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Esparavão ósseo em cavalos

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| Açores magazine |
1 de dezembro de 1
CONSULTÓRIO
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1 de dezembro de 1
| Açores magazine |
CONSULTÓRIO
Nestes animais a claudi-
cação (coxeio) tende a
ser pior no início do
exercício, melhorando
depois de serem exerci-
tados algum tempo
(”aquecidos”). Uma
exceção a este padrão
são os casos já graves,
nos quais o exercício
dos animais piora signi-
ficativamente a claudica-
ção (mesmo depois de
“aquecidos” pelo exercí-
cio). Também o anda-
rem em piso duro piora
a manifestação em rela-
ção ao exercício em piso
mole (macio, como por exemplo a serradura).
Para orientar o diagnóstico do esparavão podem ser realiza-
das flexões do membro pélvico as quais ao serem positivas
podem dar indicação para a realização de bloqueios anesté-
sicos regionais. Estes bloqueios permitem concluir nos casos
positivos que, se quando determinadas regiões ou articula-
ções são anestesiadas
o animal melhora, a
origem do problema
poderá estar identifi-
cada. A realização de
radiografias é obriga-
tória para identificar
as eventuais lesões
articulares. No entan-
to, existem casos clíni-
cos que apresentam
radiografias normais ou
com poucas alterações
mas têm uma claudica-
ção significativa.
Portanto, o diagnóstico
terá de ser apoiado no
conjunto dos meios de
diagnóstico utilizados e
nunca apenas num
único resultado isolada-
mente (apenas nas fle-
xões, ou nas anestesias
ou nas radiografias).
Quanto ao tratamento,
naturalmente que
dependerá da severida-
de dos sintomas/qua-
dro clínico mas poderá
incluir apenas repouso de duração variável, anti inflamató-
rios sistémicos que, não sendo suficientes, são associados a
corticosteroides intra-articulares. Em qualquer situação clíni-
ca que exista, é sempre exigida a avaliação mecânica e
angular dos membros pélvicos do cavalo para instituir a
mais adequada ferração corretiva, por ferradores especiali-
zados e com o auxílio
do médico veterinário
assistente. A ferração
tecnicamente estuda-
da pode ter resultados
muitos bons e ser bas-
tante efetiva a ponto
de ser o único suporte
a manter, desde que a
inflamação aguda do
processo seja aliviada.
De entre inúmeras patologias
que se manifestam por claudi-
cação (”manqueira” ou “coxei-
ra”) nos cavalos e que afetam
a sua vida desportiva, o espa-
ravão ósseo (ou osteoartrite
társica proliferativa) tem rele-
vância no que concerne ao
desempenho dos membros
pélvicos (”pernas”) destes ani-
mais. Esta afeção surge nas
articulações do jarrete (que
compõem o osso tarso e a sua
relação com o metatarso)
como consequência da evolu-
ção da doença articular dege-
nerativa (DAD). A este nível, as
articulações mais envolvidas
na patologia são a tarsometa-
társica e a intertársica distal e,
ocasionalmente, a intertársica
proximal. A degeneração articular que origina a evolução
do processo parece ser devida a situações de compressão e
rotação repetidas dos ossos társicos bem como a existência
de tensão excessiva na inser-
ção dos ligamentos dorsais
principais. Também parece ser
relevante a conformação do
animal e em específico o
ângulo formado pelo tarso,
bem como a sua idade.
Cavalos com jarretes estreitos
e finos são mais afetados que
os de estrutura mais bem des-
envolvida.
De um modo geral, o histórico
clínico do animal envolve clau-
dicação (coxear) gradual e
intermitente, que tende a pio-
rar após períodos de exercício
intenso e que melhora apenas
com períodos de repouso. Em
cavalos montados, há eviden-
cia da dificuldade em realizar
círculos ou manobras que os
obriguem a apoiar significativamente no(s) membro(s) afe-
tado(s), demonstrando objeção a essas manobras pelo rodar
as orelhas para trás e, eventualmente, dando “pinotes”.
Esparavão ósseo
em cavalos
Francisco Teves
Médico veterinário

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