por intermédio de suas 
estruturas montadas; 
II) PRIVADO (2º setor) – na teoria econômica, convencionou-
se denominar “mercado”. Setor em que ocorreriam as “trocas” 
(operações de compra e venda, por exemplo). Os particulares iriam 
ao “mercado” para realizar seus lucros. De maneira geral, no 
 
 
 
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mercado haveria interesses “egoísticos” (privados/particulares) a 
serem satisfeitos. 
Durante muito tempo, prevaleceu essa divisão conceitual – 
público/privado, tanto para estudos jurídicos, quanto administrativos. 
Com a evolução, novas instituições surgiram, quando então 
passamos a ter um problema para o adequado enquadramento. 
Vejamos um exemplo prático, para que fique mais claro o que 
afirmamos. 
As Santas Casas existentes em quase todo o país, sobretudo 
em capitais de Estado, foram criadas, fundamentalmente, para 
atendimento de pessoas com dificuldade de custear um tratamento 
médico razoável. Mas as Santas Casas não foram criações do Estado. 
Logo, não poderiam ser consideradas públicas. 
De outro lado, apesar de criadas por particulares, as Santas 
Casas não possuem o intuito do lucro, como é o caso das instituições 
privadas de modo geral. Então, a pergunta: em que setor 
enquadrar instituições como asSantas Casas e outras 
semelhantes? 
Se adotássemos a visão dicotomizada, não chegaríamos a 
qualquer solução. Apesar de perseguirem interesses que podem ser 
vistos como públicos, não foram criações do Estado, logo, não são 
componentes do 1º Setor. Desse modo, surge a noção do público 
não estatal (o tal do “3º Setor”), na qual se inclui a 
“paraestatalidade”, que é um vocábulo autoexplicativo, em certa 
medida. Vejamos: 
O ‘para’ da expressão que analisamos tem o sentido de “ao 
lado”, tal como nas linhas paralelas, aprendidas quando de nossos 
primeiros estudos ainda no colégio. O ‘estatal’ vem de ‘status’, que 
pode ser traduzido como “do Estado”. Concluindo, PARAESTATAL quer 
dizer, sinteticamente, ao lado do Estado, sem fazer parte dele. 
Ainda que composto essencialmente por entidades criadas por 
iniciativa de particulares, o 3º setor, na atualidade, também pode 
ser visto como sendo de interesse público. De fato, entidades como 
Organizações Sociais (OS) e Organizações da Sociedade Civil de 
Interesse Público (OSCIP), as mais conhecidas do 3º setor, 
cumprem relevantes papeis de “parceiras” do Estado no desempenho 
de tarefas de interesse público. 
A noção de público e privado é cada vez menos relevante, como 
podemos perceber a partir da atuação das entidades integrantes do 
3º setor. 
Todavia, ainda que óbvio para alguns dos amigos, é importante 
lembrar que há indesejáveis desvirtuamentos na atuação das 
entidades do 3º setor (o paraestatal – público não-estatal). Não são 
poucos os escândalos envolvendo desvio de recursos de origem 
pública repassados a tais entidades. Embora conceitualmente 
belíssimo, o modelo padece de um problema comum a tudo que 
 
 
 
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envolva a participação humana: há, sempre, possibilidade de alguns 
fazerem uso indevido de boas ideias, visando benefício próprio. 
Pois bem, traçados os entendimentos gerais, partamos para a 
análise dos itens. 
Item I – ERRADO. Por mais que se entenda por “público” o 
que, direta ou indiretamente, pertença à comunidade, o vocábulo 
público, ao contrário do que diz o item, não exclui as relações 
econômicas, políticas e sociais as quais interferem na produção do 
espaço público. De outra forma, o “lócus” (espaço) público é cada vez 
mais amplo, abrangendo todo e qualquer setor social, econômico ou 
não. Isso por serem cada vez mais comuns “parcerias” entre 
Estado/sociedade organizada, objetivando o melhor atendimento dos 
interesses coletivos. 
Item II – ERRADO. Como dito, há uma zona em que a 
atuação do Estado é simultânea com entidades não-lucrativas. Assim, 
público não é resultado da separação Estado/sociedade. Muitas vezes, 
ocorre exatamente o contrário: o público resulta da confluência da 
atuação do Estado em conjunto com entidades criadas por 
particulares, que atuam por conta do mútuo empenho em dar 
provimento aos interesses coletivos. 
Item III – CERTO. O item reafirma o aprendizado ao longo de 
toda a exposição. Mesmo particulares (os “iguais” no item) podem 
atender interesses públicos, diretamente, buscando o bem 
comum/práticas solidárias, ou indiretamente, influenciando o Estado 
na construção de um novo sentido de cidadania. 
Fica a lição: a depender do contexto, a distinção de 
público/privado é extremamente dificultosa, uma vez que, 
atualmente, diversas instituições criadas por particulares acabam 
dando cumprimento a interesses coletivos. 
1) Gabarito: alternativa C. 
2) (2006/Esaf/Receita Federal /TRF) A primordial fonte formal do 
Direito Administrativo no Brasil é: 
a) a lei. 
b) a doutrina. 
c) a jurisprudência. 
d) os costumes. 
e) o vade-mécum. 
Comentários: 
Ainda que óbvio, o Direito Administrativo, em sendo ciência, 
nasce de algum lugar. É exatamente esse o sentido da palavra 
“fontes”, que funcionam como se fossem o “ponto de partida” do 
Direito, suas formas de expressão. 
No estudo do Direito Administrativo, encontramos, regra geral, 
as seguintes fontes ou formas de expressão: 
I) lei; 
 
 
 
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II) jurisprudência; 
III) doutrina; e 
IV) costumes. 
Passemos a comentar cada uma dessas, rapidamente. 
 A lei é a mais importante (primordial) fonte para o Direito 
Administrativo Brasileiro, geradora de direitos e obrigações, impondo-
se tanto à conduta dos particulares, quanto à ação estatal; obriga, 
inclusive, o próprio ente legislador, como, por exemplo, a Lei Geral de 
Licitações e Contratos (Lei n. 8.666/1993) e a Lei Geral das 
Concessões/Permissões (Lei n. 8.987/1995). Opa, já temos a 
resposta, alternativa A. Em todo caso, vamos prosseguir. 
Enquanto fonte, a lei tem um sentido amplo (lato sensu), 
abrangendo todas as normas produzidas pelo Estado que digam 
respeito, de alguma maneira, à atividade administrativa do Estado. 
Nesse sentido, a lei abrange desde a maior de todas – a Constituição 
Federal –, passando por leis complementares, ordinárias, delegadas, 
medidas provisórias e outras normas com força de lei, como os 
extintos Decretos-Lei. 
A lei costuma ser corretamente indicada como fonte escrita e
primária para o Direito Administrativo. Adianto que há outras 
normas infralegais também fontes para o Direito Administrativo, 
contudo secundárias, uma vez que a Administração Pública, de 
modo geral, organiza-se mediante lei, em decorrência do princípio da 
legalidade contido no caput do art. 37 da CF/1988. 
 A Jurisprudência é um conjunto de decisões judiciais 
reiteradas num mesmo sentido, a respeito de uma matéria. Dessa 
forma, não se pode considerar “jurisprudência” uma decisão judicial 
isolada, a qual, no máximo, constitui um caso paradigmático, 
referencial, indicativo de uma situação concreta submetida à 
apreciação de um juiz ou tribunal judicial. 
Apesar de fazermos referência à jurisprudência como sendo 
resultante de decisões judiciais, órgãos administrativos também 
podem produzir sua própria jurisprudência. Por exemplo: o inc. 
II do art. 71 da CF/1988 garante ao Tribunal de Contas da União – 
TCU – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis 
por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e 
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas 
pelo Poder Público Federal, e as contas daqueles que derem causa à 
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao 
erário. 
Importante detalhe de prova é que a jurisprudência no Brasil 
não possui força vinculante (regra geral, efeito apenas moral), 
diferentemente do sistema norte-americano, no qual as decisões 
 
 
 
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proferidas pelas instâncias superiores vinculam as inferiores, para os 
casos idênticos, o que é conhecido como sistema do stare decises. 
De fato, os magistrados brasileiros podem interpretar as 
informações as quais constam dos processos judiciais que lhes são 
submetidos com maior amplitude que os americanos, em razão do 
que se chama no Brasil de princípio do livre convencimento por parte 
do magistrado. Contudo, duas observações são feitas quanto à 
atividade jurisdicional, apesar de não ser objeto de estudo de nossa 
matéria: 
I) o livre convencimento do Juiz encontra limites, visto que 
deve se ater aos fins pretendidos pela norma. Nesse sentido, assim 
determina a Lei de Introdução ao Código Civil – LICC: Na aplicação 
da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às 
exigências do bem comum. Assim, a liberdade de interpretar por 
partedo magistrado não se converte em arbítrio, pois encontra 
limites; 
II) há algumas decisões advindas do Judiciário que vincularão 
tanto a atuação daquele Poder, quanto a própria Administração 
Pública. Nesse sentido, destacam-se, entre outras, as Súmulas 
Vinculantes, constantes do sistema jurídico nacional a partir da 
Emenda Constitucional 45/2004, conhecida como a Reforma do 
Judiciário (ver art. 103-A da CF/1988). 
Por fim, a Jurisprudência é fonte não-escrita do Direito 
Administrativo, impondo-se pela força moral que possui junto à 
sociedade. 
A doutrina significa o conjunto dos trabalhos dos estudiosos a 
respeito do Direito Administrativo, ou seja, os livros, os artigos, os 
pareceres, elaborados por estudiosos desse ramo jurídico. Tais 
trabalhos fornecem, muitas vezes, bases para textos legais, 
sentenças, acórdãos e interpretações, sendo responsável, de certa 
maneira, pela unificação das interpretações. 
 É fonte escrita e mediata (secundária) para o Direito 
Administrativo, não gerando direitos para os particulares, mas 
contribuindo para a formação do nosso ramo jurídico. 
 Já os costumes são os comportamentos tidos por obrigatórios 
pela consciência popular. No que respeita ao Direito Administrativo, o 
costume é de pouca relevância, à vista do princípio da legalidade. 
Ainda que de somenos importância, o costume constitui, sim, fonte 
para o Direito Administrativo, sendo aplicado quando da 
deficiência da legislação, sempre segundo a lei (ou secundum 
 
 
 
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legem, para os amigos mais chegados ao latim) e nunca contra a lei 
(ou contra legem). 
Ah! Pra quem não conhece: a palavra vade-mécum pode se 
referir às famosas compilações de legislações (Constituição Federal, 
códigos e leis), aquelas vendidas nas livrarias e, quando carregadas 
durante muito tempo, só servem para causar problemas de coluna, 
rsrs... 
 
2) Gabarito: alternativa A. 
3) (2006/FGV/SEFAZ-MS/Analista) Com a Reforma Administrativa de 
1998, a “Nova Administração Pública” introduz, pela emenda 19/98, o 
princípio da: 
a) legalidade. 
b) impessoalidade. 
c) moralidade. 
d) eficiência. 
e) publicidade. 
Comentários: 
Parabéns para banca! A examinadora, além dos princípios, 
trouxe-nos o tema Administração Pública. 
Os amigos já ouviram falar em “Nova Administração Pública”? 
Significa, até certa medida, uma inovação (mudança de enfoque) das 
tradicionais formas de administração estatal, as quais, até então, 
vigoravam com maior intensidade, baseadas, diga-se de passagem, 
nos padrões clássicos da burocracia. Nessa (a burocracia), dois 
seriam os “principais” princípios (ou valores) regentes (lembram de 
Marx Weber? O sistema racional-legal?): 
I) A moralidade: antes da inauguração da burocracia, 
vivenciávamos mais intensamente a gramática “patrimonialista”, em 
que os cargos públicos eram prebendas (prêmios), em que o público 
era privado (e vice-versa). Parafraseando Sérgio Buarque de 
Holanda, a marca do patrimonialismo foi a grande confusão feita 
entre o público e o privado! Nesse quadro histórico, típico de Estados 
Monárquicos do séc. XVIII (e anteriores), muitos problemas, como 
corrupção, nepotismo, clientelismo, favoritismos e outros “ISMOS”, 
ganharam força, exigindo uma solução, uma nova forma de 
Administração. Assim, a burocracia surge quase como que em 
resposta aos problemas inerentes ao patrimonialismo; 
II) A Legalidade: na burocracia, havia um “apego” às normas, 
típico de tal forma de Administração, sobretudo por conta de suas 
próprias origens. Cumprindo-se a norma, pronto, estaria afastada a 
corrupção! A racionalidade da norma levaria a tal resultado. 
Curioso anotar que, até certo ponto, o Estado nunca poderá 
deixar de ser burocrático, ou seja, deixar de cumprir normas 
estabelecidas. Isso decorre, dentre outras razões, de os Estados, 
 
 
 
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como o Brasil, serem pautados pela norma jurídica, ou seja, serem 
DE DIREITO. 
Não por outra razão, a CF/1988 menciona, logo em seu art. 1º, 
que o Brasil constitui um Estado Democrático de DIREITO. O 
problema do “legalismo” burocrático é o apego EXCESSIVO às 
normas. Ora, as normas podem ser alteradas, se ineficientes, se não 
mais atendem os interesses públicos, por exemplo. Assim, o 
problema burocrático passa a ser o foco na NORMA (e no seu 
cumprimento), no processo, e não no usuário, no sujeito que deve 
ser o destinatário das políticas públicas. 
Nesse contexto, o movimento de “Nova Administração Pública”
preceitua, no essencial, que o enfoque da ação do Estado seja, 
efetivamente, aquele que é o destinatário das políticas públicas, o 
cidadão. 
As reformas constitucionais e legais ocorridas pelo mundo afora 
seguem, então, um “receituário” (uma cartilha) de medidas, as quais 
serão vistas, boa parte, em nosso curso, especialmente por 
fundamentarem o atendimento de um valor (princípio) “moderninho” 
de Administração Pública: a eficiência, que, conforme bem apontado 
pelo examinador, foi introduzido no texto constitucional com a 
Reforma Administrativa de 1998 (Emenda 19/1998). Dessa forma, 
sem dúvida, o gabarito que atende a questão é a alternativa D. 
 
3) Gabarito: alternativa D. 
4) (2008/FGV – Senado Federal) Das afirmativas a seguir, apenas 
uma está correta. Assinale-a. 
a) O regime especial que incide sobre as autarquias qualificadas como 
agências reguladoras decorre do fato de que todo o perfil jurídico-
organizacional dessas entidades está contemplado na lei instituidora. 
b) Empresa pública, instituída sob forma societária, admite que 
sociedade de economia mista ou outra empresa pública, entidades 
dotadas de personalidade jurídica de direito privado, participem de 
seu capital social. 
c) Sentenças proferidas contra autarquias dispensam o oferecimento 
de recurso voluntário, em virtude de sua obrigatória sujeição ao 
duplo grau de jurisdição por meio da remessa ex officio do processo 
ao tribunal de instância superior. 
d) As fundações governamentais de direito público não estão 
abrangidas pela prerrogativa da imunidade tributária, relativa aos 
impostos sobre a renda, o patrimônio e os serviços federais, 
estaduais e municipais, vinculados a suas finalidades essenciais. 
e) Não se considera sociedade de economia mista a sociedade 
anônima cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, 
a uma outra pessoa, qualificada como sociedade de economia mista, 
ainda que a instituição daquela tenha sido autorizada por lei. 
 Comentários: 
 
 
 
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Questão fantástica, sinalização de que a “maré mansa” acabou. 
Vamos à análise dos quesitos. 
 Item A – INCORRETO. O perfil jurídico-organizacional não 
está restrito às leis instituidoras, por exemplo, as agências Anatel e 
ANP têm o perfil previsto constitucionalmente, daí a incorreção do 
item. 
Item B – CORRETO. Excelente item. As empresas públicas 
são, em regra, entidades unipessoais, ou seja, presença de um único 
sócio, como é o caso da Caixa Econômica Federal, no entanto, 
abrimos um parêntese para esclarecer a possibilidade de as empresas 
públicas serem pluripessoais (presença de dois ou mais sócios), 
sendo que, nesse caso, é condição necessária a permanência em 
100% do capital em público. 
Assim, em tese, é factível que uma SEM participe como sócia de 
uma EP, com a condição de que a integralização do capital seja com 
sua parte pública. 
Item C – INCORRETO. O duplo grau de jurisdiçãonão é 
sempre automático (reexame necessário) para as autarquias. Vimos 
a existência de situações que dispensam a necessidade da remessa 
(de ofício) do processo ao Tribunal superior, como as ações em que 
os valores não ultrapassem 60 salários mínimos, daí a incorreção 
do quesito. 
Item D – INCORRETO. O art. 150, VI, “a”, da CF/1988 (do 
Sistema Tributário Nacional) indica que às autarquias e às fundações 
públicas (instituídas e mantidas pelo Poder Público) estende-se a 
imunidade tributária recíproca (não-incidência de impostos sobre 
patrimônio, renda, e serviços). Nesse caso, pouco importa se a 
fundação do Estado é de direito público ou privado, ambas fazem jus 
à imunidade, daí a incorreção do item, ao falar que as fundações não 
gozam de privilégios tributários. 
Item E – INCORRETO. As SEM e as EP podem instituir 
subsidiárias, lembram? As SEM/EP podem ser de 1º grau e de 2º 
grau, lembram? Se lembra, chegamos à solução do quesito, a 
subsidiária é considerada, por muitos, como sociedade de 2º grau. 
Por exemplo: a Transpetro, subsidiária da Petrobrás (SEM), teve a 
instituição autorizada na própria Lei autorizativa da Petrobrás, sendo 
caracterizada, portanto, como SEM de 2º grau, daí a incorreção do 
item, ao frisar que essa situação não é cabível. Caso não 
tenham lembrado (ou aprendido), esperamos os amigos no curso de 
exercícios, é claro, rsrs... 
 
4) Gabarito: alternativa B. 
5) (2008/FGV – JUIZ/MS) Assinale a alternativa correta. 
a) As Autarquias podem ser organizadas sob a forma de sociedade 
civil ou comercial, mas sua natureza deve ser determinada na lei. 
 
 
 
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b) Não cabe Mandado de Segurança contra ato praticado em licitação 
promovida por Sociedade de Economia Mista ou Empresa Pública, 
devido à sua natureza. 
c) A Administração Indireta é o próprio Estado executando algumas 
de suas funções de forma descentralizada; por isso, as entidades que 
a compõem não possuem personalidade jurídica própria. 
d) As Empresas Públicas e as Fundações Públicas poderão gozar de 
privilégios fiscais não extensivos ao setor privado. 
e) Somente por lei específica pode ser criada Autarquia e autorizada 
a instituição de Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e 
de Fundação. 
 Comentários: 
Essa questão exige que o concursando conheça todas as partes 
integrantes do grande bloco Administração Indireta. Vamos às 
análises. 
 Item A – INCORRETO. As autarquias não são entidades 
empresariais, logo, não podem ser consideradas como sociedades 
(civis ou comerciais), daí a incorreção do quesito. 
Item B – INCORRETO. A Súmula 333 do STJ estabelece 
exatamente o contrário disso: “cabe mandado de segurança contra 
ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia 
mista ou empresa pública”, daí a incorreção do item. 
Item C – INCORRETO. Todas as entidades componentes da 
Administração Indireta possuem personalidade jurídica (de direito 
público ou privado, conforme o caso), órgãos é que não possuem 
personalidade jurídica, daí a incorreção do quesito. 
Item D – INCORRETO. As fundações públicas (de direito 
público, apenas) têm prazo em dobro para recorrer e em quádruplo 
para contestar, privilégio existente para a Fazenda Pública, logo, está 
correta a passagem em que se afirma que poderão ter privilégios não 
extensíveis ao setor privado. O erro do item é que as empresas 
públicas, exploradoras de atividade econômica (não-monopolista), 
não podem gozar de privilégios, a não ser que também sejam 
estendidos para os demais do setor privado, como forma de se evitar 
a concorrência desleal por parte do Estado, daí a incorreção do 
quesito. 
Item E – CORRETO. Exatamente como dispõe o inc. XIX do 
art. 37 da CF/1988. 
5) Gabarito: alternativa E. 
6) (2008/FGV – TCM/PA - Auditor) O silêncio da Administração em 
atender a requerimento formulado constitui um ato: 
a) constitutivo. 
b) declaratório. 
c) ordinatório. 
d) desconstitutivo. 
 
 
 
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e) enunciativo. 
Comentários: 
Essa questão é evidência de que não existem verdades 
absolutas. A doutrina majoritária entende que silêncio administrativo 
não é ato, mas sim fato administrativo. Vamos vasculhar o efeito do 
silêncio. 
Item A – INCORRETO. O dono do restaurante “X”, depois de 
vários roubos ao estabelecimento, decide requerer junto à Polícia 
Federal o porte de arma. Depois de ultrapassados cinco meses, sem 
que a Administração tenha se manifestado sobre o pleito, terá o 
silêncio criado (constituído) o direito de porte de arma? Obviamente 
que não, logo, o silêncio não tem efeito constitutivo (regra geral), daí 
a incorreção do quesito. 
Item B – CORRETO. A empresa “Y” solicita junto à Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa – registro de medicamentos, 
a fim de garantir sua comercialização em território nacional. Depois 
de um ano, não houve manifestação expressa da Anvisa. Nesse caso, 
o direito foi concedido? Não, ou seja, houve efeito declaratório
negativo. 
Item C – INCORRETO. Atos ordinatórios são internos à 
Administração, servindo para a emanação de ordens aos servidores 
em geral (portarias, instruções, por exemplo), daí a incorreção do 
item. 
Item D – INCORRETO. Idem item “A”. 
Item E – INCORRETO. Atos enunciativos são atos em que a 
Administração emite opiniões, juízos, valores. Ora, no silêncio não há 
manifestação de qualquer opinião, logo, não são atos enunciativos, 
daí a incorreção do item. 
6) Gabarito: alternativa B. 
7) (2008/FGV – ICMS-RJ) O atributo do ato administrativo designado 
por auto-executoriedade deriva do princípio da legalidade: 
a) subjetiva. 
b) relativa. 
c) absoluta. 
d) estrita. 
e) objetiva. 
Comentários: 
Questão excelente. Responda rápido: o amigo concursando se 
acha feio ou bonito? O que você pensa de sua própria pessoa? 
Resposta: feio, por exemplo. Agora, pergunta para sua mãe, 
resposta: filha(o) da mamãe é bonita(o), obviamente. 
O pensamento sobre a própria pessoa é objetivo, indiscutível, 
é o que você acha e pronto. Já o que as pessoas pensam de você, é 
subjetivo. 
 
 
 
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Outro exemplo. O artista “X”, desconhecido no cenário nacional, 
acaba de ser chamado de safado e mau-caráter. De acordo com sua 
honra objetiva, o que pensa de si, ingressa com ação de danos 
morais, porém, na hora de fixar o valor devido, o juiz deixa de levar 
em consideração a honra subjetiva (o que as pessoas pensam 
dele). 
Retomemos o item. A autoexecutoriedade é quando a 
Administração se controla sem precisar da intervenção de qualquer 
outra pessoa, logo, temos um caso de legalidade objetiva. Agora, 
se o ato for impugnado no Judiciário, a aferição da legalidade será 
promovida por outro órgão, logo, legalidade subjetiva. 
7) Gabarito: alternativa E. 
8) (2005/FGV – TJ-PA – Juiz) Assinale a alternativa que apresente a 
correta conceituação de poder de polícia. 
a) Atividade coercitiva, auto-executável e vinculada do Estado 
consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em 
benefício do interesse público. 
b) Atividade discricionária e coercitiva do Estado, mediante 
autorização judicial, consistente em limitar o exercício dos direitos 
individuais em benefício do interesse público. 
c) Atividade discricionária, coercitiva e auto-executável do Estado 
consistente em limitações e indenizações quanto ao exercício dos 
direitos individuais em benefício do interesse público. 
d) Atividadediscricionária, coercitiva e auto-executável do Estado 
consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em 
benefício do interesse público. 
e) Atividade vinculada, coercitiva e auto-executável do Estado 
consistente em impor restrições singulares ao exercício dos direitos 
individuais em benefício do interesse público. 
Comentários: 
A questão não oferece muita dificuldade. A banca solicita do 
candidato o entendimento sobre as características, os atributos, do 
Poder de Polícia. Como vimos, as características usualmente 
apontadas são: autoexecutoriedade, coercibilidade e a 
discricionariedade. 
Vamos às análises. 
Item A – INCORRETO. O atributo é da discricionariedade e 
não da vinculação. Apesar de o poder de polícia também se 
manifestar de forma vinculada, o atributo regente é a 
discricionariedade, daí a incorreção. 
Item B – INCORRETO. O poder de polícia conta com o 
atributo da autoexecutoriedade, ou seja, a Administração pode aplicar 
diretamente seus atos, sem precisar de título prévio emitido pelo 
Poder Judiciário, daí a incorreção do quesito. 
Item C – INCORRETO. Consistentes em indenizações?! 
 
 
 
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Item D – CORRETO. Perfeito, dispensa maiores comentários. 
Item E – INCORRETO. As restrições não são singulares 
(incidentes sobre pessoas determinadas), ao contrário disso, o poder 
de polícia incide sobre todas as pessoas que se encontrem, 
logicamente, dentro de uma mesma situação jurídica, daí a 
incorreção do quesito. 
8) Gabarito: alternativa D. 
9) (2006/FGV – SEFAZ-MS – Técnico de Tecnologia) Analise as 
proposições a seguir: Segundo a Constituição Federal vigente, a 
fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do 
sistema remuneratório observará: 
I. a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos 
cargos componentes de cada carreira; 
II. os requisitos para a investidura; 
III. as peculiaridades dos cargos. 
Assinale: 
a) se nenhuma proposição estiver correta. 
b) se apenas as proposições I e II estiverem corretas. 
c) se apenas as proposições I e III estiverem corretas. 
d) se apenas as proposições II e III estiverem corretas. 
e) se todas as proposições estiverem corretas. 
Comentários: 
Vamos tratar do “lado bom” da vida dos servidores, o sistema 
remuneratório, tendo em conta os preceitos constitucionais. 
A questão, em análise, é realmente bem fácil, a partir dos 
regramentos constitucionais. Vejamos o §1º do art. 39 da CF/1988: 
A fixação dos padrões de vencimento e dos demais 
componentes do sistema remuneratório observará: 
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade 
dos cargos componentes de cada carreira; 
II - os requisitos para a investidura; 
III - as peculiaridades dos cargos 
A partir da leitura, resta concluir que todos os itens estão 
certos, pois se trata de mera transcrição da Constituição. Mas 
aproveitemos para fazer uma boa revisão a respeito do sistema 
remuneratório dos servidores públicos, em especial, quanto aos seus 
aspectos constitucionais. 
O inc. X do art. 37 da CF/1988 estabelece que a remuneração 
dos servidores públicos e o subsídio de que trata o art. 39 somente 
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a 
 
 
 
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iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, na 
mesma data e sem distinção de índices. 
Em primeiro lugar, ainda que não mencionado no dispositivo, é 
necessário dizer que vencimento é a retribuição pecuniária paga ao 
servidor em razão do exercício de cargo público, com valor fixado em 
lei (leia-se: parcela básica devida ao servidor). 
Vencimentos, assim, no plural, seria espécie de remuneração, 
correspondendo à soma do vencimento e das vantagens 
pecuniárias. Esta definição em muito se aproxima do oferecido pela 
Lei 8.112/90, em seu artigo 40: “Remuneração é o vencimento do 
cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes 
estabelecidas em lei”. 
Ainda que possa sofrer extremadas críticas quanto à imprecisão 
do conceito, preferimos o conceito dado pela Lei n. 8.112/1990. De 
toda forma, conforme a doutrina e a jurisprudência dominante, 
vencimentos e remuneração são conceitos equivalentes, ou seja, 
servidores recebem vencimentos ou remuneração. 
Já subsídio é a espécie remuneratória a ser paga em parcela 
única a determinados agentes públicos, sendo ora de forma 
obrigatória, ora em caráter facultativo. 
Os seguintes agentes recebem obrigatoriamente por 
subsídio: 
- membros de Poder (Poder Executivo – Chefes e auxiliares 
diretos; Poder Legislativo – Senadores, Deputados, e Vereadores; e 
Poder Judiciário – magistrados); 
- membros do Ministério Público e de Tribunais de Contas; 
- Advocacia Geral da União, Defensoria Pública, Procuradoria 
Geral da Fazenda Nacional, Procuradorias dos Estados e do DF (o 
texto constitucional não cita promotores municipais, o que nos 
leva ao entendimento de receberem, facultativamente, subsídios, 
se e somente se organizados em carreira); 
 - servidores policiais: Polícia Federal, Polícia Rodoviária 
Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros 
Militares. 
 Agora, é facultativa a adoção do regime de subsídio para os 
cargos organizados em carreira, desde que assim disponha Lei 
federal, estadual, distrital ou municipal, conforme o caso. Nos dias 
atuais, os Auditores da Receita Federal do Brasil recebem por 
subsídio, pelo fato de o cargo ser organizado em carreira. 
Já o nome salário, no serviço público, quer representar, 
tecnicamente, a retribuição pecuniária paga aos empregados públicos 
da Administração Indireta de Direito Privado (sociedade de economia 
mista, por exemplo), bem como a todos aqueles contratados sob a 
regência da CLT. 
Por fim, a rubrica proventos, paga aos servidores inativos. A 
primeira impressão é de que são pagos apenas a aposentados, 
 
 
 
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porém, os servidores em disponibilidade também fazem jus a 
proventos, pois, enquanto em disponibilidade, estão inativos. 
Bom, superadas essas “preliminares”, falemos um pouquinho 
sobre a fixação da remuneração e revisão geral de servidores. 
Tanto os vencimentos quanto os subsídios, para sua fixação e 
alteração, terão de ser objeto de lei (ordinária) específica, enfim, que 
somente trate desse assunto. Deve ser respeitada a iniciativa 
privativa de cada poder, com a seguinte distribuição: 
a) no caso do Executivo, a iniciativa deverá ser do Presidente 
da República. 
b) para os cargos da Câmara dos Deputados, a iniciativa é 
privativa desta Casa. A regra também vale para o Senado 
Federal; e 
c) no Judiciário, a competência é privativa de cada Tribunal 
(art. 96, II, b, CF/1988). 
Assim, no caso do executivo federal, a iniciativa de lei é do 
Presidente da República; no âmbito dos estados, a competência será 
do Governador; e assim sucessivamente, para os demais Poderes. 
As regras, então assinaladas, valem para os cargos públicos,
ou seja, para a fixação dos vencimentos (remuneração). Já para a 
fixação dos subsídios, as regras são diferenciadas, a saber: 
a) a fixação do subsídio dos Ministros do STF deve estar contida 
em lei de iniciativa dessa Corte, aprovada pelo Legislativo, e 
sancionada (ou vetada) e promulgada pelo Executivo. 
Cuidado! Não mais existe a necessidade de a iniciativa 
ser conjunta dos três Poderes. Em resumo: embora não 
exista mais a necessidadede iniciativa conjunta, os três 
poderes constituídos continuam a participar para a fixação 
do teto remuneratório do funcionalismo público; e 
b) enquanto isso, a fixação do subsídio dos Deputados Federais, 
dos Senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da 
República, e dos Ministros de Estado é de competência 
exclusiva do Congresso Nacional, sem que haja, portanto, 
qualquer participação do Poder Executivo (sanção ou veto, 
por exemplo). 
Relativamente à revisão geral anual das remunerações pagas 
aos servidores públicos, o inc. X do art. 37 da CF/1988 garante a 
revisão para todos, na mesma data e sem distinção de índices. A 
revisão constitui direito dos servidores e não pode ser confundida 
com as revisões específicas, levadas a efeito de forma a reestruturar 
melhores vencimentos a carreiras determinadas. 
Com outras palavras, a revisão geral é uma forma de 
reajustamento genérico, baseado, em essência, na perda do poder 
aquisitivo por parte do servidor em decorrência do processo 
inflacionário; já a revisão específica alcança apenas carreira ou 
cargos, no intuito de readequação da remuneração a níveis 
condizentes com as atribuições exercidas. 
 
 
 
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Como direito que é, a revisão remuneratória geral dos 
servidores é dever inafastável por parte dos Governos de todas as 
pessoas políticas (União, Estados, Municípios, e Distrito Federal). O 
STF, ao apreciar diversas ADin’s, já se pronunciou pela 
inconstitucionalidade por omissão, em razão da ausência de lei 
determinando a revisão geral das remunerações, como por exemplo a 
ADI 2.061-DF, em que se manifestou pela mora do Presidente da 
República. 
9) Gabarito: alternativa E. 
10) (2005/FGV – TJ-AM/Titular de Cartório) Assinale a alternativa 
falsa. 
a) O controle administrativo interno é decorrente de órgão integrante da 
própria estrutura em que se insere o órgão controlado. 
b) O ato administrativo unilateral tem como um de seus atributos a 
tipicidade, que decorre do princípio da legalidade. 
c) A competência, no direito administrativo, pode ser objeto de 
avocação, quando a lei não dispuser em sentido contrário. 
d) O direito de petição, previsto no art. 5º, XXXIV, “a”, da Constituição 
Federal, é instrumento de controle que proporciona a autotutela, 
dependendo apenas do pagamento de taxa para ser utilizado. 
e) O esgotamento do prazo estabelecido em lei à interposição do 
recurso administrativo não inibe a propositura de medida judicial para 
tratar do mesmo assunto. 
Comentários: 
Vamos direto às análises. 
Item A – CORRETO. Serve-nos a título de reforço, percebam que 
na questão anterior houve citação reversa. 
Item B – CORRETO. É verdade, a tipicidade é sim um dos 
atributos dos atos administrativos, ao lado da presunção de legitimidade 
e de veracidade, imperatividade, auto-executoriedade, e exigibilidade 
(forma de coerção indireta, as bancas adoram confundir a 
executoriedade – coerção direta – com exigibilidade – coerção indireta. 
Fiquem de olho!). 
Item C – CORRETO. No tópico de atos administrativos e de 
poderes, vamos trabalhar mais detalhadamente os quesitos avocação e 
delegação. Lembro que, atualmente, costumam ser itens certos em 
prova, logo, brothers, não deixaremos de passar em revista à Lei de 
Processo do Estado do RJ (novinha, datada de 2009!). 
Item D – INCORRETO. Pagamento de taxas?! Aí forçou. 
Aprendemos, quando do estudo do Direito Constitucional, ser o direito 
de petição utilizado independentemente de pagamento de taxas, daí a 
incorreção do quesito. 
Item E – CORRETO. Como regra é dispensável o esgotamento da 
via administrativa como condição de ingresso no Judiciário, daí a 
correção do quesito. Todavia, existem exceções. Uma primeira é de 
 
 
 
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fundo constitucional, refere-se à Justiça Desportiva (art. 217, §2º). A 
segunda é mais recente, encontra-se na Lei que regulamentou a Súmula 
Vinculante, em seu art. 7º, no sentido de que só será cabível 
reclamação junto ao STF, depois de esgotadas as instâncias 
administrativas. 
10) Gabarito: alternativa D. 
Ficamos por aqui pessoal! Esperamos encontrá-los na próxima 
aula. Bons estudos, 
Cyonil, Sandro e Elaine

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