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CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 9 – Poder Judiciário Bom dia! Seja bem-vinda (ou bem-vindo) a mais uma aula do nosso curso. Esta é a última aula sobre os Poderes da República: Poder Judiciário. Bem, esse assunto exige muita memorização, pois não foge da literalidade dos artigos constitucionais. Chamarei sua atenção para os principais aspectos, aqueles mais cobrados em concursos (notadamente, o que se relaciona com as competências do STF, do STJ e dos juízes federais). Além desta aula veremos mais duas outras aulas sobre controle de constitucionalidade, sendo que a última versará também sobre princípios da ordem econômica e financeira (de acordo com a solicitação de alguns alunos para que o conteúdo do curso fosse ampliado para abranger também esse aspecto). Então, observe o que veremos hoje. 1 – Organização do Poder Judiciário 2 – Estatuto da Magistratura 3 – Garantias 4 – Órgãos componentes do Poder Judiciário 5 – Precatórios Judiciais 6 – Súmula Vinculante 7 – Exercícios de Fixação A esta altura do curso, mesmo quem nunca tinha estudado direito constitucional sabe o que representa o Poder Judiciário dentro do Estado Democrático de Direito. O Poder Judiciário é um dos três poderes clássicos, responsável pela função jurisdicional do Estado e essencial para a existência de um Estado de Direito. As atribuições do Judiciário incluem a solução pacífica dos conflitos, bem como a guarda da Constituição, garantindo o respeito aos princípios constitucionais. Ademais, diversos direitos e garantias fundamentais referem-se à prestação jurisdicional estatal. Assim, o acesso a um Judiciário imparcial e independente configura uma garantia fundamental. Lembra-se dos seguintes princípios? I) princípio da inafastabilidade da jurisdição (“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, nos termos do art. 5º, XXXV); CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 2 www.pontodosconcursos.com.br II) princípio do devido processo legal (“ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, nos termos do art. 5°, LIV); Além desses, há ainda o princípio do juiz natural, a celeridade dos atos processuais, a publicidade dos atos processuais, entre outros. Tudo isso como forma de garantir ao indivíduo a proteção judicial efetiva. Já foi comentado que nossa ordem constitucional estabelece a independência entre os poderes: Art. 2° São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Assim, a distinção funcional do poder do Estado consiste em atribuir a órgãos independentes entre si o exercício precípuo das funções estatais essenciais. Nesse sentido, como função típica compete ao Poder Judiciário o exercício da jurisdição. Entretanto, essas funções não são atribuídas de forma exclusiva. É dizer: os Poderes exercem suas funções típicas, bem como funções atípicas. Assim, o Poder Judiciário exerce função legislativa (atípica) ao editar regimentos internos de tribunais. E exerce função administrativa (atípica) ao realizar uma licitação para compra de computadores, ou prover seus cargos por meio de concurso público. De se observar que no exercício dessas competências normativas, os Tribunais e Conselhos Nacionais podem expedir atos com força de lei. Ou seja, os atos normativos do CNJ e os Regimentos Internos dos tribunais são normas hierarquicamente equiparadas à Lei ordinária. 1. (ESAF/AFT/2006) O exercício da função jurisdicional, uma das funções que integram o poder político do Estado, não é exclusivo do Poder Judiciário. As funções estatais não são atribuídas aos órgãos de forma exclusiva. Assim, ao julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade, o Senado Federal exerce a função jurisdicional de forma atípica. Item certo. 2. (ESAF/PROCURADOR/BACEN/2001) No sistema de separação de poderes vigente entre nós, não se admite caso de edição, por órgão do Judiciário, de normas estabelecendo direitos e obrigações. Atualmente, entende-se que o princípio da separação dos poderes não implica exercício exclusivo das funções de governo. Assim, pode o Poder Judiciário legislar de forma atípica. É o que ocorre, por exemplo, com a edição dos regimentos dos tribunais. Item errado. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 3 www.pontodosconcursos.com.br 1 – Organização do Poder Judiciário Os integrantes do Poder Judiciário estão enumerados no art. 92 da Constituição. Podemos sintetizar essas informações da seguinte forma (tendo por base o organograma elaborado pelos profs. Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino): Esses órgãos serão estudados hoje, um a um, durante a aula (e começaremos de cima pra baixo – do STF para os demais –, afinal, na parte de cima estão os mais importantes para concursos). Cabe mencionar que o Poder Judiciário divide-se em duas esferas distintas: uma federal e estadual. A justiça federal tem suas competências expressas na Constituição Federal e divide-se em justiça comum e especializada (esta última segmentada em justiça do trabalho, eleitoral e militar). Quanto à justiça estadual, compõe-se de juízes de direito e tribunais de justiça, com competências residuais. Observe no esquema acima que o Conselho Nacional de Justiça integra o Poder Judiciário. Agora, observe um detalhe interessante. De acordo os §§ 1° e 2° do art. 92 da CF/88: I) O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal; e II) O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL STJ TST TSE STM TJ TRF TRT TRE Juízes de direito Juízes Federais Juízes do Trabalho Juízes Eleitorais Juízes Militares CNJ * Apesar de integrar o Poder Judiciário, o CNJ não exerce função jurisdicional CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 4 www.pontodosconcursos.com.br Veja que não só o STF e os Tribunais Superiores têm sede em Brasília, mas também o CNJ. Todavia, apenas o STF e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo território nacional. Por quê? Bem, exatamente pelo fato de que, apesar de integrar o Poder Judiciário, o CNJ não exerce jurisdição, pois tem natureza administrativa. A guarda da Constituição é conferida ao órgão de cúpula do Judiciário: o Supremo Tribunal Federal (CF/88, art. 102, caput). E isso tem tudo a ver com o controle de constitucionalidade (assunto da nossa próxima aula). Afinal, o fundamento do controle de constitucionalidade é exatamente a proteção da Constituição. 3. (ESAF/AFRFB/2009) São órgãos do Poder Judiciário os Tribunais e Juízes Militares, os Tribunais Arbitrais e o Conselho Nacional de Justiça. Os órgãos do Poder Judiciário são apresentados no art. 92 da CF/88. Observa-se que esse rol não abrange os Tribunais Arbitrais. Atenção! O CNJ integra o Poder Judiciário. Item errado. 4. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) É órgão do Poder Judiciário o(a) a) Advocacia-Geral da União. b) Tribunal de Contas da União. c) Ministério Público do Estado do Espírito Santo. d) Superior Tribunal Militar. e) Polícia Militar, quando investida em atividades de investigação criminal. Da lista acima apenas o STM integra do Poder Judiciário. Gabarito: “d” 2 – Estatuto da Magistratura De acordo com a Constituição, o Estatuto da Magistratura será veiculado em Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 93). A seguirpasso a comentar cada um dos princípios que deverão reger esse estatuto. - Ingresso na carreira – em cargo inicial de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 5 www.pontodosconcursos.com.br - Promoção - de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; Com exceção da letra “d” (que trata da antiguidade), essas regras (referentes a merecimento) se aplicam à remoção a pedido ou à permuta de magistrados de comarca de igual entrância (CF, art. 93, VIII). - Acesso aos tribunais - por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; - Cursos - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; - Subsídio – duas regras (observado o teto constitucional): a) ministros dos Tribunais Superiores → 95% do subsídio dos ministros do STF; b) demais magistrados → fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a 10% ou inferior a 5%, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores. - Aposentadoria e Pensão - observarão o disposto no art. 40 da CF/88 (regra de aposentadoria do regime próprio de previdência, dos servidores públicos); CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 6 www.pontodosconcursos.com.br - Residência - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; - Remoção, disponibilidade e aposentadoria por interesse público - por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; - Publicidade e motivação - todos os julgamentos serão públicos e todas decisões serão fundamentadas, sob pena de nulidade. Cabe observar que a lei poderá limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes (os advogados), em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. No que diz respeito às decisões administrativas dos tribunais, elas serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros. - Vedação às férias coletivas - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedadas as férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente. Repare que a regra não se aplica a Tribunais Superiores (apenas a tribunais de segundo grau). Ademais, o estatuto da magistratura deverá considerar ainda as seguintes regras (também visando a aprimorar a prestação jurisdicional): - a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição; - o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; e - os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório. Ainda tratando do estatuto da magistratura, é de se destacar que a Constituição possibilita aos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, constituir um órgão especial para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno (CF, art. 93, XI). Esse órgão especial terá o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno. Por fim, gostaria de comentar algo sobre o chamado quinto constitucional. Trata-se de regra que assegura a membros do MP e advogados participação na composição de tribunais do Poder Judiciário. Entretanto, nem todos os tribunais obedecem a essa regra. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 7 www.pontodosconcursos.com.br Segundo o art. 94 da CF/88, um quinto dos TRFs e TJs (estados e DF) será composto por membros do MP (com mais de 10 anos de carreira) e de advogados (com notório saber jurídico, reputação ilibada e mais de 10 anos de atividade). Eles serão indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Recebida a lista, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que terá 20 dias para escolher um. Observe que, em princípio, essa regra não se aplica a tribunais superiores. Entretanto, a já famosa EC n° 45/2004 estendeu essa exigência do quinto constitucional também à composição do TRT e do TST (nesses casos, o quinto será garantido a advogados e a membros do Ministério Público do Trabalho, especificamente). Por curiosidade, vale comentar que na composição do STJ há um terço escolhido dentre advogados e membros do Ministério Público (Federal, Estadual, e do DF e Territórios). Vamos resolver algumas questões? 5. (ESAF/AFC/CGU/2008) A lei pode limitar a presença, em determinados atos dos órgãos do Poder Judiciário, inclusive julgamentos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes. De fato, a questão está correta, nos termos do art. 93, IX da CF/88. Item certo. 6. (ESAF/AFC/CGU/2008) As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, inclusive as disciplinares, que também devem ser tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros. Trata-se dos princípios da motivação e da publicidade. As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros. Item certo. 7. (ESAF/APO/MPOG/2008) Um quinto dos lugares do Superior Tribunal de Justiça será composto de membros do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Com exceção do TST, o quinto constitucional não se aplica a tribunais superiores. No caso do STJ, excepcionalmente, um terço está reservados para advogados e integrantesdo MP. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 8 www.pontodosconcursos.com.br Item errado. 3 – Garantias A Constituição prevê diversas garantias ao Poder Judiciário como meio de preservar o imparcial exercício da jurisdição. Trata-se de prerrogativas que asseguram a necessária independência para o exercício de sua missão constitucional, sem ingerência e pressões dos demais Poderes. Assim, podemos considerar que essas garantias institucionais abrangem competências administrativas e financeiras, além da independência funcional de seus membros. Quanto às competências administrativas, elas tratam da organização da justiça e estão previstas no art. 96 da CF/88. Nesse sentido, compete aos tribunais: a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva; c) prover: (i) os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição (na forma da Constituição) e (ii) os cargos necessários à administração da Justiça (por concurso, exceto os de confiança); d) conceder licença, férias e outros afastamentos a membros e servidores; e) propor a criação de novas varas judiciárias; Por sua vez, compete ainda aos Tribunais Superiores e Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo: a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; d) a alteração da organização e da divisão judiciárias. Nos termos do art 98 da Constituição, a União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 9 www.pontodosconcursos.com.br cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. Segundo o § 1º do art. 98, Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. Quanto à autonomia financeira, cabe destacar que os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias (CF, art. 99, § 1°). O encaminhamento dessa proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: I) União → Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; II) Estados e DF e Territórios → Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais. Se esses órgãos não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados (CF, art. 99, § 3°). Por outro lado, se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual (CF, art. 99, § 4°). Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais (CF, art. 99, § 5°). Cabe destacar ainda que as custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça (CF, art. 98, § 2°). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 10 www.pontodosconcursos.com.br 3.1 – Garantias e vedações dos magistrados Além das garantias do Poder Judiciário como um todo, são asseguradas aos magistrados as garantias da vitaliciedade, da inamovibilidade e da irredutibilidade de subsídio. - Vitaliciedade – no primeiro grau, adquirida após 2 anos de exercício. Nesse período (antes da aquisição da vitaliciedade), a perda do cargo dependerá de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado. Após esse período, a perda do cargo passa a depender de sentença judicial transitada em julgado. Observe que essa regra vale para o primeiro grau. Assim, os membros do STF e demais tribunais superiores, bem como os advogados e membros do Ministério Público que entrarem nos tribunais pela regra do quinto constitucional, adquirem vitaliciedade imediatamente, por ocasião da posse. - Inamovibilidade – o que assegura que o magistrado só seja removido por iniciativa própria, salvo por motivo de interesse público, mediante voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça. - Irredutibilidade de subsídio – o que garante aos magistrados a não redução nominal de sua espécie remuneratória. São ainda estabelecidas as seguintes vedações aos magistrados: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-se à atividade político-partidária. IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. Essas vedações são também denominadas pela doutrina de garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários. Sintetizando: CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 11 www.pontodosconcursos.com.br 4 – Órgãos componentes do Poder Judiciário A partir de agora, passarei a apresentar as informações referentes a cada um dos órgãos do Poder Judiciário. Ao estudarmos a competência dos órgãos do Poder Judiciário, é importante você ter em mente que nos deparamos com as seguintes modalidades de competência: I) a competência originária, em que o processo tem origem naquele órgão; é o caso, por exemplo, da competência do STF para o julgamento do Presidente da República nas infrações penais comuns (CF, art. 102, i, “b”); II) a competência recursal, em que o processo origina-se em instância inferior, ou seja em outro órgão, mas “sobe” até determinado tribunal por meio de recurso. Esse recurso pode ser: a) recurso ordinário, como é o caso do crime político, por exemplo, que éjulgado originariamente pelos juízes federais (CF, art. 109, IV); todavia, o julgamento do recurso ordinário é de competência do STF (CF, art. 102, II, “b”); b) recurso especial, de competência do STJ, nas hipóteses do art. 105, III da CF/88; c) recurso extraordinário, de competência do STF, nas hipóteses do art. 102, III da CF/88. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 12 www.pontodosconcursos.com.br Bem, não posso deixar de te alertar para o fato de que, para concursos, em todo o estudo do Poder Judiciário, o mais importante são as competências do Supremo Tribunal Federal e, em menor grau, do Superior Tribunal de Justiça, principalmente aquelas alteradas pela EC 45/2004 (conhecida como reforma do Judiciário). Outro assunto que vem sendo frequentemente cobrado é o Conselho Nacional de Justiça, inovação promovida pela reforma do Judiciário. Abordaremos esses assuntos logo a seguir. 4.1 – Conselho Nacional de Justiça O Conselho Nacional de Justiça foi criado pela Emenda Constitucional 45/2004 como órgão integrante do Poder Judiciário, com a incumbência de realizar o controle administrativo e financeiro do Judiciário (sem prejuízo da atuação do TCU) e dos deveres funcionais dos juízes (CF, art. 103-B). O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 membros com mandato de dois anos, admitida uma recondução. Segue abaixo a relação dos componentes do CNJ, seguida de qual órgão é responsável pela indicação de cada um deles. De se destacar que, não efetuadas, no prazo legal, essas indicações caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. Presidente do STF Um desembargador de TJ Um juiz estadual Um ministro do STJ Um juiz de TRF Um juiz federal Um ministro do TST Um juiz de TRT Um juiz do trabalho Um membro do MPU Um membro de MPE Dois advogados Dois cidadãos STF STJ TST PGR OAB COMPONENTE ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA INDICAÇÃO Um pela Câmara e um pelo Senado CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 13 www.pontodosconcursos.com.br Junto ao Conselho Nacional de Justiça oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CF, art. 103-B, § 6º). (Detalhe: interessante observar que no caso do Conselho Nacional do Ministério Público, competirá ao Presidente do Conselho Federal da OAB oficiar junto ao Conselho, nos termos do art. 130-A, § 4° da CF/88). Feito esse comentário à parte, voltemos ao estudo do CNJ... O Ministro do STJ exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes (CF, art. 103-B, § 5º): I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. Você deve saber três detalhes básicos, mas importantes, sobre o CNJ: I – o CNJ não exerce jurisdição, pois tem natureza administrativa; II – o CNJ não tem nenhuma competência sobre o STF e seus ministros; e III – O CNJ dispõe de poder normativo primário para editar atos com status de lei (no âmbito da sua competência, no art. 103-B, § 4°). Observe ainda que a constitucionalidade da criação do CNJ foi questionada no STF quanto ao fato de estar ferindo o princípio da separação dos Poderes e o princípio federativo. O Tribunal entendeu que o CNJ configura órgão administrativo interno ao Judiciário, tendo sua composição majoritariamente formada por membros desse Poder. Ademais, suas decisões estariam sujeitas ao controle jurisdicional do Supremo Tribunal Federal, órgão ao qual se subordina. Diante disso, o STF considerou constitucional a criação do CNJ, não havendo, segundo o Tribunal, nenhuma ofensa à separação dos Poderes. Outro aspecto ressaltado pelo STF foi o caráter nacional do CNJ, assim como o Poder Judiciário como um todo, não havendo como se alegar prejuízo à Federação. Aliás vale comentar quanto a isso que o STF deixou assente que os estados-membros carecem de competência constitucional para instituir, como órgão interno ou externo do Judiciário, conselho destinado ao CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 14 www.pontodosconcursos.com.br controle da atividade administrativa, financeira ou disciplinar da respectiva justiça. Isso dado o caráter nacional e o regime orgânico unitário do Poder Judiciário. Veja o teor dessa súmula: É inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros poderes ou entidades (Súmula 649 do STF). Antes de passar à próxima questão, deixe-me perguntar: você sabia que foi aprovada emenda constitucional (EC n° 61/2009) alterando a composição do Conselho Nacional de Justiça? Pois é, meu caro... Aproveito então para apresentar as mudanças promovidas por essa emenda de forma bastante sintética para favorecer seu entendimento e memorização: I) o presidente do STF passa a ser obrigatoriamente o presidente do CNJ (CF, art. 103-B, “I”); antes dessa EC, o STF poderia indicar qualquer um dos seus ministros para participar e presidir o Conselho; II) nas ausências e impedimentos do presidente, ele será substituído na presidência do CNJ pelo vice-presidente do STF (CF, art. 103-B, §1°); III) não está mais expresso o limite de idade (entre 35 e 66 anos) para os membros do CNJ (art. 103-B, caput); IV) não é mais necessário que sejam submetidos ao Senado o nome do Presidente e do Vice do STF como condição prévia de sua participação no CNJ (os demais componentes continuam passando pelo crivo do Senado); V) está afastada a vedação de distribuição de processos ao Presidente do Conselho (antes da EC n° 61/2009 o presidente ficava excluído da distribuição de processos). Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; II - zelar pela observância do art. 37 da CF/88 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 15 www.pontodosconcursos.com.br serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, asseguradaampla defesa; IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa. Nos termos do § 7º do art. 103-B da CF/88, a União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. 4.2 – Supremo Tribunal Federal O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (CF, art. 101). Vale lembrar que, para ser Ministro do STF, o cidadão deve ser brasileiro nato. Os Ministros serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Gostaria de chamar sua atenção para o seguinte aspecto: observe que não há necessidade de que a escolha se dê dentre advogados ou procuradores ou membros do Poder Judiciário. Ou seja, a rigor, se considerada apenas a literalidade do texto constitucional, não precisa ter diploma em Direito para se tornar um Ministro do STF! Quanto às competências do Supremo, é preciso que você inicie esse estudo guardando o seguinte detalhe (que o ajudará a memorizar vários aspectos referentes às competências): o STF cuida daqueles assuntos CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 16 www.pontodosconcursos.com.br mais relevantes geralmente relacionados à guarda da Constituição e da Federação. A competência originária do STF está prevista no art. 102, I da CF/88 e pode ser ampliada, desde que por emenda constitucional (uma vez que não pode a lei ampliar suas competências). I) Como representa o guardião da Constituição, compete ao STF processar e julgar todas as ações diretas de inconstitucionalidades (bem como os pedidos de medida cautelar em ações diretas de inconstitucionalidade) (alíneas “a” e “p”). Trata-se da ação direta de inconstitucionalidade, ação declaratória de constitucionalidade e argüição de descumprimento de preceito fundamental (ações estudadas no controle de constitucionalidade). Cabe destacar que o Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 103, § 1°). II) Compete ao STF processar e julgar as situações caracterizadoras de conflito entre entes da Federação. De acordo com a alínea “f”, cabe ao STF o julgamento das causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta. A partir dessa competência surge a seguinte dúvida: qualquer conflito entre um ente político e uma entidade da administração indireta atrairia a competência do Supremo para o julgamento da ação? Pois bem, segundo o Supremo Tribunal Federal, no caso de conflito entre duas entidades da administração indireta ou no caso de conflito entre um ente político da Federação e uma entidade da administração indireta, a competência só será do STF se aquela controvérsia puder provocar situação caracterizadora de conflito federativo. Ou seja, se puder colocar em risco a harmonia da nossa Federação. De outro lado, essa restrição não se aplica caso o conflito seja travado entre duas entidades políticas da Federação (União, estados e DF), caso em que a competência invariavelmente será do STF. Observe ainda que se trata da União, estados e DF. No caso de municípios, estará afastada a competência do STF. Para entender o porquê de tudo isso... Guarde aquela informação: o STF cuida daqueles assuntos mais relevantes (geralmente relacionados à guarda da Constituição e da Federação). III) Compete ao STF processar e julgar: (i) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 17 www.pontodosconcursos.com.br Federal ou o Território; bem como (ii) a extradição solicitada por Estado estrangeiro (alíneas “e” e “g”). São duas competências bastante cobradas em concursos... Que a extradição é julgada pelo Supremo muita gente já sabe (você deve se lembrar da repercussão do caso de Cesare Batisti). Quanto aos litígios envolvendo organismos estrangeiros há um detalhe interessante, observe... É que se o litígio for entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o DF ou Território, a competência é do STF (CF, art. 102, I, “e”). Por outro lado, se o litígio for entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País ele será processado e julgado pelos juízes federais (CF, art. 109, II). Leve esse detalhe para sua prova! IV) Compete ao STF processar e julgar os conflitos de competência entre o STJ e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal (alínea “o”). Atenção! Ao detalhar esses dispositivos, o Supremo Tribunal Federal entendeu o seguinte: a) caso o conflito seja entre o STJ e demais tribunais superiores será do STF a competência de julgamento; b) também será do STF a competência para julgamento do conflito entre tribunais superiores e juízos vinculados a outros tribunais (por exemplo, o conflito entre um juiz federal (ligado ao TRF) e o TSE, por exemplo); c) porém, não será competente o STF para julgar conflitos entre o STJ e um TRF, pois este é hierarquicamente inferior àquele; valendo o mesmo raciocínio para um conflito entre o STJ e um Tribunal de Justiça Estadual. Nesses casos a competência será do próprio STJ. V) Compete ao STF processar e julgar a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados (alínea “n”); VI) Por fim, há as competências do STF para processar e julgar as ações relacionadas com o foro de prerrogativa de função e o julgamento de ações contra seus julgados ou de outros tribunais (incluindo as decisões do CNJ e CNMP). Segue a lista dessas competências (alíneas “b”,“c”,“d”,“i”,“j”,“l”,“m”,“r”,“q”): - nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice- Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 18 www.pontodosconcursos.com.br - nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; - o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneasanteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; - o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; - as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; - o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; - a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; - a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; - a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; No âmbito de sua competência recursal, compete ao STF julgar, em recurso ordinário (CF, art. 102, II): a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político. Interessante observar que a competência originária para processar e julgar o crime político é dos juízes federais (CF, art. 109, IV). E o recurso ordinário sobe para o STF. Como vimos, há ainda o recurso extraordinário, meio hábil a conduzir ao STF controvérsia judicial que esteja sendo suscitada em instâncias inferiores. Isso porque, quando se trata de respeito à Constituição Federal, a última palavra é do STF. Afinal, ele é o guardião da Constituição (CF, art. 102, caput). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 19 www.pontodosconcursos.com.br Assim, compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Observe que, se afetou a Constituição Federal, é tema para o Supremo (o “guardião”). Quero chamar sua atenção para a alínea “d” acima. Para concursos, ela é a mais relevante na medida em que configura alteração proporcionada pela EC n° 45/2004. Mas essa modificação é bem razoável, tendo em vista que conflito entre lei local e lei federal é conflito envolvendo repartição de competências, ou seja, assunto substancialmente constitucional, que envolve a estabilidade do sistema federativo. Interessante observar que, por outro lado, compete ao STJ julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal (CF, art. 105, III, “b”). Falando em inovação promovida pela Reforma do Judiciário, deixe-me te apresentar mais uma. Trata-se da exigência de comprovação de repercussão geral para a interposição de recurso extraordinário perante o STF. Segundo o art. 102, § 3º da CF/88: “No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros”. Essa regra visa evitar que cheguem ao STF casos concretos sem nenhuma relevância jurídica. Assim, cabe ao recorrente demonstrar que a questão vai além do mero interesse das partes, adquirindo repercussão geral. Só para você ter uma ideia, em notícia no sítio do STF, datada de julho de 2009, o Ministro Gilmar Mendes afirmava que a repercussão geral é uma das razões pelas quais o Supremo vem reduzindo de forma expressiva o número de processos recebidos – o que dá celeridade aos julgamentos de questões de maior relevância para a coletividade. Até aquela época, a repercussão geral já tinha sido reconhecida em 137 CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 20 www.pontodosconcursos.com.br matérias e rejeitada em relação a outras 34 desde que foi implementada, no início de 2008. Em suma, ao interpor o recurso extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões discutidas. Se entender que o autor não conseguiu comprovar essa repercussão geral, o STF poderá recusar o recurso extraordinário. Mas observe que: I) a regra é a admissão da repercussão geral e do recurso extraordinário; II) poderá o STF recusar o recurso extraordinário por ausência da comprovação da repercussão geral, mas será necessária a manifestação de dois terços dos membros do Tribunal. Fique atento! O requisito de dois terços é para a recusa, e não para a admissão. Segundo a Lei 11.418/06, haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal. Na análise da repercussão geral, o relator poderá admitir a manifestação de terceiros, que não sejam parte da ação, na qualidade de amicus curiae. 4.3 – Superior Tribunal de Justiça Enquanto o STF é o guardião da Constituição, o STJ constitui o guardião da lei federal, do ordenamento jurídico federal. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros, que serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros (natos ou naturalizados): (i) com mais de 35 e menos de 65 anos; (ii) de notável saber jurídico e reputação ilibada; (iii) depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. A composição do STJ é feito por: a) 1/3 de juízes dos TRFs; b) 1/3 de desembargadores dos TJs estaduais; c) 1/3 divididos da seguinte forma: metade dentre advogados e metade dentre membros do MP (Federal, Estadual e do DF e Territórios). As listas tríplices serão encaminhadas pelo STJ ao Presidente da República, que realizará a escolha. Compete ao Superior Tribunal de Justiça, processar e julgar originariamente: CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 21 www.pontodosconcursos.com.br a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvadaa competência do STF (CF, art. 102, I, "o"), bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União; h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias. Essa última alínea traz uma competência importantíssima do STJ. Atenção! Guarde essa competência, pois foi alterada pela EC n° 45/2004 (CF, art. 105, I, “i”). Você não precisa saber o que significa nada disso, só precisa memorizar: CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 22 www.pontodosconcursos.com.br I) Homologação de sentenças estrangeiras II) Concessão de exequatur às cartas rogatórias → STJ Bem, de qualquer forma, para os mais curiosos, o exequatur é a autorização dada pelo STJ para que sejam executados no Brasil os atos de autoridades judiciárias estrangeiras. Outro detalhe importante: concedido o exequatur, compete aos juízes federais a execução de carta rogatória; e de sentença estrangeira, após a homologação (CF, art. 109, X). Compete ao STJ, julgar, em recurso ordinário: a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. Atenção! No que se refere à decisão de julgar válida lei local contestada em face de lei federal, é caso de recurso extraordinário, competência do STF. Segundo a Constituição, funcionarão junto ao STJ: I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 23 www.pontodosconcursos.com.br 4.4 – Justiça Federal A Justiça Federal compõe-se dos TRFs (órgãos colegiados de segundo grau) e dos juízes federais (órgãos singulares de primeiro grau). Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo: I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira (“quinto constitucional”); II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente. A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. Atenção! Você observará que essas duas últimas regras se reproduzirão na organização da Justiça Estadual. Compete aos Tribunais Regionais Federais, processar e julgar, originariamente: a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região; c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal; e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 24 www.pontodosconcursos.com.br Compete aos Tribunais Regionais Federais, julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. Compete aos juízes federais processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho (sociedades de economia mistas não); II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País (compare com a competência do STF prevista no art. 102, I, “e”, referente à União, Estados, DF e Territórios); III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral (o recurso ordinário contra julgamento de crime político vai direto para o STF, nos termos do art. 102, II, “b”); V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico- financeira (observe esse detalhe: não é competência da justiça do trabalho, mas da justiça federal); VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos decompetência dos tribunais federais; IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI - a disputa sobre direitos indígenas (somente no que se refere aos direitos indígenas em si, e não qualquer causa que envolva índios). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 25 www.pontodosconcursos.com.br Quanto à competência prevista no inciso X, cabe comentar que compete ao STJ: I) Homologação de sentenças estrangeiras → após isso, a execução será de competência dos juízes federais; e II) Concessão de exequatur às cartas rogatórias → após isso, a execução da carta rogatória será de competência dos juízes federais. Quanto às causas que envolvem a União: a) se a União for autora → o foro será a seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte (CF, art. 109, § 1°); b) as ações intentadas contra a União → poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal (CF, art. 109, § 2°). Quanto às causas previdenciárias, a Constituição prevê regra especial, a fim de proteger o beneficiário (é apenas uma faculdade para ele). Assim, serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual (CF, art. 109, § 3°). Nesse caso, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. Outra regra especial, diz respeito às ações referentes a direitos humanos: trata-se do incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. Assim, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STJ (não é STF), em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal (CF, art. 109, § 5°). Nesse caso, compete aos juízes federais processar e julgar essas causas relativas a direitos humanos (CF, art. 109, V-A). No que tange à organização da Justiça Federal, cada Estado (também o DF) constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei (CF, art. 110). 4.5 – Justiça do Trabalho CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 26 www.pontodosconcursos.com.br A Justiça do Trabalho compõe-se dos seguintes órgãos: o Tribunal Superior do Trabalho; os Tribunais Regionais do Trabalho; e os Juizes do Trabalho. Lembre-se que tanto o TST, quanto o TRT respeitam o chamado quinto constitucional (alteração promovida pela EC n° 45/2004). O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de 27 Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I) um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício; II) os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: I) a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; II) o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. Observe que essas regras são similares às da Justiça Federal. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (CF, art. 112). A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho (CF, art. 113). Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo: I) um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício (mesma regra do TST); II) os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 27 www.pontodosconcursos.com.br Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários (CF, art. 115, § 1°). Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo (CF, art. 115, § 2°). Observe como essas duas últimas regras são semelhantes às da Justiça Federal. Por fim, destaque-se que nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular (CF, art. 116). Quanto às competências da Justiça do Trabalho, elas estão descritas no art. 114 da CF/88. Nesse sentido, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I) as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II) as ações que envolvam exercício do direito de greve; III) as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV) os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; V) os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvada a competência do STF; VI) as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII) as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII) a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX) outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. Vamos a alguns detalhes... a) Segundo o STF, as relações entre a Administração Pública e seus servidores regidos pelo regime estatutário (cargo efetivo ou emcomissão) devem ser julgadas pela Justiça Federal (e não pela Justiça do Trabalho). CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 28 www.pontodosconcursos.com.br b) Segundo o STF, as ações de indenização (inclusive por dano moral) propostas por empregado contra empregador fundadas em acidente de trabalho são da competência da Justiça do Trabalho. Essa regra não se aplica às ações ajuizadas contra o INSS buscando o recebimento de benefícios previdenciários decorrentes de acidente de trabalho. Nesse caso, a competência é da Justiça comum (estadual). Esse entendimento gerou a edição de súmula vinculante pelo STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional no 45/04 (Súmula Vinculante 23). Ademais, você tem de conhecer outra súmula vinculante relacionada com esse assunto: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada (Súmula Vinculante 22). Segundo o § 1º do art. 114 da CF/88, frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. E recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente (CF, art. 114, § 2°). Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito (CF, art. 114, § 3°). 4.6 – Justiça eleitoral São órgãos da Justiça Eleitoral: a) o Tribunal Superior Eleitoral; b) os Tribunais Regionais Eleitorais; c) os Juízes Eleitorais; d) as Juntas Eleitorais. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) três juízes → dentre os Ministros do STF; CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 29 www.pontodosconcursos.com.br b) dois juízes → dentre os Ministros do STJ; II - dois juízes → dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral (por nomeação do Presidente da República, após indicação do STF). O TSE elegerá: a) seu Presidente e o Vice-Presidente → dentre os Ministros do STF; b) o Corregedor Eleitoral → dentre os Ministros do STJ. Haverá um TRE na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. Na regra de escolha dos ministros dos TREs será observada certa semelhança à regra do TSE. Assim, os TREs compor-se-ão: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) dois juízes → dentre os desembargadores do TJ; b) dois juízes → dentre juízes de direito, escolhidos pelo TJ. II - de um juiz do TRF, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo respectivo TRF; III - de dois juízes → dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral (por nomeação pelo Presidente da República, após indicação pelo Tribunal de Justiça). O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais (CF, art. 121). Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis (CF, art. 121, § 1º). Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria (CF, art. 121, § 2º). São irrecorríveis as decisões do TSE, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança (CF, art. 121, § 3º). Já das decisões dos TREs somente caberá recurso quando: I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 30 www.pontodosconcursos.com.br III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de injunção. 4.7 – Justiça militar São órgãos da Justiça Militar o Superior Tribunal Militar (STM); e os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de 15 Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo: a) três → dentre oficiais-generais da Marinha; b) quatro → dentre oficiais-generais do Exército; c) três → dentre oficiais-generais da Aeronáutica; e d) cinco → dentre civis. Quanto aos dez ministros militares devem ser todos da ativa e do posto mais elevado da carreira. Já os cinco ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de 35 anos, sendo: I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional; II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar. Compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes militares definidos em lei (CF, art. 124). A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. 4.8 – Justiça estadual Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios constitucionais. Cabe destacar que a regra do quinto constitucional aplica-se também aos tribunais de justiça estaduais. A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 31 www.pontodosconcursos.com.br Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio (CF, art. 126, parágrafo único). A Constituição Federal ainda prevê para a Justiça estadual aquelas duas mesmas regras previstas para a Justiça Federal: a) o Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo; b) o Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Compete privativamente aosTribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (CF, art. 96, III). Passemos às regras relativas à Justiça militar estadual. A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída: a) em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça; b) em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares. Ressalva-se a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. Por fim, cabe comentar duas regras específicas. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 32 www.pontodosconcursos.com.br Em primeiro lugar, o DF não dispõe de competências para organizar sua própria justiça, cabendo à União essa competência mediante lei aprovada no Congresso Nacional. Em segundo lugar, nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei (CF, art. 110, parágrafo único). A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios (CF, art. 33). Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa (CF, art. 33, § 3°). Vamos resolver alguns exercícios. 8. (ESAF/AFC/CGU/2006 - adaptada) Os membros do Conselho Nacional de Justiça serão nomeados pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Os membros do CNJ são nomeados pelo Presidente da República após aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Não efetuadas as indicações no prazo legal, caberá ao STF fazê-las. Item errado. 9. (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe, entre outras funções, processar e julgar, originariamente a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias. O julgamento da homologação de sentenças estrangeiras e da concessão de exequatur às cartas rogatórias é competência do STJ (CF, art. 105, I, “i”). Item errado. 10. (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as causas decorrentes da relação de trabalho que venham a ser instauradas entre os entes da administração pública direta e os servidores vinculados a esses entes por típica relação de ordem estatutária. Como comentado, é da Justiça Federal a competência para processar e julgar as causas entre servidores públicos e a respectiva Administração Pública, envolvendo o regime jurídico estatutário. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as causas decorrentes da relação de trabalho, envolvendo o regime contratual trabalhista. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 33 www.pontodosconcursos.com.br Item errado. 11. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) Segundo a CF, compete ao STF julgar, em recurso ordinário, o denominado crime político. Quanto ao processamento e julgamento originário dos crimes políticos, trata-se de competência dos juízes federais (CF, art. 109, IV) Entretanto, o recurso contra esse julgamento sobe para o STF. De fato, compete ao STF, julgar, em recurso ordinário, o crime político (CF, art. 102, II, “b”). Item certo. 12. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) Os ministros do STF serão nomeados pelo presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria simples dos senadores. Realmente compete ao Presidente nomear os ministros do STF, sob a chancela do Senado Federal. Mas essa aprovação legislativa será feita por maioria absoluta dos votos dos senadores (CF, art. 101, parágrafo único). Item errado. 13. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) Compete ao STF acolher originariamente o mandado de segurança contra atos de outros tribunais. O STF já afastou sua própria competência para apreciar mandados de segurança contra atos de outros tribunais. Nesse caso, essa competência é do próprio tribunal, como expresso na Súmula 624 do STF: “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.” Item errado. 14. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Em relação às competências do STF e do STJ, assinale a opção correta. a) O habeas corpus contra ato de desembargador de TRT, em regra, é julgado pelo STF. b) O litígio entre pessoa física e organismo internacional será originalmente processado no STF. c) A homologação de sentença estrangeira pode ser decidida por ato apenas do presidente do STF. CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR PROFESSOR: FREDERICO DIAS 34 www.pontodosconcursos.com.br d) Ainda que haja interesse dos ministros do STF no resultado de causa relativa à magistratura no controle concentrado de normas, os integrantes da corte não podem alegar suspeição no julgamento de ação direta de inconstitucionalidade. e) O julgamento de ação contra o Conselho Nacional de Justiça é da competência do STF, enquanto o de mandado de segurança contra o Conselho Nacional do Ministério Público cabe ao STJ. A alternativa “a” está errada. Compete ao STJ processar julgar, originariamente, habeas corpus contra ato de desembargadores de Tribunais Regionais do Trabalho (CF, art. 105, I, “c”). A alternativa “b” está errada, pois as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País serão processadas e julgadas pelos juízes federais (CF, art. 109, II). Um detalhe para auxiliá-lo a memorizar essas competências: no caso de litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o DF ou Território, a competência é do STF (CF, art. 102, I, “e”). A alternativa “c” está errada, e traz uma competência importantíssima do STJ. Atenção! Compete ao STJ processar e julgar, originariamente, a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias (CF, art. 105, I, “i”). Guarde essa competência, pois foi alterada pela EC n° 45/2004. Outro detalhe importante: concedido o exequatur, compete aos juízes federais a execução de carta rogatória; e de sentença estrangeira, após a homologação (CF, art. 109, X). A alternativa “d” está correta. As questões relativas ao controle de constitucionalidade das leis não fazem parte do nosso assunto de hoje. De qualquer forma, essa assertiva está correta. A Ação Direta da Inconstitucionalidade (ADI) não admite alegação de suspeição por parte dos ministros,
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