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CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 8 – Poder Executivo Olá! Continuemos com nossa análise sobre os poderes da república. Nas duas últimas aulas conversamos sobre o Poder Legislativo. Hoje eu tratarei do Poder Executivo. E na próxima aula veremos o Poder Judiciário. Observe nosso conteúdo de hoje. 1 – Poder Executivo 1.1 – Atribuições do Presidente da República 1.2 – Responsabilidades do Presidente da República 1.3 – Ministros de Estado e Órgãos de consulta do Presidente da República 2 – Exercícios de Fixação Preciso te dar uma dica sobre o estudo do Poder Executivo para concursos. Apesar de considerar que o aluno deve estudar todos os aspectos, não tenho receio de afirmar que o mais recorrente são as questões que versam sobre responsabilização do Presidente da República (incluindo as imunidades) e atribuições do Presidente da República (especialmente as delegáveis e o decreto autônomo). Portanto, bastante atenção a esses aspectos. Seja bem-vinda ou bem-vindo a mais uma aula. E espero que aprecie! Desejo-lhe ótimos estudos! 1 – Poder Executivo Como vimos ao estudar a organização dos poderes, o exercício precípuo das funções estatais essenciais será atribuído a órgãos independentes entre si (daí a chamada divisão dos poderes). Pois bem, um desses poderes é exatamente o Poder Executivo, que é abordado pela nossa Constituição entre os arts. 76 e 91. O Poder Executivo exerce a função típica de administrar. Isso compreende funções de governo e de administração da coisa pública. Como as funções estatais não são atribuídas aos órgãos de forma exclusiva, o Poder Executivo também exerce funções atípicas: I) função legislativa: edição de medidas provisórias e decretos autônomos; II) função de julgamento: no âmbito de processos administrativos. Veja como as matérias estão entrelaçadas! Ao estudar as medidas provisórias na última aula, talvez você nem tenha se dado conta de que CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 2 www.pontodosconcursos.com.br se trata de exercício de função legislativa pelo Poder Executivo (como um exemplo de função atípica). Bem, como vimos em aula anterior, adotamos o sistema de governo denominado presidencialismo. Ou seja, o Presidente da República exerce, simultaneamente, a chefia de Estado e a chefia de Governo. Ele figura como chefe de Estado quando representa a República Federativa do Brasil frente a outros Estados soberanos ou perante organizações internacionais (quando celebra um tratado internacional, por exemplo). Ou mesmo quando corporifica internamente a unidade nacional (quando decreta a intervenção federal para manter a integridade nacional – art. 34, I –, por exemplo). Já o exercício da chefia de governo se dá quando o Presidente da República cuida dos negócios internos de interesse da sociedade brasileira (quando atua como administrador, por exemplo). Deixe-me utilizar algumas questões do Cespe para treinarmos esse assunto. 1. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) No sistema de governo presidencialista, o chefe de governo é também o chefe de Estado. De fato, o sistema presidencialista é o que reúne na mesma pessoa as funções de chefe de Estado e chefe de governo (chefia monocrática, como vimos na organização do Estado). Item certo. 2. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) Quando o presidente da República celebra um tratado internacional, o faz como chefe de governo. Ao celebrar um tratado internacional o presidente da República age como chefe de Estado. Estaria na função de governo se estivesse, por exemplo, cuidando de assuntos relativos à Administração Pública. Item errado. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado (CF, art. 76). A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado. Observe que essa regra, que talvez nos pareça lógica, não valia em outros tempos, em que as eleições de Presidente e Vice eram independentes. Mas como se dá a escolha do Presidente da República? Em ano de eleição todo mundo sabe disso... CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 3 www.pontodosconcursos.com.br O Presidente e o Vice-Presidente são eleitos pelo sistema majoritário. Será eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos (excluídos brancos e nulos), mesmo que seja necessário um segundo turno para o atingimento desse limite. Antes de realizado o segundo turno, caso venha a ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato (que esteja no segundo turno), convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação (CF, art. 77, § 4°). Na hora de definir quem vai para o segundo turno, caso haja empate entre o segundo e terceiro colocados, qualificar-se-á o mais idoso (CF, art. 77, § 5°). Ou seja: Hipótese 1: Dilma e Serra vão para o segundo turno. Caso um deles desista (Serra, por exemplo), chama-se a terceira colocada (Marina, por exemplo) para disputar o segundo turno que o que resta (Dilma, nesse caso). Hipótese 2: Supondo que Dilma fique em primeiro lugar, caso haja empate entre Marina e Serra, vai para o segundo turno o mais idoso (Serra, creio eu). Por fim, lembre-se que só haverá segundo turno se não for obtida a maioria absoluta dos votos no primeiro turno. Outra hipótese interessante é, caso seja eleito determinado candidato e ele venha a falecer antes de assumir (antes da expedição do diploma), quem vira presidente? O segundo colocado? Não, nesse caso, o vice assume e governa até o fim do mandato (como veremos logo à frente). São condições para exercer o cargo de Presidente da República ser brasileiro nato, no pleno gozo dos direitos políticos e ter, pelo menos, 35 anos de idade. O Presidente e o Vice tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. Segundo o art. 79 da CF/88, o Vice-Presidente substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no caso de vaga. Ademais, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais (além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 4 www.pontodosconcursos.com.br Uma regra importante de você memorizar é a ordem de substituição do Presidente em casos de impedimento (afastamento temporário) e vacância (afastamento definitivo). Você já observou o que acontece quando o Presidente está fora do país? Quem assume a Presidência da República? E se vagasse simultaneamente os cargos de presidente e vice, a quem caberia governar o país? Bem, essas questões são resolvidas pelos arts. 80 e 81 da CF/88. Nesse sentido, em caso de impedimento do Presidente e do Vice- Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência (nessa ordem): (1) o Presidente da Câmara dos Deputados; (2) o do Senado Federal; e (3) o do Supremo Tribunal Federal. É exatamente o que acontece quando o presidente e o Vice viajam para representar o país perante outras nações, como acontece ao se estabelecerem acordos comerciais internacionais. Já no caso de vacância dos cargos de Presidente eVice-Presidente da República: I) se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato far-se-á eleição direta noventa dias depois de aberta a última vaga; II) todavia, se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional (eleição indireta). Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores. Em suma, no caso de vacância, o Vice poderá substituir o Presidente de forma definitiva. Entretanto, se houver vacância dos dois cargos, a substituição será apenas temporária, enquanto não se realizam as eleições descritas acima. O Presidente e o Vice Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo (CF, art. 83). Segundo o STF, essa regra é de observância obrigatória pelos estados-membros, no que se refere ao Governador. Será que isso cai? 3. (ESAF/AFC/CGU/2008) Leia o trecho a seguir, que retrata situação ocorrida na vigência da Constituição Federal de 1946, e, depois, assinale a única opção correta relativa ao Poder Executivo segundo as normas da Constituição de 1988: “Abertas as urnas, Jânio Quadros venceu a corrida presidencial com 5.626.623 votos (48%), contra 3.846.825 de Lott (28%) e 2.195.709 CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 5 www.pontodosconcursos.com.br (23%) de Adhemar de Barros. Mas seu companheiro de chapa, Milton Campos, apesar de ter recebido 4.237.719 votos (36%), perdeu para João Goulart, que foi novamente eleito vice-presidente com 4.547.010 votos (39%).” (Fábio Koifman [Org.]. Presidentes do Brasil: de Deodoro a FHC. Rio de Janeiro: Rio, 2002, p. 547). a) Com resultado de eleição proporcionalmente idêntico ao narrado no texto não haveria segundo turno. b) O presidente e o vice-presidente da República tomam posse em sessão do Tribunal Superior Eleitoral. c) Não ocorreria diferença no número de votos entre o candidato a presidente e o candidato a vice-presidente. d) O cargo será declarado vago se, na data fixada para a posse, o presidente ou o vice-presidente não o assumir. e) No caso de vacância dos cargos de presidente e de vice-presidente da República nos últimos três anos do mandato, o Congresso Nacional fará eleição para ambos os cargos trinta dias depois da última vaga. A alternativa “a” está errada, já que haveria sim segundo turno. Só não haverá segundo turno se um dos candidatos alcançar maioria absoluta na primeira votação. Caso nenhum alcance essa maioria absoluta dos votos válidos far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos (CF, art. 77, §3°). A alternativa “b” está errada, pois o Presidente e o Vice tomam posse em sessão do Congresso Nacional (CF, art. 78). A alternativa “c” está correta, pois hoje eles formam um chapa única. Nesse sentido, a eleição do Presidente acarreta a do Vice com ele registrado (CF, art. 77, § 1°). A alternativa “d” está errada, pois o cargo só é declarado vago se eles não assumirem dentro de dez dias decorridos da data fixada para a posse (CF, art. 78, parágrafo único). A alternativa “e” está errada, pois só haverá eleição indireta (pelo Congresso Nacional) se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do período presidencial. Gabarito: “c” 4. (ESAF/AFRFB/2009) Vagando os cargos de Presidente e Vice- Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. Essa assertiva foi considerada correta pela Esaf, por estar de acordo com a literalidade do caput do art. 81 da CF/88. Entretanto, me parece CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 6 www.pontodosconcursos.com.br conter uma impropriedade, já que não especifica se a vacância dos dois cargos ocorreu nos primeiros dois anos, ou nos últimos dois anos de mandato. Em realidade, se a vacância tiver ocorrido nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional (CF, art. 81, § 1°). 5. (ESAF/AFRE/RN/2005) Caso sejam declarados vagos os cargos de presidente e vice-presidente da República, durante o penúltimo ano dos seus mandatos, serão realizadas, antecipadamente, as eleições que ocorreriam no último ano do mandato, cabendo aos eleitos completar o período de mandato de seus antecessores. No caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República faltando menos de dois anos para o término do mandato, farse-á eleição para ambos os cargos no prazo de trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional (eleição indireta), na forma da lei. Portanto, errada a questão. De qualquer forma, de fato, os eleitos apenas completarão o período de seus antecessores (não serão eleitos para um mandato completo, de quatro anos). Item errado. 6. (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Se, por qualquer motivo, o presidente da República não tomar posse na data fixada no texto constitucional, o cargo será declarado vago, após dez dias, contados dessa data. Observe os detalhes. Decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago (CF, art. 78, parágrafo único). Assim, em primeiro lugar, a assertiva afirma que a vacância será declarada se o Presidente não tomar posse, não fazendo referência à exceção de motivo de força maior. Ademais, se a vacância for só do cargo de Presidente, o Vice suceder- lhe-á (CF, art. 79). Item errado. 1.1 – Atribuições do Presidente da República O art. 84 da Constituição Federal estabelece quais são as atribuições do Presidente da República. Observe abaixo, atentando para os destaques em negrito. I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 7 www.pontodosconcursos.com.br II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal; XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios,o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 8 www.pontodosconcursos.com.br XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. Com uma leitura atenta, você pode observar que diversas competências dessa lista são bem intuitivas. Ou seja, está na cara que se referem a atividades de responsabilidade do Presidente da República. Isso facilita a sua vida, certo? Afinal, a quem mais competiria competências como as seguintes: nomear ministros; exercer a direção da administração pública; iniciar, sancionar, promulgar, fazer publicar e vetar projetos de lei; manter relação outros Estados e celebrar tratados internacionais; decretar estado de defesa, de sítio e intervenção; enviar ao Congresso seu plano de governo, leis orçamentárias e prestar contas; entre outras? Sugiro que você dê mais uma lida com esse foco: observar que a grande maioria das competências naturalmente são associadas à figura do Presidente da República. Observe ainda que os incisos III a V e XXVI apresentam competências relacionadas ao processo legislativo, já estudadas em aula anterior. De se destacar que, no que for pertinente, essas atribuições serão estendidas aos governadores e prefeitos municipais. Passo a mencionar os detalhes mais importantes para concursos: (i) distinção entre o decreto regulamentar e decreto autônomo; e (ii) delegação de competências aos ministros de Estado, AGU e PGR. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 9 www.pontodosconcursos.com.br Poder regulamentar e decreto autônomo Trata-se da distinção entre as competências previstas nos incisos IV e VI do art. 84 da CF/88. Vejamos: Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; Tenha em mente que até a EC n° 32/2001 nossa Constituição autorizava ao Presidente da República apenas a edição de decretos regulamentares (CF, art. 84, IV). Trata-se de prerrogativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo de editar decretos e regulamentos (normas infralegais) que visem a regulamentar leis. Pois bem, a EC n° 32/2001 deu ao chefe do poder executivo competência para a edição dos chamados decretos autônomos (com força de lei), exclusivamente nas seguintes hipóteses (CF, art. 84, VI): I - organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; II - extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Ou seja, hoje, o chamado decreto autônomo (atos primários, diretamente hauridos no texto da Constituição) está expressamente autorizado, mas apenas nessas situações restritas explicitadas no inciso VI do art. 84 do texto constitucional. Portanto, os decretos regulamentar (inc. IV) e autônomo (inc. VI) não se confundem. E você não pode confundi-los! O decreto regulamentar (CF, art. 84, IV) é editado para assegurar a fiel execução das leis, tem fundamento de validade na lei e status de norma secundária, infralegal. Quanto ao decreto autônomo (CF, art. 84, VI), ele tira seu fundamento de validade diretamente da Constituição e tem status de norma primária, equiparado às demais leis. Como veremos logo a seguir, o decreto regulamentar não é delegável. Já o decreto autônomo poderá ser delegado pelo Presidente da República aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações (CF, art. 84, parágrafo único). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 10 www.pontodosconcursos.com.br Cabe destacar que, nos termos do art. 88 da CF/88, a lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. Competências delegáveis aos ministros de Estado, ao AGU e ao PGR O parágrafo único do art. 84 é um dos dispositivos da Constituição mais cobrados em concurso e, de fato, é de suma importância. Esse dispositivo enumera as atribuições do Presidente da República que são delegáveis aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República (PGR) ou ao Advogado-Geral da União (incisos VI, XII e XXV, primeira parte). Assim, as competências delegáveis são apenas: I) edição do decreto autônomo (CF, art. 84, VI); II) conceder indultos e comutar penas (CF, art. 84, XII); III) prover os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). Quanto a esse último ponto, fique atento! Compete privativamente ao Presidente da República prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei (CF, art. 84, XXV). O provimento pode ser delegado aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União. A extinção não! Entretanto, se o cargo estiver vago, trata-se da extinção de cargos vagos, que o Presidente da República pode realizar por meio de decreto autônomo (nos termos do art. 84, VI, “b” da CF/88). Nesse caso, se é decreto autônomo, pode ser delegado também. Cabe comentar que o provimento e a extinção dos cargos públicos por ato do Presidente abrangem os cargos do Poder Executivo. Outro detalhe interessante é que, para o Supremo Tribunal Federal, a competência para prover cargos públicos (CF, art. 84, XXV, primeira parte) abrange a de desprovê-los. Portanto, a competência de desprover os cargos públicos é susceptível de delegação a Ministro de Estado (CF, art. 84, parágrafo único). Com isso é válida a Portaria de um Ministro de Estado que, no uso de competência delegada, aplica a pena de demissão a servidor (MS 25.518, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 10-8-2006). Repare que, ao enumerar expressamente as matérias que são delegáveis, de certa forma, a Constituição está também fixando as matérias que são indelegáveis (demais incisos do art. 84 da CF/88). E, antes que alguém me pergunte, o “indulto” é uma espécie de graça processual penal. Trata-sede ato de clemência do Poder Executivo, que CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 11 www.pontodosconcursos.com.br extingue a punibilidade (o poder de punir por parte do Estado para aquele condenado). Por favor, não marque bobeira! Memorize essas hipóteses em que o decreto autônomo se aplica, bem como as competências do Presidente que podem ser delegadas. E vá para sua prova tranquila (ou tranquilo)... 7. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O decreto autônomo, isto é, o decreto de perfil não regulamentar, cujo fundamento de validade repousa diretamente na Constituição, não é admitido pela ordem constitucional em vigor. Com a aprovação da EC n° 32/2001, o chefe do Poder Executivo passou a ter a competência para a edição dos chamados decretos autônomos, hauridos diretamente da Constituição. De se destacar que há autorização, mas apenas nas situações restritas explicitadas no inciso VI do art. 84 do texto constitucional. Item errado. 8. (ESAF/ACE/TCU/2006) O Presidente da República pode criar, por decreto, órgão público, desde que essa criação não implique aumento de despesa. Determina a Constituição que compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (CF, art. 84, VI, “a”). Criação e extinção de órgãos públicos é competência do Congresso Nacional, mediante lei, com a sanção do Presidente da República (art. 48, XI). Item errado. 9. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) As atribuições constitucionais do Presidente da República na condição de Chefe de Estado são delegáveis aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União. Como você já sabe, somente nas hipóteses expressamente estabelecidas pela Constituição é que é possível a delegação de competências por parte do Presidente da República. Assim, não podemos considerar que as atribuições do Presidente na condição de Chefe de Estado em geral sejam delegáveis. Item errado. 10. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Compete ao Presidente da República a nomeação dos Ministros de Estado, a qual, em certas situações, se condiciona à aprovação do Conselho da República. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 12 www.pontodosconcursos.com.br A nomeação e a exoneração dos ministros de Estado não estão condicionadas à aprovação do Conselho da República. Portanto, errada a questão. Item errado. 11. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Entre as competências do Presidente se encontra a de convocar o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, embora eventualmente possa delegar a atribuição de presidi-los. De fato, convocar o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional é competência do Presidente (CF, art. 84, XVIII). Todavia, não se trata de competência delegável. Item errado. 12. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) A CF atribuiu ao presidente da República a competência privativa para prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei. Trata-se da competência prevista no inciso XXV do art. 84. Houve alunos meus que erraram essa questão, argumentando que só seria competência do presidente da República extinguir os cargos públicos quando eles estiverem vagos. Veja que uma coisa é a competência prevista no inciso XXV de extinção dos cargos, que será exercida na forma da lei (nos limites que a lei determinar). Essa competência está expressa na Constituição, e a questão foi mera transcrição. Portanto, está correta. Por outro lado, há a competência para extinguir cargos vagos mediante decreto autônomo, de acordo com o art. 84, VI, “b”. Observe que o decreto autônomo tira fundamento de validade diretamente da Constituição. Item certo. 13. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) O presidente da República não dispõe de competência constitucional para conceder indulto, por se tratar de competência exclusiva do Poder Judiciário. Compete privativamente ao Presidente da República conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei (CF, art. 84, XII). Saiba essa competência, pois ela é delegável. Item errado. 14. (CESPE/TJDF/CONTROLE INTERNO/2008) O presidente da República tem competência para delegar, aos presidentes dos tribunais, a competência de prover e extinguir os cargos públicos federais no âmbito da administração pública direta, o que abrange o Poder Judiciário. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 13 www.pontodosconcursos.com.br A competência para prover cargos públicos em tribunais é do próprio Poder Judiciário (e não do Presidente da República). “Art. 96. Compete privativamente: I - aos tribunais: (...) c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; (...) e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;” Item errado. 15. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Compete privativamente ao presidente da República extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei. De fato, nos termos do art. 84, XXV da CF/88, compete ao presidente da República prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei. Observe um detalhe: quanto a esse inciso, a Constituição estabelece que seria delegável apenas a competência prevista na “primeira parte”. Como as competências desse inciso são (i) prover e (ii) extinguir, entende-se que o presidente pode delegar o provimento dos cargos, mas não a extinção de cargos ocupados. Se o cargo estiver vago, aí sim. Ele cai na regra do decreto autônomo (CF, art. 84, VI, “b”) e aí pode ser delegado. Item certo. 16. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Conforme entendimento do STF, o presidente da República pode delegar aos ministros de Estado, por meio de decreto, a atribuição de demitir, no âmbito das suas respectivas pastas, servidores públicos federais. Compete ao presidente da República prover os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). Nos termos do parágrafo único do art. 84, essa competência poderá ser delegada aos ministros de Estado, ao Procurador Geral da República e ao Advogado Geral da União. Pois bem, segundo o STF, essa competência para prover cargos públicos abrange a competência de desprovê-los. Assim, pode o ministro de Estado, com base em competência delegada, aplicar pena de demissão a servidor. Item certo. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 14 www.pontodosconcursos.com.br 1.2 – Responsabilidades do Presidente da República Nos arts. 85 e 86, a Constituição estabelece os crimes de responsabilidade do Presidente da República, bem como o procedimento de sua responsabilização. Os crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas cometidas no desempenho da função. A Constituição estabelece rol exemplificativo de crimes de responsabilidade, como sendo os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V- a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. Esses crimes serão definidos em lei federal, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. Atenção! Lei federal é que estabelecerá os crimes de responsabilidade, mesmo os dos governadores ou prefeitos, uma vez que compete à União legislar sobre direito penal. São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento. (Súmula 722 do STF) Pois bem, além dos crimes de responsabilidade, o Presidente da República também será responsabilizado por infrações penais comuns, ou crimes comuns, se tiverem relação com o exercício do mandato. Explicarei melhor esse aspecto ao tratar das imunidades do Presidente da República. Antes eu gostaria de detalhar como funciona o processo de responsabilização do Presidente, nos termos do art. 86 da CF/88. Como veremos logo a seguir, a Câmara deve autorizar o processo de responsabilização do Presidente. Pois bem, uma vez admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade (CF, art. 86). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 15 www.pontodosconcursos.com.br Infrações penais comuns → STF Crimes de responsabilidade → Senado Federal Em suma, o processo de responsabilização do Presidente da República passa por duas fases sequenciais: a) admissão da acusação, por dois terços da Câmara dos Deputados; b) julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. A repetição é que ajuda a memorização...rs Uma vez admitida a acusação pela Câmara dos Deputados, o Presidente ficará suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º): I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. Entretanto, essa suspensão das atividades presidenciais não poderá ultrapassar o prazo de cento e oitenta dias. Com efeito, decorrido o prazo de 180 dias sem que o julgamento esteja concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (CF, art. 86, § 2º). Seguem algumas observações importantes acerca desse processo de responsabilização do Presidente da República. I) A autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros, não implica a suspensão do Presidente da República do exercício de suas funções. Essa suspensão só ocorrerá posteriormente, após a instauração do processo pelo Senado Federal (nos casos de crime de responsabilidade) ou se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal (nos casos de crimes comuns); II) Como destaquei para você, a autorização da Câmara dos Deputados vincula o Senado Federal, mas não vincula o STF. É o seguinte: se a Câmara dos Deputados admitir a acusação, o Senado Federal estará obrigado a instaurar o processo contra o Presidente da República nos crimes de responsabilidade. Por outro lado, o mesmo não acontece com o STF. Se a Câmara dos Deputados admitir a acusação de infração penal comum, o STF avaliará se recebe ou não a denúncia ou queixa-crime contra o Presidente da República (não estará obrigado). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 16 www.pontodosconcursos.com.br A condenação do Presidente por crime de responsabilidade acarretará a perda do cargo e a inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (CF, art. 52, parágrafo único). A condenação por crime comum em decisão transitada em julgado do STF também ocasionará a perda do cargo decorrente da suspensão de direitos políticos do Presidente da República. Deixe-me falar um pouco das imunidades do Presidente da República, disciplinadas em dispositivos do art. 86 da Constituição Federal e resumidas logo abaixo. Em primeiro lugar, uma coisa que confunde muita gente... O aluno aprende que os parlamentares têm imunidade material. Ou seja, são invioláveis, civil e penalmente, por suas manifestações, por suas palavras. Afinal, ora, trata-se do parlamento! Aí, o aluno sai carregando essa imunidade material... Achando que todo mundo tem imunidade material... Não! Você, que está em alto nível, não pode mais achar que são a mesma coisa a imunidade material e a imunidade formal. Não, meu caro, você não pode confundi-las (e a Esaf vai tentar fazer isso em algumas questões). O Presidente da República não dispõe de imunidade material, isto é, ele não é inviolável, civil e penalmente, por suas manifestações, ainda que estritamente ligadas ao exercício de suas funções presidenciais (essa imunidade é restrita aos membros do Poder Legislativo). Observe que se relaciona com as manifestações (que não estão protegidas por imunidade material no caso do presidente). Entretanto, o Presidente da República dispõe de três imunidades processuais (ou formais), a saber: a) necessidade de autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros, para que seja julgado pelo STF, nas infrações comuns, ou pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade (CF, art. 86, caput); b) não submissão às prisões cautelares (em flagrante, temporária ou preventiva), haja vista que ele somente poderá ser preso quando sobrevier sentença condenatória (CF, art. 86, § 3º); c) irresponsabilidade temporária, na vigência de seu mandato, por atos estranhos ao exercício de suas funções presidenciais (CF, art. 86, § 4º). Atenção! Uma questão batida de concurso é perguntar quais dessas imunidades são estendidas aos governadores. Guarde isso: dessas três imunidades, só se aplica ao governador a primeira (autorização do Poder Legislativo para que possa seja julgado). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 17 www.pontodosconcursos.com.br No que tange à terceira imunidade, ela assegura ao Presidente da República uma irresponsabilidade temporária em relação a certos atos, haja vista que, na vigência do seu mandato, ele não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4º). Essa terceira imunidade refere-se à prática de crime comum pelo Presidente da República, situação em que teremos o seguinte: a) se o crime comum praticado pelo Presidente da República tiver relação com o exercício de suas funções presidenciais, ele responderá por esse crime, na vigência do mandato, perante o STF, ficando suspenso de suas funções desde o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo STF, por até 180 dias; b) se o crime comum praticado pelo Presidente da República for estranho ao exercício de suas funções, ele não responderá por esse crime na vigência do seu mandato. Aliás ele só responderá por esse crime após o término do mandato, perante a justiça comum, haja vista que, com o término do mandato, expira-se o direito ao foro especial por prerrogativa de função. Você consegue identificar a distinção entre o crime comum conexo e o crime comum estranho ao exercício das funções? Por exemplo, matar alguém é um tipo de crime comum. Mas, uma coisa é o Presidente da República assassinar um Ministro do TCU que embargou uma obra de uma estrada por desvio de recursos públicos (tem relação com o exercício da sua função como presidente). Outra coisadiferente é matar o cunhado porque ele insiste em não pagar uma dívida antiga (não tem nada a ver com o cargo de presidente) ou assassinar o vizinho só porque ele é palmeirense. No primeiro caso, o crime foi cometido na condição de Presidente da República (conexo com o exercício de suas funções). Assim, ele responderá, na vigência do mandato, perante o STF (situação em que ficará suspenso de suas funções desde o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo STF, por até 180 dias). No segundo exemplo, o crime foi cometido na condição de cidadão comum (sem nenhuma conexão com o exercício das suas funções). Nesse caso, ele não responderá por esse crime na vigência do mandato perante o STF (ele só responderá por este crime após o término do mandato, perante a justiça comum). Observe atentamente os principais aspectos no esquema abaixo. Sintetizando: CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 18 www.pontodosconcursos.com.br Vamos ver como a Esaf tem cobrado esses assuntos. 17. (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços do Supremo Tribunal Federal, será ele submetido a julgamento perante o Senado Federal, nas infrações penais comuns, ou perante a Câmara dos Deputados, nos crimes de responsabilidade. Questão relativamente simples! Conforme sabemos, uma vez admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade (CF, art. 86). Daí o erro da questão, que trocou todos os órgãos de lugar... Item errado. 18. (ESAF/TFC/CGU/2008) O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. A questão apresenta corretamente uma das imunidades do Presidente da República, que assegura a ele uma irresponsabilidade temporária em relação a certos atos, haja vista que, na vigência do seu mandato, ele não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4º). Item certo. 19. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Se a Câmara dos Deputados autorizar a abertura de processo contra o Presidente da República, o Senado, no caso dos crimes de responsabilidade, Presidente da República Imunidades Responsabilização Não dispõe de imunidade material Formais Necessidade de autorização da CD (art. 86, caput) Proteção contra prisões cautelares (art. 86, §3°) Não será responsabilizado por atos estranhos às suas funções (art. 86, §4°) Admissão Julgamento Afastamento 2/3 da Câmara dos Deputados crimes comuns Responsabilidade STF SF ( Condenação por 2/3 ) Crimes comuns → se recebida a denúncia pelo STF Responsabilid. → após a instauração pelo SF CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 19 www.pontodosconcursos.com.br poderá entender pelo não-prosseguimento se verificar desde logo a impertinência das acusações. Caso a Câmara autorize a instauração de processo para apuração de crimes de responsabilidade praticados pelo Presidente da República, o Senado está obrigado a promover o julgamento (CF, art. 86, § 1°, II). Poderá, evidentemente, absolver o Presidente, mas não pode deixar de instaurar o processo. Item errado. 20. (ESAF/AFC/CGU/2003) Admitida pela Câmara dos Deputados a denúncia ou queixa contra o Presidente da República por prática de crime comum, está o Supremo Tribunal obrigado a receber a denúncia ou queixa, dando início ao processo penal. Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado (CF, art. 51, I). Como vimos, a autorização da Câmara dos Deputados obriga o Senado Federal, mas não obriga o Supremo Tribunal Federal. Vale destacar um aspecto já comentado, mas que pode ter passado despercebido por você... Embora a Constituição não tenha especificado em que espécie de crime é necessária a autorização da Câmara dos Deputados para o julgamento de Ministro de Estado, o STF firmou entendimento de que essa autorização da Câmara só se aplica aos crimes praticados por Ministro em conexão com o Chefe do Executivo. Portanto, se o Ministro de Estado pratica crime autônomo, sem conexão com delito praticado pelo Presidente da República, será ele julgado pelo Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, c) sem necessidade de autorização da Câmara dos Deputados. Item errado. 21. (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Os ministros de Estado, nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, como regra geral, serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça. De acordo com o art. 102, I, “c”, os ministros de Estado são julgados pelo STF tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de responsabilidade. Lembrando que, se os crimes de responsabilidade tiverem conexão com delito praticado pelo Presidente da República, a competência para julgamento será do Senado Federal (CF, art. 52, I). Item errado. 22. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 17ª REGIÃO/2009) São crimes de responsabilidade os atos do CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 20 www.pontodosconcursos.com.br presidente da República que atentem contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais. Como vimos, e segundo o art. 85 da CF/88, são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.” Item certo. 23. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) As infrações penais praticadas pelo presidente da República durante a vigência do mandato, sem qualquer relação com a função presidencial, serão objeto de imediata persecutio criminis. Nesse caso, não haverá a persecução criminal, não haverá a responsabilização do Presidente. Na vigência de seu mandato, o Presidente da República não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4°). Item errado. 24. (CESPE/AGENTE JURÍDICO/MPE-AM/2008) A imunidade formal relativa à prisão do presidente da República não se aplica ao Poder Executivo estadual. Segundo a jurisprudência do STF, de todas as imunidades formais do Presidente da República, somente pode ser estendida aos governadores de Estado uma única: a necessidade de autorização do Poder Legislativo para o processo, por dois terços de seus membros. É dizer que poderá a Constituição do Estado dispor que o Governador só será processado e julgado pelo STJ após prévia autorização da Assembléia Legislativa, por decisão de dois terços de seus membros. Item certo. 25. (CESPE/DELEGADO/SECAD/TO/2008) O presidente da República, no exercício de suas funções, só pode ser preso após o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Essa questão pega muita gente desprevenida. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 21 www.pontodosconcursos.com.br Como vimos, o Presidente dispõede imunidade formal quanto à prisão. Assim, enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão (art. 86, § 3º). É dizer, não pode o Presidente da República ser preso cautelarmente (por exemplo, em flagrante delito). Para sua prisão exige-se uma sentença de mérito. Entretanto, a Constituição Federal não exige que a decisão de mérito tenha transitado em julgado. Lembrando que o trânsito em julgado ocorre quando a decisão já se tornou definitiva, na medida em que não se admite mais recursos. Item errado. 1.3 – Ministros de Estado e Órgãos de consulta do Presidente da República Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos (CF, art. 87). Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República; II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério; IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República. 26. (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Os Ministros de Estado serão escolhidos entre brasileiros natos maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. Os ministros de Estado serão escolhidos entre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. Mas não há a necessidade de que sejam brasileiros natos, com a exceção do ministro de Estado da defesa (art. 12, §3°, VII). Item errado. Os órgãos de consulta do Presidente da República são o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (CF, arts. 89 a 91). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 22 www.pontodosconcursos.com.br Esses são órgãos de consulta do Presidente da República (sem caráter decisório, mas meramente opinativo) e apresentam determinadas atribuições em comum (como, por exemplo, se pronunciar (opinar) sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal (CF, art. 90, I e art. 91, § 1º, II)). Nos termos do art. 90 da CF/88, compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre (i) intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; e (ii) as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. Já o Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, ao qual compete (art. 91, §1°): I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz; II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático. 27. (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) O Conselho da República é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático. A questão confundiu o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. A CF/88 relaciona expressamente o Conselho de Defesa Nacional (e não o Conselho da República) aos assuntos relativos à soberania nacional e a defesa do Estado democrático (CF, art. 91, caput). Item errado. 28. (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Nos termos da Constituição Federal, uma vez convocado, pelo Presidente da República, para pronunciar-se sobre questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas, as manifestações do Conselho da República serão vinculativas das decisões e das ações executivas do governo. A assertiva está errada, pois o Conselho da República (CF, art. 89) e o Conselho de Defesa Nacional (CF, art. 91) são órgãos consultivos do Presidente da República, cujas manifestações são mera- mente opinativas. Ou seja, não vinculam o Presidente da República. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 23 www.pontodosconcursos.com.br Item errado. 29. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Diversamente do que ocorre no presidencialismo, no sistema parlamentarista o chamado referendo ministerial tem o valor de sustentar a validade do ato praticado pelo Chefe de Estado. Esse assunto não é pacificado na doutrina. Mas, de se observar que a Esaf respaldou a posição que, a meu ver, é dominante, sendo defendida, por exemplo, pelo prof. José Afonso da Silva. Segundo essa linha doutrinária, não é condição de validade do ato presidencial a referenda ministerial, ou seja, a chancela dada aos atos do Presidente da República pelo ministro da pasta correspondente. José Afonso registra que os ministros de Estado têm importância maior no parlamentarismo, em que eles efetivamente exercem o comando das funções de governo. Ao contrário, no presidencialismo, os ministros não passam de meros auxiliares do Presidente da República. Continua o respeitado professor afirmando que o referendo ministerial é de pouca importância no sistema presidencialista, já que não interfere na validade do ato. Ou seja, se o ministro não assina o ato, nem por isso ele deixa de valer ou ter eficácia. Item certo. Façamos outras questões sobre o Poder Executivo. 30. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A Constituição de Estado-membro pode atribuir competência ao Governador para dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração estadual, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, não havendo ilegalidade ou inconstitucionalidade se tal decreto revogar lei anterior em sentido contrário. Trata-se do decreto autônomo, competência excepcional outorgada ao Presidente da República para tratar de matérias específicas enumeradas (CF, art. 84, VI). Essa competência estende-se aos Governadores dos Estados e do Distrito Federal e aos Prefeitos, que poderão, nas respectivas esferas, disciplinar as referidas matérias por meio de decreto autônomo. Está correta também a parte final que afirma que não haverá ilegalidade ou inconstitucionalidade se o decreto autônomo revogar lei anterior em sentido contrário. Afinal, o decreto autônomo tem força de lei (desde que verse sobre aquelas específicas matérias listadas no art. 84, VI da CF/88) e pode revogar lei em sentido contrário. Item certo. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 24 www.pontodosconcursos.com.br 31. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Lei cujo projeto tenha sido de iniciativa parlamentar pode prever eleições diretas, com participação da comunidade escolar, para os cargos de direção das instituições públicas de ensino. Os cargos de direção das instituições públicas de ensino são cargos em comissão, providos mediante livre nomeação e exoneração do chefe do Poder Executivo. Assim, caso o Legislativo esteja disciplinando outra forma de provimento desses cargos, estará havendo ofensa à separação dos poderes, por afetar competência do Chefe do Poder Executivo. Assim já decidiu o STF num caso concreto ocorrido no Estado de Santa Catarina (ADI123, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 03/02/1997). Item errado. 32. (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Por força de disposição constitucional, as posses do Presidente e do Vice-Presidente da República deverão ser sempre simultâneas, sob pena dos cargos serem declarados vagos. Não há essa regra constitucional de que a posse deve ser simultânea. Aliás, caso o Presidente não assuma dentro dos dez dias da data fixada para a posse, poderá o Vice (dentro desse período) assumir e governar normalmente, sem que haja declaração de vacância do cargo. Apenas se os dois não assumirem é que os cargos serão declarados vagos (CF, art. 78, parágrafo único). Item errado. 33. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) O Presidente ficará suspenso de suas funções nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade quando autorizados os respectivos processamentos pela Câmara dos Deputados. Ao contrário do afirmado no enunciado, a autorização da Câmara dos Deputados não impõe a suspensão do Presidente da República. O Presidente só ficará suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º): a) nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; b) nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. Lembrando que o prazo máximo de suspensão do Presidente da República do exercício de suas funções presidenciais é de cento e oitenta dias. De acordo com a Constituição, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, caso o julgamento ainda não esteja concluído, cessará o afastamento do CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 25 www.pontodosconcursos.com.br Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (CF, art. 86, § 2º). Item errado. 34. (ESAF/AFT/2003) Embora a Constituição Federal determine que a criação ou extinção de cargos, no âmbito do Poder Executivo, deva ocorrer por meio de lei, no caso do cargo estar vago, sua extinção poderá se dar por meio de Decreto do Presidente da República. A Constituição outorga competência ao Presidente da República para, mediante decreto, extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos (CF, art. 84, VI, b). Item certo. 35. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Em caso de crime de responsabilidade do Presidente da República, a competência para o julgamento é do Senado Federal, sendo que a condenação depende da deliberação favorável do equivalente a 2/3 dos votos daquela Casa Parlamentar. De fato, no caso de crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República a competência para julgamento é do Senado Federal (CF, art. 52, I). Esse julgamento será presidido pelo Presidente o do Supremo Tribunal Federal e a condenação – que somente será proferida por dois terços dos votos dos senadores – limitar-se-á à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (CF, art. 52, parágrafo único). Item certo. 36. (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Na eleição para Presidente da República, se antes do segundo turno ocorrer a morte do candidato a Presidente da República, o candidato a Vice- Presidente assume a cabeça da chapa e, no caso de sua eleição, em seus impedimentos, ele será substituído, sucessivamente, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, pelo Presidente do Senado Federal e pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. Caso ocorra morte, desistência ou impedimento legal de candidato antes de realizado o segundo turno, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação (CF, art. 77, § 4º). Item errado. 37. (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Os eleitos para assumirem os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, no caso de vacância dos dois cargos, serão sempre eleitos apenas para completar o período que resta do mandato, seja CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 26 www.pontodosconcursos.com.br essa eleição uma eleição geral ou uma eleição indireta, feita no âmbito do Congresso Nacional. A assertiva está de acordo com o § 2º do art. 81 da CF/88. No caso de nova eleição para Presidente da República, os eleitos deverão apenas completar o período de seus antecessores – o que configura o denominado mandato “tampão”. Item certo. 38. (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O presidente da República pode delegar a Ministro de Estado sua competência para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos vagos. A competência do Presidente da República para a edição de decreto autônomo, de fato, pode ser delegada aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União (CF, art. 84, parágrafo único). É o caso da competência para extinguir funções ou cargos públicos quando vagos prevista no art. 84, VI, da Constituição. Item certo. Aguardo você na próxima aula. Bons estudos! Fred Dias 2 – Exercícios de Fixação 39. (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete ao Senado Federal julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade e nos crimes comuns conexos com aqueles. 40. (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções após a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da instauração do processo por crime de responsabilidade ou do recebimento da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal, nos crimes comuns. 41. (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados e o do Supremo Tribunal Federal. 42. (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Ocorrendo a vacância simultânea, nos últimos dois anos do período presidencial, dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República, a CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 27 www.pontodosconcursos.com.br eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. 43. (CESPE/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008) O presidente da República pode delegar aos ministros de Estado, conforme determinação constitucional, a competência de prover cargos públicos, a qual se estende também à possibilidade de desprovimento, ou seja, de demissão de servidores públicos. 44. (CESPE/ESCRIVÃO/SGA/AC/2008) A extinção de funções ou cargos públicos vagos é competência privativa do presidente da República, exercida por meio de decreto. 45. (CESPE/ADVOGADO/CODEBA/2006) O poder de vetar projetos de lei é uma das competências do presidente da República, que pode ser delegada aos ministros de Estado, dentro de sua área de atuação. 46. (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) A competência do Presidente da República para permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente pode ser delegada ao Ministro de Estado da Defesa, por expressa previsão constitucional. 47. (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, por infrações penais comuns ou por crimes de responsabilidade, ficará o Presidente da República, em conseqüência da admissão da acusação, suspenso das suas funções até o término do processo. 48. (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre a criação ouextinção de órgãos públicos, desde que não implique aumento de despesa. 49. (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Compete ao Presidente da República exercer o comando supremo das Forças Armadas e ao Ministro de Estado da Defesa, por força das suas atribuições administrativas, a nomeação dos oficiais-generais para os cargos que lhes são privativos. 50. (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Compete ao Presidente da República nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros dos Tribunais Superiores, o presidente e os diretores do Banco Central. 51. (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Nos termos da Constituição Federal, o Presidente da República, na vigência de seu CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 28 www.pontodosconcursos.com.br mandato, só pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções quando o ilícito for de natureza penal. 52. (CESPE/PROCURADOR CONSULTIVO/TCE/PE/2004) O presidente da República pode, mediante decreto, extinguir funções e cargos públicos vagos. 53. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DE 1ª CLASSE/TO/2008) O presidente da República só pode ser submetido a julgamento perante o STF, nas infrações penais comuns, após autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros. 54. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) O presidente da República não pratica crime de responsabilidade quando descumpre uma decisão judicial que entende ser inconstitucional ou contrária ao interesse público. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 29 www.pontodosconcursos.com.br GABARITOS OFICIAIS 39. E 40. E 41. E 42. C 43. C 44. C 45. E 46. E 47. E 48. E 49. E 50. C 51. E 52. C 53. C 54. E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional, 2009. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 2009. MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 2009. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 2007. MORAES, Alexandre. Direito Constitucional, 2010. José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010. http://www.stf.jus.br http://www.mp.mg.gov.br http://www.cespe.unb.br http://www.esaf.fazenda.gov.br
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