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28 | Açores magazine | 1 de dezembro de 1 CONSULTÓRIO 29 1 de dezembro de 1 | Açores magazine | CONSULTÓRIO Nestes animais a claudi- cação (coxeio) tende a ser pior no início do exercício, melhorando depois de serem exerci- tados algum tempo (”aquecidos”). Uma exceção a este padrão são os casos já graves, nos quais o exercício dos animais piora signi- ficativamente a claudica- ção (mesmo depois de “aquecidos” pelo exercí- cio). Também o anda- rem em piso duro piora a manifestação em rela- ção ao exercício em piso mole (macio, como por exemplo a serradura). Para orientar o diagnóstico do esparavão podem ser realiza- das flexões do membro pélvico as quais ao serem positivas podem dar indicação para a realização de bloqueios anesté- sicos regionais. Estes bloqueios permitem concluir nos casos positivos que, se quando determinadas regiões ou articula- ções são anestesiadas o animal melhora, a origem do problema poderá estar identifi- cada. A realização de radiografias é obriga- tória para identificar as eventuais lesões articulares. No entan- to, existem casos clíni- cos que apresentam radiografias normais ou com poucas alterações mas têm uma claudica- ção significativa. Portanto, o diagnóstico terá de ser apoiado no conjunto dos meios de diagnóstico utilizados e nunca apenas num único resultado isolada- mente (apenas nas fle- xões, ou nas anestesias ou nas radiografias). Quanto ao tratamento, naturalmente que dependerá da severida- de dos sintomas/qua- dro clínico mas poderá incluir apenas repouso de duração variável, anti inflamató- rios sistémicos que, não sendo suficientes, são associados a corticosteroides intra-articulares. Em qualquer situação clíni- ca que exista, é sempre exigida a avaliação mecânica e angular dos membros pélvicos do cavalo para instituir a mais adequada ferração corretiva, por ferradores especiali- zados e com o auxílio do médico veterinário assistente. A ferração tecnicamente estuda- da pode ter resultados muitos bons e ser bas- tante efetiva a ponto de ser o único suporte a manter, desde que a inflamação aguda do processo seja aliviada. De entre inúmeras patologias que se manifestam por claudi- cação (”manqueira” ou “coxei- ra”) nos cavalos e que afetam a sua vida desportiva, o espa- ravão ósseo (ou osteoartrite társica proliferativa) tem rele- vância no que concerne ao desempenho dos membros pélvicos (”pernas”) destes ani- mais. Esta afeção surge nas articulações do jarrete (que compõem o osso tarso e a sua relação com o metatarso) como consequência da evolu- ção da doença articular dege- nerativa (DAD). A este nível, as articulações mais envolvidas na patologia são a tarsometa- társica e a intertársica distal e, ocasionalmente, a intertársica proximal. A degeneração articular que origina a evolução do processo parece ser devida a situações de compressão e rotação repetidas dos ossos társicos bem como a existência de tensão excessiva na inser- ção dos ligamentos dorsais principais. Também parece ser relevante a conformação do animal e em específico o ângulo formado pelo tarso, bem como a sua idade. Cavalos com jarretes estreitos e finos são mais afetados que os de estrutura mais bem des- envolvida. De um modo geral, o histórico clínico do animal envolve clau- dicação (coxear) gradual e intermitente, que tende a pio- rar após períodos de exercício intenso e que melhora apenas com períodos de repouso. Em cavalos montados, há eviden- cia da dificuldade em realizar círculos ou manobras que os obriguem a apoiar significativamente no(s) membro(s) afe- tado(s), demonstrando objeção a essas manobras pelo rodar as orelhas para trás e, eventualmente, dando “pinotes”. Esparavão ósseo em cavalos Francisco Teves Médico veterinário
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