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Poder Executivo: Atribuições e Responsabilidades

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CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR 
PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 8 – Poder Executivo 
Olá! 
Continuemos com nossa análise sobre os poderes da república. 
Nas duas últimas aulas conversamos sobre o Poder Legislativo. Hoje eu 
tratarei do Poder Executivo. E na próxima aula veremos o Poder 
Judiciário. 
Observe nosso conteúdo de hoje. 
1 – Poder Executivo 
1.1 – Atribuições do Presidente da República 
1.2 – Responsabilidades do Presidente da República 
1.3 – Ministros de Estado e Órgãos de consulta do Presidente da 
República 
2 – Exercícios de Fixação 
Preciso te dar uma dica sobre o estudo do Poder Executivo para 
concursos. Apesar de considerar que o aluno deve estudar todos os 
aspectos, não tenho receio de afirmar que o mais recorrente são as 
questões que versam sobre responsabilização do Presidente da 
República (incluindo as imunidades) e atribuições do Presidente da 
República (especialmente as delegáveis e o decreto autônomo). 
Portanto, bastante atenção a esses aspectos. 
Seja bem-vinda ou bem-vindo a mais uma aula. E espero que aprecie! 
Desejo-lhe ótimos estudos! 
1 – Poder Executivo 
Como vimos ao estudar a organização dos poderes, o exercício precípuo 
das funções estatais essenciais será atribuído a órgãos independentes 
entre si (daí a chamada divisão dos poderes). 
Pois bem, um desses poderes é exatamente o Poder Executivo, que é 
abordado pela nossa Constituição entre os arts. 76 e 91. 
O Poder Executivo exerce a função típica de administrar. Isso 
compreende funções de governo e de administração da coisa pública. 
Como as funções estatais não são atribuídas aos órgãos de forma 
exclusiva, o Poder Executivo também exerce funções atípicas: 
I) função legislativa: edição de medidas provisórias e decretos 
autônomos; 
II) função de julgamento: no âmbito de processos administrativos. 
Veja como as matérias estão entrelaçadas! Ao estudar as medidas 
provisórias na última aula, talvez você nem tenha se dado conta de que 
 
 
 
 
 
 
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se trata de exercício de função legislativa pelo Poder Executivo (como 
um exemplo de função atípica). 
Bem, como vimos em aula anterior, adotamos o sistema de governo 
denominado presidencialismo. Ou seja, o Presidente da República 
exerce, simultaneamente, a chefia de Estado e a chefia de Governo. 
Ele figura como chefe de Estado quando representa a República 
Federativa do Brasil frente a outros Estados soberanos ou perante 
organizações internacionais (quando celebra um tratado internacional, 
por exemplo). Ou mesmo quando corporifica internamente a unidade 
nacional (quando decreta a intervenção federal para manter a integridade 
nacional – art. 34, I –, por exemplo). 
Já o exercício da chefia de governo se dá quando o Presidente da 
República cuida dos negócios internos de interesse da sociedade 
brasileira (quando atua como administrador, por exemplo). 
Deixe-me utilizar algumas questões do Cespe para treinarmos esse 
assunto. 
1. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) No 
sistema de governo presidencialista, o chefe de governo é também o 
chefe de Estado. 
De fato, o sistema presidencialista é o que reúne na mesma pessoa as 
funções de chefe de Estado e chefe de governo (chefia monocrática, 
como vimos na organização do Estado). 
Item certo. 
2. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) 
Quando o presidente da República celebra um tratado internacional, 
o faz como chefe de governo. 
Ao celebrar um tratado internacional o presidente da República age como 
chefe de Estado. Estaria na função de governo se estivesse, por 
exemplo, cuidando de assuntos relativos à Administração Pública. 
Item errado. 
O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado 
pelos Ministros de Estado (CF, art. 76). A eleição do Presidente da 
República importará a do Vice-Presidente com ele registrado. 
Observe que essa regra, que talvez nos pareça lógica, não valia em 
outros tempos, em que as eleições de Presidente e Vice eram 
independentes. 
Mas como se dá a escolha do Presidente da República? Em ano de 
eleição todo mundo sabe disso... 
 
 
 
 
 
 
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O Presidente e o Vice-Presidente são eleitos pelo sistema majoritário. 
Será eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos 
(excluídos brancos e nulos), mesmo que seja necessário um segundo 
turno para o atingimento desse limite. 
Antes de realizado o segundo turno, caso venha a ocorrer morte, 
desistência ou impedimento legal de candidato (que esteja no segundo 
turno), convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação (CF, 
art. 77, § 4°). 
Na hora de definir quem vai para o segundo turno, caso haja empate 
entre o segundo e terceiro colocados, qualificar-se-á o mais idoso (CF, 
art. 77, § 5°). 
Ou seja: 
Hipótese 1: Dilma e Serra vão para o segundo turno. Caso um deles 
desista (Serra, por exemplo), chama-se a terceira colocada (Marina, por 
exemplo) para disputar o segundo turno que o que resta (Dilma, nesse 
caso). 
Hipótese 2: Supondo que Dilma fique em primeiro lugar, caso haja 
empate entre Marina e Serra, vai para o segundo turno o mais idoso 
(Serra, creio eu). 
Por fim, lembre-se que só haverá segundo turno se não for obtida a 
maioria absoluta dos votos no primeiro turno. 
Outra hipótese interessante é, caso seja eleito determinado candidato e 
ele venha a falecer antes de assumir (antes da expedição do diploma), 
quem vira presidente? O segundo colocado? Não, nesse caso, o vice 
assume e governa até o fim do mandato (como veremos logo à frente). 
São condições para exercer o cargo de Presidente da República ser 
brasileiro nato, no pleno gozo dos direitos políticos e ter, pelo menos, 35 
anos de idade. 
O Presidente e o Vice tomarão posse em sessão do Congresso 
Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a 
Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, 
sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. 
Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o 
Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, 
este será declarado vago. 
Segundo o art. 79 da CF/88, o Vice-Presidente substituirá o Presidente, 
no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no caso de vaga. Ademais, 
auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões 
especiais (além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei 
complementar). 
 
 
 
 
 
 
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Uma regra importante de você memorizar é a ordem de substituição do 
Presidente em casos de impedimento (afastamento temporário) e 
vacância (afastamento definitivo). 
Você já observou o que acontece quando o Presidente está fora do país? 
Quem assume a Presidência da República? E se vagasse 
simultaneamente os cargos de presidente e vice, a quem caberia 
governar o país? 
Bem, essas questões são resolvidas pelos arts. 80 e 81 da CF/88. 
Nesse sentido, em caso de impedimento do Presidente e do Vice-
Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente 
chamados ao exercício da Presidência (nessa ordem): (1) o Presidente 
da Câmara dos Deputados; (2) o do Senado Federal; e (3) o do Supremo 
Tribunal Federal. 
É exatamente o que acontece quando o presidente e o Vice viajam para 
representar o país perante outras nações, como acontece ao se 
estabelecerem acordos comerciais internacionais. 
Já no caso de vacância dos cargos de Presidente eVice-Presidente da 
República: 
I) se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato far-se-á 
eleição direta noventa dias depois de aberta a última vaga; 
II) todavia, se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do período 
presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias 
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional (eleição indireta). 
Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus 
antecessores. 
Em suma, no caso de vacância, o Vice poderá substituir o Presidente de 
forma definitiva. Entretanto, se houver vacância dos dois cargos, a 
substituição será apenas temporária, enquanto não se realizam as 
eleições descritas acima. 
O Presidente e o Vice Presidente da República não poderão, sem licença 
do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a 
quinze dias, sob pena de perda do cargo (CF, art. 83). Segundo o STF, 
essa regra é de observância obrigatória pelos estados-membros, no que 
se refere ao Governador. 
Será que isso cai? 
3. (ESAF/AFC/CGU/2008) Leia o trecho a seguir, que retrata situação 
ocorrida na vigência da Constituição Federal de 1946, e, depois, 
assinale a única opção correta relativa ao Poder Executivo segundo 
as normas da Constituição de 1988: 
“Abertas as urnas, Jânio Quadros venceu a corrida presidencial com 
5.626.623 votos (48%), contra 3.846.825 de Lott (28%) e 2.195.709 
 
 
 
 
 
 
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(23%) de Adhemar de Barros. Mas seu companheiro de chapa, Milton 
Campos, apesar de ter recebido 4.237.719 votos (36%), perdeu para 
João Goulart, que foi novamente eleito vice-presidente com 4.547.010 
votos (39%).” (Fábio Koifman [Org.]. Presidentes do Brasil: de 
Deodoro a FHC. Rio de Janeiro: Rio, 2002, p. 547). 
a) Com resultado de eleição proporcionalmente idêntico ao narrado no 
texto não haveria segundo turno. 
b) O presidente e o vice-presidente da República tomam posse em 
sessão do Tribunal Superior Eleitoral. 
c) Não ocorreria diferença no número de votos entre o candidato a 
presidente e o candidato a vice-presidente. 
d) O cargo será declarado vago se, na data fixada para a posse, o 
presidente ou o vice-presidente não o assumir. 
e) No caso de vacância dos cargos de presidente e de vice-presidente 
da República nos últimos três anos do mandato, o Congresso 
Nacional fará eleição para ambos os cargos trinta dias depois da 
última vaga. 
A alternativa “a” está errada, já que haveria sim segundo turno. Só não 
haverá segundo turno se um dos candidatos alcançar maioria absoluta 
na primeira votação. Caso nenhum alcance essa maioria absoluta dos 
votos válidos far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação 
do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e 
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos 
(CF, art. 77, §3°). 
A alternativa “b” está errada, pois o Presidente e o Vice tomam posse em 
sessão do Congresso Nacional (CF, art. 78). 
A alternativa “c” está correta, pois hoje eles formam um chapa única. 
Nesse sentido, a eleição do Presidente acarreta a do Vice com ele 
registrado (CF, art. 77, § 1°). 
A alternativa “d” está errada, pois o cargo só é declarado vago se eles 
não assumirem dentro de dez dias decorridos da data fixada para a 
posse (CF, art. 78, parágrafo único). 
A alternativa “e” está errada, pois só haverá eleição indireta (pelo 
Congresso Nacional) se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do 
período presidencial. 
Gabarito: “c” 
4. (ESAF/AFRFB/2009) Vagando os cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de 
aberta a última vaga. 
Essa assertiva foi considerada correta pela Esaf, por estar de acordo 
com a literalidade do caput do art. 81 da CF/88. Entretanto, me parece 
 
 
 
 
 
 
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conter uma impropriedade, já que não especifica se a vacância dos dois 
cargos ocorreu nos primeiros dois anos, ou nos últimos dois anos de 
mandato. Em realidade, se a vacância tiver ocorrido nos últimos dois 
anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita 
trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional (CF, art. 81, § 
1°). 
5. (ESAF/AFRE/RN/2005) Caso sejam declarados vagos os cargos de 
presidente e vice-presidente da República, durante o penúltimo ano 
dos seus mandatos, serão realizadas, antecipadamente, as eleições 
que ocorreriam no último ano do mandato, cabendo aos eleitos 
completar o período de mandato de seus antecessores. 
No caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da 
República faltando menos de dois anos para o término do mandato, 
farse-á eleição para ambos os cargos no prazo de trinta dias depois 
da última vaga, pelo Congresso Nacional (eleição indireta), na forma da 
lei. Portanto, errada a questão. 
De qualquer forma, de fato, os eleitos apenas completarão o período de 
seus antecessores (não serão eleitos para um mandato completo, de 
quatro anos). 
Item errado. 
6. (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Se, por qualquer motivo, o presidente 
da República não tomar posse na data fixada no texto constitucional, 
o cargo será declarado vago, após dez dias, contados dessa data. 
Observe os detalhes. Decorridos dez dias da data fixada para a posse, 
o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não 
tiver assumido o cargo, este será declarado vago (CF, art. 78, parágrafo 
único). 
Assim, em primeiro lugar, a assertiva afirma que a vacância será 
declarada se o Presidente não tomar posse, não fazendo referência à 
exceção de motivo de força maior. 
Ademais, se a vacância for só do cargo de Presidente, o Vice suceder-
lhe-á (CF, art. 79). 
Item errado. 
1.1 – Atribuições do Presidente da República 
O art. 84 da Constituição Federal estabelece quais são as atribuições do 
Presidente da República. Observe abaixo, atentando para os destaques 
em negrito. 
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; 
 
 
 
 
 
 
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II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da 
administração federal; 
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na 
Constituição; 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execução; 
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de 
órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus 
representantes diplomáticos; 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a 
referendo do Congresso Nacional; 
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; 
X - decretar e executar a intervenção federal; 
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por 
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e 
solicitando as providências que julgar necessárias; 
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, 
dos órgãos instituídos em lei; 
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus 
oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores 
de Territórios,o Procurador-Geral da República, o presidente e os 
diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em 
lei; 
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal 
de Contas da União; 
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e 
o Advogado-Geral da União; 
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 
89, VII; 
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional; 
 
 
 
 
 
 
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XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo 
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo 
das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou 
parcialmente, a mobilização nacional; 
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso 
Nacional; 
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; 
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças 
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente; 
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei 
de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta 
Constituição; 
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta 
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao 
exercício anterior; 
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; 
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; 
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. 
Com uma leitura atenta, você pode observar que diversas competências 
dessa lista são bem intuitivas. Ou seja, está na cara que se referem a 
atividades de responsabilidade do Presidente da República. 
Isso facilita a sua vida, certo? Afinal, a quem mais competiria 
competências como as seguintes: nomear ministros; exercer a direção da 
administração pública; iniciar, sancionar, promulgar, fazer publicar e vetar 
projetos de lei; manter relação outros Estados e celebrar tratados 
internacionais; decretar estado de defesa, de sítio e intervenção; enviar 
ao Congresso seu plano de governo, leis orçamentárias e prestar contas; 
entre outras? 
Sugiro que você dê mais uma lida com esse foco: observar que a grande 
maioria das competências naturalmente são associadas à figura do 
Presidente da República. 
Observe ainda que os incisos III a V e XXVI apresentam competências 
relacionadas ao processo legislativo, já estudadas em aula anterior. 
De se destacar que, no que for pertinente, essas atribuições serão 
estendidas aos governadores e prefeitos municipais. 
Passo a mencionar os detalhes mais importantes para concursos: (i) 
distinção entre o decreto regulamentar e decreto autônomo; e (ii) 
delegação de competências aos ministros de Estado, AGU e PGR. 
 
 
 
 
 
 
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Poder regulamentar e decreto autônomo 
Trata-se da distinção entre as competências previstas nos incisos IV e VI 
do art. 84 da CF/88. Vejamos: 
Compete privativamente ao Presidente da República: 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execução; 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de 
órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
Tenha em mente que até a EC n° 32/2001 nossa Constituição autorizava 
ao Presidente da República apenas a edição de decretos regulamentares 
(CF, art. 84, IV). Trata-se de prerrogativa exclusiva do Chefe do Poder 
Executivo de editar decretos e regulamentos (normas infralegais) que 
visem a regulamentar leis. 
Pois bem, a EC n° 32/2001 deu ao chefe do poder executivo 
competência para a edição dos chamados decretos autônomos (com 
força de lei), exclusivamente nas seguintes hipóteses (CF, art. 84, VI): 
I - organização e funcionamento da administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; 
II - extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
Ou seja, hoje, o chamado decreto autônomo (atos primários, diretamente 
hauridos no texto da Constituição) está expressamente autorizado, mas 
apenas nessas situações restritas explicitadas no inciso VI do art. 84 do 
texto constitucional. 
Portanto, os decretos regulamentar (inc. IV) e autônomo (inc. VI) não se 
confundem. E você não pode confundi-los! 
O decreto regulamentar (CF, art. 84, IV) é editado para assegurar a fiel 
execução das leis, tem fundamento de validade na lei e status de norma 
secundária, infralegal. Quanto ao decreto autônomo (CF, art. 84, VI), ele 
tira seu fundamento de validade diretamente da Constituição e tem status 
de norma primária, equiparado às demais leis. 
Como veremos logo a seguir, o decreto regulamentar não é delegável. Já 
o decreto autônomo poderá ser delegado pelo Presidente da 
República aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou 
ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas 
respectivas delegações (CF, art. 84, parágrafo único). 
 
 
 
 
 
 
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Cabe destacar que, nos termos do art. 88 da CF/88, a lei disporá sobre a 
criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. 
Competências delegáveis aos ministros de Estado, ao AGU e ao 
PGR 
O parágrafo único do art. 84 é um dos dispositivos da Constituição mais 
cobrados em concurso e, de fato, é de suma importância. Esse 
dispositivo enumera as atribuições do Presidente da República que são 
delegáveis aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República 
(PGR) ou ao Advogado-Geral da União (incisos VI, XII e XXV, primeira 
parte). 
Assim, as competências delegáveis são apenas: 
I) edição do decreto autônomo (CF, art. 84, VI); 
II) conceder indultos e comutar penas (CF, art. 84, XII); 
III) prover os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). 
Quanto a esse último ponto, fique atento! 
Compete privativamente ao Presidente da República prover e extinguir 
os cargos públicos federais, na forma da lei (CF, art. 84, XXV). 
O provimento pode ser delegado aos Ministros de Estado, ao 
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União. A 
extinção não! 
Entretanto, se o cargo estiver vago, trata-se da extinção de cargos 
vagos, que o Presidente da República pode realizar por meio de decreto 
autônomo (nos termos do art. 84, VI, “b” da CF/88). Nesse caso, se é 
decreto autônomo, pode ser delegado também. 
Cabe comentar que o provimento e a extinção dos cargos públicos por 
ato do Presidente abrangem os cargos do Poder Executivo. 
Outro detalhe interessante é que, para o Supremo Tribunal Federal, a 
competência para prover cargos públicos (CF, art. 84, XXV, primeira 
parte) abrange a de desprovê-los. Portanto, a competência de desprover 
os cargos públicos é susceptível de delegação a Ministro de Estado (CF, 
art. 84, parágrafo único). 
Com isso é válida a Portaria de um Ministro de Estado que, no uso de 
competência delegada, aplica a pena de demissão a servidor (MS 
25.518, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 10-8-2006). 
Repare que, ao enumerar expressamente as matérias que são 
delegáveis, de certa forma, a Constituição está também fixando as 
matérias que são indelegáveis (demais incisos do art. 84 da CF/88). 
E, antes que alguém me pergunte, o “indulto” é uma espécie de graça 
processual penal. Trata-sede ato de clemência do Poder Executivo, que 
 
 
 
 
 
 
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extingue a punibilidade (o poder de punir por parte do Estado para 
aquele condenado). 
Por favor, não marque bobeira! Memorize essas hipóteses em que o 
decreto autônomo se aplica, bem como as competências do Presidente 
que podem ser delegadas. E vá para sua prova tranquila (ou tranquilo)... 
7. (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O decreto 
autônomo, isto é, o decreto de perfil não regulamentar, cujo 
fundamento de validade repousa diretamente na Constituição, não é 
admitido pela ordem constitucional em vigor. 
Com a aprovação da EC n° 32/2001, o chefe do Poder Executivo passou 
a ter a competência para a edição dos chamados decretos autônomos, 
hauridos diretamente da Constituição. 
De se destacar que há autorização, mas apenas nas situações restritas 
explicitadas no inciso VI do art. 84 do texto constitucional. 
Item errado. 
8. (ESAF/ACE/TCU/2006) O Presidente da República pode criar, por 
decreto, órgão público, desde que essa criação não implique 
aumento de despesa. 
Determina a Constituição que compete privativamente ao Presidente da 
República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento 
da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos (CF, art. 84, VI, “a”). 
Criação e extinção de órgãos públicos é competência do Congresso 
Nacional, mediante lei, com a sanção do Presidente da República (art. 
48, XI). 
Item errado. 
9. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) As atribuições 
constitucionais do Presidente da República na condição de Chefe de 
Estado são delegáveis aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da 
República ou ao Advogado-Geral da União. 
Como você já sabe, somente nas hipóteses expressamente estabelecidas pela 
Constituição é que é possível a delegação de competências por parte do 
Presidente da República. Assim, não podemos considerar que as atribuições 
do Presidente na condição de Chefe de Estado em geral sejam delegáveis. 
Item errado. 
10. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Compete ao 
Presidente da República a nomeação dos Ministros de Estado, a 
qual, em certas situações, se condiciona à aprovação do Conselho 
da República. 
 
 
 
 
 
 
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A nomeação e a exoneração dos ministros de Estado não estão 
condicionadas à aprovação do Conselho da República. Portanto, errada 
a questão. 
Item errado. 
11. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Entre as 
competências do Presidente se encontra a de convocar o Conselho 
da República e o Conselho de Defesa Nacional, embora 
eventualmente possa delegar a atribuição de presidi-los. 
De fato, convocar o Conselho da República e o Conselho de Defesa 
Nacional é competência do Presidente (CF, art. 84, XVIII). Todavia, não 
se trata de competência delegável. 
Item errado. 
12. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) A CF atribuiu ao presidente da 
República a competência privativa para prover e extinguir os cargos 
públicos federais, na forma da lei. 
Trata-se da competência prevista no inciso XXV do art. 84. Houve alunos 
meus que erraram essa questão, argumentando que só seria 
competência do presidente da República extinguir os cargos públicos 
quando eles estiverem vagos. 
Veja que uma coisa é a competência prevista no inciso XXV de extinção 
dos cargos, que será exercida na forma da lei (nos limites que a lei 
determinar). Essa competência está expressa na Constituição, e a 
questão foi mera transcrição. Portanto, está correta. 
Por outro lado, há a competência para extinguir cargos vagos mediante 
decreto autônomo, de acordo com o art. 84, VI, “b”. Observe que o 
decreto autônomo tira fundamento de validade diretamente da 
Constituição. 
Item certo. 
13. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) O presidente da República não 
dispõe de competência constitucional para conceder indulto, por se 
tratar de competência exclusiva do Poder Judiciário. 
Compete privativamente ao Presidente da República conceder indulto e 
comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em 
lei (CF, art. 84, XII). Saiba essa competência, pois ela é delegável. 
Item errado. 
14. (CESPE/TJDF/CONTROLE INTERNO/2008) O presidente da 
República tem competência para delegar, aos presidentes dos 
tribunais, a competência de prover e extinguir os cargos públicos 
federais no âmbito da administração pública direta, o que abrange o 
Poder Judiciário. 
 
 
 
 
 
 
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A competência para prover cargos públicos em tribunais é do próprio 
Poder Judiciário (e não do Presidente da República). 
“Art. 96. Compete privativamente: 
I - aos tribunais: 
(...) 
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da 
respectiva jurisdição; 
(...) 
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto 
no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto 
os de confiança assim definidos em lei;” 
Item errado. 
15. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Compete privativamente ao 
presidente da República extinguir os cargos públicos federais, na 
forma da lei. 
De fato, nos termos do art. 84, XXV da CF/88, compete ao presidente da 
República prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da 
lei. 
Observe um detalhe: quanto a esse inciso, a Constituição estabelece que 
seria delegável apenas a competência prevista na “primeira parte”. 
Como as competências desse inciso são (i) prover e (ii) extinguir, 
entende-se que o presidente pode delegar o provimento dos cargos, mas 
não a extinção de cargos ocupados. 
Se o cargo estiver vago, aí sim. Ele cai na regra do decreto autônomo 
(CF, art. 84, VI, “b”) e aí pode ser delegado. 
Item certo. 
16. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Conforme entendimento do 
STF, o presidente da República pode delegar aos ministros de 
Estado, por meio de decreto, a atribuição de demitir, no âmbito das 
suas respectivas pastas, servidores públicos federais. 
Compete ao presidente da República prover os cargos públicos federais 
(CF, art. 84, XXV, primeira parte). Nos termos do parágrafo único do art. 
84, essa competência poderá ser delegada aos ministros de Estado, ao 
Procurador Geral da República e ao Advogado Geral da União. 
Pois bem, segundo o STF, essa competência para prover cargos 
públicos abrange a competência de desprovê-los. Assim, pode o ministro 
de Estado, com base em competência delegada, aplicar pena de 
demissão a servidor. 
Item certo. 
 
 
 
 
 
 
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1.2 – Responsabilidades do Presidente da República 
Nos arts. 85 e 86, a Constituição estabelece os crimes de 
responsabilidade do Presidente da República, bem como o 
procedimento de sua responsabilização. 
Os crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas 
cometidas no desempenho da função. 
A Constituição estabelece rol exemplificativo de crimes de 
responsabilidade, como sendo os atos do Presidente da República que 
atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: 
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do 
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da 
Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V- a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
Esses crimes serão definidos em lei federal, que estabelecerá as 
normas de processo e julgamento. 
Atenção! Lei federal é que estabelecerá os crimes de responsabilidade, 
mesmo os dos governadores ou prefeitos, uma vez que compete à 
União legislar sobre direito penal. 
São da competência legislativa da União a definição dos crimes de 
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de 
processo e julgamento. (Súmula 722 do STF) 
Pois bem, além dos crimes de responsabilidade, o Presidente da 
República também será responsabilizado por infrações penais comuns, 
ou crimes comuns, se tiverem relação com o exercício do mandato. 
Explicarei melhor esse aspecto ao tratar das imunidades do Presidente 
da República. 
Antes eu gostaria de detalhar como funciona o processo de 
responsabilização do Presidente, nos termos do art. 86 da CF/88. 
Como veremos logo a seguir, a Câmara deve autorizar o processo de 
responsabilização do Presidente. Pois bem, uma vez admitida a 
acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara 
dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo 
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado 
Federal, nos crimes de responsabilidade (CF, art. 86). 
 
 
 
 
 
 
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Infrações penais comuns → STF 
Crimes de responsabilidade → Senado Federal 
Em suma, o processo de responsabilização do Presidente da República 
passa por duas fases sequenciais: 
a) admissão da acusação, por dois terços da Câmara dos Deputados; 
b) julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações 
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de 
responsabilidade. 
A repetição é que ajuda a memorização...rs 
Uma vez admitida a acusação pela Câmara dos Deputados, o Presidente 
ficará suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º): 
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime 
pelo Supremo Tribunal Federal; 
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo 
Senado Federal. 
Entretanto, essa suspensão das atividades presidenciais não poderá 
ultrapassar o prazo de cento e oitenta dias. Com efeito, decorrido o 
prazo de 180 dias sem que o julgamento esteja concluído, cessará o 
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do 
processo (CF, art. 86, § 2º). 
Seguem algumas observações importantes acerca desse processo de 
responsabilização do Presidente da República. 
I) A autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus 
membros, não implica a suspensão do Presidente da República do 
exercício de suas funções. 
Essa suspensão só ocorrerá posteriormente, após a instauração do 
processo pelo Senado Federal (nos casos de crime de responsabilidade) 
ou se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal 
Federal (nos casos de crimes comuns); 
II) Como destaquei para você, a autorização da Câmara dos Deputados 
vincula o Senado Federal, mas não vincula o STF. 
É o seguinte: se a Câmara dos Deputados admitir a acusação, o Senado 
Federal estará obrigado a instaurar o processo contra o Presidente da 
República nos crimes de responsabilidade. 
Por outro lado, o mesmo não acontece com o STF. Se a Câmara dos 
Deputados admitir a acusação de infração penal comum, o STF avaliará 
se recebe ou não a denúncia ou queixa-crime contra o Presidente da 
República (não estará obrigado). 
 
 
 
 
 
 
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A condenação do Presidente por crime de responsabilidade acarretará a 
perda do cargo e a inabilitação, por oito anos, para o exercício de 
função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis 
(CF, art. 52, parágrafo único). 
A condenação por crime comum em decisão transitada em julgado do 
STF também ocasionará a perda do cargo decorrente da suspensão de 
direitos políticos do Presidente da República. 
Deixe-me falar um pouco das imunidades do Presidente da República, 
disciplinadas em dispositivos do art. 86 da Constituição Federal e 
resumidas logo abaixo. 
Em primeiro lugar, uma coisa que confunde muita gente... O aluno 
aprende que os parlamentares têm imunidade material. Ou seja, são 
invioláveis, civil e penalmente, por suas manifestações, por suas 
palavras. Afinal, ora, trata-se do parlamento! 
Aí, o aluno sai carregando essa imunidade material... Achando que todo 
mundo tem imunidade material... Não! 
Você, que está em alto nível, não pode mais achar que são a mesma 
coisa a imunidade material e a imunidade formal. Não, meu caro, você 
não pode confundi-las (e a Esaf vai tentar fazer isso em algumas 
questões). 
O Presidente da República não dispõe de imunidade material, isto é, 
ele não é inviolável, civil e penalmente, por suas manifestações, ainda 
que estritamente ligadas ao exercício de suas funções presidenciais 
(essa imunidade é restrita aos membros do Poder Legislativo). Observe 
que se relaciona com as manifestações (que não estão protegidas por 
imunidade material no caso do presidente). 
Entretanto, o Presidente da República dispõe de três imunidades 
processuais (ou formais), a saber: 
a) necessidade de autorização da Câmara dos Deputados, por dois 
terços de seus membros, para que seja julgado pelo STF, nas infrações 
comuns, ou pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade (CF, 
art. 86, caput); 
b) não submissão às prisões cautelares (em flagrante, temporária ou 
preventiva), haja vista que ele somente poderá ser preso quando 
sobrevier sentença condenatória (CF, art. 86, § 3º); 
c) irresponsabilidade temporária, na vigência de seu mandato, por 
atos estranhos ao exercício de suas funções presidenciais (CF, art. 86, 
§ 4º). 
Atenção! Uma questão batida de concurso é perguntar quais dessas 
imunidades são estendidas aos governadores. Guarde isso: dessas três 
imunidades, só se aplica ao governador a primeira (autorização do 
Poder Legislativo para que possa seja julgado). 
 
 
 
 
 
 
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No que tange à terceira imunidade, ela assegura ao Presidente da 
República uma irresponsabilidade temporária em relação a certos atos, 
haja vista que, na vigência do seu mandato, ele não poderá ser 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, 
art. 86, § 4º). 
Essa terceira imunidade refere-se à prática de crime comum pelo 
Presidente da República, situação em que teremos o seguinte: 
a) se o crime comum praticado pelo Presidente da República tiver 
relação com o exercício de suas funções presidenciais, ele 
responderá por esse crime, na vigência do mandato, perante o STF, 
ficando suspenso de suas funções desde o recebimento da denúncia ou 
queixa-crime pelo STF, por até 180 dias; 
b) se o crime comum praticado pelo Presidente da República for 
estranho ao exercício de suas funções, ele não responderá por esse 
crime na vigência do seu mandato. Aliás ele só responderá por esse 
crime após o término do mandato, perante a justiça comum, haja vista 
que, com o término do mandato, expira-se o direito ao foro especial por 
prerrogativa de função. 
Você consegue identificar a distinção entre o crime comum conexo e o 
crime comum estranho ao exercício das funções? 
Por exemplo, matar alguém é um tipo de crime comum. Mas, uma coisa 
é o Presidente da República assassinar um Ministro do TCU que 
embargou uma obra de uma estrada por desvio de recursos públicos 
(tem relação com o exercício da sua função como presidente). Outra 
coisadiferente é matar o cunhado porque ele insiste em não pagar uma 
dívida antiga (não tem nada a ver com o cargo de presidente) ou 
assassinar o vizinho só porque ele é palmeirense. 
No primeiro caso, o crime foi cometido na condição de Presidente da 
República (conexo com o exercício de suas funções). Assim, ele 
responderá, na vigência do mandato, perante o STF (situação em que 
ficará suspenso de suas funções desde o recebimento da denúncia ou 
queixa-crime pelo STF, por até 180 dias). 
No segundo exemplo, o crime foi cometido na condição de cidadão 
comum (sem nenhuma conexão com o exercício das suas funções). 
Nesse caso, ele não responderá por esse crime na vigência do mandato 
perante o STF (ele só responderá por este crime após o término do 
mandato, perante a justiça comum). 
Observe atentamente os principais aspectos no esquema abaixo. 
Sintetizando: 
 
 
 
 
 
 
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Vamos ver como a Esaf tem cobrado esses assuntos. 
17. (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Admitida a acusação contra o 
Presidente da República, por dois terços do Supremo Tribunal 
Federal, será ele submetido a julgamento perante o Senado Federal, 
nas infrações penais comuns, ou perante a Câmara dos Deputados, 
nos crimes de responsabilidade. 
Questão relativamente simples! Conforme sabemos, uma vez admitida a 
acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara 
dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo 
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado 
Federal, nos crimes de responsabilidade (CF, art. 86). Daí o erro da 
questão, que trocou todos os órgãos de lugar... 
Item errado. 
18. (ESAF/TFC/CGU/2008) O Presidente da República, na vigência de 
seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao 
exercício de suas funções. 
A questão apresenta corretamente uma das imunidades do Presidente 
da República, que assegura a ele uma irresponsabilidade temporária em 
relação a certos atos, haja vista que, na vigência do seu mandato, ele 
não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas 
funções (CF, art. 86, § 4º). 
Item certo. 
19. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Se a Câmara 
dos Deputados autorizar a abertura de processo contra o Presidente 
da República, o Senado, no caso dos crimes de responsabilidade, 
Presidente da 
República 
Imunidades 
Responsabilização 
Não dispõe de imunidade material 
Formais 
Necessidade de autorização da CD (art. 86, caput) 
Proteção contra prisões cautelares (art. 86, §3°) 
Não será responsabilizado por atos estranhos às suas 
funções (art. 86, §4°) 
Admissão 
Julgamento 
Afastamento 
2/3 da Câmara dos Deputados 
crimes comuns
Responsabilidade
STF
SF
( Condenação 
por 2/3 ) 
Crimes 
comuns → se recebida a denúncia pelo STF 
Responsabilid. → após a instauração pelo SF
 
 
 
 
 
 
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poderá entender pelo não-prosseguimento se verificar desde logo a 
impertinência das acusações. 
Caso a Câmara autorize a instauração de processo para apuração de 
crimes de responsabilidade praticados pelo Presidente da República, o 
Senado está obrigado a promover o julgamento (CF, art. 86, § 1°, II). 
Poderá, evidentemente, absolver o Presidente, mas não pode deixar de 
instaurar o processo. 
Item errado. 
20. (ESAF/AFC/CGU/2003) Admitida pela Câmara dos Deputados a 
denúncia ou queixa contra o Presidente da República por prática de 
crime comum, está o Supremo Tribunal obrigado a receber a 
denúncia ou queixa, dando início ao processo penal. 
Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois 
terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente 
e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado (CF, art. 51, 
I). 
Como vimos, a autorização da Câmara dos Deputados obriga o Senado 
Federal, mas não obriga o Supremo Tribunal Federal. 
Vale destacar um aspecto já comentado, mas que pode ter passado 
despercebido por você... Embora a Constituição não tenha especificado 
em que espécie de crime é necessária a autorização da Câmara dos 
Deputados para o julgamento de Ministro de Estado, o STF firmou 
entendimento de que essa autorização da Câmara só se aplica aos 
crimes praticados por Ministro em conexão com o Chefe do 
Executivo. 
Portanto, se o Ministro de Estado pratica crime autônomo, sem conexão 
com delito praticado pelo Presidente da República, será ele julgado pelo 
Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, c) sem necessidade de 
autorização da Câmara dos Deputados. 
Item errado. 
21. (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Os ministros de Estado, nas 
infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, como 
regra geral, serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça. 
De acordo com o art. 102, I, “c”, os ministros de Estado são julgados pelo 
STF tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de responsabilidade. 
Lembrando que, se os crimes de responsabilidade tiverem conexão 
com delito praticado pelo Presidente da República, a competência para 
julgamento será do Senado Federal (CF, art. 52, I). 
Item errado. 
22. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 17ª 
REGIÃO/2009) São crimes de responsabilidade os atos do 
 
 
 
 
 
 
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presidente da República que atentem contra o exercício dos direitos 
políticos, individuais e sociais. 
Como vimos, e segundo o art. 85 da CF/88, são crimes de 
responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra 
a Constituição Federal e, especialmente, contra: 
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do 
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da 
Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V - a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.” 
Item certo. 
23. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) As infrações penais 
praticadas pelo presidente da República durante a vigência do 
mandato, sem qualquer relação com a função presidencial, serão 
objeto de imediata persecutio criminis. 
Nesse caso, não haverá a persecução criminal, não haverá a 
responsabilização do Presidente. Na vigência de seu mandato, o 
Presidente da República não pode ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4°). 
Item errado. 
24. (CESPE/AGENTE JURÍDICO/MPE-AM/2008) A imunidade formal 
relativa à prisão do presidente da República não se aplica ao Poder 
Executivo estadual. 
Segundo a jurisprudência do STF, de todas as imunidades formais do 
Presidente da República, somente pode ser estendida aos governadores 
de Estado uma única: a necessidade de autorização do Poder 
Legislativo para o processo, por dois terços de seus membros. 
É dizer que poderá a Constituição do Estado dispor que o Governador só 
será processado e julgado pelo STJ após prévia autorização da 
Assembléia Legislativa, por decisão de dois terços de seus membros. 
Item certo. 
25. (CESPE/DELEGADO/SECAD/TO/2008) O presidente da República, 
no exercício de suas funções, só pode ser preso após o trânsito em 
julgado de sentença penal condenatória. 
Essa questão pega muita gente desprevenida. 
 
 
 
 
 
 
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Como vimos, o Presidente dispõede imunidade formal quanto à prisão. 
Assim, enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações 
comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão (art. 86, § 
3º). 
É dizer, não pode o Presidente da República ser preso cautelarmente 
(por exemplo, em flagrante delito). Para sua prisão exige-se uma 
sentença de mérito. Entretanto, a Constituição Federal não exige que a 
decisão de mérito tenha transitado em julgado. 
Lembrando que o trânsito em julgado ocorre quando a decisão já se 
tornou definitiva, na medida em que não se admite mais recursos. 
Item errado. 
1.3 – Ministros de Estado e Órgãos de consulta do Presidente da 
República 
Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de 
vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos (CF, art. 87). 
Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas 
nesta Constituição e na lei: 
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e 
entidades da administração federal na área de sua competência e 
referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República; 
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e 
regulamentos; 
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão 
no Ministério; 
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas 
ou delegadas pelo Presidente da República. 
26. (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Os Ministros de Estado serão 
escolhidos entre brasileiros natos maiores de vinte e um anos e no 
exercício dos direitos políticos. 
Os ministros de Estado serão escolhidos entre brasileiros maiores de 
vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. Mas não há a 
necessidade de que sejam brasileiros natos, com a exceção do ministro 
de Estado da defesa (art. 12, §3°, VII). 
Item errado. 
Os órgãos de consulta do Presidente da República são o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional (CF, arts. 89 a 91). 
 
 
 
 
 
 
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Esses são órgãos de consulta do Presidente da República (sem caráter 
decisório, mas meramente opinativo) e apresentam determinadas 
atribuições em comum (como, por exemplo, se pronunciar (opinar) sobre 
a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção 
federal (CF, art. 90, I e art. 91, § 1º, II)). 
Nos termos do art. 90 da CF/88, compete ao Conselho da República 
pronunciar-se sobre (i) intervenção federal, estado de defesa e estado de 
sítio; e (ii) as questões relevantes para a estabilidade das instituições 
democráticas. 
Já o Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente 
da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a 
defesa do Estado democrático, ao qual compete (art. 91, §1°): 
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz; 
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e 
da intervenção federal; 
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis 
à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, 
especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a 
preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; 
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas 
necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado 
democrático. 
27. (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) O Conselho da República é 
órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos 
relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado 
democrático. 
A questão confundiu o Conselho da República e o Conselho de Defesa 
Nacional. A CF/88 relaciona expressamente o Conselho de Defesa 
Nacional (e não o Conselho da República) aos assuntos relativos à 
soberania nacional e a defesa do Estado democrático (CF, art. 91, 
caput). 
Item errado. 
28. (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Nos termos da 
Constituição Federal, uma vez convocado, pelo Presidente da 
República, para pronunciar-se sobre questões relevantes para a 
estabilidade das instituições democráticas, as manifestações do 
Conselho da República serão vinculativas das decisões e das ações 
executivas do governo. 
A assertiva está errada, pois o Conselho da República (CF, art. 89) e o 
Conselho de Defesa Nacional (CF, art. 91) são órgãos consultivos do 
Presidente da República, cujas manifestações são mera-
mente opinativas. Ou seja, não vinculam o Presidente da República. 
 
 
 
 
 
 
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Item errado. 
29. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Diversamente 
do que ocorre no presidencialismo, no sistema parlamentarista o 
chamado referendo ministerial tem o valor de sustentar a validade 
do ato praticado pelo Chefe de Estado. 
Esse assunto não é pacificado na doutrina. 
Mas, de se observar que a Esaf respaldou a posição que, a meu ver, é 
dominante, sendo defendida, por exemplo, pelo prof. José Afonso da 
Silva. 
Segundo essa linha doutrinária, não é condição de validade do ato 
presidencial a referenda ministerial, ou seja, a chancela dada aos atos 
do Presidente da República pelo ministro da pasta correspondente. 
José Afonso registra que os ministros de Estado têm importância maior 
no parlamentarismo, em que eles efetivamente exercem o comando das 
funções de governo. Ao contrário, no presidencialismo, os ministros não 
passam de meros auxiliares do Presidente da República. 
Continua o respeitado professor afirmando que o referendo ministerial é 
de pouca importância no sistema presidencialista, já que não interfere na 
validade do ato. Ou seja, se o ministro não assina o ato, nem por isso ele 
deixa de valer ou ter eficácia. 
Item certo. 
Façamos outras questões sobre o Poder Executivo. 
30. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A Constituição de Estado-membro 
pode atribuir competência ao Governador para dispor, mediante 
decreto, sobre organização e funcionamento da administração 
estadual, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou 
extinção de órgãos públicos, não havendo ilegalidade ou 
inconstitucionalidade se tal decreto revogar lei anterior em sentido 
contrário. 
Trata-se do decreto autônomo, competência excepcional outorgada ao 
Presidente da República para tratar de matérias específicas enumeradas 
(CF, art. 84, VI). 
Essa competência estende-se aos Governadores dos Estados e do 
Distrito Federal e aos Prefeitos, que poderão, nas respectivas esferas, 
disciplinar as referidas matérias por meio de decreto autônomo. 
Está correta também a parte final que afirma que não haverá ilegalidade 
ou inconstitucionalidade se o decreto autônomo revogar lei anterior em 
sentido contrário. Afinal, o decreto autônomo tem força de lei (desde que 
verse sobre aquelas específicas matérias listadas no art. 84, VI da 
CF/88) e pode revogar lei em sentido contrário. 
Item certo. 
 
 
 
 
 
 
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31. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Lei cujo projeto tenha sido de 
iniciativa parlamentar pode prever eleições diretas, com participação 
da comunidade escolar, para os cargos de direção das instituições 
públicas de ensino. 
Os cargos de direção das instituições públicas de ensino são cargos em 
comissão, providos mediante livre nomeação e exoneração do chefe do 
Poder Executivo. 
Assim, caso o Legislativo esteja disciplinando outra forma de provimento 
desses cargos, estará havendo ofensa à separação dos poderes, por 
afetar competência do Chefe do Poder Executivo. 
Assim já decidiu o STF num caso concreto ocorrido no Estado de Santa 
Catarina (ADI123, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 03/02/1997). 
Item errado. 
32. (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Por força de disposição 
constitucional, as posses do Presidente e do Vice-Presidente da 
República deverão ser sempre simultâneas, sob pena dos cargos 
serem declarados vagos. 
Não há essa regra constitucional de que a posse deve ser simultânea. 
Aliás, caso o Presidente não assuma dentro dos dez dias da data fixada 
para a posse, poderá o Vice (dentro desse período) assumir e governar 
normalmente, sem que haja declaração de vacância do cargo. Apenas se 
os dois não assumirem é que os cargos serão declarados vagos (CF, art. 
78, parágrafo único). 
Item errado. 
33. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) O Presidente 
ficará suspenso de suas funções nas infrações penais comuns e nos 
crimes de responsabilidade quando autorizados os respectivos 
processamentos pela Câmara dos Deputados. 
Ao contrário do afirmado no enunciado, a autorização da Câmara dos 
Deputados não impõe a suspensão do Presidente da República. O 
Presidente só ficará suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º): 
a) nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime 
pelo Supremo Tribunal Federal; 
b) nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo 
Senado Federal. 
Lembrando que o prazo máximo de suspensão do Presidente da 
República do exercício de suas funções presidenciais é de cento e 
oitenta dias. 
De acordo com a Constituição, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, 
caso o julgamento ainda não esteja concluído, cessará o afastamento do 
 
 
 
 
 
 
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Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (CF, 
art. 86, § 2º). 
Item errado. 
34. (ESAF/AFT/2003) Embora a Constituição Federal determine que a 
criação ou extinção de cargos, no âmbito do Poder Executivo, deva 
ocorrer por meio de lei, no caso do cargo estar vago, sua extinção 
poderá se dar por meio de Decreto do Presidente da República. 
A Constituição outorga competência ao Presidente da República para, 
mediante decreto, extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos 
(CF, art. 84, VI, b). 
Item certo. 
35. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Em caso de 
crime de responsabilidade do Presidente da República, a 
competência para o julgamento é do Senado Federal, sendo que a 
condenação depende da deliberação favorável do equivalente a 2/3 
dos votos daquela Casa Parlamentar. 
De fato, no caso de crimes de responsabilidade cometidos pelo 
Presidente da República a competência para julgamento é do Senado 
Federal (CF, art. 52, I). 
Esse julgamento será presidido pelo Presidente o do Supremo Tribunal 
Federal e a condenação – que somente será proferida por dois terços 
dos votos dos senadores – limitar-se-á à perda do cargo, com 
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem 
prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (CF, art. 52, parágrafo 
único). 
Item certo. 
36. (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Na eleição 
para Presidente da República, se antes do segundo turno ocorrer a 
morte do candidato a Presidente da República, o candidato a Vice-
Presidente assume a cabeça da chapa e, no caso de sua eleição, 
em seus impedimentos, ele será substituído, sucessivamente, pelo 
Presidente da Câmara dos Deputados, pelo Presidente do Senado 
Federal e pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
Caso ocorra morte, desistência ou impedimento legal de candidato antes 
de realizado o segundo turno, convocar-se-á, dentre os remanescentes, 
o de maior votação (CF, art. 77, § 4º). 
Item errado. 
37. (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Os eleitos 
para assumirem os cargos de Presidente e Vice-Presidente da 
República, no caso de vacância dos dois cargos, serão sempre 
eleitos apenas para completar o período que resta do mandato, seja 
 
 
 
 
 
 
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essa eleição uma eleição geral ou uma eleição indireta, feita no 
âmbito do Congresso Nacional. 
A assertiva está de acordo com o § 2º do art. 81 da CF/88. No caso de 
nova eleição para Presidente da República, os eleitos deverão apenas 
completar o período de seus antecessores – o que configura o 
denominado mandato “tampão”. 
Item certo. 
38. (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O presidente da República pode 
delegar a Ministro de Estado sua competência para dispor, mediante 
decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos vagos. 
A competência do Presidente da República para a edição de decreto 
autônomo, de fato, pode ser delegada aos Ministros de Estado, ao 
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União (CF, art. 
84, parágrafo único). 
É o caso da competência para extinguir funções ou cargos públicos 
quando vagos prevista no art. 84, VI, da Constituição. 
Item certo. 
Aguardo você na próxima aula. 
Bons estudos! 
Fred Dias 
2 – Exercícios de Fixação 
39. (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete ao Senado Federal julgar o 
Presidente da República nos crimes de responsabilidade e nos 
crimes comuns conexos com aqueles. 
40. (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Nas infrações penais comuns e nos 
crimes de responsabilidade, o Presidente da República ficará 
suspenso de suas funções após a aprovação, pela Câmara dos 
Deputados, da instauração do processo por crime de 
responsabilidade ou do recebimento da denúncia pelo Supremo 
Tribunal Federal, nos crimes comuns. 
41. (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Em caso de 
impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos 
respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício 
da Presidência o Presidente do Senado Federal, o da Câmara dos 
Deputados e o do Supremo Tribunal Federal. 
42. (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Ocorrendo a 
vacância simultânea, nos últimos dois anos do período presidencial, 
dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República, a 
 
 
 
 
 
 
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eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última 
vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. 
43. (CESPE/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008) O presidente da 
República pode delegar aos ministros de Estado, conforme 
determinação constitucional, a competência de prover cargos 
públicos, a qual se estende também à possibilidade de 
desprovimento, ou seja, de demissão de servidores públicos. 
44. (CESPE/ESCRIVÃO/SGA/AC/2008) A extinção de funções ou 
cargos públicos vagos é competência privativa do presidente da 
República, exercida por meio de decreto. 
45. (CESPE/ADVOGADO/CODEBA/2006) O poder de vetar projetos de 
lei é uma das competências do presidente da República, que pode 
ser delegada aos ministros de Estado, dentro de sua área de 
atuação. 
46. (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) A competência do 
Presidente da República para permitir, nos casos previstos em lei 
complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território 
nacional ou nele permaneçam temporariamente pode ser delegada 
ao Ministro de Estado da Defesa, por expressa previsão 
constitucional. 
47. (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Admitida a acusação 
contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos 
Deputados, por infrações penais comuns ou por crimes de 
responsabilidade, ficará o Presidente da República, em 
conseqüência da admissão da acusação, suspenso das suas 
funções até o término do processo. 
48. (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Compete ao 
Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre a criação 
ouextinção de órgãos públicos, desde que não implique aumento de 
despesa. 
49. (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Compete ao 
Presidente da República exercer o comando supremo das Forças 
Armadas e ao Ministro de Estado da Defesa, por força das suas 
atribuições administrativas, a nomeação dos oficiais-generais para 
os cargos que lhes são privativos. 
50. (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Compete ao Presidente da 
República nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os 
Ministros dos Tribunais Superiores, o presidente e os diretores do 
Banco Central. 
51. (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Nos termos da 
Constituição Federal, o Presidente da República, na vigência de seu 
 
 
 
 
 
 
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mandato, só pode ser responsabilizado por atos estranhos ao 
exercício de suas funções quando o ilícito for de natureza penal. 
52. (CESPE/PROCURADOR CONSULTIVO/TCE/PE/2004) O 
presidente da República pode, mediante decreto, extinguir funções e 
cargos públicos vagos. 
53. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DE 1ª CLASSE/TO/2008) 
O presidente da República só pode ser submetido a julgamento 
perante o STF, nas infrações penais comuns, após autorização da 
Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros. 
54. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) O 
presidente da República não pratica crime de responsabilidade 
quando descumpre uma decisão judicial que entende ser 
inconstitucional ou contrária ao interesse público. 
 
 
 
 
 
 
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GABARITOS OFICIAIS 
39. E 
40. E 
41. E 
42. C 
43. C 
44. C 
45. E 
46. E 
47. E 
48. E 
49. E 
50. C 
51. E 
52. C 
53. C 
54. E 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional, 2009. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 2009. 
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, 
Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 2009. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 
2007. 
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional, 2010. 
 José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010. 
http://www.stf.jus.br 
http://www.mp.mg.gov.br 
http://www.cespe.unb.br 
http://www.esaf.fazenda.gov.br

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