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Organização dos Poderes no Estado

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CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR 
PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 6 - Conceito de Poder: Separação, Independência e Harmonia. 
Poder Legislativo. 
Bom dia! 
Hoje vamos entrar no estudo dos poderes do Estado, tratar da 
Organização dos Poderes. 
Assim, começaremos falando sobre o relacionamento entre os poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário. 
Logo a seguir, entraremos especificamente no estudo do Poder 
Legislativo, que incluirá também a análise das CPIs e do TCU, assuntos 
que vêm sendo frequentemente cobrados em concursos. 
Nas aulas seguintes veremos os demais poderes. 
Vejamos o conteúdo da aula de hoje. 
1 – Separação, Independência e Harmonia entre os Poderes 
1.1 – Sistema de freios e contrapesos 
2 – Poder Legislativo 
2.1 – Congresso Nacional 
2.2 – Câmara dos Deputados 
2.3 – Senado Federal 
2.4 – Comissões 
2.5 – Estatuto dos Congressistas 
3 – Fiscalização contábil, financeira e orçamentária 
3.1 – Organização do TCU 
3.2 – Tribunais de contas estaduais, distrital e municípios 
4 - Exercícios de Fixação 
Boa aula! 
1 – Separação, Independência e Harmonia entre os Poderes 
Nossa ordem constitucional estabelece a independência entre os 
poderes: 
Art. 2° São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Esse artigo consagra o princípio da separação dos poderes, ou melhor, 
distinção funcional do poder do Estado (a rigor, o poder não é 
divisível, ocorrendo apenas uma tripartição das funções estatais para 
que o Estado possa exercer sua vontade, seu poder). 
 
 
 
 
 
 
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O Estado, como grupo social máximo, exerce poder político ou poder 
estatal (poder superior aos demais poderes de uma dada sociedade, 
visando a ordenar as relações entre os indivíduos). 
Essa superioridade caracteriza a soberania do Estado, congregando a 
independência frente a outros Estados (soberania externa) e a 
supremacia sobre todos os demais poderes internos (soberania interna). 
Para a doutrina, esse poder é uno, indivisível e indelegável. Por isso, 
alguns não consideram ser rigorosamente adequado falar-se em 
delegação ou divisão de poderes. (Mas o termo divisão de poderes tem 
aparecido regularmente em provas.) 
Por sua vez, esse poder estatal compõe-se de três funções, o que 
permite se falar em distinção das funções do poder: a legislativa, a 
executiva e a jurisdicional. 
Função Legislativa: edição de regras gerais, impessoais e 
inovadoras da ordem jurídica. 
Função Executiva: resolução de problemas concretos e 
individualizados, de acordo com as leis (comportando atos de governo e 
de administração). 
Função Jurisdicional: aplicação do direito ao caso concreto. 
Nesse sentido, a distinção funcional do poder consiste especialização 
de tarefas governamentais. 
Pois bem, mas vamos ao que interessa. Normalmente, o exercício 
precípuo das funções estatais essenciais será atribuído a órgãos 
independentes entre si (daí a chamada divisão dos poderes). Nesse 
sentido, como funções típicas: 
a) compete ao Poder executivo as funções de Governo e 
Administração; 
b) compete ao Poder Legislativo o exercício da elaboração de leis e a 
fiscalização dos atos de caráter público; e 
c) cabe ao Poder Judiciário o exercício da jurisdição. 
Entretanto, hoje, essa divisão não se encontra mais rígida como antes. 
Ela evoluiu para uma nova forma de relacionamento entre os órgãos 
estatais, tanto que hoje prefere-se falar em independência e harmonia 
entre os poderes. 
A harmonia entre os poderes consiste nas regras de convivência e 
respeito de um poder às prerrogativas e faculdades de outro e funciona 
como uma relativização da rigidez do princípio da separação dos 
poderes. 
Já a independência dos poderes assegura que a investidura e a 
permanência das pessoas num órgão não dependa da vontade de outro 
órgão. Além disso, significa que cada poder é livre para organizar os 
 
 
 
 
 
 
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seus serviços e para exercer suas funções (sem precisar consultar os 
demais poderes). 
Todavia, essa independência não pode mais ser considerada absoluta. 
Há várias interferências previstas na Constituição Federal - mecanismos 
de controle recíproco entre os poderes com a finalidade de evitar 
excessos e distorções, configurando o denominado sistema de freios e 
contrapesos. 
Ademais, atualmente, essas funções não são atribuídas de forma 
exclusiva. É dizer: os Poderes exercem suas funções típicas, bem como 
funções atípicas. 
Por exemplo, o chefe do Poder Executivo exerce a função legislativa de 
forma atípica ao editar uma medida provisória. O mesmo acontece a um 
tribunal do Poder Judiciário ao elaborar e publicar seu regimento. 
Outro exemplo é o Poder Legislativo, quando, por meio do Senado 
Federal, exerce função jurisdicional no julgamento do Presidente da 
República nos crimes de responsabilidade. 
Por fim, é importante você ter mente que essa repartição das funções 
estatais entre três órgãos distintos evita a concentração de todo o 
poder nas mãos de uma única pessoa. Assim, essa estrutura funciona 
como forma de limitação do poder do Estado, segundo a ideia de que 
o poder corrompe-se quando não encontra limites. 
1.1 – Sistema de freios e contrapesos 
Relacionado com tudo que comentei acima encontra-se o denominado 
sistema de freios e contrapesos (checks and balances), que consiste 
em controles (limites) recíprocos entre os Poderes Executivo, Legislativo 
e Judiciário, previstos na própria Constituição Federal, com vistas a 
assegurar a harmonia entre tais Poderes. 
Há vários reflexos desse sistema de freios e contrapesos na nossa 
Constituição. Por exemplo, o Controle Externo do Congresso Nacional 
sobre os atos da Administração Pública. Ou a possibilidade de o 
Judiciário declarar inconstitucionais as leis aprovadas pelo Poder 
legislativo. Ou ainda o julgamento do Presidente da República pelo 
Senado Federal nos crimes de responsabilidade... e por aí vai. 
Tudo isso tem estreita relação com a independência e harmonia entre os 
poderes e com o próprio sistema de freios e contrapesos! Se você ainda 
não “captou o espírito” desse sistema de controles recíprocos de um 
poder sobre a atuação do outro, veja o caso do processo legislativo. Se 
você observar com cuidado, poderá verificar como todo o processo é 
regido por relações de independência, controle e harmonia entre os 
Poderes. Dê uma olhada. 
 
 
 
 
 
 
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Muito bonito tudo isso, não? Bonito e cai em concurso... 
1. (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) São Poderes do Estado, 
independentes e harmônicos entre si, o Ministério Público, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
De acordo com o art. 2° da CF/88: 
“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.” 
Ou seja, a CF não inclui o Ministério Público dentro dos Poderes da 
União. 
Esse é o erro da questão, que cobrou a literalidade da Constituição. 
Nada obstante, devemos alertar que a CF/88 também institui o Ministério 
Público como forma de controle do poder, assegurando prerrogativas e 
autonomia para que possa desempenhar essa função. 
Item errado. 
2. (ESAF/MRE/2004) É característica fundamental do poder político do 
Estado ser ele divisível, o que dá origem às três funções que serão 
atribuídas a diferentes órgãos. 
O poder do Estado é uno e indivisível. Ou seja, o poder não é divisível. 
Ocorre uma tripartiçãodas funções estatais para que o Estado possa 
1 – A elaboração de leis é função 
precípua do Poder Legislativo 
2 – Há assuntos que são de iniciativa 
privativa do Presidente da República 
3 – Quanto a esses assuntos o 
Congresso não pode iniciar o 
processo legislativo sob pena de 
inconstitucionalidade por vício de 
iniciativa 
4 – Mas os parlamentares podem 
emendar esses projetos de lei (desde 
que as emendas não aumentem 
despesa e sejam pertinentes ao 
tema do projeto original) 
5 – Aprovado o projeto no Congresso, 
ele volta ao Presidente, que poderá 
vetá-lo 
7 – Superado o veto, o projeto ainda 
vai ao Presidente para promulgação, 
que, entretanto, não é obrigatória 
8 – O Congresso não fica dependente 
da promulgação do Presidente, pois 
caso ela não ocorra, a competência 
passa ao vice-presidente do Senado. 
9 – Por fim, e ao final de tudo, 
ainda poderá o Poder Judiciário 
declarar a lei inconstitucional 
6 – Caso ocorra o veto ele poderá ser 
superado pelo voto dos parlamentares 
 
 
 
 
 
 
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exercer sua vontade (ou poder). Em suma, apesar de o termo “separação 
de poderes” ser bastante comum em concursos, considera-se errado 
afirmar que é divisível o poder político do Estado. 
Item errado. 
3. (ESAF/AFT/2006) Segundo a doutrina, "distinção de funções do 
poder" e "divisão de poderes" são expressões sinônimas e, no caso 
brasileiro, é um dos princípios fundamentais da República 
Federativa do Brasil. 
Em verdade, José Afonso da Silva assinala que, apesar de relacionados, 
os termos "distinção de funções do poder" e "divisão de poderes" não 
são equivalentes. 
O primeiro constitui especialização de tarefas governamentais, que 
podem ser atribuídas a um ou mais órgãos (ou seja, mesmo com 
concentração de poder, haverá distinção das funções estatais). 
A divisão dos poderes consiste em atribuir cada uma das funções 
estatais a um órgão diferente. 
Item errado. 
4. (ESAF/TRF/2006) Em razão da independência funcional, um dos 
elementos essenciais do princípio de separação dos poderes, o 
exercício das funções que integram o poder político da União é 
exclusivo. 
Vimos que determinadas funções do poder do Estado são exercidas de 
forma predominante por determinados órgãos independentes. 
Entretanto, essas funções não são atribuídas de forma exclusiva. 
Item errado. 
5. (ESAF/ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/MINISTÉRIO 
DA FAZENDA/2009) A limitação do poder estatal foi um dos grandes 
desideratos do liberalismo, o qual exalta a garantia dos direitos do 
homem como razão de ser do Estado. 
Você deve lembrar de que o advento da ideologia liberal traz em si a 
ideia de que o Estado “atrapalha a vida” do indivíduo e, principalmente, 
sua atividade econômica. Assim, as Constituições passam a limitar o 
poder estatal através da garantia de uma esfera de direitos 
fundamentais, que irão proteger o indivíduo dessa atuação do Estado. 
Saiba, porém, que as revoluções americana e francesa trouxeram 
também outra forma de limitação do poder do Estado: a própria 
repartição das funções estatais entre três órgãos distintos, evitando a 
concentração de todo o poder nas mãos de uma única pessoa. De certa 
forma, esse modelo foi tratado por Montesquieu, que defendeu que as 
três funções – administrativa, legislativa e judiciária – fossem exercidas 
 
 
 
 
 
 
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por órgãos diferentes, segundo a ideia de que o poder corrompe-se 
quando não encontra limites. 
Observe que o célebre artigo XVI da Declaração dos Direitos do Homem 
e do Cidadão já declarava que não haveria Constituição numa sociedade 
em que não estivessem assegurados os direitos dos indivíduos, nem 
separados os poderes estatais. 
Item certo. 
6. (ESAF/ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/MINISTÉRIO 
DA FAZENDA/2009) A divisão do poder, segundo o critério 
geográfico, é a descentralização, e a divisão funcional do poder é a 
base da organização do governo nas democracias ocidentais. 
A descentralização do poder é sua divisão segundo o critério geográfico. 
Isso é o que ocorre, por exemplo, na forma de Estado Federal, em que o 
poder está distribuído por várias entidades autônomas. 
Estamos tratando aqui da divisão funcional do poder, que é a atribuição 
das funções do poder a órgãos independentes entre si. Essa 
estruturação do governo é uma forma de limitação do poder estatal, 
esforço que se coaduna com o espírito do principio democrático. 
Item certo. 
7. (ESAF/AFC/CGU/2008) O princípio da separação do exercício das 
funções estatais não impede que o Poder Legislativo examine o 
acerto ou o desacerto de decisão judicial, especialmente quando o 
próprio regimento interno da Casa Legislativa admita possibilidade 
de instauração de comissão parlamentar de inquérito sobre matérias 
pertinentes à competência do Poder Judiciário. 
Não é legítimo que o Poder Legislativo venha a descaracterizar uma 
decisão do Poder Judiciário, por desrespeito ao princípio da separação 
dos poderes. É dizer, o exercício da jurisdição tem caráter de 
definitividade. 
Aliás, essa prática perniciosa às instituições já foi admitida em regimes 
constitucionais anteriores (por exemplo, a Constituição de 1937 permitia 
ao Executivo submeter uma lei declarada inconstitucional pelo judiciário 
ao crivo do Legislativo, podendo este Poder torná-la aplicável 
novamente). 
Vale lembrá-lo que o mesmo princípio impede que uma CPI convoque 
um juiz para prestar informações sobre sua atividade jurisdicional 
(guarde essa informação, pois ela será retomada lá na frente, afinal o 
direito constitucional é todo interligado). 
Item errado. 
Entremos agora no estudo de cada um dos Poderes, começando nesta 
aula com o Poder Legislativo. 
 
 
 
 
 
 
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2 – Poder Legislativo 
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se 
compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Assim, nosso 
Poder Legislativo federal é bicameral (composto por duas câmaras). 
As funções precípuas (típicas) do Poder Legislativo são as atividades de 
legislação (elaboração de normas gerais e abstratas) e fiscalização. 
Entretanto, como vimos na aula demonstrativa, ele exerce também 
funções atípicas. 
Nesse sentido, exerce função administrativa ao emitir atos 
administrativos internos (por exemplo, a nomeação ou posse de um 
consultor de orçamentos do Senado Federal). Além disso, o Senado 
Federal exerce função jurisdicional no julgamento do Presidente da 
República nos crimes de responsabilidade. 
8. (ESAF/AFC/2000) Cabe ao Poder Legislativo, com exclusividade, a 
edição de atos normativos primários. 
Isso você não pode errar (aliás, esse assunto se completará nas três 
aulas seguintes). Embora a regra seja a função legislativa ser 
desempenhada pelo Poder Legislativo, há hipóteses em que os demais 
Poderes da República também desempenham essa função, editando 
atos normativos primários. 
No caso do Presidente da República tanto as medidas provisórias (art. 
62), quanto as leis delegadas (art. 68) e os decretos autônomos (art. 84, 
VI) são atos normativos primários. O mesmo se pode dizer com relação 
aos tribunais do Poder Judiciário quando editam seus próprios 
regimentos internos (art. 96, I, a). 
Item errado. 
O Senado Federal é a Casa Legislativa que representa os estados e o 
Distrito Federal de forma paritária (três senadores por unidade da 
Federação), assegurando equilíbrio para a Federação. 
Por sua vez, a Câmara dos Deputados é composta por representantesdo povo, de forma proporcional à população de cada unidade da 
federação, como decorrência do princípio republicano-democrático. 
Objetivamente: 
I) Senado Federal: representação dos estados, em número de três 
senadores por estado, eleitos pelo princípio majoritário (como ocorre 
com os chefes do poder executivo) para mandato de 8 anos. 
II) Câmara dos Deputados: representação do povo, em número 
proporcional à população (entre oito e 70 deputados), eleitos pelo 
sistema proporcional para mandatos de 4 anos. 
III) Cada território elegerá quatro deputados e nenhum senador. 
 
 
 
 
 
 
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A primeira observação pertinente é a de que os municípios não possuem 
representantes no Poder Legislativo Federal - não participam da 
formação da vontade nacional. 
Outro aspecto relevante é que, para a doutrina, a opção pelo 
bicameralismo favorece o conservadorismo, enquanto o unicameralismo 
propiciaria um maior avanço democrático por canalizar melhor os anseios 
populares. 
Vale destacar que o bicameralismo só ocorre em âmbito federal, uma vez 
que, nos estados e municípios, o Poder Legislativo é unicameral. 
Lembrando que cada legislatura terá a duração de 4 anos (cada senador 
será eleito para duas legislaturas). 
Não confunda o conceito de sessão legislativa com o de legislatura. 
Cada legislatura abrange o período de quatro anos, corresponde ao 
período de renovação na composição das casas legislativas e 
compreende quatro sessões legislativas ordinárias ou oito períodos 
legislativos. 
Por sua vez, a sessão legislativa ocorre anualmente. De acordo com o 
art. 57 da CF/88, as reuniões do Congresso Nacional ocorrem, 
anualmente, na Capital Federal, no período de 2 de fevereiro a 17 de 
julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Mas a sessão legislativa não 
será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes 
orçamentárias (LDO). 
Cada sessão é composta de dois períodos legislativos, sendo um em 
cada semestre. Os intervalos entre os períodos legislativos, tanto no 
meio do ano quanto no final, são denominados de recesso parlamentar. 
Cabe ressaltar que, em regra, as Casas Legislativas (Câmara e Senado) 
atuam em separado. Todavia, há situações nas quais a Constituição 
exige o trabalho simultâneo (trata-se das chamadas sessões conjuntas). 
Nesse tipo de sessão, regida pelo regimento comum, as discussões e 
votações ocorrem no mesmo recinto, entretanto, a contagem dos votos 
se dá de forma separada. 
Assim, além de outros casos previstos constitucionalmente, a Câmara 
dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta 
para: 
I - inaugurar a sessão legislativa; 
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns 
às duas Casas; 
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da 
República; 
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar; e 
V – projetos de leis orçamentárias (CF, art. 166). 
 
 
 
 
 
 
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Atenção! A sessão conjunta não se confunde com a sessão 
unicameral. Nesta última, tanto as discussões quanto a contagem dos 
votos ocorrem de maneira conjunta, como se fosse apenas uma casa 
legislativa. Na Constituição só houve uma situação de sessão 
unicameral: processo simplificado de revisão constitucional (ADCT, art. 
3°). 
Segundo a Constituição, a Mesa do Congresso Nacional será presidida 
pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, 
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos 
Deputados e no Senado Federal (CF, art. 57, § 5°). Na constituição das 
Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a 
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares 
que participam da respectiva Casa (CF, art. 58, § 1°). 
O § 4º do art. 57 prevê a realização de sessões preparatórias para a 
posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato 
de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição 
imediatamente subseqüente. 
Fique atento a dois detalhes: 
I) não pode haver reeleição para o mesmo cargo apenas (seria admitido 
que o vice-presidente virasse o presidente); 
II) a vedação à recondução só vale para eleições dentro da mesma 
legislatura (quando houver troca de legislatura – a cada 4 anos – não há 
mais essa vedação). 
III) segundo o STF, a regra de vedação da recondução não é de 
observância obrigatória por parte dos estados-membros. 
A Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do 
Congresso (CF, art. 57, § 6°): 
I) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de 
estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização 
para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do 
Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República; 
II) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos 
membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse 
público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação 
da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação 
extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente 
incluídas na pauta da convocação (CF, art. 57, § 8°). 
Exceto essas medidas provisórias, na sessão legislativa extraordinária, o 
Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi 
 
 
 
 
 
 
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convocado, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão 
da convocação (CF, art. 57, § 7°). 
Bem, combinando que (i) acabou o pagamento de indenização com o 
fato de que (ii) a grande parte dessas convocações depende da 
aprovação da maioria absoluta dos parlamentares, você acha que ainda 
haverá muitas convocações extraordinárias? 
9. (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) O Congresso Nacional pode ser 
convocado extraordinariamente pelo presidente da República, pelo 
presidente da Câmara dos Deputados e pelo presidente do Senado 
Federal ou pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. 
O enunciado está errado porque não há autorização constitucional para 
que o Presidente do Supremo Tribunal Federal convoque 
extraordinariamente o Congresso Nacional. 
Item errado. 
Vistos esses detalhes, passemos a analisar as atribuições de cada 
um dos órgãos componentes do Poder Legislativo. 
2.1 – Congresso Nacional 
O Congresso Nacional é o órgão legislativo federal, cabendo a ele 
dispor sobre todas as matérias de competência da União. 
As competências do Congresso estão expressas no art. 48 (em regra, 
exercidas mediante lei ordinária ou complementar, com sanção 
presidencial) e no art. 49 (exercidas mediante a edição de decreto 
legislativo, sem sanção presidencial). 
Assim, compete ao Congresso Nacional aprovar leis que versem sobre 
(CF, art. 48): 
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; 
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, 
operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; 
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; 
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de 
desenvolvimento; 
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do 
domínio da União; 
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de 
Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas; 
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal; 
VIII - concessão de anistia;CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR 
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IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do 
Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal; 
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e 
funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b da 
CF/88; 
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; 
XII - telecomunicações e radiodifusão; 
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e 
suas operações; 
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária 
federal. 
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal. 
É importante você saber diferenciar essas competências das que 
veremos a seguir! As competências abaixo iniciam com verbos no 
infinitivo e apresentam atividades a serem desempenhadas pelo 
Congresso por meio do Decreto Legislativo. 
É da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 49): 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais 
que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio 
nacional; 
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a 
paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional 
ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos 
em lei complementar; 
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se 
ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; 
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o 
estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; 
VI - mudar temporariamente sua sede; 
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os 
Senadores; 
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da 
República e dos Ministros de Estado; 
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da 
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de 
governo; 
 
 
 
 
 
 
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X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os 
atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; 
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da 
atribuição normativa dos outros Poderes; 
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de 
emissoras de rádio e televisão; 
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; 
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a ativid-
ades 
nucleares; 
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; 
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de 
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; 
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas 
com área superior a dois mil e quinhentos hectares. 
Para treinar esses aspectos, vamos fazer algumas questões. 
10. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Não é da competência exclusiva 
do Congresso Nacional 
a) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. 
b) autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar 
a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território 
nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os 
casos previstos em lei complementar. 
c) autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de 
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os 
Ministros de Estado. 
d) resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos 
ao patrimônio nacional. 
e) aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o 
estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas. 
A questão cobra do candidato o conhecimento do art. 49 da CF/88. 
A letra “a” apresenta uma função muito importante do Congresso 
Nacional. Importante porque é frequentemente cobrada em concursos. E 
observe que trata de um caso de relacionamento entre Executivo x 
Legislativo. Portanto, guarde o teor do art. 49, V, da CF/88, segundo o 
qual compete ao Congresso Nacional “sustar os atos normativos do 
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de 
delegação legislativa”. 
 
 
 
 
 
 
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A letra “b” está correta, por reproduzir o teor do inciso II do art. 49 da 
CF/88. 
A letra “c” está errada. Com efeito, de acordo com o art. 51, I, compete à 
Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a 
instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da 
República e os Ministros de Estado. 
A letra “d” reproduz corretamente o art. 49, I. É competência do 
Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou 
atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos 
ao patrimônio nacional. 
A letra “e” está correta e de acordo com o art. 49, IV, da CF/88. Observe 
que a manifestação do Congresso é necessária na intervenção federal, 
no estado de defesa e no estado de sítio. Mas observe que nesse último 
caso (estado de sítio) ela deve ser antes da execução da medida. Nos 
casos de estado de defesa e intervenção federal a atuação do 
Congresso Nacional é posterior, restringindo-se a aprovar (ou reprovar) a 
execução da medida. 
Gabarito: “c” 
11. (ESAF/PGFN/2007) Diante de ato normativo do Poder Executivo, 
que exorbite do poder regulamentar, compete exclusivamente ao 
Congresso Nacional emendar o ato, a fim de enquadrá-lo aos limites 
da delegação legislativa. 
Não faça confusão! O ato normativo do Poder Executivo que extrapole os 
limites do poder regulamentar deve ser sustado pelo Congresso 
nacional, nos termos do art. 49, V, da Carta da República. 
Item errado. 
12. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Ao Poder Legislativo é conferida a 
atribuição para sustar os atos normativos do Poder Executivo, 
podendo inclusive, essa função fiscalizadora, recair sobre os 
decretos que não exorbitarem da função regulamentar. 
Viu como esse aspecto é importante? Sempre é cobrado nas provas da 
ESAF! 
Bom, o Congresso Nacional pode sustar os atos do Poder Executivo 
que exorbitem do poder regulamentar, no exercício do controle de 
constitucionalidade. 
Caso fosse atribuída ao Congresso competência para sustar 
indistintamente quaisquer atos do Poder Executivo, haveria um 
desrespeito à separação e independência entre os poderes. 
Item errado. 
13. (ESAF/AFC/CGU/2008) Cabe ao Congresso Nacional, com a 
sanção do Presidente da República, fixar idêntico subsídio para 
 
 
 
 
 
 
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Deputados Federais e Senadores, assim como para o Presidente, o 
Vice-Presidente da República e Ministros de Estado. 
Cabe ao Congresso Nacional fixar tanto o subsídio dos Deputados e 
Senadores (esses sim idênticos), quanto o do Presidente, Vice e 
Ministros de Estado. É o que se depreende dos seguintes incisos do art. 
49 da CF/88: 
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os 
Senadores, (...); 
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República 
e dos Ministros de Estado. 
Ou seja, a Constituição não exige que o subsídio do Presidente da 
República, Vicee Ministros seja idêntico ao dos parlamentares. 
Ademais, essa competência será exercida por meio de decreto 
legislativo, sem a sanção do Presidente da República. 
Item errado. 
2.2 - Câmara dos Deputados 
O art. 51 da Constituição estabelece as competências privativas da 
Câmara dos Deputados, que serão tratadas por meio de resolução, sem 
sanção do Presidente da República ou qualquer participação do Senado 
Federal. 
Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de 
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os 
Ministros de Estado; 
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando 
não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após 
a abertura da sessão legislativa; 
III - elaborar seu regimento interno; 
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus 
serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, 
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes 
orçamentárias; 
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, 
VII. 
Observe que o inciso IV apresenta a iniciativa de lei para a 
remuneração dos seus servidores (nesse caso, o assunto não é tratado 
por resolução, mas por lei). Só para lembrar, o subsídio dos próprios 
 
 
 
 
 
 
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membros (deputados) será definido por decreto legislativo do 
Congresso Nacional (CF, art. 49, VII). 
Vale destacar ainda, dentre as competências da Câmara, a autorização, 
por dois terços de seus membros, da instauração de processo contra o 
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado. 
Neste último caso (ministros de Estado), de acordo com o STF, só 
haverá necessidade de autorização da Câmara se os crimes cometidos 
guardarem conexão com delito de mesma natureza imputado ao 
Presidente da República. 
14. (ESAF/AFC/CGU/2008) A Câmara dos Deputados compõe-se de 
representantes do povo de cada Município e do Distrito Federal 
eleitos pelo sistema proporcional. 
Como vimos lá no início, enquanto a Câmara representa o povo, o 
Senado Federal representa as unidades da Federação, mais 
especificamente os estados-membros. Nota-se que essa divisão do 
Poder Legislativo fortalece o federalismo do nosso Estado, na medida em 
que a existência do Senado Federal possibilita que os estados-membros 
participem da formação da vontade nacional. 
Atenção! O mesmo não se pode dizer a respeito dos municípios, tendo 
em vista que eles não têm representantes no Legislativo federal: nem no 
Senado, nem na Câmara. 
Os membros da Câmara são eleitos pelo sistema proporcional. O 
número de representantes é distribuído proporcionalmente à população 
de cada estado-membro (e não de cada município como diz a questão), 
respeitando-se o mínimo de 8 e o máximo de 70 deputados por ente 
federado. Além disso, os territórios elegem 4 deputados cada um. 
Item errado. 
15. (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A fixação da remuneração dos 
servidores da Câmara dos Deputados é da sua competência 
privativa, sendo essa competência exercida por meio de resolução. 
Não confunda a remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados 
com o subsídio dos próprios parlamentares. 
Enquanto o subsídio dos Deputados e Senadores são fixados por 
decreto legislativo do Congresso Nacional (ato que não se submete à 
sanção do Presidente da República), a remuneração dos servidores é 
fixada por meio de lei de iniciativa privativa da Câmara dos Deputados 
(CF, art. 51, IV). 
Essa mesma regra vale para a fixação da remuneração dos servidores 
do Senado Federal, que também será feita mediante lei de iniciativa do 
Senado Federal (CF, art. 52, XIII). 
Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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16. (ESAF/APO/MPOG/2008) A Câmara dos Deputados compõe-se de 
representantes do povo, eleitos, pelo princípio majoritário, em cada 
Estado, em cada Território e no Distrito Federal. 
Os Deputados Federais são eleitos pelo sistema proporcional em cada 
Estado, em cada Território e no Distrito Federal (art. 45). Ou seja, não se 
trata de princípio majoritário (válido para os Senadores e ocupantes de 
cargos eletivos do Poder executivo). 
Item errado. 
17. (ESAF/APO/MPOG/2010) A Câmara dos Deputados tem iniciativa 
privativa de lei para fixação da remuneração de seus servidores, 
mas tal ato legislativo deve necessariamente ir à sanção do 
Presidente da República. 
É competência privativa da Câmara dos Deputados a iniciativa de lei 
para fixação da remuneração de seus servidores (CF, art. 51, IV). Como 
se trata de lei, essa norma percorrerá o rito ordinário, indo à sanção ou 
veto do presidente da república. 
Item certo. 
2.3 – Senado Federal 
Como comentado, cada estado (e o DF) elegem o número fixo de três 
senadores cada um, com mandato de 8 anos (2 legislaturas). 
Diversamente da Câmara, que se renova integralmente a cada quatro 
anos, no Senado a representação de cada Estado e do DF é renovada 
parcialmente, de quatro em quatro anos, por um e dois terços. 
Isso significa que em 2010 serão eleitos dois senadores para 
determinado estado, na eleição subseqüente (2014) será eleito um 
senador. Já na de 2018, dois senadores... E assim por diante. 
As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52, são 
bem mais numerosas que as competências da Câmara e também são 
disciplinadas por resolução da Casa. 
Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República 
nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e 
os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos 
crimes da mesma natureza conexos com aqueles; 
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os 
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional 
do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o 
Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; 
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a 
escolha de: 
 
 
 
 
 
 
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a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; 
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da 
República; 
c) Governador de Território; 
d) Presidente e diretores do banco central; 
e) Procurador-Geral da República; 
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; 
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão 
secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter 
permanente; 
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o 
montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios; 
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de 
crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo 
Poder Público federal; 
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da 
União em operações de crédito externo e interno; 
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida 
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada 
inconstitucional por decisãodefinitiva do Supremo Tribunal 
Federal; 
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de 
ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu 
mandato; 
XII - elaborar seu regimento interno; 
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus 
serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, 
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes 
orçamentárias; 
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, 
VII da CF/88. 
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário 
Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das 
 
 
 
 
 
 
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administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e 
dos Municípios. 
Dentre as competências mais cobradas em concursos, está a de julgar 
diversas autoridades por crimes de responsabilidade (incisos I e II). De 
se observar que nessas situações, presidirá a sessão o Presidente do 
STF, limitando-se a condenação (proferida por dois terços) à perda do 
cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, 
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 
Quanto a esse julgamento, o STF firmou entendimento de que a 
renúncia ao cargo, apresentada na sessão de julgamento, não paralisa o 
processo de impeachment. Ademais, não interrompe a jurisdição do 
Senado Federal para prosseguir no julgamento do processo, uma vez 
que ainda pode ser aplicada a pena de inabilitação para o exercício de 
funções públicas por oito anos. 
Observe ainda que diversas autoridades devem passar pela chancela do 
Senado para terem sua nomeação aprovada. 
Vejamos alguns exercícios. 
18. (ESAF/AFC/CGU/2008) O Senado compõe-se de três 
representantes de cada Estado e do Distrito Federal eleitos segundo 
o princípio majoritário para mandato de oito anos. 
O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do 
Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. 
Diferentemente do que ocorre na Câmara, a representação dos esta-
dosmembros é paritária (cada Estado e o Distrito Federal elegerão 
três Senadores). Os Territórios não elegerão senadores. 
Os mandatos dos senadores serão de oito anos e cada um deles será 
eleito com dois suplentes. 
Item certo. 
19. (ESAF/TFC/CGU/2008) Compete privativamente ao Senado Federal 
aprovar iniciativa do Poder Executivo referente a atividades 
nucleares. 
Aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares 
é competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49, XIV). Essa 
atividade será realizada sem a sanção do Presidente da República. 
Item errado. 
20. (ESAF/TFC/CGU/2008) Compete privativamente ao Senado Federal 
proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando 
não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias 
após abertura da sessão legislativa. 
 
 
 
 
 
 
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Se observarmos as competências do Congresso Nacional, veremos que 
compete a ele o julgamento das contas do Presidente, com base em 
parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas da União. 
E caso o Presidente da República não preste as contas? É o Senado 
quem tem competência para a tomada de contas? 
A resposta é não. Nos termos do art. 51, II, da CF/88, compete à Câmara 
dos Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da 
República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. 
Item errado. 
21. (ESAF/TFC/CGU/2008) Compete privativamente ao Senado Federal 
aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão 
secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter 
permanente. 
Nos termos do art. 52, IV, compete ao Senado Federal aprovar 
previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a 
escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente. Assim, 
correta a questão. 
Vale frisar que, segundo o art. 52, III, compete ao Senado aprovar 
previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: 
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; 
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da 
República; 
c) Governador de Território; 
d) Presidente e diretores do banco central; 
e) Procurador-Geral da República; 
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; 
Item certo. 
22. (ESAF/APO/MPOG/2008) O Senado Federal compõe-se de 
representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o 
sistema proporcional. 
Os Senadores serão eleitos com base no princípio majoritário (art. 46) 
e não pelo sistema proporcional. Esse último aplica-se à eleição dos 
Deputados Federais. 
Item errado. 
2.4 – Comissões 
O art. 58 da CF/88 dispõe acerca das comissões permanentes e 
temporárias, que integram o Congresso Nacional e cada uma das Casas, 
 
 
 
 
 
 
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e serão constituídas na forma e com as atribuições previstas no 
respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. 
O § 1º do art. 58 prevê que na constituição das Mesas e de cada 
Comissão, seja assegurada, tanto quanto possível, a representação 
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da 
respectiva Casa. 
Nos termos do § 2º do art. 58, compete às comissões, em razão da 
matéria de sua competência: 
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, 
a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo 
dos membros da Casa (ou seja, projetos de lei que não passam pelo 
plenário); 
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; 
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre 
assuntos inerentes a suas atribuições; 
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de 
qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades 
públicas; 
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; 
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais 
e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso 
Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período 
legislativo, com atribuições definidas no regimento comum (CF, art. 58, § 
4°). 
23. (ESAF/APO/MPOG/2008) Qualquer comissão da Câmara dos 
Deputados pode convocar Ministro de Estado para prestar, 
pessoalmente, informações sobre assunto previamente 
determinado. 
O art. 50 e seus parágrafos disciplinam a relação entre Ministros de 
Estado e o Poder Legislativo. 
Assim, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de 
suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer 
titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República 
para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto 
previamente determinado. Cabe comentar que a ausência sem 
justificação adequada resulta em crime de responsabilidade (art. 50, 
caput). 
Observe que essa prerrogativa não se estende aos parlamentares 
individualmente, mas pode ser exercida por qualquer comissão. 
 
 
 
 
 
 
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Por outro lado, mesmo que não sejam convocados, os próprios Ministros 
poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, oua 
qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante 
entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância 
de seu Ministério (art. 50, §1°). 
Item certo. 
24. (ESAF/APO/MPOG/2008) Os Ministros de Estado podem 
comparecer por sua iniciativa a qualquer comissão do Senado 
Federal para expor assunto de relevância de seu Ministério, 
independentemente de comunicação prévia à Mesa respectiva. 
Por iniciativa própria, os Ministros de Estado poderão comparecer ao 
Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas 
Comissões para expor assunto de relevância de seu Ministério. 
Entretanto, de acordo com o art. 50, §1°, esse comparecimento se dará 
mediante entendimentos com a Mesa respectiva. 
Item errado. 
25. (ESAF/APO/MPOG/2008) Os senadores podem encaminhar 
individualmente pedidos escritos de informação aos Ministros de 
Estado, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o 
não atendimento, no prazo de trinta dias. 
O art. 50, §2º trata do encaminhamento de pedido aos ministros, nos 
seguintes termos: 
“As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão 
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a 
qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em 
crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de 
trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.” 
Ou seja, o encaminhamento de pedidos escritos a Ministros de Estado, 
sujeitando-os a crime de responsabilidade no caso de recusa, é de 
competência exclusiva das Mesas das Casas legislativas. Assim, o 
parlamentar individualmente não dispõe dessa prerrogativa. Daí o erro da 
questão. 
Item errado. 
Vejamos agora a mais famosa das comissões. 
Comissão Parlamentar de Inquérito 
As CPIs são exemplos de mecanismos componentes do sistema de 
freios e contrapesos estabelecidos pela Constituição Federal. Ou seja, 
trata-se de uma das formas de controle dos demais poderes pelo 
Legislativo. Nesse sentido, as CPIs representam o desempenho de 
função típica do Legislativo: fiscalização. 
 
 
 
 
 
 
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Na Constituição, apenas um dispositivo trata dessas comissões. Nesse 
sentido, o §3º do art. 58 estabelece que as comissões parlamentares de 
inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades 
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas 
Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado 
Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um 
terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por 
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao 
Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou 
criminal dos infratores. 
De início, observe que as CPIs são criadas por prazo certo para a 
investigação fato determinado. Ademais, a instauração depende de 
requerimento de um terço dos membros da Casa Legislativa. 
A indicação de prazo certo para a conclusão dos trabalhos da CPI não 
impede sucessivas prorrogações, desde que dentro da mesma 
legislatura. 
Objetivamente, a indicação de fato determinado: 
I) impede a criação de uma CPI para investigações genéricas; 
II) não impede que sejam investigados outros fatos de surjam durante as 
investigações; 
III) impede que o depoente seja obrigado a responder perguntas 
referentes a fatos estranhos. 
Apesar da literalidade do dispositivo constitucional, devemos lembrar que 
os poderes da CPI não são exatamente os mesmos de um juiz, pois elas 
não podem ofender o princípio da reserva de jurisdição (abrange 
determinadas medidas exclusivamente destinadas à competência do 
Poder Judiciário). 
Vejamos a seguir alguns entendimentos do STF sobre esse assunto. 
I) É admitido que o regimento das Casas crie limites ao número de 
CPIs que podem ser criadas simultaneamente. 
II) As CPIs têm competência para investigar fatos que já estejam 
sendo objeto de investigação policial ou do Ministério Público. 
III) As CPIs não têm competência para investigar atos jurisdicionais. 
De qualquer forma, magistrados podem ser intimados a comparecer para 
depor sobre prática de atos administrativos (exercício de função atípica). 
Por outro lado, as CPIs têm competência para convocar membro do 
Ministério Público e Ministros de Estado para depor. 
IV) Desde que haja interesse público, CPI pode investigar negócios 
privados. 
 
 
 
 
 
 
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V) CPI de um ente federado (do Congresso Nacional, por exemplo) não 
pode investigar irregularidade no campo material de outro ente 
(irregularidades em âmbito municipal, por exemplo). 
VI) As manifestações de congressista em CPIs estão protegidas pela 
imunidade material (afinal, trata-se de exercício da atividade 
congressual). 
VII) Os atos que impliquem restrição de direito (por exemplo, quebra de 
sigilo bancário) devem ser fundamentados (motivados) e decididos 
por maioria absoluta dos membros da comissão (princípio da 
colegialidade). 
VIII) As CPIs não têm competência para ter acesso a processo judicial 
em trâmite sob segredo de justiça (não quebra sigilo judicial). 
Ademais, vale destacar que os depoentes em CPIs têm direito: (i) ao 
silêncio (não auto-incriminação); (ii) ao sigilo profissional; e (iii) a ser 
assistido por advogado e comunicar-se com ele durante as sessões. 
As CPIs têm competência para convocar integrantes da população 
indígena para depor, desde que o depoimento seja: 
a) realizado no âmbito da área indígena, em dia e hora previamente 
acordados com a comunidade; 
b) assistido por um representante da FUNAI e antropólogo conhecedor 
da comunidade. 
De se destacar que as convocações por CPIs devem ser formais (regras 
do Código de Processo Penal): realizadas pessoalmente, não se 
admitindo outros meios (não se admite convocação por telefone, fax ou 
emails, por exemplo). 
Os atos de CPIs sujeitam-se a controle por mandado de segurança nos 
casos de ilegalidade ou abuso de poder. Todavia, admite-se também a 
impetração de habeas corpus quando houver ofensa, direta ou indireta, 
ao direito de locomoção. 
Vejamos a esquematização dos aspectos mais relevantes. Logo a seguir 
utilizarei uma questão recente da Esaf para comentar uma jurisprudência 
sobre CPIs. 
Sintetizando: 
 
 
 
 
 
 
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26. (ESAF/APO/MPOG/2010) O modelo democrático brasileiro consagra 
o entendimento de que é lícita a atuação da maioria legislativa de, 
deliberadamente, permanecer inerte na indicação de membros para 
compor determinada Comissão Parlamentar de Inquérito. 
Interessante essa questão. Segundo o STF, não se admite que a maioria 
parlamentar venha a frustrar, no âmbito do Congresso Nacional, o 
exercício, pelas minorias legislativas, da prerrogativa constitucional de 
investigação parlamentar. Isso porque a instauração do inquérito 
parlamentar está vinculada, unicamente, à satisfação de três exigências 
definidas, de modo taxativo, pela CF/88: (i) prazo certo; (ii) fato 
determinado; e (iii) subscrição do requerimento de constituição da CPI 
por, no mínimo, 1/3 dos membros da Casa legislativa. 
Atendidas tais exigências (CF, art. 58, § 3º), cumpre ao Presidente da 
Casa legislativa adotar os procedimentos subseqüentes e necessários à 
efetiva instalação da CPI. Assim, essa prerrogativa do Parlamento de 
investigar não pode ser comprometida pelo bloco majoritário existente no 
Congresso Nacional por meio de sua intencional recusa em indicar 
 
 
 
 
 
 
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membros para determinada CPI (MS 24.831, Rel. Min. Celso de Mello, 
22-6-05). 
Item errado. 
27. (ESAF/ATRFB/2009) Comissão Parlamentar de Inquérito não pode 
decretar a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico do 
investigado. 
CPI pode sim determinar quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do 
investigado, em decisão motivada, tomada pela maioria absoluta de seus 
membros. 
Item errado. 
28. (ESAF/APO/MPOG/2010) Não está inserido nos poderes da 
Comissão Parlamentar de Inquérito a expedição de mandado de 
busca e apreensão em residência de servidor público porque a 
situação se insere no direito à intimidade que somente pode ser 
afastado por ordem judicial. 
De fato, de acordo com o STF, CPI não tem poderes para determinar 
busca e apreensão domiciliar, uma vez que se trata de medida sujeita 
a reserva de jurisdição. Entretanto, provavelmente, a Esaf considerou 
errada a questão porque restringiu a violação do domicílio à existência de 
ordem judicial. De acordo com o art. 5°, XI da CF/88, também há a 
possibilidade de entrar no domicílio sem o consentimento do morador 
nos casos de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro. 
Item errado. 
29. (ESAF/APO/MPOG/2010) A Comissão Parlamentar de Inquérito 
pode funcionar por prazo indeterminado desde que haja expressa 
deliberação colegiada sobre esse assunto, por maioria absoluta. 
As Comissões Parlamentares de Inquérito poderão ser criadas apenas 
se preenchidos os requisitos de prazo certo e fato determinado (CF, 
art. 5°, § 3°). 
Item errado. 
30. (ESAF/APO/MPOG/2010) Ofende o princípio constitucional da 
separação e independência dos poderes a intimação de magistrado 
para prestar esclarecimentos perante Comissão Parlamentar de 
Inquérito sobre ato jurisdicional praticado. 
De acordo com o STF, as CPIs não podem investigar ato de natureza 
jurisdicional, em homenagem ao postulado da separação dos poderes. 
Logo, correta a questão. 
A questão foi bastante precisa ao especificar que se trata de “ato 
jurisdicional”, uma vez que as CPIs têm poderes para convocar 
magistrado para depor acerca da prática de atos administrativos. 
Item certo. 
 
 
 
 
 
 
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31. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Os 
advogados dos chamados a prestar depoimento perante uma CPI 
podem acompanhar os seus clientes e com eles comunicar-se 
pessoal e diretamente, antes das respostas às perguntas 
formuladas, para recomendar que não respondam a questionamento 
que possa levar a afirmação auto-incriminadora. 
Isso mesmo. Entre os direitos do depoente está a possibilidade de ir 
acompanhado de seus advogados, que poderão instruí-lo da melhor 
forma de responder (ou não responder) a cada questionamento. 
Item certo. 
32. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) As 
comissões parlamentares de inquérito têm o poder de anular atos do 
Executivo. 
CPI não pode decretar a anulação de ato do Poder Executivo, até por 
respeito à independência entre os poderes. Na verdade, a competência 
da CPI termina com a realização das investigações e elaboração do 
relatório final que, se for o caso, será encaminhado ao Ministério Público, 
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores (CF, 
art. 58, § 3º). 
Item errado. 
33. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Não se 
exige motivação para as decisões de natureza eminentemente 
política tomadas pelas comissões parlamentares de inquérito, tais 
como a decretação da quebra do sigilo bancário e telefônico de 
investigados. 
As CPIs podem determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal e 
telefônico. Todavia, essas e outras decisões que impliquem restrição de 
direito do investigado só serão legítimas se forem motivadas, com 
fundamentação expressa, e tomadas por maioria absoluta de seus 
membros. 
Lembre-se que quebra do sigilo telefônico não se confunde com 
interceptação telefônica. Essa última não poderá ser determinada por 
CPI, pois está protegida por reserva de jurisdição. 
Item errado. 
34. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) As 
comissões parlamentares de inquérito podem decretar a 
indisponibilidade de bens de investigado, uma vez comprovada a 
origem espúria desses bens. 
As medidas cautelares - como a indisponibilidade de bens, a proibição de 
ausentar o país, o arresto de bens etc. – são protegidas por reserva de 
jurisdição e não podem ser determinadas por CPI. 
Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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35. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Depoentes 
e indiciados podem ser chamados a comparecer perante as 
Comissões Parlamentares de Inquérito de modo informal, como por 
exemplo, por meio de telefone ou fac-símile (fax). 
As CPIs podem chamar particulares e autoridades públicas para depor, 
como testemunhas ou investigados. Segundo o STF, essa convocação 
deve seguir o mesmo procedimento previsto no Código de Processo 
Penal. Nesse sentido não se admite que a intimação seja feita por via 
postal ou telefônica. Exige-se a comunicação pessoal para essa 
convocação (HC 71.421, rel. Min. Celso de Mello, 03.05.94). 
Item errado. 
36. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) As comissões 
parlamentares de inquérito têm o poder de promover a 
responsabilidade penal dos responsáveis por danos ao interesse 
público que tiverem apurado. 
A competência das CPIs vai até a realização da investigação e 
elaboração do relatório final que, se for o caso, será encaminhado ao 
Ministério Público, para que este sim promova a responsabilidade civil ou 
criminal dos infratores (CF, art. 58, § 3º). 
Item errado. 
37. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) As comissões 
parlamentares de inquérito não têm legitimidade para sindicar fatos 
relacionados com negócios realizados entre particulares. 
As CPIs dispõem de competência para investigar negócios entre 
particulares, desde que tenham relevância pública. Você pode se lembrar 
da CPI da Nike, criada para investigar negócios particulares entre a CBF 
e essa empresa multinacional. 
Item errado. 
2.5 – Estatuto dos Congressistas 
Esse assunto abrange as imunidades e vedações dos parlamentares, 
bem como as prerrogativas de foro, de serviço militar, de vencimentos e 
de isenção do dever de testemunhar. 
As imunidades são prerrogativas de ordem pública, sendo por isso 
irrenunciáveis, e o princípio Constitucional que legitima sua existência 
na nossa Constituição é a separação dos Poderes. As imunidades se 
iniciam com a diplomação. A diplomação é ato anterior à posse, 
realizado pela Justiça Eleitoral e que proclama eleito o candidato. 
As imunidades parlamentares são classificadas em materiais e formais 
(ou processuais). 
Imunidade material → relaciona-se com as manifestações (palavras) 
 
 
 
 
 
 
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Imunidade processual → relaciona-se com as regras processuais 
Nos termos do art. 53, os deputados e senadores são invioláveis civil e 
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras ou votos 
(imunidade material). 
Observe que, nesse caso, não ocorre o crime. As suas manifestações 
exaradas durante o mandato não gerarão responsabilização nem depois 
que eles deixarem a cadeira de parlamentar. 
A imunidade material abrange manifestações exaradas dentro ou fora 
da Casa Legislativa se a manifestação tiver conexão com a atividade 
parlamentar. 
Explicando de outra forma, observe que manifestações exaradas fora do 
recintoda Casa Legislativa só estarão protegidas se tiverem conexão 
com a atividade parlamentar. 
Todavia, as manifestações expendidas no recinto do Congresso estão 
sempre protegidas pela imunidade material, tenha ou não a sua 
manifestação pertinência com o exercício da atividade parlamentar. 
Essa imunidade protege ainda os jornalistas que venham a reproduzir as 
manifestações dos parlamentares. 
Quanto aos suplentes de parlamentares, só estarão protegidos por 
imunidade material quando vierem a se tornar titulares do mandato. 
Vale destacar que a imunidade não alcança discursos com finalidade 
político-eleitoral. 
Já a imunidade formal ou processual diz respeito às condicionantes de 
prisão e ao processo. 
Diferentemente das imunidades materiais, nas imunidades formais, os 
atos praticados pelos parlamentares não perdem o caráter de ilícitos e 
os autores responderão por esses atos. Entretanto, eles dispõem de 
prerrogativas quanto à prisão e à possibilidade de sustação do 
andamento do processo. 
Quanto à prisão, o art. 53, § 2º estabelece que desde a expedição do 
diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, 
salvo em flagrante de crime inafiançável. Neste caso, os autos serão 
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva (Câmara ou 
Senado), para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre 
a prisão. 
Segundo a jurisprudência do STF, esta vedação à prisão alcança 
inclusive as prisões civis, (ou seja, inclui o devedor de alimentos - se 
for parlamentar, não será preso). 
Essa imunidade inclui ainda a vedação à condução coercitiva do 
parlamentar. 
 
 
 
 
 
 
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Entretanto, essa imunidade não impede a prisão do congressista que 
sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado (art. 55, 
inciso VI) e só impede a prisão do parlamentar enquanto ele estiver 
respondendo ao processo criminal, pendente de decisão definitiva. 
Quanto à sustação do processo, as regras estão previstas entre os 
parágrafos 3° e 5° do art. 53 da CF/88. 
Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido 
após a diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva. 
Ou seja, o STF já iniciará o processo de julgamento sem qualquer 
autorização. A Câmara ou o Senado, assim, por iniciativa de partido 
político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, 
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação já iniciada 
unilateralmente pelo STF. 
O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo 
improrrogável de 45 dias de seu recebimento pela Mesa Diretora e, caso 
aprovado, suspenderá o prazo de prescrição do crime ou delito, 
enquanto durar o mandato. 
Esse regime foi alterado pela EC 35/2001. Até a aprovação da referida 
emenda, era necessária autorização prévia das Casas Legislativas para 
que o STF iniciasse o processo, e havia vários processos aguardando 
autorização das Casas para fossem iniciados no STF. 
Assim, quando da aprovação da EC 35/2001, o STF pronunciou-se no 
sentido de que a emenda alcançava todos os atos processuais dos 
crimes praticados anteriormente à sua aprovação. Então, o STF pôde 
iniciar imediatamente o julgamento dos antigos processos mesmo sem 
autorização das Casas Legislativas (mesmo aqueles já apreciados pelas 
Casas). Assim, a desnecessidade de autorização prévia da Casa 
Legislativa - para julgamento de Congressista - autoriza o Tribunal (STF) 
a julgar os processos pendentes referentes a crimes pretéritos. 
Atenção! As regras estudadas são aplicáveis também aos deputados 
estaduais e distritais. Por outro lado, os vereadores só dispõem de 
imunidade material, e mesmo assim, apenas na circunscrição do 
município. 
Ademais vale destacar que, se um candidato foi eleito e reeleito diversas 
vezes, o STF só considera sua última diplomação para efeito de 
imunidade parlamentar. Ou seja, se um crime ocorreu antes da sua 
última diplomação, o Parlamentar não terá imunidade. Ou seja, cada 
mandato está vinculado à última diplomação do Parlamentar. 
Você precisa conhecer ainda as regras relativas ao foro por 
prerrogativa de função dos parlamentares, que serão julgados pelo 
STF nas infrações de natureza penal. 
 
 
 
 
 
 
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O foro especial dos parlamentares significa que, após a diplomação, 
eles passam a ter a prerrogativa de serem julgados apenas perante o 
STF no que se refere às infrações penais. 
Ou seja, diplomado, o parlamentar passa a responder perante o STF, 
inclusive no que se refere às infrações cometidas antes da diplomação. 
Imagine a hipótese de um crime cometido antes da diplomação, ao qual 
o incriminado esteja respondendo na Justiça Comum. Após a sua 
diplomação, os autos do processo serão transferidos para o STF (foro 
especial). Mas não haverá imunidade parlamentar (afinal, o crime foi 
cometido antes da diplomação), somente foro especial, pois o processo 
continuará correndo normalmente. 
Vale destacar isto: o foro especial só tem aplicação durante o 
mandato, mas alcança crimes cometidos anteriormente. 
Expirado o mandato, os processos serão remetidos para a justiça comum 
competente. Todavia, se o STF já houver dado início ao julgamento do 
processo, não haverá a cessação da prerrogativa de foro com o término 
do mandato. 
Vamos sintetizar isso aí. 
Sintetizando: 
Por fim, vale comentar que, durante o estado de sítio, devido à 
excepcionalidade da situação, as imunidades de Deputados e Senadores 
poderão ser suspensas mediante voto de dois terços dos membros da 
Casa respectiva. Essa suspensão se dará exclusivamente para os atos 
praticados fora do recinto do Congresso Nacional que sejam 
incompatíveis com a execução do estado de sítio (CF, art. 53, § 8°). 
Estabelece a Constituição, no art. 56, I, que os congressistas não 
perderão o mandato se forem investidos no cargo de Ministro de Estado, 
 
 
 
 
 
 
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Governador de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão 
diplomática temporária. Nesse caso, poderá optar pela remuneração do 
mandato. 
Cabe destacar que, segundo o STF, o parlamentar afastado de suas 
funções para exercer cargo no Poder Executivo (ministro de Estado, por 
exemplo) não dispõe de imunidades, mas permanece seu direito à 
prerrogativa de foro. 
Outro aspecto importante: no caso de haver cidadãos comuns envolvidos 
no mesmo processo de um parlamentar, eles também serão julgados 
pelo STF. Ou seja, como o processo é um só ele vai todo para o STF. 
Todavia, caso haja a sustação do processo do parlamentar, os autos 
serão separados e a documentação referente aos outros cidadãos será 
encaminhada para a justiça comum, onde o processo correrá 
normalmente. 
Nos termos do art. 53, § 6° da CF/88, os deputados e senadores não 
serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou 
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que 
lhes confiaram ou deles receberam informações. Trata-se de uma 
faculdade do congressista e não um impositivo, já que se entender 
conveniente, poderá sim tornar públicas as informações de que 
disponha. 
A incorporação às forças armadas de deputados e senadores, ainda que 
militares, e mesmo em tempo de guerra, depende de prévia licença da 
Casa respectiva (CF, art. 53, § 7°). 
Os artigos 54 e 55 tratam das incompatibilidades e das hipóteses de 
perda dos mandatos dos congressistas, respectivamente. 
Incompatibilidades 
A diplomação (expedição do diploma) é ato que antecede a posse. 
Nesse sentido, algumas incompatibilidadesocorrem já desde a 
expedição do diploma. Outras se iniciarão a partir da posse. 
Segundo o art. 54, os parlamentares não poderão: 
 
 
 
 
 
 
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I - Desde a expedição do diploma II - Desde a posse 
a) firmar ou manter contrato com 
pessoa jurídica de direito público, 
autarquia, empresa pública, 
sociedade de economia mista ou 
empresa concessionária de serviço 
público, salvo quando o contrato 
obedecer a cláusulas uniformes; 
a) ser proprietários, controladores 
ou diretores de empresa que goze de 
favor decorrente de contrato com 
pessoa jurídica de direito público, ou 
nela exercer função remunerada; 
b) ocupar cargo ou função de que 
sejam demissíveis "ad nutum", nas 
entidades referidas no inciso I, "a"; 
b)aceitar ou exercer cargo, função 
ou emprego remunerado, inclusive os 
de que sejam demissíveis "ad 
nutum", nas entidades constantes da 
alínea anterior; 
c) patrocinar causa em que seja 
interessada qualquer das entidades a 
que se refere o inciso I, "a"; 
d) ser titulares de mais de um cargo ou 
mandato público eletivo. 
Hipóteses de perda do mandato 
No art. 55, são detalhadas as hipóteses de perda do cargo pelo 
parlamentar. Enquanto em alguns casos a perda será meramente 
declarada pela Mesa (CF, art. 55, § 3°) em outras hipóteses dependerá 
de juízo dos demais parlamentares, por voto secreto e maioria absoluta. 
I) Hipóteses de perda de mandato do deputado ou senador, decidida 
pela Mesa da Câmara ou do Senado, de ofício ou mediante provocação 
de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no 
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: 
a) quando o congressista deixar de comparecer, em cada sessão 
legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que 
pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; 
b) quando o congressista perder ou tiver suspensos os direitos 
políticos; e 
c) quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos 
constitucionalmente. 
II) Hipóteses de perda de mandato decidida pela Câmara dos Deputados 
ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante 
provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no 
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: 
a) quando houver infração a qualquer das proibições estabelecidas no 
art. 54 (impedimentos a partir da diplomação ou a partir da posse); 
b) quando o procedimento do parlamentar for declarado incompatível 
com o decoro parlamentar; 
c) quando o congressista vier a sofrer condenação criminal em 
sentença transitada em julgado. 
 
 
 
 
 
 
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A quebra de decoro envolve, além dos casos definidos no regimento 
interno, o abuso das prerrogativas asseguradas aos membros do 
Congresso ou a percepção de vantagens indevidas (CF, art. 55, § 1°). 
Atenção! Mesmo com a condenação criminal transitada em julgado a 
perda do mandato não é automática. Haverá um juízo de conveniência 
e oportunidade a partir do julgamento dos pares (por voto secreto e 
maioria absoluta). 
Por outro lado, nos casos previstos nos incisos III a V do art. 55 (faltas a 
mais de um terço das sessões sem justificativa; perda ou suspensão dos 
direitos políticos e decretação pela Justiça Eleitoral), a perda se dará a 
partir de um ato da Mesa (meramente declaratório de uma situação já 
constituída ou constatada). 
38. (ESAF/APO/MPOG/2010) O Deputado Federal integrante de 
Comissão Parlamentar de Inquérito que divulgar fato objeto de 
investigação e que, em assim agindo, cause dano moral a 
investigado, responderá civilmente, pois a imunidade parlamentar 
não alcança ilícitos civis. 
O exercício das atividades parlamentares em Comissões Parlamentares 
de Inquérito – CPI está protegido pela imunidade material (quanto a 
opiniões, palavras e votos). Nesse caso, ele não responderá, pois a 
imunidade material abrange também ilícitos civis. 
Item errado. 
39. (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) As imunidades de Deputados ou 
Senadores só podem subsistir durante o estado de sítio mediante o 
voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de 
atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam 
compatíveis com a execução da medida. 
Como vimos, durante o estado de sítio, devido à excepcionalidade da 
situação, as imunidades de Deputados e Senadores poderão ser 
suspensas. Todavia, a questão tenta confundir o candidato, já que a 
suspensão dessas imunidades é que exigem o voto de dois terços 
dos membros da respectiva Casa. 
Quanto a esse aspecto, observe os seguintes detalhes: 
I – a regra é a manutenção das imunidades, mesmo em estado de 
defesa e estado de sítio; 
II – as imunidades não serão suspensas no estado de defesa; 
III - as imunidades poderão ser suspensas no caso de estado de sítio 
mediante voto de dois terços dos membros da respectiva Casa de que 
faz parte o parlamentar; 
IV – essa suspensão se dará exclusivamente para os atos praticados 
fora do recinto do Congresso Nacional que sejam incompatíveis com a 
execução do estado de sítio; 
 
 
 
 
 
 
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Item errado. 
40. (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A partir da expedição do diploma, os 
Deputados e Senadores não poderão ocupar cargo ou função de 
que sejam demissíveis “ad nutum”, em pessoa jurídica de direito 
público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista 
ou empresa concessionária de serviço público. 
A assertiva trata do art. 54, que prevê as incompatibilidades a que estão 
submetidos os parlamentares. Num primeiro momento, é expedido o 
diploma e, posteriormente, é dada a posse a eles. 
Assim, apenas após a posse é que será vedado a eles ocuparem 
cargos ou funções de que sejam demissíveis “ad nutum” em pessoa 
jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de 
economia mista ou empresa concessionária de serviço público (art. 54, II, 
“b”). 
Item errado. 
41. (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) Deputado ou Senador que durante o 
exercício do mandato patrocinar causa em que seja interessada 
pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, 
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço 
público poderá perder o mandato por declaração da Mesa da Casa 
respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus 
membros, ou de partido político representado no Congresso 
Nacional, assegurada ampla defesa. 
Como visto na assertiva anterior, é vedado ao parlamentar, desde a 
posse, patrocinar causa em que sejam interessadas as referidas 
entidades (art. 54). 
Segundo o art. 55, I, perderá o mandato o Deputado ou Senador que 
infringir essa proibição. Segundo o §2°, essa perda será decidida pela 
respectiva Casa, por voto secreto e maioria absoluta, mediante 
provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no 
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. 
Ou seja, o erro da questão é afirmar que nesse caso a perda de mandato 
seria automática, por simples declaração da Mesa. 
É interessante você saber os casos de perda de mandato, memorizando, 
quais seriam automáticos e quais os casos dependeriam de votação dos 
pares (§§ 2° e 3° do art. 55 da CF/88). 
Em resumo, a perda do mandato por se dar nos seguintes casos: 
 
 
 
 
 
 
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Decidida por voto secreto da 
maioria absoluta dos Parlamentares 
(CF, art. 55, §2°) 
Declarada pela Mesa da Casa (CF, art. 
55, §3°) 
- Quebra

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