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Curso de Direito Constitucional - Poder Judiciário

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CURSO ON–LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – CURSO REGULAR 
PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 9 – Poder Judiciário 
Bom dia! 
Seja bem-vinda (ou bem-vindo) a mais uma aula do nosso curso. Esta é 
a última aula sobre os Poderes da República: Poder Judiciário. 
Bem, esse assunto exige muita memorização, pois não foge da 
literalidade dos artigos constitucionais. 
Chamarei sua atenção para os principais aspectos, aqueles mais 
cobrados em concursos (notadamente, o que se relaciona com as 
competências do STF, do STJ e dos juízes federais). 
Além desta aula veremos mais duas outras aulas sobre controle de 
constitucionalidade, sendo que a última versará também sobre princípios 
da ordem econômica e financeira (de acordo com a solicitação de alguns 
alunos para que o conteúdo do curso fosse ampliado para abranger 
também esse aspecto). 
Então, observe o que veremos hoje. 
1 – Organização do Poder Judiciário 
2 – Estatuto da Magistratura 
3 – Garantias 
4 – Órgãos componentes do Poder Judiciário 
5 – Precatórios Judiciais 
6 – Súmula Vinculante 
7 – Exercícios de Fixação 
A esta altura do curso, mesmo quem nunca tinha estudado direito 
constitucional sabe o que representa o Poder Judiciário dentro do Estado 
Democrático de Direito. 
O Poder Judiciário é um dos três poderes clássicos, responsável pela 
função jurisdicional do Estado e essencial para a existência de um 
Estado de Direito. 
As atribuições do Judiciário incluem a solução pacífica dos conflitos, bem 
como a guarda da Constituição, garantindo o respeito aos princípios 
constitucionais. 
Ademais, diversos direitos e garantias fundamentais referem-se à 
prestação jurisdicional estatal. Assim, o acesso a um Judiciário imparcial 
e independente configura uma garantia fundamental. 
Lembra-se dos seguintes princípios? 
I) princípio da inafastabilidade da jurisdição (“a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, nos termos do 
art. 5º, XXXV); 
 
 
 
 
 
 
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II) princípio do devido processo legal (“ninguém será privado da 
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, nos termos do 
art. 5°, LIV); 
Além desses, há ainda o princípio do juiz natural, a celeridade dos atos 
processuais, a publicidade dos atos processuais, entre outros. Tudo isso 
como forma de garantir ao indivíduo a proteção judicial efetiva. 
Já foi comentado que nossa ordem constitucional estabelece a 
independência entre os poderes: 
Art. 2° São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Assim, a distinção funcional do poder do Estado consiste em atribuir a 
órgãos independentes entre si o exercício precípuo das funções 
estatais essenciais. Nesse sentido, como função típica compete ao 
Poder Judiciário o exercício da jurisdição. 
Entretanto, essas funções não são atribuídas de forma exclusiva. É 
dizer: os Poderes exercem suas funções típicas, bem como funções 
atípicas. 
Assim, o Poder Judiciário exerce função legislativa (atípica) ao editar 
regimentos internos de tribunais. E exerce função administrativa (atípica) 
ao realizar uma licitação para compra de computadores, ou prover seus 
cargos por meio de concurso público. 
De se observar que no exercício dessas competências normativas, os 
Tribunais e Conselhos Nacionais podem expedir atos com força de lei. 
Ou seja, os atos normativos do CNJ e os Regimentos Internos dos 
tribunais são normas hierarquicamente equiparadas à Lei ordinária. 
1. (ESAF/AFT/2006) O exercício da função jurisdicional, uma das 
funções que integram o poder político do Estado, não é exclusivo do 
Poder Judiciário. 
As funções estatais não são atribuídas aos órgãos de forma exclusiva. 
Assim, ao julgar o Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade, o Senado Federal exerce a função jurisdicional de 
forma atípica. 
Item certo. 
2. (ESAF/PROCURADOR/BACEN/2001) No sistema de separação de 
poderes vigente entre nós, não se admite caso de edição, por órgão 
do Judiciário, de normas estabelecendo direitos e obrigações. 
Atualmente, entende-se que o princípio da separação dos poderes não 
implica exercício exclusivo das funções de governo. Assim, pode o Poder 
Judiciário legislar de forma atípica. É o que ocorre, por exemplo, com a 
edição dos regimentos dos tribunais. 
Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
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1 – Organização do Poder Judiciário
Os integrantes do Poder Judiciário estão enumerados no art. 92 da 
Constituição. Podemos sintetizar essas informações da seguinte forma 
(tendo por base o organograma elaborado pelos profs. Vicente Paulo e 
Marcelo Alexandrino): 
Esses órgãos serão estudados hoje, um a um, durante a aula (e 
começaremos de cima pra baixo – do STF para os demais –, afinal, na 
parte de cima estão os mais importantes para concursos). 
Cabe mencionar que o Poder Judiciário divide-se em duas esferas 
distintas: uma federal e estadual. 
A justiça federal tem suas competências expressas na Constituição 
Federal e divide-se em justiça comum e especializada (esta última 
segmentada em justiça do trabalho, eleitoral e militar). 
Quanto à justiça estadual, compõe-se de juízes de direito e tribunais de 
justiça, com competências residuais. 
Observe no esquema acima que o Conselho Nacional de Justiça 
integra o Poder Judiciário. 
Agora, observe um detalhe interessante. De acordo os §§ 1° e 2° do art. 
92 da CF/88: 
I) O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os 
Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal; e 
II) O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm 
jurisdição em todo o território nacional. 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
STJ TST TSE STM 
TJ TRF TRT TRE 
Juízes de 
direito 
Juízes Federais Juízes do Trabalho Juízes Eleitorais Juízes Militares
CNJ 
* Apesar de integrar o Poder Judiciário, o CNJ não exerce função jurisdicional 
 
 
 
 
 
 
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Veja que não só o STF e os Tribunais Superiores têm sede em Brasília, 
mas também o CNJ. Todavia, apenas o STF e os Tribunais Superiores 
têm jurisdição em todo território nacional. Por quê? 
Bem, exatamente pelo fato de que, apesar de integrar o Poder Judiciário, 
o CNJ não exerce jurisdição, pois tem natureza administrativa. 
A guarda da Constituição é conferida ao órgão de cúpula do Judiciário: o 
Supremo Tribunal Federal (CF/88, art. 102, caput). E isso tem tudo a ver 
com o controle de constitucionalidade (assunto da nossa próxima aula). 
Afinal, o fundamento do controle de constitucionalidade é exatamente a 
proteção da Constituição. 
3. (ESAF/AFRFB/2009) São órgãos do Poder Judiciário os Tribunais e 
Juízes Militares, os Tribunais Arbitrais e o Conselho Nacional de 
Justiça. 
Os órgãos do Poder Judiciário são apresentados no art. 92 da CF/88. 
Observa-se que esse rol não abrange os Tribunais Arbitrais. 
Atenção! O CNJ integra o Poder Judiciário. 
Item errado. 
4. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) É órgão do Poder Judiciário o(a) 
a) Advocacia-Geral da União. 
b) Tribunal de Contas da União. 
c) Ministério Público do Estado do Espírito Santo. 
d) Superior Tribunal Militar. 
e) Polícia Militar, quando investida em atividades de investigação 
criminal. 
Da lista acima apenas o STM integra do Poder Judiciário. 
Gabarito: “d” 
2 – Estatuto da Magistratura
De acordo com a Constituição, o Estatuto da Magistratura será veiculado 
em Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal (CF, 
art. 93). 
A seguirpasso a comentar cada um dos princípios que deverão reger 
esse estatuto. 
- Ingresso na carreira – em cargo inicial de juiz substituto, mediante 
concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos 
Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em 
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas 
nomeações, à ordem de classificação. 
 
 
 
 
 
 
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- Promoção - de entrância para entrância, alternadamente, por 
antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: 
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes 
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; 
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na 
respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de 
antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem 
aceite o lugar vago; 
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios 
objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela 
freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de 
aperfeiçoamento; 
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o 
juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus 
membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, 
repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; 
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em 
seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório 
sem o devido despacho ou decisão; 
Com exceção da letra “d” (que trata da antiguidade), essas regras 
(referentes a merecimento) se aplicam à remoção a pedido ou à 
permuta de magistrados de comarca de igual entrância (CF, art. 93, 
VIII). 
- Acesso aos tribunais - por antigüidade e merecimento, 
alternadamente, apurados na última ou única entrância; 
- Cursos - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e 
promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo 
de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por 
escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; 
- Subsídio – duas regras (observado o teto constitucional): 
a) ministros dos Tribunais Superiores → 95% do subsídio dos ministros 
do STF; 
b) demais magistrados → fixados em lei e escalonados, em nível federal 
e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária 
nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a 
10% ou inferior a 5%, nem exceder a noventa e cinco por cento do 
subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores. 
- Aposentadoria e Pensão - observarão o disposto no art. 40 da CF/88 
(regra de aposentadoria do regime próprio de previdência, dos servidores 
públicos); 
 
 
 
 
 
 
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- Residência - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo 
autorização do tribunal; 
- Remoção, disponibilidade e aposentadoria por interesse público - 
por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho 
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; 
- Publicidade e motivação - todos os julgamentos serão públicos e 
todas decisões serão fundamentadas, sob pena de nulidade. 
Cabe observar que a lei poderá limitar a presença, em determinados 
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes (os 
advogados), em casos nos quais a preservação do direito à intimidade 
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. 
No que diz respeito às decisões administrativas dos tribunais, elas 
serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares 
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros. 
- Vedação às férias coletivas - a atividade jurisdicional será 
ininterrupta, sendo vedadas as férias coletivas nos juízos e tribunais 
de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente 
forense normal, juízes em plantão permanente. 
Repare que a regra não se aplica a Tribunais Superiores (apenas a 
tribunais de segundo grau). 
Ademais, o estatuto da magistratura deverá considerar ainda as 
seguintes regras (também visando a aprimorar a prestação jurisdicional): 
- a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de 
jurisdição; 
- o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à 
efetiva demanda judicial e à respectiva população; e 
- os servidores receberão delegação para a prática de atos de 
administração e atos de mero expediente sem caráter decisório. 
Ainda tratando do estatuto da magistratura, é de se destacar que a 
Constituição possibilita aos tribunais com número superior a vinte e 
cinco julgadores, constituir um órgão especial para o exercício das 
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência 
do tribunal pleno (CF, art. 93, XI). 
Esse órgão especial terá o mínimo de onze e o máximo de vinte e 
cinco membros, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a 
outra metade por eleição pelo tribunal pleno. 
Por fim, gostaria de comentar algo sobre o chamado quinto 
constitucional. Trata-se de regra que assegura a membros do MP e 
advogados participação na composição de tribunais do Poder Judiciário. 
Entretanto, nem todos os tribunais obedecem a essa regra. 
 
 
 
 
 
 
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Segundo o art. 94 da CF/88, um quinto dos TRFs e TJs (estados e DF) 
será composto por membros do MP (com mais de 10 anos de carreira) e 
de advogados (com notório saber jurídico, reputação ilibada e mais de 10 
anos de atividade). 
Eles serão indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação 
das respectivas classes. Recebida a lista, o tribunal formará lista 
tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que terá 20 dias para escolher 
um. 
Observe que, em princípio, essa regra não se aplica a tribunais 
superiores. Entretanto, a já famosa EC n° 45/2004 estendeu essa 
exigência do quinto constitucional também à composição do TRT e do 
TST (nesses casos, o quinto será garantido a advogados e a membros 
do Ministério Público do Trabalho, especificamente). 
Por curiosidade, vale comentar que na composição do STJ há um terço 
escolhido dentre advogados e membros do Ministério Público 
(Federal, Estadual, e do DF e Territórios). 
Vamos resolver algumas questões? 
5. (ESAF/AFC/CGU/2008) A lei pode limitar a presença, em 
determinados atos dos órgãos do Poder Judiciário, inclusive 
julgamentos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a 
estes. 
De fato, a questão está correta, nos termos do art. 93, IX da CF/88. 
Item certo. 
6. (ESAF/AFC/CGU/2008) As decisões administrativas dos tribunais 
serão motivadas e em sessão pública, inclusive as disciplinares, que 
também devem ser tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus 
membros. 
Trata-se dos princípios da motivação e da publicidade. As decisões 
administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, 
sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus 
membros. 
Item certo. 
7. (ESAF/APO/MPOG/2008) Um quinto dos lugares do Superior 
Tribunal de Justiça será composto de membros do Ministério 
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de 
notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos 
de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos 
órgãos de representação das respectivas classes. 
Com exceção do TST, o quinto constitucional não se aplica a tribunais 
superiores. No caso do STJ, excepcionalmente, um terço está 
reservados para advogados e integrantesdo MP. 
 
 
 
 
 
 
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Item errado. 
3 – Garantias
A Constituição prevê diversas garantias ao Poder Judiciário como meio 
de preservar o imparcial exercício da jurisdição. Trata-se de prerrogativas 
que asseguram a necessária independência para o exercício de sua 
missão constitucional, sem ingerência e pressões dos demais Poderes. 
Assim, podemos considerar que essas garantias institucionais abrangem 
competências administrativas e financeiras, além da independência 
funcional de seus membros. 
Quanto às competências administrativas, elas tratam da organização 
da justiça e estão previstas no art. 96 da CF/88. 
Nesse sentido, compete aos tribunais: 
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, 
com observância das normas de processo e das garantias processuais 
das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos 
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; 
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos 
que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade 
correicional respectiva; 
c) prover: (i) os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição (na 
forma da Constituição) e (ii) os cargos necessários à administração da 
Justiça (por concurso, exceto os de confiança); 
d) conceder licença, férias e outros afastamentos a membros e 
servidores; 
e) propor a criação de novas varas judiciárias; 
Por sua vez, compete ainda aos Tribunais Superiores e Tribunais de 
Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo: 
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus 
serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a 
fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos 
tribunais inferiores, onde houver; 
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias. 
Nos termos do art 98 da Constituição, a União, no Distrito Federal e nos 
Territórios, e os Estados criarão: 
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, 
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas 
 
 
 
 
 
 
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cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial 
ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, 
nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos 
por turmas de juízes de primeiro grau; 
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto 
direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência 
para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face 
de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer 
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras 
previstas na legislação. 
Segundo o § 1º do art. 98, Lei federal disporá sobre a criação de juizados 
especiais no âmbito da Justiça Federal. 
Quanto à autonomia financeira, cabe destacar que os tribunais 
elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites 
estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de 
diretrizes orçamentárias (CF, art. 99, § 1°). 
O encaminhamento dessa proposta, ouvidos os outros tribunais 
interessados, compete: 
I) União → Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; 
II) Estados e DF e Territórios → Presidentes dos Tribunais de Justiça, 
com a aprovação dos respectivos tribunais. 
Se esses órgãos não encaminharem as respectivas propostas 
orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes 
orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação 
da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei 
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados 
(CF, art. 99, § 3°). 
Por outro lado, se as propostas orçamentárias de que trata este artigo 
forem encaminhadas em desacordo com os limites, o Poder Executivo 
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual (CF, art. 99, § 4°). 
Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a 
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os 
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se 
previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares 
ou especiais (CF, art. 99, § 5°). 
Cabe destacar ainda que as custas e emolumentos serão destinados 
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas 
da Justiça (CF, art. 98, § 2°). 
 
 
 
 
 
 
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3.1 – Garantias e vedações dos magistrados 
Além das garantias do Poder Judiciário como um todo, são asseguradas 
aos magistrados as garantias da vitaliciedade, da inamovibilidade e da 
irredutibilidade de subsídio. 
- Vitaliciedade – no primeiro grau, adquirida após 2 anos de exercício. 
Nesse período (antes da aquisição da vitaliciedade), a perda do cargo 
dependerá de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado. Após 
esse período, a perda do cargo passa a depender de sentença judicial 
transitada em julgado. 
Observe que essa regra vale para o primeiro grau. Assim, os membros 
do STF e demais tribunais superiores, bem como os advogados e 
membros do Ministério Público que entrarem nos tribunais pela regra do 
quinto constitucional, adquirem vitaliciedade imediatamente, por 
ocasião da posse. 
- Inamovibilidade – o que assegura que o magistrado só seja removido 
por iniciativa própria, salvo por motivo de interesse público, mediante 
voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho 
Nacional de Justiça. 
- Irredutibilidade de subsídio – o que garante aos magistrados a não 
redução nominal de sua espécie remuneratória. 
São ainda estabelecidas as seguintes vedações aos magistrados: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo 
uma de magistério; 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em 
processo; 
III - dedicar-se à atividade político-partidária. 
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de 
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as 
exceções previstas em lei; 
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes 
de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
exoneração. 
Essas vedações são também denominadas pela doutrina de garantias 
de imparcialidade dos órgãos judiciários. 
Sintetizando: 
 
 
 
 
 
 
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4 – Órgãos componentes do Poder Judiciário
A partir de agora, passarei a apresentar as informações referentes a 
cada um dos órgãos do Poder Judiciário. 
Ao estudarmos a competência dos órgãos do Poder Judiciário, é 
importante você ter em mente que nos deparamos com as seguintes 
modalidades de competência: 
I) a competência originária, em que o processo tem origem naquele 
órgão; é o caso, por exemplo, da competência do STF para o julgamento 
do Presidente da República nas infrações penais comuns (CF, art. 102, i, 
“b”); 
II) a competência recursal, em que o processo origina-se em instância 
inferior, ou seja em outro órgão, mas “sobe” até determinado tribunal por 
meio de recurso. Esse recurso pode ser: 
a) recurso ordinário, como é o caso do crime político, por exemplo, 
que éjulgado originariamente pelos juízes federais (CF, art. 109, IV); 
todavia, o julgamento do recurso ordinário é de competência do STF 
(CF, art. 102, II, “b”); 
b) recurso especial, de competência do STJ, nas hipóteses do art. 
105, III da CF/88; 
c) recurso extraordinário, de competência do STF, nas hipóteses 
do art. 102, III da CF/88. 
 
 
 
 
 
 
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Bem, não posso deixar de te alertar para o fato de que, para concursos, 
em todo o estudo do Poder Judiciário, o mais importante são as 
competências do Supremo Tribunal Federal e, em menor grau, do 
Superior Tribunal de Justiça, principalmente aquelas alteradas pela EC 
45/2004 (conhecida como reforma do Judiciário). 
Outro assunto que vem sendo frequentemente cobrado é o Conselho 
Nacional de Justiça, inovação promovida pela reforma do Judiciário. 
Abordaremos esses assuntos logo a seguir. 
4.1 – Conselho Nacional de Justiça 
O Conselho Nacional de Justiça foi criado pela Emenda Constitucional 
45/2004 como órgão integrante do Poder Judiciário, com a incumbência 
de realizar o controle administrativo e financeiro do Judiciário (sem 
prejuízo da atuação do TCU) e dos deveres funcionais dos juízes (CF, 
art. 103-B). 
O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 membros com 
mandato de dois anos, admitida uma recondução. 
Segue abaixo a relação dos componentes do CNJ, seguida de qual 
órgão é responsável pela indicação de cada um deles. 
De se destacar que, não efetuadas, no prazo legal, essas indicações 
caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. 
Presidente do STF 
Um desembargador de TJ 
Um juiz estadual 
Um ministro do STJ 
Um juiz de TRF 
Um juiz federal 
Um ministro do TST 
Um juiz de TRT 
Um juiz do trabalho 
Um membro do MPU 
Um membro de MPE 
Dois advogados 
Dois cidadãos 
STF 
STJ 
TST 
PGR 
OAB 
COMPONENTE ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA INDICAÇÃO
Um pela Câmara e um pelo Senado 
 
 
 
 
 
 
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Junto ao Conselho Nacional de Justiça oficiarão o Procurador-Geral da 
República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil (CF, art. 103-B, § 6º). 
(Detalhe: interessante observar que no caso do Conselho Nacional do 
Ministério Público, competirá ao Presidente do Conselho Federal da 
OAB oficiar junto ao Conselho, nos termos do art. 130-A, § 4° da CF/88). 
Feito esse comentário à parte, voltemos ao estudo do CNJ... 
O Ministro do STJ exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará 
excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, 
além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da 
Magistratura, as seguintes (CF, art. 103-B, § 5º): 
I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, 
relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; 
II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição 
geral; 
III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e 
requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito 
Federal e Territórios. 
Você deve saber três detalhes básicos, mas importantes, sobre o CNJ: 
I – o CNJ não exerce jurisdição, pois tem natureza administrativa; 
II – o CNJ não tem nenhuma competência sobre o STF e seus 
ministros; e 
III – O CNJ dispõe de poder normativo primário para editar atos com 
status de lei (no âmbito da sua competência, no art. 103-B, § 4°). 
Observe ainda que a constitucionalidade da criação do CNJ foi 
questionada no STF quanto ao fato de estar ferindo o princípio da 
separação dos Poderes e o princípio federativo. 
O Tribunal entendeu que o CNJ configura órgão administrativo interno 
ao Judiciário, tendo sua composição majoritariamente formada por 
membros desse Poder. Ademais, suas decisões estariam sujeitas ao 
controle jurisdicional do Supremo Tribunal Federal, órgão ao qual se 
subordina. Diante disso, o STF considerou constitucional a criação do 
CNJ, não havendo, segundo o Tribunal, nenhuma ofensa à separação 
dos Poderes. 
Outro aspecto ressaltado pelo STF foi o caráter nacional do CNJ, assim 
como o Poder Judiciário como um todo, não havendo como se alegar 
prejuízo à Federação. 
Aliás vale comentar quanto a isso que o STF deixou assente que os 
estados-membros carecem de competência constitucional para instituir, 
como órgão interno ou externo do Judiciário, conselho destinado ao 
 
 
 
 
 
 
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controle da atividade administrativa, financeira ou disciplinar da 
respectiva justiça. 
Isso dado o caráter nacional e o regime orgânico unitário do Poder 
Judiciário. Veja o teor dessa súmula: 
É inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de órgão de 
controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem 
representantes de outros poderes ou entidades (Súmula 649 do STF). 
Antes de passar à próxima questão, deixe-me perguntar: você sabia que 
foi aprovada emenda constitucional (EC n° 61/2009) alterando a 
composição do Conselho Nacional de Justiça? Pois é, meu caro... 
Aproveito então para apresentar as mudanças promovidas por essa 
emenda de forma bastante sintética para favorecer seu entendimento e 
memorização: 
I) o presidente do STF passa a ser obrigatoriamente o presidente do 
CNJ (CF, art. 103-B, “I”); antes dessa EC, o STF poderia indicar qualquer 
um dos seus ministros para participar e presidir o Conselho; 
II) nas ausências e impedimentos do presidente, ele será substituído na 
presidência do CNJ pelo vice-presidente do STF (CF, art. 103-B, §1°); 
III) não está mais expresso o limite de idade (entre 35 e 66 anos) para os 
membros do CNJ (art. 103-B, caput); 
IV) não é mais necessário que sejam submetidos ao Senado o nome do 
Presidente e do Vice do STF como condição prévia de sua participação 
no CNJ (os demais componentes continuam passando pelo crivo do 
Senado); 
V) está afastada a vedação de distribuição de processos ao Presidente 
do Conselho (antes da EC n° 61/2009 o presidente ficava excluído da 
distribuição de processos). 
Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e 
financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais 
dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem 
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: 
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do 
Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no 
âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 
II - zelar pela observância do art. 37 da CF/88 e apreciar, de ofício ou 
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos 
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo 
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as 
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da 
competência do Tribunal de Contas da União; 
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos 
do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, 
 
 
 
 
 
 
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serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que 
atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da 
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar 
processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a 
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos 
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções 
administrativas, asseguradaampla defesa; 
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a 
administração pública ou de abuso de autoridade; 
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares 
de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; 
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e 
sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos 
do Poder Judiciário; 
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar 
necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades 
do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo 
Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da 
abertura da sessão legislativa. 
Nos termos do § 7º do art. 103-B da CF/88, a União, inclusive no Distrito 
Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para 
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra 
membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços 
auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. 
4.2 – Supremo Tribunal Federal
O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos 
dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e 
cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (CF, 
art. 101). 
Vale lembrar que, para ser Ministro do STF, o cidadão deve ser 
brasileiro nato. 
Os Ministros serão nomeados pelo Presidente da República, depois 
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
Gostaria de chamar sua atenção para o seguinte aspecto: observe que 
não há necessidade de que a escolha se dê dentre advogados ou 
procuradores ou membros do Poder Judiciário. Ou seja, a rigor, se 
considerada apenas a literalidade do texto constitucional, não precisa 
ter diploma em Direito para se tornar um Ministro do STF! 
Quanto às competências do Supremo, é preciso que você inicie esse 
estudo guardando o seguinte detalhe (que o ajudará a memorizar vários 
aspectos referentes às competências): o STF cuida daqueles assuntos 
 
 
 
 
 
 
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mais relevantes geralmente relacionados à guarda da Constituição e 
da Federação. 
A competência originária do STF está prevista no art. 102, I da CF/88 e 
pode ser ampliada, desde que por emenda constitucional (uma vez 
que não pode a lei ampliar suas competências). 
I) Como representa o guardião da Constituição, compete ao STF 
processar e julgar todas as ações diretas de inconstitucionalidades 
(bem como os pedidos de medida cautelar em ações diretas de 
inconstitucionalidade) (alíneas “a” e “p”). 
Trata-se da ação direta de inconstitucionalidade, ação declaratória de 
constitucionalidade e argüição de descumprimento de preceito 
fundamental (ações estudadas no controle de constitucionalidade). 
Cabe destacar que o Procurador-Geral da República deverá ser 
previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os 
processos de competência do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 103, § 
1°). 
II) Compete ao STF processar e julgar as situações caracterizadoras de 
conflito entre entes da Federação. De acordo com a alínea “f”, cabe ao 
STF o julgamento das causas e os conflitos entre a União e os 
Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, 
inclusive as respectivas entidades da administração indireta. 
A partir dessa competência surge a seguinte dúvida: qualquer conflito 
entre um ente político e uma entidade da administração indireta atrairia a 
competência do Supremo para o julgamento da ação? 
Pois bem, segundo o Supremo Tribunal Federal, no caso de conflito 
entre duas entidades da administração indireta ou no caso de conflito 
entre um ente político da Federação e uma entidade da 
administração indireta, a competência só será do STF se aquela 
controvérsia puder provocar situação caracterizadora de conflito 
federativo. Ou seja, se puder colocar em risco a harmonia da nossa 
Federação. 
De outro lado, essa restrição não se aplica caso o conflito seja travado 
entre duas entidades políticas da Federação (União, estados e DF), caso 
em que a competência invariavelmente será do STF. 
Observe ainda que se trata da União, estados e DF. No caso de 
municípios, estará afastada a competência do STF. 
Para entender o porquê de tudo isso... Guarde aquela informação: o STF 
cuida daqueles assuntos mais relevantes (geralmente relacionados à 
guarda da Constituição e da Federação). 
III) Compete ao STF processar e julgar: (i) o litígio entre Estado 
estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito 
 
 
 
 
 
 
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Federal ou o Território; bem como (ii) a extradição solicitada por Estado 
estrangeiro (alíneas “e” e “g”). 
São duas competências bastante cobradas em concursos... 
Que a extradição é julgada pelo Supremo muita gente já sabe (você 
deve se lembrar da repercussão do caso de Cesare Batisti). 
Quanto aos litígios envolvendo organismos estrangeiros há um detalhe 
interessante, observe... 
É que se o litígio for entre Estado estrangeiro ou organismo internacional 
e a União, o Estado, o DF ou Território, a competência é do STF (CF, 
art. 102, I, “e”). 
Por outro lado, se o litígio for entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País 
ele será processado e julgado pelos juízes federais (CF, art. 109, II). 
Leve esse detalhe para sua prova! 
IV) Compete ao STF processar e julgar os conflitos de competência 
entre o STJ e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre 
estes e qualquer outro tribunal (alínea “o”). 
Atenção! Ao detalhar esses dispositivos, o Supremo Tribunal Federal 
entendeu o seguinte: 
a) caso o conflito seja entre o STJ e demais tribunais superiores será do 
STF a competência de julgamento; 
b) também será do STF a competência para julgamento do conflito entre 
tribunais superiores e juízos vinculados a outros tribunais (por exemplo, o 
conflito entre um juiz federal (ligado ao TRF) e o TSE, por exemplo); 
c) porém, não será competente o STF para julgar conflitos entre o STJ 
e um TRF, pois este é hierarquicamente inferior àquele; valendo o 
mesmo raciocínio para um conflito entre o STJ e um Tribunal de Justiça 
Estadual. Nesses casos a competência será do próprio STJ. 
V) Compete ao STF processar e julgar a ação em que todos os membros 
da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela 
em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam 
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados (alínea “n”); 
VI) Por fim, há as competências do STF para processar e julgar as ações 
relacionadas com o foro de prerrogativa de função e o julgamento de 
ações contra seus julgados ou de outros tribunais (incluindo as decisões 
do CNJ e CNMP). 
Segue a lista dessas competências (alíneas “b”,“c”,“d”,“i”,“j”,“l”,“m”,“r”,“q”): 
- nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros 
e o Procurador-Geral da República; 
 
 
 
 
 
 
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- nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os 
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos 
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de 
missão diplomática de caráter permanente; 
- o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas 
nas alíneasanteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" 
contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do 
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; 
- o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o 
coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam 
sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se 
trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; 
- as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho 
Nacional do Ministério Público; 
- o mandado de injunção, quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do 
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, 
das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da 
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal 
Federal; 
- a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; 
- a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da 
autoridade de suas decisões; 
- a execução de sentença nas causas de sua competência originária, 
facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; 
No âmbito de sua competência recursal, compete ao STF julgar, em 
recurso ordinário (CF, art. 102, II): 
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o 
mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais 
Superiores, se denegatória a decisão; 
b) o crime político. 
Interessante observar que a competência originária para processar e 
julgar o crime político é dos juízes federais (CF, art. 109, IV). E o recurso 
ordinário sobe para o STF. 
Como vimos, há ainda o recurso extraordinário, meio hábil a conduzir ao 
STF controvérsia judicial que esteja sendo suscitada em instâncias 
inferiores. Isso porque, quando se trata de respeito à Constituição 
Federal, a última palavra é do STF. Afinal, ele é o guardião da 
Constituição (CF, art. 102, caput). 
 
 
 
 
 
 
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Assim, compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as 
causas decididas em única ou última instância, quando a decisão 
recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta 
Constituição. 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
Observe que, se afetou a Constituição Federal, é tema para o Supremo 
(o “guardião”). 
Quero chamar sua atenção para a alínea “d” acima. Para concursos, ela 
é a mais relevante na medida em que configura alteração proporcionada 
pela EC n° 45/2004. Mas essa modificação é bem razoável, tendo em 
vista que conflito entre lei local e lei federal é conflito envolvendo 
repartição de competências, ou seja, assunto substancialmente 
constitucional, que envolve a estabilidade do sistema federativo. 
Interessante observar que, por outro lado, compete ao STJ julgar, em 
recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, 
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do 
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida julgar válido ato 
de governo local contestado em face de lei federal (CF, art. 105, III, 
“b”). 
Falando em inovação promovida pela Reforma do Judiciário, deixe-me te 
apresentar mais uma. Trata-se da exigência de comprovação de 
repercussão geral para a interposição de recurso extraordinário perante 
o STF. Segundo o art. 102, § 3º da CF/88: 
“No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos 
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, 
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus 
membros”. 
Essa regra visa evitar que cheguem ao STF casos concretos sem 
nenhuma relevância jurídica. Assim, cabe ao recorrente demonstrar que 
a questão vai além do mero interesse das partes, adquirindo repercussão 
geral. 
Só para você ter uma ideia, em notícia no sítio do STF, datada de julho 
de 2009, o Ministro Gilmar Mendes afirmava que a repercussão geral é 
uma das razões pelas quais o Supremo vem reduzindo de forma 
expressiva o número de processos recebidos – o que dá celeridade aos 
julgamentos de questões de maior relevância para a coletividade. Até 
aquela época, a repercussão geral já tinha sido reconhecida em 137 
 
 
 
 
 
 
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matérias e rejeitada em relação a outras 34 desde que foi implementada, 
no início de 2008. 
Em suma, ao interpor o recurso extraordinário, o recorrente deverá 
demonstrar a repercussão geral das questões discutidas. Se entender 
que o autor não conseguiu comprovar essa repercussão geral, o STF 
poderá recusar o recurso extraordinário. 
Mas observe que: 
I) a regra é a admissão da repercussão geral e do recurso 
extraordinário; 
II) poderá o STF recusar o recurso extraordinário por ausência da 
comprovação da repercussão geral, mas será necessária a manifestação 
de dois terços dos membros do Tribunal. 
Fique atento! O requisito de dois terços é para a recusa, e não para a 
admissão. 
Segundo a Lei 11.418/06, haverá repercussão geral sempre que o 
recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência 
dominante do Tribunal. 
Na análise da repercussão geral, o relator poderá admitir a manifestação 
de terceiros, que não sejam parte da ação, na qualidade de amicus 
curiae. 
4.3 – Superior Tribunal de Justiça
Enquanto o STF é o guardião da Constituição, o STJ constitui o 
guardião da lei federal, do ordenamento jurídico federal. 
O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três 
Ministros, que serão nomeados pelo Presidente da República, dentre 
brasileiros (natos ou naturalizados): (i) com mais de 35 e menos de 65 
anos; (ii) de notável saber jurídico e reputação ilibada; (iii) depois de 
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
A composição do STJ é feito por: 
a) 1/3 de juízes dos TRFs; 
b) 1/3 de desembargadores dos TJs estaduais; 
c) 1/3 divididos da seguinte forma: metade dentre advogados e metade 
dentre membros do MP (Federal, Estadual e do DF e Territórios). 
As listas tríplices serão encaminhadas pelo STJ ao Presidente da 
República, que realizará a escolha. 
Compete ao Superior Tribunal de Justiça, processar e julgar 
originariamente: 
 
 
 
 
 
 
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a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito 
Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos 
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais 
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os 
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do 
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro 
de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica 
ou do próprio Tribunal; 
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das 
pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal 
sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, 
do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral; 
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvadaa competência do STF (CF, art. 102, I, "o"), bem como entre tribunal e 
juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais 
diversos; 
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; 
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da 
autoridade de suas decisões; 
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e 
judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e 
administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da 
União; 
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, 
da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência 
do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça 
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de 
exequatur às cartas rogatórias. 
Essa última alínea traz uma competência importantíssima do STJ. 
Atenção! Guarde essa competência, pois foi alterada pela EC n° 
45/2004 (CF, art. 105, I, “i”). 
Você não precisa saber o que significa nada disso, só precisa memorizar: 
 
 
 
 
 
 
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I) Homologação de sentenças estrangeiras 
II) Concessão de exequatur às cartas rogatórias → STJ 
Bem, de qualquer forma, para os mais curiosos, o exequatur é a 
autorização dada pelo STJ para que sejam executados no Brasil os atos 
de autoridades judiciárias estrangeiras. 
Outro detalhe importante: concedido o exequatur, compete aos juízes 
federais a execução de carta rogatória; e de sentença estrangeira, 
após a homologação (CF, art. 109, X). 
Compete ao STJ, julgar, em recurso ordinário: 
a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; 
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; 
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo 
internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou 
domiciliada no País; 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou 
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais 
dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão 
recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
Atenção! No que se refere à decisão de julgar válida lei local 
contestada em face de lei federal, é caso de recurso extraordinário, 
competência do STF. 
Segundo a Constituição, funcionarão junto ao STJ: 
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de 
Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os 
cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; 
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da 
lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de 
primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes 
correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. 
 
 
 
 
 
 
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4.4 – Justiça Federal
A Justiça Federal compõe-se dos TRFs (órgãos colegiados de segundo 
grau) e dos juízes federais (órgãos singulares de primeiro grau). 
Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete 
juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados 
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e 
menos de 65 anos, sendo: 
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva 
atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais 
de dez anos de carreira (“quinto constitucional”); 
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de 
cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, 
alternadamente. 
A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais 
Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. 
Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a 
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, 
nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de 
equipamentos públicos e comunitários. 
Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar 
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de 
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as 
fases do processo. 
Atenção! Você observará que essas duas últimas regras se reproduzirão 
na organização da Justiça Estadual. 
Compete aos Tribunais Regionais Federais, processar e julgar, 
originariamente: 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça 
Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos 
juízes federais da região; 
c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio 
Tribunal ou de juiz federal; 
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal; 
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao 
Tribunal; 
 
 
 
 
 
 
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Compete aos Tribunais Regionais Federais, julgar, em grau de 
recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes 
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. 
Compete aos juízes federais processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa 
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de 
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho 
(sociedades de economia mistas não); 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e 
Município ou pessoa domiciliada ou residente no País (compare com 
a competência do STF prevista no art. 102, I, “e”, referente à União, 
Estados, DF e Territórios); 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado 
estrangeiro ou organismo internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento 
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades 
autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral (o 
recurso ordinário contra julgamento de crime político vai direto para o 
STF, nos termos do art. 102, II, “b”); 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, 
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido 
no estrangeiro, ou reciprocamente; 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos 
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
financeira (observe esse detalhe: não é competência da justiça do 
trabalho, mas da justiça federal); 
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou 
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam 
diretamente sujeitos a outra jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de 
autoridade federal, excetuados os casos decompetência dos tribunais 
federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a 
competência da Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a 
execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença 
estrangeira, após a homologação, as causas referentes à 
nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas (somente no que se refere aos 
direitos indígenas em si, e não qualquer causa que envolva índios). 
 
 
 
 
 
 
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Quanto à competência prevista no inciso X, cabe comentar que compete 
ao STJ: 
I) Homologação de sentenças estrangeiras → após isso, a execução 
será de competência dos juízes federais; e 
II) Concessão de exequatur às cartas rogatórias → após isso, a 
execução da carta rogatória será de competência dos juízes federais. 
Quanto às causas que envolvem a União: 
a) se a União for autora → o foro será a seção judiciária onde tiver 
domicílio a outra parte (CF, art. 109, § 1°); 
b) as ações intentadas contra a União → poderão ser aforadas na 
seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde 
houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde 
esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal (CF, art. 109, § 
2°). 
Quanto às causas previdenciárias, a Constituição prevê regra especial, 
a fim de proteger o beneficiário (é apenas uma faculdade para ele). 
Assim, serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do 
domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte 
instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca 
não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, 
a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e 
julgadas pela justiça estadual (CF, art. 109, § 3°). 
Nesse caso, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional 
Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 
Outra regra especial, diz respeito às ações referentes a direitos 
humanos: trata-se do incidente de deslocamento de competência para 
a Justiça Federal. 
Assim, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o 
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o 
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de 
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o 
STJ (não é STF), em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente 
de deslocamento de competência para a Justiça Federal (CF, art. 
109, § 5°). 
Nesse caso, compete aos juízes federais processar e julgar essas 
causas relativas a direitos humanos (CF, art. 109, V-A). 
No que tange à organização da Justiça Federal, cada Estado (também o 
DF) constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva 
Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei (CF, art. 110). 
4.5 – Justiça do Trabalho
 
 
 
 
 
 
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A Justiça do Trabalho compõe-se dos seguintes órgãos: o Tribunal 
Superior do Trabalho; os Tribunais Regionais do Trabalho; e os Juizes do 
Trabalho. 
Lembre-se que tanto o TST, quanto o TRT respeitam o chamado 
quinto constitucional (alteração promovida pela EC n° 45/2004). 
O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de 27 Ministros, 
escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, 
nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria 
absoluta do Senado Federal, sendo: 
I) um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva 
atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho 
com mais de dez anos de efetivo exercício; 
II) os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, 
oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal 
Superior. 
A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
I) a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados 
do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos 
oficiais para o ingresso e promoção na carreira; 
II) o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, 
na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e 
patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como 
órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. 
Observe que essas regras são similares às da Justiça Federal. 
A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não 
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com 
recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (CF, art. 112). 
A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, 
garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho 
(CF, art. 113). 
Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete 
juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados 
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos 
de 65 anos, sendo: 
I) um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva 
atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com 
mais de dez anos de efetivo exercício (mesma regra do TST); 
II) os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade 
e merecimento, alternadamente. 
 
 
 
 
 
 
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Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com 
a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, 
nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de 
equipamentos públicos e comunitários (CF, art. 115, § 1°). 
Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar 
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de 
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as 
fases do processo (CF, art. 115, § 2°). 
Observe como essas duas últimas regras são semelhantes às da Justiça 
Federal. 
Por fim, destaque-se que nas Varas do Trabalho, a jurisdição será 
exercida por um juiz singular (CF, art. 116). 
Quanto às competências da Justiça do Trabalho, elas estão descritas no 
art. 114 da CF/88. Nesse sentido, compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar: 
I) as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de 
direito público externo e da administração pública direta e indireta da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II) as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III) as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre 
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV) os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o 
ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
V) os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
ressalvada a competência do STF; 
VI) as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, 
decorrentes da relação de trabalho; 
VII) as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII) a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 
195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que 
proferir; 
IX) outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da 
lei. 
Vamos a alguns detalhes... 
a) Segundo o STF, as relações entre a Administração Pública e seus 
servidores regidos pelo regime estatutário (cargo efetivo ou emcomissão) devem ser julgadas pela Justiça Federal (e não pela Justiça 
do Trabalho). 
 
 
 
 
 
 
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b) Segundo o STF, as ações de indenização (inclusive por dano moral) 
propostas por empregado contra empregador fundadas em acidente de 
trabalho são da competência da Justiça do Trabalho. Essa regra não 
se aplica às ações ajuizadas contra o INSS buscando o recebimento de 
benefícios previdenciários decorrentes de acidente de trabalho. Nesse 
caso, a competência é da Justiça comum (estadual). 
Esse entendimento gerou a edição de súmula vinculante pelo STF: 
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de 
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de 
trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que 
ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da 
promulgação da Emenda Constitucional no 45/04 (Súmula Vinculante 23). 
Ademais, você tem de conhecer outra súmula vinculante relacionada 
com esse assunto: 
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação 
possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve 
pelos trabalhadores da iniciativa privada (Súmula Vinculante 22). 
Segundo o § 1º do art. 114 da CF/88, frustrada a negociação coletiva, 
as partes poderão eleger árbitros. 
E recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à 
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio 
coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir 
o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao 
trabalho, bem como as convencionadas anteriormente (CF, art. 114, § 
2°). 
Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão 
do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar 
dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito (CF, 
art. 114, § 3°). 
4.6 – Justiça eleitoral
São órgãos da Justiça Eleitoral: 
a) o Tribunal Superior Eleitoral; 
b) os Tribunais Regionais Eleitorais; 
c) os Juízes Eleitorais; 
d) as Juntas Eleitorais. 
O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, 
escolhidos: 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) três juízes → dentre os Ministros do STF; 
 
 
 
 
 
 
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b) dois juízes → dentre os Ministros do STJ; 
II - dois juízes → dentre seis advogados de notável saber jurídico e 
idoneidade moral (por nomeação do Presidente da República, após 
indicação do STF). 
O TSE elegerá: 
a) seu Presidente e o Vice-Presidente → dentre os Ministros do STF; 
b) o Corregedor Eleitoral → dentre os Ministros do STJ. 
Haverá um TRE na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. Na 
regra de escolha dos ministros dos TREs será observada certa 
semelhança à regra do TSE. 
Assim, os TREs compor-se-ão: 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) dois juízes → dentre os desembargadores do TJ; 
b) dois juízes → dentre juízes de direito, escolhidos pelo TJ. 
II - de um juiz do TRF, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em 
qualquer caso, pelo respectivo TRF; 
III - de dois juízes → dentre seis advogados de notável saber jurídico e 
idoneidade moral (por nomeação pelo Presidente da República, após 
indicação pelo Tribunal de Justiça). 
O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente-
dentre os desembargadores. 
Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos 
tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais (CF, art. 121). 
Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das 
juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for 
aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis (CF, art. 121, 
§ 1º). 
Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por 
dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, 
sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo 
processo, em número igual para cada categoria (CF, art. 121, § 2º). 
São irrecorríveis as decisões do TSE, salvo as que contrariarem esta 
Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de 
segurança (CF, art. 121, § 3º). 
Já das decisões dos TREs somente caberá recurso quando: 
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de 
lei; 
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais 
eleitorais; 
 
 
 
 
 
 
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III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas 
eleições federais ou estaduais; 
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos 
federais ou estaduais; 
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" 
ou mandado de injunção. 
4.7 – Justiça militar
São órgãos da Justiça Militar o Superior Tribunal Militar (STM); e os 
Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. 
O Superior Tribunal Militar compor-se-á de 15 Ministros vitalícios, 
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação 
pelo Senado Federal, sendo: 
a) três → dentre oficiais-generais da Marinha; 
b) quatro → dentre oficiais-generais do Exército; 
c) três → dentre oficiais-generais da Aeronáutica; e 
d) cinco → dentre civis. 
Quanto aos dez ministros militares devem ser todos da ativa e do posto 
mais elevado da carreira. 
Já os cinco ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República 
dentre brasileiros maiores de 35 anos, sendo: 
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com 
mais de dez anos de efetiva atividade profissional; 
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do 
Ministério Público da Justiça Militar. 
Compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes militares definidos 
em lei (CF, art. 124). A lei disporá sobre a organização, o funcionamento 
e a competência da Justiça Militar. 
4.8 – Justiça estadual
Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios 
constitucionais. 
Cabe destacar que a regra do quinto constitucional aplica-se também 
aos tribunais de justiça estaduais. 
A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, 
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de 
Justiça. 
 
 
 
 
 
 
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Cabe aos Estados a instituição de representação de 
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou 
municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da 
legitimação para agir a um único órgão. 
Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação 
de varas especializadas, com competência exclusiva para questões 
agrárias. 
Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á 
presente no local do litígio (CF, art. 126, parágrafo único). 
A Constituição Federal ainda prevê para a Justiça estadual aquelas duas 
mesmas regras previstas para a Justiça Federal: 
a) o Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, 
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do 
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo; 
b) o Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização 
de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites 
territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos 
públicos e comunitários. 
Compete privativamente aosTribunais de Justiça julgar os juízes 
estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do 
Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (CF, art. 96, III). 
Passemos às regras relativas à Justiça militar estadual. 
A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, 
a Justiça Militar estadual, constituída: 
a) em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de 
Justiça; 
b) em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal 
de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a 
vinte mil integrantes. 
Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos 
Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra 
atos disciplinares militares. Ressalva-se a competência do júri quando a 
vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do 
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. 
Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, 
singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações 
judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de 
Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais 
crimes militares. 
Por fim, cabe comentar duas regras específicas. 
 
 
 
 
 
 
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Em primeiro lugar, o DF não dispõe de competências para organizar 
sua própria justiça, cabendo à União essa competência mediante lei 
aprovada no Congresso Nacional. 
Em segundo lugar, nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições 
cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na 
forma da lei (CF, art. 110, parágrafo único). 
A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos 
Territórios (CF, art. 33). 
Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do 
Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos 
judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério 
Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições 
para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa (CF, art. 33, § 
3°). 
Vamos resolver alguns exercícios. 
8. (ESAF/AFC/CGU/2006 - adaptada) Os membros do Conselho 
Nacional de Justiça serão nomeados pelo Presidente do Supremo 
Tribunal Federal, depois de aprovada a escolha pela maioria 
absoluta do Senado Federal. 
Os membros do CNJ são nomeados pelo Presidente da República após 
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Não 
efetuadas as indicações no prazo legal, caberá ao STF fazê-las. 
Item errado. 
9. (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Compete ao Supremo Tribunal 
Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe, 
entre outras funções, processar e julgar, originariamente a 
homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de 
exequatur às cartas rogatórias. 
O julgamento da homologação de sentenças estrangeiras e da 
concessão de exequatur às cartas rogatórias é competência do STJ (CF, 
art. 105, I, “i”). 
Item errado. 
10. (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Compete à Justiça do 
Trabalho processar e julgar as causas decorrentes da relação de 
trabalho que venham a ser instauradas entre os entes da 
administração pública direta e os servidores vinculados a esses 
entes por típica relação de ordem estatutária. 
Como comentado, é da Justiça Federal a competência para processar e 
julgar as causas entre servidores públicos e a respectiva Administração 
Pública, envolvendo o regime jurídico estatutário. Compete à Justiça do 
Trabalho processar e julgar as causas decorrentes da relação de 
trabalho, envolvendo o regime contratual trabalhista. 
 
 
 
 
 
 
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Item errado. 
11. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL 
SUBSTITUTO/PCRN/2008) Segundo a CF, compete ao STF julgar, 
em recurso ordinário, o denominado crime político. 
Quanto ao processamento e julgamento originário dos crimes 
políticos, trata-se de competência dos juízes federais (CF, art. 109, IV) 
Entretanto, o recurso contra esse julgamento sobe para o STF. De fato, 
compete ao STF, julgar, em recurso ordinário, o crime político (CF, art. 
102, II, “b”). 
Item certo. 
12. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL 
SUBSTITUTO/PCRN/2008) Os ministros do STF serão nomeados 
pelo presidente da República, depois de aprovada a escolha pela 
maioria simples dos senadores. 
Realmente compete ao Presidente nomear os ministros do STF, sob a 
chancela do Senado Federal. Mas essa aprovação legislativa será feita 
por maioria absoluta dos votos dos senadores (CF, art. 101, parágrafo 
único). 
Item errado. 
13. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL 
SUBSTITUTO/PCRN/2008) Compete ao STF acolher 
originariamente o mandado de segurança contra atos de outros 
tribunais. 
O STF já afastou sua própria competência para apreciar mandados de 
segurança contra atos de outros tribunais. Nesse caso, essa 
competência é do próprio tribunal, como expresso na Súmula 624 do 
STF: “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer 
originariamente de mandado de segurança contra atos de outros 
tribunais.” 
Item errado. 
14. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) Em relação às competências do STF e do STJ, 
assinale a opção correta. 
a) O habeas corpus contra ato de desembargador de TRT, em regra, 
é julgado pelo STF. 
b) O litígio entre pessoa física e organismo internacional será 
originalmente processado no STF. 
c) A homologação de sentença estrangeira pode ser decidida por ato 
apenas do presidente do STF. 
 
 
 
 
 
 
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d) Ainda que haja interesse dos ministros do STF no resultado de 
causa relativa à magistratura no controle concentrado de normas, os 
integrantes da corte não podem alegar suspeição no julgamento de 
ação direta de inconstitucionalidade. 
e) O julgamento de ação contra o Conselho Nacional de Justiça é da 
competência do STF, enquanto o de mandado de segurança contra o 
Conselho Nacional do Ministério Público cabe ao STJ. 
A alternativa “a” está errada. Compete ao STJ processar julgar, 
originariamente, habeas corpus contra ato de desembargadores de 
Tribunais Regionais do Trabalho (CF, art. 105, I, “c”). 
A alternativa “b” está errada, pois as causas entre Estado estrangeiro ou 
organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente 
no País serão processadas e julgadas pelos juízes federais (CF, art. 
109, II). Um detalhe para auxiliá-lo a memorizar essas competências: no 
caso de litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a 
União, o Estado, o DF ou Território, a competência é do STF (CF, art. 
102, I, “e”). 
A alternativa “c” está errada, e traz uma competência importantíssima do 
STJ. Atenção! Compete ao STJ processar e julgar, originariamente, a 
homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às 
cartas rogatórias (CF, art. 105, I, “i”). Guarde essa competência, pois foi 
alterada pela EC n° 45/2004. 
Outro detalhe importante: concedido o exequatur, compete aos juízes 
federais a execução de carta rogatória; e de sentença estrangeira, 
após a homologação (CF, art. 109, X). 
A alternativa “d” está correta. As questões relativas ao controle de 
constitucionalidade das leis não fazem parte do nosso assunto de hoje. 
De qualquer forma, essa assertiva está correta. A Ação Direta da 
Inconstitucionalidade (ADI) não admite alegação de suspeição por parte 
dos ministros,

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