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IMPEACHMENT - Origem, Etimologia, História e Fatos

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CURSO		:	DIREITO (1º Período)
DISCIPLINA		: 	Ciência Política e Teoria Geral do Estado
PROFESSOR		: 	Eduardo Morais Artiaga
ACADÊMICO	: 	João Carlos Barroso
I M P E A C H M E N T
Origem, etimologia e história.
É uma medida de origem inglesa que tem como medida impedir que os ocupantes de altos cargos públicos do estado continuem a exercê-los, e pode estar acompanhado ou não de uma proibição de vir a assumir futuramente novas funções públicas. O impeachment é uma ocasião com várias consequências políticas, em virtude disso é considerado crime político, a finalidade primordial do instituto impeachment é a de afastar do exercício do poder aquele que faz mau uso dele, impedindo-se ainda, por certo tempo, seu retorno à função pública.
Impeachment foi usado pela primeira vez na política do Reino Unido. Especificamente, o processo foi usado pela primeira vez pelo parlamento da Inglaterra contra William Latimer, o 4º Barão Latimer (Pariato da Inglaterra), na segunda metade do século XIV, no fim da idade média, inicialmente foi perdendo sua razão por conta de que o governo foi evoluindo para o parlamentarismo, após o século XVII a constituição americana adotou o impeachment, Seguindo o exemplo britânico, as constituições de Virgínia (1776), Massachusetts (1780), e de outros estados subsequentemente adotaram o mecanismo de impeachment com a particularidade, entretanto, de reservá-los para os crimes políticos, tão só por algumas autoridades, basicamente pelos funcionários nomeados pelo presidente. No entanto, a punição foi restringida para a remoção do funcionário do cargo. Em organizações privadas, uma moção de impeachment pode ser utilizada para dar preferência às acusações. 
A denúncia válida pode ser por crime comum, crime de responsabilidade, abuso de poder, desrespeito às normas constitucionais ou violação de direitos pátreos previstos na constituição. A punição varia de país para país. Em vários países da Europa, usa-se o termo moção de censura, pois a origem da moção é de iniciativa do parlamento, acrescido do termo político "perda de confiança", quando então o parlamento nacional não confia mais no presidente e respectivo primeiro-ministro, obrigando-o a renunciar junto com todo o seu gabinete.
No Brasil desde a constituição republicana em 1981 tem se mantido e nas constituições subsequentes também, a constituição de 1988 foi a que mais alterou o perfil do instituto, por motivo da alteração dos papéis da câmara dos deputados e do senado nesse tipo de julgamento. De acordo com o artigo 85 da Constituição Federal que define quais são os crimes de responsabilidade aplicáveis a eles. 
O procedimento de impeachment é regulado pela LEI Nº 1.079. DE 10 DE ABRIL DE 1950. Estão sujeitos a oito grupos de crimes de responsabilidade que, em seu artigo 2º, estabelece atualmente o período máximo de cassação em cinco anos, segundo a constituição brasileira citada no Art. 4º (determina crime de responsabilidade qualquer ato que o presidente atente contra a Constituição Federal), Para que isso ocorra, o presidente deve cometer o que chamam de crime de responsabilidade previsto.
Em 30 de dezembro de 1992, Fernando Afonso Collor de Mello, o 32º Presidente do Brasil, foi removido da presidência pelo Congresso Nacional e impedido de ser eleito por oito anos, devido a indícios de corrupção em parceria com seu sócio e tesoureiro de campanha eleitoral, Paulo César Farias, denunciado pelo seu irmão Pedro Collor de Mello no mesmo ano.
Em 20 de Outubro de 2011, Hélio de Oliveira Santos foi cassado de seu cargo de prefeito de Campinas pelo conselho de cidade após acusações de fraude e corrupção.
Em 1999, o 42º presidente americano, Bill Clinton, se envolveu num escândalo sexual com sua estagiária Monica Lewinsky. Porém a razão de impugnação de mandato não foi o escândalo, mas sim um falso testemunho de Clinton, confirmado por Monica. Apesar das acusações, o processo de impugnação foi arquivado pelo Congresso norte-americano.
Fernando Lugo, o 52º Presidente do Paraguai, foi cassado em 22 de junho de 2012.
Muitos associam a palavra impeachment apenas à retirada a “força” do presidente da republica, o que é um erro, segundo a lei, estão sujeitos a impeachment pessoas do cargo público: prefeito, deputado, governador, ministro, secretariados e até mesmo os vices não escapam desse processo. Pela lei, qualquer pessoa pode entrar com um processo pedindo um impeachment, para fazer isso necessita apenas de entregar a denuncia na Câmara dos Deputados indicando, obviamente, a função, e o cargo do mesmo. Porém, não é necessariamente nesta parte que começa o processo do impeachment, após uma sequência de coisas acontecerem, é necessário 2/3 de votos dos deputados, ou seja, de 513 deputados, necessita-se de 342 votos para iniciar-se o processo.
O atual processo de impeachment em curso é baseado nas alegações de que a presidente teria cometido crimes fiscais, ocultando gastos para assim evitar estourar a meta de economia determinada pelo congresso (superávit primário). Esse tipo de fraude ficou popularmente conhecido como pedalada fiscal. Segundo o portal UOL, o Tribunal de Contas da União (TCU), apontou que em 2014 foram represados cerca de R$ 40 bilhões com Seguro Desemprego, programa Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, PSI e crédito agrícola. Segundo o governo, essa prática não é ilegal, já que os impostos são devidamente pagos com juros.
Essas fraudes contábeis conhecidas como ''pedaladas fiscais'' continuaram parte de um cenário muito mais amplo que ficou conhecido como ''estelionato eleitoral'' que foi a tentativa do governo de manipular a situação do país as vésperas de uma eleição para passar a impressão de que tinha uma melhor situação do que a realidade indicava. Quando na realidade esses gastos eram ilusórios, aquela situação passageira que não correspondia à realidade, enganando a boa fé de eleitores, especialmente junto às camadas mais carentes da população.
O pior disso tudo, é que além dessas “pedaladas fiscais” terem acontecido em 2014 e barrado cerca de R$ 40 bilhões, elas continuaram ano passado (2015), isso são fatos que só encurtam o processo de impeachment contra a presidente.
Além disso, não há gasto presente que não chega cobrado com despesa futura. As pedaladas juntamente com o descontrole orçamentário do governo constituíram elemento gerador de déficit público. O déficit público é acobertado de três maneiras: aumento da receita (impostos), inflação e empréstimos (com juros mais altos) de qualquer modo isso iria penalizar o trabalhador no futuro, fazendo com que o argumento do governo de proteger direitos e a população mais carente fosse por água a baixo, quando na realidade no futuro a conta chegaria, mostrando que se tratava de uma prática com interesses a curto prazo. Isso causou desconfiança em investidores, inclusive em agências internacionais que rebaixaram a nota de crédito do Brasil, assim o país foi considerado má opção para se investir, o que acarreta e colabora com a recessão e desemprego que ocorre no país novamente mostrando o quão danoso é esse tipo de prática.
Temos também a visão de um importante jurista, Miguel Reale Júnior, ele deixa claro que as pedaladas fiscais não são um “mero problema contábil”, como a grande maioria pensa. Ele cita o Art. 36º da Lei de Responsabilidade Fiscal, afirmando que a União obteve empréstimos com instituições financeiras que ela mesma controla, isso acaba quebrando o equilíbrio fiscal, o que gera diversos problemas, tais como: inflação, consequentemente gerando recessão (queda de produção), o que por fim gera o desemprego. Reale vai além e diz que esse tipo de atitude (União assumindo operações sobre suas próprias instituições financeiras) não é um problema só de agora, segundo ele, isso é um problema que já vem acontecendo a algum tempo, mais especificamente teve inicio no governo de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva, e justifica o porque de nessas épocas não terem ocorrido uma denuncia sobre o mesmo, segundo Reale, nosanos de 2014 e 2015 essas operações de crédito chegaram a valores exorbitantes, isso se deve as eleições, o governo na tentativa de passar uma imagem boa acabou gastando mais dinheiro do que arrecadava, ou seja, futuramente isso geraria a tal inflação já citada.
O processo de impeachment de Dilma Rousseff consiste em uma questão processual aberta com vistas ao impedimento da continuidade do mandato de Dilma Rousseff como a Presidente da República do Brasil. O processo iniciou-se com a aceitação, em 02 de dezembro de 2015, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de denúncia por crime de responsabilidade oferecida pelo procurador de justiça aposentado Hélio Bicudo e pelos advogados Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal
As acusações versam sobre desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade administrativa por parte da presidente, além de lançarem suspeitas de envolvimento da mesma em atos de corrupção na Petrobras, que têm sido objeto de investigação pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato. Há, no entanto, juristas que contestam a denúncia dos três advogados, afirmando que as chamadas "pedaladas fiscais" não caracterizam improbidade administrativa e que não existe qualquer prova de envolvimento da presidente em crime doloso que possa justificar o impeachment. 
Processo na Câmara dos Deputados
Aceitação do pedido
Houve 37 pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados, até setembro de 2015, contra Dilma Rousseff, mas o presidente da casa acolheu apenas o pedido redigido por Hélio Bicudo e pelos advogados Miguel Reale Júnior e Janaina Conceição Paschoal. Os movimentos sociais pró-impeachment (como o Movimento Brasil Livre e o Movimento Vem Pra Rua) decidiram aderir ao requerimento de Bicudo,  que contou também com o apoio de parlamentares e da sociedade civil, a qual organizou um abaixo-assinado em apoio ao impeachment da Presidente da República. 
Os advogados tentaram, no documento apresentado à Câmara, associar Dilma Rousseff à Operação Lava Jato, à omissão em casos de corrupção, à investigação de tráfico de influência contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e às pedaladas fiscais. Além disso, contribuíram para sustentar o pedido os seis decretos assinados pela presidente no exercício financeiro de 2015, em desacordo com a lei de diretrizes orçamentárias, e que foram publicados sem a autorização do Congresso Nacional. 
Para justificar sua decisão, Cunha declarou: "Quanto ao pedido mais comentado por vocês, proferi a decisão com o acolhimento da denúncia. Ele traz a edição de decretos editados em descumprimento com a lei. Consequentemente, mesmo a votação do PLN 5 não supre a irregularidade".
A partir da aceitação do pedido, formou-se uma comissão especial na Câmara dos Deputados, a fim de decidir sobre sua admissibilidade. O roteiro começou com os depoimentos dos autores do pedido e teve seguimento com a apresentação da defesa de Dilma. Enquanto isso, manifestações de rua contra e a favor do impedimento ocorriam periodicamente em todo o país. 
O relatório da comissão foi favorável ao impedimento da presidente Dilma: 38 deputados aprovaram o relatório e 27 se manifestaram contrários. Em 17 de abril, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o relatório com 367 votos favoráveis e 137 contrários. O parecer da Câmara foi imediatamente enviado ao Senado, que também formou a sua comissão especial de admissibilidade, cujo relatório foi aprovado por 15 votos favoráveis e 05 contrários.
Em 09 de maio, houve uma reviravolta no processo da Câmara. O presidente interino da Casa, deputado Waldir Maranhão, decidiu anular a sessão que aprovou a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, realizada no dia 17 de abril. Ele acolheu um pedido feito pelo Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo. Maranhão estava na presidência da Casa desde que Eduardo Cunha foi afastado pelo STF, uma semana antes. O deputado marcou uma nova votação no plenário, no prazo de cinco sessões a partir da devolução do processo pelo Senado. Ele alegou uma série de vícios que tornariam a decisão da Câmara nula. A decisão de Waldir foi duramente criticada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em resposta, Renan Calheiros, Presidente do Senado, disse que daria continuidade ao rito iniciado. Na noite do mesmo dia, Waldir Maranhão revogou a própria decisão e desistiu de anular a votação no plenário da Câmara.
Processo no Senado
Instauração do processo
Com o início do processo em si no Senado, haveria um julgamento oficial. Os senadores poderiam requerer perícias e auditorias, assim como chamar testemunhas e especialistas. A defesa e a acusação novamente iriam se manifestar e seria produzido um novo relatório, desta vez sobre o mérito do processo. Esse parecer seria votado no plenário. Por maioria simples, o Senado decidiria se aceitaria ou não a pronúncia. Caso a pronúncia fosse rejeitada, o processo seria arquivado e Dilma reassumiria a Presidência. Se a pronúncia fosse aceita, começaria a última fase do processo, o julgamento. Após notificação e nova defesa da presidente, seria marcada a sessão de julgamento, quando se daria a terceira e última votação no plenário, conduzida pelo presidente do STF. Na sessão, seriam ouvidos acusação e defesa, além de testemunhas e senadores que quisessem se manifestar. Encerrada a discussão, o presidente anunciaria a votação do impeachment. Para a condenação de Dilma, seriam necessários dois terços dos senadores, o equivalente a 54 votos. Se fosse condenada, ela perderia o mandato definitivamente e teria os direitos políticos suspensos por oito anos. Caso o impeachment não fosse aprovado, Dilma reassumiria a Presidência da República.
 Em 12 de maio o Senado aprovou, por 55 votos a 22, a abertura do processo, afastando Dilma da presidência até que o processo seja concluído.
PEDALADAS
As pedaladas fiscais são um termo usado pela mídia para descrever uma manobra contábil do governo, que serviu para passar a impressão de que ele arrecadava mais do que gastava, enquanto a realidade era exatamente o contrário. O governo não estava pagando os bancos públicos e privados que financiavam programas sociais como o Bolsa Família. Então, para que os beneficiários não deixassem de receber, os bancos arcavam com as despesas sozinhos, sem receberem a compensação governamental. Entretanto, o Tribunal de Contas da União, em decisão unânime, considerou essa operação um empréstimo dos bancos, não pago pelo governo, e que feria a Lei de Responsabilidade Fiscal. Embora o TCU seja um órgão auxiliar do Legislativo e não tenha poderes para condenar o chefe do Executivo, ele oferece um parecer prévio, que pode ou não ser acatado pelo Congresso Nacional, abrindo até mesmo a possibilidade de um processo de impedimento da Presidente da República.
Augustinópolis, 13 de maio de 2016.
João Carlos Barroso

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