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Competência Comunicativa: um contraste entre os 
métodos Audiovisual e Gramática-Tradução 
Communicative Competence: a contrast between the 
Audiovisual and the Grammar- Translation methods 
Bruna Vignetti dos Santos 
Centro de Comunicação e Letras – Universidade Presbiteriana Mackenzie 
Rua Piauí, 143 – 01241-001 – São Paulo – SP 
bru_mack@yahoo.com.br 
Resumo. O trabalho de graduação interdisciplinar intitulado “Competência 
Comunicativa: um contraste entre os métodos Audiovisual e Gramática-
Tradução” tem o objetivo de verificar qual dos dois é o mais eficaz no 
desenvolvimento da competência comunicativa na aprendizagem da Língua 
Inglesa. O método que mais contribuiu para o desenvolvimento da 
competência comunicativa nos alunos foi aquele, que de uma forma ou de 
outra, estimulou os conhecimentos lingüísticos, sociolingüísticos, discursivos 
e estratégicos da língua. 
Palavras-Chave: Aprendizagem. Método. Competência Comunicativa. 
Abstract. The term paper entitled “Communicative Competence: a contrast 
between the Audiovisual and the Grammar- Translation methods” aims to 
verify which of them is the most efficient in developing the communicative 
competence in the learning of English as a Foreign Language. The method 
which best contributed for the development of the communicative competence 
in the students was the one which, one way or the other, stimulated the 
linguistics, sociolinguistics, discoursing and strategic knowledge of the 
language. 
Keywords: Learning. Method. Communicative Competence. 
1. Introdução 
 Em um mundo cada vez mais globalizado, a necessidade que todos temos de 
dominar línguas diferentes daquelas que adquirimos quando crianças tornou-se ainda 
mais essencial. Este tipo de demanda fez crescer o número de cursos de idiomas e, 
paralelamente, o número de indagações sobre as melhores formas e métodos de 
aprendizado de uma língua estrangeira. 
 Muitos métodos, abordagens e técnicas de ensino de língua estrangeira estão 
sendo descobertos, redescobertos e aprimorados na busca de maior eficiência e 
melhores resultados. Dentre tamanha variedade, este trabalho propõe uma contraposição 
entre o método Audiovisual e o Tradicional (Gramática-Tradução), através da qual será 
possível constatar qual dos dois contribui de maneira mais eficaz para que o aprendiz 
atinja a competência comunicativa da Língua Inglesa. O primeiro método acredita que a 
aprendizagem da segunda língua acontece através da formação de hábitos, por isso as 
aulas são ministradas na língua estrangeira e há o uso constante de exercícios 
 
mecânicos, e de práticas contínuas e controladas. Já no segundo, conhecido também 
como Gramática-Tradução, as aulas são ministradas na língua materna, privilegiando a 
compreensão e a prática da escrita. 
 Para ilustrar e comprovar o uso dos métodos em questão, foram assistidas 
algumas aulas e aplicado um teste no terceiro estágio de duas instituições, sendo que em 
uma há a predominância de algumas características do Método Tradicional 
(Gramática-Tradução) e em outra a predominância de algumas características do 
Método Audiovisual. 
2. Considerações teóricas 
 A preocupação com o ensino da língua estrangeira tem sido constante ao longo 
dos últimos cem anos. É preciso salientar, inicialmente, a diferença básica entre 
aquisição e aprendizagem de língua estrangeira, respectivamente language acquisition 
e language learning. 
 Segundo Schütz (2006), enquanto o primeiro termo remete ao “processo de 
assimilação natural, intuitivo, subconsciente, fruto de interação em situações reais de 
convívio humano, em que o aprendiz participa como sujeito ativo”; o segundo pode ser 
entendido como o ato de receber uma dada informação a respeito da língua estrangeira 
e, através de um esforço intelectual, transformá-la em conhecimento acumulando-o 
através da memória. Será usado o termo “aprendizagem” durante o artigo, uma vez que 
o ensino de línguas acontece, na maior parte das vezes, dentro da sala de aula, ou seja, o 
aluno aprende a língua conscientemente, e dificilmente, estará inserido em situações 
reais em que a língua estrangeira é usada . 
 Partindo do princípio de que a Lingüística Aplicada dedica-se a melhorar o 
estudo de LM (língua materna) ou de encontrar métodos mais adequados para levar à 
aprendizagem de uma ou de outra língua estrangeira (Slama,1979:93), é pertinente 
fazer algumas considerações sobre a mesma no presente trabalho. A linguagem, um dos 
objetos de estudo da Lingüística, pode ser vista como um “conjunto de signos”, e signo 
é compreendido como todo símbolo que serve para a comunicação entre os homens. 
 Sabe-se que a linguagem é algo que se forma na sociedade e que surgiu a partir 
do momento em que ocorreu a necessidade de se comunicar e é por isso que é possível 
afirmar que a linguagem nunca é usada para uso pessoal e que ela é, nada mais nada 
menos, que uma instituição social. Nesse sentido, “a língua pode ser vista não apenas 
como um conhecimento abstrato na cabeça das pessoas, mas algo concreto que acontece 
entre as pessoas no mundo físico e real.”1 
Outro aspecto que a Lingüística Aplicada se preocupa em pesquisar é se a 
aprendizagem da Língua Estrangeira (LE) é como a aquisição da Língua Materna (LM). 
Através de pesquisas constatou-se que a aprendizagem da LE não acontece da mesma 
forma da aquisição da LM. Isso porque em primeiro lugar o aparelho fonador do falante 
da língua materna já está condicionado ao seu uso; em segundo, o aprendiz da língua 
estrangeira geralmente não está inserido num ambiente que promova a aprendizagem, 
pois não tem contato integral com os falantes da língua estrangeira; e por fim a 
 
1
 Extraído de: LEFFA, Vilson J. A lingüística aplicada e seu compromisso com a sociedade. Trabalho apresentado no 
VI Congresso Brasileiro de Lingüística Aplicada. Belo Horizonte: UFMG, 7-11 de outubro de 2001. 
 
sociedade, a realidade e a cultura em que o aprendiz está inserido, muitas vezes, são 
totalmente diferentes daquelas da língua estrangeira. Enfim, um aprendiz da língua 
estrangeira, neste caso a inglesa, nunca vai ter a fluência e a competência comunicativa 
do falante, e sim algo que se aproxime delas. Seguem algumas ressalvas de Dulay e 
Burt sobre esta diferenciação, utilizadas por NUNAN (1999:39) em seu livro Second 
Language Teaching & Learning : 
 
Não podemos mais estabelecer hipóteses de semelhança entre a 
aquisição da L2 e L1(...) mesmo que os aprendizes da L1 e da L2 
reconstruam a língua que eles estão aprendendo, é intuitivo esperar que 
a maneira em que eles o farão será diferente. Crianças ao aprenderem 
uma segunda língua normalmente são mais velhas que aquelas que 
aprendem a L1; elas já estão avançadas o bastante em seu 
desenvolvimento cognitivo, e elas já tiveram experiência com uma 
língua antes. 
 
 Ao pesquisar sobre ensino de inglês convém esclarecer também a diferença entre 
ensino de Inglês como língua estrangeira (TEFL)2 e ensino de Inglês como segunda 
língua (TESL)3. Segundo Brown (1994, p120) o TEFL é o caso do Brasil e do Japão, 
quando não se encontram situações para comunicação fora da sala de aula, já o TESL é 
o caso da Austrália e dos Estados Unidos, quando a língua alvo é facilmente encontrada 
fora da sala de aula. 
 Portanto, utilizar-se-á o ensino de Inglês como língua estrangeira, o TEFL, uma 
vez que, no Brasil, é muito raro encontrar contextos em Língua Inglesa fora da sala de 
aula. 
 
3. Método Gramática - Tradução X Método Audiovisual 
O termo “método” será utilizado neste trabalho, uma vez que se refere melhor ao 
tema do artigo, ou seja, estudar como a língua, neste caso o inglês, é apresentada e como 
se dá o planejamento para tal apresentação em escolas que usam em parte o Método de 
Gramática-Tradução e em escolas que usam em parte o MétodoAudiovisual. 
 O Método Gramática-Tradução recebeu este nome em meados do século XIX, 
baseia-se em leitura de textos complexos que não levam em consideração a pronúncia 
correta, e em regras e exercícios gramaticais que são descontextualizados. 
O que caracteriza este método é o fato de as aulas serem ministradas na língua 
materna e os alunos terem contato com a língua estrangeira por meio de textos literários 
acompanhados de um glossário, sendo as regras de gramática explicadas na língua 
materna. Propõe a tradução e a versão como base de compreensão da língua em estudo e 
caracteriza-se por ser um ensino dedutivo, uma vez que o aluno é apresentado 
 
2
 TEFL: Teaching English as a Foreign Language 
 
3
 TESL: Teaching English as a Second Language 
 
primeiramente à forma da língua alvo, para depois analisar e traduzir a língua 
estrangeira. 
Estudos foram sendo realizados e por volta dos anos 50 e 60 surgiu o Método 
Audiolingual que posteriormente originou o Método Audiovisual. Apresentando 
diálogos contextualizados e não sentenças isoladas e soltas, o Método Audiovisual 
emprega certa variedade de técnicas com o uso de cartões ilustrativos, de objetos reais, 
de Cd-ROMs e DVDs. 
Segundo LEFFA , há uma grande preocupação de que os alunos não cometam 
erros. Para tanto, ensina-se através da apresentação gradual de estruturas, por meio de 
exercícios estruturais. Assim, a gramática é apresentada aos alunos através de uma série 
de exemplos ou modelos; e os paradigmas gramaticais e o vocabulário são apresentados 
não através de listas, mas em frases completas. A aprendizagem de uma língua é 
considerada como um processo mecânico de formação de hábitos, rotinas e 
automatismos. 
A fim de estudar o quanto a competência comunicativa é estimulada por esses 
diferentes métodos, foram analisadas as aulas do terceiro nível de duas escolas de 
idiomas diferentes que utilizavam os métodos em questão ou parte deles para ensinar a 
Língua Inglesa. 
 Verifica-se a seguir dois quadros, com as características dos métodos sendo 
destacadas (*) as que foram realmente observadas durante as aulas assistidas: 
 
Método Gramática-Tradução: 
 
 
 
 
 
 
Método Audiovisual: 
 
 
 
4. Competência Comunicativa 
 A teoria de Noam Chomsky de “que toda criança tem a possibilidade de acessar, 
por meio de um mecanismo mental próprio, um código sintático-estrutural da língua, 
que é universal (Universal Grammar), ao qual ela é exposta sistematicamente” (REIS, 
1998, p.15) não foi suficiente para definir “competência”. Para aprender a língua 
estrangeira segundo os parâmetros comunicativos, o aluno precisa desenvolver uma 
competência maior do que a apontada por Chomsky. Dell Hymes, um lingüista norte-
americano, desafiou as formulações de Chomsky baseado no pressuposto de que 
pessoas diferentes têm comandos diferentes sobre sua língua. Este ponto de vista o fez 
desenvolver o termo competência comunicativa, que parece apresentar um sentido mais 
inclusivo, uma vez que engloba o conjunto inteiro de conhecimentos: lingüísticos, 
sociolingüísticos, discursivos e estratégicos. 
Brown (1994 a, p.227) resume a competência comunicativa como sendo umas das 
competências que o indivíduo possui e que o possibilita emitir e interpretar mensagens e 
negociar seus significados, interpessoalmente, em contextos específicos. 
Ao discorrer sobre competência comunicativa Hanna (2001, p.38) destaca as 
quatro dimensões de competência comunicativa desenvolvidas a partir da teoria de 
Widdowson , a qual foi complementada pelas análises de Merril Swain: 
1 - competência gramatical implica no domínio do código lingüístico da língua alvo 
habilitando o aluno a reconhecer as características lexicais, morfológicas, sintáticas e 
fonológicas da língua alvo e manipulá-las para formar palavras e períodos. 
 
2 - competência sociolingüística relacionada ao conhecimento das regras 
socioculturais que norteiam o uso da língua, compreensão do contexto social no qual a 
língua é usada. Tal competência permite o julgamento da adequação do uso da língua às 
diversas situações. 
3 - competência discursiva diz respeito à conexão de uma série de orações e frases 
com a finalidade de formar um todo significativo. Este conhecimento tem de ser 
compartilhado pelo falante/escritor e ouvinte/leitor. 
4 - competência estratégica são estratégias de enfrentamento que devem ser usadas 
para compensar qualquer imperfeição no conhecimento das regras. 
 
4. Conclusão 
 O método que apresentou melhor resultado é justamente o que faz com que o 
aluno tenha uma autonomia maior sobre a língua, pois escutando o inglês o tempo todo, 
ele pode utilizá-la mais facilmente, julgando quais palavras pode ou não usar em uma 
determinada situação. Porém, um ponto negativo sobre a escola que usa o método 
Audiovisual é que nas primeiras aulas, pelo não uso do português, o aluno se sente 
como um “papagaio” escutando e repetindo uma seqüência de sons que, em princípio, 
não fazem sentido, sendo que só depois de várias aulas, ele passa a entender o que está 
escutando e falando. Outra desvantagem é que o aluno, neste método, sempre é 
colocado em evidência, e, portanto os seus erros também. Sempre que pedido para 
repetir uma estrutura, ele deve fazê-lo sozinho, e se erra, ele é corrigido na frente de 
todos. Se por um lado isso é bom, porque o professor pode reconhecer o erro e corrigi-lo 
corretamente, por outro, o aluno pode sentir-se frustrado e coagido por ter sido posto em 
evidência. 
 O método que apresenta a Língua Inglesa através da LM de forma fragmentada, 
reduzida a frases isoladas (Gramática e Tradução) apresentou um resultado aquém ao do 
Audiovisual, o que não implica que não seja bom. Neste método, o aluno tem pouca 
autonomia da língua, pois em todas as aulas é submetido a uma seqüência de “drills” e 
sua função é repeti-los e fazer as modificações necessárias quando pedido; porém, em 
algumas partes das aulas eles podem ir e vir na língua inglesa quase que livremente, 
pois ao sentarem em duplas para montar diálogos ou perguntar e responder 
questionários, eles o fazem sem a imposição do professor. O professor fica à disposição 
dos alunos para eventuais dúvidas, e eles ficam conversando entre si, seguindo o que foi 
proposto em seus livros. Um aspecto positivo é que o aluno nunca é posto em foco 
sozinho durante a aula, a construção acontece sempre em grupo, o que eventualmente 
pode evitar a frustração e o embaraço do aluno. Entretanto, fica difícil para que o 
professor descubra qual aluno está cometendo o erro e o que ele está errando, para fazer 
a correção corretamente. 
 Ficou constatado, por fim, que o método que melhor desenvolve a Competência 
Comunicativa nos alunos é o que trabalha com a oralidade e a prática da mesma inserida 
em contextos quase que reais em sala de aula, ou seja, o Audiovisual. 
 
 
 
 
Referências: 
BARROS, Célia Silva Guimarães Barros. Pontos de Psicologia Geral. 15ª edição. São 
Paulo: Ática,1998. 
BROWN, H. Douglas. Teaching by principles: an interactive approach to language 
pedagogy. Englewood cliffs: Prentice-Hall Regents, 1994. 
HANNA, Vera Lucia Harabagi; AZEVEDO, Wilton. Autenticidade e cultura num 
aprendizado significativo: contribuição para uma metodologia do ensino de inglês como 
língua estrangeira numa abordagem comunicativa. 2001. (Mestrado em Educação, Arte 
e História da Cultura)-Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2001. 
LEFFA, Vilson J. A lingüística aplicada e seu compromisso com a sociedade. Trabalho 
apresentado no VI Congresso Brasileiro de Lingüística Aplicada. Belo Horizonte: 
UFMG, 7-11 de outubro de 2001. Disponível em: 
<http://www.leffa.pro.br/Metodologia_ensino_linguas.htm >. Acesso em: 23 setembro, 
2007. 
REIS, Mariza.A importância da competência gramatical no ensino comunicativo. São 
Paulo: Oficina de textos, 1998. 
NUNAN, David. Language teaching methodology. Great Britain: Redwood Books, 
1995. 
NUNAN, David. Second language teaching and learning. Boston:Heinle & Heinle, 
1999. 
RICHARDS, Jack & Rodgers, Teodore. Approaches and methods in language teaching. 
New York: Cambridge University Press, 1990. 
SLAMA-CAZACU, Tatiana; CABRAL, Leonor Scliar, Trad. Psicolingüística aplicada 
ao ensino de línguas. São Paulo: Pioneira, 1979. 
SCHÜTZ, Ricardo. O que significa aprender inglês. Disponível em: 
<http://www.sk.com.br/sk-oque.html>. Acesso em: 31 ago,2007.

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