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OT1_Aula 1

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Estudo Dirigido
Disciplina: Oficina de Tradução - PROSA
Aula 01: Unidades de Tradução
-Conhecer o conceito de unidade de tradução proposto por diferentes autores;
-Relacionar os conceitos de unidade de tradução a exemplos;
-Refletir sobre os aspectos positivos e negativos dos diferentes conceitos de unidade de tradução.
 Introdução da aula
Na aula 01 discutiremos um importante conceito para a teoria da tradução, que é o de “unidade de tradução”. Diversos autores discutem esse conceito em suas obras e muitos deles concordam que uma unidade de tradução pode variar de um sintagma a um texto inteiro. Há ainda autores que ressaltam o fato de as unidades de tradução variarem conforme a língua do texto, e outros que argumentam que a unidade de tradução é objetiva e universal e independente do par de línguas ou do gênero das obras envolvidas na tradução. 
Aprenda mais!
Para saber mais sobre o conceito de unidade de tradução, visite o site da revista Travessias, publicada pelo Grupo de Pesquisas em Educação, Cultura, Linguagem e Arte e do Programa de Pós-Graduação em Letras da UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Lá, acesse a revista número 1, de 2010, e leia o artigo “O significado e o sentido na unidade da tradução”, de Elena Beliakova e Zoia Prestes. Link direto para o resumo do artigo: http://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/3648.
*Nesta aula, você:
-Conheceu o conceito de unidade de tradução proposto por diferentes autores;
-Relacionou os conceitos de unidade de tradução a exemplos;
-Refletiu sobre os aspectos positivos e negativos dos diferentes conceitos de unidade de tradução.
Próxima aula 
*Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
-Revisará os conceitos de coerência e coesão;
-Refletirá sobre a importância da coesão e da coerência no trabalho do tradutor.
 ATIVIDADE
Nesta aula discutimos o conceito de unidade de tradução a partir de diferentes perspectivas. Monte um quadro comparativo que resuma os conceitos vistos, associando-os aos autores que os propuseram. Seja cuidadoso ao realizar esta atividade, pois esse quadro será de grande valia na hora de estudar para a prova, que é quando você precisará rever o que foi estudado nesta aula.
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Dentre os procedimentos envolvidos na categorização intitulada “tradução direta”, proposta por Vinay & Darbelnet, estão:
Tradução literal e equivalência
Empréstimo e tradução literal
Adaptação e transposição
Modulação e empréstimo 
Decalque e transposição
O termo átomo de tradução refere-se:
à coleção de microunidades de tradução identificadas no texto de partida.
ao conjunto de focos de atenção do tradutor na transposição para a língua alvo.
ao total de macro unidades de tradução no texto produzido na língua de chegada.
aos menores segmentos do texto original a serem traduzidos como um todo.
ao texto original como um todo e às equivalências de suas partes no texto de chegada.
Na tradução, o objetivo do protocolo de pensamento em voz alta é:
Observar a compreensão e a produção de sons na língua estrangeira.
Investigar o processo de raciocínio do tradutor na prática de seu ofício.
Produzir material histórico sobre o processo de tradução de determinada obra.
Avaliar a velocidade na qual o tradutor encontra os equivalentes entre LF e LA.
Medir o desempenho do tradutor para classificação de seu grau de experiência.
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Conteúdo Online
A unidade de tradução (UT) vem sendo considerada a partir de diversas perspectivas. Uma de suas primeiras abordagens vem da estilística comparativa de Vinay & Darbelnet, que definiram a unidade de tradução como “o menor segmento do discurso cujos signos estejam relacionados de modo tal que não podem ser traduzidos separadamente”. A visão dos autores sobre o conceito de unidade de tradução foi duramente criticada por ser exageradamente prescritiva, focada na língua de partida e baseada em traduções idealizadas. 
Atualmente, a conceituação proposta por Vinay & Darbelnet é substituída por pesquisas empíricas mais recentes na tradução, embora continue sendo uma definição importante na pedagogia da tradução. Dentre as reflexões sobre a definição proposta pelos autores para o termo “unidade de tradução” estão os questionamentos sobre as mesmas se tratarem de unidades da língua ou do texto de partida ou estarem relacionadas à semântica ou sintaxe no nível linguístico no qual ocorrem. 
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A crescente diversidade de pesquisas relacionadas à temática da unidade de tradução vem sendo acompanhada de algumas propostas de diferenciação terminológica. Paul Bennett, por exemplo, propôs o termo átomo de tradução para identificar os menores segmentos a serem traduzidos como um todo. O autor reconhece que tais átomos podem também fazer parte de unidades maiores que sejam operacionais na tradução. Paul Bennett também propõe o termo foco de tradução para nomear um segmento do texto de partida no qual o tradutor concentra sua atenção em determinado momento. 
Analogamente, Kirsten Malmkjær argumenta que a sentença parece ser uma estrutura plausível sobre a qual se concentrar como unidade de tradução, pois a mesma é uma unidade gerenciável do foco de atenção. Outro termo cunhado por Paul Bennett é o de macrounidade da tradução, que designa a maior unidade linguística a ser considerada pelo tradutor na tomada local de decisões relacionadas à tradução. Em geral, todo o texto é uma macrounidade, mas, dadas as limitações da memória de trabalho, dificilmente ele constituirá um foco de tradução.
A UT nos estudos de tradução orientados ao processo
Nos estudos de tradução orientados ao processo, que se ocupam, principalmente, da investigação da atividade cognitiva do tradutor enquanto na realização da tarefa de traduzir, os pesquisadores acreditam que a unidade de tradução refere-se ao trecho do texto fonte no qual o tradutor concentra sua atenção de modo a produzi-lo como um todo na língua de chegada. Alves & Gonçalves sustentam que a unidade de tradução é um segmento em constante transformação que se modifica conforme as necessidades cognitivas do tradutor. Segundo essa visão, não é possível identificar unidades de tradução com base nas estruturas da língua de partida ou em trechos do texto original. Em vez disso, a identificação das unidades de tradução aconteceria somente em tempo real, à medida que o tradutor traduz.
Para isolar as unidades de tradução, os pesquisadores tradicionalmente utilizam os Protocolos de Pensamento em Voz Alta, do inglês “Think Aloud Protocols” (TAP). Nesse método, o que se vê é a tentativa de o tradutor verbalizar seus processos de pensamento enquanto traduzem. Uma dificuldade dessa abordagem de investigação, entretanto, é que somente uma pequena parte das informações obtidas com o protocolo está relacionada a informações sobre o foco de atenção no texto fonte. 
Além disso, como as verbalizações relacionadas ao texto de partida tendem a acontecer somente quando o tradutor está em um momento de dificuldade com o texto, alguns pesquisadores alguns pesquisadores acabam por estabelecer uma relação entre unidades de tradução e problemas de tradução. Livbjerg & Mees, por exemplo, definem a unidade de tradução como qualquer palavra ou sintagma no texto original, ou qualquer aspecto relacionado à palavra ou ao sintagma, que seja verbalizado pelo tradutor e para o qual esse profissional expressa algum tipo de dúvida com relação a sua tradução adequada. Barbosa & Neiva, por outro lado, dizem que as unidades de tradução não são definidas pelos problemas, mas demarcadas pelas dificuldades que causam paradas no fluxo da tradução. Mais recentemente, dados sobre momentos de parada obtidos através do registro da digitação foram usados para investigar o modo como os tradutores segmentam o texto a ser traduzido e seu processamento. Os resultados indicamque os momentos de interrupção no fluxo da tradução indicariam o volume de informações sendo processadas ao mesmo tempo. 
	Mais recentemente, dados de pausa na tradução obtidos através da gravação da digitação vêm sendo usados para explorar o modo como os tradutores segmentam o processamento. A premissa é a de que a distribuição das pausas no processamento da cadeia a ser traduzida possa ajudar na identificação do volume de informações processadas por vez e, assim, contribuir para a compreensão do que seria a unidade de tradução.
A UT nos estudos de tradução orientados ao produto
Enquanto as abordagens orientadas ao processo classificam a unidade de tradução como segmentos do texto original, os estudos da tradução orientados ao produto começam no texto de chegada e encaram a unidade de tradução como sendo a unidade do texto traduzido que pode ser relacionada a outra no texto original. Existem poucos estudos que descrevem como essa correlação deve ser feita, mas Gideon Toury publica informações importantes sobre esse pensamento. 
O autor está interessado na identificação de pares relacionados de soluções na língua alvo (segmentos substitutos) e problemas na língua fonte (segmentos substituídos), mas reconhece que tal correlação é de difícil identificação por serem de natureza dinâmica e estarem fortemente relacionados ao contexto. Apesar de o conceito de pares relacionados, mas comumente conhecido como equivalência, servir primeiramente para que os analistas da tradução consigam reconstruir as decisões tomadas pelo tradutor, o autor sugere que elas também podem ter papel significativo na utilização dessas escolhas de tradução; que podem ser armazenadas pelos tradutores em memórias de longo prazo e recuperadas em tarefas futuras.
A UT na tradução assistida por computador e na linguística de corpus
	Na tradução auxiliada por computador, a unidade de tradução tende a ser usada de uma maneira que enfatiza tanto o texto original quanto o texto traduzido. Em sistemas de memória de tradução, por exemplo, uma unidade de tradução é um segmento do texto original armazenado na memória de tradução juntamente com sua tradução correspondente. Tais segmentos tendem a ser armazenados no nível da sentença, refletindo a relativa facilidade com a qual as fronteiras de uma frase podem ser automaticamente identificadas. 
Embora sejam realizadas tentativas de extração automática de unidades de tradução a partir de corpora paralelos, a linguística computacional reconhece que mesmo que o processo de tradução possa ser visto como composicional – ou seja, a tradução de um texto é considerada como uma função da tradução de suas partes – essa composição continua sendo uma noção relativa no que se refere aos produtos da tradução e não está obvio, portanto, onde ficam as fronteiras entre as unidades de tradução. Assim sendo, se trechos repetidos do texto fonte continuam a receber a mesma tradução na língua de chegada, então é possível tomar esse fato como evidência quantitativa de que existem unidades dos textos de partida e chegada entre as quais existe uma relação relativamente estável de tradução.
Em um corpus paralelo, a recorrência também é usada como critério para identificação de unidades de tradução. Para Wolfgang Teubert, as unidades de tradução são segmentos do texto original – normalmente unidades compostas, com mais de uma palavra, colocações ou conjuntos de sintagmas – que são grandes o suficiente para terem um único significado, de modo que para cada unidade de tradução existe somente um equivalente na língua de destino, ou, se existirem vários, então esses equivalentes serão sinônimos. Embora sejam segmentos do texto fonte, as unidades de tradução são vistas aqui através do prisma da língua alvo; uma perspectiva bastante semelhante a de Vinay & Darbelnet. 
Um pouco sobre Linguística de Corpus
	Um corpus (no plural, corpora) é uma coleção de textos que são objeto de um estudo literário ou linguístico. Na linguística de corpus contemporânea, essas coleções são mantidas em formato eletrônico, o que permite a inclusão de uma enorme quantidade de textos (que normalmente contêm centenas de milhares de palavras), e o acesso a eles por meio de programas computacionais específicos para manipulação de corpora. Embora a maioria das definições reforce a necessidade de critérios e propósitos específicos para formalização do corpora, há autores que admitem que qualquer coleção de textos, até mesmo toda a World Wide Web, pode ser considerada um corpus desde que seu conteúdo seja foco de um estudo linguístico. Independente da maneira como tenha sido criado, o corpora precisa conter material autêntico, ou seja, amostras de língua falada ou escrita que tenham ocorrido naturalmente, sem a intervenção de um linguista. 
Os linguistas de corpus então adotam uma abordagem de estudo da língua que seja consistente com o empirismo defendido pelos estudos descritivos da tradução desde a década de 1970. À época, os pesquisadores eram extremamente críticos com relação ao uso da introspecção nos estudos da teoria da tradução e renegavam as abordagens que encaravam as traduções como idealizadas, em vez de fatos observáveis.
Foi Mona Baker quem viu na linguística de corpus uma possibilidade de tornar os estudos da tradução mais transparentes e passíveis de serem replicados. Seus primeiros trabalhos nessa área ficaram conhecidos como “estudos da tradução baseados em corpus” – ETC, ou CTS, do inglês “Corpus based Translation Studies”.
Tipologia para corpora orientados à tradução
	Diferentes pensadores formalizaram tipologias de corpora que são bastante relevantes aos estudos da tradução. Em um alto nível de abstração, os corpora podem ser divididos em monolíngues – nos quais estão armazenados textos em uma única língua – e bilíngues ou multilíngues – onde estão armazenados textos em duas ou mais línguas. Outra classificação mais geral está relacionada ao fato de os textos serem originais ou traduzidos na língua em questão. Atualmente, os corpora mais famosos fora do âmbito dos estudos da tradução são os grandes corpora monolíngues de referência, como o British National Corpus, que contém 100 milhões de palavras originalmente faladas ou escritas em inglês britânico. Corpora deste tipo são denominados não traduzíveis. O Translational English Corpus talvez seja o corpus traduzível mais conhecido. Ele continua a ser desenvolvido sob a coordenação de Mona Baker na Universidade de Manchester, e contém mais de dez milhões de palavras de textos traduzidos para o inglês a partir de diversas línguas de origem.
Os corpora também podem ser classificados conforme a relação que mantêm com seus subcorpora, quando esses existirem. Assim, um corpus monolíngue pode ser formado por dois subcorpora; um traduzível e outro não traduzível. Se os dois conjuntos de textos cobrirem o mesmo os mesmos gêneros basicamente nas mesmas proporções, tiverem sido publicados no mesmo período, abordarem os mesmos domínios, etc., podemos então chama-lo de corpus monolíngue comparável. Corpora monolíngues comparáveis viabilizam investigações sistemáticas a respeito de como o texto traduzido se difere de um não traduzido na mesma língua e são, portanto, um recurso essencial a pesquisa que visa a isolar as características da tradução. Analogamente, os subcorpora presentes em corpora bilíngues podem estar relacionados a partir de valores compartilhados para atributos como gênero, data e local de publicação, domínio, etc., e podem ser combinados de modo a formar um corpus bilíngue comparável. Os corpora comparáveis bilíngues costumam ser utilizados como fonte de dados da linguística contrastiva e têm seu valor justamente por estarem livres de diversos efeitos da tradução. 
Em um corpus bilíngue, os subcorpora podem estar relacionados através de traduções, ou seja, o corpus pode conter textos em uma língua juntamente com suas traduções para outras línguas. Corpora desse tiposão conhecidos como corpora paralelos e costumam estar alinhados, ou seja, são disponibilizados links entre as unidades dos textos fonte e traduzido, em geral no nível da sentença. Isso permite a concordância bilíngue, na qual a busca por uma palavra em uma determinada língua retorna todas as frases que contenham aquela palavra alinhadas com seus equivalentes em outras línguas. 
Os corpora paralelos estão disponíveis para diversos pares de línguas e vêm sendo usados na formação de tradutores para ajudá-los a encontrar soluções para problemas característicos da tradução e que não surgem em outros tipos de redação. 
Vinay & Darbelnet são dois teóricos da tradução responsáveis por uma análise comparativa entre o inglês e o francês. Os autores categorizam as estratégias de tradução em direta e oblíqua e, dentro dessas duas categorizações, descrevem sete procedimentos. A tradução direta envolve (1) o empréstimo; (2) o decalque e (3) a tradução literal. A tradução oblíqua, por sua vez, compreende (4); a transposição; (5) a modulação; (6) a equivalência e (7) a adaptação. Para saber mais sobre os pensamentos de Vinay e Darbelnet, leia o artigo “Modalidades Tradutórias”, de Thaís Rodrigues, disponível em � HYPERLINK "http://amigonerd.net/sociais-aplicadas/letras/modalidades-tradutorias" �http://amigonerd.net/sociais-aplicadas/letras/modalidades-tradutorias� (acesso em 18 de abril de 2013).
O termo “memória de trabalho” faz referência ao sistema cerebral que disponibiliza espaço temporário para armazenamento e manipulação das informações necessárias em tarefas cognitivas como compreensão da linguagem, aprendizado e raciocínio. A memória de trabalho está dividida em três subcomponentes: (1) o executivo central, que é o sistema controlador da atenção e que tem papel essencial em tarefas como jogar xadrez, por exemplo, e está particularmente susceptível ao efeitos do mal de Alzheimer; (2) o bloco de notas viso-espacial, que manipula imagens visuais; e (3) a curva fonológica, que armazena informações relacionadas à fala e é necessária na aquisição de vocabulário tanto na língua materna quanto em uma língua estrangeira. Visite o site “O cérebro nosso de cada dia” e aprenda mais sobre essa importante característica do cérebro. Disponível em http://www.cerebronosso.bio.br/genius-memria-de-trabalho (acesso em 18 de abril de 2013). 
A unidade de tradução é um segmento do texto de partida, independente de tamanho e forma específicos, para o qual, em um dado momento, se dirige o foco de atenção do tradutor. Trata-se de um segmento em constante transformação que se modifica segundo as necessidades cognitivas e processuais do tradutor. A unidade de tradução pode ser considerada como a base cognitiva e o ponto de partida para todo o trabalho processual do tradutor. Suas características individuais de delimitação e sua extrema mutabilidade contribuem fundamentalmente para que os textos de chegada tenham formas individualizadas e diferenciadas. O foco de atenção e consciência é o fator direcionador e delimitador da unidade de tradução e é através dele que ela se torna momentaneamente perceptível.
ALVES, Fabio; MAGALHÃES, Celia; PAGANO, Adriana. Traduzir com Autonomia: estratégias para o tradutor em formação. São Paulo: Contexto, 2000.
O protocolo de pensamento em voz alta não é um método exclusivo dos estudos da tradução. Ele permite aos pesquisadores compreender, ao menos em parte, o processo de pensamento de um sujeito à medida que utiliza um produto, dispositivo, manual, ou qualquer outro artefato. O pesquisador observa o sujeito enquanto ele tenta concluir uma tarefa e, idealmente, só se manifesta quando deseja lembrar ao sujeito observado para continuar falando. Enquanto “pensa alto” à medida que desempenha a tarefa, o sujeito pode explicar seu raciocínio e verbalizar as eventuais dificuldades que vivenciar no processo.
Gideon Toury fez diversas contribuições importantes para a Teoria da Tradução a partir de sua abordagem sistêmica. Segundo sua perspectiva, os textos traduzidos não devem ser analisados como unidades isoladas, mas como partes de um ambiente mais amplo no qual servem a certas funções juntamente com outras unidades do sistema. Toury introduziu também o conceito de “normas” aos estudos da tradução. Nele, o autor sugere que o processo de tradução é governado por algumas normas, assim como também o são as decisões tomadas pelo tradutor. 
Toury também foi responsável por apresentar uma nova interpretação para o conceito de “equivalência”. Antes dele, os estudiosos da tradução orientados à linguística concentravam-se na equivalência assumindo que o texto traduzido deveria ser o máximo possível equivalente ao texto fonte. Para Toury, entretanto, a equivalência é um termo funcional relativo. Não existe somente uma relação absoluta única entre o texto de partida e o texto de chegada. O tipo e a extensão da equivalência podem variar. Em outras palavras, segundo Toury, a equivalência pode ser descrita como qualquer tipo de relação entre o texto traduzido e o texto fonte, o que faz com que o significado do termo se torne mais flexível e dinâmico. 
Um sistema de memória de tradução é um programa de computador que auxilia os tradutores humanos. Grosso modo, ele funciona da seguinte maneira: o tradutor traduz palavras e sintagmas de uma língua fonte para uma língua alvo, o sistema de memória armazena a informação do segmento original e seu equivalente traduzido e, quando aquelas palavras ou aqueles sintagmas aparecerem novamente no futuro, o programa sugere ao tradutor a tradução previamente armazenada. O tradutor pode optar por usar a tradução oferecida ou modificá-la. Estima-se que os sistemas de memória de tradução diminuam de 30% a 80% os custos da tradução. Eles são especialmente úteis no trabalho de tradução envolvendo manuais, guias de usuário, materiais de treinamento e outros documentos técnicos. Dentre os de sistemas de memória de tradução mais usados temos o Wordfast e o Trados.
De maneira bastante simples, a Linguística Computacional é o estudo científico da linguagem a partir da perspectiva computacional. Os linguistas computacionais estão interessados em oferecer modelos computacionais para diferentes tipos de fenômenos linguísticos. Em alguns casos, os trabalhos na Linguística Computacional podem ser motivados por uma perspectiva científica na qual se está tentando formalizar uma explicação computacional para um fenômeno linguístico ou psicolinguístico em particular; e, em outros casos, a motivação pode ser mais tecnológica e com o objetivo de produzir, por exemplo, um componente funcional para um sistema de fala ou linguagem natural. A verdade é que o trabalho do linguista computacional pode ser incorporado a muitos sistemas distintos, inclusive os de reconhecimento de voz, os sintetizadores que transformam textos em fala, os sistemas automatizados de resposta por voz, as máquinas de busca, os editores de texto, etc.
Para saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo “Breve historia de la Linguística Computacional” (em espanhol), disponível em � HYPERLINK "http://www.youtube.com/watch?v=1jq85glIcwY" �http://www.youtube.com/watch?v=1jq85glIcwY� (acesso em 21 de abril de 2013).

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