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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DSM V

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DSM V 
O Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), publicado pela APA (American Psychiatric Association), propõe que haja critérios padrão para a classificação dos transtornos mentais. Segundo o manual, esses são concebidos como síndromes ou padrões comportamentais ou psicológicos clinicamente relevantes, que ocorrem num indivíduo e estão associados com sofrimento, incapacitação ou com risco grande de sofrimento, morte, dor, deficiência ou perda significativa da liberdade. Esses padrões ou síndromes não devem ser uma resposta esperada ou culturalmente aceitável a um evento, mas um verdadeiro padrão comportamental.
Através do uso de descrições explícitas de seus construtos diagnósticos, no DSM busca-se atingir uma linguagem comum no campo da psicopatologia, de modo que possa ser de utilidade a diferentes orientações dentro da psicologia e psiquiatria (biológica, psicodinâmica, cognitiva, comportamental, sistêmica) e também a assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, profissionais da saúde e advogados, constituindo-se em uma espécie de linguagem global no campo psicopatológico.
O DSM também é proposto como um instrumento de coleta e comunicação de estatísticas referentes à saúde pública. O manual, embora possa servir para a orientação de profissionais quanto ao diagnóstico do paciente, não se dedica a explicar a origem dos fenômenos que causam perturbação psíquica, apenas limita-se a descrever os quadros patológicos, fornecendo critérios para o diagnóstico de cada um deles. Por isso, pode-se dizer que ele é ateórico e operacional.
Para que alguém seja diagnosticado com um transtorno, não é necessário que se enquadre perfeitamente em todos os sintomas utilizados como critérios, porque não se compreende que os limites dos quadros patológicos sejam tão fixos. Aproximadamente metade dos distúrbios mentais requer que haja sintomas clinicamente relevantes relacionados a sofrimento psíquico, dificuldades de funcionamento e sociais, bem como ocupacionais, para que se julgue um distúrbio presente.
Na Grécia antiga, desde o século 5 a.C., Hipócrates buscou estabelecer um sistema de classificação para as doenças mentais. Palavras como histeria, mania e melancolia eram usadas para caracterizar algumas delas. Ao longo dos séculos seguintes, diversos termos foram sendo incorporados ao jargão médico, como, por exemplo: loucura circular, catatonia, hebefrenia, paranóia, etc. Entretanto, o primeiro sistema de classificação abrangente e de cunho verdadeiramente científico surgiu com os estudos de Emil Kraepelin (1856-1926), que reuniu diversos distúrbios mentais sob a denominação de demência precoce - posteriormente chamada de esquizofrenia por Bleuler -, ao lado de outros transtornos psicóticos, separando-os do quadro clínico da psicose maníaco-depressiva. Freud (1895), quase ao mesmo tempo, destacava da neurastenia uma síndrome, denominada neurose de angústia, que passou a ser classificada e estudada juntamente com outros tipos de neurose: hipocondríaca, histérica, fóbica e obsessivo-compulsiva. Esta terminologia perdurou até os anos 80, do século 20.
O diagnóstico dos transtornos mentais é um dos principais aspectos da psicopatologia. A tarefa de diagnosticar, especialmente em psiquiatria, tem se mostrado um dos grandes desafios na área da saúde. A palavra diagnóstico significa, segundo o dicionário, “conhecimento ou determinação duma doença pelos seus sintomas, sinais e/ou exames diversos” (Ferreira, 2001). Por mais que exista uma única definição para o termo, o ato de diagnosticar não é sempre igual. Foucault (2003), em O nascimento da clínica, afirma que o diagnóstico em psiquiatria não acompanha exatamente da mesma forma o percurso do diagnóstico nas demais áreas da medicina. Pois, na medicina existem sinais funcionais, físicos, biológicos, objetivos, referidos ou não a uma etiologia conhecida, que permitem referenciar a doença a uma categoria específica. Enquanto no que diz respeito à psiquiatria não encontramos o mesmo quadro, pois apesar de lidar com sinais funcionais e físicos, estes nem sempre são objetivos, e não há agente etiológico evidente (Paoliello, 2000).
Desde sua criação, o DSM tornou-se um importante instrumento, utilizado inicialmente nos Estados Unidos e posteriormente em diversos países no mundo, com a finalidade de uniformizar a linguagem utilizada para a classificação das perturbações mentais. A primeira edição, o DSM-I, foi lançada com 132 páginas a apresentando a descrição de 106 categorias de transtornos mentais. Em 1968 foi criado o DSM-II, que apresentou algumas reformulações e mudanças em relação à primeira edição do Manual. Foram listados 182 transtornos mentais em 134 páginas. Quase quinze anos depois, em 1980, foi lançado o DSMIII, com 494 páginas listando 265 categorias diagnósticas. Esta edição apresentou grandes mudanças em relação às propostas e aos textos anteriores, os termos usados para descrever os transtornos mudaram e esta foi a primeira classificação baseada em critérios diagnósticos considerados explícitos (onde a causalidade foi deixada de lado), além de ser o primeiro sistema multi axial2 adotado oficialmente. Logo em seguida, em 1989, houve uma revisão do texto da terceira edição e foi lançado o DSM-III-R, apresentando 292 categorias diagnósticas em suas 597 páginas. Em 1994 foi criada uma nova edição, o DSM-IV, que listou 374 categorias diagnósticas em 886 páginas, e que, em 2000 sofreu uma revisão e algumas mudanças e foi lançado como DSM-IV-TR. O processo de desenvolvimento para o DSM V inicia-se em 1999, cinco anos após a publicação do DSM IV. Essa medida torna-se necessária, após o National Institute of Mental Health (NIMH) e o Comitê da American Psychiatric Association, concordarem que deveriam realizar um trabalho em conjunto para expandir a base científica para a definição da classificação e do diagnóstico psiquiátrico. 
A partir disso, a equipe responsável inicia o trabalho norteando seus estudos e pesquisas nos seguintes critérios:
Espectros diagnósticos e harmonização DSM/CID: Avaliar os espectros das síndromes entre os limites diagnósticos existentes.
Abordagens de desenvolvimento ao longo da vida: Avaliar as diferentes expressões dos transtornos mentais que podem surgir em idades progressivas nos estágios da vida do desenvolvimento humano.
Questões transculturais e de gênero: Avaliar as diferentes expressões de equivalência de sintomas dos transtornos mentais mediados por gênero e cultura.
Interface entre clínica geral e psiquiatria: Analisar as abordagens que facilitariam uma melhor interface entre as abordagens ao diagnóstico dos transtornos clínicos e dos transtornos mentais.
Deficiência e incapacidade: Avaliar o desenvolvimento de estratégias globais de avaliação de deficiência e incapacidade. 
Instrumentos de avaliação diagnóstica: Considerou a necessidade de abordar questões de medição e avaliação. 
O uso de critérios representou um grande aprimoramento em comparação com as edições anteriores disponíveis para diagnosticar pacientes com transtornos mentais. As revisões sugeridas para o DSM V passaram por uma avaliação criteriosa e rigorosa, de múltiplas etapas antes da aprovação do conselho da APA. O esboço final foi aprovado pelo conselho em dezembro de 2012 e o seu lançamento marcado para o 166° Encontro anual da APA na cidade de São Francisco CA, em maio 2013.
Podemos compreender através dessa pequena introdução, a evolução do DSM e brevemente a sua história ao passo de suas edições. A linha de vida do DSM é permeada por descobertas e uma constante investigação em adaptar e diagnosticar comportamentos humanos considerados anormais ou desviantes. A utilização do manual é de suma importância para os profissionais que atuam na área da saúde mental. Nos últimos anos, em relação aos avanços científicos significativos no campo da prática clínica e do estudo epidemiológico dos transtornos mentais, possibilitou também uma ampla comunicação, através de uma linguagem comum,entre médicos psiquiatras e psicólogos em todo o mundo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-: DSM-5. Artmed Editora.
Gomes de Matos, Evandro, Gomes de Matos, Thania Mello, & Gomes de Matos, Gustavo Mello. (2005). A importância e as limitações do uso do DSM-IV na prática clínica. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 27(3), 312-318. 
Burkle, T. S., & MARTINS, D. A. (2009). Uma reflexão crítica sobre as edições do manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais–DSM (Doctoral dissertation, Dissertação de mestrado apresentada ao Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
DSM: Uma breve introdução, acessado em 01/05/2015, disponível no endereço eletrônico:http://www.ufrgs.br/psicopatologia/wiki/index.php/DSM:_Uma_breve_introdu%C3%A7%C3%A3o

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