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COMO SE PROCESSA A APRENDIZAGEM Gilberto Teixeira (Prof. Doutor FEA/USP ) I - IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM A função de ensinar exige de quem a exerce um profundo conhecimento do mecanismo de aprendizagem. O que é ensinado depende dos conhecimentos de quem ensina, mas como é ensinado, dependerá fundamentalmente da compreensão da forma como as pessoas aprendem e da habilidade de aplicar essa compreensão. A psicologia da aprendizagem, isto é, o estudo do comportamento das pessoas como aprendizes, é tão necessário ao professor como a fisiologia para o médico. É facilmente compreensível que antes do professor se engajar na tarefa de ensinar, ele deve ter um conhecimento profundo do assunto que se propõe a ensinar. Esta é uma verdade aceita por todos. O que é, porém, dificilmente compreendido e reconhecido, é que a simples transmissão de uma informação ou conhecimento não pode ser considerada como ato de "Ensinar", pois nada garante que tenha ocorrido a APRENDIZAGEM. Muitos professores despendem enorme esforço na transmissão de informações aos alunos julgando que quanto maior o volume de assuntos for abordado tanto mais os alunos aprenderão. Infortunadamente o que acontece é muito diverso. Já há enorme quantidade de experiências e pesquisas demonstrando que a simples aquisição de informações, independentemente de compreensão e participação é suficiente para influenciar uma mudança de procedimento ou não é devidamente fixada para posterior aplicação e consequentemente não assegura que ocorra a APRENDIZAGEM. II - QUE É APRENDER Uma das características mais marcantes do homem, e que o distingue dos outros animais, é que ele é capaz de educar-se. Educar-se é muito mais que repetir experiência ou conhecimentos; é utilizar de suas capacidades intelectuais (cognitivas), de raciocínio, para criar e modificar experiências ou conhecimentos recebidos. Educar é, portanto fazer com que alguém seja capaz de modificar seu comportamento como resultado de uma experiência. Treinar é, por seu turno, uma forma de aprendizagem mais simples, é tornar alguém capaz de repetir uma experiência. Treinar é a simples aquisição de habilidades, de hábitos. Desse modo podemos dizer que aprendizagem pode ser dividida em ensino e treinamento. A compreensão dessa diferenciação é de suma importância para qualquer pessoa que se proponha a ensinar. III - O ENSINO DE CONCEITOS A aprendizagem de conceitos, de forma a tornar o indivíduo capaz de criar ou modificar experiências ou conhecimentos, é algo bem mais complexo. O desafio para o professor é maior pois nesta situação o processo de aprendizagem pode ser inferido e não pode ser observado. Um conceito é uma idéia, um quadro mental sobre o grupo de coisas que têm algo em comum. Os conceitos formam-se pela generalização da experiência de cada um sobre um particular assunto ou coisas. Podem representar objetos concretos (livro, lápis, etc.) ou idéias (honestidade, liderança, etc.). A formulação de um conceito é um processo de classificação, de enumeração de características. Assim, por exemplo, a criança forma o conceito de CACHORRO a partir do seu cão de estimação ao descobrir que ele tem quatro pernas, pêlo longo, orelhas alongadas e cauda, é seu amigo, é maior que uma bola e menor que seu pai. Baseado nessa noção, ao ver outro cão, logo o identifica classificando-o por tais características. À medida que lhe vão sendo proporcionadas novas experiências com cães, seu conceito vai modificando-se, complementando-se. Desse exemplo, pode-se concluir que a formação de conceitos pode ocorrer sem a presença de um professor. Então qual seria o seu papel? Inicialmente cabe-lhe a função de identificar e organizar essas experiências que vão prover a base, a formação do conceito e atender as necessidades do aluno. A palavra chave é então: experiência. A formação de conceitos válida e útil é aquela baseada em experiências inéditas para o aluno. Essa afirmação conduz a uma segunda função do professor, representado por uma atitude negativa. O professor não deve permitir que o aluno aceite conceitos previamente "embalados" isto é conceitos descritos por outrem. Isso será memorização e não terá valor quando uma situação diferente ocorrer envolvendo tal conceito. A formulação de conceitos deve basear-se mais em variedade de experiência do que na sua profundidade. Para que a aprendizagem de conceitos seja significativa deve basear-se em 3 regras: 1 - Fornecer reduzido número de conceitos a cada etapa. 2 - Prover variadas experiências de aprendizagem. 3 - Respeitar as diferenças individuais dos alunos com relação a experiência de cada um. IV - O TREINAMENTO O treinamento deve ser compreendido com um estágio mais simples de aprendizagem. Refere-se à absorção de novos hábitos ou habilidades motoras. Uma boa ilustração do que é, é o seguinte exercício: "Escreva a palavra "Treinamento" 15 vezes com sua mão esquerda (se você for destro) ou a direita (se for canhoto)". Tente a cada vez aumentar a qualidade e velocidade de sua escrita. Quando essa tarefa tiver sido completada, você ter-se-á envolvido com várias características de aprendizagem. São os princípios que discutiremos a seguir. V - CARACTERÍSTICAS DA APRENDIZAGEM a - Aprendizagem de Habilidades Físicas não envolve só músculos A prática do exercício acima demonstra isso, pois é óbvio que não foi só executada uma sequência de exercícios musculares. A percepção alterou-se à medida que a sequência foi tornando mais fácil e uma atitude diferente foi aparecendo e se desenvolvendo. b - O desejo de aprender supera o próprio processo É surpreendente como o desejo de aprender aumenta a velocidade da aprendizagem e como o aluno é mais receptivo a aprender habilidades que venham a atender suas próprias necessidades. O indivíduo que não quer se desenvolver numa dada habilidade perderá muito mais tempo que um aluno ansioso por reconhecer e corrigir seus erros. c - O aluno necessita de um modelo Uma criança aprende a fazer as primeiras coisas pela imitação de adultos. Para haver aprendizagem o aluno necessita de um modelo a ser seguido de forma a ter um quadro completo de cada etapa da seqüência. Ele deve claramente ver o que é a habilidade e como deve ser executada. d - O indivíduo precisa executar para aprender Não é suficiente dar ao aluno a demonstração da habilidade e mostrar-lhe o modelo a ser adotado. A prática é essencial para o indivíduo aprender a coordenar os músculos com a visçao e o tato. e - A aprendizagem é um processo ativo Esta característica decorre das anteriores. O aluno não é como uma esponja que absorve água pela simples imersão nesta. Não basta sua presença na sala de aula para ele aprender; ele deve participar de forma ativa, seja mental ou fisicamente. A fim de que a aprendizagem tenha lugar, há necessidade de que haja uma participação do aluno na instrução. Não raras vezes, o Professor dá todos os ensinamentos, mostra a relação entre eles, resolve os problemas para os alunos, e admira-se quando os alunos não aprendem. Aprender através da participação é o mais importante dos princípios. O grau de aprendizagem conseguido é função da quantidade (Participação) requerida para cada aluno. Esta atividade não implica, necessariamente, em atividade, física ainda que este tipo de atividade também possa ser necessário. O que realmente se compreende como participação é o fato dos alunos serem chamados entre diversas alternativas, pesar fatos, avaliar resultados, comparar situações, exercitar a capacidade de julgamento, e outros. f - A aprendizagemdeve ser útil Cada aluno verá o assunto sob uma forma, mas o grau de sua aprendizagem será diretamente proporcional ao grau de utilidade de que ele veja no assunto ensinado. g - A aprendizagem resulta de experiência Aprender é um processo que depende muito mais do aluno, isto é, da experiência sentida por ele próprio. Cada um reage diferentemente a um conhecimento e, portanto aprende diferentemente, dependendo de como aquela situação o afete. Isso não significa que o professor não exerce papel ativo; sua função será sempre selecionar e proporcionar aquelas experiências mais significativas, mais variadas e mais apropriadas. Uma situação de ensino, uma determinada aprendizagem desafia não só a memória, mas os sentimentos e os conhecimentos já existentes no aluno; ele será tanto mais efetiva na medida em que não apela simplesmente à memória. Essa a razão porque para aprender uma atividade física, não basta memorizar suas etapas, mas praticá-las. h - É essencial o conhecimento dos resultados Quando as habilidades são simples, o próprio aluno pode identificar seus erros. Sendo mais complexa, é essencial que sejam corrigidas e não permaneçam vícios de procedimento. i - O progresso de aprendizagem segue uma seqüência determinada A experiência de escrever com a mão contrária à usual demonstra bem este princípio. No início, a tarefa era difícil e demorada e à medida que vai aumentando a aprendizagem da habilidade maior proficiência vai sendo obtida. Pesquisas demonstram que existe uma CURVA DA APRENDIZAGEM, cujo padrão é sempre o mesmo: ao início uma melhoria rápida e à medida que são realizadas novas tentativas há um ponto onde se estabiliza a aprendizagem tornando-se ineficaz maior número de tentativas. Explica-se esse nivelamento por várias condições: por ter sido atingido o limite de capacidade de aprendizagem, por ter acabado o interesse ou motivação, pela ineficiência de métodos adotados, ou mesmo pelo alcance e consolidação da proficiência. O nivelamento da curva não significa ter desaparecido a aprendizagem, mas tão somente ter atingido um nível de eficácia. É importante que o professor conheça esse fato e alerte o aluno, para que não se torne desencorajado ou frustrado. j - A duração e organização da aula são importantes São fatores de relevância a serem considerados quando planejado o trabalho escolar. A natureza da habilidade a ser transmitida e o grau de proficiência ou conhecimento já existentes, influem nesse planejamento. Assim, por exemplo, um aluno principiante, primário numa dada habilidade, atinge quando nas etapas iniciais, um ponto em que não adiante insistir em praticar. Isso será não só improdutivo como prejudicial. VI - O PAPEL DO PROFESSOR Modernamente é aceito pelos educadores em todo o mundo que a função principal do professor é auxiliar os alunos a adquirirem habilidades, conhecimentos, atitudes, etc., cabendo ao aluno, e só a ele realmente, a tarefa de aprender. Esta função do professor é caracterizada por um planejamento de situações e oportunidades que venham a desencadear uma atividade do aluno (física ou mental) que possibilite a aprendizagem. O aluno é quem deve memorizar, pensar, resolver problemas, aplicar conhecimentos em situações diversas, etc. Isto não quer dizer que o trabalho do professor seja reduzido. Este é que deve fazer despertar o interesse dos alunos pelo assunto, guiá- los durante a instrução, corrigi-los, orientá-los, ensiná-los, etc. De modo geral poderíamos dividir as funções (Professor e Aluno) do seguinte modo: PROFESSOR ALUNO 1 Torna claro o que os alunos devem aprender. Esclarece que conhecimentos, atitudes e habilidades os alunos deverão adquirir Desenvolve um incentivo para aprender. É o estágio de MOTIVAÇÃO. 2 Mostra a razão de que conhecimentos, habilidades, atitudes, etc. são necessários Determina, exatamente, o que deve aprender. É o estágio de fixação do OBJETIVO 3 Provê estudo posterior para os alunos, sob a forma de exercícios, leitura de livros e artigos Estuda a fim de ganhar um conhecimento do assunto. É o estágio de ESTUDO. 4 Apresenta problemas que requeiram fatos e compreensão para ser determinada a solução. Pensa de que modo esse conhecimento se aplica em diferentes situações. É o estágio de REFLEXÃO. 5 Guia os alunos na solução de problemas Aplica o conhecimento adquirido na solução de problemas, com auxílio do Professor. 6 Provê situações para a prática de aplicação de habilidade e conhecimento a uma variedade de problemas Pratica o uso de conhecimentos e habilidades em várias situações - discussões, respostas a questões envolvendo a aplicação de idéias, princípios, conhecimentos e habilidades em diversos problemas. É o estágio de REVISÃO. VII - LEIS DA APRENDIZAGEM São regras aplicáveis ao processo de aprendizagem, estabelecidas por psicólogos e educadores a partir de pesquisa e observação. 1. Lei da prontidão: Um indivíduo aprende melhor quando está pronto, com boa vontade para isso. É responsabilidade do professor criar tal condição. 2. Lei da repetição: Esta lei diz que tudo o que é repetido é mais facilmente aprendido. A repetição pode ser de várias formas: por revisão, exercitação física, etc. 3. Lei do efeito: Esta lei baseia-se na resposta emocional de quem aprende. Se a situação emocional do aprendizado é acompanhada de um sentimento de agrado e satisfação, o resultado será muito maior aprendizagem que no caso de vir associado a um estado de espírito de desprazer. É então responsabilidade do professor essa situação agradável. 4. Lei da primazia: Significa, em outras palavras que o primeiro conhecimento é o que permanece. Isso significa que o professor deve ter cuidado de transmitir só o que é certo na primeira vez. Isso ainda é mais importante no treinamento de habilidades, quando um aprendizado incorreto levará a vícios difíceis de remover. 5. Lei do realismo: Implica esta regra que o aluno aprende melhor com as coisas reais do que com as artificiais, com a experiência vivida, dramática mais do que a simples descrição verbal. Como a sala de aula impõe certas limitações, a lei do realismo é seguida pelo uso de modelos, dramatizados, ajudas de auxílios visuais, entre outros. 6. Lei da novidade: Os fatos e conhecimentos reais recentes são os mais facilmente lembrados. Através dessa regra se explica porque, no final de uma atividade escolar, deve haver uma sumarização dos pontos mais importantes. VIII - FATORES QUE INFLUEM NA APRENDIZAGEM 1. MOTIVAÇÃO É a força que induz uma pessoa em direção a um propósito. É sem dúvida um dos fatores de maior influência no processo de aprendizagem. É responsabilidade do professor despertar essa força que em alguns alunos, está dormente. A aprendizagem começa com a Motivação. Dificilmente um aluno aprenderá determinado assunto (Aquisição, Retenção e Aplicação) se ele não tiver sido motivado adequadamente Quantos de nós tivemos pavor de determinados assuntos, de determinadas matérias? Teriam sido realmente os assuntos os culpados, ou teria sido responsável a falta de Motivação? O professor necessita criar um "desejo de aprender" nos alunos. Esta Motivação pode ser criada pela determinação do porque aprender, e do Como e Quando aplicar o conhecimento adquirido. Os alunos não têm a obrigação de determinar essas coisas. É obrigação do Professor esclarecer, definitivamente, esses pontos, isto considerando que um aluno não aprenderá determinado assunto unicamente por haver escutado, lido ou ouvido algo a respeito. O aluno aprenderá somente quando o assunto tiver alguma relação com ele, somente quando tiver seu interesse despertado.Motivar um aluno é induzi-lo a fazer alguma coisa, é induzi-lo a desejar alguma coisa. É conveniente, porém, esclarecer que a Motivação não deve ser imposta por pressão ou por promessas falsas. Ela terá lugar sempre que o assunto tiver valor e for reconhecido como uma necessidade. Muitos professores têm sérios contratempos com os alunos. De um modo geral os alunos nunca estão preparados ou interessados no assunto a ser discutido, isto porque não estudaram com um objetivo em vista ou porque não conseguiram encontrar uma boa razão para estudar. Para evitar estas situações o professor deverá fornecer com antecedência dados suficientes como: a - O Objetivo da Instrução. b - Por que razão o assunto é importante e necessário para o aluno. c - Onde encontrar fontes de consulta. d - O que observar de maneira especial. e - O que será chamado a executar ou que deverá saber, em relação ao período da instrução. 2. APTIDÃO PARA A APRENDIZAGEM O aluno deverá estar apto a receber a instrução. Se o assunto a ensinar está em nível demasiado elevado, há necessidade de ser dada uma instrução preparatória, visando prepará-lo para a assimilação do assunto em nível mais elevado. Especial atenção deverá ser dada à motivação nesta fase. 3. COMPREENSÃO DA APRENDIZAGEM Um aluno poderá aprender suficientemente bem um assunto para que possa dar respostas certas a várias questões, não sendo porém, capaz de aplicar o conhecimento adquirido em outras situações que diferem das iniciais. Para aplicação do conhecimento adquirido há necessidade de que o aluno tenha compreendido, realmente, o que aprendeu. O aluno deverá ter habilidade de, baseado em princípios-chave, resolver diferentes problemas nos quais as situações e os dados se apresentam de modo diverso. 4. RETENÇÃO É difícil arquivar conhecimento para uso futuro. A não ser que este conhecimento seja aplicado amiúde, a tendência é ser esquecido, paulatinamente. Não pode, porém ser considerada uma perda total de conhecimento. O que realmente acontece é uma reorganização de conhecimento em torno de uma idéia central. De acordo com psicólogos da aprendizagem as informações específicas são mais facilmente esquecidas que informações de caráter geral e as habilidades de aplicação de Princípios são mais facilmente retidas. A retenção poderá ser incrementada pela Prática e pela Revisão a - Prática: Através da Prática consegue-se que fatos sejam retidos. Não devemos, todavia, compreender “prática” como sendo uma simples repetição. A prática significa utilizar os fatos básicos em numerosas situações (mais próximas possíveis da realidade) de um modo que eles sejam associados como resultados obtidos. b - Revisão: Este é outro modo de incrementar a Retenção. Uma vez que o esquecimento é muito rígido, logo após a aprendizagem, frequentes revisões servem para fixar o conhecimento adquirido, antes que seja esquecido. O Professor nunca deverá supor que um assunto uma vez ensinado pode ser considerado aprendido. Quando a aprendizagem foi baseada em Compreensão, quando os objetivos foram claramente enunciados e compreendidos, provavelmente a Retenção será obtida. 5. APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO ADQUIRIDO A NOVAS SITUAÇÕES Para assegurar a Aplicação de Conhecimento a novas situações, o Professor deve prover situações diversas em que os alunos possam aplicar seus conhecimentos e habilidades. Na aplicação de conhecimentos de uma situação para outra pode ser facilitada aos alunos experiências na identificação de fatores semelhantes e aplicação de Princípios em circunstâncias Variadas. 6. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Um novo professor e inexperiente desanimará provavelmente ao descobrir que cada aluno é diferente do outro, e que uma aula muito bem planejada não resultou em igual aprendizado de todos. Cada indivíduo tem sua personalidade, sua bagagem de experiências, conhecimentos e sentimentos, seus interesses e frustrações e um cem número de diferenças psicológicas e físicas. Há diferentes métodos de determinar o grau de compreensão dos alunos. Um dos melhores métodos é a Discussão em Grupo, quando o aluno, ao defender seus pontos de vista ou ao tentar destruir argumentos apresentados por outros alunos, permite ao Professor uma visão bastante profunda de seu conhecimento e compreensão de assunto. Em cursos onde o objetivo principal não é a Seleção, há necessidade de que o Professor identifique o mais cedo possível, alunos de nível inferior afim de que uma atenção mais direta lhes possa ser dada. É conveniente, contudo que esta atenção extra não seja nunca em detrimento dos alunos de nível mais elevado. O que se tem em mente é elevar o nível da instrução e fazer descer ao nível dos menos aptos. IX - FATORES QUE OCORREM PARA O ESQUECIMENTO O conhecimento dos fatores que decorrem para as pessoas esquecerem o que aprenderam pode ajudar a compreender melhor e planejar como recordar e rememorar. 1 - Desuso: Tudo que não é usado, obviamente cai no esquecimento. 2 - Interferência: Significa que uma experiência semelhante pode concorrer para esquecer algo. Isso explica porque as pessoas esquecem tanta coisa após um curso, devido a enorme quantidade de experiências que vivem. Pesquisas demonstram que: o material relacionado muito intimamente com o aprendido sofre maior interferência que material dessemelhante; e o material mal apreendido sofre mais interferência que outro bem aprendido. 3 - Repressão: A psicologia freudiana explica este fator dizendo que tendemos a fazer submergir para o inconsciente tudo que é desagradável ou produz ansiedade. Isso não é intencional, é um comportamento de auto-proteção. X - CONCLUSÃO A aprendizagem é um processo no qual o aluno deve participar, ativamente. O professor deverá motivar os alunos e guiá-los através os diferentes estágios do Processo da Aprendizagem. Os objetivos da Instrução deverão ser claramente definidos e o aluno deverá ser perfeitamente esclarecido de Quando, Por Que e Como poderá aplicar o ensinamento que lhe vai ser transmitido. A atividade principal deverá ser da parte do aluno, entretanto o professor tem a obrigação de guiá-lo até atingir o objetivo previsto.
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