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CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 7 – Processo Legislativo Bom dia! Vamos começar mais uma aula? Hoje falaremos sobre o processo legislativo. Na última aula, comentei que a função legislativa é atribuição típica ou precípua do Poder Legislativo. Trata-se da edição de normas gerais e abstratas e que regem o Estado de Direito. Pois bem, e como é exercida essa função? Quais são as espécies de normas existentes no nosso ordenamento? A quem compete apresentar projetos de lei? São esses e outros aspectos de que discutiremos hoje. Vejamos o conteúdo. 1 – Processo legislativo 1.1 – Processo legislativo ordinário 1.2 – Processo legislativo sumário 1.3 – Medida provisória 1.4 – Lei delegada 1.5 – Decretos legislativos e resoluções 2 – Exercícios de Fixação Boa aula! 1 – Processo legislativo O processo legislativo é o conjunto de atos realizados pelos órgãos legislativos (não exclusivamente, uma vez que há participação dos demais poderes) visando à formação de uma norma (constitucional, complementar, ordinária, ou mesmo um decreto legislativo ou resolução). A Constituição estabelece uma série de atos a serem realizados pelos órgãos legislativos, visando à formação das seguintes espécies normativas, previstas no art. 59 da CF/88: (i) emendas à Constituição; (ii) leis complementares; (iii) leis ordinárias; (iv) leis delegadas; (v) medidas provisórias; (vi) decretos legislativos; e (vii) resoluções. Um detalhe interessante (e que quero que você guarde desde já) é que esses atos normativos integrantes do processo legislativo (CF, art. 59) veiculam normas primárias (normas que retiram sua validade diretamente da Constituição). E, com a exceção da emenda constitucional, todas as espécies legislativas supracitadas situam-se no mesmo nível hierárquico. Não estudaremos aqui (pois não compõem o processo legislativo) os atos secundários, que serão infralegais (se situam abaixo da lei). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 2 www.pontodosconcursos.com.br Como veremos, uma norma deve observar o devido processo legislativo estabelecido pela Constituição, sob pena de vício formal de inconstitucionalidade. De se destacar que, embora a produção normativa seja função típica do Poder Legislativo, os demais poderes também a exercem. Como exemplos podem ser citados os casos da edição de medidas provisórias por parte do Presidente da República e da edição dos regimentos internos dos tribunais do Poder Judiciário. É interessante observar que o STF considera que as regras básicas do processo legislativo previstas na Constituição Federal devem ser respeitadas pelas Constituições Estaduais. A partir de agora, passarei a explicar cada uma das espécies normativas previstas na Constituição. Antes disso, vale destacar que as regras concernentes às emendas constitucionais não serão vistas aqui, uma vez que foram abordadas na Aula 2. 1.1 – Processo legislativo ordinário Para que você compreenda o processo legislativo, é necessário ter em mente todas as fases que o compõem. I) Fase introdutória: é a fase instauradora do processo legislativo. Veremos em detalhes os tipos de iniciativa previstos. II) Fase constitutiva: após a apresentação do projeto de lei, ele será discutido e votado nas duas Casas do Poder Legislativo (Câmara dos Deputados e Senado Federal). Logo após, se aprovado, seguirá para o Presidente da República para que este o sancione ou vete. III) Fase complementar: é fase final do processo legislativo, que será segmentada em duas etapas, promulgação e publicação. Bem, vamos sintetizar isso aí, para que você consiga visualizar o processo como um todo. Dessa vez, peço licença para utilizar um esquema similar ao elaborado pelo prof. Pedro Lenza em seu livro. Sintetizando: CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 3 www.pontodosconcursos.com.br Fase introdutória A fase introdutória consiste na iniciativa de lei, faculdade que se atribui a determinado agente para apresentar projetos de lei ao Poder Legislativo. A Constituição atribui a competência para apresentar projetos de lei a qualquer membro ou Comissão da Câmara, Senado ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, aos Tribunais Superiores, ao Procurador Geral da República e aos cidadãos (CF, art. 61). Ademais, o Tribunal de Contas da União pode iniciar processo legislativo sobre seus cargos, serviços e funções (CF, art. 73 e art. 96, II). Mas observe que alguns desses legitimados (destacados de verde) apresentam apenas a chamada iniciativa restrita. Ou seja, eles não podem iniciar o processo legislativo sobre quaisquer matérias em geral, mas só sobre aqueles temas expressamente autorizados na Constituição. É o caso do Procurador-Geral da República (PGR), que só pode apresentar projetos de lei referentes ao Ministério Público da União (CF, arts. 127, § 2° e 128, § 5°). Outro caso de iniciativa restrita é a conferida aos Tribunais do Judiciário e Tribunais de contas para apresentação de projetos referentes à sua organização (CF, arts. 93, 96, II, 73 e 130). Por outro lado, os demais legitimados podem propor projetos de lei sobre quaisquer assuntos, exceto aqueles de iniciativa privativa (reservada ou exclusiva). Trata-se da chamada iniciativa geral. A iniciativa privativa ocorre quando apenas determinada autoridade (ou órgão) pode propor leis sobre certa matéria. Vejamos os principais casos. Chefe do Poder Executivo → CF, art. 61, § 1° e art. 165, I, II e III. STF → Estatuto da magistratura (Lei complementar, segundo CF, art. 93). STF e demais Tribunais superiores → organização da justiça (CF, art. 96, II). PGR → organização do Ministério Público (CF, art. 127, § 2°). Presidente do STF → subsídio dos ministros do STF, que consiste do “teto salarial” da Administração (CF, art. 48, XV c/c art. 96, II, “b”. Interessante observar que há ainda a chamada iniciativa concorrente, que pertence simultaneamente a mais de uma autoridade ou órgão. É o caso da Lei complementar sobre a organização do MPU, que é concorrente entre o Presidente da República (CF, art. 61, § 1°, II, “d”) e o Procurador-Geral da República (CF, art. 128, § 5°). Observe que há a possibilidade de iniciativa popular de projeto de lei (inclusive para leis complementares). Trata-se de iniciativa geral, CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 4 www.pontodosconcursos.com.br outorgada a qualquer cidadão, mas não individualmente. Com efeito, a Constituição exige a subscrição do projeto por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído por, no mínimo, cinco estados membros, com não menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um (CF, art. 61, § 2º). A iniciativa popular também está prevista para os estados-membros e para os municípios. No âmbito dos estados-membros e do DF a Constituição estabelece que a lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual (CF, art. 27, §4°). Quanto aos municípios, a possibilidade de iniciativa popular já está prevista na Constituição. Assim, esses projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, terão a iniciativa por meio da manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado (CF, art. 29, XIII). Quanto à Casa iniciadora do processo legislativo, a regra é a seguinte: I) iniciativa de parlamentar ou comissão: na respectiva Casa Legislativa. II) iniciativa do Presidente da República, do STF, Tribunais Superiores, Procurador Geral da República e cidadãos:Câmara dos Deputados. III) iniciativa de Comissão Mista do Congresso: alternadamente na Câmara e no Senado Federal. Em suma, à exceção das iniciativas de senador, Comissão do Senado ou Comissão Mista (esta última, alternadamente), a Câmara dos Deputados é a Casa iniciadora por excelência do processo legislativo. Agora, uma dúvida que, nesses momentos, sempre ronda a cabeça estressada do concurseiro: é admitida emenda parlamentar em projeto de lei de iniciativa reservada? Bem, segundo o STF, é possível a apresentação de emendas pelos parlamentares aos projetos de lei resultantes da iniciativa reservada, desde que (i) tenham pertinência com o tema tratado; e (ii) não impliquem aumento de despesa nos projetos de iniciativa privativa do Presidente da República (ressalvadas os projetos orçamentários – CF, art. 63, I, c/c art. 166, § 3° e § 4°) e nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara, do Senado, dos tribunais federais e do Ministério Público. Assunto bastante cobrado em concursos são as matérias de iniciativa privativa do chefe do Poder executivo. O art. 61, §1º delineia essas matérias: § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; II - disponham sobre: CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 5 www.pontodosconcursos.com.br a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios; c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. Segundo já estabelecido pelo STF, esse dispositivo constitucional, decorrência do princípio de separação dos Poderes, é de observância obrigatória para estados, Distrito Federal e municípios. E o mais interessante: essas matérias não podem ser reguladas pelo legislativo local nem mesmo no processo de edição da Constituição estadual ou da Lei Orgânica do Município. Explicando melhor, no caso de emendas à Constituição Federal não há iniciativa privativa para qualquer matéria. Assim, não há matéria cuja iniciativa esteja dentro da competência exclusiva de algum dos legitimados à proposição de emenda constitucional. Explicando melhor: os legitimados à proposição de emenda constitucional estão previstos no art. 60 da Constituição. Cada um deles pode propor emenda constitucional sobre quaisquer assuntos (desde que sejam respeitadas as cláusulas pétreas, evidentemente). Não há iniciativa privativa em emenda constitucional. Todavia, essa regra não vale para a Constituição estadual. É dizer que, em âmbito estadual, as matérias reservadas ao chefe do poder executivo (CF, art. 61, § 1°) não poderão ser tratadas nem em lei de iniciativa parlamentar, nem mesmo na edição da Constituição estadual (ou em propostas de emenda a ela). Cabe também um comentário em relação à iniciativa em matéria tributária. Sempre tem uma questão falando que é de iniciativa privativa do Presidente da República os projetos de lei que versem sobre matéria tributária. Marque errado nelas, uma vez que não há iniciativa privativa nisso (exceto no que diz respeito à matéria tributária relacionada aos territórios, nos termos do art. 61, § 1°, II, “b”, cuja iniciativa é privativa do Presidente da República). Vale reforçar: apesar de o art. 61, § 1°, II, “d” da CF/88 afirmar que a lei de organização do MPU é de iniciativa privativa do Presidente da República, ele deve ser compatibilizado com o art. 128, § 5° da CF/88 (que faculta ao PGR a iniciativa da referida lei). Diante disso, podemos CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 6 www.pontodosconcursos.com.br afirmar que, na verdade, a iniciativa de lei complementar sobre a organização do MPU é concorrente entre o Presidente da República e o PGR. Por fim, vale a pena chamar sua atenção para nova jurisprudência do STF, que firmou entendimento no sentido de que a iniciativa legislativa para criação do sistema de conta única de depósitos judiciais e extrajudiciais cabe ao Poder Judiciário. Assim, é inconstitucional a deflagração do processo legislativo pelo chefe do Executivo. Fase constitutiva Como vimos no esquema, a fase constitutiva compreende uma etapa legislativa (em que se discute e vota o projeto de lei) e uma etapa executiva (que se constitui na sanção ou veto presidencial). Desde já, cabe comentar que o projeto de lei aprovado pelo Legislativo e vetado pelo Presidente da República, volta ao Congresso Nacional para que este delibere sobre o veto. Ou seja, o Presidente da República participa do processo legislativo, mas não é obrigatório que ele esteja de acordo para que a lei possa ser válida. Logo que um projeto de lei chega a uma casa legislativa ele passa necessariamente pela análise de duas Comissões: uma que examinará os aspectos materiais (comissão temática) e outra que verificará os aspectos formais da norma, ligados à sua constitucionalidade (Comissão de Constituição e Justiça). Bem, devido ao bicameralismo existente no nosso ordenamento, o projeto de lei passará pelas duas Casas legislativas (casa iniciadora e casa revisora), sofrendo as análises acima em todas as duas casas. Analisado o projeto, ele vai a plenário para que seja discutido e votado, sendo aprovado pelo voto de, pelo menos, maioria simples dos parlamentares no caso de lei ordinária. Já no caso de lei complementar, exige-se maioria absoluta. Aproveito para abrir um parêntese para diferenciar a lei ordinária da lei complementar. A Constituição é que estabelece qual será o campo a ser tratado em lei complementar. Ou seja, só se exige lei complementar naquelas matérias para as quais a Constituição especifica a necessidade desse instrumento. Como comentado, essa norma exigirá aprovação por maioria absoluta dos votos. - Lei ordinária → maioria simples - Lei complementar → maioria absoluta Segundo o art. 65 da CF/88, o projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e: (i) enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar; ou (ii) CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 7 www.pontodosconcursos.com.br arquivado, se o rejeitar. Nos termos do parágrafo único, sendo o projeto emendado, ele voltará à Casa iniciadora. Vale comentar ainda sobre o chamado princípio da irrepetibilidade. Segundo o art. 67, a matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. Observe o seguinte: I) o projeto pode voltar desde que em sessão legislativa distinta daquela em que se deu a rejeição; e II) o projeto pode voltar na mesma sessão legislativa, desde que por proposta de maioria absoluta dos membros do Senado ou da Câmara. Organizando seus pensamentos, podemos dizer que, após ser aprovado o projeto pela casa iniciadora,se a casa revisora: - aprovar → vai para o Presidente da República para sanção e veto; - rejeitar → é arquivado e se aplica a irrepetibilidade (CF, art. 67); e - emendar → retorna para casa iniciadora. Nesse último caso, essa nova análise da casa iniciadora restringe-se ao que foi emendado. Interessante observar a predominância da vontade da Casa iniciadora sobre a Casa revisora. Caso a casa revisora altere o texto inicial por meio de emendas, o projeto volta à Casa iniciadora para que sejam deliberadas exclusivamente as emendas. Se as alterações forem aprovadas pela Casa iniciadora, o projeto de lei segue normalmente para sanção do Presidente. Caso as alterações sugeridas pela Casa revisora sejam rejeitadas pela Casa iniciadora, o projeto de lei vai da mesma forma para a sanção presidencial, só que com o texto original (sem as referidas emendas) e sem voltar à Casa revisora. Objetivamente, quem manda é a Casa iniciadora...rs Vale destacar a possibilidade de aprovação definitiva dos projetos de lei pelas comissões (sem passar pelo plenário). A Constituição Federal outorga poder às comissões legislativas para discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento de cada Casa, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa (CF, art. 58, § 2°, I). Bem, aprovado o projeto de lei nas duas Casas do Congresso Nacional , ele irá ao Presidente da República para sanção ou veto. A sanção é a concordância do Chefe do Poder Executivo com o projeto de lei aprovado pelo Legislativo, com ou sem modificações em relação CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 8 www.pontodosconcursos.com.br ao texto original. É o ato que conclui a fase constitutiva do processo legislativo. Vale comentar que: I) a sanção do Presidente da República não sana vício de iniciativa de lei; II) a sanção do Presidente da República não sana vício de emenda parlamentar; O veto é a manifestação de discordância do Chefe do Executivo com parte ou com todo o projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. É outorgado ao Chefe do Executivo, em caráter exclusivo, vetar projeto já aprovado pelo Legislativo. Caso o Presidente da Republica considere o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse publico, vetá-Io-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto (art. 66, § 1°). Nesse sentido, o veto poderá resultar de um juízo decorrente da incompatibilidade entre a lei e a Constituição (inconstitucionalidade formal ou material da lei) ou de um juízo da lei quanto à sua conveniência política e aderência ao interesse público. Objetivamente: Veto por inconstitucionalidade → veto jurídico; Veto por contrariedade ao interesse público → veto político. O veto poderá ser sobre toda a lei (veto total) ou sobre um dispositivo em particular (veto parcial). Entretanto, o veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea (CF, art. 66, § 2°). Ou seja, não pode vetar apenas uma palavra ou apenas uma expressão de um artigo ou inciso. Como vimos, o Presidente dispõe de quinze dias úteis para vetar o projeto ou sancioná-lo. Caso ele permaneça inerte, você lembra o que acontece? De acordo com a Constituição, decorrido o prazo de quinze dias úteis, o silêncio do Presidente da República importará sanção (CF, art. 66, § 3°). Ou seja, transcorrido o prazo sem que haja manifestação, ocorre a sanção tácita (não existe o veto tácito, o veto deve ser expresso). Como já comentado, mesmo que o Presidente da República vete o projeto, ele poderá virar lei da mesma forma, desde que o Congresso derrube o veto. É que o veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto (CF, art. 66, § 4°). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 9 www.pontodosconcursos.com.br Objetivamente, são os seguintes os detalhes para a rejeição do veto: - Sessão conjunta; - 30 dias; - maioria absoluta; - escrutínio secreto. Transcorridos os 30 dias para a apreciação do veto por parte do Congresso, não havendo ainda deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. É o chamado trancamento de pauta da sessão conjunta do Congresso (não ocorre o trancamento das sessões da Câmara e do Senado isoladamente, mas o trancamento da pauta da sessão conjunta do Congresso). Assim, como o veto é parcial, a rejeição do veto por parte do Congresso também poderá ser parcial. Ou seja, alguns artigos vetados poderão permanecer vetados, enquanto outros terão o veto superado pelo Congresso. Se o veto for mantido pelo Congresso, arquiva-se o projeto aplicando-lhe o princípio da irrepetibilidade (aquela matéria somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional). Fase complementar A fase complementar compreende a promulgação e a publicação. A promulgação é o ato que dá validade à lei. É o ato solene que atesta a existência da lei, inovando a ordem jurídica. Trata-se de certificado de autenticação de que uma lei foi regularmente elaborada, existe no mundo jurídico e está apta a produzir seus regulares efeitos. Em regra, a competência para promulgar a lei é do Chefe do Poder Executivo (no caso de sanção expressa, a sanção e a promulgação ocorrem ao mesmo tempo). Diante da omissão do Presidente, caberá ao Legislativo promulgar a lei. Assim, se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos de sanção tácita e rejeição do veto, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo (CF, art. 66, § 7°). Mas o que lhe confere eficácia no mundo jurídico é a publicação da lei, com a qual a lei poderá ou não entrar em vigência imediata. A publicação não é, propriamente, fase de formação da lei, mas sim pressuposto para sua eficácia. A publicação é necessária para a entrada em vigor da lei e para a produção de seus efeitos. Atualmente, no plano federal, realiza-se pela inserção da lei no Diário Oficial da União. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 10 www.pontodosconcursos.com.br Veja algumas questões da Esaf sobre o assunto. 1. (ESAF/AFRFB/2009) A matéria constante de projeto de lei rejeitado não poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. De acordo com o art. 67 da CF/88, a matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. Item errado. 2. (ESAF/APO/MPOG/2010) O projeto de lei de iniciativa popular com assinaturas de 1% (um por cento) de eleitores distribuídos pela maioria absoluta dos estados-membros pode veicular matéria reservada a lei complementar. De fato, a iniciativa popular é geral, podendo versar sobre qualquer matéria, com exceção daquelas abrangidas por iniciativa reservada. Todavia, a questão está errada, pois não há necessidade de os eleitores estarem distribuídos pela maioria absoluta dos estados-membros.A Constituição exige subscrição por, no mínimo, um por cento do eleitorado; distribuído pelo menos por cinco estados; com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles (CF, art. 61, § 2°). Item errado. 3. (ESAF/APO/MPOG/2010) As emendas parlamentares apresentadas a projeto de lei enviado pelo Presidente da República, em tema de sua privativa iniciativa, não precisam ter pertinência temática com o que constava do texto originalmente encaminhado ao Legislativo. Segundo o STF, os projetos de lei de iniciativa privativa do Presidente da República podem sofrer emendas parlamentares, desde que: (i) tenham pertinência temática com a matéria tratada no projeto apresentado; e (ii) não impliquem aumento de despesa (salvo no caso de projetos de leis orçamentárias – CF, art. 63, I e art. 166, § 3º e § 4º). Item errado. 4. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) O veto fundado em inconstitucionalidade pode adquirir natureza absoluta. Independentemente do motivo do veto ele poderá ser rejeitado pelo Congresso Nacional, nos termos do art. 66, § 4° da CF/88. Item errado. 5. (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 11 www.pontodosconcursos.com.br Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição Federal. A assertiva reproduz o teor do caput do art. 61 da CF/88: Vale destacar que não é que qualquer legitimado é competente para iniciar processo legislativo relativo a qualquer matéria. Com efeito, há a chamada iniciativa privativa (reservada ou exclusiva) para algumas matérias. Nesses casos, apenas determinadas pessoas poderão dar início ao processo legislativo sobre aquele tema, sob pena de inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa. Item certo. 6. (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A iniciativa popular deve ser exercida pela apresentação ao Presidente da República de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. A questão está em desacordo com o art. 61, §2°: A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Cabe lembrar que a iniciativa popular é uma iniciativa geral, já que poderá iniciar projeto de lei sobre quaisquer assuntos, exceto aqueles reservados à iniciativa privativa. Item errado. 1.2 – Processo legislativo sumário O processo legislativo sumário não apresenta diferença de procedimentos em relação ao processo ordinário. O que os diferencia é a existência de prazos mais exíguos naquele primeiro, para que as Casas do Congresso deliberem sobre o projeto. O Presidente da República é quem tem a competência para solicitar urgência para a apreciação de projetos de sua iniciativa (CF, art. 64, § 1º). Atenção! Não é necessário que sejam de sua iniciativa exclusiva. Há, portanto, dois pressupostos: (i) projeto apresentado pelo Presidente; e (ii) solicitação de urgência por parte do Chefe do Executivo. Uma vez pedida a urgência, caso a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestem sobre a proposta, cada qual, sucessivamente, em até 45 dias, ficarão suspensas todas as demais CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 12 www.pontodosconcursos.com.br deliberações legislativas da respectiva Casa (é o chamado trancamento de pauta), com exceção das matérias que tenham prazo constitucional determinado. Segundo a Constituição, a apreciação das emendas do Senado por parte da Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, sob pena de trancamento da pauta (CF, art. 64, § 3º). Detalhe: a Constituição veda a aplicação do processo sumário aos projetos de código (Código Civil, Processual Civil, Penal, Processual Penal etc.). 7. (ESAF/AFC/STN/2005) Tendo o presidente da República enviado ao Congresso Nacional um projeto de lei que cria o Código de Direito Administrativo Federal e já tendo a proposição sido aprovada na Câmara dos Deputados, poderá o presidente pedir urgência constitucional para esse projeto de lei, o qual deverá ser votado pelo Senado Federal no prazo máximo de quarenta e cinco dias contado do recebimento do pedido, sob pena de sobrestarem-se todas as demais deliberações legislativas dessa Casa Legislativa. Como vimos, pode o Presidente da República pode solicitar urgência para apreciação de projetos de lei de sua iniciativa. Entretanto, a Constituição proíbe a utilização do processo legislativo sumário para a aprovação de código (CF, art. 64, § 4º). Item errado. 8. (ESAF/AFC/CGU/2003) Nos termos da CF/88, o Presidente da República só poderá solicitar urgência para apreciação de proposição que verse sobre matéria cujo projeto de lei seja de sua iniciativa privativa. Para que seja solicitada urgência pelo Presidente, é necessário que o projetos de lei seja de sua iniciativa (art. 64, § 1º). Entretanto, não se exige que o projeto de lei trate de matéria de iniciativa privativa do Presidente da República. Exige, apenas, que o projeto de lei seja apresentado pelo Presidente da República. Item errado. 1.3 – Medida provisória A Medida Provisória (MP) consiste em ato normativo primário editado pelo Presidente da República no exercício de função legisladora atípica. O primeiro detalhe que você deve saber é que se trata de norma hierarquicamente equivalente às leis ordinárias. A EC nº 32/2001 trouxe substanciais modificações no regime desta espécie legislativa que passou a se sujeitar a um regime jurídico sensivelmente distinto após essa emenda. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 13 www.pontodosconcursos.com.br Segundo o art. 62 da CF/88, em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. Aqui já se nota a primeira alteração promovida pela referida emenda: não há mais necessidade de convocação extraordinária do Congresso Nacional, caso este esteja em recesso. Antes, publicada uma MP durante o recesso, o Congresso deveria se reunir no prazo máximo de 5 dias. Hoje, havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação (CF, art. 57, § 8°). De se destacar que o juízo discricionário sobre a existência dos pressupostos constitucionais de urgência e relevância para a adoção de medida provisória compete ao chefe do Poder Executivo. Mas o exercício dessas competências não afasta do Poder Judiciário o poder de examinar esses pressupostos de urgência e relevância, condições necessárias para o cabimento da medida provisória. Assim, no caso de desatendimento de tais pressupostos, declarar-se-á a inconstitucionalidade da medida provisória. Vale mencionar importante entendimento do STF acerca desse aspecto. A conversão em lei da medida provisória não convalida os eventuais vícios formais verificados na sua edição (desatendimento dos seus pressupostos de urgência e relevância, por exemplo). Nesse sentido, a conversão em lei da medida provisória não afasta a possibilidadede o Poder Judiciário declarar a inconstitucionalidade da medida provisória e da lei de conversão devido a vícios no momento de sua edição (por exemplo, não atendimento dos seus pressupostos de urgência e relevância). As medidas provisórias também sofrem limitações materiais, assuntos sobre os quais não poderá dispor (CF, art. 62, § 1°). São eles: I – matéria relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º da CF/88 (créditos extraordinários); II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei complementar; IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. Atenção! Observe que MP pode dispor sobre: CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 14 www.pontodosconcursos.com.br - Direitos individuais; - Direito tributário; - Direito civil (o que não pode é sobre direito processual civil). Em outros dispositivos a Constituição apresenta outras limitações materiais à medida provisória: a) MP não pode ser utilizada para regulamentar os serviços locais de gás canalizado (CF, art. 25, § 2°); b) MP não pode ser utilizada para regulamentar o Fundo Social de Emergência (ADCT, art. 73); c) MP não pode ser utilizada para regulamentar artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1.° de janeiro de 1995 e a promulgação da EC 32/2001, inclusive (CF, art. 246). Quanto a esse último ponto, pode-se concluir que os dispositivos constitucionais alterados pelas emendas constitucionais compreendidas entre a EC n° 5/1995 e a EC n° 32/2001 não podem ser regulamentados por medida provisória. Assim, editada a medida provisória pelo Presidente da República, ela será submetida ao Congresso Nacional para que a aprecie em 60 dias (nas duas casas, iniciando na Câmara dos Deputados), não correndo esse prazo durante os períodos de recesso do Congresso. Caso o prazo não seja suficiente, ele será prorrogado automaticamente por mais 60 dias. Se a medida não for apreciada em 45 dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando (CF, art. 62, § 6°). A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais de urgência e relevância (CF, art. 62, § 5°). Interessante destacar isto: as medidas provisórias serão apreciadas por uma comissão mista (composta de senadores e deputados), que apresentará parecer favorável ou desfavorável à sua conversão em lei. O parecer da comissão mista é meramente opinativo, e serve de subsídio para que Plenário do Congresso aprecie a medida. Emitido o parecer, o plenário de cada uma das Casas deliberará sobre a MP. Na hipótese de ela ser integralmente convertida em lei, o Presidente do Senado Federal a promulgará (não é o Presidente da República, já CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 15 www.pontodosconcursos.com.br que a MP permaneceu como originalmente editada pelo Chefe do Executivo), remetendo-a para publicação. Se for integralmente rejeitada (ou perder sua eficácia por decurso de prazo, em decorrência da não apreciação pelo Congresso Nacional no prazo constitucionalmente estabelecido), a medida provisória será arquivada. Nesse caso, o Congresso Nacional baixará ato declarando-a insubsistente, devendo disciplinar, por meio de decreto legislativo, as relações jurídicas dela decorrentes no prazo de sessenta dias (contados da rejeição ou da perda de eficácia por decurso de prazo). Caso o Congresso Nacional não edite o referido decreto legislativo no prazo de sessenta dias, as relações jurídicas surgidas no período permanecerão regidas pela medida provisória (CF, art. 62, § 11). Por outro lado, caso sejam introduzidas modificações no texto adotado pelo Presidente da Republica (conversão parcial), a medida provisória será transformada em "projeto de lei de conversão", e o texto aprovado no Poder Legislativo será, aí sim, encaminhado ao Presidente da Republica, para que o sancione ou vete. Nesse caso, a MP manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto (CF, art. 62, § 12). Sintetizando: Também às medidas provisórias é aplicável o princípio da irrepetibilidade. Nesse caso, como nas emendas constitucionais, é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo (CF, art. 62, § 10). Observe que não se admite a reedição daquela MP rejeitada nem mesmo por proposta da maioria absoluta dos membros (ao contrário do que ocorre com as leis em geral). Vamos a alguns detalhes. I) Em primeiro lugar, observe que há diversos prazos no procedimento legislativo de uma medida provisória: 60 dias MP integralmente convertida em lei MP modificada (conversão parcial) Presidente do Senado promulga Arquivada Se não, as relações jurídicas surgidas no período permanecerão regidas pela medida provisória PL de conversão MP se mantém até que seja sancionado/vetado o projeto DL disciplinando as relações jurídicas decorrentes da MP MP integralmente rejeitada (de forma expressa ou por perda do prazo) CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 16 www.pontodosconcursos.com.br - Prazo para apreciação: 120 dias (60 + 60); - Prazo para trancamento de pauta: 45 dias; - Prazo para o Congresso disciplinar as relações jurídicas decorrentes da MP rejeitada: 60 dias. II) Se os 45 dias transcorrerem antes da apreciação por parte da Câmara dos Deputados, ocorrerá o trancamento nessa Casa. Assim, se aprovada na Câmara, quanto seguir para o Senado, a MP chegará já trancando imediatamente a pauta de votação (uma vez que o prazo de 45 dias já se expirou na Câmara). III) Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada (CF, art. 62, § 2°). Estão ressalvados os impostos previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II da CF/88. Esta norma visa a reforçar o princípio da anterioridade tributária (CF, art. 150, III, “b”). IV) Os estados-membros podem adotar medida provisória em suas Constituições estaduais no mesmo molde estabelecido pela CF (uma vez que o processo legislativo é de observância obrigatória). Para a doutrina, as MPs também podem ser adotadas pelos municípios, desde que, nesse caso, haja previsão não só na lei orgânica, como também na respectiva Constituição estadual. Por fim, vale comentar o que aconteceu com as medidas provisórias editadas antes da EC n° 32/2001, uma vez que a referida emenda produziu mudanças substanciais nesse tema. Pois bem, o art. 2° da referida emenda estabelece que as medidas provisórias editadas em data anterior à da publicação da emenda em questão continuam em vigor até que medida provisória ulterior as revogueexplicitamente ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional. Ou seja, elas continuam em vigor, produzindo seus efeitos normalmente até que o Congresso decida deliberar sobre elas. Isso não permite dizer que foram convertidas em lei ordinária. Cabe destacar, por fim, que, caso o Congresso venha a deliberar sobre elas, deverá seguir o procedimento e as regras vigente à data de sua edição (procedimento anterior à EC n° 32/2001). Vamos esquematizar os principais aspectos sobre as medidas provisórias. Sintetizando: CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 17 www.pontodosconcursos.com.br Revogação de medida provisória A jurisprudência do STF não admite que medida provisória submetida ao Congresso Nacional seja retirada pelo Chefe do Executivo. Por outro lado, poderá ser editada outra MP revogando temporariamente aquela primeira. Nesse caso, a MP revogadora (MP2) suspende temporariamente a eficácia da MP revogada (MP1) até que haja pronunciamento do Congresso sobre a primeira. Se a MP2 for convertida em lei, estará revogada definitivamente a MP1. De outra forma, caso a MP2 seja rejeitada pelo Congresso, retornam os efeitos MP1 (revogada) pelo período que ainda lhe resta para vigorar. Vamos resolver algumas questões sobre medida provisórias 9. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Mesmo que o Congresso Nacional aprove a medida provisória editada pelo Presidente da República sem nenhuma alteração, o ato de conversão deve ser levado ao Chefe do Executivo para a sanção ou veto. A MP integralmente convertida em lei será promulgada pelo Presidente do Senado. Item errado. 10. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Vencido o prazo de 60 dias de vigência sem que o Congresso Nacional tenha apreciado a medida provisória, essa somente continuará a viger se o Presidente da República a reeditar, ficando, então, em vigor por mais 60 dias. Vencido o prazo de 60 dias, a prorrogação (por mais 60 dias) é automática. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 18 www.pontodosconcursos.com.br Item errado. 11. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O Congresso Nacional não pode mais rejeitar as medidas provisórias que foram editadas até trinta dias antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 32, que regulou o instituto das medidas provisórias. Ainda estão em vigor diversas medidas provisórias que haviam sido editadas antes da EC n° 32/2001 e não foram apreciadas pelo Congresso Nacional. A referida emenda estabeleceu que essas MPs (editadas em data anterior à da publicação da emenda) continuam em vigor até que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional. Ou seja, o Congresso ainda pode vir a se pronunciar sobre elas. Nesse caso, essa apreciação se dará segundo o procedimento antigo (anterior ao estabelecido pela EC n° 32/2001). Item errado. 12. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Os prazos de vigência das medidas provisórias são decadenciais e, durante a sua fluência, não se admite suspensão nem interrupção. Editada a medida provisória, ela será submetida ao Congresso Nacional para que a aprecie em 60 dias (prorrogando-se por mais 60 dias caso seja necessário). Entretanto, esse prazo não corre durante os períodos de recesso do Congresso (portanto, se suspende). Item errado. Antes de passar para o próximo assunto, gostaria de comentar algo sobre o “trancamento da pauta por medidas provisórias”. O STF admitiu a nova interpretação dada pelo Presidente da Câmara à norma constitucional que determina o sobrestamento das demais proposições caso a MP esteja há 45 dias sem apreciação. Veja o que diz o dispositivo constitucional: Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando (CF, art. 62, § 6º). Segundo a nova tese, o trancamento só ocorreria no âmbito das sessões ordinárias. No âmbito das sessões extraordinárias, esse trancamento não atingiria aquelas matérias vedadas à medida provisória (CF, art. 62, § 1°). Em suma, Temer entendeu que mesmo com a pauta trancada por MPs, a Câmara poderá votar em sessões extraordinárias propostas de emendas CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 19 www.pontodosconcursos.com.br à Constituição, projetos de lei complementar, de resolução e decretos legislativos. Bem, essa teoria foi acatada pelo ministro Celso de Mello, em decisão singular. Não sei se cairia na prova. Mas é bom que você tenha a noção disso. 1.4 – Lei delegada As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional (CF, art. 68). A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício (CF, art. 68, § 2°). Assim como ocorre nas emendas constitucionais e na medida provisória, a lei delegada sofre limitações materiais. Nos termos do § 1° do art. 68 da CF/88, não serão objeto de delegação: I) os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional ou privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II) a matéria reservada à lei complementar; III) a legislação sobre: a) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; b) nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; c) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. A delegação pode ser típica ou atípica. No primeiro caso (típica), são dados plenos poderes ao Presidente da República para que ele elabore a lei, que não será submetida a referendo do Congresso. No outro caso (atípica), será determinada a apreciação posterior do projeto pelo Congresso Nacional. Nesse caso, ele o fará em votação única, vedada qualquer emenda (CF, art. 68, § 3°). De se destacar que a delegação não vincula o Presidente nem o Congresso. Nem aquele precisa usar a delegação obrigatoriamente, nem este último fica impedido de tratar do assunto delegado (podendo inclusive revogar a delegação). Significa dizer que, mesmo após a delegação, o Congresso poderá editar lei sobre aquele tema específico. De se observar ainda a possibilidade de controle por parte do Congresso sobre a lei editada. Nos termos do art. 49, V da CF/88, compete ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem dos limites de delegação legislativa. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 20 www.pontodosconcursos.com.br 13. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) A lei delegada será elaborada pelo Presidente da República, em razão de delegação do Congresso Nacional. Editada a norma, com extrapolação de seus limites, resta ao Poder Legislativo suscitar a inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, haja vista não mais possuir competência para sustar o ato normativo. Na situação hipotética apresentada na assertiva, pode, sim, o Congresso Nacional sustar a lei delegada que extrapole os limites da delegação. Como vimos já vimos ao estudar o Congresso Nacional, é de sua competência exclusiva sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (CF, art. 49, V). Quer ver uma questão difícilsobre esse assunto? Imagine que o TSE, ao regulamentar certa lei eleitoral, emita um ato administrativo de caráter normativo extrapolando os seus limites e atingindo reserva de lei. Poderia o Congresso Nacional sustar esse ato do TSE diretamente, com base no art. 49, V, da CF/88? Não, não poderia. Anote-se que tal competência é restrita à sustação de atos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (art. 84, IV) ou dos limites de delegação legislativa para elaboração de lei delegada (art. 68, § 2º), não contemplando a sustação de atos da competência do Judiciário, do Ministério Público ou do Tribunal de Contas da União. Restaria ao Congresso, nessa situação hipotética, acionar o Poder Judiciário, a fim de ver declarada a suposta ilegalidade do ato do TSE. Ademais, entende a doutrina que essa competência do Congresso Nacional, por possuir conteúdo de alcance externo, deverá ser exercida mediante a expedição de decreto legislativo. Observe que no exercício dessa função do Congresso exerce uma forma de controle de constitucionalidade político (ou não jurisdicional). Guarde, ainda, a seguinte informação: esse ato do Congresso que susta o ato normativo ou a lei delegada pode ser questionado no Supremo por meio de ADIN. Viu, quantos detalhes em apenas uma questão! Item errado. 14. (ESAF/APO/MPOG/2005) Nos termos da Constituição, é fase obrigatória do processo legislativo das leis delegadas a apreciação do projeto, elaborado pelo Presidente da República, pelo Congresso Nacional, que sobre ele deliberará em sessão única, vedada qualquer emenda. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional (CF, art. 68). Por CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 21 www.pontodosconcursos.com.br sua vez, o Congresso Nacional apreciará a solicitação de delegação e, se a aprovar, baixará uma resolução especificando o conteúdo da delegação e os termos de seu exercício (CF, art. 68, § 2º). Nesse sentido, poderá ou não ser determinada a apreciação posterior do Congresso Nacional. Se resolução não determinar a apreciação posterior, o Presidente da República elaborará a lei delegada, a promulgará e publicará, sem nenhuma participação do Legislativo (delegação típica). Há ainda a delegação atípica, em que o projeto de lei delegada é submetido ao Congresso Nacional, para que o aprecie em votação única, vedada qualquer emenda. Item errado. 1.5 – Decretos legislativos e resoluções Para finalizar as espécies legislativas, vale comentar ainda algo sobre os decretos legislativos e as resoluções. O decreto legislativo é ato de competência do Congresso Nacional destinado ao tratamento de matérias de sua competência exclusiva (art. 49), para as quais a Constituição dispensa sanção presidencial. Já as resoluções são deliberações das Casas do Congresso (ou do próprio Congresso) utilizadas para dispor sobre assuntos políticos e administrativos de sua competência. As matérias tratadas por resolução são basicamente aquelas de competência privativa de cada uma das Casas (CF, arts. 51 e 52). Observe que enquanto o decreto legislativo é de competência exclusiva do Congresso Nacional, a resolução é de competência das Casas (Senado e Câmara) isoladamente e também do Congresso. Lembre-se ainda que em nenhuma dessas duas espécies há participação do Presidente da República para sanção, veto ou promulgação. E o que confunde muita gente: essas espécies normativas são normas primárias, que tiram fundamento de validade diretamente da Constituição. Ou seja, são hierarquicamente equivalente às leis. Vamos resolver mais algumas questões. 15. (ESAF/AFC/CGU/2008) As deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros, salvo acordo de líderes partidários. As deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros, salvo disposição constitucional em contrário (CF, art. 47). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 22 www.pontodosconcursos.com.br Em suma, a regra é a maioria simples. Será necessária maioria absoluta nos casos exigidos pela Constituição (e não mediante acordo de líderes). Item errado. 16. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Sabendo-se que a Emenda Constitucional n. 11, de 30.4.96, estabeleceu que “é facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei”, é dado afirmar que o Presidente da República não pode expedir medida provisória para regular a admissão desses professores, técnicos e cientistas estrangeiros no quadro das universidades. Questão interessante da Esaf. Vejamos a lógica dessa questão. Segundo o art. 246 da CF/88, MP não pode ser utilizada para regulamentar artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1.° de janeiro de 1995 e a promulgação da EC 32/2001, inclusive. Ou seja, aqueles artigos alterados por emendas entre janeiro de 1995 e a aprovação da EC 32/2001 não poderão ser regulamentados por medida provisória. Isso inclui todos os dispositivos constitucionais alterados pelas emendas constitucionais compreendidas entre a EC n° 5/1995 e a EC n° 32/2001. Portanto, inclui as alterações promovidas pela EC 11/96 (como a da questão apresentada), que não poderão ser regulamentadas por MP. Item certo. 17. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) A Constituição Federal conferiu, de forma explícita, o poder de editar medidas provisórias unicamente ao Presidente da República; assim, e por se tratar de instrumento de exceção ao princípio da Separação de Poderes, a comportar interpretação restritiva, tal espécie normativa não pode ser adotada por Estados e Municípios. A assertiva está incorreta uma vez que os chefes do Poder Executivo estadual podem editar medidas provisórias desde que haja previsão na Constituição do Estado. De acordo com a doutrina, o mesmo raciocínio estende-se aos prefeitos, que podem editar medidas provisórias desde que este instrumento esteja previsto tanto na Constituição do Estado quanto na Lei Orgânica do Município. Item errado. 18. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Consolidou-se o entendimento de que matéria que, no âmbito federal, está sujeita à legislação ordinária sob reserva de iniciativa do Presidente da República não pode ser regulada em Constituição Estadual. A Constituição Federal prevê um rol de matérias cuja iniciativa de lei é privativa do Presidente da República (CF, art. 61, §1°). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 23 www.pontodosconcursos.com.br Evidentemente, esse comando restringe a atuação do legislador ordinário, não alcançando o poder constituinte originário ou derivado reformador da Constituição Federal. Ou seja, não pode uma lei que concede remuneração para servidores, por exemplo, ser de iniciativa de um parlamentar, pois esse assunto é tema de iniciativa privativa do Presidente da República. Entretanto, uma emenda constitucional sobre esses assuntos pode ser aprovada mesmo que o Presidente não seja o iniciador. Pois bem, o que às vezes não se sabe é que o Supremo entende que os assuntos de iniciativa privativa do chefe do Executivo não podem integrar a Constituição Estadual, sob pena de desrespeito ao princípio da separação dos poderes. Em outras palavras, a iniciativa privativa do Presidente da República é uma limitação ao poder constituinte derivado decorrente. Observe como esse assunto tem estreita relaçãocom a independência e harmonia entre os poderes e com o próprio sistema de freios e contrapesos! Assim, se o assunto é matéria de iniciativa privativa do Presidente da República, ele somente pode ser tratado em âmbito estadual mediante lei de iniciativa do governador. E esse assunto não pode ser tratado nem mesmo na Constituição Estadual, sob pena de ofensa à separação dos poderes. Item certo. 19. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Adotada medida provisória pelo Presidente da República, o Congresso Nacional deverá sobre ela deliberar durante a convocação extraordinária, caso tenha constado como objeto da convocação, ou, caso contrário, o prazo de 60 dias será considerado interrompido desde a sua edição. Combinando os §§ 7° e 8° do art. 57 da CF/88, podemos observar que na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvadas as medidas provisórias em vigor na data de convocação. Isso porque, havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação. Ademais, vale destacar que durante o recesso o prazo de 60 dias é suspenso (e não interrompido desde a sua edição). Ou seja, considerando o prazo inicial de 60 dias, se ao 50° dia houver recesso do Congresso, o prazo é suspenso. Quando retornar o Congresso o prazo volta a contar pelo que ainda resta (mais dez dias, fora a prorrogação). Item errado. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 24 www.pontodosconcursos.com.br 20. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) É válida a revogação por lei ordinária de dispositivo formalmente inserido em lei complementar, cuja matéria disciplinada não estava constitucionalmente reservada a esta última. A questão apresenta da seguinte situação hipotética. Uma lei complementar tratou de assunto que não era reservado para este tipo de lei. Ou seja, a matéria encontrava-se no campo material da lei ordinária. Nessa situação, a referida lei é apenas formalmente complementar, uma vez que aquele assunto não exige maioria absoluta para sua regulamentação (lembrando que é a Constituição que estabelece o campo material da lei complementar). Assim, qualquer lei ordinária poderá revogar esses dispositivos da lei complementar. Para clarear seu entendimento, pense assim: se a Constituição é quem deve estabelecer o campo material da lei complementar, não cabe ao legislador alterar esse campo. Do contrário, bastaria ao legislador disciplinar determinado assunto em lei complementar para que fosse exigida esta espécie para abordar aquele tema. Nesse caso, estaria havendo usurpação da autoridade constitucional (que estabeleceu que só ela – a Constituição – é que estabelece o campo material da lei complementar). Objetivamente: lei ordinária pode revogar lei complementar se esta última estiver disciplinando assunto não vedado à lei ordinária. Item certo. 21. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Considere que todas as leis abaixo enumeradas sejam distritais, resultantes de projetos de lei da iniciativa de deputado distrital. Assinale aquela que não apresenta vício de inconstitucionalidade formal. a) Lei que concede, em certas circunstâncias, parcelamento para o pagamento de imposto da competência do Distrito Federal. b) Lei que concede direito de creche para servidores do Distrito Federal. c) Lei que permite a conversão em pecúnia de 1/3 de férias de servidores do Distrito Federal. d) Lei que concede isenção de multas de trânsito. e) Lei que regula o processo de impeachment do Governador no âmbito do Poder Legislativo Distrital. A inconstitucionalidade formal decorre do desrespeito ao processo legislativo. Observe que as leis em questão são distritais e foram iniciadas a partir de parlamentar. Vejamos uma a uma as assertivas. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 25 www.pontodosconcursos.com.br A alternativa “a” não apresenta situação de inconstitucionalidade formal, uma vez que matéria tributária não se enquadra no campo de iniciativa privativa do Presidente da República. As alternativas “b” e “c” apresentam leis inconstitucionais, uma vez que a norma que disponha sobre servidores (inclusive aquela que concede benefícios) é de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo. As alternativas “d” e “e” apresentam leis inconstitucionais, uma vez que compete privativamente à União (e não ao DF) dispor sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI) e direito penal (CF, art. 22, I). Quanto a esta competência da União, fique atento à súmula 722 do STF pois sempre cai em concurso: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento. Vale comentar que a regra se aplica inclusive aos crimes cometidos por governadores, uma vez que compete à União legislar sobre direito penal. Gabarito: “a” 22. (ESAF/AFC/CGU/2008) Não é plausível, em face do ordenamento constitucional brasileiro, a existência de leis interpretativas que veiculariam a denominada interpretação autêntica. Leis interpretativas consubstanciariam usurpação das atribuições institucionais do Poder Judiciário e, em conseqüência, ofenderiam o postulado fundamental da divisão funcional do Poder. A interpretação autêntica é aquela realizada pelo responsável pela elaboração da norma. Leis interpretativas não afetam o princípio da divisão funcional do poder, tendo em vista que a atividade de interpretação não é exclusiva do Poder Judiciário. Item errado. 23. (ESAF/PFN/2004) Cabe exclusivamente ao Poder Executivo e ao Poder Legislativo a análise dos pressupostos da urgência e da relevância das medidas provisórias. Os critérios de urgência e relevância têm caráter político e situam-se no âmbito da discricionariedade do chefe do Poder Executivo (na edição) e do Poder Legislativo (no controle mediante a apreciação). Entretanto, excepcionalmente, pode o Poder Judiciário Todavia, o Poder Judiciário pode, excepcionalmente, controlar a existência dos pressupostos de urgência e relevância para a edição de medida provisória, sempre que caracterizado abuso do Presidente da República. Item errado. 24. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Suponha que o Congresso Nacional aprove lei, de iniciativa de Deputado Federal, CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 26 www.pontodosconcursos.com.br que reduz alíquota do Imposto de Renda de Pessoas Físicas. O Presidente da República sanciona o projeto. Mais tarde, percebe que a lei é ruinosa e ouve seus conselheiros jurídicos que lhe dizem: 1. Houve vício de iniciativa na elaboração da lei. 2. O Presidente da República não pode provocar o Supremo Tribunal Federal a exercer o controle de constitucionalidade sobre a lei, porque sancionou o projeto. 3. O Presidente da República pode, desde que se atenha ao prazo de veto de que dispõe constitucionalmente, voltar atrás na sanção e vetar o projeto. 4. Tendo o Presidente da República sancionado a lei, toda discussão sobre eventual invasão da sua iniciativa privativa fica prejudicada, já que, qualquer que seja o caso, a sanção supre o vício de iniciativa. Assinale a opção correta. a) Todas as afirmações estão corretas. b) Apenas uma das afirmações está correta. c) Apenas duas das afirmações estão corretas. d) Apenas três das afirmações estão corretas. e) Nenhuma das afirmações está correta. De pronto, podemos sugerir ao Presidente que escolha melhor seus conselheiros, pois eles não estãosabendo bem do que estão falando, certo? Vejamos uma a uma as assertivas. Examinemos, separadamente, as afirmações dos conselheiros jurídicos do Presidente da República. A primeira assertiva está errada, uma vez que matéria tributária não é de iniciativa privativa do Presidente da República. Portanto, podem os parlamentares apresentar projeto de lei tratando de tributos. A segunda assertiva está errada, uma vez que a sanção não o impede de posteriormente impugnar a lei no Poder Judiciário (mediante a propositura de uma ADI perante o STF, por exemplo). A terceira assertiva está errada, pois sanção e veto são irretratáveis. Significa dizer que não é cabível desistência da decisão tomada. Nesse sentido, não pode o Presidente vetar a lei e, posteriormente, se arrepender, pleiteando sancioná-la. Quanto à quarta assertiva guarde isto: a sanção a projeto de lei não supre o vício de iniciativa. Aliás, não supre também o vício de emenda. De qualquer forma, como comentado a respeito da primeira assertiva, não houve vício de iniciativa nesse caso em particular. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 27 www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: “e” 25. (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) É constitucionalmente possível que o Congresso Nacional aprove lei ordinária, sem que a mesma tenha sido votada, quer pelo Plenário da Câmara dos Deputados, quer pelo Plenário do Senado Federal. De fato, é possível, dada a possibilidade de aprovação de leis no âmbito das comissões, sem necessidade de submissão da matéria ao Plenário das Casas Legislativas. É que, nos termos do art. 58, § 2°, I da CF/88, compete às comissões discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa. Evidentemente, não é possível a aprovação de emendas constitucionais e leis complementares segundo esse procedimento simplificado, uma vez que essas espécies legislativas exigem deliberação qualificada para sua aprovação. Item certo. 26. (ESAF/APO/MPOG/2005) É vedado o aumento de despesa, prevista no projeto de lei de orçamento anual, por meio de emenda apresentada por Parlamentar durante o processo legislativo desse projeto de lei no Congresso Nacional. É proibido apresentar emenda que aumente despesa de projeto de lei resultante de iniciativa privativa do chefe do Executivo (CF, art. 63, I). Entretanto, a Constituição ressalva expressamente a possibilidade de aumento de despesa por emenda parlamentar ao projeto de lei do orçamento anual e ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias (CF, art. 166, §§ 3° e 4°). Assim, nesses casos excepcionais, é admitida a emenda parlamentar que aumente despesa. Item errado. 27. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) É constitucionalmente ilegítimo o projeto de lei sobre matéria da iniciativa exclusiva do Presidente da República que foi proposto por grupo de parlamentares no Congresso Nacional, mesmo que a lei tenha sido sancionada pelo Chefe do Executivo. Objetivamente: a sanção do chefe do Executivo não convalida o vício de iniciativa. Item certo. 28. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Num projeto de lei do Chefe do Executivo que concede gratificação a certa categoria de servidores da Administração Pública Direta, é legítima a emenda parlamentar que estende a vantagem a outras categorias do serviço CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 28 www.pontodosconcursos.com.br público, que estejam sob as mesmas condições da beneficiada inicialmente, sob o fundamento da isonomia. A referida emenda seria inconstitucional, uma vez que ao estender vantagem a outras categorias do serviço público, ela implica aumento de despesa em projeto de lei de iniciativa privativa do chefe do Executivo (CF, art. 61, § 1º, II, “a”). Item errado. 29. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Não há impedimento a que, num projeto de lei, fixando novos vencimentos para certa carreira do serviço público, encaminhado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, seja aprovada emenda parlamentar sobre tema diverso, modificando regras sobre promoção de militares. A emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa privativa do chefe do Executivo deve guardar pertinência temática com a matéria apresentada no projeto de lei. Item errado. 30. (ESAF/AFC/STN/2000) Pelo mecanismo do veto parcial, o Presidente da República pode vetar expressões contidas no caput de um artigo de lei, sem ter que necessariamente vetar todo o caput do artigo. O veto parcial somente poderá incidir sobre texto integral de artigo, de inciso, de parágrafo ou de alínea (CF, art. 66, § 2º). Item errado. 31. (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O projeto de lei de iniciativa do presidente da República, em regime de urgência constitucional há mais de quarenta e cinco dias, uma vez aprovado na Câmara dos Deputados será revisto pelo Senado Federal, sobrestando, desde seu recebimento pelo Senado Federal, todas as demais deliberações dessa casa legislativa, até que se ultime a sua votação. Observe que o prazo de 45 dias para apreciação de projeto em regime de urgência conta-se em cada Casa Legislativa (ao contrário do que ocorre nas medidas provisórias em que o prazo é único, e aí sim a MP pode já chegar trancando a pauta do Senado). Vale destacar ainda que, no caso de sobrestamento, este não alcança absolutamente todas as deliberações da Casa Legislativa. Na verdade, estão ressalvadas aquelas com prazo constitucional determinado, como as medidas provisórias (CF, art. 64, § 2º). Item errado. 32. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Desde de que não impliquem aumento da despesa prevista, as emendas parlamentares a projetos CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 29 www.pontodosconcursos.com.br de lei sobre organização dos serviços administrativos do Poder Judiciário podem dispor sobre matéria diversa daquela que é objeto da proposta inicial. Esse projeto de lei sobre a organização dos serviços administrativos do Poder Judiciário é de iniciativa privativa desse poder. Vale lembrar que as emendas parlamentares a projeto de lei resultante de iniciativa privativa: (i) não podem implicar aumento de despesa (CF, art. 63, II); e (ii) devem guardar pertinência temática com a matéria proposta no projeto. Item errado. 33. (ESAF/ACE/TCU/2006) A sanção tácita de projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional decorre da omissão de manifestação do Presidente da República, após transcorrido o prazo de quinze dias corridos, contados da data de recebimento da proposição para a deliberação executiva. Trata-se de quinze dias úteis (e não quinze dias corridos). Assim, transcorrido o prazo de quinze dias úteis ocorre a sanção tácita a projeto de lei (não existe o veto tácito). Item errado. 34. (ESAF/PFN/2004) Consideram-se sem eficácia todas as medidas provisórias editadas antes do advento da Emenda Constitucional nº 32/2001 (que conferiu novo regime a esse instrumento normativo), que não foram reeditadas pelo Presidente da República depois da Emenda e não foram convertidas em lei pelo Congresso Nacional no prazo constitucional. As medidas provisórias editadas antes da data de promulgação da EC nº 32/2001 continuam em vigor até que sejam revogadas ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional (art. 2º da EC nº 32/2001). Item errado. 35. (ESAF/PFN/2006) Os Estados-membros não estão impedidos de adotar o instrumento legislativo das medidas provisórias em tema relacionado com direito tributário. Como comentado, o STF já decidiu que os estados-membros podem sim adotarmedida provisória, desde que haja previsão dessa espécie normativa na Constituição Estadual. De se destacar que não há vedação constitucional para o tratamento de direito tributário em medidas provisórias. Item certo. 36. (ESAF/ADVOGADO IRB/2006) Uma medida provisória aprovada sem alteração do seu texto original não é encaminhada à sanção e CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 30 www.pontodosconcursos.com.br promulgação pelo Presidente da República, sendo convertida em lei e promulgada pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional. Se não há alteração, não há porque a matéria retornar ao Presidente da República. Portanto, a lei resultante da conversão integral da medida provisória é promulgada diretamente pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional. Ao contrário, caso haja alterações, o projeto de lei de conversão segue o rito das leis comuns, sendo encaminhado ao Presidente da República para sanção ou veto. Item certo. 37. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Aumentada a alíquota do imposto de renda, por medida provisória, em 1º de dezembro de 2005, a nova alíquota poderá ser cobrada a partir de 1º de janeiro de 2006, independentemente da conversão da medida provisória em lei no ano de 2005, uma vez que a esse imposto não se aplica o princípio da anterioridade nonagesimal. Em primeiro lugar, vale comentar que o imposto de renda sujeita-se ao princípio da anterioridade. Portanto, aplica-se a regra prevista no art. 62, § 2° da CF/88, segundo a qual medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. No caso em tela, só poderia haver cobrança do novo imposto se a MP fosse convertida em lei antes do final do exercício. Item errado. 38. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Mesmo após findo o prazo de cento e vinte dias, contado da sua edição, uma medida provisória conserva integralmente a sua vigência se, nesse período de cento e vinte dias, tiver sido aprovado, pelo Congresso Nacional, um projeto de lei de conversão e esse projeto esteja aguardando sanção presidencial. De fato, a alteração do texto da medida provisória por parte do Congresso faz com que a MP permaneça em vigor, mesmo após os 120 dias. Assim, aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto (CF, art. 62, § 12). Item certo. Por hoje ficamos por aqui. Até a próxima aula! Um abraço. Frederico Dias CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 31 www.pontodosconcursos.com.br 2 – Exercícios de Fixação 39. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Sofre de inconstitucionalidade a lei orgânica do Município que não prevê a hipótese de iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros. 40. (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Conforme disposto expressamente na Constituição, depois de vetado o projeto de lei, o Presidente da República pode efetuar juízo de retratação, sancionando o diploma integralmente, desde que o faça antes de o Congresso Nacional se reunir para apreciar o veto. 41. (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Vencido o prazo constitucional para a sanção ou veto, se o Presidente da República permanecer inerte, nem vetando, nem sancionando a lei, esta deverá ser tida como tacitamente vetada. 42. (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Não pode haver emenda parlamentar a projeto de lei da iniciativa privativa do Chefe do Executivo. 43. (ESAF/PFN/2003) Não sofre de inconstitucionalidade formal a lei federal, de iniciativa de parlamentar, que, versando sobre matéria tributária, concede benefício fiscal a certas categorias de contribuintes de impostos de competência da União. 44. (ESAF/PFN/2003) Não havendo aumento de despesa, o Poder Legislativo pode livremente emendar projeto de lei de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo. 45. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Não viola os princípios da separação dos Poderes e da constitucionalidade das leis considerar que a sanção do Presidente da República a projeto de Lei que deveria ser de sua iniciativa privativa, mas que fora apresentado ao Poder Legislativo por parlamentar convalida o vício formal de iniciativa. 46. (ESAF/AFC/2000) O Supremo Tribunal Federal pode declarar inconstitucional uma medida provisória, por considerar não preenchidos os pressupostos formais da relevância e urgência para a sua edição. 47. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Se o Congresso Nacional aprovar uma medida provisória sem alteração do seu texto original, ela será convertida em projeto de lei a ser enviado à sanção do Presidente da República, que, após a sanção, promulgará e publicará a lei. 48. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Uma medida provisória que tenha perdido sua eficácia não poderá ser reeditada CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 32 www.pontodosconcursos.com.br na mesma sessão legislativa, salvo se a perda de eficácia se der por decurso de prazo, não tendo havido rejeição expressa do seu texto pelo Congresso Nacional. 49. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) A Constituição Federal autoriza a utilização de medidas provisórias para a abertura de créditos adicionais destinados a reforço de dotação orçamentária. 50. (ESAF/AFC/STN/2005) É vedada a edição de medida provisória sobre matéria relativa a créditos adicionais e suplementares, salvo para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. 51. (ESAF/AGU/2002) Os direitos individuais não podem ser regulados por medida provisória. 52. (ESAF/PFN/2004) O presidente da República não pode editar medida provisória para revogar outra medida provisória ainda não apreciada pelo Congresso Nacional. 53. (ESAF/AFRF/2002) O Presidente da República pode retirar da apreciação do Congresso Nacional medida provisória recé- meditada. 54. (ESAF/PFN/2004) A Emenda Constitucional nº 32/2001 proíbe o uso de medida provisória para criar ou majorar tributos, tornando superada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que o admitia. 55. (ESAF/PFN/2004) Uma medida provisória pode ter vigência superior a 120 dias, sem que o Presidente da República a reedite. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 33 www.pontodosconcursos.com.br GABARITOS OFICIAIS 39. C 40. E 41. E 42. E 43. C 44. E 45. E 46. C 47. E 48. E 49. E 50. C 51. E 52. E 53. E 54. E 55. C REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional, 2009. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 2009. MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 2009. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 2007. MORAES, Alexandre. Direito Constitucional, 2010. José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010. http://www.stf.jus.br http://www.mp.mg.gov.br http://www.cespe.unb.br http://www.esaf.fazenda.gov.br
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