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INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO - ICSC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO APS - ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS Disciplina-Âncora: E.O - ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS Tema: Ambiente Contextual, Estratégia e Estágio de Desenvolvimento da Empresa como Determinantes da Estrutura Organizacional: um estudo em uma empresa de médio porte. BRASÍLIA 2016 Atividade Prática Supervisionada (APS) apresentada como exigência para a avaliação do 3º semestre, do curso de Administração da Universidade Paulista, sob orientação do professor do semestre. Orientador: Prof. Gilberto França DAVID ERICK DA SILVA (RA: C583FB1) Turma: AD3P30 RAQUEL DA SILVA REZENDE (RA: C5540D8) Turma: AD3P30 THAYS LOREN BORGES (RA: C732818) Turma: AD2P30 WELLINGTON DE SOUSA PEREIRA (RA: C641EG5) Turma: AD3P30 WEVERTON BARBOSA ALVES (RA: C545651) Turma: AD3P30 APS - ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS Tema: Ambiente Contextual, Estratégia e Estágio de Desenvolvimento da Empresa como Determinantes da Estrutura Organizacional: um estudo em uma empresa de médio porte. Empresa: CPC ESTRUTURAS LTDA. BRASÍLIA 2016 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................5 1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL: FORMAS E IMPACTOS ............................................................................6 1.1 DEFINIÇÕES DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .......................................................................................................6 1.2 ESTRUTURAS MÚLTIPLAS .........................................................................................................................................7 1.3 FORMAS ESTRUTURAIS .............................................................................................................................................7 2 COMPLEXIDADE ....................................................................................................................................................8 2.1 DIFERENCIAÇÃO HORIZONTAL ..................................................................................................................................8 2.2 DIFERENCIAÇÃO VERTICAL .......................................................................................................................................8 2.3 DISPERSÃO GEOGRÁFICA .........................................................................................................................................8 3 VARIAÇÃO DOS ELEMENTOS DA COMPLEXIDADE .......................................................................................9 3.1 COORDENAÇÃO E CONTROLE ...................................................................................................................................9 4 FORMALIZAÇÃO .................................................................................................................................................. 10 4.1 FORMALIZAÇÃO MÁXIMA .........................................................................................................................................10 4.2 FORMALIZAÇÃO MÍNIMA ..........................................................................................................................................10 4.3 MEDIÇÃO DA FORMALIZAÇÃO .................................................................................................................................11 5 FORMALIZAÇÃO E IMPACTOS SOBRE OS INDIVÍDUOS ............................................................................. 11 5.1 REAÇÕES À FORMALIZAÇÃO ...................................................................................................................................12 5.2 OUTRAS PECULIARIDADES ORGANIZACIONAIS .......................................................................................................13 5.2.1 Centralização do poder ..................................................................................................................................13 5.2.2 Mudança do programa ...................................................................................................................................13 5.2.3 Tecnologia ........................................................................................................................................................13 6 CENTRALIZAÇÃO ................................................................................................................................................ 14 6.1 O QUE É CENTRALIZADO E DESCENTRALIZADO ......................................................................................................15 6.2 CENTRALIZAÇÃO E OUTRAS CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS.......................................................................15 6.3 TAMANHO ................................................................................................................................................................15 6.4 CENTRALIZAÇÃO E CONSIDERAÇÕES MACRO POLÍTICAS .......................................................................................18 6.5 CENTRALIZAÇÃO E CONSIDERAÇÕES MICROPOLÍTICAS .........................................................................................20 6.6 OS IMPACTOS DA CENTRALIZAÇÃO.........................................................................................................................20 6.7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL: EXPLICAÇÕES ......................................................................................................21 7 EXPLICAÇÕES CONTEXTUAIS .......................................................................................................................... 22 7.1 TAMANHO ................................................................................................................................................................22 7.2 TECNOLOGIA ...........................................................................................................................................................24 7.3 CULTURA INTERNA ..................................................................................................................................................26 7.4 O AMBIENTE ............................................................................................................................................................26 7.5 CULTURA NACIONAL ...............................................................................................................................................27 8 PROJETO ORGANIZACIONAL ........................................................................................................................... 29 8.1 ESCOLHA ESTRATÉGICA .........................................................................................................................................29 8.2 O VIÉS MARXISTA ....................................................................................................................................................30 8.3 O VIÉS DO DOWNSIZING ..........................................................................................................................................30 8.4 ESCOLHA ESTRATÉGICA: UM RESUMO ...................................................................................................................31 8.5 A EXPLICAÇÃO INSTITUCIONAL ...............................................................................................................................319 EXPLICAÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ..................................................................................... 32 10 RESUMO E CONCLUSÕES DO REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 32 11 ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE MÉDIO PORTE ......................................................................... 33 11.1 PERFIL DA ORGANIZAÇÃO ......................................................................................................................................33 11.2 FORÇA DE TRABALHO .............................................................................................................................................40 11.3 MERCADOS E CLIENTES .........................................................................................................................................42 11.4 PRINCIPAIS CONCORRENTES .................................................................................................................................42 11.5 PRINCIPAIS FORNECEDORES E MATÉRIAS PRIMAS UTILIZADAS .............................................................................43 11.6 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ..............................................................................................................................43 11.6.1 Descrição da estrutura organizacional encontrada na empresa .........................................................43 11.6.2 Descrição das condições ambientais encontradas na empresa .........................................................44 11.6.3 Recursos/ferramentas utilizados na medição de desempenho da estrutura organizacional.........45 11.6.4 Análise e Sugestões de Melhoria ............................................................................................................46 11.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................52 12 REFERÊNCIAS BIBBLIOGRAFICAS ................................................................................................................. 53 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Fachada e equipamentos da CPC ESTRUTURAS ......................................................... 34 Figura 2: Obra - Nove CENPES – Centro de Pesquisa da petrobras ............................................ 35 Figura 3: Obra - Ampliação dos terminais de passageiros ............................................................... 36 Figura 4: Obra - Centro de convenções Ulisses Guimarães ............................................................ 36 Figura 5: Obra - Estádio Nacional de Brasilia – Mané Garrincha.................................................... 37 Figura 6: Obra - Shopping Centers ...................................................................................................... 37 Figura 7: Obra - Ponte dos Barrageiros – Rodovia Paraná – Tiete ................................................ 38 Figura 8: Obra - Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública .................................................. 38 Figura 9: Obra - Parque aquático Maria Lenk .................................................................................... 39 Figura 10: Obra - Universidade de São Paulo - USP ........................................................................ 39 Figura 11: Logomarca principal da empresa...................................................................................... 40 Figura 12: Organograma da CPC ESTRUTURAS ............................................................................ 41 Figura 13: Ciclo PDCA ........................................................................................................................... 46 Figura 14: Fábrica - Falta de organização das peças já produzidas ............................................. 47 Figura 15: Fábrica - Acomodação das peças ocupando espaço indevido ................................... 47 Figura 16: Fábrica - Peça empenada, divergente do formato original .......................................... 48 Figura 17: Fábrica - Funcionário corrigindo defeito numa peça ..................................................... 49 Figura 18: Fábrica - Desperdicio de material produzido .................................................................. 49 Figura 19: Vestuário - Armários danificados após furtos ................................................................. 50 Figura 20: Fábrica - Vigia mostrando insumos de produção que estavam escondidos ............. 51 5 INTRODUÇÃO Neste trabalho acadêmico vão ser abordados os elementos da estrutura organizacional, onde serão citados e estudados assuntos como a centralização, descentralização, formalização e seu impacto na organização e nos indivíduos membros, entre outros que serão explorados a fundo ao decorrer do trabalho. Todos estes aspectos que foram precursados por seus idealizadores há tempos atrás, auxiliam e tem força até hoje nas empresas da atualidade, seus administradores tomam como base todos esses estudos e conhecimento para aplicar no seu dia-a-dia e tornar suas empresas cada vez melhores e mais rentáveis. Para enriquecimento do trabalho e aplicação dos conhecimentos, foi feito um estudo de caso na empresa CPC Estruturas, trata-se de uma empresa de médio porte com atuação em todo o país, fundada em Brasília no ano de 1976. Os ramos de negócios da empresa se baseiam em: Engenharia, projetos, fabricação, montagem e comercialização de estruturas metálicas e também elaboração de Laudos técnicos para obras gerais em aço. Ao longo do estudo de caso serão mostrados também seu organograma, suas instalações, e trabalhos já feitos por ela em todo pais, onde serão descritos os elementos da estrutura organizacional presentes na empresa. E por fim será feita uma análise de todos esses elementos e onde serão propostas soluções para situações consideradas anormais e que precisam de uma maior atenção para ser corrigidas ou melhoradas. 6 1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL: FORMAS E IMPACTOS A definição do que é estrutura organizacional é complexa e amplamente explorada neste trabalho. O primeiro elemento da estrutura é a complexidade, e apresenta três aspectos, vertical, horizontal e geográfico, em termos simples eles se referem ao grau de profundidade, abrangência e distribuição de uma organização. Porém as organizações variam entre se si no que diz respeito a esses aspectos de complexidade. A estrutura organizacional pode ser considerada como a combinação das partes organizacionais. Sob alguns aspectos, as estruturas organizacionais são análogas às estruturas dos edifícios, esses possuem portas pelas quais entramos, as organizações possuem igualmente portões de entrada como os corriqueiros acessos a qualquer empresa. As organizações variam em seu grau de complexidade. Elas também variam em seu grau de centralização, em algumas construções, o aquecimento e o ar condicionado são controlados em uma única central em outras em cada sala que é essencialmente autônoma e a sua temperatura ambiente pode ser controlada pelos ocupantes. 1.1 Definições de estrutura organizacional Uma implicação da definição é a divisão do trabalho; as pessoas recebem diferentes tarefas ou encargos nas organizações. Outra implicação é que as organizações contêm níveis, ou uma hierarquia; as posições que as pessoas ocupam possuem regras e regulamentos que especificam, em grau variado, como devem comportar-se. Vejam que a distribuição, em várias linhas, de pessoas entre posições sociais que influenciam os relacionamentos entre os papéis dessas pessoas (Blau, 1974; 12). A estruturaé vista como um meio complexo de controle continuamente produzido e por vezes recriado. Estruturas organizacionais executam três funções básicas. Primeiro e mais importante, as estruturas têm por finalidade produzir resultados organizacionais e atingir metas organicionais. As estruturas são criadas para minimizar ou, ao menos regular a influência das variações individuais. As 7 estruturas são impostas para assegurar que os indivíduos se adaptem às exigências das organizações. Terceiro, as estruturas são os cenários nos quais o poder é exercido (elas fixam ou determinam que posições possuem o maior poder), as decisões são tomadas e as atividades são realizadas (a estrutura é o espaço para as ações organizacionais). 1.2 Estruturas múltiplas Existem diferenças estruturais entre unidades de trabalho, departamentos e divisões. Também existem diferenças estruturais de acordo com o nível na hierarquia. Uma unidade de internação em um hospital, por exemplo, possui regras e procedimentos específicos, de modo que todas as pessoas internadas sejam tratadas da mesma maneira e os empregados sejam por um conjunto claro de expectativas organizacionais. A unidade de reabilitação física do mesmo hospital possui menos orientações específica a respeito do protocolo. De modo similar, o comportamento do escalão inferior, como auxiliares de enfermagem e ajudante de cozinha, é detalhado em um grau muito maior do que o de enfermeiros e médicos. 1.3 Formas estruturais As estruturas organizacionais assumem várias formas. Uma análise resumida da literatura clássica na área demonstrará a maneira pela qual as variações ocorrem. O trabalho seminal sobre estrutura é a descrição de Weber (1947) de tipo ideal de burocracia. Ele afirma que uma burocracia possui uma hierarquia de autoridade, autoridade limitada, divisão do trabalho, participantes tecnicamente competentes, métodos de trabalho, regras para os ocupantes dos cargos e remunerações distintas. 8 2 COMPLEXIDADE A expressão ‘organizações complexas descreve o tema básico de todo este livro e, com efeito, constitui o título de diversas obras importantes. Conceito de complexidade, analisando o que significa e quais são suas fontes e consequências partir desse estudo, deve ficar claro que a complexidade de uma organização exerce efeitos importantes sobre o comportamento de seus membros, sobre outras condições estruturais, sobre os processos no âmbito da organização e sobre as relações entre a organização seu ambiente. Elas também possuem grande importância para a comunicação. Para entender as discussões presentes na literatura sobre complexidade, examinaremos os componentes do conceito. Os três elementos da complexidade mais comumente identificados são: A diferenciação horizontal, a diferenciação vertical ou hierárquica e a dispersão geográfica. 2.1 Diferenciação horizontal A diferenciação horizontal refere-se ao modo como as tarefas desempenhadas pela organização são subdivididas. 2.2 Diferenciação vertical A diferenciação vertical, ou hierarquia, é menos complicada do que a horizontal. As pesquisas utilizaram indicadores simples da verticalização da hierarquia. Pugh et al. (1968) sugerem que a dimensão vertical pode ser avaliada pela enumeração do número de cargos entre o principal executivo e os empregados que trabalham na produção’. 2.3 Dispersão geográfica O elemento final da complexidade, a dispersão geográfica, pode na realidade, ser una forma de diferenciação horizontal ou vertical, isto é, as 9 atividades e o pessoal podem estar dispersos geograficamente, de acordo com as funções horizontais ou verticais, por meio da separação dos centros de poder ou das tarefas. Escritórios e filiais de vendas ou órgãos previdenciários exemplificam a dispersão horizontal: As desempenhadas pelos vários escritórios regionais são essencialmente idênticas (pouca complexidade no eixo horizontal) e o poder na organização é diferenciado entre o escritório central e os escritórios regionais. 3 VARIAÇÃO DOS ELEMENTOS DA COMPLEXIDADE A discussão até agora, indicou que os três elementos da complexidade variam, muitas vezes independentemente entre si, e também esses elementos podem variar juntos. E as organizações com pouca complexidade horizontal, vertical ou geográfica podem ser facilmente identificadas, empresas de grande porte, como a Microsoft ou o chase Bank são caracterizadas por extrema complexidade. Uma premissa em toda essa análise é de que a maioria das organizações é complexa em uma das várias configurações discutidas. Outra premissa verificável a partir de muitas evidências é a de existir uma forte tendência para as organizações se tornarem mais complexas á medida que suas próprias atividades e o ambiente que as circundam se tornam mais complexos. 3.1 Coordenação e controle Quanto a origem e consequência da complexidade Lawrence e Lorsch (1967) constataram que diferenças importantes entre departamentos da mesma organização. Essas diferenças incluem orientações em direção às metas específicas do departamento, ênfase em aptidões interpessoais e perspectivas relacionadas ao tempo. Portanto, os departamentos variam não apenas quanto às tarefas especificas que executam, mas também quanto ao comportamento e ao ponto de vista de seus membros. Essas diferenças de tarefas, comportamento e atitude encontram-se diretamente relacionadas ao tipo de ambiente com o qual os vários departamentos precisam lidar em suas atividades a curto e longo prazo. Um alto grau de diferenciação (complexidade) relaciona- se, portanto a um ambiente altamente complexo e diferenciado (Burns e 10 Stalker,1961). Portanto nessas organizações, tal conflito contribui para a eficácia. Não existe uma maneira ótima de se organizar com a finalidade de cumprir as metas altamente variadas das organizações no contexto de ambiente com grande variação. Esse é um método contingencial de análise da estrutura organizacional. 4 FORMALIZAÇÃO A formalização representa o uso de regras em uma organização e é um componente estrutural que tem significado ético e político, trata-se de um controle organizacional sobre o indivíduo, de forma coercitiva já que eles são obrigados a obedecê-la, porém essa formalização pode vir também para capacitar esses indivíduos, pois os procedimentos formalizados ajudam as pessoas a fazer seu trabalho. Caso se considere que os membros sejam capazes de exercer excelente julgamento e autocontrole, a formalização será reduzida, mas caso sejam considerados incapazes de tornar suas próprias decisões e exija um grande número de regras para orientar seu comportamento, a formalização será necessária. 4.1 Formalização máxima Onde há regras e procedimentos para todo tipo de comportamento na organização, um exemplo disso são é a linha de montagem, onde os procedimentos são repetidos de forma igual para todos os materiais. 4.2 Formalização mínima Ela acontece em organizações onde não se é possível criar procedimento para tudo, por se tratarem de algo novo e de constante mudança que não se tem um padrão de processo. 11 4.3 Medição da formalização Não é importante se os procedimentos ou as regas estão formalizados por escritos, pois muitas normas e padrões não escritos podem ser mais obrigatórios e importantes do que os especificados em escrita. Porém a maioria das pesquisas usam os sistemas escritos de regras e procedimentos como base para uma avaliação. Eles levantamtodas as competências e padrões que atribuídos a um cargo, e através delas vão supervisionar e avaliar se o funcionário está cumprindo todas as especificações do seu cargo, assim fazendo uma medição e comparando. 5 FORMALIZAÇÃO E IMPACTOS SOBRE OS INDIVÍDUOS A formalização tem grande impacto sobre os indivíduos, assim como já vimos em definições acima, a formalização serve para controlar os indivíduos em uma organização. A formalização extrema pode vir a ser prejudicial quando a empresa possui normas e regras para tudo em excesso, e o funcionário fica sem liberdade para agir, pois ele se sente obrigado a seguir tais padrões definidos pela organização, assim fazendo com que esse funcionário se preocupe mais em seguir as regras e as normas do que atingir as metas da organização, e isso pode vir atrapalhar o relacionamento com o seu cliente, pois isso requer um dinamismo por parte dos colaboradores, e em empresas assim isso se torna difícil. Sabemos que formalização ajuda a organização a se estruturar, porem em excesso trás prejuízos a mesma. As organizações se preocupam, principalmente com o comportamento dos funcionários no trabalho, e ela pode ampliar seu controle até para a vida pessoal dos seus membros. Por exemplo, se dois funcionários começam a namorar, e ela ver que isso pode ser prejudicial à organização, ela arrumará um meio de distanciar os dois para que possam trabalhar com foco nas metas da organização, seja punindo, fazendo transferência de setor ou ate mesmo demitindo algum dos dois se achar necessário, tudo para persuadir as pessoas a interromperem o namoro. Ou seja, mesmo em áreas que envolvem a intimidade das pessoas, as organizações tentam controlar o comportamento. 12 5.1 Reações à formalização A formalização frequentemente é vista como uma forma de mal, em que as pessoas se preocupam excessivamente com regras e regulamentos organizacionais. Porem há quem veja a formalização sob a forma burocrática, como mecanismo por meio do qual os indivíduos podem obter crescimento e desenvolvimento pessoal. Sabendo disso, devemos pensar o modo de como cada pessoa vai reagir à formalização. Análises das relações entre profissionais e suas organizações empregadoras anteriormente partiam da premissa de que existem tensões internas entre princípios e valores profissionais e organizacionais. Mas pesquisar recentes tem contestado essa suposição, pois atualmente são consideradas possíveis situações em que os profissionais são capazes de executar seu trabalho com um mínimo de interferência da parte da organização e em que a organização é capaz de integrar o trabalho dos profissionais para seu próprio benefício. Essa abordagem é usada em um estudo de Miller (1967) sobre o grau de alienação experimentado por cientistas e engenheiros empregados em uma grande corporação pertencente ao setor aeroespacial. Esses profissionais se sentiam mais alienados quando o supervisor adotava práticas de supervisão diretivas, em vez de participativas ou delegatórias, e menos alienados em situações nas quais eles mesmos tinham algum controle sobre as decisões que afetassem seu trabalho. Os profissionais foram estudados porque contribuem para a organização com um conjunto de padrões de origem externa (profissional), pelos quais podem orientar seu próprio comportamento. A presença de diretrizes organizacionais (formalização) é, portanto, uma duplicação de normas que provavelmente são encaradas como menos válidas do que as da profissão envolvida. Ou seja, para os profissionais quanto maior o grau de formalização na organização, maior a probabilidade de alienação no trabalho. 13 5.2 Outras peculiaridades organizacionais 5.2.1 Centralização do poder O poder sempre foi importante para a organização, e sua distribuição em organizações é conceituada como grau de centralização. Hage e Aiken (1967) em seu estudo de agências de previdência social constataram que a formalização tinha sim uma correlação, mesmo que pequena, com um sistema centralizado de tomada de decisões. Neste estudo eles viram que nas organizações onde as decisões eram tomadas por apenas algumas pessoas do escalão superior dependiam de regras e de muita supervisão, isso para poder assegurar o desempenho dos trabalhadores. Essas organizações eram caracterizadas por uma equipe menos profissionalizada. Porém a presença de uma equipe bem treinada e profissionalizada tem menos necessidade de regras e políticas detalhadas, pois já sabem os padrões a seguir. 5.2.2 Mudança do programa Pesquisar adicionais de Hage e Aiken (1967) a respeito de mudanças de programas nas agencias, revelaram que a formalização também se encontra relacionada ao número de novos programas acrescentados as organizações. Com isso perceberam que a formalização se correlaciona negativamente com a adoção de novos programas, e o principal motivo dessa correlação é a diminuição da iniciativa individual nesse ambiente mais formalizado. 5.2.3 Tecnologia Em sua pesquisa Hage e Aiken, classificaram as organizações em categorias de tecnologia “rotineiras” e “não rotineiras”. Mesmo sendo organizações de natureza social, elas possuem um grau de rotina diferente. Há uma relação entre a rotinização e formalização, para Hage e Aiken (1969) as organizações com funções rotineiras tem maior probabilidade de possuir papeis organizacionais mais formalizados. 14 Durnbusch e Scott (1975) em seus estudos em uma linha de montagem de produtos eletrônicos, uma equipe de pesquisar físicas, um corpo docente de uma universidade, um hospital-escola, um time de futebol americano, escolas, um jornal estudantil e uma arquidiocese da igreja católica, também puderam evidenciar que um alto grau de rotina se associa a uma grande formalização. Porém mesmo com todas essas pesquisas feitas ainda não há um consenso definitivo sobre a relação entre tecnologia e formalização. 6 CENTRALIZAÇÃO A centralização refere-se á distribuição do poder no âmbito das organizações e constitui, portanto, uma das melhores maneiras de resumir toda a nação de estrutura. Conforme observado anteriormente, a estrutura pode ser encarada como constituída e constitutiva (Ranson, Hinings e Greenwood, 1980). No caso da centralização, uma dada distribuição de poder é constitutiva por gerar outras ações, as pessoas obedecem ás regras e decisões organizacionais. A centralização também é constituída, pois a distribuição do poder está sujeita a mudanças, á medida que grupos e indivíduos ganham ou perdem poder ao longo do tempo. A centralização tem sido definida de diversas maneiras, com ênfase sempre se direcionando á distribuição do poder. Hage (1980) define centralização como “o nível e a variedade de participação em decisões estratégicas pelos grupos, relativamente de grupos de organização”. Quando maior o nível de participação de maior número de grupos em organização, menor a centralização. O método de Hage enfatiza que o poder é exercido de diversas maneiras e em diversos locais em uma organização. Van de Ven e Ferry (1980) definem centralização como “o lugar em que se situa a autoridade que toma as decisões em uma organização. Quando a maioria das decisões é tomada hierarquicamente, uma unidade organizacional é considerada centralizada; uma unidade descentralizada, geralmente, implica que a principal fonte de tomada de decisões foi delegada por gerentes de linha a pessoal subordinado”. Van de Vem e Ferry prosseguem observando que a substância das decisões constitui uma consideração importante. Em uma15 organização altamente profissionalizada, por exemplo, as decisões que envolvem as áreas de competência profissional são atribuídas aos profissionais envolvidos. Áreas consideradas fora dos limites da atribuição profissional, provavelmente, são mais centralizadas. 6.1 O que é centralizado e descentralizado Dos diversos elementos da centralização, o mais obvio é o direito de tomar decisões. Quem ou que departamento possui o direito de tomar que tipo de decisões e quando elas podem ser especificamente detalhadas? Se a maioria das decisões se origina no escalão superior, a organização é centralizada. O assunto, no entanto, não é tão simples. Centralização não é somente uma questão de quem toma as decisões, mas estas forem ‘programadas’ por políticas organizacionais, permanecerá um alto grau de centralização. Outro elemento da centralização é a avaliação das atividades (Dornbusch e Scott, 1975: 82). O processo de avaliação envolve a determinação de o trabalho ser realizado de modo apropriado, certo ou pontual. Se a avaliação é efetuada por pessoas do alto escalão da organização, existe centralização, independentemente do nível em que as decisões são tomadas. 6.2 Centralização e outras características organizacionais Nesta seção, examinaremos a relações entre tamanho, tecnologia e fatores ambientais conforme se relacionem á centralização. 6.3 Tamanho As evidências surgidas em função de pesquisas referentes ao relacionamento entre tamanho da organização e centralização são paradoxais. A partir de seu estudo de agências da previdência social, Blau e Schoenherr (1971: 130) concluíram que “o tamanho amplo de uma agência produz pressões conflitantes sobre o alto escalão, á medida que atribui maior relevância ás decisões administrativas, o que desencoraja a sua delegação, ampliando simultaneamente o número de responsabilidade dos agentes, o que exerce pressão para delegar algumas delas”. O resultado líquido do aumento do 16 tamanho consiste em uma maior delegação ou descentralização. O risco associado á delegação diminui se o pessoal possui qualificações específicas. Uma política centralizada em relação ás qualificações dos empregados aparenta, portanto, constituir para a delegação e descentralização do poder. Pesquisas posteriores de Blau (1973) em faculdade e universidades revelam basicamente as mesmas constatações. Grandes universidades eram mais descentralizadas do que as pequenas. As instituições acadêmicas e as agências do governo apresentam uma grande diferença na qualificação de seu pessoal. Em um estudo que empregou os dados e as medidas utilizadas pela Aston, aplicando-as a um segundo conjunto de dados, Mansfield (1973) chegou a conclusões essencialmente idênticas aquelas da pesquisa de Blau. Mansfield descobriu que um tamanho cada vez maior se relaciona ao uso crescente de regras. Isso conduz á descentralização da tomada de decisões, mas não á perda de controle para a organização. Em organizações menores, os especialistas estão subordinados diretamente ao alto escalão da organização, ao passo que, nas maiores, os problemas são discutidos em um nível descentralizados, porém sob a orientação de regras organizacionais. A relação entre tamanho e centralização é, portanto, complexa, com um tamanho cada vez maior conduzindo á delegação em algumas circunstâncias. A delegação, porém, normalmente ocorre em um contexto de regras; portanto, um tamanho maior, geralmente, relaciona-se a uma maior centralização. Tecnologia. O fator tecnológico já foi introduzido nesta discussão. Algum trabalho é delegado, mas o controle permanece no alto escalão da organização, por meio da aplicação de regras que disciplinam o trabalho. Outros trabalhos são delegados aos especialistas que tomam suas próprias decisões em níveis mais baixos da organização. O trabalho delegado com controles é rotineiro em sua tecnologia. A tecnologia também permite ás organizações controlar o comportamento dos membros. O volume de dados informado, o número de chamadas de telemarketing ou o número de unidades produzidas são medidas do produto do trabalho que podem ser controladas (Ouchi, 1977). Ouchi observa que as organizações podem controlar o comportamento das pessoas ou a quantidade 17 de trabalho que realizam. Uma combinação entre tamanho grande e tarefas homogêneas contribui para a utilização de tais controles de produção. Um outro aspecto da tecnologia agrega uma ligeira confusão á discussão. O gerenciamento participativo, sob a forma de indagações os subordinados a respeito das decisões que os afetam, tem maior probabilidade de ser bem- sucedido em situações que envolvem tecnologia avançada (Taylor, 1971). Tecnologia avançada refere-se, nesse caso, especificamente àquela concentrada no nível do fluxo de trabalho; portanto, o gerenciamento participativo torna-se mais eficaz em situações em que a automatização é mais presente. Existem duas cautelas em relação á participação na tomada de decisões. Primeiro, o fato de existir participação pelos membros organizacionais pode não significar que o poder seja, na realidade, delegado. Se a decisão final ainda permanecer em mãos dos superiores na organização, pouco poder será efetivamente delegada, e as participações ocorrerão sob a forma de conselhos, na melhor das hipóteses. Embora a participação possa ajudar na implementação de uma decisão, não existe descentralização ou delegação de um poder, a não ser que ela contribua para a decisão efetiva. A outra cautela diz respeito a algo que poucas vezes é considerado pelos sociólogos e outros pesquisadores organizacionais: Controles orçamentários, como auditorias internas. Embora Hofstede (1972) e Ouchi e Maguire (1975) tenham tratado desse tema, ele tende a não ser considerado, o que é um problema para a teoria organizacional. Controles orçamentários possuem o potencial de reter muito poder de controle nas mãos do alto escalão. A maioria dos estudos citados aqui não incluiu os mecanismos de controle orçamentários. Certamente se verificaria que os temas orçamentários poderiam ser centralizados de um modo distinto da distribuição de tarefas ou da tomada de decisões que envolvem outros assuntos. Relações ambientais. As relações entre tamanho, tecnologia e centralização não são diretas. O mesmo padrão é identificado quando são considerados os estudos das relações entre organizações e seus ambientes. Conforme sabemos pelo estudo de Lawrence e Lorsch (1967), os ambientes são críticos para as organizações. 18 Uma consideração básica diz respeito ao nível de concorrência que uma organização enfrenta em seu ambiente. B asseando-se em seu estudo de trinta empresas na Índia, Negandhi e Reimann (1972) indicam que as condições de mercado competitivas tomam a descentralização mais importante para o sucesso organizacional do que situações menos competitivas. Esse estudo foi uma duplicação bem-sucedida da teoria da contingência de Lawrence e Lorsch (1967). Uma análise mais detalhada desses dados indicou que o grau de dependência de outras organizações era, na realidade, mais intimamente associado com a descentralização do que os fatos relativos ao tamanho, á tecnologia e á competitividade do mercado. Um outro aspecto dos ambientes organizacionais é seu grau de estabilidade. As pesquisas sobre esse tema chegam a conclusão contraditórias, conforme ocorreu com aqueles sobre a concorrência (Whetten, 1980). Autores como s defenderam a centralização em tais situações. Novamente, uma resolução das diferenças nessas constatações seria possível caso se pudessedeterminar se o ambiente estava expandindo ou contraindo, conforme foi sugerido no caso da concorrência. Em uma situação de crescimento, a descentralização pode ser a resposta mais apropriada para a turbulência, ao passo que a centralização poderia ser necessária em períodos de desaceleração. Vínculo frágil não é o mesmo que descentralização, pois o grau de vinculação se refere ao nível de interdependência entre unidades, em vez de iniciar a distribuição do poder. Em gera, uma organização com vínculo frágil também seria descentralizada. Um exemplo de organização passando por dificuldades por causa das taxas de juros elevadas, isso não afetará a divisão de equipamentos pesados cujo mercado está em expansão. Tal organização possui um vínculo frágil. Cada divisão pode ser mais ou menos centralizada em tal situação. 6.4 Centralização e considerações macro políticas A importância fundamental das organizações para a ordem social é ressaltada considerando-se alguns exemplos de sua para fins políticos. As 19 organizações podem ser moldadas ou ser parte de um processo de mudança e desenvolvimento político. Já examinamos como os bolcheviques usaram sua ‘arma organizacional’ (Selznick, 1960). Durante a Revolução Cultural, a República da China usou suas organizações como um meio de doutrinação e envolvimento políticos contínuos. Isso significa uma grande centralização do governo e das empresas. A antiga Iugoslávia desenvolveu um programa de ‘autogerenciamento’, pelo qual os trabalhadores de uma empresa elegiam um conselho de trabalhadores que, por sua vez, elegia a diretoria da empresa. Esse não é um gerenciamento participativo do tipo discutido anteriormente e, sim, um gerenciamento por meio de participação. Um estudo importante dos diferentes padrões de centralização em dez países foi realizado por Tannenbaum e seus colegas (1974,1986). As pesquisas originais foram realizadas em indústrias da Áustria, da Itália, de Israel, da Iugoslávia e dos Estados Unidos. Áustria e Itália são basicamente capitalistas, como os Estados Unidos; os kibutzim israelenses são socialistas e a economia iugoslava era socialista. Israel e os Estados Unidos possuíam as fábricas mais bem-sucedidas, conforme definidas não apenas pelos padrões usados no país em questão, mas também por fatores universais, como eficiência e moral. As fábricas do kibbutz são grandemente descentralizadas e os efeitos da hierarquia são praticamente eliminados. Nos Estados Unidos, a hierarquia encontra-se presente, porém seus efeitos são atenuados por diversos fatores. A abordagem americana, que cada vez mais se caracteriza por algum grau de participação na tomada de decisões, não tenta redistribuir o poder. Ele, no entanto, minimiza os efeitos perceptíveis das diferenças de poder. A verdadeira equalização do poder em organizações é extremamente improvável. A própria natureza das organizações requer alguma forma de hierarquia após as organizações ultrapassarem o tamanho muito pequeno, com tecnologia simples e níveis reduzidos de complexidade. De modo idêntico ao que ocorre na sociedade como um todo, as diferenças de poder estão em toda parte. Os efeitos de tais diferenças de poder talvez possam ser minimizados se se tornarem menos desagradáveis por meio de esquemas participativos. 20 6.5 Centralização e considerações micropolíticas As organizações são parte do sistema político. Elas também contêm seu próprio sistema político interno, o qual constitui um aspecto importante para a centralização. Existem contradições entre as estruturas de controle tradicionais e novas formas, de organização, conforme ocorre com as organizações profissionais. Alguns autores encaram a política interna de uma organização como reflexo do sistema político externo. Uma visão é de que a tecnologia empregada em muitas fábricas se encontra presente não tanto por causa de eficiência técnica, mas como um modo pelo qual pode ser obtido um controle máximo sobre a mão-de-obra (Marglin, 1974). Negociações permanentes entre os trabalhadores e os dirigentes a respeito das prerrogativas deste último podem refletir dissidências políticas mais amplas. Isso é válido particularmente na Europa. O poder pode ser delegado a participação do escalão inferior e assumido por essas mesmas pessoas (Bacharach e Lawler, 1980). No que se refere á centralização, é importante observar que a micropolítica das organizações envolve as lutas de poder contínuas que ocorrem no interior das organizações, seja entre departamentos, níveis hierárquicos ou indivíduos (Pfeffer, 1978). Embora o método micropolítica enfatize as lutas de poder, o fato de o poder ser distribuído em uma determinada ocasião (o padrão da centralização) exercerá um impacto importante sobre a distribuição do poder em ocasiões futuras. 6.6 Os impactos da centralização Um impacto importante dos variáveis graus de centralização ocorre para a própria organização. Níveis elevados de centralização significam maior coordenação, porem menos flexibilidade; políticas coerentes para toda a organização, mas possivelmente políticas inapropriadas condições locais; potencia para a tomada de decisões rápidas durante emergências, porém canais de comunicação sobrecarregados durante as opções normais, á mediada que as comunicações fluem para cima e para baixo na hierarquia. 21 6.7 Estrutura organizacional: explicações A ideia de estrutura é basicamente simples e retomaremos nossa analogia de uma edificação para ilustrar esse fato. As condições possuem estruturas sob a forma de vigas, paredes interiores, passagens, tetos, e assim por diante. A estrutura de uma edificação é um determinante significativo dos movimentos e atividades das pessoas em seu interior. Supõe-se que as edificações possuam estruturas que comportem as atividades das pessoas em seu interior. Um prédio de escritórios é diferente de uma fábrica. Fábricas onde são produzidos automóveis são diferentes daquelas nas quais são feitos computadores. As condições são projetadas para atender as necessidades das atividades a serem realizadas em seu interior. Elas são projetadas para receber grupos de pessoas de vários tamanhos – nenhum arquiteto, em sã consciência, projetaria uma grande catedral para uma congregação pequena – e para resistir ao ambiente em que estão localizadas. Construções da região norte de Nova York são diferentes das do Arizona (embora existam rumores de que o campus em Albany tenha sido na realidade, projetado para o estado do Arizona). Assim como o tamanho, a principal atividade ou tecnologia envolvida e o ambiente são importantes para o projeto de uma edificação, o mesmo ocorre com os elementos opcionais – estilo, cor, e assim por diante. As construções também refletem os valores e as ideologias das pessoas que controlam; a sede de uma corporação e as assembleias legislativas de estados não assumem a forma que possuem por acidente. A analogia de estruturas organizacionais com edificações não é perfeita, pois as organizações não são criadas por arquitetos, mas pelas pessoas em seu interior. Essas pessoas não se encontram, necessariamente, de acordo a respeito de como a organização deve ser feita. Do mesmo modo que uma construção pode ser uma cópia de outra, as estruturas organizacionais podem também ser cópias de outras. De maneira idêntica aos prédios, as organizações também podem refletir as tendências ou a moda da época se sua construção e, da mesma forma que os prédios podem ser reformados, elas podem ser recriadas. Não existe uma explicação única para as formasde organizações. Em vez disso, diversas explicações são necessárias para compreender a estrutura 22 organizacional. Esse não é um tema simples. Alguns fatores operam juntos com uma correlação positiva, conforme ocorre quando o tamanho grande e a tecnologia rotineira se combinam para resultar em uma situação altamente formalizada. Em outra situação, o tamanho e a tecnologia poderiam ter uma correlação negativa, como no caso em que o tamanho grande e a tecnologia não-rotineira estão presentes. Essas relações podem, elas mesmas, ser afetadas por diferenças em cultura nacionais ou por eventos históricos. A segunda categoria de explicações da estrutura é o projeto. Por projeto queremos nos referir ás escolhas feitas em uma organização, a respeito de como ela deve ser estruturada. Os principais métodos são escolha estratégica e modelos de estrutura institucionais. Qualquer estudo do projeto precisa levar em consideração que nem todos os participantes de uma organização terão o mesmo julgamento quando ao projeto da estrutura. O projeto organizacional é, por definição, um tem político, porém, novamente, um tema político vinculado á nossa noção de eficácia. 7 EXPLICAÇÕES CONTEXTUAIS 7.1 Tamanho Em primeira análise, o tamanho organizacional apresenta ser uma variável simples – o número de pessoas em uma organização. O tema do tamanho, no entanto, é muito mais complicado do que isso. A discursão das fronteiras organizacionais indica que, algumas vezes, é problemático afirmar quem faz parte ou não de uma organização. Em um artigo esclarecedor, Kimberly (1976) demonstrou que o tamanho possui, na realidade, quatro componentes. O primeiro componente do tamanho é a capacidade física da organização. Hospitais dispõem de um número fixo de leitos. Hotéis possuem um número fixo de apartamentos. Empresas aéreas mantêm um número relativamente fixo de aeronaves. O segundo componente do tamanho é o pessoal disponível para a organização. Essa é a media e a conceitualização do tamanho mais comumente usadas, tendo sido empregadas em 80 por cento dos estudos analisados por 23 Kimberly. O problema básico relacionado ao uso desse componente é que o significado do número de pessoas se torna ambíguo. O terceiro componente do tamanho são os insumos ou resultados organizacionais. Insumos podem ser fatores como o número de clientes ou estudantes atendidos e o número de detentos em uma prisão. O índice de graduação de uma faculdade ou universidade é um resultado, sendo muito importante quando são consideradas competições atléticas entre as faculdades. O componente final do tamanho são os recursos para investimento, disponível a uma organização sob a forma de riqueza ou ativos líquidos. Para uma faculdade ou uma universidade, o volume de fundos doados é uma consideração importante. Isso é conceitualmente distinto dos outros aspectos do tamanho. Os componentes do tamanho podem ser altamente Inter correlacionados em alguns casos, e realmente o são, porém as diferenças conceituais entre eles são grandes a ponto de cada um deve ser analisado separadamente. Essas características estruturais podem ser uma consequência, uma com variação ou um determinante do tamanho, tornando a utilidade dessa variável até mais incerta. Os principais proponentes da importância do tamanho como um determinante da estrutura têm sido Peter M. Blau e seus associados (ver Blau, 1968, 1970, 1973; Blau, 1972; Blau, Heydebrand e Stauffer, 1966; Blau e Schoenherr, 1971; Klatzky, 1970a; Meyer, 1968a, 1968b, 1971). Seus dados foram colhidos, principalmente, de estudos de agências do governo, como serviços estaduais de colocação de mão-de-obra e secretarias municipais de finanças, com dados suplementares fornecidos por universidades e lojas de departamentos. Os dados revelam algumas anomalias muito interessantes nas organizações e também algumas considerações importantes a respeito do papel das organizações na sociedade contemporânea. Em geral, as constatações desse estudo em relação ao tamanho são similares ás de pesquisas anteriores que utilizaram o tamanho como variável principal, isso é, as relações entre tamanho e outros componentes estruturais são incoerentes. Existe uma ligeira tendência para as organizações maiores serem, ao mesmo tempo, mais complexas e mais formalizadas, mas somente 24 com poucas variáveis essa relação prova ser forte. Em outras, existe pouco ou nenhum relacionamento estabelecido (Hall, Haas e Johnson, 1967b: 908-909). Grandes organizações também têm maior probabilidade de possuir maiores recursos, o que lhes permitiria, portanto, penetrar em novos mercados. As grandes organizações, ao mesmo tempo, tendem a ser mais burocráticas, o que prejudicaria a entrada em novos mercados (Haveman, 1993). Grandes organizações também são capazes de possuir mercados de trabalho internos mais desenvolvidos. Paradoxalmente, o crescimento rápido pode impedir o desenvolvimento de mercados de trabalho internos, á medida que as organizações em crescimento trazem pessoal de fora da organização (Van Buren, 1992). Organizações maiores proporcionam remuneração e benefícios melhores (Kalleberg e Van Buren, 1996) – esses não são aspectos da estrutura, mas certamente são importantes. 7.2 Tecnologia Estudos da organização têm evidenciado a existência de correlação entre a estrutura organizacional e a tecnologia em diferentes organizações. Um dos trabalhos mais relevantes neste campo, e que tem, inclusive, orientado muitas pesquisas posteriores, é o de Woodward (1977). Os resultados dessa pesquisa mostraram não somente que a tecnologia é uma variável determinante da estrutura da organização, mas também que as empresas bem-sucedidas comercialmente, dentro de cada sistema de produção específico, tinham características comuns em suas formas de organização. Nas palavras da pesquisadora, o fato de as características organizacionais, a tecnologia e o sucesso estarem ligados desta maneira sugere não apenas que o sistema de produção era uma variável importante na determinação da estrutura organizacional, mas também que uma forma particular de organização era mais apropriada para cada sistema de produção. Neste estudo, argumentamos que, a nível operacional, a tecnologia é forte determinante da estrutura organizacional, mas que, a nível administrativo, a forma organizativa parece ser determinada por outras variáveis que não a tecnologia. A definição destes dois níveis pode ser feita seccionando-se a estrutura da organização através do estabelecimento de uma fronteira que 25 separe o campo operacional e o campo administrativo. O campo operacional fica definido como a seção da estrutura que agrega o complexo dos departamentos de produção e serviço, configurando todas as demais unidades organizacionais o campo administrativo (esta divisão será pormenorizada mais adiante). O desenvolvimento de organizações burocráticas é decorrente da necessidade de especialização, de controlar influências de fatores externos e de lidar com um ambiente mutável e instável. Para fazer frente aos problemas criados pelo contexto ambiental dos seus membros, as organizações desenvolveram dois métodos, que nada têm a ver, diretamente, com o processo produtivo em si, isto é, nada têm com o trabalho do operário, no que se refere à matéria-prima, recebida por ele. Outros estudos têm mostrado que parte da estrutura organizacional é explicada por outras variáveis do ambiente, além da tecnologia, influência que se dá através do processo de interação da organização com o ambiente.A comprovação dessas relações parece já bastante cristalizada na teoria organizacional, por isso sentimo-nos desejosos de dirigir parte de nossas investigações para o campo da dinâmica organizacional. Para tanto, encampamos o argumento de que as organizações não são as entidades racionais e harmoniosas, como pretende a teoria administrativa, nem a arena apocalíptica de luta de classes, como preconizam os marxistas. Uma visão mais realista requer uma teoria política capaz de propiciar um modelo de análise das relações entre as personagens e os grupos dentro da organização. Neste sentido, tentamos estudar os processos organizacionais como atos políticos capazes de explicar alguns formatos estruturais. Na realidade, a observação de relações informais nas organizações não é nenhuma novidade. Elas foram identificadas e têm sido amplamente tratadas na literatura. Contudo, a psicologia industrial e organizacional, concentrada, por exemplo, nas teorias de liderança, motivação e satisfação, assume que o comportamento é motivado e controlado pela necessidade de aprovação e recompensa normativas. Por outro lado, estudos sociológicos comparativos da organização, nos últimos 15 anos, têm quase sempre adotado uma visão apolítica das organizações, criando uma tradição de estudo de estrutura estática. Ainda assim, em 24 organizações brasileiras, no estado de Minas Gerais, 26 constatou que as estruturas das organizações apresentavam alguns aspectos contraditórios, que pareciam refletir a influência de velhos padrões de comportamento já cristalizados, infiltrados na estrutura racional. 7.3 Cultura interna O fator cultura interna, é um papel de suma importância em uma organização. A mesma tem recebido uma atenção variada por parte de especialistas organizacionais e pessoas da área. A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira como ela faz seus negócios, a maneira como ela trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários com relação à empresa. A cultura organizacional representa as percepções dos dirigentes e funcionários da organização e reflete a mentalidade que predomina na organização. Por esta razão, ela condiciona a administração das pessoas. Em outras palavras, a cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações para o alcance dos objetivos organizacionais. No fundo, é a cultura que define a missão e provoca o nascimento e o estabelecimento dos objetivos da organização. A cultura precisa ser alinhada juntamente com outros aspectos das decisões e ações da organização como planejamento, organização, direção e controle para que se possa melhor conhecer a organização. 7.4 O ambiente A importância do estudo do ambiente consiste na possibilidade de verificar pontos críticos de pressão ambiental e identificar prováveis tendências de mudança, além de aumentar o poder de previsibilidade e controle, de para a atividade da organização sobre os elementos externos e de desenvolvimento de mecanismos de gestão de impactos ambientais. Historicamente, o ambiente tem sido considerado elemento-chave na definição de estratégias organizacionais. 27 Sob diferentes interpretações e modelos, é constante a busca por teorias explicativas e preditivas da influência do ambiente sobre a organização, e vice- versa. A própria evolução dos estudos de estratégia reflete mudanças periódicas em termos de percepção e levantamento de hipóteses a respeito da influência ambiental sobre as organizações. Neste sentido, uma análise das tendências atuais no pensamento estratégico é um exemplo de como a percepção generalizada a respeito do ambiente afeta a definição de estratégias organizacionais. Na maior parte das grandes organizações, hoje, prevalece a percepção de que o ambiente tem se tornado cada vez mais turbulento, complexo e imprevisível. Pensar no direcionamento e atuação organizacional sem considerar de modo consistente o ambiente é incoerente com a abordagem contemporânea da estratégia. Isso significa levar em conta não somente os aspectos concretos e objetivos do ambiente, mas também o que é e como é percebido o ambiente. Pois essas duas situações influenciam diretamente a formação das estratégias e a consequente ação das organizações. As contínuas transformações ambientais pressionam as organizações; dependendo da intensidade dessas alterações, esse processo poderá levar a mudanças na forma e na atuação organizacional. Agora, a grande dificuldade está em prever essas transformações ambientais e a possível influência nas organizações. Isso passa pela concepção predominante de ambiente e pelas respectivas formas de se adquirir conhecimento desses mesmos ambientes. Podem se considerar muito útil as três dimensões de R. T. Lenz e J. L. Engledow em “Análise ambiental: a aplicabilidade da teoria da corrente”; descrição das propriedades estruturais do ambiente; pressupostos sobre a natureza e fontes da mudança ambiental; e os meios para se adquirir conhecimento sobre o ambiente. 7.5 Cultura nacional No mundo organizacional, a influência da cultura nacional sobre a cultura organizacional adquire cada vez mais relevância. Considerando cultura nacional como sendo o conjunto de características comportamentais mais comuns e frequentes encontrados nos indivíduos de um determinado país ou região, e 28 cultura organizacional quando tais expressões ocorrem em uma organização, torna-se necessário que essa cultura nacional seja levada em conta na hora de se pensar nas estratégias para alguma organização. Podemos observar a importância de cultura nacional ao analisarmos os modelos de gestão que são implementados nas organizações brasileiras pelas empresas multinacionais. Os modelos e práticas gerenciais dessas empresas trazem, naturalmente, pressupostos de sua cultura. O problema é que as culturas internacionais, além de diferentes, podem ser até mesmo conflitantes com as nacionais. A cultura alemã é diferente da cultura brasileira. Enquanto os alemães são mais reservados e mais rigorosos, os brasileiros são mais afetivos e mais flexíveis. Para esses modelos não fracassarem ao serem apresentados, eles precisam ser ajustados à cultura brasileira, para depois poderem ser incorporados. Assim, algumas organizações têm descoberto que novas práticas e processos gerenciais, que são considerados bons, não podem ser implementados por requererem pressupostos e valores muito diferentes daqueles presentes na cultura nacional. por exemplo, missionários dos Estados Unidos relatam que brasileiros são muito amorosos, muito afetivos, bem mais que os americanos. Mas, coloque-os dentro de um carro e veja o bicho em que eles se transformam. Os alemães, mais rigorosos e organizados como são em sua vida cotidiana, tendem a repetir o comportamento nas organizações, enquanto os brasileiros se transformam de ambiente para ambiente. Claro que há exceções, porém fica clara a necessidade de investimentos em treinamento para a adaptação à cultura organizacional. Com isso, vemos que o sucesso de uma organização não depende apenas de mudanças nas estruturas da organização como padrões de autoridade, divisão do trabalho, métodos de controle, formas de comunicação interna, etc., mas fundamentalmente de mudanças em atitudes e percepções de seus indivíduos. Então, se desejamos uma mudança eficaz, devemos prestar atenção nosdetalhes básicos da cultura nacional onde as estratégias serão implementadas. 29 8 PROJETO ORGANIZACIONAL O entendimento de projeto organizacional possui um aspecto muito racional simplesmente criamos as organizações para que cumpram suas metas e sejam eficazes. Feliz ou infelizmente, o assunto não é tão simples. A racionalidade, em si, é difícil de acontecer, independentemente daquilo que está sendo planejado. Ao mesmo tempo, os eventos em organizações não são inteiramente aleatórios, pois a própria finalidade da estrutura consiste em proporcionar algum grau de certeza de ação. Nas seções que se seguem, abordagens alternativas do projeto organizacional serão apresentadas e avaliadas. 8.1 Escolha estratégica Entender as escolhas e decisão estratégicas tem sido um desafio para os pesquisadores. Os resultados do exame desta questão através das características pessoais do empreendedor não têm sido consistentes. A proposição dos modelos mentais indica dessemelhanças nas escolhas e decisões de diferentes empreendedores. A ligação entre estas dessemelhanças e os modelos mentais pode constituir um dos fatores a induzir diferentes empreendedores a diferentes escolhas e decisões estratégicas em um mesmo ambiente de negócios. O propósito do trabalho é o desenvolvimento de relação entre os modelos mentais, derivados dos temperamentos, e as escolhas e decisões do empreendedor. Conclui-se pela existência de dois modelos mentais – operacional e estratégico – que podem explicar estas escolhas e decisões estratégicas do empreendedor. Em conhecendo seu modelo mental, um empreendedor poderá endereçar os vieses gerados por ele na análise estratégica e favorecer um processo mais efetivo de escolha e decisão estratégica para o sucesso do empreendimento. 30 8.2 O viés marxista Uma perspectiva acentuadamente diferente sobre o desenho organizacional foi assumida por estudiosos marxistas, Goldman e Houton (1977) observam: [...] as pesquisas têm indicado que uma abordagem marxista da burocracia é promissora. A análise feita por Maglin (1974) da hierarquia durante a Revolução industrial, e a discussão de Stone (1973) a respeito de desenvolvimento de sequencias de cargos na indústria do aço no final do século XIX mostram como as mudanças na divisão do trabalho se originam tanto do desejo de efetuar controle organizacional quanto de necessidade de aplicar continuamente tecnologia atualizada à produção. Outras pesquisas marxistas, ou de algum modo marxista, caracterizam o estudo da burocracia, embora de um modo mais indireto. Estudos das elites econômicas, focalizando particularmente as relações interinstitucionais e a interpenetração da economia e da política, proporcionam uma visão alternativa do comportamento gerencial em controle àquele que ocorre na maior parte da literatura sobre organizações. 8.3 O viés do downsizing Em anos recentes, um novo elemento foi agregado à escolha estratégica. Muitas organizações estão optando pelo enxugamento de suas operações – downsizing (Cappelli et al., 1997). Isso pode envolver dispensar empregados em todos os níveis (exceto o mais alto escalão, evidentemente) e a terceirização de atividades – aquisição de produtos e serviços fora dos limites da organização, empregando mão-de-obra externa ou contratando serviços de limpeza e manutenção ou de administração da folha de pagamento com um provedor externo. As organizações do governo adotam uma forma de downsizing quando privatizam algumas de suas atividades. Privatização é um tema polêmico, particularmente para sindicatos de funcionários públicos, que fazem uma interessante comparação entre as privatizações e os piratas que combatiam a soldo do governo. De qualquer modo, a privatização de escolas ou prisões 31 constitui um outro exemplo de aplicação do método de downsizing ao desenho organizacional. A maioria das analises de escolha estratégicas consideradas faz a suposição implícita de que as escolhas são feitas para aumentar a eficiência organizacional. O argumento do downsizing inverte esse posicionamento e observa “as estruturas como resultados dos limites de eficiência” (Meyer, 1990:209). De acordo com esse ponto de vista, o controle financeiro tornou-se fundamental. 8.4 Escolha estratégica: um resumo Essas análises do controle dos trabalhadores segundo o enfoque marxista e do downsizing não devem ofuscar o fato de que são feitas escolhas a respeito das estruturas organizacionais. As escolhas estratégicas são feitas em base continua. Decisões tomadas sob limitações situam-se no núcleo daquilo que passou a ser conhecido como ‘teoria da contingência estrutural’ (Donaldson, 1995, 1996). Essa teoria baseia-se no trabalho de Lawrence e Lorsch. Estruturas organizacionais baseiam-se nas decisões tomadas nos contextos em que as organizações operam. Isso significa, simplesmente, que não existe uma forma ótima de estrutura. 8.5 A explicação institucional A explicação final da estrutura organizacional a ser considerada é o modelo institucional. Esse modelo tornou-se um apoio importante para nossa compreensão dos fenômenos organizacionais. A perspectiva institucional encara, desse modo o desenho organizacional não como um processo racional baseado em metas organizacionais, mas como um processo de pressões externas e internas que levam as organizações de um campo a ter semelhança entre si ao longo do tempo. Essa perspectiva considera as escolhas estratégicas como originárias da ordem institucional de que uma organização faz parte. 32 A teoria institucional, ao mesmo tempo, está proporcionando esclarecimentos a respeito de fatos importantes que ocorreram nas organizações e em torno delas. A proporção crescente de mulheres em cargos de direção e uma maior conscientização de temas relacionados ao trabalho e à família, por exemplo, tem sido atribuída a processos institucionais normativos e coercitivos. 9 EXPLICAÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Têm-se examinado uma serie de explicações da estrutura organizacional. Elas variam de fatores contextuais, como tamanho e tecnologia, a fatores ligados ao desenho organizacional, como escolha estratégica e isomorfismo institucional. As organizações não assumem uma forma automaticamente. Elas a assumem por causa de decisões tomadas, as quais nos fazem retornar ao fator da escolha estratégica. Nossa reconsideração, porém, é lastreada pela atitude de combinação de teorias que acabamos de considerar. Desse modo, as organizações podem diversificar-se ou reorganizar-se para melhor se enquadrar em seus ambientes. Elas adaptam suas formas para se adequar às culturas nacionais nas quais estão operando. Elas também podem diferenciar-se de outras organizações e, portanto, não cedem às pressões institucionais. Quando se defrontam com contingências ambientais múltiplas e conflitante, elas podem reagir mediante inadequações. Escolhas estratégicas também são feitas em função das tecnologias disponíveis e apropriadas para a organização envolvida. Pelo fato de ser examinado agora os processos organizacionais, deve ficar claro que as estruturas organizacionais afetam esses processos e vice- versa. A estrutura afeta o fluxo de informações e as relações de poder nas organizações. Decisões tomadas com relação a possível estratégias afetam as estruturas. Ao contrário das edificações em nossa analogia supracitada, as estruturas encontram-se em movimento. 10 RESUMO E CONCLUSÕES DO REFERENCIAL TEÓRICO Examinamos as várias explicaçõesdesenvolvidas para explicar as formas que as estruturas organizacionais assumem. A estrutura organizacional é 33 dinâmica. Organizações podem alterar o tamanho, adotar novas tecnologias, defrontar-se com ambientes e culturas internas e nacionais em mudança, adotar novas estratégias ou identificar antigas e ajustar-se a outras organizações em seu campo. Antes de analisar os processos organizacionais, precisamos repetir que as estruturas organizacionais existem para proporcionar eficácia. Existem muitas tentativas de desconectar a estrutura da eficácia – algumas intencionais e outras acidentais, algumas humorísticas e outras trágicas --, porém o elo permanece. Ficou implícito na discussão que a estrutura de uma organização possui impactos importantes – para seus membros e para o sistema social do qual faz parte. É no âmbito da estrutura que operam os processos de poder, conflito, liderança, tomada de decisões, comunicação e mudança. Passamos agora a analisar esses processos. 11 ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE MÉDIO PORTE 11.1 Perfil da Organização A empresa CPC – Cosntruções e Processos Cientificos LTDA. É uma empresa de médio porte pois sua receita operacional bruta anual é maior que R$ 16 milhões e menor que R$ 90 milhões (segundo dados do BNDES), É empresa de capital fechado e sociedade por cotas de responsabilidade limitada, foi fundada em Brasilia/DF, em 11 de julho de 1976 e está registrada na receita federal sobre o número do CNPJ/MF: 00.450.577/0001-03 e sua inscrição estadual sobre o número: 07.317.596/001-76. Têm por nome fantasia CPC Estruturas. CPC Estruturas é uma empresa do ramo de construção civil (Fabricação e Fornecimento de estruturas Metalicas) e está localizada no SAAN Quadra 02 Lote 310, CEP 70.632-200 Brasilia/DF, atuando em todo o país. Acumula mais de 1 milhão de metros quadrados em obras executadas, algumas de até 4.000 toneladas. A empresa une tecnologia, conhecimento técnico e compromisso com os resultados na realização de obras que demandam projetos em aço de estruturas metálicas para serem aplicados em diversas obras. 34 Figura 1: Fachada e equipamentos da CPC ESTRUTURAS Fonte: Site da empresa (www.cpcestruturas.com.br) Acesso em 26 abril de 2016. A fábrica ocupa uma área de 25.000m² onde são desenvolvidas todas as etapas do processo de fabricação das estruturas, desde o projeto e cálculos, até a fabricação e estudos de montagem. A empresa conta com uma equipe de profissionais preparada para propor soluções adequadas e versáteis aos clientes, na aplicação do aço na construção civil. A empresa conquistou uma posição de destaque no mercado do Centro-Oeste, além de ser a mais atuante no mercado de Brasília. Desde o projeto até a conclusão da obra, todos os detalhes referentes a prazos e especificações técnicas são cuidadosamente considerados. O objetivo maior é assegurar a satisfação total do cliente, oferecendo segurança e tranqüilidade. Os ramos de negócios da empresa se baseiam em: Engenharia, projetos, fabricação, montagem e comercialização de estruturas metálicas e também elaboração de Laudos técnicos para: Pontes rodoviárias e ferroviárias; Viadutos; 35 Construções industriais e montagens; Shopping Centers; Aeroportos; Edifícios comerciais; Coberturas espaciais e convencionais; Passarelas; Obras gerais em aço. Trabalhando para grandes empresas do País, a CPC ESTRUTURAS têm como maior mérito a credibilidade nela depositada por esses clientes, os quais tem orgulho de chamá-los de parceiros. E essa parceria é demonstrada após a realização da primeira obra: sempre que necessitam de estruturas metálicas em outros empreendimentos, os clientes retornam a empresa. Abaixo segue imagens das principais obras executadas pela empresa: Figura 2: Obra - Nove CENPES – Centro de Pesquisa da petrobras Fonte: Site da empresa (www.cpcestruturas.com.br) Acesso em 26 abril de 2016. 36 Figura 3: Obra - Ampliação dos terminais de passageiros Fonte: Site da empresa (www.cpcestruturas.com.br) Acesso em 26 abril de 2016. Figura 4: Obra - Centro de convenções Ulisses Guimarães Fonte: Site da empresa (www.cpcestruturas.com.br) Acesso em 26 abril de 2016. 37 Figura 5: Obra - Estádio Nacional de Brasilia – Mané Garrincha Fonte: Site da empresa (www.cpcestruturas.com.br) Acesso em 26 abril de 2016. Figura 6: Obra - Shopping Centers Fonte: Site da empresa (www.cpcestruturas.com.br) Acesso em 26 abril de 2016. 38 Figura 7: Obra - Ponte dos Barrageiros – Rodovia Paraná – Tiete Fonte: Site da empresa (www.cpcestruturas.com.br) Acesso em 26 abril de 2016. Figura 8: Obra - Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública Fonte: Site da empresa (www.cpcestruturas.com.br) Acesso em 26 abril de 2016. 39 Figura 9: Obra - Parque aquático Maria Lenk Fonte: Site da empresa (www.cpcestruturas.com.br) Acesso em 26 abril de 2016. Figura 10: Obra - Universidade de São Paulo - USP Fonte: Site da empresa (www.cpcestruturas.com.br) Acesso em 26 abril de 2016. 40 Figura 11: Logomarca principal da empresa Fonte: Informação repassada pelo Sr. Diego Coppola (Supervisor da qualidade) 11.2 Força de Trabalho A força de trabalho é composta por 181 colaboradores, dos quais 57 são profissionais Indiretos (Diretorias, Engenharias e Administrativos), E 124 profissionais Diretos (Ajudantes, Montadores de estruturas, Soldadores, Pintores, Encarregados, Lideres, Operadores de Máquinas, técnicos de inspeções e Motoristas). Estão divididos nos niveis ESTRATÉGICO (Diretor Operacional, Diretor Financeiro e Diretor Comercial), TÁTICO (Engenheiros, Arquitetos, Administrador, Contador, Supervisor de Qualidade, Gerente de Suprimentos e Gerente de RH), OPERACIONAL E TÉCNICO que estão aqueles profissionais que chamam de “chão de fábrica”, ou seja, que trabalham diretamente na produção e montagem das estruturas (Ajudantes, Montadores de estruturas, Soldadores, Pintores, Encarregados, Lideres, Operadores de Máquinas, técnicos de inspeções e Motoristas). 41 Figura 12: Organograma da CPC ESTRUTURAS Fonte: Repassadas pelo Sr. Diego Coppola - (Supervisor da Qualidade) em 26 abril 2016. 42 11.3 Mercados e Clientes A organização atua somente no mercado nacional, a empresa possui em sua carteira de clientes grandes empresas do país que confiam no seu trabalho e experiência para a execução de suas obras, e geralmente são grandes organizações e empresas publicas que mais demandam os serviços da CPC. São clientes: PETROBRÁS/ Consórcio CNC ThyssenKrupp CSA Companhia
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