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Aula 07

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CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR 
PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
1 
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Aula 7 – Processo Legislativo 
Bom dia! 
Vamos começar mais uma aula? Hoje falaremos sobre o processo 
legislativo. 
Na última aula, comentei que a função legislativa é atribuição típica ou 
precípua do Poder Legislativo. Trata-se da edição de normas gerais e 
abstratas e que regem o Estado de Direito. 
Pois bem, e como é exercida essa função? Quais são as espécies de 
normas existentes no nosso ordenamento? A quem compete apresentar 
projetos de lei? 
São esses e outros aspectos de que discutiremos hoje. 
Vejamos o conteúdo. 
1 – Processo legislativo 
1.1 – Processo legislativo ordinário 
1.2 – Processo legislativo sumário 
1.3 – Medida provisória 
1.4 – Lei delegada 
1.5 – Decretos legislativos e resoluções 
2 – Exercícios de Fixação 
Boa aula! 
1 – Processo legislativo 
O processo legislativo é o conjunto de atos realizados pelos órgãos 
legislativos (não exclusivamente, uma vez que há participação dos 
demais poderes) visando à formação de uma norma (constitucional, 
complementar, ordinária, ou mesmo um decreto legislativo ou resolução). 
A Constituição estabelece uma série de atos a serem realizados pelos 
órgãos legislativos, visando à formação das seguintes espécies 
normativas, previstas no art. 59 da CF/88: (i) emendas à Constituição; (ii) 
leis complementares; (iii) leis ordinárias; (iv) leis delegadas; (v) medidas 
provisórias; (vi) decretos legislativos; e (vii) resoluções. 
Um detalhe interessante (e que quero que você guarde desde já) é que 
esses atos normativos integrantes do processo legislativo (CF, art. 59) 
veiculam normas primárias (normas que retiram sua validade 
diretamente da Constituição). E, com a exceção da emenda 
constitucional, todas as espécies legislativas supracitadas situam-se no 
mesmo nível hierárquico. 
Não estudaremos aqui (pois não compõem o processo legislativo) os 
atos secundários, que serão infralegais (se situam abaixo da lei). 
 
 
 
 
 
 
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Como veremos, uma norma deve observar o devido processo legislativo 
estabelecido pela Constituição, sob pena de vício formal de 
inconstitucionalidade. 
De se destacar que, embora a produção normativa seja função típica do 
Poder Legislativo, os demais poderes também a exercem. Como 
exemplos podem ser citados os casos da edição de medidas provisórias 
por parte do Presidente da República e da edição dos regimentos 
internos dos tribunais do Poder Judiciário. 
É interessante observar que o STF considera que as regras básicas do 
processo legislativo previstas na Constituição Federal devem ser 
respeitadas pelas Constituições Estaduais. 
A partir de agora, passarei a explicar cada uma das espécies normativas 
previstas na Constituição. Antes disso, vale destacar que as regras 
concernentes às emendas constitucionais não serão vistas aqui, uma vez 
que foram abordadas na Aula 2. 
1.1 – Processo legislativo ordinário 
Para que você compreenda o processo legislativo, é necessário ter em 
mente todas as fases que o compõem. 
I) Fase introdutória: é a fase instauradora do processo legislativo. 
Veremos em detalhes os tipos de iniciativa previstos. 
II) Fase constitutiva: após a apresentação do projeto de lei, ele será 
discutido e votado nas duas Casas do Poder Legislativo (Câmara dos 
Deputados e Senado Federal). Logo após, se aprovado, seguirá para o 
Presidente da República para que este o sancione ou vete. 
III) Fase complementar: é fase final do processo legislativo, que será 
segmentada em duas etapas, promulgação e publicação. 
Bem, vamos sintetizar isso aí, para que você consiga visualizar o 
processo como um todo. Dessa vez, peço licença para utilizar um 
esquema similar ao elaborado pelo prof. Pedro Lenza em seu livro. 
Sintetizando: 
 
 
 
 
 
 
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Fase introdutória 
A fase introdutória consiste na iniciativa de lei, faculdade que se atribui 
a determinado agente para apresentar projetos de lei ao Poder 
Legislativo. 
A Constituição atribui a competência para apresentar projetos de lei a 
qualquer membro ou Comissão da Câmara, Senado ou do Congresso 
Nacional, ao Presidente da República, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador Geral da República e aos cidadãos (CF, art. 61). Ademais, 
o Tribunal de Contas da União pode iniciar processo legislativo sobre 
seus cargos, serviços e funções (CF, art. 73 e art. 96, II). 
Mas observe que alguns desses legitimados (destacados de verde) 
apresentam apenas a chamada iniciativa restrita. Ou seja, eles não 
podem iniciar o processo legislativo sobre quaisquer matérias em geral, 
mas só sobre aqueles temas expressamente autorizados na 
Constituição. 
É o caso do Procurador-Geral da República (PGR), que só pode 
apresentar projetos de lei referentes ao Ministério Público da União (CF, 
arts. 127, § 2° e 128, § 5°). Outro caso de iniciativa restrita é a conferida 
aos Tribunais do Judiciário e Tribunais de contas para apresentação de 
projetos referentes à sua organização (CF, arts. 93, 96, II, 73 e 130). 
Por outro lado, os demais legitimados podem propor projetos de lei sobre 
quaisquer assuntos, exceto aqueles de iniciativa privativa (reservada 
ou exclusiva). Trata-se da chamada iniciativa geral. 
A iniciativa privativa ocorre quando apenas determinada autoridade (ou 
órgão) pode propor leis sobre certa matéria. Vejamos os principais casos. 
Chefe do Poder Executivo → CF, art. 61, § 1° e art. 165, I, II e III. 
STF → Estatuto da magistratura (Lei complementar, segundo CF, 
art. 93). 
STF e demais Tribunais superiores → organização da justiça 
(CF, art. 96, II). 
PGR → organização do Ministério Público (CF, art. 127, § 2°). 
Presidente do STF → subsídio dos ministros do STF, que 
consiste do “teto salarial” da Administração (CF, art. 48, XV c/c art. 
96, II, “b”. 
Interessante observar que há ainda a chamada iniciativa concorrente, 
que pertence simultaneamente a mais de uma autoridade ou órgão. É o 
caso da Lei complementar sobre a organização do MPU, que é 
concorrente entre o Presidente da República (CF, art. 61, § 1°, II, “d”) e o 
Procurador-Geral da República (CF, art. 128, § 5°). 
Observe que há a possibilidade de iniciativa popular de projeto de lei 
(inclusive para leis complementares). Trata-se de iniciativa geral, 
 
 
 
 
 
 
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outorgada a qualquer cidadão, mas não individualmente. Com efeito, a 
Constituição exige a subscrição do projeto por, no mínimo, um por cento 
do eleitorado nacional, distribuído por, no mínimo, cinco estados 
membros, com não menos de 0,3% (três décimos por cento) dos 
eleitores de cada um (CF, art. 61, § 2º). 
A iniciativa popular também está prevista para os estados-membros e 
para os municípios. 
No âmbito dos estados-membros e do DF a Constituição estabelece que 
a lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual 
(CF, art. 27, §4°). 
Quanto aos municípios, a possibilidade de iniciativa popular já está 
prevista na Constituição. Assim, esses projetos de lei de interesse 
específico do Município, da cidade ou de bairros, terão a iniciativa por 
meio da manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado 
(CF, art. 29, XIII). 
Quanto à Casa iniciadora do processo legislativo, a regra é a seguinte: 
I) iniciativa de parlamentar ou comissão: na respectiva Casa Legislativa. 
II) iniciativa do Presidente da República, do STF, Tribunais Superiores, 
Procurador Geral da República e cidadãos:Câmara dos Deputados. 
III) iniciativa de Comissão Mista do Congresso: alternadamente na 
Câmara e no Senado Federal. 
Em suma, à exceção das iniciativas de senador, Comissão do Senado ou 
Comissão Mista (esta última, alternadamente), a Câmara dos 
Deputados é a Casa iniciadora por excelência do processo legislativo. 
Agora, uma dúvida que, nesses momentos, sempre ronda a cabeça 
estressada do concurseiro: é admitida emenda parlamentar em projeto 
de lei de iniciativa reservada? 
Bem, segundo o STF, é possível a apresentação de emendas pelos 
parlamentares aos projetos de lei resultantes da iniciativa reservada, 
desde que (i) tenham pertinência com o tema tratado; e (ii) não 
impliquem aumento de despesa nos projetos de iniciativa privativa do 
Presidente da República (ressalvadas os projetos orçamentários – CF, 
art. 63, I, c/c art. 166, § 3° e § 4°) e nos projetos sobre organização dos 
serviços administrativos da Câmara, do Senado, dos tribunais federais e 
do Ministério Público. 
Assunto bastante cobrado em concursos são as matérias de iniciativa 
privativa do chefe do Poder executivo. O art. 61, §1º delineia essas 
matérias: 
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; 
II - disponham sobre: 
 
 
 
 
 
 
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a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e 
autárquica ou aumento de sua remuneração; 
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços 
públicos e pessoal da administração dos Territórios; 
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de 
cargos, estabilidade e aposentadoria; 
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como 
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; 
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado 
o disposto no art. 84, VI; 
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, 
promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. 
Segundo já estabelecido pelo STF, esse dispositivo constitucional, 
decorrência do princípio de separação dos Poderes, é de observância 
obrigatória para estados, Distrito Federal e municípios. E o mais 
interessante: essas matérias não podem ser reguladas pelo legislativo 
local nem mesmo no processo de edição da Constituição estadual 
ou da Lei Orgânica do Município. 
Explicando melhor, no caso de emendas à Constituição Federal não há 
iniciativa privativa para qualquer matéria. Assim, não há matéria cuja 
iniciativa esteja dentro da competência exclusiva de algum dos 
legitimados à proposição de emenda constitucional. 
Explicando melhor: os legitimados à proposição de emenda 
constitucional estão previstos no art. 60 da Constituição. Cada um deles 
pode propor emenda constitucional sobre quaisquer assuntos (desde que 
sejam respeitadas as cláusulas pétreas, evidentemente). Não há 
iniciativa privativa em emenda constitucional. 
Todavia, essa regra não vale para a Constituição estadual. É dizer que, 
em âmbito estadual, as matérias reservadas ao chefe do poder executivo 
(CF, art. 61, § 1°) não poderão ser tratadas nem em lei de iniciativa 
parlamentar, nem mesmo na edição da Constituição estadual (ou em 
propostas de emenda a ela). 
Cabe também um comentário em relação à iniciativa em matéria 
tributária. Sempre tem uma questão falando que é de iniciativa privativa 
do Presidente da República os projetos de lei que versem sobre matéria 
tributária. Marque errado nelas, uma vez que não há iniciativa privativa 
nisso (exceto no que diz respeito à matéria tributária relacionada aos 
territórios, nos termos do art. 61, § 1°, II, “b”, cuja iniciativa é privativa do 
Presidente da República). 
Vale reforçar: apesar de o art. 61, § 1°, II, “d” da CF/88 afirmar que a lei 
de organização do MPU é de iniciativa privativa do Presidente da 
República, ele deve ser compatibilizado com o art. 128, § 5° da CF/88 
(que faculta ao PGR a iniciativa da referida lei). Diante disso, podemos 
 
 
 
 
 
 
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afirmar que, na verdade, a iniciativa de lei complementar sobre a 
organização do MPU é concorrente entre o Presidente da República e o 
PGR. 
Por fim, vale a pena chamar sua atenção para nova jurisprudência do 
STF, que firmou entendimento no sentido de que a iniciativa legislativa 
para criação do sistema de conta única de depósitos judiciais e 
extrajudiciais cabe ao Poder Judiciário. Assim, é inconstitucional a 
deflagração do processo legislativo pelo chefe do Executivo. 
Fase constitutiva 
Como vimos no esquema, a fase constitutiva compreende uma etapa 
legislativa (em que se discute e vota o projeto de lei) e uma etapa 
executiva (que se constitui na sanção ou veto presidencial). Desde já, 
cabe comentar que o projeto de lei aprovado pelo Legislativo e vetado 
pelo Presidente da República, volta ao Congresso Nacional para que 
este delibere sobre o veto. 
Ou seja, o Presidente da República participa do processo legislativo, mas 
não é obrigatório que ele esteja de acordo para que a lei possa ser 
válida. 
Logo que um projeto de lei chega a uma casa legislativa ele passa 
necessariamente pela análise de duas Comissões: uma que examinará 
os aspectos materiais (comissão temática) e outra que verificará os 
aspectos formais da norma, ligados à sua constitucionalidade 
(Comissão de Constituição e Justiça). 
Bem, devido ao bicameralismo existente no nosso ordenamento, o 
projeto de lei passará pelas duas Casas legislativas (casa iniciadora e 
casa revisora), sofrendo as análises acima em todas as duas casas. 
Analisado o projeto, ele vai a plenário para que seja discutido e votado, 
sendo aprovado pelo voto de, pelo menos, maioria simples dos 
parlamentares no caso de lei ordinária. Já no caso de lei 
complementar, exige-se maioria absoluta. 
Aproveito para abrir um parêntese para diferenciar a lei ordinária da lei 
complementar. 
A Constituição é que estabelece qual será o campo a ser tratado em lei 
complementar. Ou seja, só se exige lei complementar naquelas matérias 
para as quais a Constituição especifica a necessidade desse 
instrumento. Como comentado, essa norma exigirá aprovação por 
maioria absoluta dos votos. 
- Lei ordinária → maioria simples 
- Lei complementar → maioria absoluta 
Segundo o art. 65 da CF/88, o projeto de lei aprovado por uma Casa será 
revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e: (i) enviado 
à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar; ou (ii) 
 
 
 
 
 
 
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arquivado, se o rejeitar. Nos termos do parágrafo único, sendo o projeto 
emendado, ele voltará à Casa iniciadora. 
Vale comentar ainda sobre o chamado princípio da irrepetibilidade. 
Segundo o art. 67, a matéria constante de projeto de lei rejeitado 
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão 
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de 
qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
Observe o seguinte: 
I) o projeto pode voltar desde que em sessão legislativa distinta 
daquela em que se deu a rejeição; e 
II) o projeto pode voltar na mesma sessão legislativa, desde que por 
proposta de maioria absoluta dos membros do Senado ou da Câmara. 
Organizando seus pensamentos, podemos dizer que, após ser aprovado 
o projeto pela casa iniciadora,se a casa revisora: 
- aprovar → vai para o Presidente da República para sanção e veto; 
- rejeitar → é arquivado e se aplica a irrepetibilidade (CF, art. 67); e 
- emendar → retorna para casa iniciadora. 
Nesse último caso, essa nova análise da casa iniciadora restringe-se ao 
que foi emendado. 
Interessante observar a predominância da vontade da Casa iniciadora 
sobre a Casa revisora. Caso a casa revisora altere o texto inicial por 
meio de emendas, o projeto volta à Casa iniciadora para que sejam 
deliberadas exclusivamente as emendas. 
Se as alterações forem aprovadas pela Casa iniciadora, o projeto de lei 
segue normalmente para sanção do Presidente. 
Caso as alterações sugeridas pela Casa revisora sejam rejeitadas pela 
Casa iniciadora, o projeto de lei vai da mesma forma para a sanção 
presidencial, só que com o texto original (sem as referidas emendas) e 
sem voltar à Casa revisora. 
Objetivamente, quem manda é a Casa iniciadora...rs 
Vale destacar a possibilidade de aprovação definitiva dos projetos de lei 
pelas comissões (sem passar pelo plenário). A Constituição Federal 
outorga poder às comissões legislativas para discutir e votar projeto de 
lei que dispensar, na forma do regimento de cada Casa, a competência 
do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da 
Casa (CF, art. 58, § 2°, I). 
Bem, aprovado o projeto de lei nas duas Casas do Congresso Nacional , 
ele irá ao Presidente da República para sanção ou veto. 
A sanção é a concordância do Chefe do Poder Executivo com o projeto 
de lei aprovado pelo Legislativo, com ou sem modificações em relação 
 
 
 
 
 
 
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ao texto original. É o ato que conclui a fase constitutiva do processo 
legislativo. 
Vale comentar que: 
I) a sanção do Presidente da República não sana vício de iniciativa de 
lei; 
II) a sanção do Presidente da República não sana vício de emenda 
parlamentar; 
O veto é a manifestação de discordância do Chefe do Executivo com 
parte ou com todo o projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. É 
outorgado ao Chefe do Executivo, em caráter exclusivo, vetar projeto já 
aprovado pelo Legislativo. 
Caso o Presidente da Republica considere o projeto, no todo ou em 
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse publico, vetá-Io-á 
total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data 
do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao 
Presidente do Senado Federal os motivos do veto (art. 66, § 1°). 
Nesse sentido, o veto poderá resultar de um juízo decorrente da 
incompatibilidade entre a lei e a Constituição (inconstitucionalidade 
formal ou material da lei) ou de um juízo da lei quanto à sua conveniência 
política e aderência ao interesse público. 
Objetivamente: 
Veto por inconstitucionalidade → veto jurídico; 
Veto por contrariedade ao interesse público → veto político. 
O veto poderá ser sobre toda a lei (veto total) ou sobre um dispositivo 
em particular (veto parcial). Entretanto, o veto parcial somente 
abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea 
(CF, art. 66, § 2°). Ou seja, não pode vetar apenas uma palavra ou 
apenas uma expressão de um artigo ou inciso. 
Como vimos, o Presidente dispõe de quinze dias úteis para vetar o 
projeto ou sancioná-lo. Caso ele permaneça inerte, você lembra o que 
acontece? 
De acordo com a Constituição, decorrido o prazo de quinze dias úteis, o 
silêncio do Presidente da República importará sanção (CF, art. 66, § 3°). 
Ou seja, transcorrido o prazo sem que haja manifestação, ocorre a 
sanção tácita (não existe o veto tácito, o veto deve ser expresso). 
Como já comentado, mesmo que o Presidente da República vete o 
projeto, ele poderá virar lei da mesma forma, desde que o Congresso 
derrube o veto. É que o veto será apreciado em sessão conjunta, dentro 
de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado 
pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em 
escrutínio secreto (CF, art. 66, § 4°). 
 
 
 
 
 
 
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Objetivamente, são os seguintes os detalhes para a rejeição do veto: 
- Sessão conjunta; 
- 30 dias; 
- maioria absoluta; 
- escrutínio secreto. 
Transcorridos os 30 dias para a apreciação do veto por parte do 
Congresso, não havendo ainda deliberação, o veto será colocado na 
ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, 
até sua votação final. É o chamado trancamento de pauta da sessão 
conjunta do Congresso (não ocorre o trancamento das sessões da 
Câmara e do Senado isoladamente, mas o trancamento da pauta da 
sessão conjunta do Congresso). 
Assim, como o veto é parcial, a rejeição do veto por parte do 
Congresso também poderá ser parcial. Ou seja, alguns artigos 
vetados poderão permanecer vetados, enquanto outros terão o veto 
superado pelo Congresso. 
Se o veto for mantido pelo Congresso, arquiva-se o projeto aplicando-lhe 
o princípio da irrepetibilidade (aquela matéria somente poderá constituir 
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta 
da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso 
Nacional). 
Fase complementar 
A fase complementar compreende a promulgação e a publicação. 
A promulgação é o ato que dá validade à lei. É o ato solene que atesta a 
existência da lei, inovando a ordem jurídica. Trata-se de certificado de 
autenticação de que uma lei foi regularmente elaborada, existe no mundo 
jurídico e está apta a produzir seus regulares efeitos. 
Em regra, a competência para promulgar a lei é do Chefe do Poder 
Executivo (no caso de sanção expressa, a sanção e a promulgação 
ocorrem ao mesmo tempo). 
Diante da omissão do Presidente, caberá ao Legislativo promulgar a lei. 
Assim, se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo 
Presidente da República, nos casos de sanção tácita e rejeição do veto, 
o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual 
prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo (CF, art. 66, § 7°). 
Mas o que lhe confere eficácia no mundo jurídico é a publicação da lei, 
com a qual a lei poderá ou não entrar em vigência imediata. 
A publicação não é, propriamente, fase de formação da lei, mas sim 
pressuposto para sua eficácia. A publicação é necessária para a entrada 
em vigor da lei e para a produção de seus efeitos. Atualmente, no plano 
federal, realiza-se pela inserção da lei no Diário Oficial da União. 
 
 
 
 
 
 
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Veja algumas questões da Esaf sobre o assunto. 
1. (ESAF/AFRFB/2009) A matéria constante de projeto de lei rejeitado 
não poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão 
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de 
qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
De acordo com o art. 67 da CF/88, a matéria constante de projeto de lei 
rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma 
sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros 
de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
Item errado. 
2. (ESAF/APO/MPOG/2010) O projeto de lei de iniciativa popular com 
assinaturas de 1% (um por cento) de eleitores distribuídos pela 
maioria absoluta dos estados-membros pode veicular matéria 
reservada a lei complementar. 
De fato, a iniciativa popular é geral, podendo versar sobre qualquer 
matéria, com exceção daquelas abrangidas por iniciativa reservada. 
Todavia, a questão está errada, pois não há necessidade de os eleitores 
estarem distribuídos pela maioria absoluta dos estados-membros.A 
Constituição exige subscrição por, no mínimo, um por cento do 
eleitorado; distribuído pelo menos por cinco estados; com não menos 
de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles (CF, art. 61, § 
2°). 
Item errado. 
3. (ESAF/APO/MPOG/2010) As emendas parlamentares apresentadas 
a projeto de lei enviado pelo Presidente da República, em tema de 
sua privativa iniciativa, não precisam ter pertinência temática com o 
que constava do texto originalmente encaminhado ao Legislativo. 
Segundo o STF, os projetos de lei de iniciativa privativa do Presidente da 
República podem sofrer emendas parlamentares, desde que: (i) tenham 
pertinência temática com a matéria tratada no projeto apresentado; e 
(ii) não impliquem aumento de despesa (salvo no caso de projetos de 
leis orçamentárias – CF, art. 63, I e art. 166, § 3º e § 4º). 
Item errado. 
4. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) O veto fundado 
em inconstitucionalidade pode adquirir natureza absoluta. 
Independentemente do motivo do veto ele poderá ser rejeitado pelo 
Congresso Nacional, nos termos do art. 66, § 4° da CF/88. 
Item errado. 
5. (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A iniciativa das leis complementares e 
ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao 
 
 
 
 
 
 
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Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos 
Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos 
cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição Federal. 
A assertiva reproduz o teor do caput do art. 61 da CF/88: 
Vale destacar que não é que qualquer legitimado é competente para 
iniciar processo legislativo relativo a qualquer matéria. Com efeito, há a 
chamada iniciativa privativa (reservada ou exclusiva) para algumas 
matérias. Nesses casos, apenas determinadas pessoas poderão dar 
início ao processo legislativo sobre aquele tema, sob pena de 
inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa. 
Item certo. 
6. (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A iniciativa popular deve ser exercida 
pela apresentação ao Presidente da República de projeto de lei 
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, 
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três 
décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 
A questão está em desacordo com o art. 61, §2°: 
A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos 
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do 
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não 
menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 
Cabe lembrar que a iniciativa popular é uma iniciativa geral, já que 
poderá iniciar projeto de lei sobre quaisquer assuntos, exceto aqueles 
reservados à iniciativa privativa. 
Item errado. 
1.2 – Processo legislativo sumário 
O processo legislativo sumário não apresenta diferença de 
procedimentos em relação ao processo ordinário. O que os diferencia é a 
existência de prazos mais exíguos naquele primeiro, para que as Casas 
do Congresso deliberem sobre o projeto. 
O Presidente da República é quem tem a competência para solicitar 
urgência para a apreciação de projetos de sua iniciativa (CF, art. 64, § 
1º). 
Atenção! Não é necessário que sejam de sua iniciativa exclusiva. 
Há, portanto, dois pressupostos: (i) projeto apresentado pelo Presidente; 
e (ii) solicitação de urgência por parte do Chefe do Executivo. 
Uma vez pedida a urgência, caso a Câmara dos Deputados e o Senado 
Federal não se manifestem sobre a proposta, cada qual, 
sucessivamente, em até 45 dias, ficarão suspensas todas as demais 
 
 
 
 
 
 
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deliberações legislativas da respectiva Casa (é o chamado trancamento 
de pauta), com exceção das matérias que tenham prazo constitucional 
determinado. 
Segundo a Constituição, a apreciação das emendas do Senado por parte 
da Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, sob pena de 
trancamento da pauta (CF, art. 64, § 3º). 
Detalhe: a Constituição veda a aplicação do processo sumário aos 
projetos de código (Código Civil, Processual Civil, Penal, Processual 
Penal etc.). 
7. (ESAF/AFC/STN/2005) Tendo o presidente da República enviado ao 
Congresso Nacional um projeto de lei que cria o Código de Direito 
Administrativo Federal e já tendo a proposição sido aprovada na 
Câmara dos Deputados, poderá o presidente pedir urgência 
constitucional para esse projeto de lei, o qual deverá ser votado pelo 
Senado Federal no prazo máximo de quarenta e cinco dias contado 
do recebimento do pedido, sob pena de sobrestarem-se todas as 
demais deliberações legislativas dessa Casa Legislativa. 
Como vimos, pode o Presidente da República pode solicitar urgência 
para apreciação de projetos de lei de sua iniciativa. Entretanto, a 
Constituição proíbe a utilização do processo legislativo sumário para a 
aprovação de código (CF, art. 64, § 4º). 
Item errado. 
8. (ESAF/AFC/CGU/2003) Nos termos da CF/88, o Presidente da 
República só poderá solicitar urgência para apreciação de 
proposição que verse sobre matéria cujo projeto de lei seja de sua 
iniciativa privativa. 
Para que seja solicitada urgência pelo Presidente, é necessário que o 
projetos de lei seja de sua iniciativa (art. 64, § 1º). Entretanto, não se 
exige que o projeto de lei trate de matéria de iniciativa privativa do 
Presidente da República. Exige, apenas, que o projeto de lei seja 
apresentado pelo Presidente da República. 
Item errado. 
1.3 – Medida provisória 
A Medida Provisória (MP) consiste em ato normativo primário editado 
pelo Presidente da República no exercício de função legisladora atípica. 
O primeiro detalhe que você deve saber é que se trata de norma 
hierarquicamente equivalente às leis ordinárias. 
A EC nº 32/2001 trouxe substanciais modificações no regime desta 
espécie legislativa que passou a se sujeitar a um regime jurídico 
sensivelmente distinto após essa emenda. 
 
 
 
 
 
 
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Segundo o art. 62 da CF/88, em caso de relevância e urgência, o 
Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força 
de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
Aqui já se nota a primeira alteração promovida pela referida emenda: não 
há mais necessidade de convocação extraordinária do Congresso 
Nacional, caso este esteja em recesso. Antes, publicada uma MP 
durante o recesso, o Congresso deveria se reunir no prazo máximo de 5 
dias. Hoje, havendo medidas provisórias em vigor na data de 
convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas 
automaticamente incluídas na pauta da convocação (CF, art. 57, § 8°). 
De se destacar que o juízo discricionário sobre a existência dos 
pressupostos constitucionais de urgência e relevância para a adoção de 
medida provisória compete ao chefe do Poder Executivo. 
Mas o exercício dessas competências não afasta do Poder Judiciário o 
poder de examinar esses pressupostos de urgência e relevância, 
condições necessárias para o cabimento da medida provisória. Assim, no 
caso de desatendimento de tais pressupostos, declarar-se-á a 
inconstitucionalidade da medida provisória. 
Vale mencionar importante entendimento do STF acerca desse aspecto. 
A conversão em lei da medida provisória não convalida os eventuais 
vícios formais verificados na sua edição (desatendimento dos seus 
pressupostos de urgência e relevância, por exemplo). Nesse sentido, a 
conversão em lei da medida provisória não afasta a possibilidadede o 
Poder Judiciário declarar a inconstitucionalidade da medida provisória e 
da lei de conversão devido a vícios no momento de sua edição (por 
exemplo, não atendimento dos seus pressupostos de urgência e 
relevância). 
As medidas provisórias também sofrem limitações materiais, assuntos 
sobre os quais não poderá dispor (CF, art. 62, § 1°). São eles: 
I – matéria relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de 
seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e 
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º da CF/88 (créditos 
extraordinários); 
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro 
ativo financeiro; 
III - reservada a lei complementar; 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de 
sanção ou veto do Presidente da República. 
Atenção! Observe que MP pode dispor sobre: 
 
 
 
 
 
 
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- Direitos individuais; 
- Direito tributário; 
- Direito civil (o que não pode é sobre direito processual civil). 
Em outros dispositivos a Constituição apresenta outras limitações 
materiais à medida provisória: 
a) MP não pode ser utilizada para regulamentar os serviços locais de gás 
canalizado (CF, art. 25, § 2°); 
b) MP não pode ser utilizada para regulamentar o Fundo Social de 
Emergência (ADCT, art. 73); 
c) MP não pode ser utilizada para regulamentar artigo da Constituição 
cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 
1.° de janeiro de 1995 e a promulgação da EC 32/2001, inclusive (CF, 
art. 246). 
Quanto a esse último ponto, pode-se concluir que os dispositivos 
constitucionais alterados pelas emendas constitucionais compreendidas 
entre a EC n° 5/1995 e a EC n° 32/2001 não podem ser regulamentados 
por medida provisória. 
Assim, editada a medida provisória pelo Presidente da República, ela 
será submetida ao Congresso Nacional para que a aprecie em 60 dias 
(nas duas casas, iniciando na Câmara dos Deputados), não correndo 
esse prazo durante os períodos de recesso do Congresso. Caso o prazo 
não seja suficiente, ele será prorrogado automaticamente por mais 60 
dias. 
Se a medida não for apreciada em 45 dias contados de sua publicação, 
entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das 
Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime 
a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que 
estiver tramitando (CF, art. 62, § 6°). 
A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o 
mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o 
atendimento de seus pressupostos constitucionais de urgência e 
relevância (CF, art. 62, § 5°). 
Interessante destacar isto: as medidas provisórias serão apreciadas por 
uma comissão mista (composta de senadores e deputados), que 
apresentará parecer favorável ou desfavorável à sua conversão em lei. 
O parecer da comissão mista é meramente opinativo, e serve de subsídio 
para que Plenário do Congresso aprecie a medida. 
Emitido o parecer, o plenário de cada uma das Casas deliberará sobre a 
MP. 
Na hipótese de ela ser integralmente convertida em lei, o Presidente 
do Senado Federal a promulgará (não é o Presidente da República, já 
 
 
 
 
 
 
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que a MP permaneceu como originalmente editada pelo Chefe do 
Executivo), remetendo-a para publicação. 
Se for integralmente rejeitada (ou perder sua eficácia por decurso de 
prazo, em decorrência da não apreciação pelo Congresso Nacional no 
prazo constitucionalmente estabelecido), a medida provisória será 
arquivada. Nesse caso, o Congresso Nacional baixará ato declarando-a 
insubsistente, devendo disciplinar, por meio de decreto legislativo, as 
relações jurídicas dela decorrentes no prazo de sessenta dias (contados 
da rejeição ou da perda de eficácia por decurso de prazo). 
Caso o Congresso Nacional não edite o referido decreto legislativo no 
prazo de sessenta dias, as relações jurídicas surgidas no período 
permanecerão regidas pela medida provisória (CF, art. 62, § 11). 
Por outro lado, caso sejam introduzidas modificações no texto adotado 
pelo Presidente da Republica (conversão parcial), a medida provisória 
será transformada em "projeto de lei de conversão", e o texto aprovado 
no Poder Legislativo será, aí sim, encaminhado ao Presidente da 
Republica, para que o sancione ou vete. Nesse caso, a MP manter-se-á 
integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto (CF, 
art. 62, § 12). 
Sintetizando: 
Também às medidas provisórias é aplicável o princípio da 
irrepetibilidade. Nesse caso, como nas emendas constitucionais, é 
vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória 
que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso 
de prazo (CF, art. 62, § 10). Observe que não se admite a reedição 
daquela MP rejeitada nem mesmo por proposta da maioria absoluta 
dos membros (ao contrário do que ocorre com as leis em geral). 
Vamos a alguns detalhes. 
I) Em primeiro lugar, observe que há diversos prazos no procedimento 
legislativo de uma medida provisória: 
60 dias
MP integralmente 
convertida em lei 
MP modificada 
(conversão parcial) 
Presidente do Senado promulga 
Arquivada 
Se não, as relações jurídicas surgidas no período 
permanecerão regidas pela medida provisória 
PL de conversão MP se mantém até que seja 
sancionado/vetado o projeto 
DL disciplinando as relações 
jurídicas decorrentes da MP 
MP integralmente 
rejeitada (de forma 
expressa ou por perda 
do prazo) 
 
 
 
 
 
 
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- Prazo para apreciação: 120 dias (60 + 60); 
- Prazo para trancamento de pauta: 45 dias; 
- Prazo para o Congresso disciplinar as relações jurídicas 
decorrentes da MP rejeitada: 60 dias. 
II) Se os 45 dias transcorrerem antes da apreciação por parte da Câmara 
dos Deputados, ocorrerá o trancamento nessa Casa. Assim, se aprovada 
na Câmara, quanto seguir para o Senado, a MP chegará já trancando 
imediatamente a pauta de votação (uma vez que o prazo de 45 dias já se 
expirou na Câmara). 
III) Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos 
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido 
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada (CF, art. 62, 
§ 2°). Estão ressalvados os impostos previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 
154, II da CF/88. Esta norma visa a reforçar o princípio da anterioridade 
tributária (CF, art. 150, III, “b”). 
IV) Os estados-membros podem adotar medida provisória em suas 
Constituições estaduais no mesmo molde estabelecido pela CF (uma vez 
que o processo legislativo é de observância obrigatória). Para a doutrina, 
as MPs também podem ser adotadas pelos municípios, desde que, 
nesse caso, haja previsão não só na lei orgânica, como também na 
respectiva Constituição estadual. 
Por fim, vale comentar o que aconteceu com as medidas provisórias 
editadas antes da EC n° 32/2001, uma vez que a referida emenda 
produziu mudanças substanciais nesse tema. Pois bem, o art. 2° da 
referida emenda estabelece que as medidas provisórias editadas em 
data anterior à da publicação da emenda em questão continuam em 
vigor até que medida provisória ulterior as revogueexplicitamente 
ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional. 
Ou seja, elas continuam em vigor, produzindo seus efeitos normalmente 
até que o Congresso decida deliberar sobre elas. Isso não permite dizer 
que foram convertidas em lei ordinária. 
Cabe destacar, por fim, que, caso o Congresso venha a deliberar sobre 
elas, deverá seguir o procedimento e as regras vigente à data de sua 
edição (procedimento anterior à EC n° 32/2001). 
Vamos esquematizar os principais aspectos sobre as medidas 
provisórias. 
Sintetizando: 
 
 
 
 
 
 
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Revogação de medida provisória 
A jurisprudência do STF não admite que medida provisória submetida ao 
Congresso Nacional seja retirada pelo Chefe do Executivo. Por outro 
lado, poderá ser editada outra MP revogando temporariamente aquela 
primeira. 
Nesse caso, a MP revogadora (MP2) suspende temporariamente a 
eficácia da MP revogada (MP1) até que haja pronunciamento do 
Congresso sobre a primeira. Se a MP2 for convertida em lei, estará 
revogada definitivamente a MP1. De outra forma, caso a MP2 seja 
rejeitada pelo Congresso, retornam os efeitos MP1 (revogada) pelo 
período que ainda lhe resta para vigorar. 
Vamos resolver algumas questões sobre medida provisórias 
9. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Mesmo que 
o Congresso Nacional aprove a medida provisória editada pelo 
Presidente da República sem nenhuma alteração, o ato de 
conversão deve ser levado ao Chefe do Executivo para a sanção ou 
veto. 
A MP integralmente convertida em lei será promulgada pelo Presidente 
do Senado. 
Item errado. 
10. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Vencido o 
prazo de 60 dias de vigência sem que o Congresso Nacional tenha 
apreciado a medida provisória, essa somente continuará a viger se o 
Presidente da República a reeditar, ficando, então, em vigor por 
mais 60 dias. 
Vencido o prazo de 60 dias, a prorrogação (por mais 60 dias) 
é automática. 
 
 
 
 
 
 
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Item errado. 
11. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O 
Congresso Nacional não pode mais rejeitar as medidas provisórias 
que foram editadas até trinta dias antes da entrada em vigor da 
Emenda Constitucional n. 32, que regulou o instituto das medidas 
provisórias. 
Ainda estão em vigor diversas medidas provisórias que haviam sido 
editadas antes da EC n° 32/2001 e não foram apreciadas pelo 
Congresso Nacional. A referida emenda estabeleceu que essas MPs 
(editadas em data anterior à da publicação da emenda) continuam em 
vigor até que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até 
deliberação definitiva do Congresso Nacional. 
Ou seja, o Congresso ainda pode vir a se pronunciar sobre elas. Nesse 
caso, essa apreciação se dará segundo o procedimento antigo (anterior 
ao estabelecido pela EC n° 32/2001). 
Item errado. 
12. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Os prazos 
de vigência das medidas provisórias são decadenciais e, durante a 
sua fluência, não se admite suspensão nem interrupção. 
Editada a medida provisória, ela será submetida ao Congresso Nacional 
para que a aprecie em 60 dias (prorrogando-se por mais 60 dias caso 
seja necessário). Entretanto, esse prazo não corre durante os períodos 
de recesso do Congresso (portanto, se suspende). 
Item errado. 
Antes de passar para o próximo assunto, gostaria de comentar algo 
sobre o “trancamento da pauta por medidas provisórias”. 
O STF admitiu a nova interpretação dada pelo Presidente da Câmara à 
norma constitucional que determina o sobrestamento das demais 
proposições caso a MP esteja há 45 dias sem apreciação. Veja o que 
diz o dispositivo constitucional: 
Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de 
sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das 
Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, 
todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando (CF, 
art. 62, § 6º). 
Segundo a nova tese, o trancamento só ocorreria no âmbito das sessões 
ordinárias. No âmbito das sessões extraordinárias, esse trancamento não 
atingiria aquelas matérias vedadas à medida provisória (CF, art. 62, § 
1°). 
Em suma, Temer entendeu que mesmo com a pauta trancada por MPs, a 
Câmara poderá votar em sessões extraordinárias propostas de emendas 
 
 
 
 
 
 
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à Constituição, projetos de lei complementar, de resolução e decretos 
legislativos. 
Bem, essa teoria foi acatada pelo ministro Celso de Mello, em decisão 
singular. Não sei se cairia na prova. Mas é bom que você tenha a noção 
disso. 
1.4 – Lei delegada 
As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que 
deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional (CF, art. 68). 
A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do 
Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu 
exercício (CF, art. 68, § 2°). 
Assim como ocorre nas emendas constitucionais e na medida provisória, 
a lei delegada sofre limitações materiais. Nos termos do § 1° do art. 68 
da CF/88, não serão objeto de delegação: 
I) os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional ou privativa 
da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
II) a matéria reservada à lei complementar; 
III) a legislação sobre: 
a) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a 
carreira e a garantia de seus membros; 
b) nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e 
eleitorais; 
c) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
A delegação pode ser típica ou atípica. No primeiro caso (típica), são 
dados plenos poderes ao Presidente da República para que ele elabore a 
lei, que não será submetida a referendo do Congresso. 
No outro caso (atípica), será determinada a apreciação posterior do 
projeto pelo Congresso Nacional. Nesse caso, ele o fará em votação 
única, vedada qualquer emenda (CF, art. 68, § 3°). 
De se destacar que a delegação não vincula o Presidente nem o 
Congresso. Nem aquele precisa usar a delegação obrigatoriamente, 
nem este último fica impedido de tratar do assunto delegado (podendo 
inclusive revogar a delegação). Significa dizer que, mesmo após a 
delegação, o Congresso poderá editar lei sobre aquele tema específico. 
De se observar ainda a possibilidade de controle por parte do Congresso 
sobre a lei editada. Nos termos do art. 49, V da CF/88, compete ao 
Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que 
exorbitem dos limites de delegação legislativa. 
 
 
 
 
 
 
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13. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) A lei 
delegada será elaborada pelo Presidente da República, em razão de 
delegação do Congresso Nacional. Editada a norma, com 
extrapolação de seus limites, resta ao Poder Legislativo suscitar a 
inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, haja vista 
não mais possuir competência para sustar o ato normativo. 
Na situação hipotética apresentada na assertiva, pode, sim, o Congresso 
Nacional sustar a lei delegada que extrapole os limites da delegação. 
Como vimos já vimos ao estudar o Congresso Nacional, é de sua 
competência exclusiva sustar os atos normativos do Poder Executivo 
que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa (CF, art. 49, V). 
Quer ver uma questão difícilsobre esse assunto? Imagine que o TSE, ao 
regulamentar certa lei eleitoral, emita um ato administrativo de caráter 
normativo extrapolando os seus limites e atingindo reserva de lei. 
Poderia o Congresso Nacional sustar esse ato do TSE diretamente, com 
base no art. 49, V, da CF/88? 
Não, não poderia. 
Anote-se que tal competência é restrita à sustação de atos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder regulamentar (art. 84, IV) ou dos 
limites de delegação legislativa para elaboração de lei delegada (art. 68, 
§ 2º), não contemplando a sustação de atos da competência do 
Judiciário, do Ministério Público ou do Tribunal de Contas da União. 
Restaria ao Congresso, nessa situação hipotética, acionar o Poder 
Judiciário, a fim de ver declarada a suposta ilegalidade do ato do TSE. 
Ademais, entende a doutrina que essa competência do Congresso 
Nacional, por possuir conteúdo de alcance externo, deverá ser exercida 
mediante a expedição de decreto legislativo. 
Observe que no exercício dessa função do Congresso exerce uma forma 
de controle de constitucionalidade político (ou não jurisdicional). 
Guarde, ainda, a seguinte informação: esse ato do Congresso que susta 
o ato normativo ou a lei delegada pode ser questionado no Supremo por 
meio de ADIN. 
Viu, quantos detalhes em apenas uma questão! 
Item errado. 
14. (ESAF/APO/MPOG/2005) Nos termos da Constituição, é fase 
obrigatória do processo legislativo das leis delegadas a apreciação 
do projeto, elaborado pelo Presidente da República, pelo Congresso 
Nacional, que sobre ele deliberará em sessão única, vedada 
qualquer emenda. 
As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que 
deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional (CF, art. 68). Por 
 
 
 
 
 
 
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sua vez, o Congresso Nacional apreciará a solicitação de delegação e, 
se a aprovar, baixará uma resolução especificando o conteúdo da 
delegação e os termos de seu exercício (CF, art. 68, § 2º). 
Nesse sentido, poderá ou não ser determinada a apreciação posterior do 
Congresso Nacional. Se resolução não determinar a apreciação 
posterior, o Presidente da República elaborará a lei delegada, a 
promulgará e publicará, sem nenhuma participação do Legislativo 
(delegação típica). 
Há ainda a delegação atípica, em que o projeto de lei delegada é 
submetido ao Congresso Nacional, para que o aprecie em votação única, 
vedada qualquer emenda. 
Item errado. 
1.5 – Decretos legislativos e resoluções 
Para finalizar as espécies legislativas, vale comentar ainda algo sobre os 
decretos legislativos e as resoluções. 
O decreto legislativo é ato de competência do Congresso Nacional 
destinado ao tratamento de matérias de sua competência exclusiva (art. 
49), para as quais a Constituição dispensa sanção presidencial. 
Já as resoluções são deliberações das Casas do Congresso (ou do 
próprio Congresso) utilizadas para dispor sobre assuntos políticos e 
administrativos de sua competência. As matérias tratadas por resolução 
são basicamente aquelas de competência privativa de cada uma das 
Casas (CF, arts. 51 e 52). 
Observe que enquanto o decreto legislativo é de competência 
exclusiva do Congresso Nacional, a resolução é de competência 
das Casas (Senado e Câmara) isoladamente e também do 
Congresso. 
Lembre-se ainda que em nenhuma dessas duas espécies há 
participação do Presidente da República para sanção, veto ou 
promulgação. 
E o que confunde muita gente: essas espécies normativas são normas 
primárias, que tiram fundamento de validade diretamente da 
Constituição. Ou seja, são hierarquicamente equivalente às leis. 
Vamos resolver mais algumas questões. 
15. (ESAF/AFC/CGU/2008) As deliberações de cada Casa e de suas 
comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria 
absoluta de seus membros, salvo acordo de líderes partidários. 
As deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por 
maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros, salvo 
disposição constitucional em contrário (CF, art. 47). 
 
 
 
 
 
 
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Em suma, a regra é a maioria simples. Será necessária maioria absoluta 
nos casos exigidos pela Constituição (e não mediante acordo de líderes). 
Item errado. 
16. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Sabendo-se 
que a Emenda Constitucional n. 11, de 30.4.96, estabeleceu que “é 
facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas 
estrangeiros, na forma da lei”, é dado afirmar que o Presidente da 
República não pode expedir medida provisória para regular a 
admissão desses professores, técnicos e cientistas estrangeiros no 
quadro das universidades. 
Questão interessante da Esaf. Vejamos a lógica dessa questão. 
Segundo o art. 246 da CF/88, MP não pode ser utilizada para 
regulamentar artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por 
meio de emenda promulgada entre 1.° de janeiro de 1995 e a 
promulgação da EC 32/2001, inclusive. 
Ou seja, aqueles artigos alterados por emendas entre janeiro de 1995 e a 
aprovação da EC 32/2001 não poderão ser regulamentados por medida 
provisória. 
Isso inclui todos os dispositivos constitucionais alterados pelas emendas 
constitucionais compreendidas entre a EC n° 5/1995 e a EC n° 32/2001. 
Portanto, inclui as alterações promovidas pela EC 11/96 (como a da 
questão apresentada), que não poderão ser regulamentadas por MP. 
Item certo. 
17. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) A Constituição 
Federal conferiu, de forma explícita, o poder de editar medidas 
provisórias unicamente ao Presidente da República; assim, e por se 
tratar de instrumento de exceção ao princípio da Separação de 
Poderes, a comportar interpretação restritiva, tal espécie normativa 
não pode ser adotada por Estados e Municípios. 
A assertiva está incorreta uma vez que os chefes do Poder Executivo 
estadual podem editar medidas provisórias desde que haja previsão na 
Constituição do Estado. De acordo com a doutrina, o mesmo raciocínio 
estende-se aos prefeitos, que podem editar medidas provisórias desde 
que este instrumento esteja previsto tanto na Constituição do Estado 
quanto na Lei Orgânica do Município. 
Item errado. 
18. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Consolidou-se o 
entendimento de que matéria que, no âmbito federal, está sujeita à 
legislação ordinária sob reserva de iniciativa do Presidente da 
República não pode ser regulada em Constituição Estadual. 
A Constituição Federal prevê um rol de matérias cuja iniciativa de lei é 
privativa do Presidente da República (CF, art. 61, §1°). 
 
 
 
 
 
 
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Evidentemente, esse comando restringe a atuação do legislador 
ordinário, não alcançando o poder constituinte originário ou derivado 
reformador da Constituição Federal. Ou seja, não pode uma lei que 
concede remuneração para servidores, por exemplo, ser de iniciativa de 
um parlamentar, pois esse assunto é tema de iniciativa privativa do 
Presidente da República. Entretanto, uma emenda constitucional sobre 
esses assuntos pode ser aprovada mesmo que o Presidente não seja o 
iniciador. 
Pois bem, o que às vezes não se sabe é que o Supremo entende que os 
assuntos de iniciativa privativa do chefe do Executivo não podem integrar 
a Constituição Estadual, sob pena de desrespeito ao princípio da 
separação dos poderes. Em outras palavras, a iniciativa privativa do 
Presidente da República é uma limitação ao poder constituinte derivado 
decorrente. 
Observe como esse assunto tem estreita relaçãocom a independência e 
harmonia entre os poderes e com o próprio sistema de freios e 
contrapesos! 
Assim, se o assunto é matéria de iniciativa privativa do Presidente da 
República, ele somente pode ser tratado em âmbito estadual mediante lei 
de iniciativa do governador. E esse assunto não pode ser tratado nem 
mesmo na Constituição Estadual, sob pena de ofensa à separação dos 
poderes. 
Item certo. 
19. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Adotada medida 
provisória pelo Presidente da República, o Congresso Nacional 
deverá sobre ela deliberar durante a convocação extraordinária, 
caso tenha constado como objeto da convocação, ou, caso 
contrário, o prazo de 60 dias será considerado interrompido desde a 
sua edição. 
Combinando os §§ 7° e 8° do art. 57 da CF/88, podemos observar que 
na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente 
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvadas as 
medidas provisórias em vigor na data de convocação. Isso porque, 
havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação 
extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente 
incluídas na pauta da convocação. 
Ademais, vale destacar que durante o recesso o prazo de 60 dias é 
suspenso (e não interrompido desde a sua edição). Ou seja, 
considerando o prazo inicial de 60 dias, se ao 50° dia houver recesso do 
Congresso, o prazo é suspenso. Quando retornar o Congresso o prazo 
volta a contar pelo que ainda resta (mais dez dias, fora a prorrogação). 
Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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20. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) É válida a 
revogação por lei ordinária de dispositivo formalmente inserido em 
lei complementar, cuja matéria disciplinada não estava 
constitucionalmente reservada a esta última. 
A questão apresenta da seguinte situação hipotética. Uma lei 
complementar tratou de assunto que não era reservado para este tipo de 
lei. Ou seja, a matéria encontrava-se no campo material da lei ordinária. 
Nessa situação, a referida lei é apenas formalmente complementar, uma 
vez que aquele assunto não exige maioria absoluta para sua 
regulamentação (lembrando que é a Constituição que estabelece o 
campo material da lei complementar). 
Assim, qualquer lei ordinária poderá revogar esses dispositivos da lei 
complementar. 
Para clarear seu entendimento, pense assim: se a Constituição é quem 
deve estabelecer o campo material da lei complementar, não cabe ao 
legislador alterar esse campo. Do contrário, bastaria ao legislador 
disciplinar determinado assunto em lei complementar para que fosse 
exigida esta espécie para abordar aquele tema. Nesse caso, estaria 
havendo usurpação da autoridade constitucional (que estabeleceu que 
só ela – a Constituição – é que estabelece o campo material da lei 
complementar). 
Objetivamente: lei ordinária pode revogar lei complementar se esta 
última estiver disciplinando assunto não vedado à lei ordinária. 
Item certo. 
21. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Considere 
que todas as leis abaixo enumeradas sejam distritais, resultantes de 
projetos de lei da iniciativa de deputado distrital. Assinale aquela que 
não apresenta vício de inconstitucionalidade formal. 
a) Lei que concede, em certas circunstâncias, parcelamento para o 
pagamento de imposto da competência do Distrito Federal. 
b) Lei que concede direito de creche para servidores do Distrito 
Federal. 
c) Lei que permite a conversão em pecúnia de 1/3 de férias de 
servidores do Distrito Federal. 
d) Lei que concede isenção de multas de trânsito. 
e) Lei que regula o processo de impeachment do Governador no 
âmbito do Poder Legislativo Distrital. 
A inconstitucionalidade formal decorre do desrespeito ao processo 
legislativo. Observe que as leis em questão são distritais e foram 
iniciadas a partir de parlamentar. Vejamos uma a uma as assertivas. 
 
 
 
 
 
 
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A alternativa “a” não apresenta situação de inconstitucionalidade formal, 
uma vez que matéria tributária não se enquadra no campo de iniciativa 
privativa do Presidente da República. 
As alternativas “b” e “c” apresentam leis inconstitucionais, uma vez que a 
norma que disponha sobre servidores (inclusive aquela que concede 
benefícios) é de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo. 
As alternativas “d” e “e” apresentam leis inconstitucionais, uma vez que 
compete privativamente à União (e não ao DF) dispor sobre trânsito e 
transporte (CF, art. 22, XI) e direito penal (CF, art. 22, I). 
Quanto a esta competência da União, fique atento à súmula 722 do 
STF pois sempre cai em concurso: 
São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e 
o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento. 
Vale comentar que a regra se aplica inclusive aos crimes cometidos por 
governadores, uma vez que compete à União legislar sobre direito penal. 
Gabarito: “a” 
22. (ESAF/AFC/CGU/2008) Não é plausível, em face do ordenamento 
constitucional brasileiro, a existência de leis interpretativas que 
veiculariam a denominada interpretação autêntica. Leis 
interpretativas consubstanciariam usurpação das atribuições 
institucionais do Poder Judiciário e, em conseqüência, ofenderiam o 
postulado fundamental da divisão funcional do Poder. 
A interpretação autêntica é aquela realizada pelo responsável pela 
elaboração da norma. Leis interpretativas não afetam o princípio da 
divisão funcional do poder, tendo em vista que a atividade de 
interpretação não é exclusiva do Poder Judiciário. 
Item errado. 
23. (ESAF/PFN/2004) Cabe exclusivamente ao Poder Executivo e ao 
Poder Legislativo a análise dos pressupostos da urgência e da 
relevância das medidas provisórias. 
Os critérios de urgência e relevância têm caráter político e situam-se no 
âmbito da discricionariedade do chefe do Poder Executivo (na edição) e 
do Poder Legislativo (no controle mediante a apreciação). 
Entretanto, excepcionalmente, pode o Poder Judiciário 
Todavia, o Poder Judiciário pode, excepcionalmente, controlar a 
existência dos pressupostos de urgência e relevância para a edição de 
medida provisória, sempre que caracterizado abuso do Presidente da 
República. 
Item errado. 
24. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Suponha que o 
Congresso Nacional aprove lei, de iniciativa de Deputado Federal, 
 
 
 
 
 
 
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que reduz alíquota do Imposto de Renda de Pessoas Físicas. O 
Presidente da República sanciona o projeto. Mais tarde, percebe 
que a lei é ruinosa e ouve seus conselheiros jurídicos que lhe dizem: 
1. Houve vício de iniciativa na elaboração da lei. 
2. O Presidente da República não pode provocar o Supremo 
Tribunal Federal a exercer o controle de constitucionalidade sobre a 
lei, porque sancionou o projeto. 
3. O Presidente da República pode, desde que se atenha ao prazo 
de veto de que dispõe constitucionalmente, voltar atrás na sanção e 
vetar o projeto. 
4. Tendo o Presidente da República sancionado a lei, toda 
discussão sobre eventual invasão da sua iniciativa privativa fica 
prejudicada, já que, qualquer que seja o caso, a sanção supre o 
vício de iniciativa. 
Assinale a opção correta. 
a) Todas as afirmações estão corretas. 
b) Apenas uma das afirmações está correta. 
c) Apenas duas das afirmações estão corretas. 
d) Apenas três das afirmações estão corretas. 
e) Nenhuma das afirmações está correta. 
De pronto, podemos sugerir ao Presidente que escolha melhor seus 
conselheiros, pois eles não estãosabendo bem do que estão falando, 
certo? 
Vejamos uma a uma as assertivas. 
Examinemos, separadamente, as afirmações dos conselheiros jurídicos 
do Presidente da República. 
A primeira assertiva está errada, uma vez que matéria tributária não é de 
iniciativa privativa do Presidente da República. Portanto, podem os 
parlamentares apresentar projeto de lei tratando de tributos. 
A segunda assertiva está errada, uma vez que a sanção não o impede 
de posteriormente impugnar a lei no Poder Judiciário (mediante a 
propositura de uma ADI perante o STF, por exemplo). 
A terceira assertiva está errada, pois sanção e veto são irretratáveis. 
Significa dizer que não é cabível desistência da decisão tomada. Nesse 
sentido, não pode o Presidente vetar a lei e, posteriormente, se 
arrepender, pleiteando sancioná-la. 
Quanto à quarta assertiva guarde isto: a sanção a projeto de lei não 
supre o vício de iniciativa. Aliás, não supre também o vício de emenda. 
De qualquer forma, como comentado a respeito da primeira assertiva, 
não houve vício de iniciativa nesse caso em particular. 
 
 
 
 
 
 
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Gabarito: “e” 
25. (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) É constitucionalmente possível que o 
Congresso Nacional aprove lei ordinária, sem que a mesma tenha 
sido votada, quer pelo Plenário da Câmara dos Deputados, quer 
pelo Plenário do Senado Federal. 
De fato, é possível, dada a possibilidade de aprovação de leis no âmbito 
das comissões, sem necessidade de submissão da matéria ao Plenário 
das Casas Legislativas. É que, nos termos do art. 58, § 2°, I da CF/88, 
compete às comissões discutir e votar projeto de lei que dispensar, na 
forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso 
de um décimo dos membros da Casa. 
Evidentemente, não é possível a aprovação de emendas constitucionais 
e leis complementares segundo esse procedimento simplificado, uma vez 
que essas espécies legislativas exigem deliberação qualificada para sua 
aprovação. 
Item certo. 
26. (ESAF/APO/MPOG/2005) É vedado o aumento de despesa, prevista 
no projeto de lei de orçamento anual, por meio de emenda 
apresentada por Parlamentar durante o processo legislativo desse 
projeto de lei no Congresso Nacional. 
É proibido apresentar emenda que aumente despesa de projeto de lei 
resultante de iniciativa privativa do chefe do Executivo (CF, art. 63, I). 
Entretanto, a Constituição ressalva expressamente a possibilidade de 
aumento de despesa por emenda parlamentar ao projeto de lei do 
orçamento anual e ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias (CF, art. 
166, §§ 3° e 4°). 
Assim, nesses casos excepcionais, é admitida a emenda parlamentar 
que aumente despesa. 
Item errado. 
27. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) É constitucionalmente 
ilegítimo o projeto de lei sobre matéria da iniciativa exclusiva do 
Presidente da República que foi proposto por grupo de 
parlamentares no Congresso Nacional, mesmo que a lei tenha sido 
sancionada pelo Chefe do Executivo. 
Objetivamente: a sanção do chefe do Executivo não convalida o vício 
de iniciativa. 
Item certo. 
28. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Num projeto de lei do 
Chefe do Executivo que concede gratificação a certa categoria de 
servidores da Administração Pública Direta, é legítima a emenda 
parlamentar que estende a vantagem a outras categorias do serviço 
 
 
 
 
 
 
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público, que estejam sob as mesmas condições da beneficiada 
inicialmente, sob o fundamento da isonomia. 
A referida emenda seria inconstitucional, uma vez que ao estender 
vantagem a outras categorias do serviço público, ela implica aumento de 
despesa em projeto de lei de iniciativa privativa do chefe do Executivo 
(CF, art. 61, § 1º, II, “a”). 
Item errado. 
29. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Não há impedimento a 
que, num projeto de lei, fixando novos vencimentos para certa 
carreira do serviço público, encaminhado pelo Presidente da 
República ao Congresso Nacional, seja aprovada emenda 
parlamentar sobre tema diverso, modificando regras sobre 
promoção de militares. 
A emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa privativa do chefe do 
Executivo deve guardar pertinência temática com a matéria 
apresentada no projeto de lei. 
Item errado. 
30. (ESAF/AFC/STN/2000) Pelo mecanismo do veto parcial, o 
Presidente da República pode vetar expressões contidas no caput 
de um artigo de lei, sem ter que necessariamente vetar todo o caput 
do artigo. 
O veto parcial somente poderá incidir sobre texto integral de artigo, de 
inciso, de parágrafo ou de alínea (CF, art. 66, § 2º). 
Item errado. 
31. (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O projeto de lei de iniciativa do 
presidente da República, em regime de urgência constitucional há 
mais de quarenta e cinco dias, uma vez aprovado na Câmara dos 
Deputados será revisto pelo Senado Federal, sobrestando, desde 
seu recebimento pelo Senado Federal, todas as demais 
deliberações dessa casa legislativa, até que se ultime a sua votação. 
Observe que o prazo de 45 dias para apreciação de projeto em regime 
de urgência conta-se em cada Casa Legislativa (ao contrário do que 
ocorre nas medidas provisórias em que o prazo é único, e aí sim a MP 
pode já chegar trancando a pauta do Senado). 
Vale destacar ainda que, no caso de sobrestamento, este não alcança 
absolutamente todas as deliberações da Casa Legislativa. Na verdade, 
estão ressalvadas aquelas com prazo constitucional determinado, como 
as medidas provisórias (CF, art. 64, § 2º). 
Item errado. 
32. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Desde de que não impliquem 
aumento da despesa prevista, as emendas parlamentares a projetos 
 
 
 
 
 
 
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de lei sobre organização dos serviços administrativos do Poder 
Judiciário podem dispor sobre matéria diversa daquela que é objeto 
da proposta inicial. 
Esse projeto de lei sobre a organização dos serviços administrativos do 
Poder Judiciário é de iniciativa privativa desse poder. Vale lembrar que 
as emendas parlamentares a projeto de lei resultante de iniciativa 
privativa: (i) não podem implicar aumento de despesa (CF, art. 63, II); e 
(ii) devem guardar pertinência temática com a matéria proposta no 
projeto. 
Item errado. 
33. (ESAF/ACE/TCU/2006) A sanção tácita de projeto de lei aprovado 
pelo Congresso Nacional decorre da omissão de manifestação do 
Presidente da República, após transcorrido o prazo de quinze dias 
corridos, contados da data de recebimento da proposição para a 
deliberação executiva. 
Trata-se de quinze dias úteis (e não quinze dias corridos). 
Assim, transcorrido o prazo de quinze dias úteis ocorre a sanção tácita a 
projeto de lei (não existe o veto tácito). 
Item errado. 
34. (ESAF/PFN/2004) Consideram-se sem eficácia todas as medidas 
provisórias editadas antes do advento da Emenda Constitucional nº 
32/2001 (que conferiu novo regime a esse instrumento normativo), 
que não foram reeditadas pelo Presidente da República depois da 
Emenda e não foram convertidas em lei pelo Congresso Nacional no 
prazo constitucional. 
As medidas provisórias editadas antes da data de promulgação da EC nº 
32/2001 continuam em vigor até que sejam revogadas ou até deliberação 
definitiva do Congresso Nacional (art. 2º da EC nº 32/2001). 
Item errado. 
35. (ESAF/PFN/2006) Os Estados-membros não estão impedidos de 
adotar o instrumento legislativo das medidas provisórias em tema 
relacionado com direito tributário. 
Como comentado, o STF já decidiu que os estados-membros podem sim 
adotarmedida provisória, desde que haja previsão dessa espécie 
normativa na Constituição Estadual. 
De se destacar que não há vedação constitucional para o tratamento de 
direito tributário em medidas provisórias. 
Item certo. 
36. (ESAF/ADVOGADO IRB/2006) Uma medida provisória aprovada 
sem alteração do seu texto original não é encaminhada à sanção e 
 
 
 
 
 
 
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promulgação pelo Presidente da República, sendo convertida em lei 
e promulgada pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional. 
Se não há alteração, não há porque a matéria retornar ao Presidente da 
República. Portanto, a lei resultante da conversão integral da medida 
provisória é promulgada diretamente pelo Presidente da Mesa do 
Congresso Nacional. 
Ao contrário, caso haja alterações, o projeto de lei de conversão segue o 
rito das leis comuns, sendo encaminhado ao Presidente da República 
para sanção ou veto. 
Item certo. 
37. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Aumentada a 
alíquota do imposto de renda, por medida provisória, em 1º de 
dezembro de 2005, a nova alíquota poderá ser cobrada a partir de 
1º de janeiro de 2006, independentemente da conversão da medida 
provisória em lei no ano de 2005, uma vez que a esse imposto não 
se aplica o princípio da anterioridade nonagesimal. 
Em primeiro lugar, vale comentar que o imposto de renda sujeita-se ao 
princípio da anterioridade. Portanto, aplica-se a regra prevista no art. 62, 
§ 2° da CF/88, segundo a qual medida provisória que implique instituição 
ou majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro 
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em 
que foi editada. 
No caso em tela, só poderia haver cobrança do novo imposto se a MP 
fosse convertida em lei antes do final do exercício. 
Item errado. 
38. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Mesmo após findo o 
prazo de cento e vinte dias, contado da sua edição, uma medida 
provisória conserva integralmente a sua vigência se, nesse período 
de cento e vinte dias, tiver sido aprovado, pelo Congresso Nacional, 
um projeto de lei de conversão e esse projeto esteja aguardando 
sanção presidencial. 
De fato, a alteração do texto da medida provisória por parte do 
Congresso faz com que a MP permaneça em vigor, mesmo após os 120 
dias. Assim, aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto 
original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor 
até que seja sancionado ou vetado o projeto (CF, art. 62, § 12). 
Item certo. 
Por hoje ficamos por aqui. Até a próxima aula! 
Um abraço. 
Frederico Dias 
 
 
 
 
 
 
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2 – Exercícios de Fixação 
39. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Sofre de 
inconstitucionalidade a lei orgânica do Município que não prevê a 
hipótese de iniciativa popular de projetos de lei de interesse 
específico do Município, da cidade ou de bairros. 
40. (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Conforme disposto expressamente 
na Constituição, depois de vetado o projeto de lei, o Presidente da 
República pode efetuar juízo de retratação, sancionando o diploma 
integralmente, desde que o faça antes de o Congresso Nacional se 
reunir para apreciar o veto. 
41. (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Vencido o prazo constitucional para a 
sanção ou veto, se o Presidente da República permanecer inerte, 
nem vetando, nem sancionando a lei, esta deverá ser tida como 
tacitamente vetada. 
42. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Não pode haver 
emenda parlamentar a projeto de lei da iniciativa privativa do Chefe 
do Executivo. 
43. (ESAF/PFN/2003) Não sofre de inconstitucionalidade formal a lei 
federal, de iniciativa de parlamentar, que, versando sobre matéria 
tributária, concede benefício fiscal a certas categorias de 
contribuintes de impostos de competência da União. 
44. (ESAF/PFN/2003) Não havendo aumento de despesa, o Poder 
Legislativo pode livremente emendar projeto de lei de iniciativa 
privativa do Chefe do Poder Executivo. 
45. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Não viola os princípios da 
separação dos Poderes e da constitucionalidade das leis considerar 
que a sanção do Presidente da República a projeto de Lei que 
deveria ser de sua iniciativa privativa, mas que fora apresentado ao 
Poder Legislativo por parlamentar convalida o vício formal de 
iniciativa. 
46. (ESAF/AFC/2000) O Supremo Tribunal Federal pode declarar 
inconstitucional uma medida provisória, por considerar não 
preenchidos os pressupostos formais da relevância e urgência para 
a sua edição. 
47. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Se o Congresso 
Nacional aprovar uma medida provisória sem alteração do seu texto 
original, ela será convertida em projeto de lei a ser enviado à sanção 
do Presidente da República, que, após a sanção, promulgará e 
publicará a lei. 
48. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Uma medida 
provisória que tenha perdido sua eficácia não poderá ser reeditada 
 
 
 
 
 
 
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na mesma sessão legislativa, salvo se a perda de eficácia se der por 
decurso de prazo, não tendo havido rejeição expressa do seu texto 
pelo Congresso Nacional. 
49. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) A Constituição 
Federal autoriza a utilização de medidas provisórias para a abertura 
de créditos adicionais destinados a reforço de dotação orçamentária. 
50. (ESAF/AFC/STN/2005) É vedada a edição de medida provisória 
sobre matéria relativa a créditos adicionais e suplementares, salvo 
para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. 
51. (ESAF/AGU/2002) Os direitos individuais não podem ser regulados 
por medida provisória. 
52. (ESAF/PFN/2004) O presidente da República não pode editar 
medida provisória para revogar outra medida provisória ainda não 
apreciada pelo Congresso Nacional. 
53. (ESAF/AFRF/2002) O Presidente da República pode retirar da 
apreciação do Congresso Nacional medida provisória recé-
meditada. 
54. (ESAF/PFN/2004) A Emenda Constitucional nº 32/2001 proíbe o uso 
de medida provisória para criar ou majorar tributos, tornando 
superada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que o 
admitia. 
55. (ESAF/PFN/2004) Uma medida provisória pode ter vigência superior 
a 120 dias, sem que o Presidente da República a reedite. 
 
 
 
 
 
 
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GABARITOS OFICIAIS 
39. C 
40. E 
41. E 
42. E 
43. C 
44. E 
45. E 
46. C 
47. E 
48. E 
49. E 
50. C 
51. E 
52. E 
53. E 
54. E 
55. C 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional, 2009. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 2009. 
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, 
Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 2009. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 
2007. 
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional, 2010. 
 José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010. 
http://www.stf.jus.br 
http://www.mp.mg.gov.br 
http://www.cespe.unb.br 
http://www.esaf.fazenda.gov.br

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