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Gestão de Negócios e Enriquecimento sem Causa

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VII. OS FACTOS
7.1. Generalidades
Até agora examinámos as fontes das obrigações a que se podem atribuir uma fundamentação em princípios gerais de nossa disciplina, mormente a autonomia privada.
Existem, porém, igualmente casos de fontes das obrigações que não se podem reconduzir à aplicação de um princípio genérico, constituindo antes previsões específicas, cuja aplicação se restringe a situações de facto. Entre eles examinaremos as figuras de gestão de negócios e do enriquecimento sem causa. 
7.2. Gestão de negócios
7.2.1. Generalidades: conceito
Nos termos do artigo 464 diz-se gestão de negócios quando uma pessoa (gestor) assume a direcção de negócio alheio no interesse e por conta do respectivo dono, sem para tal estar autorizada.
Como refere o Prof. Luís Manuel Leitão,� a consagração legal da gestão de negócios obedece a considerações diferentes das que eram representadas na sua concepção clássica – obediência a um princípio de altruísmo e solidariedade humana – estando em causa a previsão de um instituto jurídico destinado a permitir a realização de uma colaboração não solicitada entre os sujeitos privados, sem descurar da protecção da esfera jurídica do titular contra as intervenções prejudiciais.
7.2.2. Requisitos
Assunção da direcção de um negócio alheio: significa uma acção de alguém de dirigir um negócio alheio, não podendo assim ser considerada gestão de negócios uma conduta omissiva. A gestão poderá abranger não apenas actos de mera administração, mas também actos de administração extraordinária, ou mesmo de disposição.
Estão, porém, excluídos da gestão de negócios os actos contrários à lei, à ordem pública e ofensivos aos bons costumes, por tal corresponder a uma conduta proibida em relação ao gestor, bem como aqueles em que não seja possível a substituição do dono do negócio, por nesse caso não haver qualquer utilidade para este na intervenção do gestor ou por serem de natureza pessoal.
Pense-se num incêndio de uma casa. É lícito que alguém que esteja presente intervenha para evitar o perigo: há uma substituição de uma pessoa ausente sem que tenha havido uma autorização prévia. Ou então, alguém que resolve reparar o muro da casa de um vizinho que se encontra em risco, sem autorização deste.
A gestão de negócio deve ser feita no interesse e por conta do dono: o gestor deve gerir com consciência de que o negócio não lhe pertence. Contudo, não é necessário que o gestor conheça o dono do negócio. 
Quando alguém gere negócio alheio na convicção de que está a gerir seu negócio, porque não estava a gerir no interesse do dono, aplicar-se-á o regime do art. 472 se o dono aprovar a gestão efectuada e se não aprovar, aplicam-se as regras de enriquecimento sem causa. Mas se o gestor se intrometeu com culpa, haverá responsabilidade civil.
Falta de autorização: o gestor será de facto gestor se não estava autorizado nem tinha direito ou dever de gerir o negócio. Não tinha nenhum vínculo jurídico por virtude do qual estaria adstrito àquela prestação.
7.2.3. Relações entre o gestor e o dono do negócio (relação interna)
Deveres do gestor: nos termos do artigo 465 o gestor deve actuar de acordo com o que, objectivamente e naquele momento, deve ser o interesse do dono, desde que esse interesse não seja contrário à lei ou à ordem pública e não ofenda os bons costumes.
O gestor pode ser responsabilizado se causar danos ou quando violar um dever – art. 466. Não pode interromper injustificadamente a gestão, isto é, se tiver começado a gerir não pode desistir sem justa causa sob pena de responder pelos danos.
O art. 466 nº 2 estabelece uma presunção legal de culpa – o gestor deve demonstrar que não teve culpa. Não é o dono do negócio que tem que provar.
Sendo a culpa um juízo de censura, a questão que se coloca é da medida de actuação que se pede ao gestor. Apenas se pede o necessário cuidado que teria se o negócio fosse próprio.
A outra questão que tem sido levantada é de saber se a gestão de negócio é gratuita ou onerosa. A regra é de que a gestão de negócio é gratuita – art. 470; ela não dá direito a qualquer remuneração, salvo se corresponder ao exercício profissional do gestor, caso em que a gestão assume o carácter oneroso.
No caso de pluralidade de gestores, o regime é o da solidariedade, isto é, respondem solidariamente perante o dono do negócio.
Deveres do dono do negócio: é preciso distinguir se houve aprovação ou não da gestão, isto é, deve-se ter em conta a actuação do gestor no sentido de ver se esta foi conforme à vontade do dono, para que este possa aprová-la.
Em caso de aprovação, o dono do negócio renuncia o pedido de responsabilidade pelos eventuais estragos – art. 466, e deve reembolsar ao gestor pelas despesas, juros legais e indemnizá-lo pelos prejuízos que tiver sofrido – art. 468 nº 1.
Caso o dono não aprove aplica-se o disposto no artigo 468 a contrário, isto é, o dono do negócio não renuncia o pedido de responsabilidade, nem reembolsará ao gestor as despesas que haja efectuado, nem se constituirá na obrigação de indemnizá-lo pelos prejuízos sofridos.
Porém, pode acontecer que o gestor prove que a sua actuação foi sem culpa e mesmo assim, o dono não aprovar. Aí haverá lugar ao enriquecimento sem causa – art. 468 nº 2. Aqui a questão é da fonte da obrigação.
Como também pode não haver aprovação porque de facto, o gestor não actuou correctamente mas fez despesas. Neste caso, faz-se a compensação das despesas que fez e os direitos em relação aos estragos provocados. Só se o dono não aceitar, caso em que também estaremos perante a figura do enriquecimento sem causa – art. 468 nº 2.
 
7.2.4. Relação entre o dono do negócio e terceiros (relação externa)
Pense-se no seguinte exemplo: A é comerciante mas está ausente e deixou na loja o empregado mas tem o seu irmão B que não está autorizado. Surge uma oportunidade de negócio, então B, no interesse de A compra mercadorias a C.
Na relação externa há que estabelecer uma distinção entre a actuação do gestor em nome do dono do negócio (gestão de negócio representativa) e a actuação do gestor em nome próprio (gestão de negócios não representativa). 
Na primeira situação, e uma vez que a gestão de negócio pressupõe a inexistência de poderes de representação, o negócio realizado é ineficaz em relação ao dono porque não há poderes, como também não é eficaz em relação ao gestor pois o negócio foi feito em nome do outro.
O que poderá acontecer, é o dono ratificar o que foi feito numa espécie de reconhecimento posterior da gestão, se quiser. Se não ratificar, o terceiro fica prejudicado.
Na segunda situação, a parte do negócio é o gestor e aqui as obrigações já são dele. O negócio passará ao dono por interferência, quanto aos direitos – art. 1180 e 1181.
Quanto às obrigações, o dono do negócio está obrigado a assumir as dívidas - art. 585 e 1182 in fine. Se o gestor não transferir os direitos, dá-se o enriquecimento sem causa.
Veja-se, para mais desenvolvimentos, o mandato sem representação, Código Civil anotado.
 
7.3. Enriquecimento sem causa
7.3.1. Aspectos gerais
Na base do enriquecimento sem causa está a ideia de que ninguém se deve locupletar injustificadamente e à custa alheia. 
O nosso Código Civil considera o enriquecimento sem causa uma fonte autónoma de obrigações e estabelece no art. 473 nº 1 que “aquele que, sem causa justificativa, enriquecer à custa de outrem, é obrigado a restituir aquilo com que injustamente se locupletou”. 
A ideia é de que não se admite que haja ganhos patrimoniais sem uma causa justificativa e a custa de outrem. Por exemplo, o pagamento de uma conta que já havia sido paga, faz com que o credor se enriqueça sem justa causa. Também se enriquece sem causa justificativa alguém que usa uma viatura duma pessoa sem estar autorizado e volta a colocar no lugar onde estava. O que interessa é meter-se na esfera alheia edaí tirar algum benefício.
7.3.2. Requisitos
Para que haja um devedor (enriquecido) e um credor (que suporta o enriquecimento, o empobrecido) mostra-se indispensável a verificação cumulativa de requisitos que estão agrupados em dois grupos: requisitos positivos – circunstâncias que tem que se verificar; requisitos negativos – circunstâncias que não se devem verificar para que haja enriquecimento sem causa.
Requisitos positivos: 
Existência de um enriquecimento: deve registar-se um acréscimo no património do sujeito enriquecido à custa do património de outrem. Esse acréscimo pode-se traduzir nuns casos no aumento do activo e, noutros casos, numa diminuição do passivo.
O enriquecimento pode ser real quando corresponde ao valor objectivo e autónomo de vantagem adquirida, ou patrimonial quando consiste na diferença produzida na esfera jurídica do enriquecido (lucros) que resulta da comparação entre a situação efectiva actual e aquela em que se encontraria o sujeito se a deslocação patrimonial não tivesse ocorrido.
Tem-se levantado o problema de saber se só devem ser consideradas apenas as vantagens patrimoniais ou se as vantagens morais também podem ser consideradas.
A boa doutrina diz que as vantagens não materiais podem ser consideradas, desde que, ao abrigo do art. 479 nº 1 in fine, sejam susceptíveis de avaliação pecuniária.
Suporte do enriquecimento por outrem: a vantagem patrimonial obtida por uma pessoa corresponde, por via de regra, a uma perda também avaliável em dinheiro, sofrida por outra pessoa, um enriquecimento a custa de um empobrecido, portanto. 
A diminuição suportada pelo empobrecido não tem que ser necessariamente igual à vantagem obtida pelo enriquecido. Bastará apenas, como requisito indispensável, que o enriquecimento tenha sido suportado por outrem, que se produza o locupletamento às expensas alheias, ou seja, com bens jurídicos pertencentes a pessoa diversa.
Correlação entre o enriquecimento e o suporte deste: é necessário que o ganho seja derivado da utilização do património alheio. Não se exige verdadeiramente uma relação de causa e efeito, a ideia é de que alguém se enriqueceu porque usou o património de outrem. A relação é de causa-efeito qualitativa, pois alguém pode tirar 100 de outrem e ganhar 200.
Assim sendo, coloca-se o problema dos ganhos indirectos. Suponha-se que A e B são irmãos. A é comerciante e B é estudante. Se A pedir a B que tem as chaves do carro de C e o usa, considera-se que há enriquecimento sem causa?
A doutrina dominante entende que no enriquecimento sem causa, a vantagem que se obtém deve ser directa. Se há um património intermediário, não se deve considerar enriquecimento sem causa.
Mas a posição mais razoável é de verificar se B foi utilizado ou serviu de cúmplice, pois apesar de a ligação ter sido intermediária, não deixa de ter havido enriquecimento e este deve ser considerado. Portanto A é enriquecido imediato – enriqueceu-se servindo uma outra pessoa – B. 
Portanto, ou há dois enriquecimentos separados ou há um enriquecimento com ajuda de um intermediário. 
Requisitos negativos:
Ausência de causa legítima: para que se constitua a obrigação de restituir, fundada no enriquecimento sem causa, é necessário que não exista uma causa justificativa da deslocação patrimonial: ou porque nunca houve ou porque já desapareceu.
Não verificação das situações previstas no artigo 474: o artigo 474 estabelece que “não há lugar à restituição por enriquecimento sem causa quando a lei facultar ao empobrecido outro meio de indemnização ou restituição”.
7.3.3. Subsidiariedade
Resulta do disposto no art. 474 que o enriquecimento sem causa tem natureza subsidiária, só funciona quando não exista outro meio jurídico que resolva o problema. 
O princípio da subsidiariedade do enriquecimento sem causa pressupõe que o empobrecido só possa recorrer a este instituto para obter a restituição de tudo aquilo com que o enriquecido se locupletou às expensas do empobrecido, depois de esgotados todos os outros meios para obter a restituição ou indemnização.
Portanto, a acção de enriquecimento tem carácter subsidiário ou residual. Assim, não haverá lugar a acção por enriquecimento sem causa se o empobrecido poder usar as acções de nulidade, anulação, resolução, denúncia do negócio, reivindicação da coisa.
Por exemplo, se alguém tem a possibilidade de pedir a declaração de nulidade ou anulação de um negócio jurídico e a restituição da coisa entregue (art. 289 nº 1), não poderá exercer a acção de enriquecimento sem causa.
De igual modo, o gestor a quem a lei faculta a possibilidade de pedir indemnização (art. 468 nº 1), ou a vítima de roubo que dispõe da acção de reivindicação ou reparação, não pode recorrer à acção de enriquecimento.
Também não haverá lugar ao uso desse meio no caso em que se possa usar da responsabilidade civil.
Repare-se aqui que a prescrição do direito de indemnização não importa a acção de enriquecimento sem causa (498 nº 4), o que demonstra claramente a subsidiariedade desse mecanismo que só funciona depois de esgotados ou falharem os demais.
Atente-se que a acção de enriquecimento sem causa pode ser afastada por força da lei ou esta atribuir outro efeito ao enriquecimento (art. 474 in fine). Tais são os casos de prescrição (art. 300 e ss), de usucapião (art. 1287 e ss), de frutos percebidos pelo possuidor de boa-fé (art. 1270 nº 1), de alimentos provisórios (art. 2007 nº 2) e de objectos achados e não reclamados dentro do prazo (art. 1323, nº 2).
7.3.4. Modalidades e repetição do indevido
Os casos especiais ou certas situações de enriquecimento sem causa estão previstos nos arts. 476, 477 e 478. Assim, teremos:
Realização de uma prestação pensando que ela existia – art. 476: alguém realiza uma prestação indevidamente porque a obrigação ou já estava extinta ou nunca havia existido. Se se tratar de uma obrigação natural, não há lugar a repetição do indevido. Significa que a regra é de que há repetição do indevido, sem prejuízo dos direitos naturais.
De referir que é preciso distinguir a realização da prestação deveu-se a erro desculpável ou erro indesculpável; neste último caso, não é compreensível numa pessoa de diligência média. Quando há um erro indesculpável, não haverá lugar a repetição do indevido.
No caso de erro desculpável, por exemplo alguém realizou uma prestação porque não sabia ou não conhecia a existência de um prazo supletivo, há lugar a repetição do indevido se o credor tiver enriquecido pelo cumprimento antecipado.
Art. 477 – Cumprimento de uma obrigação alheia na convicção de que era própria: “aquele que por erro desculpável cumpriu uma obrigação alheia julgando-a própria, goza do direito de repetição ou restituição, excepto se...”.
Nesta situação o erro também tem que ser desculpável e se o credor tiver extinto as garantias que tinha não haverá lugar a repetição do indevido.
A pergunta que normalmente é feita, relacionada com esse artigo, é de saber quem é que ficou enriquecido. O credor não ficou enriquecido, pois recebeu o que tinha direito mas de pessoa errada. Assim, a pessoa que pagou fica sub-rogado nos direitos do credor – art. 472 nº 2.
Na prática, sempre que há um pagamento de uma dívida alheia, funciona o regime de gestão de negócios, e teremos que ver se o gestor estará sub-rogado, nos termos do art. 477 nº 2.
Art. 478 – Alguém paga uma dívida alheia pensando que está obrigado a pagá-la: suponha-se que A é devedor de B e C vai pagar a B não porque pensa que a dívida é dele como no caso anterior, mas porque julga que é obrigado a cumpri-la
É o caso de um mandatário sem poderes de representação. Aqui não há direito à repetição do indevido. O mandatário que pagou a dívida do mandante não tem direito à repetição. Deverá pedir o que pagou ao devedor, excepto se o credor conhecia o erro porque neste caso está obrigado a repetir.
7.3.5. Medidada obrigação de restituir
Está estabelecido no artigo 479 que a obrigação de restituir fundada no enriquecimento sem causa compreende tudo o que se tenha obtido a custa do empobrecimento. Portanto, o valor correspondente ou em espécie.
A ideia é de que se deve devolver o valor do enriquecimento. Por exemplo, se ganhei 100 devo devolver 100. Porém, o nº 2 do artigo acima citado prevê uma excepção: a restituição não pode ser superior à medida do enriquecimento, ou seja, não se deve restituir mais do que se ganhou. Por exemplo, se ganhou 100 e o empobrecimento for 700, deve restituir-se apenas 100.
Existe a regra do duplo limite segundo a qual, a prestação não deve ser superior à medida do enriquecimento mas também não pode ser inferior à medida do empobrecimento.
Deste modo, se o enriquecimento for superior ao empobrecimento, a repetição será de valor baixo, isto é, deve-se devolver aquilo que efectivamente ele perdeu porque do contrário o empobrecido estaria a enriquecer. O empobrecido não pode ganhar com lucros mas sim deve pedir apenas o que é seu, não pode ganhar a custa do enriquecimento.
No caso em que o empobrecimento é superior ao enriquecimento, não se deve dar mais do que se enriqueceu. Se A tem uma coisa que vale 50 e só ganhou 25, só pagará 25, que é a medida do enriquecimento.
Nos termos do art. 480 se o enriquecido não sabia que tinha enriquecido sem causa, o enriquecimento é calculado a partir da data da citação. 
7.3.6. Prescrição
Do artigo 482 infere-se que o legislador considera dois prazos de prescrição do direito de restituição por enriquecimento sem causa. 
Assim, logo que o credor (o empobrecido) toma conhecimento do direito que lhe assiste, isto é, dos factos constitutivos do enriquecimento sem causa e da pessoa responsável (o enriquecido), dispõe de três anos para exercer a acção de restituição por enriquecimento.
Por outro lado, independentemente do conhecimento da ocorrência do enriquecimento sem causa pelo empobrecido, inicia-se o prazo ordinário de prescrição que é de 20 anos (art. 309).
� Obra citada, pag. 486.
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