Buscar

O PAIF COMO INSTRUMENTO DE FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS E EMANCIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS REFERENCIADAS NO CRAS-NORTE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 101 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 101 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 101 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIFAC – ASSOCIAÇÃO DE ENSINO DE BOTUCATU
FIB’S – FACULDADES INTEGRADAS DE BOTUCATU
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
O PAIF COMO INSTRUMENTO DE FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS E EMANCIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS REFERENCIADAS NO CRAS-NORTE
ALINE ABRAÃO
BOTUCATU – 2013
UNIFAC – ASSOCIAÇÃO DE ENSINO DE BOTUCATU
FIB’S – FACULDADES INTEGRADAS DE BOTUCATU
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
O PAIF COMO INSTRUMENTO DE FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS E EMANCIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS REFERENCIADAS NO CRAS-NORTE
Aluna: Aline Abraão 
Orientadora Pedagógica: Isabel Cristina Giglioli de Oliveira 
Orientadora de Campo: Luciana Aparecida Pires Machado 
Co – Orientadora Pedagógico: Nilza Pinheiro do Santos
BOTUCATU – 2013
UNIFAC – ASSOCIAÇÃO DE ENSINO DE BOTUCATU
FIB’S – FACULDADES INTEGRADAS DE BOTUCATU
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
O PAIF COMO INSTRUMENTO DE FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS E EMANCIPAÇÃO DE FAMÍLIAS REFERENCIADAS NO CRAS-NORTE 
Trabalho de conclusão de curso apresentado à UNIFAC – Faculdade Integradas de Botucatu, pela aluna Aline Abraão para a obtenção do titulo de Assistente Social. 
________________________
Aline Abraão
BOTUCATU – 2013
MENSAGEM
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado, 
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Cecília Meireles
AGRADECIMENTOS
Primeiramente á Deus por que me deu a vida, por ter me guiado até aqui, por ter me livrado de todo mal e me concedido a vitória;
Ao meu companheiro Odivaldo José Seraphim, muito obrigado por ter me incentivado e por ter colaborado e apoiado na concretização deste sonho, Amo você!
Aos meus pais : Mara Aparecida Porto Abraão e Mário Augusto Abraão , pela educação que me deram, por sempre me incentivarem a estudar por sempre me apresentarem em suas orações.
Aos meus irmãos Lígia Maria Abraão e Guilherme Augusto Abraão, obrigada por tudo,amo vocês.
Á equipe do CRAS Norte, especialmente a supervisora de campo: Luciana Aparecida Pires Machado, por ter me acolhido de braços abertos, por ter contribuído ricamente para o meu aprendizado, o meu muito obrigada por compartilhar o seu vasto conhecimento comigo e saiba que lhe tenho uma enorme admiração pela sua pessoa e pela brilhante profissional que você é.
Ao coordenador: Otavio Akio Tomita Mori, agradeço pela disposição que sempre me prestou nos meus momentos de dúvida, pela educação, respeito e paciência, pelo apoio, motivação e ainda por sua grande contribuição com o meu aprimoramento profissional.
As estagiárias Marie Demétrio de Paula e Dayane Thaís, pelo carinho, por sempre me socorrerem nos momentos em que me vi incapaz de desenvolver as tarefas a mim designadas, sempre me mostrando a força do trabalho em equipe. Agradeço pelo carinho, pelas boas gargalhadas, comilanças e tudo mais.
Aos colegas de classe por todos anos que passamos, levando em consideração os momentos bons e os ruins pois é nestes que amadurecemos .
As minhas amigas Daniela Raimundo Honório, Mari Emília de Oliveira, Fabiana Aparecida Camargo e Kamila Vasques Carvalho, obrigada por tudo, levarei comigo um pedacinho de cada uma no meu coração.
Pesquisadora: Aline Abraão 
À Assistente Social, Fabiana Cristina Ferreira, a quem tenho muita estima e consideração, agradeço por ter compartilhado todo seu conhecimento de maneira ética e prestativa e por ter depositado em mim a sua confiança, me proporcionado a primeira experiência de trabalho na área de assistência social.
Às assistentes sociais Lourdes Regina Andrades da Silva e Tatiane Ribeiro de Moraes Soares, pessoas que admiro que também contribuíram significativamente na minha formação profissional
À Isabel Cristina Giglioli de Oliveira, minha querida orientadora pedagógica que me proporcionou o contato com o verdadeiro conhecimento libertador e ainda, me estimulou a abrir as gavetinhas da minha consciência, obrigada por tudo.
À todos aqueles que de maneira direta ou indireta, estiveram ao meu lado e contribuíram na realização deste trabalho.
SUMÁRIO
MENSAGEM		6
AGRADECIMENTOS	7
RESUMO		110
INTRODUÇÃO		11
CAPÍTULO I : PROCESSO HISTORICO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E AS AÇÕES DIRECIONADAS PARA A PROTEÇÃO E ATENDIMENTO ÁS FAMÍLIAS	12
1.PROCESSO HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL	12
1.1.	O Serviço Social no Brasil	15
1.2.	O Serviço Social Tradicional	17
1.3.	Processo de Construção de uma Nova Prática Profissional	19
1.4.	Práticas Profissionais na Política de Assistência Social	21
2.PROCESSO HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL- SUAS	22
2.1. IV Conferência de Nacional da Assistência Social e Lei Orgânica da Assistência Social	24
2.2. Política Nacional de Assistência Social e o Sistema Único de Assistência Social - SUAS	25
3.OBJETIVOS E OPERACIONALIDADE DO SUAS	25
3.1. Proteção Social Básica	27
3.1.1.	Centro de Referência em Assistência Social- CRAS, como porta de entrada do SUAS	28
3.1.2.	Serviço de Proteção e Atendimento Integral á Família- PAIF	29
3.1.3.	Usuários do Serviço	33
3.1.4.	Matricialidade Sócio Familiar	34
3.1.5.	Atribuições e Competências do Assistente Social no CRAS	35
3.1.6.	Intersetoriedade e Trabalho com a Rede Sócio Assistencial	37
3.2.	Proteção Social Especial	39
3.2.1.	O município de Botucatu e as experiências a partir do Centro de Referência em Assistência Social Setor Norte	41
3.2.2.	Atividades Desenvolvidas:	43
3.2.3.	Atribuições do Assistente Social na equipe do CRAS Norte	45
4.OBJETIVO FINAL DO SUAS E DA EMANCIPAÇÃO FAMILIAR	47
4.1.	Definições Preliminares	47
4.2.	Tipos de Família e suas Funções na Sociedade atual	48
4.3.	A Influência das Transformações Econômicas e Sociais na dinâmica familiar	50
4.4.	A Intervenção do Estado através da Política de Assistência Social para as Famílias	53
5.CONCLUSÃO		56
CAPITULO II: AVALIAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DO PAIF PARA MELHORIAS NAS CONDIÇÕES DE VIDA DAS FAMÍLIAS ACOMPANHADAS PELO CRAS NORTE DE BOTUCATU	57
1.ASPECTOS METODOLÓGICOS	57
2.TABULAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS	58
3.ANÁLISE CONCLUSIVA	76
4.CONCLUSÃO	84
5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	87
ANEXOS 1- PROJETO DE PESQUISA	90
1.AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO INTEGRAL Á FAMÍLIA- PAIF COMO INSTRUMENTO DE FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS FAMILIARES, PREVENÇÃO DE RISCOS SOCIAIS E FOMENTO PARA EMANCIPAÇÃO.	90
1.1.	Justificativa	90
1.2.	Colocação ou Definição do Problema	91
1.3.	Objetivos da Pesquisa:	92
1.3.1.	Objetivo Geral:	92
1.3.2.	Objetivos Específicos:	92
1.4.	Caracterização do Estudo:	92
1.5.	Definição da Hipótese	93
1.6.	Aspectos Metodológicos da Investigação:	93
1.7.	Orçamento	93
1.8.	Cronograma:	94
ANEXOS 		95
FORMULÁRIO		95
ANEXO 3		100
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO	100
ANEXO 4		101
GRÁFICOS:		101
RESUMO
Considerando as influências decorrentes das expressões da questão social e o modo que as famílias brasileiras são afetadas por ela, o Estado reconheceu as famílias como alvo de sua proteção.Partindo da evolução das políticas públicas voltadas para seguridade social dos indivíduos e suas famílias. Diante da estruturação do SUAS, e a matricialidade sóciofamiliar, foram iniciados os trabalhos sociais com as famílias, estes foram se aprimorando até que se instituiu o Serviço de Proteção e Atendimento Integral ás famílias-PAIF, como principal trabalho a ser ofertado nos CRAS. Atualmente é instituído como ação continuada, inovando ao compreender que as vulnerabilidades das famílias extrapolam a dimensão econômica. Deste modo além de garantir o provimento dos mínimos sociais através de benefícios de transferência de renda e eventuais, realiza um trabalho educativo interventivo e preventivo.O PAIF visa promover o acesso a bens e serviços,Contribuindo para que seus usuários venham ter o acesso ás demais políticas públicas, já que o serviço tem como objetivo de atender integralmente as famílias com foco na autonomia e emancipação. O estudo realizado no CRAS Norte no município de Botucatu tem como objetivo analisar as ações e acompanhamentos realizados pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral á Família e o favorecimento no fortalecimento dos vínculos familiares, prevenção de riscos sociais e incentivo para emancipação dos indivíduos. A pesquisa trouxe dados relevantes quanto a predominância do sexo feminino, ao baixo nível escolaridade, ainda verificou-se que o PAIF tem sido efetivo no que se refere prevenção de situações de risco social, incentivo a autonomia e emancipação dos indivíduos, bem como o acesso a benefícios e serviços ofertados pela rede sócio assistencial. O resultado dessa investigação contribuiu para a obtenção de dados referentes a efetivação do PAIF no CRAS Norte, contribuindo para o aprimoramento das ações, visando um melhor atendimento as famílias referenciadas. 
12
Palavras- chave: matricialidade sóciofamiliar, PAIF, acompanhamento, CRAS emancipação.
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho de conclusão de curso foi desenvolvido à partir do estudo das transformações políticas econômicas e sociais ocorridos na sociedade brasileira, destacando o sistema de produção capitalista como responsável pelo acirramento e agudização da questão social, nas diferentes expressões sociais que vem acometendo as famílias e conseqüentemente afetando-as no desempenho de suas funções sociais.
Abordaremos no primeiro capítulo a evolução da política de assistência social, que tem como foco garantir o amparo do Estado aos usuários do SUAS, bem como suas respectivas famílias, sendo apresentada uma breve discussão sobre os modelos de famílias na sociedade contemporânea e o modo que as expressões da questão social influenciam no agravamento da situação de vulnerabilidade social.
Ressaltamos os aspectos históricos da Assistência Social no Brasil, assim como, a importância dos preceitos da Constituição Federal de 1988, e a criação e implementação do SUAS- Sistema Único de Assistência Social, bem como a estruturação dos serviços na rede, salientando o papel dos CRAS- Centros de Referencia da Assistência Social que operam a Proteção Social Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais.
 Apresentamos os programas, projetos, serviços e benefícios destinados á indivíduos e famílias em vulnerabilidade social. Destacando o Serviço de Proteção Atendimento Integral a Família- PAIF,no qual realizamos o estágio curricular, atendendo a população da região norte do município de Botucatu, com a qual desenvolvemos uma pesquisa, cujo os resultados apresentamos no segundo capítulo.
Com a referida pesquisa desenvolvida no período de junho à agosto, junto às famílias, acompanhadas pelo PAIF, no CRAS- Norte ,identificamos o nível de conhecimento destas sobre os serviços oferecidos e como estes contribuíram ou contribuem para o fortalecimento das relações intra- familiares e melhorias das relações sociais que proporcionam a emancipação aos indivíduos o que portanto reduzem riscos a que se expõem as famílias e seus membros mais vulnerabilizados.
CAPÍTULO I : PROCESSO HISTORICO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E AS AÇÕES DIRECIONADAS PARA A PROTEÇÃO E ATENDIMENTO ÁS FAMÍLIAS
ASPECTOS HISTÓRICOS DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
O Serviço Social surgiu das ações de caridade junto da igreja católica, conforme a evolução da sociedade foi se adaptando para que posteriormente fosse alcançando o seu espaço enquanto profissão, foi necessário que se adequasse as novas contingências que surgiram através do amadurecimento do capitalismo.
De acordo com que expressa SILVA (2007, pg. 102):
"O Serviço Social no Brasil surge na década de 1930, na
chamada “Era Getúlio Vargas”, vinculado a Igreja Católica,pautado no caráter missionário e da caridade, tendo como marco inicial a criação em 1936 da Escola de Serviço Social de São Paulo, com intuito de formar as “moças da sociedade” devotadas ao apostolado social, norteado inicialmente pelo referencial teórico europeu."
 Quando o Serviço Social surgiu no Brasil, o país caminhava rumo a um intenso processo de industrialização e um avanço significativo rumo ao desenvolvimento econômico, social, político e cultural, tornando, assim, mais intensa também as relações sociais peculiares ao sistema social capitalista.
Na época a capital brasileira era o Rio de Janeiro apresentava uma população numerosa devido a expansão do capitalismo, o que contribuíu para o desenvovimento industrial de modo que as famílias foram perdendo as oportunidades de trabalho no campo, e migrando para os grandes centros urbanos (principalmente nas proximidades das fábricas) em busca de trabalho e sobreviência.
O cenário apresenta movimentos da classe proletária reivindicando melhores condições de trabalho, então passa a se fazer necessária a intervenção do Estado para "conter a massa", para poder otimizar recursos que favoráveis ao sistema de acumulação de capital em vigência.
O Serviço Social emerge no amplo movimento social que a Igreja Católica desenvolve com o objetivo de "recristianizar" a sociedade.
Essa atitude visava principalmente o interesse do Estado e das classes dominantes de atrelar as classes subalternas ao Estado, facilitando sua manipulação e dominação. (Iamamoto, 1998, pg. 59).
A era de Vargas ficou conhecida pelo seu caráter populista e paternalista, época que deu origem a noção de que o Estado trabalha em favor da população, colocando esta como submissa frente aos seus mandos e desmandos. Esta idéia permeia até hoje no ideário popular brasileiro. ( Borges, 2002, pg.25)
No que se refere a organização da categoria, é neste contexto que foi criado o Conselho Nacional de Serviço Social-CNSS, através do decreto lei n° 1/7/1938, com a função de ser órgão consultivo do governo e das entidades privadas, objetivando estudar os problemas do Serviço Social. (Iamamoto, 1985, p.256) 
Segundo a autora, neste cenário, há uma expansão e aumento quantitativo (e não qualitativo) da atuação do Serviço Social, em virtude do surgimento de grandes instituições nacionais de assistência social, como a Legião Brasileira de Assistência– LBA (decreto-lei n° 4830 de 15/10/1942), organizada em conseqüência do engajamento do país na Segunda Guerra Mundial, com objetivo de suprir as necessidades das famílias, cujos provedores haviam sido mobilizados para a guerra. A instituição mesmo dispondo de técnicos capacitados para a função, sempre teve em seu comando as Primeiras Damas, caracterizando o aspecto filantrópico, clientelistas, em conformidade os interesses dos governos da época. 
 Nesta década ainda é instituído o Serviço de Aprendizagem Comercial-SENAC ( decreto-lei n°8.621 de 10/01/1946)e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial- SENAI( decreto-lei n°4048 de 22/02/1942),o primeiro para capacitar os indivíduos para atividades comerciais e o segundo é criado no intuito de adequar a força de trabalho às necessidades do sistema industrial vigente, isso deixa bem delimitado o estreitamento da atuação profissional do Assistente Social com o sistema capitalista.
Neste contexto surge ainda o Serviço Social da Indústria- SESI (decreto-lei n° 9.403 de 01/07/1946) e no mesmo ano o Serviço Social do Comércio- SESC (decreto-lei n° 9.853, de 13/09/1946) e também a Fundação Leão XIII com o objetivo de atuar na educação popular dos favelados do Rio de Janeiro.
Nos anos 50 a partir da modernização do aparelho do Estado, no governo do Presidente Juscelino Kubitschek, as instituições de assistência são instrumentos de veiculação de políticas sociais com aspectos claramente assistencialistas.
É nesta conjuntura, no ano de 1957 que o Serviço Social é regulamentado como profissão, conquistando seu espaço na divisão sócio técnica do trabalho, própria de uma sociedade capitalista.
Embora os primeiros cursos de Serviço Socialtenham chegado ao país na década de trinta, foi necessário percorrer um longo caminho para alcançar o seu espaço enquanto profissão. O surgimento do Serviço Social no Brasil estava associado aos interesses da burguesia e do Estado, porém podemos afirmar que na conjuntura da época foram desenvolvidas diversas ações, que na atualidade podemos considerar como essenciais para que ocorresse a ascensão da profissão, a ampliação dos direitos sociais e das políticas públicas.
 O Serviço Social Tradicional
Conforme expressa MARTINELLI apud SANTOS( 2010, pg. 04)
"O Serviço Social surge como uma profissão que nasce articulada com um projeto de hegemonia do poder burguês, gestada sob o manto de uma grande contradição que impregnou suas entranhas, pois produzida pelo capitalismo industrial, nele imersa e identificada como uma criança no seio materno buscou afirmar-se historicamente (...) como uma prática humanitária, sancionada pelo estado e protegida pela igreja com uma mistificada ilusão de servir"
O Serviço Social Tradicional, tem como balizas teóricas e ídeo-culturais a doutrina Social da Igreja, o pensamento conservador laico europeu e o estrutural funcionalismo norte americano, inscrito em um projeto reformista conservador. (GUERRA, 2001, pg. 29)
Nesta época para os assistentes sociais, as expressões da questão social eram tidas como problema moral e religioso, mantinham uma postura profissional autoritária e doutrinária, inspirada no modelo norte americano com propostas ajustadoras e um perfil manipulatório, assim utilizavam a teoria social positivista, tinham como perspectiva á integração do indivíduo á sociedade, nas relações sociais vigentes, com o intuito de adequar os seus comportamentos aos moldes da classe dominante. (Vieira, 1989, p.98)
Esta época se caracterizou pelo atendimento às necessidades materiais, com práticas imediatistas, paliativas e empíricas.
O assistente social agia como um "operador de beneficência" atuando para o alívio dos males sociais decorrentes do processo de industrialização, minimizando as seqüelas negativas do novo processo econômico, em geral era uma resposta básica de restauração e para o funcionamento social. (Vieira, 1989, p.102)
Neste contexto, o capitalismo se intensifica com o surgimento da industria automotiva, as expressões da questão social, demandaram ao assistente social ações de abordagens individuais grupais e comunitárias. À partir desta inovação, alguns assistentes sociais se sensibilizaram no tocante as questões macrossociais, conforme Netto (2005), sendo neste período que se constatou que a forma de atuação estava "mais consoante com as necessidades e as características de uma sociedade como a brasileira. 
Essa nova realidade profissional marca o início da erosão do serviço social tradicional, em que o assistente social deixa de ser um apóstolo. para investir na condição de agente de mudança (Netto, 2005, p.138)
Aos poucos foi reconhecido que o denominado "Serviço Social Tradicional" não condizia com a realidade brasileira, já que estava pautado em técnicas estrangeiras não condizentes com a realidade do cenário nacional.
Desta forma, passa a ser questionado, se fazendo necessária a adequação da prática profissional, para romper com o conservadorismo. Com base nesta premissa, inicia-se nesta década o processo de Reconceituação do Serviço Social, principal marco de reformulação da profissão no país.
 Processo de Construção de uma Nova Prática Profissional
O processo de construção de uma nova prática profissional se inicia na década de 1960, primeiramente na América Latina e depois no Brasil em plena Ditadura Militar, sendo proibido todo e qualquer movimento contrário aos ideais do Estado.
Com esta uma mudança de paradigma em relação a prática profissional, os assistentes sociais passaram a ter uma percepção crítica da utilização de outros processos e técnicas, numa situação de desenvolvimento que começava a se descobrir.( Vieira, 1989, p.145)
Na perspectiva de conceituar o Serviço Social, face às novas exigências do desenvolvimento, se fez necessário a construção de uma nova teoria.
Grupos de Profissionais se reuniram com o objetivo de construir uma nova prática e uma nova teoria para o Serviço Social, foram realizados os seminários de Araxá-MG, Teresópolis-RJ e o método BH, em Belo Horizonte - MG, mas o alcance deste objetivo era tolhido pela forma de governo da época. 
Durante o período de Ditadura Militar ( 1964-1979), não havia nenhuma participação da sociedade civil na formulação de políticas públicas, sendo essa época marcada pela desorganização, falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, perseguição a política e repressão à todos que se opunham ao regime militar.
Desta forma, podemos considerar que apesar do empenho dos profissionais para reconhecerem o Serviço Social Tradicional como inoperante na conjuntura da época, e firme o objetivo de construir uma nova prática que não foi alcançado, o importante primeiro passo para a evolução da profissão no território brasileiro foi dado e culminou no processo de construção de uma nova prática profissional que consolida somente após o período de ditadura militar, e a promulgação da constituição federal de 1988.
 Ainda em 1979, coincidindo com o fim do período ditatorial, é realizado o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais- CBAS, conhecido como" Congresso da Virada", pois foi o "marco histórico do compromisso político e coletivo da categoria com a classe trabalhadora"( Abramides e Cabral, 1995, p.168)
Este período teve como pano de fundo um intenso movimento das classes trabalhadoras, inclusive assistentes sociais que passaram a articular- se diretamente nas lutas populares, que por sua vez apresentavam como demandas por serviço e política sociais em que estavam inseridos.
Com o amadurecimento da profissão e um cenário de um recomeço de uma política democrata, após avanços e retrocessos, somente na década de 90, que se realiza a construção de um novo projeto ético político, consolidando o processo de ruptura com o serviço social tradicional, sendo denominado na época de Projeto Ético Político Profissional do Serviço Social Brasileiro- PEPP, conforme aponta ABRAMIDES, 2009, p. 87
[...] este projeto foi definido no final da década de 1970, considerando as seguintes determinações: a luta contra a ditadura, a "colagem"aos movimentos sociais dos anos 1980 a mudança do público profissional, que passara a ingressar nos cursos de Serviço Social, compostos pelas camadas médias e empobrecidas da sociedade, e de como as vanguardas profissionais e acadêmicas se constituem em vanguardas militantes.
O Serviço Social, agora reformulado passa a se inserir na divisão sócio técnica do trabalho como uma profissão interventiva e preventiva, fazendo frente as expressões da questão social originadas pelo sistema capitalista, concebendo os usuários como cidadãos de direitos, promovendo aos mesmos acesso e inclusão social, com objetivo de que estes ocupem a posição de protagonistas de suas histórias.
O serviço social é o foco de principal da execução das ações preconizadas na política de assistência social, que estão associadas a concretização de direitos sociais, deste modo podemos afirmar que através do serviço social que são realizados serviços e benefícios em resposta as necessidades da sociedade, cabendo ao Estado o dever de criar condições para efetivá-las.
2- A Construção de uma Política de Assistência Social
2.1- A Constituição Federal de 1988
A promulgação da Constituição Federal de 1988, foi um marco fundamental para o processo de reconhecimento da assistência social como política social que, junto com as políticas de saúde e de previdência social, passa a compor o tripé da seguridade social. 
Essa Constituição preconiza o direito social e o dever estatal de proteção aos cidadãos e a partir são promulgadas leis complementares que visam viabilizar esses direitos sociais então garantidos.
Quanto a assistência social, foi incluídano âmbito da Seguridade Social e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS – em dezembro de 1993, como política social pública, e inicia seu trânsito num novo campo: o campo da universalização do acesso aos direitos sociais.
Após um longo período de restrição à liberdade de expressão, com a chamada "Constituição Cidadã", a população brasileira passa a ter o direito de voz e opinião diante da formulação de políticas pública.
Este fato contribuiu para inauguração de um novo modelo de prática profissional, agora com vistas a autonomia e participação dos usuários no processo de intervenção; objetiva alcançar a efetivação dos direitos constitucionais e ainda tem a intencionalidade de contribuir para o alcance da autonomia e emancipação dos indivíduos.
Diante disso podemos considerar que se fez necessário que os assistentes sociais buscassem uma postura compatível às transformações que ocorreram durante este reordenamento político e social brasileiro, passando de mero executores de ações, para uma postura profissional competente, crítica, criativa e interventiva, capaz de planejar, implementar e controlar políticas públicas que venham de encontro com as necessidades e anseios dos cidadãos.
2.2- A IV Conferência Nacional de Assistência Social e a Lei Orgânica da Assistência Social- LOAS
Em 1993 têm-se a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei Nº 8.742, que regulamenta os artigos 203 e 204 no aspecto da Constituição Federal e estabelece normas e critérios para organização da assistência social, que é um direito, e este exige definição de leis, normas e critérios objetivos (Ministério do Desenvolvimento Social - MDS). 
A assistência social significou ao longo de sua história uma antiga medida de atenção aos pobres e somente em 1988 foi reconhecida como direito social assegurado constitucionalmente, portanto tornando-se objeto de encargo público que prevê a proteção social á população vulnerabilizada socioeconomicamente diante das inseguranças e risco de vida. Neste sentido a LOAS vem transformar as disposições declaratórias contidas no texto constitucional, em disposição asseguradoras de direitos, conferindo concretude ao direito de cidadania proclamado na Constituição Federal (PEREIRA, 1996).
Neste sentido a LOAS vem transformar as disposições declaratórias contidas no texto constitucional, em disposição asseguradoras uma longa tradição cultural e política com o significado de garantir a todos proteção sem contribuição,acesso aos direitos assistenciais requerendo das entidades prestar esses direitos de forma gratuita. 
Ainda que reconhecida pela Constituição Federal como direito, a Assistência Social só foi regulamentada neste período,a Lei Orgânica da Assistência Social passando a ser vista como cita no Art.1 da LOAS: 
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. 
Ao analisar a política de assistência social mostra-se de forma inovadora,dando sequência ao que foi regulamentado pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei Orgânica da Assistência Social de 1993. 
A universalidade dos direitos sociais da população esta presente enquanto principio da LOAS, contudo a Lei nos dá condições de termos acesso a assistência social de forma preventiva ,participativa e proativa,solidificando a cidadania do público acolhido, do que, a uma forma tradicional de oferecimento de um recurso a um público inativo e receptivo. 
Entre os objetivos da LOAS (1993): 
I a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: 
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; 
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; 
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família; 
A LOAS tem como objetivo garantir as necessidades básicas e os direitos dos cidadãos, visando o enfrentamento da pobreza e ao atendimento das contingências sociais e da condições a benefícios a LOAS, sendo benefício que integra o Sistema Único da Assistência Social –SUAS, traz outras garantias, entre elas, estão a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo às crianças e adolescentes carentes; a promoção e a integração ao trabalho; a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária. 
Para o enfrentamento da pobreza, se efetiva, de forma associada as políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais.Quando se tem uma visão social de proteção supõe conhecer os riscos e as vulnerabilidades sociais do sujeito. Portanto, uma visão social capaz de compreender as diferenças sociais, crendo que as circunstâncias e as condições sociais circundantes do indivíduo e dele em sua família são definitivas para a sua proteção e autonomia. 
É certo que o método vivenciado ainda hoje após a LOAS ,ainda evidencia a precisão de novos caminhos na consolidação da Assistência Social como política publica,a historia comprova as marcas do clientelismo e assistencialismo como já foi inscrito ,mas com certeza,criar uma lei que atua em mecanismo para se tomar parte da reconstrução desta história na área da Assistência Social foi essencial.É nesse sentido de construção que já foi realizado que é criado o Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Para tanto é aprovada em 2004, pelo Conselho Nacional de Assistência Social, a Política Nacional de Assistência Social representa o cumprimento das deliberações da IV Conferencia Nacional da Assistência Social realizada 2003. Adicionando as demandas da sociedade brasileira no que tange o encargo da política, a PNAS determina o novo modelo de gestão, e adéqua as diretrizes para a execução da assistência social como direito de cidadania e responsabilidade do Estado.O PNAS, aprovada em 2005,visa prática e concretização do Sistema Único da Assistência Social – SUAS no Brasil, assim iremos falar dos propósitos e regulamentações do PNAS.
A IV Conferência Nacional de Assistência Social foi realizada entre os dias 07 e 10 de dezembro de 2003 em Brasília, representou um significativo passo na direção da sedimentação dos novos termos da Política de Assistência Social no Brasil
A IV Conferência Nacional reveste-se de importância especial por ter acontecido celebrando exatamente uma década da promulgação da LOAS que regulamenta a política pública de Assistência Social no País.
Na IV Conferência Nacional de Assistência Social, em 2003, deliberou-se a criação do SUAS – Sistema Único da Assistência Social, integrando uma política pactuada nacionalmente. "O SUAS – Sistema Único da Assistência Social é um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo que tem por função a gestão do conteúdo específico da assistência social no campo da proteção social brasileira."
Em suma, podemos afirmar que a realização das conferências de assistência social marcam o inicio da participação popular na formulação de políticas públicas e do controle social.
3-.IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL- SUAS
A NOB/97 conceituou o sistema descentralizado e participativo estabelecendo condições para garantir sua eficácia, mencionando a concepção de descentralização político-administrativa presente na LOAS. Deixou mais clara a questão dos interesses e executoras da Política de Assistência Social definindo um pouco mais pela1ª vez, os níveis de gestão da Política de Assistência Social. 
A NOB/98 ampliou a regulamentação da Política Nacional de Assistência Social do mesmo ano, conceituando e definindo estratégias, princípios e diretrizes para operacionalizar a Política Nacional de Assistência Social. Esta referência deixou mais claro algumas questões referentes ao financiamento, ampliando ainda aspectos referentes a gestão do sistema descentralizado e participativo da Assistência Social.
Na perspectiva de efetivação e concretização de todos esses conceitos como: descentralização político-administrativa, municipalização, comando único, democratização, participação popular e controle social, através da Norma Operacional Básica (NOB) de julho de 2005, que reafirma tais conceitos, apontando um regime geral para a gestão da assistência social no Brasil. 
Após um caminho construído para a afirmação e construção da assistência social como direito, é aprovada a Política Nacional de Assistência Social em 2004, que já apresentava em seu corpo a proposta do SUAS, que será então aprofundada na NOB de 2005. Assim, podemos afirmar, como no texto da Política Nacional de Assistência Social que o SUAS. 
A NOB/SUAS (Norma Operacional Básica) criou o Sistema Único de Assistência Social em cumprimento ao determinado pela LOAS e pela Constituição Federal do Brasil, que tem como principais objetivos a gestão de ações descentralizadas e participativas de assistência social no Brasil, integrando todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) respeitando a diversidade das regiões e suas respectivas populações. 
Tradicionalmente, assistência social foi realizada e assumida tanto pelo poder público, como pela sociedade civil. Nesse sentido, formou-se o que denominamos de rede socioassistencial, ou seja, o conjunto de programas, projetos, serviços, e organizações responsáveis pela execução da assistência social. 
Porém, apenas a existência de tais elementos não significa que estes realmente funcionem em rede, e nesse sentido, a fim de organizar de maneira mais estruturada a rede socioassistencial, a NOB define as proteções sociais e a relação entre o poder público e sociedade civil. 
A rede socioassistencial é realizada através da proteção social, que é dividida hierarquicamente em básica, especial e por níveis de complexidade por meio de ações classificadas em serviços, programas, projetos e benefícios que devem atender os parâmetros estabelecidos pela legislação. 
As ações da rede socioassistencial podem ser realizadas diretamente por órgãos governamentais ou por organizações da sociedade civil mediante a celebração de convênios, ajustes e parcerias. 
Para efetivação destas ações, a assistência social passa a ser organizada através da proteção social básica e especial. 
2.3.1- OBJETIVOS E OPERACIONALIDADE DO SUAS
 O SUAS organiza as ações da assistência social em dois tipos de proteção social. A primeira é a Proteção Social Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de risco ou em vulnerabilidade social. Na proteção básica o objetivo é prevenir situações de risco através da atenção à família, seus membros e indivíduos mais vulneráveis, buscando potencializar e fortalecer os vínculos familiares e comunitários. 
Como o próprio termo aponta, tratam-se da proteção primordial do usuário, as suas necessidades primeiras e básicas no ciclo da vulnerabilidade social, dando conta, portanto das situações de pobreza, privação financeira e social, fragilização de vínculos afetivos - relacionais. Assim, abrange todas as ações acima descritas, de forma integrada e regionalizada, a partir do princípio da descentralização político – administrativa e da municipalização de ações. 
Para a efetivação e atendimento a esta proteção, os municípios devem criar Centros de Referência de Assistência Social – CRAS, localizados em áreas de maior vulnerabilidade social, para atendimento local dos usuários.
Por outro lado, a Proteção Social Especial dará conta das necessidades mais complexas do que as básicas ou nos casos emergenciais, eventuais e temporários, atendendo as situações de risco ou violação dos direitos. Como por exemplo, nos casos de abandono, maus tratos, cumprimento de medidas sócio – educativas, e os outros definidos nas normas. 
De acordo com a PNAS a proteção social se divide em Proteção Social Especial de Média Complexidade e Proteção Social Especial de Alta Complexidade, são famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, enquanto que a Proteção Social Especial de Alta Complexidade ocorrerá nos casos em que o vínculo familiar ou comunitário foi rompido ou encontra-se ameaçado, garantindo-se a proteção integral. São exemplos desta proteção: Casa lar; Família Substituta; Casa de passagem.
 2.3.2-- Proteção Social Básica 
A proteção social básica é destinada à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras). Tipificação Nacional de Serviços Sócioassistenciais, 2009, pg.18) 
Na proteção básica, o trabalho com famílias deve considerar novas referências para a compreensão dos diferentes arranjos familiares, superando o reconhecimento de um modelo único baseado na família nuclear, e partindo do suposto de que são funções básicas das famílias: prover a proteção e a socialização dos seus membros; constituir-se como referências morais, de vínculos afetivos e sociais; de identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos seus membros com outras instituições sociais e com o Estado. 
São considerados serviços de proteção social básica de assistência social aqueles que potencializam a família como unidade de referência, fortalecendo seus vínculos internos e externos de solidariedade, através do protagonismo de seus membros e da oferta de um conjunto de serviços locais que visam a convivência, a socialização e o acolhimento, em famílias cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos, bem como a promoção da integração ao mercado de trabalho, tais como:
Serviço de Proteção e Atendimento Integral às Famílias- PAIF.
 Programa de inclusão produtiva e projetos de enfrentamento da pobreza.
Centros de Convivência para Idosos.
Serviços para crianças de 0 a 6 anos, que visem o fortalecimento dos vínculos familiares, o direito de brincar, ações de socialização e de sensibilização para a defesa dos direitos das crianças.
 Serviços socioeducativos para crianças, adolescentes e jovens na faixa etária de 6 a 24 anos, visando sua proteção, socialização e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários;
Programas de incentivo ao protagonismo juvenil, e de fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Centros de informação e de educação para o trabalho, voltados para jovens e adultos.
 2.3.2.1-O Centro de Referência de Assistência Social- CRAS, como porta de entrada do SUAS
O CRAS é uma unidade pública estatal de base territorial, localizado em áreas de vulnerabilidade social, responsável pela prestação de serviços continuados de proteção social básica, tem como objetivo prevenir os riscos sociais, fortalecendo os vínculos familiares e comunitários, desenvolvendo ações em seu contexto comunitário, valorizando as diferenças e particularidades da família e território, com objetivo de oferecer serviços de assistência comunitária às famílias e indivíduos que necessitam de orientação e apoio na integração do convívio social. A oferta de serviços do CRAS deve ser planejada e depende de um bom conhecimento do território e das famílias que nele vivem, suas necessidades, potencialidades, bem como do mapeamento das situações de risco e vulnerabilidade socialalém das ofertas já existentes.
Quanto aos auxílios concedidos com base no direcionamento da Política Nacional de Assistência Social- PNAS, a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social destinam-se ao atendimento de situações agudas, sejam por ocasião de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, onde esses benefícios passam a integrar a política pública de assistência social com caráter suplementares e provisórios.
O CRAS deve ser referência moral, de vínculos afetivos e sociais; de identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos seus membros com outras instituições sociais e com o Estado. 
 Efetiva a referência e a contra referência do usuário na rede sócio-assistencial e é referência para os serviços das demais políticas públicas, sendo responsável pela oferta do Serviço de Proteção e Atendimento Integral às Famílias, considerando os novos arranjos familiares, deve prestar orientação e informação para a população de sua abrangência, articulando-se com a rede de proteção social local para a garantia dos direitos de cidadania. 
Esta unidade da rede sócio assistencial de proteção social básica, se diferencia das demais, porque além das ofertas de serviços realiza ações exclusivas de oferta publica do trabalho social com famílias do Serviço de Proteção e Atendimento Integral ás Famílias- PAIF e de gestão territorial da rede sócio assistencial de proteção social básica.
- Atribuições e Competências do Assistente Social no CRAS 
 
O assistente social ao longo dos tempos consolidou-se enquanto profissional e conquistou espaços de atuação em diversos campos.
Para atuar com eficácia, este profissional deve estar em constante aprimoramento profissional, para nortear a pratica dos assistentes sociais nos espaços públicos, especialmente os trabalhadores do SUAS.
 Em 2009, durante o Seminário Nacional "O Trabalho dos Assistentes Sociais no SUAS", o CFESS publicou o texto Parâmetros para atuação de assistentes sociais na política de Assistência Social, neste documento, afirma-se que:
"A intervenção profissional na política de Assistência Social não pode ter como horizonte somente a execução das atividades arroladas nos documentos institucionais, sob o risco de limitar suas atividades à “gestão da pobreza” sob a ótica da individualização das situações sociais e de abordar a questão social a partir de um viés moralizante. (CFESS, 2009, p.5)". 
Assim a ação do assistente social na contemporaneidade não está pautada somente nas ações de minimização das situações de pobreza, já que as expressões da questão social são multifacetadas e o conceito de vulnerabilidade é muito amplo e não contempla somente as situações de precariedade.
A prática do assistente social contemporâneo, que se reafirma quando deixa claro que não se deve ter um olhar moralizante sob os problemas oriundos dos processos desiguais ocasionados pelo capitalismo, tal conceito vem a acrescentar o rompimento da categoria profissional com as ações conservadoras que permeavam o cenário profissional em um passado não distante.
Conforme o que é expresso no texto do CFESS, os parâmetros de atuação profissional, o assistente social na política de assistência social são:
• Apreensão crítica dos processos sociais de produção e reprodução das relações sociais numa perspectiva de totalidade; 
• Análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as particularidades do desenvolvimento do Capitalismo no País e as particularidades regionais; 
• Compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio-histórico, nos cenários internacional e nacional, desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade; 
• Identificação das demandas presentes na sociedade, visando a formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre o público e o privado. (CFESS, 2009,p.17-18) 
O texto ainda explana sobre o trabalho interdisciplinar no SUAS, no qual deverá ser resguardado o sigilo profissional, perspectiva ética, e a cada profissional cabe discernir suas tarefas conforme o campo de atuação de cada um, buscando o compromisso com o cumprimento dos objetivos do trabalho, registrando as informações pertinentes as ações de maneira conjunta.
Observa-se então um amadurecimento da profissão à partir das transformações que ocorreram na sociedade, do rompimento com as práticas assistencialistas de caráter moralizante e religioso, passa ocupar um espaço de protagonista no compromisso com o enfrentamento das questões e desigualdades sociais. Objetiva assim a emancipação dos seus usuários e o fomento do pleno exercício de cidadania e ainda a promoção do acesso ao conhecimento destes indivíduos acerca de seus direitos. 
Além disto agora mais do que nunca, o assistente social é reconhecido como um dos profissionais mais capacitados para atuar com as novas demandas, apresentadas pelos usuários, sendo estabelecida a participação de outros profissionais e demais políticas públicas para alcançar o atendimento integral aos indivíduos. 
2.3.2.2-Serviço de Proteção e Atendimento Integral á Família- PAIF 
A tipificação normatiza todos os serviços que compões o SUAS a partir de uma matriz padronizada, estabelecendo nomenclaturas e regulamentando os conteúdos e as provisões de cada serviço ofertado no âmbito da política de assistência social, entre estes o PAIF.( Orientações técnicas sobre o PAIF vol.1, 2012, pg. 19)
O PAIF teve suas origens com a instauração de um Projeto Piloto no ano de 2000, denominado de Núcleo de Apoio á Família- NAF, sendo a primeira experiência de trabalho social com as famílias, posteriormente com a intenção de expandir e aprimorar a experiência em 2003.
Este plano foi aprimorado e adequado as diretrizes da PNAS, sendo instituído o Programa de Atenção Integral ás Famílias- ( preservando a sigla PAIF) regulamentado pela portaria n°78 de 08/04/2004 se tornando a principal referencia para o usuário do SUAS.
Através do decreto n° 5.085 de 19/05/2004, o PAIF se tornou "ação continuada da assistência social" sendo sua oferta exclusiva e obrigatória nos Centros de Referência em Assistência Social- CRAS.( Orientações técnicas sobre o PAIF vol.1, 2012, pg. 20)
Em 2009 com a aprovação da Tipificação, houve outra alteração na sua nomenclatura para reforçar o conceito de ação continuada estabelecido pela LOAS passou a se denominar como Programa de Atenção integral ás famílias, e é sem dúvida o principal trabalho realizado com as famílias e será abordado com mais profundidade nos próximos tópicos.
Segundo Orientações Técnicas sobre o PAIF vol.1, 2012 p.4:
"O PAIF é fundamental para concretizar os objetivos da nova política de assistência social, pois , além de enfrentamento aos riscos sociais, também atua na sua prevenção. Assim, inova ao materializar a centralidade e responsabilidade do Estado no atendimento e acompanhamento das famílias, de modo proativo, protetivo, preventivo e territorializado, assegurando o acesso a direitos e a melhoria da qualidade de vida".
Atualmente o PAIF é denominado Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família- PAIF, dentre os seus objetivos, destaca-se o fortalecimento da função protetiva da família; a prevenção da ruptura dos vínculos familiares e comunitários; a promoção de ganhos sociais e materiais às famílias; a promoção do acesso a benefícios, programas de transferência de renda e serviços socioassistenciais; e o apoio a famílias que possuem, dentre seus membros, indivíduos que necessitam de cuidados, por meio da promoção de espaços coletivos de escuta e troca de vivências familiares.
Seu público alvo são famílias em situação de vulnerabilidade social, mas prioritariamente estão os beneficiários elegíveis para os programas de transferência de renda e benefícios assistenciais ( pessoas com deficiência e/ou pessoas idosas) que vivenciam situações de fragilidade. 
È assim, que se extrapola a dimensão econômica, exigindo intervençõesque trabalhem aspectos objetivos e subjetivos relacionados à função protetiva da família e ao direito à convivência familiar.
Por essa razão, afirma-se que a proteção social básica possui uma dimensão inovadora, pois supera a histórica atenção voltada a situações críticas, que exigiam ações indenizatórias de perdas já instaladas, mais do que asseguradoras de patamares de dignidade e de desenvolvimento integral. .( Orientações técnicas sobre o PAIF vol.1, 2012, pg. 21)
Assim se afirma que o PAIF, além de garantir a acessibilidade dos seus usuários aos benefícios de transferência de renda e benefícios eventuais, objetiva atender de maneira integral as necessidades da família que não se limitam apenas as questões materiais, tendo em vista que o acirramento das questões sociais além de implicar nas questões financeiras das famílias, contribuem de maneira negativa nas relações familiares.
Sobre as relações familiares, está descrito nas Orientações Técnicas sobre o PAIF volume 1, 2012 p. 5 :
"Para realizar o trabalho social com famílias, de forma a atender os pressupostos da PNAS, é indispensável que os técnicos ultrapassem o conceito da família “ideal”, assumindo a família “real”: lugar de cuidados e afeto, mas também de conflitos, diferenças, dificuldades e, por vezes, de violação de direitos. Nessa direção, é importante compreender que a família é uma instituição social que não pode ser vista como algo estático, definitivo e fechado". 
Entretanto há que salientar que, para que os profissionais possam desenvolver e aprimorar metodologias adequadas à cultura e às singularidades dos modos de vida em cada território - amparadas em um conceito contemporâneo de família - faz-se necessário o compromisso dos gestores municipais, estaduais e do DF com a qualidade da oferta, garantindo os espaços adequados e condições de trabalho; a organização da gestão; a elaboração de diagnóstico do território; a formação continuada e o estímulo à troca de conhecimentos e às boas experiências entre equipes; e a promoção de diálogo com as demais políticas públicas, de forma a dar respostas integradas, que alterem qualitativamente a vida das famílias vulneráveis. .( Orientações técnicas sobre o PAIF vol.1, 2012, pg. 22)
 
Destaca-se que o PAIF tem por função “apoiar” a família no desempenho de sua função protetiva num dado território, caso as famílias tenham o desejo de fortalecer sua capacidade protetiva, cabe ao profissional instigar da família o interesse em acompanhada pelo serviço, estabelecendo-se um vinculo de forma que isto a deixe confortável , confiante e segura para compartilhar nos atendimentos propostos, as suas fragilidades e dificuldades vivenciadas, levando- a refletir sobre sua situação atual e buscar mudanças em seu beneficio. 
Na perspectiva de proteção integral, o trabalho social com famílias deve ter por finalidade:
 a) apoiar e fortalecer as famílias como protagonistas, garantindo que estas tenham apoio para cumprir as responsabilidades legais de cuidado e proteção aos seus membros, caso seja do seu interesse o desempenho dessas responsabilidades; 
b) promover o acesso das famílias e seus integrantes a direitos; e 
c) estimular as famílias e seus membros a compor iniciativas de participação social. 
 A implantação deste serviço deve contribuir para redução da ocorrência de situações de vulnerabilidade social; prevenção da ocorrência de riscos sociais, seu agravamento ou reincidência; aumento de acessos a serviços socioassistenciais e setoriais; ampliação do acesso aos direitos socioassistenciais; melhoria da qualidade de vida dos usuários e suas famílias.
- Usuários do Serviço de Proteção e Atendimento Integral ás Famílias- PAIF
Constituem-se usuários do PAIF as famílias territorialmente referenciadas ao CRAS, assim descritas na Tipificação: 
"Famílias em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, do precário ou nulo acesso aos serviços públicos, da fragilização de vínculos de pertencimento e sociabilidade e/ou qualquer outra situação de vulnerabilidade e risco social." Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, 2009. 
O número de famílias que vivem no território constitui parâmetro para a capacidade de atendimento do CRAS, estimando-se como capacidade de atendimento anual do CRAS vinte por cento (20%) das famílias, territorialmente, a ele referenciadas. 
A apreensão das dinâmicas do território vivido e ressignificado por quem nele vive é fator determinante para a compreensão das potencialidades e das situações de vulnerabilidade social das famílias, bem como para seu enfrentamento.
Para que a ação do PAIF seja preventiva, protetiva e proativa devem ser estabelecidas intencionalidades de atendimento a segmentos populacionais com vivências de vulnerabilidades mais graves. 
 A fragilização dos vínculos familiares também deve ser um indicador de ação imediata para o PAIF,sendo:- vínculos fragilizados entre pais e filhos; famílias com denúncias de negligência e episódios pregressos de violência no âmbito de suas relações e ocorrência, no passado, de afastamento de membros do convívio familiar encaminhadas pela Proteção Social Especial devem ser acolhidas pelo Serviço, contribuindo para o fortalecimento dos seus laços familiares e prevenindo a reincidência de situações de violências e rompimento de seus vínculos. 
Também, necessitam de atenção prioritária pelo PAIF as famílias com integrante(s) com histórico de uso abusivo de álcool e outras drogas, pois a dependência química está ligada às causas de vivências de vulnerabilidade e violação de direitos no âmbito familiar, ou seja:- a ocorrência de violência física e psicológica, instabilidade financeira e rompimento de vínculos. Pesquisas apontam que incluir o grupo familiar em trabalhos que fortaleçam os vínculos familiares, bem como positivar a expectativa parental são elementos fundamentais para a superação da dependência. .( Orientações técnicas sobre o PAIF vol.1, 2012, pg. 24)
A efetivação do PAIF, é sem dúvida um grande desafio aos assistentes sociais e demais atores sociais, ele traz em seu bojo a intencionalidade de apoiar a família de maneira integral para que esta esteja amparada para realizar as suas funções na sociedade.
O PAIF é sem dúvida uma grande conquista no que se refere aos avanços das política publicas de proteção á família, porém é ainda uma semente cujos frutos vamos colher a longo prazo.
2.3.2.3-- Matricialidade Sócio Familiar
A matricialidade sócio familiar se refere a família como núcleo social fundamental principal para efetividade de todas as ações e serviços da política de assistência social.
A centralidade da família deve se ao reconhecimento da necessidade da esfera estatal, proteger e amparar as famílias.
 Considerando-a como núcleo básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social, espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primária dos indivíduos.
Conforme aponta Gueiros e Santos,( 2011, p. 76)
"A qualificação da família como principal agente da socialização primária e de locus privilegiado para o desenvolvimento da cidadania, da proteção e do cuidado de seus membros certamente foi determinante para sua primazia na concepção e implementação da política de assistência social, posto que, para assumir esse papel que lhe é socialmente atribuído, faz-se necessário que ela seja alvo de atenção pelo Estado."
Pode-se dizer que a matricialidade familiar como um dos eixos estruturantes do SUAS, vem reafirmar a intencionalidade de proteção e amparo Estatal às famílias.Os processos de exclusão sócio cultural e as transformações sócio econômicas acentuam fragilidades e contradições nas famílias brasileiras. As ações centradas na família levam o assistente social e demais trabalhadores do SUAS a atuar de maneira integral com vistas a proteção das famílias, já que ao mesmo tempo que é um espaço de proteção e acolhimento, também pode haver conflitos, negligência e violação de direitos.
2.3.2.4-Intersetoriedade e Trabalho com a Rede sócioassistencial
A integração entre as políticas públicas é um imperativo para a materialização dos direitos sociais. Estes se referem pela provisão das necessidades sociais por um sistema de proteção social por parte do Estado. Os direitos sociais contêm, portanto, a “[...] idéia de que as dificuldades enfrentadas pelos homens serão assumidas coletivamente pela sociedade, com supremacia da responsabilidade de cobertura do Estado, que deverá criar um sistema institucional capaz de dar conta dessas demandas. “(COUTO, 2004, p.183)
Conforme aponta SCHUTS, (2009, p.14):
"Para garantir, as necessidades sociais devem ser contempladas por estas políticas de forma integral, ou seja, em sua totalidade. Por esta razão, o atendimento dessas necessidades por estruturas institucionais e posturas profissionais estanques é ineficiente. Não é possível garantir o direito a saúde, por exemplo, sem que sejam contempladas necessidades relacionadas ao lazer, educação, saneamento básico, entre outras. No entanto, as políticas públicas e dos serviços públicos se configuram de forma setorizada".
 Considerando os apontamentos da autora, podemos afirmar que a Intersetoriedade, vem a ser o conjunto de mecanismos de inclusão que garantem a população usuária da política de assistência, o acesso as demais políticas públicas, reconhecendo que a assistência não dará conta de intervir nas expressões da questão social de maneira isolada, e para atingir tal objetivo, se faz necessário que os profissionais envolvidos venham promover diálogos com as demais políticas públicas, de forma a encontrar respostas integradas, que alterem qualitativamente a vida das famílias vulneráveis, à partir da troca conhecimentos entre equipes que só vem acrescentar ao trabalho social com ás famílias. 
Assim, a rede sócioassistencial vem a ser o conjunto de instituições e equipamentos sociais disponíveis e atuantes em cada território.
Desta forma cabe a equipe técnica do CRAS, trabalhar de maneira articuladora com os demais setores, pois é através destas ações que se estabelecem fluxos e procedimentos, que possibilitam agilidade no processo de encaminhamento realizado.
De acordo com as orientações técnicas sobre o PAIF vol. 1, 2012:
[...] para que haja eficácia e agilidade no processo de promoção do acesso a serviços setoriais, é indispensável que o CRAS promova a articulação intersetorial no seu território de abrangência, segundo diretrizes da Gestão Municipal, ou do DF, buscando a garantia do encaminhamento das famílias e acompanhamento dos resultados alcançados
 Ao promover o acesso aos serviços socioassistenciais e setoriais, o CRAS contribui para o acesso aos direitos de cidadania das famílias, cumprindo a diretriz de proteção e atendimento integral a estas. 
A identificação de demandas por serviços setoriais (saúde, educação, habitação, entre outros) não supridas no território, ou em alguns casos no município de moradia das famílias, deve ser comunicada pela coordenação do CRAS ao órgão gestor municipal, de assistência social. 
Este, por sua vez, deve informar aos órgãos gestores das demais políticas setoriais em questão e/ou à prefeitura do município, com obetivo de afiançar às famílias o atendimento de suas demandas e o acesso aos seus direitos. 
Promover acesso aos demais serviços setoriais constitui importante objetivo do PAIF, pois viabiliza o acesso das famílias aos seus direitos, contribuindo para sua inserção na rede de proteção social integral, apoiando-as na conquista do exercício da cidadania.
2.3.3- Proteção Social Especial
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) configura-se como uma unidade pública, que oferta serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos (violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas sócioeducativas em meio aberto, etc.).
 A oferta de atenção especializada e continuada deve ter como foco a família e a situação vivenciada. Essa atenção especializada tem como foco o acesso da família a direitos socioassistenciais, por meio da potencialização de recursos e capacidade de proteção.
O CREAS deve, ainda, buscar a construção de um espaço de acolhida e escuta qualificada, fortalecendo vínculos familiares e comunitários, priorizando a reconstrução de suas relações familiares. Dentro de seu contexto social, deve focar no fortalecimento dos recursos para a superação da situação apresentada. 
 Para o exercício de suas atividades, os serviços ofertados nos CREAS, devem ser desenvolvidos de modo articulado com a rede de serviços da assistência social, órgãos de defesa de direitos e das demais políticas públicas. 
.
 Os CREAS podem ter abrangência tanto local (municipal ou do Distrito Federal) quanto regional, abrangendo, neste caso, um conjunto de municípios, de modo a assegurar maior cobertura e eficiência na oferta do atendimento.( Orientações Técnicas sobre o CREAS, ano, pg. 
A Proteção Social Especial é caracterizada pelo atendimento assistencial destinado as famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, com seus direitos violados, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras. 
São realizados serviços que requerem acompanhamento individual e maior flexibilidade nas soluções protetivas. 
As linhas de atuação com as famílias em situação de risco devem abranger o acesso a serviços de apoio, sobrevivência e inclusão em redes sociais de atendimento. Esses serviços podem ser subdivididos em serviços de média complexidade e de alta complexidade. 
A Proteção Social Especial tem caráter emergencial ou seja com objetivo de reparar o dano e também atua como reabilitador de possibilidades psicossociais com vistas à reinserção social, exigindo atenção mais personalizada e processos protetivos de longa duração.
 2.4- O município de Botucatu e as experiências a partir do Centro de Referência em Assistência Social Setor Norte 
No Município de Botucatu existem 5 Centros de Referência de Assistência Social- CRAS:
CRAS Norte: - atende toda região norte da cidade, sendo aproximadamente 1500 famílias referenciadas; 
CRAS Leste: atende toda região Leste da cidade, sendo aproximadamente 1860 famílias referenciadas; 
CRAS Oeste: atende toda região Oeste da cidade, sendo aproximadamente 799 famílias referenciadas;
CRAS Central: atende toda região Central da cidade, sendo aproximadamente 450 famílias referenciadas; 
CRAS Sul: atende toda região sul da cidade, sendo aproximadamente famílias 2500 referenciadas; 
Além disto, conta também com duas Equipes Volante para atender a área rural e para dar suporte aos CRAS para busca ativa na área rural.
O CRAS Norte no município de Botucatu: primeiramente instalado no distrito de Vitoriana, foi inaugurado no dia 13/01/2009, tendo a capacidade de atendimento para até 5.000 famílias.
Devido à grande abrangência do território que constituía a Região Norte, houve a necessidade de trazer a equipe para mais próximo desta população, sendo então instalado, em outra unidade em 15/12/2011, em uma das vilas mais antigas do município, a Vila do Lavradores.
Dada a inauguração do CRAS- Norte, o equipamento social instalado em Vitoriana, passa a ser considerado Unidade de Atendimento Social. 
Desta forma as famílias residentes no distrito de Vitoriana, são referenciadas ao CRAS- Norte, porém são atendidas nas proximidades do local de moradia, ou seja na unidade do próprio distrito 
A unidade passou a contar com o atendimento de uma assistente social, um psicólogo, um monitor e um auxiliar de serviços gerais. Os atendimentos sociais são realizados ás segundas feiras da 8:00 ás 16:00 horas e as terças e quintas feiras, das 8:00 ás 11:00 horas, permanecendo com os atendimentos eatividades sociais. 
A iniciativa da Secretaria Municipal de Assistência Social ao relocar o CRAS Norte, favoreceu um grande contingente de pessoas estrategicamente, para atendimento de aproximadamente 32 mil habitantes em melhores condições de acesso pela disponibilidade de transporte público.
Antes da instalação do equipamento social na região norte, os usuários eram atendidos no CRAS Central, cerca de 2.000 pessoas, que tinham que se locomover de seus bairros até o centro da cidade, muitos deles com grandes dificuldades .
 Atividades Desenvolvidas:
Acesso à aquisição de documentação;
Acolhimento, Atendimentos Psicossociais Individuais e Grupais;
Articulação com a rede sócio assistencial local e demais setores;
Através de transmissão de conhecimento informa aos usuários os seus direitos;
Atualização de mural de oferta de empregos;
Busca ativa das Famílias ;
Campanhas diversas;
Discussões de casos entre equipe e/ou rede sócioassistencial local
Divulgação de cursos profissionalizantes;
Elaboração de relatórios, laudos e pareceres técnicos; 
Encaminhamentos; 
Grupos de Convivência para idosos e adolescentes; 
Orientação e informação a população ácerca dos recursos disponíveis pela rede sócioassistencial; 
Orientações e informações diversas; 
Palestras;
Promoção do acesso à benefícios eventuais e de transferência de renda; 
Viabiliza o acesso às demais políticas públicas; 
Visitas Domiciliares;
Reconhecimento das vulnerabilidades e recursos existentes na área territorial;
Articulações com a rede Sócio Assistencial local e com as demais políticas públicas;
Inserção e acompanhamento nos Programas: Vivaleite, Renda Cidadã, Pró Jovem, Ação Jovem e Bolsa Família.
 Integram a equipe do CRAS- Norte: 2 assistentes sociais,1 psicólogo, responsável pela coordenação, 2 auxiliares de serviços gerais,1 estagiária de administração e 3 estagiárias de serviço social.
As famílias atendidas são acompanhadas através de atendimentos em grupo, visita domiciliar e atendimentos individuais, o que corresponde a 507 famílias em atendimento pelo PAIF, ou seja 20 % da população referenciada.
Grande parte destas famílias estão inseridas em programas sociais como: Renda Cidadã, sendo realizados acompanhamentos de âmbito coletivo com periodicidade mensal e Pró jovem e Ação Jovem, com periodicidade semanal.
Através das abordagens grupais, se objetiva proporcionar as famílias o reconhecimento dos direitos sociais, o exercício de cidadania, o acesso aos serviços ofertados pela rede sócio assistencial, identificando as demandas existentes no território.
Mesmo estando estabelecido pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral ás Famílias - PAIF, que todas as famílias associadas em programas sociais devem ser acompanhadas, porém diante das condições estruturais do equipamento social não é possível realizar atendimentos grupais com as famílias beneficiárias do Projeto Viva Leite, devido a estrutura física do equipamento social que não comporta.
Atende se também algumas famílias não associadas a nenhum programa social, por não se enquadrarem nos padrões de renda, mas que apresentam fragilização de vínculos. O acompanhamento se dá através de visitas domiciliares e atendimentos individualizados.
- Atribuições do Assistente Social na equipe do CRAS
De acordo com o que está expresso na publicação realizada apartir do no Seminário Nacional do CFESS que ocorreu no ano de 2009, intitulado:
"O trabalho do Assistente Social no SUAS", dentre as atribuições do assistente social atuante na área de assistência social, destacamos:
Elaboração, execução de planos programas e projetos benefícios e serviços;
Apreensão da realidade social do território, seus aspectos culturais bem e o reconhecimento de suas vulnerabilidades;
Realização de visitas domiciliares, emissão de laudos , perícias técnicas, pareceres;
Realização de estudos sócio econômicos pra identificação de demandas e necessidades sociais;
Realização de Atendimentos individuais e grupais;
Elaboração de projetos coletivos e individuais de fortalecimento e protagonismo dos usuários;
Participação na organização de Conferências Municipais, Estaduais e Nacionais de Assistência Social;
Supervisionar direta e sistematicamente estagiários (as) de Serviço Social;
Organizar e coordenar seminários e eventos para debate e formulação de estratégias coletivas para materialização da Política de Assistência Social e afins;
Acionar o sistema de garantias de direitos com vistas a mediação do acesso dos usuários;
Realizar estudos sistemático com equipe do CREAS e demais equipamentos sociais, e demais setores, para análise conjunta da realidade e planejamento das ações realizando intervenções de maneira integrada.
 Na publicação constam as competências específicas sendo definidas com diversas dimensões interventivas, complementares e indissociáveis, são elas: 
1. Uma dimensão que engloba as abordagens individuais, familiares ou grupais na perspectiva de atendimento às necessidades básicas e acesso aos direitos, bens e equipamentos públicos. Essa dimensão não deve se orientar pelo atendimento psico-terapêutico a indivíduos e famílias (próprio da Psicologia), mas sim à potencialização da orientação social com vistas à ampliação do acesso dos indivíduos e da coletividade aos direitos sociais; 
2. Uma dimensão de intervenção coletiva junto a movimentos sociais, na perspectiva da socialização da informação, mobilização e organização popular, que tem como fundamento o reconhecimento e fortalecimento da classe trabalhadora como sujeito coletivo na luta pela ampliação dos direitos e responsabilização estatal; 
3. Uma dimensão de intervenção profissional voltada para inserção nos espaços democráticos de controle social e construção de estratégias para fomentar a participação, reivindicação e defesa dos direitos pelos(a) usuários(as) e Conselhos, Conferências e Fóruns da Assistência Social e de outras políticas públicas; 
4. Uma dimensão de gerenciamento, planejamento e execução direta de bens e serviços a indivíduos, famílias, grupos e coletividade, na perspectiva de fortalecimento da gestão democrática e participativa capaz de produzir, intersetorial e interdisciplinarmente, propostas que viabilizem e potencializem a gestão em favor dos(as) cidadãos(ãs); 
5. Uma dimensão que se materializa na realização sistemática de estudos e pesquisas que revelem as reais condições de vida e demandas da classe trabalhadora, e possam alimentar o processo de formulação, implementação e monitoramento da política de Assistência Social; 
6. Uma dimensão pedagógico-interpretativa e socializadora de informações e saberes no campo dos direitos, da legislação social e das políticas públicas, dirigida aos(as) diversos(as) atores(atriz) e sujeitos da política: os(as) gestores(as) públicos(as), dirigentes de entidades prestadoras de serviços, trabalhadores(as), conselheiros(as) e usuários(as). (CFESS,2009,p.18-19) 
 A EMANCIPAÇÃO FAMILIAR E O SUAS
 Contextualizando a família na atualidade:
O Código Civil de 1916 e as leis posteriores, vigentes no século passado, regulavam a família constituída unicamente pelo casamento, de modelo patriarcal e hierarquizada, ao passo que o moderno enfoque pelo qual é identificada tem indicado novos elementos que compõem as relações familiares destacando-se os vínculos afetivos que norteiam a sua formação. ( GONÇALVES,2005, P.16)
O desenvolvimento de novos costumes de vida e de novos arranjos familiares atestam que a sociedade contemporânea passa por rediferenciação sócio cultural e resignificação da família. 
O Direito Civil moderno, apresenta como regra geral uma definição restrita, considerando os membros da família as pessoas unidas por relação conjugal ou de parentesco.( VENOSA,2008, p.1)
Conforme apontam teóricos na área da sociologia, o termo família costuma designar em sentido lato , como o conjunto das sucessivas gerações descendentes dos mesmos antepassados. (Boarini, 2003, p.02)
A família está ligadapor laços de parentescos e de afeto mais amplos, quando se trata de membros da família próxima que de parentes da família afastada , assim o parentesco que liga os familiares por direito, pela via do sangue comum, ou por aliança, sendo neste caso adquirido pelo matrimônio.
A família para a PNAS- Política Nacional de Assistência Social é o grupo de pessoas que se acham unidas por laço consangüíneos, afetivos e ou de solidariedade.( Ministério do Desenvolvimento Social e Combate á Fome)
Assim podemos afirmar que a família passou de uma concepção estática para uma visão mais dinâmica, que sofre mudanças e se apresentam em vários modelos de acordo com sua realidade própria sob a influência das transformações econômicas e sociais do cenário local e nacional
3.1.1- Tipos de Família e suas Funções na Sociedade atual
Hoje temos a concepção de que as famílias são construções sociais, variáveis de acordo com as diferentes épocas da história e nos diferentes locais, entendimento é necessário para que tenhamos uma visão crítica para compreendê- las, analisando- as em suas perspectivas sócio- históricas ou seja considerando- a como uma instituição mutável de acordo com a época e o cenário da sociedade. .( Boarini, 2003, p.02)
Para abordarmos os tipos de famílias existentes na atualidade se faz necessário colocar um ponto de partida histórico, já no Brasil Colonial, em que predominava a família patriarcal.
Diferentes ocorrências e transformações sociais foram modificando as famílias nos modelos e nas relações vividas,entre eles:- a invenção da pílula anticoncepcional, a saída da mulher do lar para ingressar no mercado de trabalho, a divisão com o homem do papel de provedora de bens e educadora dos filhos; os inúmeros questionamentos e pressões vivenciados entre os casais e as adaptações constantes da situação sócio econômica. ( Scavone, 2001, p.8)
Com as mudanças nos valores e costumes as famílias foram se apresentando nas mais variadas formas como por exemplo:
a) Família Nuclear:
A família nuclear também conceituada como tradicional é normalmente formada por pai mãe e prole, unidos por matrimônio ou união de fato, e por um ou mais filhos, compondo uma família nuclear ou elementar. A família nuclear era baseada nos moldes da hegemonia da classe dominante considerada a forma ideal de família colocando todos os outros arranjos como inadequados e desestruturados.( Alves, 2009, p.03)
b) Famílias Monoparentais:
 A família monoparental tem várias origens, podendo ser fruto de uma decisão voluntária ou involuntária do genitor, pode ser por meio da inseminação artificial, em que a mãe decide ter o filho como produção independente ou por adoção.
c) Famílias Extensas:
As famílias extensas são caracterizados por serem compostas por: pai, mãe, filhos, avós, tios e ou outros parentes
d) Famílias Homoafetivas:
São constituídas através da união de pessoas do mesmo sexo e seus filhos podendo ser adotados ou biológicos.
f) Funções da Família:
Considerando que as famílias possuem diversas funções que tem variado de acordo com a evolução da sociedade no decorrer dos séculos e embora venha apresentando diferentes constituições e formas cabe ressaltar que ela ainda tem papel fundamental na sociedade e funções primordiais.
 De acordo com RAMOS 2011, alguns estudiosos apontam quatro funções básicas:
1. Sexual:
Atende as necessidades sexuais permitidas por meio da institucionalização da união ou casamento.
2. Reprodução:
Visa perpetuar a espécie, mesmo em sociedades onde há liberdade sexual, a procriação é regulada com normas e sanções que legitimam a família.
3. Econômica:
Assegura o sustento e proteção do grupo, conduzindo a divisão de tarefas e a estratificação, com status diferenciados entre os membros.
4. Educacional:
Um grupo, através da coesão, arca com a responsabilidade de transferir os conhecimentos acumulados pela humanidade de geração em geração, criando condições para que exista uma cooperação entre os membros, isso torna, teoricamente, a vida em sociedade possível.
Assim entendemos que as funções básicas da família podem ser desempenhada de várias maneiras, dentro dos mais diversos sistemas culturais, moldando as personalidades individuais, sendo variável conforme a época e contexto social que se insere.
3.1.2- A Influência das Transformações Econômicas e Sociais na dinâmica familiar 
Na era colonial as atividades canavieiras predominavam no país mais precisamente nas regiões norte e nordeste, a partir do fim do século XVII com a descoberta do ouro o desenvolvimento econômico migrou para as regiões sul e sudeste do país, mais precisamente para São Paulo e Minas Gerais.
Este fato contribuiu para uma série de transformações na sociedade da época, aumenta o tráfico de escravos e começa a surgir centros urbanos, onde passa a se formar uma sociedade miscigenada que não respeitava os ditames da igreja católica e nem da coroa portuguesa.
Neste período aumenta o número de pessoas que permaneciam solteiras( celibatários) e também o número de uniões não formais (concubinato), ocasionando o aumento de filhos ilegítimos, tornando possível a existência de mulheres solteiras ou casadas chefiando famílias participando de atividades econômicas fora do ambiente doméstico.( Samara, 2002, p.15)
Conforme aponta SAMARA, 2002, p. 16: 
"Passam a existir uma grande variedade de categorias sociais alterando as relações de gênero e produzindo uma grande diversidade de comportamentos e organizações familiares".
No século XIX com desenvolvimento econômico nas regiões sul e sudeste, a Independência do Brasil em 1822, a instauração da República em 1889, aliados ao fim da escravatura em 1888 e o aumento da imigração, contribuíram para a construção de um novo ordenamento societário influenciando a moral os usos e costumes.( que anteriormente eram determinados pela Igreja e pela Coroa Portuguesa)
Na segunda metade do século XIX, com a instalação das indústrias, incrementando a oferta de trabalho fabril e burocratizado, já neste contexto é possível perceber a presença feminina neste mercado aliando atividade remunerada e atividades domésticas.
Apesar de nesta época já ter iniciado a inserção de um número reduzido de mulheres em atividades econômicas, foi só na década de 1950 com o êxodo rural e a expansão da vida industrial, que se teve um salto significativo no que se refere a participação feminina no mercado de trabalho.
Aliado a isto, a Revolução Industrial (brasileira), trouxe consigo um crescimento desordenado dos grandes centros urbanos, conseqüentemente a falta de oferta de serviços básicos como de saúde, educação, recreação e segurança social, estes fatores também contribuíram para modificar a estrutura familiar.
Conforme apontam vários teóricos, na década de 1960, as descobertas científicas resultaram em intervenções tecnológicas sobre a reprodução humana, difundiu-se a pílula anticoncepcional, que separou a sexualidade da reprodução e interferiu decisivamente na sexualidade feminina, a mulher deixou de ter sua vida sexual atrelada à maternidade e a identificação entre mulher e mãe, a difusão dos anticoncepcionais teve impacto em toda sociedade, porém significados diferentes nas camadas sociais pois maternidade e filho têm significados diferentes para cada um. Freire, (2008, p.1)
O advento da mulher no mercado de trabalho trouxe consigo uma avalanche de mudanças nas organizações familiares, agora a distribuição de papéis entre homem e mulheres foi modificada, a autoridade patriarcal entrou em falência.
Conforme aponta DESSEN apud Torres, Santos, Caldana & Biasoli-Alves,( 2010, p.53): 
Diferindo das décadas precedentes, o final dos anos 60 e as décadas de 70 e 80 foram marcadas não só pela participação ativa das mulheres no contexto social, político e econômico do País mas também por relações mais igualitárias entre os cônjuges e entre pais e filhos. 
Nessa época, os movimentos feministas, hippies, homossexuais, estudantis, ecológicos e negros ganharam força representativa,

Outros materiais