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pneumus boldus e stringens barbatiman

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO – UNIAN/SP
CURSO FARMÁCIA 4°/5° SEMESTRES - MATUTINO
DISCIPLINA: FARMACOBOTÂNICA
PROFESSOR: LUIZ GUSTAVO PIMENTA
ARIANY LIMA JORGE – RA: 8412100601
ERIK RIBEIRO PEREIRA – RA: 9911176586
KEROLAYNE NASCIMENTO SANTOS – RA: 8486200562
MILENA SANTOS DE SOUZA – RA: 9025443626
PEUMUS BOLDUS MOLINA E
STRYPHNODENDRON ADSTRINGENS (MART.) COVILLE
OSASCO
MAIO, 2016
ARIANY LIMA JORGE – RA: 8412100601
ERIK RIBEIRO PEREIRA – RA: 9911176586
KEROLAYNE NASCIMENTO SANTOS – RA: 8486200562
MILENA SANTOS DE SOUZA – RA: 9025443626
PEUMUS BOLDUS MOLINA E
STRYPHNODENDRON ADSTRINGENS (MART.) COVILLE
Trabalho apresentado à disciplina de Farmacobotânica do curso de Farmácia da Universidade Anhanguera de São Paulo - UNIAN, como requisito para composição da nota do segundo bimestre.
Professor: Luiz Gustavo Pimenta
OSASCO
MAIO, 2016
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO	1
2 – STRYPHNODENDRON ADSTRINGENS (MART.) COVILLE	4
2.1 – Características Botânicas........................	..	5
2.2 – Componentes Químicos..........................	..............................................................	5
2.3 – Efeitos Farmacológicos.........................................................................................	5
 2.3.1 – Reações adversas.......................................................................................	5
3 – PEUMUS BOLDUS MOLINA	4
3.1 – Características Botânicas........................	..	5
3.2 – Componentes Químicos..........................	..............................................................	5
3.3 – Efeitos Farmacológicos.........................................................................................	5
 3.3.1 – Reações adversas.......................................................................................	5
 3.3.2 – Interações Medicamentosas.......................................................................	5
4 – RESULTADO E DISCUSSÃO	4
5 – CONCLUSÃO	4
REFERÊNCIAS	4
RESUMO
As plantas vêm sendo utilizadas desde o início da humanidade como fonte de alimento e para tratar inúmeras doenças e o conhecimento sobre as plantas medicinais está entrelaçado a própria história do homem. Dessa forma o Reino Plantae apresenta valorosa contribuição à descoberta de novas drogas pois dele é possível extrair muitas substâncias ativas passíveis ao tratamento de doenças, como é o caso da planta Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville a qual também é conhecida popularmente como casca-da-virgindade, barba-de-timan, ibatimó, dentre outros. Classificado como um arbusto regular ou árvore pequena, com caule e ramos tortuosos e poucas folhas. Flores avermelhadas ou quase brancas e pequenas. Possui em sua composição química princípios ativos divididos em três espécies de taninos: taninos condensados, substâncias monoméricas e proantocianidinas; além de substâncias tânicas, taninos, alcalóides não determinados, amido, etc. As quais lhe dão propriedades farmacológicas no tratamento de úlceras e fieiras, impigens, como antisséptico local, antiinflamatório, antidiarreico, adstringente, diurético, coagulante sanguíneo, tratamento de leucorréia. Porém é necessária cautela com seu uso, já que o seu uso interno de em doses mais elevadas pode ocasionar prisão de ventre. A utilização do extrato obtido das sementes, por mulheres gestantes, apresenta potencial abortivo. Um outro exemplo é o Peumus boldus Molina (Monimiaceae) a qual é nativa das regiões montanhosas do Chile, sendo conhecido no Brasil como “boldo” ou “boldo-do-Chile”. Apresenta-se como um arbusto ou arvoreta, de folhas opostas, inteiras, curtamente pecioladas, flores unissexuais e estaminadas. Suas folhas são intensamente aromáticas e apresenta flores esbranquiçadas a amareladas e frutos do tipo drupa. Seus princípios ativos são Alcalóides totais calculados como boldina e nas folhas contêm alcalóides pertencentes à classe dos benzoquinolínicos, taninos, óleo essencial, flavonóides e glicolipídios. Usado para o tratamento de distúrbios hepáticos e intestinais, ação antioxidante, anti-tumoral, anti-diabéticas, anti-aterogênicas, atividade vasodilatadora, antiparasitária, imuno e neuro-moduladora e colerética, porém como reação adversa pode ocorrer dermatite alérgica ocupacional, reação anafilática e principalmente no primeiro trimestre da gravidez (por tempo prolongado), teratogenia e hepatotoxicidade. Na realidade, o chá dessa espécie deve ser proibido para gestantes. Quanto às interações medicamentosas, a interação boldo/varfarina foi confirmada, apresentando um aumento do efeito anticoagulante.
Palavras-chave: plantas, Stryphnodendron adstringens, Peumus boldus, princípio ativo.
ABSTRACT
The plants have been used since the beginning of mankind as a food source and to treat numerous diseases and knowledge about medicinal plants is intertwined the history of man. Thus the Kingdom Plantae presents valuable contribution to the discovery of new drugs since it is possible to extract many active substances amenable to the treatment of diseases, such as the Stryphnodendron adstringens plant (Mart.) Coville which is also commonly known as peel-of-virgindade, beard-of-timan, ibatimó, among others. Ranked as a regular shrub or small tree, with stem and tortuous branches and a few leaves. reddish flowers or nearly white and small. It has in its chemical composition active ingredients divided into three types of tannins: condensed tannins, proanthocyanidins and monomeric substances; addition of tannic substances, tannins, alkaloids not determined, starch, etc. The pharmacological properties which give it the treatment of ulcers and dies, scabs, site as an antiseptic, antiinflammatory, antidiarrhoeal, astringent, diuretic, blood coagulant, treatment leukorrhea. But caution is needed with its use, since their internal use at higher doses can cause constipation. The use of the extract obtained from the seeds, for pregnant women, has abortifacient potential. Another example is the Peumus boldus Molina (Monimiaceae) which is native to the mountainous regions of Chile, is known in Brazil as "boldo" or "boldo-do-Chile". It presents itself as a shrub or small tree, opposite, entire leaves, shortly petiolate, unisexual flowers and staminate. Its leaves are intensely aromatic and has whitish flowers and yellow fruits of the drupe. Its active ingredients are total alkaloids calculated as Boldine and leaves contain alkaloids belonging to the class of benzoquinolínicos, tannins, essential oil, flavonoids and glycolipids. Used for treatment of hepatic and intestinal disorders, antioxidant, anti-tumor, anti-diabetic, anti-atherogenic, vasodilating activity, antiparasitic, immune and neuro-modulator and choleretic, but as an adverse reaction may occur Occupational allergic dermatitis, anaphylaxis and especially in the first trimester of pregnancy (prolonged), teratogenicity and hepatotoxicity. In fact, the tea of ​​this kind should be prohibited for pregnant women. As for drug interactions, interaction boldo/warfarin was confirmed, an increase of anticoagulant effect.
Keywords: plants, Stryphnodendron adstringens, Peumus boldus, active ingredient.
1 – INTRODUÇÃO
Utilizadas desde o início da humanidade como fonte de alimento e para tratar inúmeras doenças (BENDAZZOLI, 2000), o conhecimento sobre as plantas medicinais está entrelaçado a própria história do homem (NOVAIS et al., 2003; CALIXTO, 2000).
O Reino Plantae apresenta valorosa contribuição à descoberta de novas drogas pois dele é possível extrair muitas substâncias ativas passíveis ao tratamento de doenças (MELO, 2011).
Existem uma abundância de espécies vegetais conhecidas no planeta, cerca de 250.000 a 500.000, porém, poucas são usadas como fonte terapêutica. É crescente o emprego de produtos naturais pela população no tratamento de afecções diversas e as plantasmedicinais têm sido estudadas para avaliação de compostos bioativos, no entanto, até o momento, estudos fitoquímicos e farmacológicos foram realizados em pequena parte desses exemplares (ISHIDA et al., 2006; RATES, 2001) fato confirmado por Cordell e Colvard, (2005) ao afirmarem que as plantas tradicionalmente utilizadas com finalidade medicinal, há um alto percentual que não foi investigado para comprovação científica visando eficácia e segurança de seu uso. 
A grande maioria das plantas nativas, além de apresentarem várias possibilidades ao seu uso, conseguem adaptar-se ás variadas condições ambientais sendo necessário para tal, conhecer o potencial tecnológico das espécies (GOULART, 2012).
Dada a importância dos vegetais na manutenção da saúde, este trabalho visa demonstrar por meio de levantamento bibliográfico, as propriedades químicas e farmacológicas do Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville e Peumus boldus Molina. Para tal utilizou-se como ferramenta de pesquisa o Google acadêmico e livros específicos, através dos quais foi possível identificar reações adversas e efeitos colaterais do uso indiscriminado desses vegetais.
2 – STRYPHNODENDRON ADSTRINGENS (MART.) COVILLE 
2.1 – Características Botânicas
De acordo com Grandi (2014), Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (Figura 1,) popularmente conhecido como casca-da-virgindade, barba-de-timan, ibatimó, chorãozinho-roxo, casca-da-mocidade, dentre outros, pertence à Família Leguminosae, subfamília Mimosoideae. É classificado como um arbusto regular ou árvore pequena, com caule e ramos tortuosos e poucas folhas. Casca rugosa, folhas bipinadas, 5 a 8 jugos, folíolos com 6 a 8 jugos, ovados, pequenos, às vezes glabros. Flores avermelhadas ou quase brancas, pequenas, dispostas em espigas cilíndricas, axilares, densas. Cálice com 5 dentes, ciliado, corola gamopétala, formada de 5 pétalas de 3mm de comprimento, glabra ou com ápice parcialmente piloso. Estames em número duplo ao das peças da corola e de comprimento duplo aos mesmos, anteras com glândulas no ápice. Gineceu com um só carpelo e um ovário multiovulado. Fruto vagem, séssil, grossa e carnosa, linear-oblonga, comprida, de 10 cm de comprimento. Sementes oblongas, pardacentas. 
Figura 1 – Prancha de folhas, flores e frutos de Stryphnodendron adstringens (Mart.)
Coville. FONTE: Grandi (2014).
2.2 – Componentes Químicos
De acordo com Santos at al. (2011), o gênero Stryphnodendron é quimicamente composto por taninos condensados e proantocianidinas. Grandi (2014) classifica os princípios ativos do barbatimão em três espécies de taninos: taninos condensados, substâncias monoméricas (flavan-3-óis) e proantocianidinas ( entre elas 8 tipos de prodelfinidinas e 8 prorobinetinidinas), substâncias tânicas (20 a 30%), taninos (18 a 27%), alcalóides não determinados, amido, matérias resinosas, mulcilaginosas, matéria corante vermelha, ácido tânico, estrifino, açucar solúvel, flavonóides, flocafenos.
Figura 2 - Estrutura molecular de Tanino. FONTE: Brandão (2009)
2.3 – Efeitos Farmacológicos
Espécies que compõem o gênero Stryphnodendron são empregadas popularmente no tratamento de leucorreia, diarreia, como antisséptico, cicatrizante e antiinflamatório. O conhecimento da ação antiinflamatória e cicatrizante destas plantas foi herdado pelos caboclos, visto serem amplamente utilizadas pela comunidade indígena brasileira para rituais de cura. Isto despertou o interesse científico atual sobre as ações terapêuticas desses vegetais (RIZINI, 1997; AFONSO e POTT, 2002).
	Gandi (2014), na 1ª edição de seu livro “Tratado de plantas medicinais: mineiras, nativas e cultivadas” afirma que o barbatimão é empregado como adstringente, antidiarreico, antidisenterico, antileucorréico, antiescorbútico, hemostático, cicatrizante e nas hemorróidas. Na indústria do couro, esta espécie ocupa lugar de destaque por causa da riqueza em taninos de sua casca. O infuso e o decocto são empregados a 2,5%, na quantidade máxima de 200 mL ao dia, e o extrato fluido, 5 mL ao dia. Para uso oral, ferver uma colher de sopa da casca do caule em 1 litro de água; para banho ou uso externo, 2 colheres de sopa em 1 litro de água. O decocto no enxágüe da cabeça faz nascer cabelo.
De acordo com Santos et al. (2011), espécies do gênero Stryphnodendron, conhecidas como “barbatimão” e nativas do cerrado brasileiro, apresentam ações farmacológicas em tratamento de úlceras e fieiras, impigens, como antisséptico local, antiinflamatório, antidiarreico, adstringente, diurético, coagulante sanguíneo, tratamento de leucorréia. Possuem taninos como metabólitos secundários primordiais de suas cascas apresentando, dentre outras, atividade antimicrobiana e cicatrizante.
2.3.1 – Reações Adversas
O uso interno de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville em doses mais elevadas pode ocasionar prisão de ventre. A utilização do extrato obtido das sementes, por mulheres gestantes, apresenta potencial abortivo (GRANDI 2014).
3 – PEUMUS BOLDUS MOLINA
3.1 – Aspectos Botânicos
Peumus boldus Molina (Monimiaceae) é nativa das regiões montanhosas do Chile (SAN MARTÍN,1998; HOFFMANN, 1981), sendo conhecido no Brasil como “boldo” ou “boldo-do-Chile”. Apresenta-se como um arbusto ou arvoreta, dióico (HOFFMANN, 1981), de folhas opostas, inteiras, curtamente pecioladas, flores unissexuais, pistiladas e estaminadas e frutos do tipo drupa (HÉRAIL, 1927; FARMACOPOEA PORTUGUESA, 2002).
Caracteriza pela sua copa globosa, densamente ramificada e pela sua tonalidade esverdeada. Suas folhas são intensamente aromáticas, devido a óleos essenciais sintetizados; apresenta flores esbranquiçadas a amareladas e frutos do tipo drupa carnosas (SHAH et al, 2006; DOLL, ORTIZ e CARRERA , 2005).
Figura 3 – Imagem representativa das folhas de Peumus boldus Molina.
FONTE: GERHARDT (2012).
3.2 – Componentes Químicos
Brandão (2009) refere-se aos princípios ativos do boldo como “Alcalóides totais calculados como boldina”. “As folhas de boldo contêm entre 0,4 e 0,5% de alcalóides pertencentes à classe dos benzoquinolínicos, sendo boldina o principal alcalóide, representando cerca de 12 a 19% do conteúdo total de alcalóides” (O’BRIEN et al., 2006), no entanto, Pietta et al. (1988) encontraram o alcalóide boldina como minoritário em extratos comerciais de boldo.
As folhas apresentam ainda taninos, óleo essencial, flavonóides e glicolipídios (MENDES et al., 2006). A maioria dos relatos sobre a composição do óleo essencial aponta ascaridol como o principal componente (VOGEL et al., 1999) porém, Vila et al. (1999), obtiveram um óleo contendo limoneno como o componente majoritário, enquanto ascaridol correspondeu a 1% do total de terpenóides. Os autores atribuem essa alteração à existência de diferentes variedades de P. boldus.
Figua 4 - Estrutura molecular da Boldina. FONTE: Lima, 2015.
3.3 – Efeitos Farmacológicos
Botanicamente descrito por Abbé Molina há dois séculos atrás, o Peumus boldus cresce espontaneamente no Chile entre 33° e 39°, da região árida e semi-árida de Limari, a fria e chuvosa região de Osorno. O seu uso mais comum na medicina tradicional é para tratamento de uma variedade de afecções do sistema digestivo e hepatobiliar. Conforme a Agência nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), encontram-se no mercado brasileiro 12 apresentações de fitoterápicos simples de Peumus boldus registrados até o presente (BRUN, 1936; COIMBRA e SILVA, 1958; Gupta, 1995; SILVA, 2005).
O boldo-do-chile (Peumus boldus) é uma planta usada principalmente para o tratamento de distúrbios hepáticos e intestinais, pois possui propriedades coleréticas e colagogas devido à presença do alcaloide boldina (MATOS, 1998).
A ação antioxidante da boldina é responsável por propriedades farmacológicas, como por exemplo, anti-tumoral, anti-diabéticas e anti-aterogênicas. A boldina mostrou ainda, atividades como vasodilatadoras, antiparasitárias, imuno e neuro-moduladores e coleréticos (O'BRIEN,2006). Segundo Youn et al., (2002), a capacidade antioxidante da boldina parece estar relacionada com a habilidade em seqüestrar radicais hidroxila e peroxila. 
3.3.1 – Reações Adversas
Gielen & Goossens (2001) relataram a ocorrência de um caso de dermatite alérgica ocupacional por boldo em um farmacêutico, entre os 33 casos por eles registrados no período de 1978 a 2001. Já Monzón et al. (2004) descreveram o caso de reação anafilática em um homem de 30 anos, com histórico de rinoconjuntivite alérgica a pólen, após a ingestão do chá de boldo. Quando o paciente já havia se recuperado totalmente, os médicos administraram o chá de boldo (250 mL, via oral) e, meia hora depois, ele voltou a apresentar prurido na faringe e disfonia, prontamente revertidos com administração de adrenalina subcutânea.
Estudos toxicológicos sugerem que o consumo de chá de boldo deve ser feito com moderação e cuidado, principalmente no primeiro trimestre da gravidez e no uso por tempo prolongado, uma vez que há grandes indícios de teratogenia e hepatotoxicidade. Na realidade, o chá dessa espécie deve ser proibido para gestantes (BRAZ, 2008).
Jiménez et al. (2000) realizaram alguns experimentos in vitro e in vivo a fim de conhecer melhor a farmacocinética da boldina. Eles descreveram que tanto após administração oral quanto intravenosa, a concentração plasmática de boldina decai rapidamente, indicando aparentemente uma cinética de primeira ordem. Quando administrada por via oral, a boldina foi rapidamente absorvida (30 min) e concentrada preferencialmente no fígado, sendo encontradas concentrações substancialmente menores no coração e no cérebro.
3.3.2 – Interações Medicamentosas
Quanto às interações medicamentosas, Izzo et al. (2005) descreveram, em um recente artigo de revisão, o caso de um paciente em tratamento com varfarina, que após o consumo de boldo, apresentou um aumento do efeito anticoagulante. A interação boldo/varfarina foi confirmada, pois a ação anticoagulante do varfarina voltou aos níveis normais com a interrupção da ingestão de boldo e foi intensificada com a readministração de boldo ao paciente.
4 – RESULTADO E DISCUSSÃO
A concentração bactericida mínima (CBM), do extrato seco das cascas de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville frente a duas bactérias Gram-positivas e uma Gram-negativa foi determinada pela técnica de diluição em tubos por Souza e colaboradores (2007). A atividade antimicrobiana do extrato seco e a atividade antisséptica de sabonete líquido contendo o extrato seco estudado foram avaliadas pelo método de difusão em ágar. O extrato apresentou valores de concentração bactericida mínima de 50mg/mL frente a Staphylococcus aureus e 75mg/mL contra Staphylococcus epidemidis e Escherichia coli, no teste de difusão em Agar, S. aureus apresentou maior sensibilidade ao extrato seco que as outras bactérias. O sabonete líquido mostrou maior eficiência na atividade antisséptica contra as bactérias testadas na concentração de 100 mg de extrato/mL de sabonete (SANTOS et al, 2011).
Através de um mecanismo de ação antioxidante, a boldina mostrou-se capaz de atenuar a inativação do citocromo P4502E1 humano e de inibir a peroxidação de lipídios em microssomos hepáticos tratados com agentes redutores (KRINGSTEIN e CEDERBAUM, 1995), de atenuar o desenvolvimento de diabetes por estreptozotocina em ratos (JANG et al., 2000) e de proteger células vermelhas da clivagem hemolítica induzida in vitro por 2,2’-azobis-(2-amidinopropano) (JIMÉNEZ et al., 2000).
Reiniger et al. (1999a) avaliaram a interação entre tintura de boldo e boldina com rádiofármacos, no caso um isótopo de tecnécio (99mTc) muito utilizado na clínica médica. Uma técnica muito empregada para diagnóstico, baseia-se na ligação desse isótopo às hemácias do paciente e requer a presença de um agente redutor, como por exemplo, um sal de estanho. Os autores observaram em experimentos in vitro que, provavelmente por causa da capacidade antioxidante, a associação boldo/radiofármaco aumentou ligeiramente os níveis de hemácias ligadas ao tecnécio (REINIGER et al., 1999a) assim como preveniu os efeitos letais do estanho (REINIGER et al., 1999b).
O extrato bruto de boldo, assim como suas frações ricas em alcalóides e em flavonóides, foi avaliado quanto à sua capacidade antioxidante in vitro. Os resultados indicam que a capacidade antioxidante observada para o extrato bruto deve-se principalmente à presença de flavonóides (QUEZADA et al., 2004).
Schwanz at al. (2008), em seu trabalho “Caracterização Farmacobotânica de Peumus boldus (Monimiaceae) e Avaliação de Atividades Biológicas do Alcalóide Boldina”, verificaram de forma inédita a atividade anticolinesterásica in vitro para o alcalóide boldina, embora menos potente que a referência galantamina em sua concentração mais diluída.
5 – CONCLUSÃO
O presente trabalho reuniu informações pertinentes as propriedades químicas, botânicas e farmacológicas do S. adstringens (Mart.) Coville e P. Boldus, a partir da leitura minuciosa de vários artigos científicos e livros específicos.
 É evidente a importância farmacológica dos vegetais supra citados os quais, tem suas propriedades comprovadas por ensaios realizados em cobaias bem como, pelo uso popular que é passado de gerações em gerações. Com base nessas propriedades medicamentos fitoterápicos foram desenvolvidos.
 As folhas e cascas são usadas nas formas de chás, em pó, para tratamento contra vários tipos de infecções, sejam essas causadas por inúmeros tipos de bactérias ou fungo, o Stryphnodendron adstringens é um importante agente antiofídico alternativo, no tratamento junto com a soroterapia, contra os principais efeitos biológicos do veneno de cobras. Já o Peumus Boldus é muito utilizado para tratamento de distúrbios hepáticos e intestinais, também foi comprovado o uso como vasodilatador, antiparasitário, anti- tumoral, entre outras finalidades utilizadas pela população.
 É interessante observar que os estudos toxicológicos sugerem que o consumo desses vegetais deve ser feito com cautela, principalmente por gestantes e pessoas com hipersensibilidade a compostos contidos nesses vegetais.
 A utilização de produtos naturais, derivados de plantas, como alternativa terapêutica para o tratamento de várias doenças é importante assunto para discutir e pesquisar, já que muitas comunidades usam plantas medicinais, às vezes, somente as plantas.
 Por mais que essas propriedades medicinais do Barbatimão e Boldo estejam comprovadas, é preciso mais pesquisas para ressaltar sua importância como agente antimicrobiano, antifúngico, vasodilatadora e antiparasitária e para outras afecções. É preciso mais pesquisas com ambas as plantas de estudo e também com muitas outras plantas utilizadas de forma empírica, que podem facilitar os pesquisadores a desenvolverem novos agentes contra inúmeros tipos de doenças. 
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