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Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com PARTE GERAL DAS PESSOAS NATURAIS INTRODUÇÃO O ser humano, detém uma natureza social, em razão disso, o seu comportamento gera reflexo na aplicação do Direito, pois sua finalidade é tratar das relações entre as pessoas, de acordo com o tipo de relação que elas estabelecem. Daí vem a importância de antes de tudo, ter a noção do que seria uma relação jurídica. Ademais, é importante salientar que não é qualquer relação entre duas pessoas que será uma relação jurídica. Como é possível saber se estamos diante de uma relação jurídica ou de fato. www.provasdaOAB.com.br Relação jurídica: é o vínculo entre pessoas, em razão da qual uma pode pretender algo a que a outra é obrigado a prestar, com proteção do Estado. Relação simples ou de fato Relação jurídica O direito regula a situação, imputando consequências Sim Não Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com RELAÇÃO JURÍDICA RELAÇÃO JURÍDICA aconteci mento Objeto Sujeito de direito Os elementos de uma relação jurídica são: Pessoa natural/física ou jurídicas, e excepcionalmente os entes não personalizados, como o espólio. Acontecimento é um fato que esteja previsto na norma jurídica capaz de criar, modificar ou extinguir direito Um animal não pode fazer parte de uma relação jurídica, pois não tem personalidade jurídica, sendo apenas objeto dela, um bem semovente – aquele que se move através de força própria. De modo imediato, temos uma obrigação(dar, fazer, ou não fazer) De modo mediato, o bem buscado(móvel, imóvel, honra ) Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Personalidade Personalidade: é a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair deveres na ordem civil Atributo inerente a pessoa Pessoa natural: É o ser humano. Todo direito deve corresponder um sujeito que lhe detém a titularidade, O código civil em seu artigo 1º, dota de personalidade o ser humano. Aquisição de personalidade – art.2º NATUREZA DO REGISTRO DE NASCIMENO DA PESSOA : o registro de nascimento geralmente se dá no momento posterior ao seu nascimento, logo, percebe-se que já tem-se adquirido a personalidade, quando nasceu, sendo o registro uma mera declaração. REGISTRO ATO DECLARATORIO COM EFEITO EX TUNC www.provasdaOAB.com.br Art. 1º, cc: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil “A PARTIR DE QUE MOMENTO SE VERIFICA A AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE” O MOMENTO DO NASCIMENTO COM VIDA , QUE RESPIROU , JÁ ADQUIRE A PERSONALIDADE, LOGO, ESTAMOS DIANTE DE UM CRITÉRIO OBJETIVO. TEORIA NATALISTA BIZU: Sempre Retroage, Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com 5 HOUVE RESPIRAÇÃO sim NATIMORTO OBSERVAÇÃO O nascituro tem uma expectativa de direito, já que a lei põe a salvo os seus direitos desde a concepção. Os direitos assegurados , estão sob condição suspensiva: só terão eficácia se nascer com vida. Não Será feito um registro em livro próprio – art. 53, §1, da LRP Caso tenha nascido e morrido serão feitos dois registros: o de nascimento e o de óbito- art. 53§2º, da LRP 53, §2º da LRP ASSUNTO POLÊMICO A respeito da utilização de células- tronco embrionárias em pesquisas e terapias , o STF julgou uma ADI de numero 3.510, permitindo sua utilização. Enunciado n.1 da JDC/ CJF, A proteção que o código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos a personalidade, tais como nome, imagem e sepultura O nascituro, é o que está por nascer, é aquele que foi concebido mais ainda não nasceu. O nascituro tem personalidade jurídica em relação aos direitos personalíssimos e aos da personalidades(Personalidade jurídica formal), somente alcançará a fruição dos demais direitos com o nascimento com vida, como os bens patrimoniais – personalidade jurídica material Direito a vida Direito a filiação Assistência pré natal Exemplos Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Direitos a personalidade são direitos fundamentais e elementais, deferidos as pessoas, objetivando conferir a prerrogativa do pleno exercício da sua personalidade e, por consequência, a promoção da dignidade da pessoa humana Intransmissíveis Não são passíveis de cessão a esfera jurídica de outrem, sendo vedado sua disposição, por possuírem caráter essencial. É importante saber que a titularidade do direito é que não pode ser transmitida, mas seu exercício poder ser. Ex. Não se pode vender um órgão- intransmissível. Imprescritível A ausência do exercício não acarreta a perda do direito. Indisponíveis Não são passiveis de se abrir mão, salvo de maneira transitória e especifica, segundo o enunciado 4 da CJF. Irrenunciáveis Não são passiveis de rejeições por parte de seu titular . Não se pode por fim a vida Absolutos -erga omnes, oponíveis contra todos. Vitalício Acompanham o sujeito até sua morte, mas alguns direitos são resguardados após a morte, como direito a honra, a memória. P il a r d a I n te g ri d a d e fí si ca P il a r d a i n te g ri d a d e p sí q u ic a o u m o ra l Tutela do corpo vivo- Art.13 do cc Tutela do corpo morto- Art.14 do cc Autonomia do paciente – Art. 15 do cc Imagem- art. 20 do cc Vida privada do – art.21 do cc Nome – art. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com , se machucar propositalmente, afronta os bons costumes, corta o próprio braço é uma maneira de diminuição permanente do corpo; a integridade física, b) se houver www.provasdaOAB.com.br Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. Tutela do corpo vivo: Tutela do corpo morto se houver contrariedade dos bons costumes se importa em diminuição permanente da integridade físicaNão se pode dispor do corpo em duas situações: EXEMPLOS Traz consigo a expressão objetivo cientifico, que refere-se a casos em que o corpo ou suas partes são deixadas para fins de estudos. Já objetivo altruístico se refere a casos em que deixa elementos do corpo, para fins de transplante, em favor de alguém; podendo o doador revogar a qualquer momento e segundo o enunciado 227 das JDC/ CJF: a manifestação expressa do doador em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, sendo esta utilizada quando o doador silenciou sobre a questão. A exceção, é por exigência médica, Ex.: corta o braço por alguma doença ou para transplante, desde que seja órgão dúplice ou regenerável e a titulo gratuito. Os bens jurídicos tutelados são a saúde humana e os bons costumes; Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com 8 IMAGEM Características fisionômicas do sujeito Qualitativo social Característica identificadora de alguém RETRATO autorização ATRIBUTO Tácita Expressa PESSOAS PÚBLICAS LOCAIS PÚBLICOS DIREITO A IMAGEM MITIGADA PESSOAS PUBLICAS PESSOAS PRIVADAS LOCAIS PÚBLICOS DIREITO A IMAGEM MITIGADA PESSOAS PÚBLICAS LOCAIS PRIVADO DIREITO A IMAGEM PESSOAS PRIVADAS POR SEGURANÇA OU IMAGEM PANORAMICA NÃO É NECESSARIO AUTORIZAÇÃO VOZ Timbre sonoro identificador Três princípios estão insculpidos no referido artigo, o 1º princípio da informação, o paciente tem direito a saber as informações relativas a sua situação; 2º princípio da autonomia, o profissional deve respeitar a vontade do paciente e pelo princípio da beneficência, a atuação medica deve buscar o bem estar do paciente evitando, quando possível, danos e riscos . A partir da leitura desses princípios percebe-se que o paciente tem direito a recusa de tratamento de risco, mas no caso de não ser possível consultar o paciente, numa situação de urgência, o médico poderá suprir o consentimento, fazendo a intervenção, não respondendo por constrangimento ilegal , pois o médico age em estado de necessidade, uma excludente de licitude. AUTONOMIA DO PACIENTE Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com www.provasdaOAB.com.br ATENÇÃO DANO MORAL PURO OU DANO MORAL IN RE IPSA É o dano que decorre da simples conduta retornando de um campeonato em Las Vegas, Tobias, lutador de artes maciais, surpreende-se ao ver sua foto estampada em álbum de figurinhas intitulado “Os maiores lutadores de todos os tempos”, à venda nas bancas de todo o Brasil. Assessorado por um advogado de sua confiança, Tobias propõem, em face da editora responsável pela publicação, ação judicial de indenização por danos morais decorrente do uso não autorizado de sua imagem. A editora contesta a ação argumentando que a obra não expõe Tobias ao desprezo público e nem acarreta qualquer prejuízo a sua honra, tratando-se, muito ao contrário, de uma homenagem ao lutador, por apontá-lo como um dos maiores lutadores de todos os tempos. De fato, sob a foto de Tobias, aparecem expressões como “grande guerreiro” e “excepcional gladiador”, além de outros elogios à sua atuação nos ringues e arenas. DIANTE DO EXPOSTO, ANALISAREMOS: A) É CABÍVEL A INDENIZAÇÃO PLEITEADA POR TOBIAS NO CASO NARRADO A CIMA? B) CASO TOBIAS TIVESSE FALECIDO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO ÁLBUM, SEUS DESCENDENTES PODERIAM PROPOR A A REFERIDA AÇÃO INDENIZATÓRIA? SE LIGA NO CONCURSO a)Pouco importa se a propaganda é positiva ou negativa, pois a simples violação, a conduta, para fins comerciais Sem autorização gera o dano. b)sim, o art.20, PU, afirma que em se tratando de morto ou ausente são partes legitima para requer a proteção são o cônjuge o ascendente ou o descendente. !No caso de uma peça pratica, ira pedir tutela especifica com intuito de retirar a propagando do ar. O dano moral In re ipsa é presumido, ou seja, não precisar ser provado. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Características intimas de cada um Privacidade • Há varias exceções para a proteção a privacidade , como por exemplo, a quebra do sigilo. etiqueta social Nome • A escolha do nome é livre, mas não poderá expor a ridículo ou ser discriminatório, segundo a lei 6.015/76- lei de registros públicos • Nome prenome • sobrenome/ patronímico/ apelido de família Além disso, pode ter acrescido uma partícula acessória denominada agnome, cujo seu objetivo é evitar homonímias (nomes iguais dentro da mesma família) ex.: júnior, filho, neto, etc. Desde que para fins lícitos o pseudônimo goza das mesmas proteções que o nome, podendo acrescentar a o nome . Ex.: Luís Inácio LULA das Silva casamento dissolução de casamento aquisição de nacionalidade brasileira adoção proteção a testemunhas É POSSIVEL ALTERAR O NOME ? EXCEPCIONALMENTE, NAS SEGUINTES SITUAÇÕES Transgenitalização (mudança de sexo), mudando na carteira de identificação no nome e no gênero sem nenhum tipo de anotação sobre a mudança na carteira de identidade. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Capacidade De Fato – exercício dos direitos De Direito-Própria de todo ser humano Absolutamente incapazes Menores de 16 anos Pessoas com enfermidades ou doenças mentais sem discernimento Pessoas que, mesmo por causa transitória não puder exprimir sua vontade Relativamente incapazes Maiores de 16 e menores de 18 Ébrios habituais; viciados em tóxicos e os que por deficiência mental tenham discernimento reduzido Pródigos Excepcionais sem desenvolvimento completo Indios ou Emancipação Concessão dos pais, sentença do juiz, casamento, emprego público, colação de grau e estabelecimento civil ou comercial Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com DOMICÍLIO CONCEITO: É a sede jurídica da pessoa É o local em que a pessoa permanece, acidentalmente sem ânimo de ficar . HABITAÇÃO É o lugar que o indivíduo habita com intenção de permanecer, mesmo que ele se ausente temporariamente; é uma situação de fato. RESIDÊNCIA É a sede da pessoa, tanto física como jurídica, onde se presume sua presença para efeitos de direito e onde exerça ou pratica, habitualmente seus atos e negócios jurídicos. É o lugar no qual a pessoa estabelece sua residência com animo definitivo de permanecer (animus manendi). DOMICÍLIO Voluntario Legal Escolhido livremente pela própria vontade do indivíduo O que a lei determina em razão da condição ou situação de certas pessoas Incapaz: no domicilio dos seus representantes Servidor público: local onde exerce a profissão Militar: o lugar onde servir Preso: lugar onde cumpre pena Agente diplomático: no distrito federal ou no ultimo domicilio O domicilio divide-se em : Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.comBens CONCEITO: São toda utilização física ou ideal que sejam objeto de um direito subjetivo, nesse sentido não há como confundir bens como coisas. Os bens abrangem tanto o material quanto o imaterial, já as coisas ficam limitadas ao que é corpóreo, material. www.provasdaOAB.com.br Classificação legal Bens considerados em si mesmos Fora do comercio Bens gravados com clausulas de inalienabilidade Bem de família Bens considerados em relação ao titular do domínio Bens reciprocamente considerados Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com www.provasdaOAB.com.br 1. Bens considerados em si mesmos (arts. 79 a 91, CC) IMÓVEIS Não podem ser removidos ou transportados de um lugar para outro, sem sua destruição. MÓVEIS Podem ser transportados de um lugar para o outro, por força própria (semoventes) ou estranha, sem alteração de sua substância. INFUNGÍVEIS Não podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade. FUNGÍVEIS Podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, qualidade e quantidade. INCONSUMÍVEIS Proporcionam reiterados usos, permitindo que se retire toda sua utilidade, sem atingir sua integridade. CONSUMÍVEIS São bens móveis cujo o uso importa na destruição imediata da própria coisa. Admitem apenas um uso. INDIVISÍVEL Não podem ser partidos em porções, pois deixariam de formar um todo perfeito. DIVISÍVEIS Podem ser partidos em porções reis e distintas, formando cada qual um todo perfeito. SINGULARIDADE São os que, embora unidos, se consideram de per si, independentes dos demais. COLETIVOS (ou universais) São as coisas que se encerram agregadas em um todo. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com www.provasdaOAB.com.br 2. Bens reciprocamente considerados (arts. 92 a 97, CC) Regra: acessório segue o principal. Espécies: frutos, produtos, rendimentos e benfeitorias, que se classificam em necessárias, úteis e voluptárias. 3. Bens considerados em relação ao titular do domínio (arts. 92 a 97, CC) Coisas de ninguém (Ex. coisas abandonadas) Uso comum do povo (Ex.: estradas), uso especial (Ex.: hospitais) e dominicais (Ex.: Terrenos de marinha). Enquanto os bens de uso comum do povo e de uso especial são inalienáveis, os dominicais podem ser alienáveis. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com NEGÓCIO JURÍDICO Arts. 104 a 232, CC Fatos comuns Fatos jurídicos Ações humanas ou fatos da natureza sem repercussão no Direito. Acontecimentos no qual o direito atribui efeitos (aquisição, resguardo, transformação, modificação e extinção das relações jurídicas. CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS 1. Fato jurídico natural (sentido estrito) Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com 2. Fato jurídico humano Ato jurídico em sentido amplo ou voluntário: ato jurídico em sentido estrito Mera realização de vontade gerando consequências jurídicas previstas em lei (perdão, reconhecimento de filho, fixação de domicílio, etc.); Negócio jurídico – autonomia da vontade (Ex. contrato). Ato ilícito ou involuntário Civil, penal e administrativo. ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 1. Elementos essenciais I. Gerais Capacidade do agente Objeto Falta de capacidade: absoluta – ato nulo; relativo – ato anulável. Lícito, possível, determinado ou determinável. Defeito no objeto: ato nulo, Consentimento: manifestação de vontade. Defeitos: ausência de consentimento, erro, dolo, leão, estado de perigo, fraude contra credores, simulação. II. Especiais Forma prescrita ou não defesa em lei. Defeito na forma: ato nulo. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com 2. Elementos acidentais Cláusulas secundárias, segundo a vontade dos negociantes. Subordina-se a um evento futuro e incerto. Condição Subordina-se a um evento futuro. Termo Ônus para um dos contratantes em atos de mera liberdade (doação e testamento). Encargo DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 1. Ausência de vontade Negócio nulo 2. Vícios de consentimento Completo desconhecimento Ignorância • Se recair sobre aspectos essenciais ou substanciais, ato anulável; se recair sobre aspectos acidentais ou secundários, ato válido. Artifício empregado para enganar a outra parte Dolo • Se recair sobre aspectos essenciais ou substanciais, ato anulável; se recair sobre aspectos acidentais ou secundários, ato válido, porém obriga a satisfação de perdas e danos. Pressão física ou moral Coação • A pressão é exercida sobre alguém para obrigá-lo a praticar determinados atos (arts. 1551 a 155, CC) Estado de perigo • Ocorre quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano, desconhecido pela outra, parte assume obrigação excessivamente onerosa. Lesão • Ocorre quando uma pessoa, sob premente necessidade ou por inexperiência se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. É anulável Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com 3. Vícios sociais Fraude contra credores • Prática maliciosa de atos que desfalcam o patrimônio do devedor, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos direitos de credores. (Arts. 158 a 165, CC) Simulação • Declaração enganosa da vontade, visando a obter resultado diverso do que aparece; cria uma aparência de direito, iludindo terceiros ou burlando a lei. Se houver simulação, o ato é nulo (arts. 167, CC). No entanto, este substituirá no que se dissimulou, se for válido na forma e substância. INEFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO ATO NULO ATO ANULÁVEL Efeito ex tunc ( desde aquele momento). Efeito ex nunc (de agora em diante) Retroage à data da celebração do negócio nulo. Efeito contra todos. Matéria de ordem pública. Não retroage. Declarado anulado, opera efeitos a partir da anulação. Efeitos entre os contratantes. Matéria de ordem privada. Atos nulos Praticados por absolutamente incapaz, sem a devida representação; objeto ilícito ou impossível; quando não se revestir o ato da forma prescrita em lei; quando for pretendida solenidade essencial; quando o negócio jurídico for simulado (arts. 167, CC). Atos anuláveis Praticados por relativamente incapazes, sem assistência de seu representantes legais. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com OBRIGAÇÕES Art.223 a 420 e 840 a 886 CONCEITO Relação jurídica de natureza transitória entre credor e devedor cujo objeto consiste em uma prestação pessoal econômica. Vínculo jurídico Objetivo Subjetivo É o elo que sujeita o devedor a determinada prestação em favor do credor. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Fontes Lei Negócio Jurídico Ato ilícito • Não possuem caráter personalíssimo, logo, pode operar tanta pelas partes quanto por seus herdeiros. Efeitos das obrigações • Penalidade acessória imposta pela inexecução total ou parcial da obrigação ou pela mora em seu cumprimento. Cláusula penal • Do devedor • Do credor Mora Licenciado para Kamila AbrantesPereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Quanto ao objeto POSITIVAS Obrigação de dar: COISA CERTA: o devedor se obriga a dar a coisa individualizada. COISA INCERTA: o bem mesmo incerto, será indicado pelo gênero e quantidade. OBRIGAÇÃO DE FAZER: é a prestação do serviço ou um ato positivo pelo devedor. NEGATIVAS OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER: o devedor compromete- se a não praticar certo ato que poderia ser praticado, se não fosse a obrigação assumida Quanto aos seus elementos SIMPLES: um credor, um devedor, e um objeto Pluralidade de objetos: cumulativa e alternativa COMPOSTA: pluralidade de Credores Devedores – solidariedade Quanto aos elementos acidentais Puras, condicionadas, a termo ou modais Outras modalidade Liquidas e ilíquidas Divisíveis indivisíveis De resultado ou de meio ou de garantia Principais e acessórias Propter rem- hibridas, parte de direito real parte de direito pessoal (ex.: condomínio ) Naturais - dívidas prescritas CLASSIFICAÇÃO Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Formas de extinções de obrigações PA G A M E N T O P O R C O N S IG N A Ç Ã O PA G A M E N T O C O M S U B - R O G A Ç Ã O O devedor deposita a coisa devida, liberando-se de obrigação líquida e certa. Substituição na obrigação de coisa por coisa(real), e de pessoa(obrigação pessoal) por pessoa mas com os mesmos ônus e atributos. IM P U T A Ç Ã O A O PA G A M E N T O Pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, líquido e vencido, a um só credor tem o direito de escolher qual deles estar pagando. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com • Incidência de uma mesma pessoa na qualidade de credor e devedor • Ocorre quando duas ou mais pessoas são ao mesmo tempo credor e devedor • É a criação de uma obrigação nova e extinguindo a anterior, modificando ou substituindo uma das partes • Acordo de vontades em que a entrega de uma coisa em substituição ao dinheiro DAÇÃO EM PAGAMENTO Art. 356 a 359 Novação Art.360 a 367 CONFUSÃO Art. 381 a 388 COMPENSAÇÃO Art. 360 a 367 Outras formas de extinção • O Código civil, trata à transação e a arbitragem como formas de contrato e não como formas de pagamento. • As formas de extinção sem pagamento: remissão, o compromisso e a transação. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com CONTRATOS PARTE GERAL Conceito Acordo de vontade que visa a criação, modificação ou extinção das relações jurídicas de natureza patrimonial Duas ou mais pessoas Capacidad e Formas prescrita e defeso em lei Objeto licito, possível e determinado determinável CONSENTIMEN TO Elementos Constituíveis Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com 26 Contratos Princípios Autonomia da vontade LIBERDADE PARA ESTIPULAR O QUE LHES CONVIR. Obrigatoriedade das obrigações Pacta sunt servanda, EM REGRA, O SIMPLES ACORDO DE DUAS OU MAIS VONTADES É SUFICIENTE PARA GERAR O CONTRATO. Relatividade dos efeitos O CONTRATO, EM REGRA, SÓ VINCULA AS PARTES QUE NELE INTERVIEREM. FORMAÇÃO O contrato nasce da conjunção de duas ou mais vontades coincidentes. Sem o mútuo consenso não haverá contrato. O contrato possui duas fases: 1) A proposta ou oferta, publicação ou oblação- é um pré-contrato que visa a formação de um contrato futuro , trata-se da manifestação de contratar de uma das partes solicitando a concordância da outra ; vincula o proponente . 2) Aceitação é a manifestação da vontade do destinatário consentindo com a proposta. Observância das normas públicas Boa-fé AS PARTES DEVEM AGIR COM LEALDADE E CONFIANÇA RECÍPROCA. SUPREMACIA DA LEI (NORMAS IMPOSITIVAS QUE VISAM AO INTERESSE PÚBLICO) Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Unilaterais: Apenas um dos contratantes assume obrigações em face do outro. Bilaterais ou Sinalagmáticos: Direitos e obrigações para ambas as partes. Gratuito: Oneram somente uma das partes. Oneroso: Ambas as assumem obrigações. Comutativos: As prestações das partes são conhecidas e equivalentes. Aleatórios: Uma das prestações não é conhecida no momento do contrato. Nominado: Denominação prevista em lei. Inominados: são os contratos criados pelas partes, não havendo tipificação legal. Paritários: Os interessados discutem as cláusulas contratuais em pé de igualdade. Adesão: uma das partes só faz aderir as cláusulas já estabelecidas pela outra. Consensuais: Se caracterizam pelo simples acordo de vontade. Solene: A lei exige forma especial para a celebração. Principais: Existem por si só, independente de outro. Acessório: Sua existência supõe a do principal. Pessoal: intuitu personae - A pessoa do contratante é fundamental para a sua realização. Impessoais: A pessoa do contratante não faz diferença a conclusão do negócio. CLASSIFICAÇÃO Efeitos dos contratos Exceção de contrato não cumprido Nenhum dos contratantes poderá, antes de cumprir sua obrigação, exigir a do outro. Direito de retenção Permite ao credor conservar coisa alheia em seu poder além do momento em que devia restituir até o pagamento do que lhe é devido. Revisão dos contratos Imprevisão, onerosidade excessiva, rebus sic ; ocorre quando uma das partem vem a ser prejudicada por uma alteração na conjuntura econômica. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com PRINCIPAIS ESPÉCIES DE CONTRATO Compra e venda Arts. 481 a 532, CC Um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe o preço em dinheiro. Não transfere domínio. Este é transferido pela tradição (bens móveis) ou pelo registro do título aquisitivo no Cartório de Registro de Imóveis (bens imóveis). Troca ou permuta Art. 533, CC As partes obrigam-se a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro. Operam-se, ao mesmo tempo, duas vendas, servindo as coisas trocadas de compensação recíproca. Estimatório Arts. 534 a 537, CC Umas das partes (consignatário) recebe de outra (consignante) bens móveis, ficando autorizada a vendê-los, obrigando-se a pagar um preço estimado previamente se não restituir as coisas consignadas dentro do prazo ajustado. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Doação Arts. 538 a 564, CC Uma pessoa por liberdade, transfere de seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra, que os aceita. Locação Arts. 565 a 578 e 593 a 626, CC Uma das partes, mediante remuneração, compromete-se a fornecer à outra, por certo tempo, o uso de uma coisa, a prestação de um serviço ou a execução de determinado trabalho. Há três espécies: Locação de coisas Locação de obras ou empreitada Locação de serviços Execução de obra ou trabalho. Pela disposição atualno Código civil, a prestação de serviços e a empreitada não são espécies de locação, e sim contratos autônomos. Se liga! Uso e gozo de bem infungível Prestação de serviços economicamente apreciáveis. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Empréstimo Arts. 579 a 592 Alguém entrega uma coisa para outrem, gratuitamente, obrigando-se este a devolver a mesma coisa ou devolver outra da mesma espécie e quantidade. Há duas espécies: Comodato Empréstimo de uso em que o bem emprestado deverá ser restituído, não podendo ser fungível ou consumível. Mútuo Empréstimo de consumo em que o bem usado, sendo fungível ou consumível, não poderá ser devolvido e a restituição será em seu equivalente, por outra coisa do mesmo gênero, da mesma qualidade e quantidade. Depósito Arts. 627 a 652 Uma pessoa (depositária) recebe de outra (depositante) um objeto móvel para guardá-lo, temporariamente e gratuitamente, até que o depositante o reclame. Mandato Arts. 653 a 709 Alguém (mandatário) recebe de outrem (mandante) poderes para, em seu nome (em nome do mandante), praticar atos ou administrar interesses. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Fiança Arts. 818 a 839 Também chamada caução fidejussória, é a promessa feita por uma ou mais pessoas de garantir ou satisfazer a obrigação de um devedor se este não a cumprir, assegurando ao credor seu efetivo cumprimento. Garantia real(res = coisa) a coisa garante a divida. Penhor, hipoteca, anticrese, Garantia fidejussória= garantia prestada por pessoas. Fiança e aval Características A fiança é um contrato acessório, logo, não existe sem um contrato, no qual constará a obrigação que estará sendo garantida pela fiança. Unilateral gera obrigação apenas para o fiador que se obriga para com o credor, mas este nenhum compromisso assume em razão aquele. Gratuito, em regra, o fiador não recebe remuneração apenas ajuda o devedor. SUMULA 214 DO STJ o fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com DIREITO DAS COISAS Pessoais • Relações entre pessoas, abrangendo o sujeito ativo, o passivo e a prestação que o segundo deve ao primeiro (ex.: contratos). Das coisas • Relação entre o homem e a coisa que se estabelece diretamente (ex. propriedade), contendo três elementos: o sujeito ativo, a coisa e a relação (ou o poder) do sujeito ativo sobre a coisa (domínio). Os direitos podem ser classificados em: Conceito Conjunto de regras que regulamentam as relações jurídicas entre o homem e as coisas. Conteúdo do direito das coisa Posse Direitos reais Propriedade Direitos reais sobre a coisa alheia Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com POSSE Arts. 1.196 a 1.227 Conceito Exercício pleno ou não pleno de alguns dos poderes inerentes à propriedade. Subjetiva • Corpus (poder físico) e animus (intenção de ter a coisa para si). Objetiva • Apenas corpus. Teorias O código civil adota a teoria objetiva Fâmulo de pose Detém a coisa em virtude de dependência econômica ou vínculo de subordinação (Art. 1.198). Elementos Sujeito capaz; objeto lícito e possível; forma livre; relação dominante entre sujeito e coisa. Objeto Todas as coisas que puderem ser objeto de propriedade. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Classificação Direta Exercida por quem detém materialmente a coisa. Indireta Posse exercida por meio de outra pessoa, ex.: proprietário que tem a coisa por meio do inquilino. Justa Adquirida sem vícios. Injusta Adquirida com violência, às escondida ou com abuso de confiança. De boa-fé O possuidor ignora os vícios que impedem sua aquisição legal. De má-fé O possuidor tem ciência dos vícios. Nova Velha Aquisição Apreensão da coisa, exercício do direito, disposição da coisa, tradição e constituto-possessório (art. 1.205). Quem pode adquirir A própria pessoa, representante (procurador) e terceiro (gestor de negócios). Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com E fe it o s 1. Invocar interditos (ações) 2. Percepção dos frutos • Interdito proibitório Ameaça • Manutenção da pose Turbação • Reintegração de posse Esbulho • Impedir obras Nunciação de obra nova • Caução de futuros e eventuais danos Dano infecto Possuidor de boa-fé • Tem direito aos frutos percebidos, ao uso e gozo da coisa, às despesas de produção; não tem direto aos frutos pendentes quando cessa a boa-fé. Possuidor de má-fé • Responde pelos prejuízos, pelos frutos colhidos e percebidos e pelos frutos que por sua culpa se perderam, mas tem direito às despesas de produção. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com D ef es a d a p o ss e Judicial Interdito proibitório; Manutenção da posse; Reintegração de posse; Nunciação de obra nova; Dano infecto; Embargos de terceiro. Direta, pessoal Legítima defesa da posse para manter-se (na turbação); Desforço imediato para restituir-se (no esbulho). Perda da pose • Abandono, tradição, perda ou destruição, posse de outrem e constituto possessório. Composse • Pluralidade de sujeitos e coisas indivisa: • Pro indiviso • Pro diviso Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com DIREITOS REAIS PROPRIEDADE Arts. 1.228 a 1.368 Conceito Direito que a pessoa física ou jurídica tem de usar, gozar (ou fruir), dispor de um bem ou reivindicá-lo de quem injustamente o possua. Reafirma-se a função social da propriedade acolhida no artigo 5°, XXIII, da constituição federal. Classificação Plena Limitada Quando presentes todos os elementos da propriedade: Uso, gozo, disposição e reivindicação. Quando recai sobre ela algum ônus (ex.: hipoteca) ou é resolúvel. Restrição ao direito de propriedade Constitucionais Administrativos Militares Civis Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com P ro p ri ed a d e im ó v el A q u is iç ã o P er d a Alienação, renúncia, abandono, perecimento, desapropriação e transferência (inter vivos). A ce ss ã o U su ca p iã o M o d o s d er iv a d o s Sucessão hereditária (causa mortis) e registro de transferência (inter vivos). • Extraordinário: 15 anos (o prazo cai para dez anos se o possuidor estabelecer moradia ou realizar obras de caráter produtivo. • Ordinário: 10 anos e prova de boa-fé (o prazo cai para cinco anos se o móvel foi adquirido onerosamente, estabelecendo moradia ou investimento de caráter econômico. • Constitucional: 5 anos; o limite na área rural é de 50 hectares e na urbana, 250m². Formação de ilhas, aluvião( acréscimo paulatino de terras às margens do rio mediante lentos depósitos naturais ou desvio de águas), avulsão( repentino deslocamento de uma porção de terra por força natural violenta, desprendendo-se de um prédio e juntando-se a outro); álveo abandonado (rio que seca ou desvia totalmente o deu curso); e acessões artificiais (acréscimos feitos pelo homem:plantações e construções). Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com P ro p ri ed a d e m ó v el D ir ei to s d e v iz in h a n ça C o n d o m ín io P ro p ri ed a d e re so lú v el A q u is iç ã o e p er d a É a que se extingue com a ocorrência de uma condição resolutiva ou de um termo final O ri g in á ri a D er iv a d a Ocupação e usucapião (extraordinário, cinco anos; ordinário, três anos). Especificação (transformação de coisa móvel em espécie nova), confusão (mistura entre coisas líquidas), comistão (mistura entre coisas sólidas), adjunção, tradição e herança. Pluralidade de pessoas, unidade de bem, propriedade em comum. Convencional Edilício Uso nocivo da propriedade, árvores limítrofes, passagem forçada, águas, limites entre prédios e construção (devassamento, águas e beirais, paredes divisórias e tapagem. Se liga! Propriedade resolúvel: É a que se extingue com a ocorrência de uma condição resolutiva ou de um termo final. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS Arts. 1.369 a 1.510, CC DIREITOS REAIS DE GOZO E FRUIÇÃO I. Servidão predial Arts. 1.378 a 1.389, CC. Conceito O proprietário de um prédio deve suportar o exercício de alguns direitos em favor do proprietário de outro prédio. Prédio dominante Tem direito a servidão Prédio serviente Deve servir ao outro prédio Partes Características Os prédios devem pertencer a proprietários diferentes; Serve à coisa e não ao dono; Não se presume, deve ser expressa; É indivisível e inalienável. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Classificação Quanto à natureza: Rural ou urbana Quanto ao modo de exercício: Contínua ou não; Quanto à exteriorização: Aparente ou não; Constituição Extinção Contrato, testamento, usucapião ou sentença judicial. Renúncia do dono do prédio dominante, resgate, confusão, não uso durante dez anos consecutivos. II. Usufruto Arts. 1.390 a 1.411,CC. Conceito Direito real de fruir das utilidades e dos frutos de uma coisa, temporariamente, sem alterar a substância. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Partes Usufrutuário Aquele que tem direito de usar a coisa Nu proprietário Dono da coisa Classificação Quanto a extensão: Universal ou particular Quanto a duração: Temporário ou vitalício CONSTITUIÇÃO - - EXTINÇÃO Contrato, testamento ou por força da lei. Morte do usufrutuário, término do prazo, destruição da coisa, consolidação, prescrição, renúncia ou desistência. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com D ir ei to r ea l so b re c o is a a lh ei a D ir ei to r ea l d e u so D ir ei to r ea l d e h a b it a çã o É o direito real, temporário, personalíssimo, que consiste no direito de habitar gratuitamente casa alheia com sua família. Seu objeto só pode ser bem imóvel(diferentemente do uso que possibilita tanto bens móveis quanto imóveis) C a ra ct er ís ti ca s Restringe-se ao direito de moral, pessoalmente ou com sua família. É temporário e gratuito. O bem não pode ser utilizado para outro fim, como comércio, indústria, etc. Não pode ser cedida a terceiro, tampouco seu exercício. Logo, não pode ser alugada. Prescreve pelo não uso como moradia. Precisar ser transcrito no registro de imóvel. Direito no qual alguém se utiliza de coisa alheia, temporariamente, na medida de suas necessidades e de sua família Gratuito Oneroso É um direito real que incide sobre bens corpóreos e incorpóreos, é temporário, restringe-se ao direito de usar, não podendo tirar frutos das coisas É indivisível, intransmissível, e personalíssimo, nem o exercício pode ser cedido o uso é feito pelo usuário pessoalmente ou por sua família. Se liga! Distinção entre Uso e Usufruto O uso distingue-se do usufruto pela intensidade do direito, enquanto o usuário só pode utiliza-lo limitadamente à sua necessidade e de sua família, o usufrutuário retira toda utilização do bem. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com • Extinção da hipoteca pelo decurso de 20 anos. • Direito real de garantia pelo qual o credor retém o imóvel do devedor e recebe seus frutos até o valor emprestado. • Transferência da posse da coisa móvel ou mobilizável realizada pelo devedor ao credor, para garantir o pagamento de seu débito. • Direito real de garantia que grava coisa imóvel pertencente ao devedor sem transmissão da posse ao credor. Hipoteca Penhor Perempção anticrese Direitos reais de garantia É o que confere ao seu titular o poder de obter o pagamento de uma divida com valor ou renda de um bem específico. Se liga! Vínculo real: o próprio bem é que garante a divida. Credito real: O que se funda na garantia sobre coisa imóvel ou direito real (hipoteca, penhor, anticrese). Direito de excussão: é o direito que tem o credor de se fazer pagar pelo produto da venda da coisa dada em penhor ou hipoteca. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com DIREITO DE FAMÍLIA CONCEITO É o conjunto de formas que regulam o casamento, a união estável, adoção, o poder familiar, os alimentos, a tutela e a curatela. OBSERVAÇÃO Tendo em vista que o Direito de Família, não se limita apenas a questões de cunho patrimonial, como o regime de bens, mas envolve um conceito muito mais abrangente, e por consequência requer regras próprias, diferentes das aplicadas ao direito obrigacional. Isso porque, tal direito tem seu escopo, na proteção da família, como base, no qual está assentada a sociedade , de acordo com o Art. 225 da CF. Patrimoniais Assistenciais Pessoal e afetiva Natureza jurídica Extrapatrimonial Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Família Matrimonial É aquela que decorre da união de qualquer dos pais e seus ascendentes Família Monoparental EXEMPLOS Família substituta EUDEMONISTA: baseada no afeto, sem compromisso. HOMOAFETIVAS: união de pessoas do mesmo sexo ANAPERENTAL: sem pais, parentes ou amigos A UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA O STF reconheceu, no sentido de dar uma interpretação conforme a CF, PARA EXCLUIR qualquer significado do artigo 1.723 do CC que impeça o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. Fundamentando essa decisão no art.3º, IV, da CF, no qual veda qualquer tipo de discriminação. Além do mais, o STJ decidiu no sentido de admissão do casamento direto(sem necessidade de ter havido antes a união estável para poder converter em casamento) de pessoas do mesmo sexo. VALE LEMBRAR que o STF não deu seu posicionamento definitivo, limitando-se a reconhecer que essa união terá idêntica proteção a união estável de pessoas de sexo diferentes. Família Informal Famílias plurais É aquela que decorre do casamento; Decorre da união estável;É aquela que decorre da guarda ou tutela Abrange as uniões fundada no afeto, tais como as famílias: TIPOS DE FAMÍLIA Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com CASAMENTO CIVIL É o vínculo jurídico entre um homem e uma mulher, estabelecido mediante intervenção estatal e que criar deveres de comunhão de vida e constitui família. CONCEITO N at u re za j u rí d ic a TEORIA CONTRATUALISTA:O casamento é um contrato , mas não condiz com a natureza do casamento e sua necessidades de regramento próprio. TEORIA INSTITUCIONAL: O casamento é uma instituição social e jurídica própria, no qual possui regra diferenciadas e de ordem pública. O contrato estará presente na vontade inicial de contrair matrimonio, depois disso quem dita as regras é a lei. TEORIA ECLÉTICA: O casamento é um ato complexo, podendo ser considerado um contrato na sua formação, mas uma instituição no seu conteúdo. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Im p ed im en to m a tr im o n ia is São as situações previstas e especificadas na lei , que seja permanentemente ou temporariamente, que proíbem o casamento . O rol de impedimentos é taxativo e inclui situações positiva ou negativas , de fato ou de direito, físicas ou jurídicas. C a u sa s su sp en si v a s São os fatos que suspendem o processo de celebração do casamento a ser realizado, se arguido antes das núpcias , o que torna o casamento irregular, se realizado, gerando sanções para os nubentes. Há dois tipos de consequências jurídicas quando estar presente uma causa suspensiva : A n te s d o c as am en to t er o co rr id o Se o casamento ainda não tiver sido realizado este ficará suspenso até que a causa suspensiva deixe de existir; D ep o is d o c as am en to t er o co rr id o No caso se o casamento já tiver sido realizado, será considerado um casamento irregular, que tem por sanção a obrigatoriedade do regime de separação absoluta Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com • É aquele contraído em situação de risco de vida, sem possibilidade da presença da autoridade ou de seu substituto. • Nesse caso, o casamento será celebrado na presença de SEIS testemunhas, que não tenham relação de parentesco em linha reta ou colateral em até segundo grau. • A doutrina também denomina “ in extremis vitae momentis” que significa nos últimos momentos de vida. Casamento nuncupativo • É aquele que, embora nulo ou anulável, foi contraído de boa- fé por um ou por ambos os cônjuges. • Boa fé: consiste na ignorância ao tempo da celebração do casamento da existência de impedimento a União. • A sentença proclama a invalidade do casamento, mesmo o casamento sendo nulo, produzirá seus efeitos até o dia da sentença anulatória. EX NUNC (dai pra frente; nunca retroage). Casamento putativo • A procuração deverá ser feita mediante instrumento público e com poderes especiais, sendo que o mandato tem eficácia por até noventa dias. • A revogação só poderá ser feita mediante instrumento público e não necessita chegar ao conhecimento mandatário. Casamento por procuração – art. 1542 Espécies de casamento Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com DIREITO DAS SUCESSÕES SUCESSÃO CAUSA MORTIS é a transmissão do patrimônio em razão da morte de seu titular Titulo universal Quando o sucessor recebe todo o patrimônio do de cujus. Titulo Gratuito Quando o sucessor recebe o bem certo e individualizado. TESTAMENTARIA Quando há disposição por última vontade, a vontade do autor manifestada por meio do testamento LEGAL É regulada pela lei, no caso de ausência ou quando for parcial o testamento Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com 51 Abertura da sucessão Com a morte do de cujus. Sucessão hereditária Herança, é o patrimônio do de cujus constituído de direitos e obrigações. Quem pode receber os bens Na sucessão legitima Não tem capacidade para suceder Pessoas que a rogo, escreveu o testamento, nem seus cônjuges ou companheiros , ou seus ascendentes e irmãos Testemunhas do testamento Tabelião ou o escrivão Se dá Natureza imobiliária: Para efeitos da lei a sucessão aberta é um bem imóvel, como consequência para a cessão da herança é necessário escritura pública. Indivisibilidade: Os direitos dos coerdeiros quanto a propriedade não podem ser divididos até a partilha, é uma forma de condomínio. Unidade: A herança é vista como um todo unitário, que somente com a partilha, cessar esse estado, formando o quinhão hereditário. Na sucessão testamentaria As já nascidas ou já concebidas Os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador e pessoas jurídicas Aceitação Renúncia Ato jurídico unilateral pelo qual o herdeiro manifesta sua livre vontade de receber a herança. Ato jurídico expresso no qual o herdeiro declara expressamente que não aceita a herança. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES QUESTÃO 1 No regime da Alienação Fiduciária que recai sobre bens imóveis, uma vez consolidada a propriedade em seu nome no Registro de Imóveis, o fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da data do referido registro, deverá A) adjudicar o bem. B) vender diretamente o bem para terceiros. C) promover leilão público para a alienação do imóvel; não havendo arremate pelo valor de sua avaliação, realizar um segundo leilão em quinze dias. D) promover leilão público para a alienação do imóvel; não havendo arremate, o fiduciário adjudicará o bem. Comentário: Art. 27. Uma vez consolidada a propriedade em seu nome, o fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da data do registro de que trata o § 7º do artigo anterior, promoverá público leilão para a alienação do imóvel. § 1º Se, no primeiro público leilão, o maior lance oferecido for inferior ao valor do imóvel, estipulado na forma do inciso VI do art. 24, será realizado o segundo leilão, nos quinze dias seguintes. Alternativa correta: C QUESTÃO 2 Devido à indicação de luz vermelha do sinal de trânsito, Ricardo parou seu veículo pouco antes da faixa de pedestres. Sandro, que vinha logo atrás de Ricardo, também parou, guardando razoável distância entre eles. Entretanto, Tatiana, que trafegava na mesma faixa de rolamento, mais atrás, distraiu-se ao redigir mensagem no celular enquanto conduzia seu veículo, vindo a colidir com o veículo de Sandro, o qual, em seguida, atingiu o carro de Ricardo. Diante disso, à luz das normas que disciplinam a responsabilidade civil, assinale a afirmativa correta. A) Cada um arcará com seu próprio prejuízo, visto que a responsabilidade pelos danos causados deve ser repartida entre todos os envolvidos. B) Caberá a Tatiana indenizar os prejuízos causados ao veículo de Sandro, e este deverá indenizar os prejuízos causados ao veículo de Ricardo. C) Caberá a Tatiana indenizar os prejuízos causados aos veículos de Sandro e Ricardo. D) Tatiana e Sandro têm o dever de indenizar Ricardo, na medida de sua culpa. Comentário: A responsabilidadecivil pelos danos causados a terceiros, independente de qualquer excludente de responsabilidade. Alternativa correta: C Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com QUESTÃO 3 Augusto, viúvo, pai de Gustavo e Fernanda, conheceu Rita e com ela manteve, por dez anos, um relacionamento amoroso contínuo, público, duradouro e com objetivo de constituir família. Nesse período, Augusto não se preocupou em fazer o inventário dos bens adquiridos quando casado e em realizar a partilha entre os herdeiros Gustavo e Fernanda. Em meados de setembro do corrente ano, Augusto resolveu romper o relacionamento com Rita. Face aos fatos narrados e considerando as regras de Direito Civil, assinale a opção correta. A) A ausência de partilha dos bens de Augusto com seus herdeiros Gustavo e Fernanda caracteriza causa suspensiva do casamento, o que obsta o reconhecimento da união estável entre Rita e Augusto. B) Sendo reconhecida a união estável entre Augusto e Rita, aplicar-se-ão à relação patrimonial as regras do regime de comunhão universal de bens, salvo se houver contrato dispondo de forma diversa. C) Em razão do fim do relacionamento amoroso, Rita poderá pleitear alimentos em desfavor de Augusto, devendo, para tanto, comprovar o binômio necessidade- possibilidade. D) As dívidas contraídas por Augusto, na constância do relacionamento com Rita, em proveito da entidade familiar, serão suportadas por Rita de forma subsidiária. Comentário: A união estável é reconhecidamente uma entidade familiar que traz como dever entre os companheiros o de assistência recíproca, art. 1724, CC em cotejo com o art.1694,CC. Alternativa correta: C QUESTÃO 4 Paulo foi casado, por muitos anos, no regime da comunhão parcial com Luana, até que um desentendimento deu início a um divórcio litigioso. Temendo que Luana exigisse judicialmente metade do seu vasto patrimônio, Paulo começou a comprar bens com capital próprio em nome de sociedade da qual é sócio e passou os demais também para o nome da sociedade, restando, em seu nome, apenas a casa em que morava com ela. Acerca do assunto, marque a opção correta. A) A atitude de Paulo encontra respaldo na legislação, pois a lei faculta a todo cidadão defender sua propriedade, em especial de terceiros de má-fé. B) É permitido ao juiz afastar os efeitos da personificação da sociedade nos casos de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, mas não o contrário, de modo que não há nada que Luana possa fazer para retomar os bens comunicáveis. C) Sabendo-se que a “teoria da desconsideração da personalidade jurídica” encontra aplicação em outros ramos do direito e da legislação, é correto afirmar que os parâmetros adotados pelo Código Civil constituem a Teoria Menor, que exige menos requisitos. D) No caso de confusão patrimonial, gerado pela compra de bens com patrimônio particular em nome da sociedade, é possível atingir o patrimônio da sociedade, ao que se dá o nome de “desconsideração inversa ou invertida”, de modo a se desconsiderar o negócio jurídico, havendo esses bens como matrimoniais e comunicáveis. Comentário: É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada inversa para alcançar bens do sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros. Alternativa correta: D Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com QUESTÃO 5 Donato, psiquiatra de renome, era dono de uma extensa e variada biblioteca, com obras de sua área profissional, importadas e raras. Com sua morte, seus três filhos, Hugo, José e Luiz resolvem alienar a biblioteca à Universidade do Estado, localizada na mesma cidade em que o falecido residia. Como Hugo vivia no exterior e José em outro estado, ambos incumbiram Luiz de fazer a entrega no prazo avençado. Luiz, porém, mais preocupado com seus próprios negócios, esqueceu-se de entregar a biblioteca à Universidade, que, diante da mora, notificou José para exigir-lhe o cumprimento integral em 48 horas, sob pena de resolução do contrato em perdas e danos. Nesse contexto, assinale a afirmativa correta. A) José deve entregar a biblioteca no prazo designado pela Universidade, se quiser evitar a resolução do contrato em perdas e danos. B) Não tendo sido ajustada solidariedade, José não está obrigado a entregar todos os livros, respondendo, apenas, pela sua cota parte. C) Como Luiz foi incumbido da entrega, a Universidade não poderia ter notificado José, mas deveria ter interpelado Luiz. D) Tratando-se de três devedores, a Universidade não poderia exigir de um só o pagamento; logo, deveria ter notificado simultaneamente os três irmãos. Comentário: Se qualquer um dos devedores não entregar o bem o contrato se extingue e resolve em perdas e danos, art.475,CC. Alternativa correta: A QUESTÃO 6 Mateus não tinha mais parentes, nunca tivera descendentes e jamais havia vivido em união estável ou em matrimônio. Há alguns anos, ele decidiu fazer um testamento e deixar todo o seu patrimônio para seus amigos da vida toda, Marcos e Lucas. Seis meses depois da lavratura do testamento, por força de um exame de DNA, Mateus descobriu que tinha um filho, Alberto, 29 anos, que não conhecia, fruto de um relacionamento fugaz ocorrido no início de sua faculdade. Mateus reconheceu a paternidade de Alberto no Registro Civil e passou a conviver periodicamente com o filho. No mês passado, Mateus faleceu. Sobre sua sucessão, assinale a afirmativa correta. A) Todo o patrimônio de Mateus caberá a Alberto. B) Todo o patrimônio de Mateus caberá a Marcos e Lucas, por força do testamento. C) Alberto terá direito à legítima, cabendo a Marcos e Lucas a divisão da quota disponível. D) A herança de Mateus caberá igualmente aos três herdeiros. Comentário: Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se esse descendente sobreviver ao testador. Alternativa correta: A Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com QUESTÃO 7 Com a ajuda de homens armados, Francisco invade determinada fazenda e expulsa dali os funcionários de Gabriel, dono da propriedade. Uma vez na posse do imóvel, Francisco decide dar continuidade às atividades agrícolas que vinham sendo ali desenvolvidas (plantio de soja e de feijão). Três anos após a invasão, Gabriel consegue, pela via judicial, ser reintegrado na posse da fazenda. Quanto aos frutos colhidos por Francisco durante o período em que permaneceu na posse da fazenda, assinale a afirmativa correta. A) Francisco deve restituir a Gabriel todos os frutos colhidos e percebidos, mas tem direito de ser ressarcido pelas despesas de produção e custeio. B) Francisco tem direito aos frutos percebidos durante o período em que permaneceu na fazenda. C) Francisco tem direito à metade dos frutos colhidos, devendo restituir a outra metade a Gabriel. D) Francisco deve restituir a Gabriel todos os frutos colhidos e percebidos, e não tem direito de ser ressarcido pelas despesas de produção e custeio. Comentário: Nos termos do art. 1216,CC, deve restituir todos os frutos percebidos e colhidos, sendo assegurado ressarcimento das despesas de custeio e produção. Alternativa correta: A XVI Exame da Ordem QUESTÃO 8 Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem maturidade e discernimento necessários para praticar os atos da vida civil. Por isso, decidem conferir ao rapaz asua emancipação. Consultam, para tanto, um advogado, que lhes aconselha corretamente no seguinte sentido: A) José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do tutor sobre as condições do tutelado. B) José poderá ser emancipado via instrumento público, sendo desnecessária a homologação judicial. C) José poderá ser emancipado via instrumento público ou particular, sendo necessário procedimento judicial. D) José poderá ser emancipado por instrumento público, com averbação no registro de pessoas naturais. Comentário: Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos. Alternativa correta: A Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com QUESTÃO 9 Márcia era viúva e tinha três filhos: Hugo, Aurora e Fiona. Aurora, divorciada, vivia sozinha e tinha dois filhos, Rui e Júlia. Márcia faleceu e Aurora renunciou à herança da mãe. Sobre a divisão da herança de Márcia, assinale a afirmativa correta. A) Diante da renúncia de Aurora, a herança de Márcia deve ser dividida entre Hugo e Fiona, cabendo a cada um metade da herança. B) Diante da renúncia de Aurora, a herança de Márcia deve ser dividida entre Hugo, Fiona, Rui e Júlia, em partes iguais, cabendo a cada um 1/4 da herança. C) Diante da renúncia de Aurora, a herança de Márcia deve ser dividida entre Hugo, Fiona, Rui e Júlia, cabendo a Hugo e Fiona 1/3 da herança, e a Rui e Júlia 1/6 da herança para cada um. D) Aurora não pode renunciar à herança de sua mãe, uma vez que tal faculdade não é admitida quando se tem descendentes de primeiro grau. Comentário: Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente. Alternativa correta: A QUESTÃO 10 Maria entregou à sociedade empresária JL Veículos Usados um veículo Vectra, ano 2008, de sua propriedade, para ser vendido pelo valor de R$ 18.000,00. Restou acordado que o veículo ficaria exposto na loja pelo prazo máximo de 30 dias. Considerando a hipótese acima e as regras do contrato estimatório, assinale a afirmativa correta. A) O veículo pode ser objeto de penhora pelos credores da JL Veículos Usados, mesmo que não pago integralmente o preço. B) A sociedade empresária JL Veículos Usados suportará a perda ou deterioração do veículo, não se eximindo da obrigação de pagar o preço ajustado, ainda que a restituição se impossibilite sem sua culpa. C) Ainda que não pago integralmente o preço a Maria, o veículo consignado poderá ser objeto de penhora, caso a sociedade empresária JL Veículos Usados seja acionada judicialmente por seus credores. D) Maria poderá dispor do veículo enquanto perdurar o contrato estimatório, com fundamento na manutenção da reserva do domínio e da posse indireta da coisa. Comentário: Nesse contrato, segundo os artigos 535 a 537, do Código Civil: I) "o consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável"; II) "a coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço"; e III) "o consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição". Alternativa correta: B Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com QUESTÃO 11 Mediante o emprego de violência, Mélvio esbulhou a posse da Fazenda Vila Feliz. A vítima do esbulho, Cassandra, ajuizou ação de reintegração de posse em face de Mélvio após um ano e meio, o que impediu a concessão de medida liminar em seu favor. Passados dois anos desde a invasão, Mélvio teve que trocar o telhado da casa situada na fazenda, pois estava danificado. Passados cinco anos desde a referida obra, a ação de reintegração de posse transitou em julgado e, na ocasião, o telhado colocado por Mélvio já se encontrava severamente danificado. Diante de sua derrota, Mélvio argumentou que faria jus ao direito de retenção pelas benfeitorias erigidas, exigindo que Cassandra o reembolsasse. A respeito do pleito de Mélvio, assinale a afirmativa correta. A) Mélvio não faz jus ao direito de retenção por benfeitorias, pois sua posse é de má-fé e as benfeitorias, ainda que necessárias, não devem ser indenizadas, porque não mais existiam quando a ação de reintegração de posse transitou em julgado. B) Mélvio é possuidor de boa-fé, fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias e devendo ser indenizado por Cassandra com base no valor delas. C) Mélvio é possuidor de má-fé, não fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias, mas deve ser indenizado por Cassandra com base no valor delas. D) Mélvio é possuidor de má-fé, fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias e devendo ser indenizado pelo valor atual delas. Comentário: Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. Alternativa correta: (A) QUESTÃO 12 Daniel, morador do Condomínio Raio de Luz, após consultar a convenção do condomínio e constatar a permissão de animais de estimação, realizou um sonho antigo e adquiriu um cachorro da raça Beagle. Ocorre que o animal, muito travesso, precisou dos serviços de um adestrador, pois estava destruindo móveis e sapatos do dono. Assim, Daniel contratou Cleber, adestrador renomado, para um pacote de seis meses de sessões. Findo o período do treinamento, Daniel, satisfeito com o resultado, resolve levar o cachorro para se exercitar na área de lazer do condomínio e, encontrando-a vazia, solta a coleira e a guia para que o Beagle possa correr livremente. Minutos depois, a moradora Diana, com 80 (oitenta) anos de idade, chega à área de lazer com seu neto Theo. Ao perceber a presença da octogenária, o cachorro pula em suas pernas, Diana perde o equilíbrio, cai e fratura o fêmur. Diana pretende ser indenizada pelos danos materiais e compensada pelos danos estéticos. Com base no caso narrado, assinale a opção correta. A) Há responsabilidade civil valorada pelo critério subjetivo e solidária de Daniel e Cleber, aquele por culpa na vigilância do animal e este por imperícia no adestramento do Beagle, pelo fato de não evitarem que o cachorro avançasse em terceiros. B) Há responsabilidade civil valorada pelo critério objetivo e extracontratual de Daniel, havendo obrigação de indenizar e compensar os danos causados, haja vista a ausência de prova de alguma das causas legais excludentes do nexo causal, quais sejam, força maior ou culpa exclusiva da vítima. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com C) Não há responsabilidade civil de Daniel valorada pelo critério subjetivo, em razão da ocorrência de força maior, isto é, da chegada inesperada da moradora Diana, caracterizando a inevitabilidade do ocorrido, com rompimento do nexo de causalidade. D) Há responsabilidade valorada pelo critério subjetivo e contratual apenas de Daniel em relação aos danos sofridos por Diana; subjetiva, em razão da evidente culpa na custódia do animal; e contratual, por serem ambos moradores do Condomínio Raio de Luz.Comentário: Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. Alternativa correta: B QUESTÃO 13 Joana deu seu carro a Lúcia, em comodato, pelo prazo de 5 dias, findo o qual Lúcia não devolveu o veículo. Dois dias depois, forte tempestade danificou a lanterna e o pára-choque dianteiro do carro de Joana. Inconformada com o Joana exigiu que Lúcia a indenizasse pelos danos causados ao veículo. Diante do fato narrado, assinale a afirmativa correta. A) Lúcia incorreu em inadimplemento absoluto, pois não cumpriu sua prestação no termo ajustado, o que inutilizou a prestação para Joana. B) Lúcia não está em mora, pois Joana não a interpelou, judicial ou extrajudicialmente. C) Lúcia deve indenizar Joana pelos danos causados ao veículo, salvo se provar que os mesmos ocorreriam ainda que tivesse adimplido sua prestação no termo ajustado D) Lúcia não responde pelos danos causados ao veículo, pois foram decorrentes de força maior. Comentário: O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. Alternativa correta: C QUESTÃO 14 A Companhia GAMA e o Banco RENDA celebraram entre si contrato de mútuo, por meio do qual a companhia recebeu do banco a quantia de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), obrigando-se a restituí-la, acrescida dos juros convencionados, no prazo de três anos, contados da entrega do numerário. Em garantia do pagamento do débito, a Companhia GAMA constituiu, em favor do Banco RENDA, por meio de escritura pública levada ao cartório do registro de imóveis, direito real de hipoteca sobre determinado imóvel de sua propriedade. A Companhia GAMA, dois meses depois, celebrou outro contrato de mútuo com o Banco BETA, no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), obrigando-se a restituir a quantia, acrescida dos juros convencionados, no prazo de dois anos, contados da entrega do numerário. Em garantia do pagamento do débito, a Companhia GAMA constituiu, em favor do Banco BETA, por meio de escritura pública levada ao cartório do registro de imóveis, uma segunda hipoteca sobre o mesmo imóvel gravado pela hipoteca do Banco RENDA. Chegado o dia do vencimento do mútuo celebrado com o Banco BETA, a Companhia GAMA não reembolsou a quantia devida ao banco, muito embora tivesse bens suficientes para honrar todas as suas dívidas. Nesse caso, é correto afirmar que Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com A) o Banco BETA tem direito a promover imediatamente a execução judicial da hipoteca que lhe foi conferida. B) a hipoteca constituída pela companhia GAMA em favor do Banco BETA é nula, uma vez que o bem objeto da garantia já se encontrava gravado por outra hipoteca. C) a hipoteca constituída pela GAMA em favor do Banco BETA é nula, uma vez que tal hipoteca garante dívida cujo vencimento é inferior ao da dívida garantida pela primeira hipoteca, constituída em favor do Banco RENDA. D) o Banco BETA não poderá promover a execução judicial da hipoteca que lhe foi conferida antes de vencida a dívida contraída pela Companhia GAMA junto ao Banco RENDA. Comentário: O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor. Alternativa correta: D XVII Exame da Ordem QUESTÃO 15 Angélica concede a Otávia, pelo prazo de vinte anos, direito real de usufruto sobre imóvel de que é proprietária. O direitoreal é constituído por meio de escritura pública, que é registrada no competente Cartório do Registro de Imóveis. Cinco anos depois da constituição do usufruto, Otávia falece, deixando como única herdeira sua filha Patrícia. Sobre esse caso, assinale a afirmativa correta. A) Patrícia herda o direito real de usufruto sobre o imóvel. B) Patrícia adquire somente o direito de uso sobre o imóvel. C) O direito real de usufruto extingue-se com o falecimento de Otávia. D) Patrícia deve ingressar em juízo para obter sentença constitutiva do seu direito real de usufruto sobre o imóvel. Comentário: art. 1.410, I, CC, "O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I. pela renúncia ou morte do usufrutuário. Alternativa correta: C QUESTÃO 16 Gilvan (devedor) contrai empréstimo com Haroldo (credor) para o pagamento com juros do valor do mútuo no montante de R$ 10.000,00. Para facilitar a percepção do crédito, a parte do polo ativo obrigacional ainda facultou, no instrumento contratual firmado, o pagamento do montante no termo avençado ou a entrega do único cavalo da raça manga larga marchador da fazenda, conforme escolha a ser feita pelo devedor. Ante os fatos narrados, assinale a afirmativa correta. A) Trata-se de obrigação alternativa. B) Cuida-se de obrigação de solidariedade em que ambas as prestações são infungíveis. C) Acaso o animal morra antes da concentração, extingue-se a obrigação. D) O contrato é eivado de nulidade, eis que a escolha da prestação cabe ao credor. Licenciado para Kamila Abrantes Pereira, E-mail: kamilaabrantes15@gmail.com Comentário: Segundo o art. 252, CC, nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. Alternativa correta: A QUESTÃO 17 Flávia vendeu para Quitéria seu apartamento e incluiu, no contrato de compra e venda, cláusula pela qual se reservava o direito de recomprá-lo no prazo máximo de 2 (dois) anos. Antes de expirado o referido prazo, Flávia pretendeu exercer seu direito, mas Quitéria se recusou a receber o preço. Sobre o fato narrado, assinale a afirmativa correta. A) A cláusula pela qual Flávia se reservava o direito de recomprar o imóvel é ilícita e abusiva, uma vez que Quitéria, ao se tornar proprietária do bem, passa a ter total e irrestrito poder de disposição sobre ele. B) A cláusula pela qual Flávia se reservava o direito de recomprar o imóvel é válida, mas se torna ineficaz diante da justa recusa de Quitéria em receber o preço devido. C) A disposição incluída no contrato é uma cláusula de preferência, a impor ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa, mas somente quando decidir vendê-la. D) A disposição incluída no contrato é uma cláusula de retrovenda, entendida como o ajuste por meio do qual o vendedor se reserva o direito de resolver o contrato de compra e venda mediante pagamento do preço recebido e das despesas, recuperando a coisa imóvel. Comentário: Retrovenda (ou direito de retrato) é o direito que tem o vendedor de readquirir o imóvel que vendeu, dentro de certo prazo, restituindo ao comprador o preço recebido, mais as despesas feitas pelo comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias (art. 505, CC). Alternativa correta: D QUESTÃO 18 Ester, viúva, tinha duas filhas muito ricas, Marina e Carina. Como as filhas não necessitam de
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