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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRIBUNAIS 
AULA 1 
PROFESSOR: RICARDO GOMES 
 
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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRIBUNAIS 
AULA 1 
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Prezados(as) Alunos(as)! 
 
2. CÓDIGO ELEITORAL (Lei nº 4.737/1965). 
2.1. Considerações Iniciais (continuação). 
Principiamos nesta AULA 1 pelo assunto mais relevante na seara 
do Direito Eleitoral! A saber, o Código Eleitoral! 
Como já assinalado por mim na Aula Demonstrativa, o Código 
Eleitoral é matéria básica em todo concurso que exija Direito Eleitoral, 
especialmente nos concursos de TREs. 
Nos os Editais, é o ponto inicial e, quase sempre, o mais 
extenso dos conteúdos programáticos! Isso para todos os cargos, inclusive 
Técnico e Analista Judiciário. Vejamos os mais atuais de TREs para 
compararmos: 
TRE/AM (11/2009) TRE/RS (04/2010) TRE/AC (07/06/2010) 
TÉCNICO ADMINISTRATIVO 
Noções de Direito Eleitoral: 
Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65): 
Composição e Competência dos 
Órgãos da Justiça Eleitoral: 
Tribunal Superior Eleitoral. 
Tribunais Regionais Eleitorais. 
Juízes Eleitorais. 
ANALISTA – ÁREA JUDICIÁRIA 
e ADMINISTRATIVA 
Direito Eleitoral: Código Eleitoral 
(Lei n.º 4.737/65): 
Introdução (Arts. 1º a 11) 
Composição e Competência dos 
Órgãos da Justiça Eleitoral: 
Tribunal Superior Eleitoral. 
Tribunais Regionais Eleitorais. 
Juízes Eleitorais. 
Juntas Eleitorais (Arts. 12 a 41) 
(...) 
TÉCNICO ADMINISTRATIVO 
ANALISTA PROCESSUAL e 
ANALISTA ADMINISTRATIVO 
Direito Eleitoral: 
Conceito e fontes. 
Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965 e 
alterações posteriores): 
Introdução; 
Dos órgãos da Justiça Eleitoral; 
Dos recursos (Disposições 
preliminares). 
Observem para todos os 
cargos foram exigidas as 
mesmas matérias! Não 
apenas para os cargos 
de nível superior! 
TÉCNICO ADMINISTRATIVO 
ANALISTA PROCESSUAL 
Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65): 
Introdução (arts. 1º a 11), 
Composição e Competência dos 
Órgãos da Justiça Eleitoral: Tribunal 
Superior Eleitoral, Tribunais 
Regionais Eleitorais, Juízes 
Eleitorais, Juntas Eleitorais (arts. 12 a 
41). Alistamento Eleitoral: Da 
qualificação e inscrição (arts. 42 a 
50). Do cancelamento e da exclusão 
de eleitores (arts. 71 a 81). 
Observem que para 
todos os cargos foram 
exigidas as mesmas 
matérias! Não apenas 
para os cargos de nível 
superior! 
 
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Nesta parte a ser estudada e nas futuras, por questões de ordem 
didático-pedagógicas e materiais, deteremos maior atenção e salientaremos os 
dispositivos mais relevantes, que demandam maior explicitação de seu 
conteúdo e que, principalmente, caem com maior freqüência nas provas de 
Direito Eleitoral. Os demais exigirão dos estudantes apenas simples leitura do 
texto legal. 
O principal objetivo deste Curso é apresentar ao estudante linhas 
Teóricas do Direito Eleitoral e facilitar a resoluções de questões de prova de 
Direito Eleitoral. 
Ainda, vale lembrar que muitos dos dispositivos do Código Eleitoral 
estão tacitamente revogados pela Constituição Federal de 1988, que regulou 
quase inteiramente algumas matérias. O Código Eleitoral hoje uma verdadeira 
“colcha de retalhos”! Com isso, faremos constantes digressões ao texto 
constitucional, sem fugir do roteiro previsto na Lei Eleitoral, que, apesar disso, 
é pedida nos concursos públicos. 
Como estamos trilhando os editais da FCC, seguirei o roteiro do 
Código Eleitoral. Ressalto, todavia, que a abordagem desta 1ª Aula será com 
base nas normas constitucionais do Direito Eleitoral. 
 
 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
1. Introdução ao Código Eleitoral 
a. Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade); 
b. Capacidade Eleitoral Passiva (Elegibilidade) 
c. Inelegibilidades; 
 
 
 
 
 
 
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 2.2. INTRODUÇÃO AO CÓDIGO ELEITORAL (arts 1º ao 
11). 
 2.2.1. PODER REGULAMENTAR DO TSE (Art. 1º) 
Cabe aqui repisar esta matéria já ventilada na Aula Demonstrativa. 
Como estudamos linhas atrás, as Resoluções do TSE estão entre as 
principais fontes do Direito Eleitoral! O art. 1º, parágrafo único, e o art. 23, 
inciso IX, do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), como também o art. 105 da 
Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições), são os principais dispositivos legais que dão 
suporte ao Poder Regulamentar do TSE. 
No Direito Público o Poder Regulamentar é conceituado como 
aquele conferido à Administração Pública de explicitar, esclarecer, conferir 
execução às leis ou disciplinar matéria que não se sujeita à iniciativa de lei. 
É isso que faz o TSE rotineiramente. Este Poder de 
Regulamentação Eleitoral é uma competência conferida ao Tribunal Superior 
Eleitoral de regular as eleições e todo o sistema eleitoral, expedindo instruções 
julgadas convenientes à execução do Código Eleitoral e da Constituição 
Federal. Constitui um dos aspectos diferenciadores da Justiça Eleitoral. 
Explicito melhor a função reguladora da Corte Eleitoral. Em 
critérios práticos, a depender do fundamento legal para a edição de atos 
normativos, a função regulamentadora do TSE tem se consubstanciado em 2 
espécies normativas: Instruções Normativas e Resoluções. 
1. INSTRUÇÕES NORMATIVAS - quando o TSE edita atos 
regulamentares de caráter genérico sobre matéria eleitoral, 
com base no art. 1º, parágrafo único, e art 23, IX, do Código 
Eleitoral; 
2. RESOLUÇÕES – quando o TSE regulamenta especificamente 
as Eleições, consoante o art. 105 da Lei nº 9.504/97, 
A despeito dessa diferenciação prática realizada pelo TSE, o que 
importa é saber a existência desse Poder Normativo de regulação sobre 
matéria eleitoral. 
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Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965) 
Art. 1º 
(...) 
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá 
instruções para sua fiel execução. 
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal 
Superior, 
(...) 
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à 
execução deste Código; 
 
Lei nº 9.504/1997 
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal 
Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar e sem 
restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das 
previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções 
necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, 
em audiência pública, os delegados ou representantes dos 
partidos políticos. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) 
 
 2.2.2. FONTE DO PODER POLÍTICO (Art. 2º) 
O Código Eleitoral em seu texto inicial de 1965 previu a cláusula 
democrática de que o Poder Político teria como titularidade o “povo”. É 
também o direito de voto conferido ao povo. Mais modernamente, a 
Constituição Federal de 1988 destaca o povo como única fonte de todo o poder 
político, nos seguintes termos: 
CF - 88 
Art. 1º 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio derepresentantes eleitos ou diretamente, nos 
termos desta Constituição. 
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Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965) 
Art. 2º Todo poder emana do povo e será exercido em seu 
nome, por mandatários escolhidos, direta e secretamente, 
dentre candidatos indicados por partidos políticos nacionais, 
ressalvada a eleição indireta nos casos previstos na 
Constituição e leis específicas. 
Em vista da normação conferida pelo diploma constitucional, a 
doutrina considera que este dispositivo do Código Eleitoral está parcialmente 
revogado. A despeito disso, basta decorarmos o conteúdo do dispositivo 
constitucional, que por sinal, é de fácil assimilação. 
 
 2.2.3. CAPACIDADE ELEITORAL. 
Conceitos Fundamentais. 
Na lição de Pedro Lenza, os Direitos Políticos “nada mais são do 
que os instrumentos através dos quais a CF garante o exercício da soberania 
popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da 
coisa pública, seja direta ou indiretamente”. 
O cidadão só participa dos direcionamentos do Estado se o forem 
garantidas certas prerrogativas. Por isso que os Direitos Políticos podem ser 
resumidos como as prerrogativas que permitem ao cidadão tomar parte nos 
comandos da coisa pública. Isso porque os Direitos Políticos são o conjunto de 
regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular (“todo o 
poder emana do povo”). 
O Sufrágio é o direito de votar e de ser votado. Consiste no mais 
notável elemento dos Direitos Políticos. Com isso, a capacidade votar e de 
ser votado, por decorrência lógica, são igualmente elementos essenciais dos 
Direitos Políticos dos cidadãos. 
Assim, podem-se classificar os Direitos Políticos em: 
1. Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade) – direito de 
votar, capacidade de ser eleitor; 
2. Capacidade Eleitoral Passiva (Elegibilidade) – direito de 
ser votado. 
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Mas, Professor, o que mesmo é o Voto? 
Vamos então diferenciar rapidamente alguns conceitos 
indispensáveis à compreensão deste assunto. 
o Nacionalidade – é um vínculo jurídico e político que liga um 
indivíduo a um Estado. Ex: provavelmente você é brasileiro 
porque preencheu as específicas regras sobre nacionalidade 
previstas no art. 12 da CF-88; 
o Cidadania – pressupõe a existência de vínculo com o Estado 
(Nacionalidade) e o efetivo alistamento eleitoral. Somente o 
Nacional alistado como eleitor é considerado cidadão. Em 
tese, é possível o nacional não ser cidadão ao não se alistar-
se como eleitor; 
o Soberania Popular - é um postulado normativo que implica 
na absoluta atribuição do poder político ao povo. Ela é 
exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
com valor igual para todos, mediante plebiscito, referendo e 
iniciativa popular, consoante art. 14, caput, da CF-88; 
o Sufrágio - é o direito de votar e de ser votado (capacidade 
votar e de ser votado); Obs: o sufrágio no Brasil é 
universal. O Sufrágio Universal quer dizer que o direito de 
votar no Brasil é concedido a todos os nacionais, 
independentemente de condições que diferenciem uns de 
outros nacionais. Assim, não existe em nosso País o sufrágio 
censitário e capacitário, que implicam em exigências mínimas 
de renda ou de qualificação dos nacionais; 
o Voto - o voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato pelo 
qual o eleitor manifesta sua vontade. O sufrágio é o próprio 
direito de votar, enquanto que o voto é o ato prático do 
direto de votar, do direito de sufrágio. 
O sufrágio (direito de votar e ser votado) é também exercido 
pelo próprio voto! 
 
 
 
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Características do Voto no Brasil: 
1. Direto – os eleitores elegem representantes por si 
próprios, sem intermediários; 
2. Igualdade – todos os eleitores (cidadãos) têm o 
mesmo valor, para cada cidadão, um voto 
correspondente - cláusula do “one man, one vote” 
(um homem, um voto); 
3. Periodicidade – os mandatos políticos são 
temporários (cláusula pétrea constitucional), logo o 
voto também será periódico; 
4. Sigilosidade – o voto do eleitor não pode ser revelado 
para terceiros; 
5. Liberdade – o eleitor não pode ser constrangido a 
escolher determinado candidato (obrigatoriedade 
apenas de comparecer ás urnas); 
6. Personalidade – o voto não pode ser exercido por 
interposta pessoa, apenas pessoalmente; 
7. Obrigatório – o exercício do voto, como regra, é 
obrigatório (obrigatoriedade apenas de comparecer ás 
urnas), salvo as exceções constitucionais pela 
facultatividade para os analfabetos, maiores de 70 anos 
e os menores de 18 e maiores de 16 anos (art. 14, 
§1º, da CF-88). 
 
Leiamos como a CF-88 aborda sobre os Direitos Políticos: 
CF-88 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para 
todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
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III - iniciativa popular. 
 
Como vimos, uma das formas de se levar a efeito a soberania 
popular é o exercício do direito de voto. No entanto, a CF-88, em seu art. 14 
acima, preleciona que a soberania popular será também exercida pelo 
plebiscito, referendo e iniciativa popular. Vejamos então o que é cada um. 
 I – PLEBISCITO – é uma consulta Prévia feita aos cidadãos a 
respeito de matéria política que será ainda discutida pelo Congresso Nacional. 
Ocorre antes da manifestação do Congresso. 
II – REFERENDO – é uma consulta posterior sobre determinado 
ato governamental já, para Ratificá-lo, Referendá-lo. Só se ratifica ou 
referenda algo a posteriori, para frente. 
PLEBISCITO X REFERENDO 
Plebiscito – Prévia Consulta (PP), antes que seja apreciada pelo 
Congresso. 
Referendo – Ratificadora (RR), Referendadora Consulta 
(realizada posteriormente ao ato governamental já editado). 
III – INICIATIVA POPULAR – é uma das formas de por em ação 
a soberania popular prevista na CF-88, em seu art. 61, §2º, por meio da qual 
os cidadãos poderão, por conta própria,/ proporem à Câmara dos Deputados 
que votem um projeto de lei de seus interesses. Um exemplo emblemático de 
Projeto de Lei de Iniciativa Popular é o Projeto “Ficha Limpa”, aprovado pelo 
Senado Federal e sancionado recentemente pelo Presidente da República. 
CF-88 
Art. 61. 
§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à 
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no 
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo 
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por 
cento dos eleitores de cada um deles. 
 
 
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Requisitos Constitucionais para a INICIATIVA POPULAR: 
1. 1% mínimo do eleitorado nacional; 
2. 5 Estados – número mínimo; 
3. 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada 
um desses Estados. 
 
IV – VOTO - o voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato 
pelo qual o eleitor manifesta sua vontade. 
 
A Lei nº 9709/98 regulamente o art. 14, caput, da CF-88, trazendo 
os conceitos e os contornos legais de plebiscito, referendo e iniciativa popular: 
Art. 2o Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo 
para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de 
natureza constitucional, legislativa ou administrativa. 
§ 1o O plebiscito é convocado com anterioridade a ato 
legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar 
ou denegar o que lhe tenha sido submetido. 
§ 2o O referendo é convocado com posterioridade a ato 
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva 
ratificação ou rejeição. 
Art. 3o Nas questões de relevância nacional, de competência do 
Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso do § 3o do art. 
18 da Constituição Federal, o plebiscito e o referendo são 
convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um 
terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas 
do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei. 
Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto 
de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por 
cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco 
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores 
de cada um deles. 
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Com esse arcabouço teórico, voltamos aos conceitos delineados no 
Código Eleitoral e na CF-88. 
 
 
 2.2.3.1. CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA 
(ALISTABILIDADE) 
A Capacidade Eleitoral Ativa ou Alistabilidade, como visto, é a 
capacidade de ser eleitor, que constitui o direito de votar. 
Para que adquira o direito de votar, é preciso que o indivíduo faça 
seu ALISTAMENTO na Justiça Eleitoral, nos termos do art. 4º do Código 
Eleitoral, derrogado parcialmente pelo art. 14, §1º, da CF-88, que regulou com 
mais detalhes a obrigatoriedade do alistamento, da seguinte maneira: 
Código Eleitoral 
Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos que se 
alistarem na forma da lei. REVOGADO 
 
CF-88 
Art. 14 
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II - facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
 
Examinemos com mais detalhes o dispositivo constitucional. Friso 
aos alunos que os arts. 4, 5 e 6, do Código Eleitoral são considerados pela 
doutrina como tacitamente revogados pela CF-88. Daí porque nos 
deteremos às normas previstas na Constituição. 
O art. 14, §1º, da CF-88 dispõe, portanto, sobre a 
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obrigatoriedade do alistamento e do voto. Abaixo um quadro esquemático 
para memorização: 
 
ALISTAMENTO ELEITORAL e VOTO 
OBRIGATÓRIOS 
Apenas para os maiores de 18 anos 
e menores de 70 anos 
18 anos < X < 70 anos 
FACULTATIVOS 
o analfabetos 
o maiores de 16 anos e menores 
de 18 anos 
o maiores de 70 anos 
Resumo: 16 anos < X < 18 anos; 
X > 70 anos 
Observação: Regulando o dispositivo constitucional em estudo, a 
Resolução TSE nº 21.538/2003, em seu art. 14 prevê, em outras palavras, que 
é preciso comprovar a idade 16 anos completos na data do pleito, e não 
necessariamente na data do alistamento eleitoral, desde que a inscrição seja 
no mesmo ano eleitoral. Assim, é possível alistar-se com 15 anos de idade, 
desde que se prove possuir os 16 anos completos quando da eleição. 
Resolução TSE nº 21.538/03 
Art. 14. É facultado o alistamento, no ano em que se realizarem 
eleições, do menor que completar 16 anos até a data do pleito, 
inclusive. 
Calma pessoal! 
Este só foi um aperitivo! Estudaremos na AULA 7 especificamente a 
Resolução TSE nº 21.538/03. 
 
Por outro lado, como não poderemos nos esquecer do nosso velho 
Código Eleitoral, é importante considerarmos que é previsto nele maiores 
disposições sobre a obrigatoriedade do alistamento e do voto. Como regra, não 
são cobrados em concursos tanto quanto o conhecimento do texto 
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constitucional, mas iremos enfrentá-los para uma eventual cobrança da FCC. 
O Código Eleitoral prevê no seu art. 6º, caput, que o “alistamento e 
voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo”. No entanto, vige 
atualmente o previsto no art. 14, § 1º, I e II da CF-88: 
? alistamento e voto obrigatórios para os maiores de 
dezoito anos (18 anos). 
? alistamento e voto facultativos para os analfabetos, 
para os maiores de setenta anos (70 anos) e para os 
maiores de dezesseis e menores de dezoito anos (16 
anos < x < 18 anos). 
 
Com efeito, prevê o mesmo art. 6º uma certa facultatividade para 
o alistamento e para o voto, nos seguintes termos: 
Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros 
de um e outro sexo, salvo: 
I - quanto ao alistamento: 
a) os inválidos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os que se encontrem fora do país. 
II - quanto ao voto: 
a) os enfermos; 
b) os que se encontrem fora do seu domicílio; 
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os 
impossibilite de votar. 
 
Com isso, segundo o Código Eleitoral, o alistamento seria 
facultativo para: 
? INVÁLIDOS;1 
 
1 Faço apenas uma pequena observação de que, segundo a Res.-TSE no 21.920/2004, em seu art. 1º, o alistamento 
eleitoral e voto obrigatórios para pessoas portadoras de deficiência. 
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? MAIORES DE 70 ANOS (> 70 anos) – já previsto no novo 
texto constitucional; 
? OS QUE SE ENCONTREM FORA DO PAÍS (brasileiros natos 
ou naturalizados que estejam fora do Brasil); 
Por sua vez, o voto seria facultativo para: 
? ENFERMOS; 
? OS QUE SE ENCONTREM FORA DO SEU DOMICÍLIO; 
? FUNCIONÁRIOS CIVIS E OS MILITARES, EM SERVIÇO 
QUE OS IMPOSSIBILITE DE VOTAR 
 
Por fim, há que se dedicar especial atenção à previsão 
constitucional da obrigatoriedade e facultatividade do alistamento e do voto, 
não se esquecendo desta previsão contida no Código Eleitoral. 
ATENÇÃO! 
IMPEDITIVOS PARA O ALISTAMENTO! 
Você sabia que os “conscritos” não podem ser eleitores?? E, 
igualmente, os estrangeiros? 
Como é Professor? o que diabos é “conscrito”? 
Vamos lá! 
O art. 14, §2º, determina que não podem alistar-se como eleitores 
os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os 
conscritos. 
CF-88Art. 14 
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, 
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. 
Estrangeiro é fácil! Por exclusão, é aquele que não é brasileiro, 
nato e naturalizado. Se o estrangeiro quiser votar, é preciso que, primeiro, 
faça a devida naturalização, segundo as regras constitucionais. 
Observação 1: A especial condição dos Portugueses no Brasil. 
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A CF-88, no seu art. 12, §1º, assegura aos portugueses com residência no país 
os direitos inerentes ao brasileiro se houver reciprocidade em favor dos 
brasileiros em Portugal. Isso assegura, de fato, aos portugueses, uma espécie 
de quase naturalização. Desse modo, poderão alistar-se da mesma maneira 
que um brasileiro naturalizado o poderá. Veremos logo à frente que os 
Portugueses sofrem limitações apenas quanto à elegibilidade. 
CF-88 
Art. 12 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se 
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os 
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição. 
Os Conscritos, segundo Alexandre de Moraes, são aqueles 
médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar 
obrigatório na forma da Lei nº 5.292, e aqueles que prestam serviço militar na 
condição de prorrogação de engajamento. 
Segundo a Res.-TSE no 15.850/89: a palavra “conscritos” alcança 
também aqueles matriculados nos órgãos de formação de reserva e os 
mencionados médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam 
serviço militar inicial obrigatório. 
Este conceito é apenas para entendermos o que são os conscritos. 
De todo modo, o que importa é lembrarmos que, segundo a CF-88: 
 NÃO PODEM ALISTAR-SE COMO ELEITORES os Estrangeiros e os 
Conscritos. 
A despeito do quanto aduzido sobre a revogação tácita do Código 
Eleitoral pela previsão contida no art. 14 da CF-88, em respeito ao histórico da 
FCC de cobrar a literalidade do texto de lei sem sequer adentrar no mérito da 
validade e eficácia da norma, faremos uma breve incursão sobre o que diz a 
Lei Eleitoral. 
Vejamos o que diz o art. 5, caput, do Código Eleitoral: 
Art. 5º Não podem alistar-se eleitores: 
I - os analfabetos; (Revogado pelo art. 14, § 1º, II, "a", da 
Constituição/88) 
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II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional; 
III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente 
dos direitos políticos. 
Um exemplo dos que “não sabem exprimir-se na língua nacional” é 
o caso dos Índios. Caso ainda sem solução pelo TSE, não se sabe ao certo se 
foi ou não recepcionado pela CF-88.2 
O que importa é saber para provas da FCC que os que não 
souberem a língua nacional, não souberem exprimir-se na língua nacional, não 
podem alistar-se como eleitores. 
Da mesma forma, os privados dos direitos políticos, seja 
temporário ou definitivamente, também não podem alistar-se, consoante o 
Código Eleitoral. Esta norma é para aqueles que estejam com seus direitos 
políticos perdidos ou suspensos, na forma atual previsão do art. 15 da CF-
88. Mais à frente enfrentaremos o tema. 
Então, se na questão vier disposto apenas o seguinte “não podem 
alistar-se os estrangeiros e os conscritos”, estará certa. Se também vier que 
“não podem alistar-se os privados dos seus direitos políticos” ou “os que não 
saibam exprimir-se na língua nacional”, também estará certa, mesmo não 
fazendo expressa menção ao Código Eleitoral. 
DIPLOMA NORMATIVO 
NÃO PODEM ALISTAR-SE 
ELEITORES: 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
? Estrangeiros 
? Conscritos (art. 14, §2º) 
CÓDIGO ELEITORAL (Lei nº 47 
? os que não sabem exprimir-
se na língua nacional; 
? os privados dos seus direitos 
políticos, temporária ou 
definitivamente. (art. 5º, caput, do 
Código Eleitoral) 
 
2 O TSE em recente decisão, de 01/06/2010, no bojo de consulta formulada pelo Juiz Eleitoral de Tabatinga/AM, 
decidiu que a recepção ou não do dispositivo deveria ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal. O voto do Ministro 
Henrique Neves, no entanto, foi pela não recepção. 
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O alistamento dos militares tem previsão constitucional, não sendo 
mais eficaz o parágrafo único do art. 5 do Código Eleitoral. Apesar disso, 
discorro abaixo: 
Código Eleitoral 
Art. 5 
Parágrafo único - Os militares são alistáveis, desde que oficiais, 
aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou suboficiais, 
sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para 
formação de oficiais. 
 
Vale frisar que, conforme o art. 14, §2º da CF-88, é vedado o 
alistamento apenas aos conscritos, durante o serviço militar! 
Com isso, os militares não estão apartados do alistamento 
eleitoral. Pelo contrário, como regra, os militares são alistáveis. Inclusive, 
adianto as condições para eleição de militares alistáveis (previstas no art. 14, 
§8º, da CF-88): 
? se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da 
atividade; 
? se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da 
diplomação, para a inatividade. 
CF-88 
Art. 14 
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes 
condições: 
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da 
atividade; 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato 
da diplomação, para a inatividade. 
 
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Assiná-lo que se estes últimos dispositivos do Código Eleitoral 
forem cobrados em provas da FCC, bastará o conhecimento de sua literalidade, 
não exigindo maiores esforços interpretativos. 
 
Resumo abaixo os requisitos constitucionais para possuir a 
Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade): 
1. Alistamento Eleitoral - é preciso que o indivíduo se aliste 
perante a Justiça Eleitoral (lógico, como poderá votar se 
sequer se cadastrou como eleitor?); 
2. Nacionalidade Brasileira – precisa ser brasileiro, nato ou 
naturalizado, de qualquer sexo, porque os estrangeiros estão 
impedidos de se alistar; 
3. Idade mínima de 16 anos; 
4. Não ser conscrito – tanto os estrangeiros, quanto os 
conscritos não podem se alistar. 
 
 Agora vamos praticar!! 
EXERCÍCIOS: 
 
QUESTÃO 2: TRE-AM – Administrativa - [FCC] – 31/01/2010. João 
completou 18 anos de idade; Juan é brasileiro naturalizado; Pedro tem 15 anos 
de idade e completará 16 anos na data do pleito; Paulo era analfabeto, mas 
deixou de sê-lo; e Manuel é português e está trabalhando numa empresa no 
Brasil. É facultativo o alistamento eleitoral de: 
a) Juan e Paulo. 
b) Juan e Manuel 
c) Juan e Pedro 
d) Paulo. 
e) Pedro.COMENTÁRIOS: 
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Relembrando sobre a obrigatoriedade do alistamento eleitoral: 
É obrigatório o alistamento para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos; 
É facultativo o alistamento para os analfabetos, maiores de 70 anos e os que 
possuem idade entre 16 e 18 anos na data do pleito. 
Com isso, é obrigatório o alistamento de João (que possui 18 anos de idade), 
que deve ser brasileiro nato. Pelo menos é o que se pôde interpretar da 
questão. 
Juan é naturalizado brasileiro – esse dado, por si só, não implica na 
obrigatoriedade do alistamento. Não preencheu nenhum critério da 
facultatividade do alistamento. 
Pedro terá 16 anos na data do pleito, o que implica facultatividade de sua 
inscrição eleitoral. 
Paulo agora não é mais analfabeto, tornando-se obrigatório o seu alistamento. 
Manuel, por ser português com residência no Brasil, tem garantidos os 
mesmos direitos que um brasileiro naturalizado, podendo e devendo se alistar 
como eleitor. 
Logo, apenas o Pedro tem como facultativa sua inscrição eleitoral. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA E 
 
QUESTÃO 3: TRE - PI - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 
02/08/2009. A respeito do alistamento eleitoral, é correto afirmar que: 
 a) é facultativo o alistamento do menor que completar 16 anos até a data do 
pleito, inclusive, no ano em que se realizarem eleições. 
b) o brasileiro nato deve alistar-se até seis meses após a data em que 
completar 18 anos de idade. 
c) o brasileiro naturalizado deve alistar-se até três meses depois de adquirida 
a cidadania brasileira. 
d) o certificado de quitação do serviço militar é documento obrigatório para o 
alistamento de maiores de 16 e menores de 18 anos, do sexo masculino. 
e) caberá recurso interposto por qualquer delegado de partido, no prazo de 15 
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dias contados da publicação da listagem, do despacho que indeferir o 
requerimento de inscrição. 
 
COMENTÁRIOS: 
Esta questão exige conhecimento da Resolução TSE nº 21.538/03, matéria a 
ser estudada na AULA 7. No entanto, vale comentar o item “a’, por ser correto 
e guardar vinculação com o assunto tratado nesta Aula (Alistamento eleitoral): 
Item “a” – está correto, com base no citado art. 14 da Resolução TSE nº 
21.538/03, que possibilita a inscrição eleitoral de menor de 16 anos desde que 
comprove que na data da eleição possua 16 anos completos. Lembro que esta 
possibilidade só ocorre no ano em que se realizarem as eleições. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA A 
 
QUESTÃO 4: TRE-SP - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] - 
10/05/2006. Tício é brasileiro naturalizado, alfabetizado e tem 40 anos de 
idade. Paulus é brasileiro nato, tem 18 anos de idade, mas é analfabeto. Petrus 
é brasileiro nato, alfabetizado e tem 72 anos de idade. O alistamento eleitoral 
e o voto são 
a) obrigatórios para Tício e facultativos para Paulus e Petrus. 
b) facultativos para Tício e Paulus e obrigatórios para Petrus. 
c) facultativos para Tício e Petrus e obrigatórios para Paulus. 
d) obrigatórios para Tício, Paulus e Petrus. 
e) facultativos para Tício, Paulus e Petrus. 
 
COMENTÁRIOS: 
Tício – alistamento e voto são obrigatórios, pois é brasileiro (naturalizado, 
não estrangeiro) e possui 40 anos de idade (maior de 18 anos e menor que 
70 anos). 
Paulus – alistamento e o voto são facultativos, pois apesar de possuir 18 
anos de idade, é analfabeto. 
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Petrus – alistamento e o voto são facultativos porque possui 72 anos de 
idade (> 70 anos). 
Logo, a resposta correta é o item “a” (obrigatórios para Tício e facultativos 
para Paulus e Petrus). 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA A 
 
QUESTÃO 5: TRE-MG - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] - 
18/07/2009. 
O alistamento eleitoral é obrigatório para brasileiros 
a) analfabetos. 
b) naturalizados maiores de 18 anos. 
c) inválidos. 
d) que se encontrarem fora do país. 
e) naturalizados maiores de 16 e menores de 18 anos. 
 
COMENTÁRIOS: 
O alistamento é obrigatório apenas para os brasileiros (natos ou naturalizados) 
ou portugueses equiparados maiores de 18 anos e menores que 70 anos de 
idade. 
Assim, apenas o item “b” atende ao comando da questão (naturalizados 
maiores de 18 anos). 
Lembrando que os inválidos e os que se encontrarem fora do país, segundo o 
art. 6º do Código Eleitoral, têm seu alistamento considerado como 
facultativo. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA B 
 
QUESTÃO 6: TRE-PE - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] - 
25/01/2004. NÃO podem alistar-se como eleitores, dentre outros, os 
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a) brasileiros naturalizados. 
b) estrangeiros. 
c) analfabetos. 
d) maiores de 16 e menores de 18 anos. 
e) inválidos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Os brasileiros naturalizados devem alistar-se; os analfabetos e os maiores de 
16 e menores de 18 anos podem facultativamente alistar-se como eleitores. 
A vedação constitucional expressa para alistarem-se como eleitores é para 
os estrangeiros e os conscritos. Logo, a resposta certa é o item “b” 
(estrangeiros). 
Mais uma vez, quanto aos inválidos, previstos no item “e”, como comentado 
na parte teórica, o Código Eleitoral, no art. 6º, I, a, prevê especificamente que 
os inválidos não são abrangidos pela obrigatoriedade do alistamento eleitoral. 
Eles não são obrigados a alistarem-se, mas podem alistar-se. O Código 
Eleitoral não veda que os inválidos façam seus alistamentos eleitorais. 
Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros 
de um e outro sexo, salvo: 
I - quanto ao alistamento: 
a) os inválidos; 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA B 
 
QUESTÃO 7: TRE-AM - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] - 
23/11/2003 - José é brasileiro nato, tem 19 anos de idade, mora e estuda na 
Espanha desde os 14 anos de idade. João tem 21 anos, mas é analfabeto. 
Maria tem 18 anos, mas é inválida. O alistamento eleitoral é 
a) obrigatório para José e facultativo para João e Maria. 
b) facultativo para José, João e Maria. 
c) facultativo para Maria e obrigatório para José e João. 
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d) obrigatório para José, João e Maria. 
e) facultativo para João e obrigatório para José e Maria. 
 
COMENTÁRIOS: 
Segundo o art. 6º do Código Eleitoral, o alistamento não é obrigatório para os 
inválidos, os que maiores de 70 anos e os que se encontrem fora do 
país. 
Conforme o art. 14, §2º, da CF-88, é também facultativo o alistamento para os 
analfabetos, para os maiores de 70 anos epara os em idade entre 16 e 
18 anos. 
Desse modo, tem como facultativos os alistamentos eleitorais: José, por se 
encontrar fora do país; João, por ser analfabeto; Maria, por ser inválida. 
Portanto, a resposta correta é o item “b”. 
Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros 
de um e outro sexo, salvo: 
 I - quanto ao alistamento: 
 a) os inválidos; 
 b) os maiores de setenta anos; 
 c) os que se encontrem fora do país. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA B 
 
QUESTÃO 8: TRE-AC - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] - 
12/10/2003 . O alistamento eleitoral e o voto são 
a) facultativos para os estrangeiros e para os analfabetos. 
b) obrigatórios para os analfabetos e facultativos para os estrangeiros. 
c) obrigatórios para os estrangeiros e facultativos para os analfabetos. 
d) facultativos para os maiores de 70 anos e obrigatórios para os analfabetos. 
e) facultativos para os analfabetos e para os maiores de 70 anos. 
 
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COMENTÁRIOS: 
Trazendo o quadrinho sobre a obrigatoriedade do alistamento e do voto em 
sede constitucional: 
OBRIGATÓRIOS 
Apenas para os maiores de 18 anos 
e menores de 70 anos 
18 anos < X < 70 anos 
FACULTATIVOS 
o analfabetos 
o maiores de 16 anos e menores 
de 18 anos 
o maiores de 70 anos 
Resumo: 16 anos < X < 18 anos; 
X > 70 anos 
 
Resta concluir que é certa o item “e”. 
RESPOSTA CERTA: LETRA E 
 
QUESTÃO 9: TRE-CE - Analista Judiciário [FCC] - 01/11/2002 - O 
alistamento eleitoral produz o efeito de 
a) fixar o número de votantes nos pleitos eletivos. 
b) assegurar, em relação ao alistado, o direito de votar e ser votado. 
c) integrar o nacional no corpo eleitoral. 
d) afastar das urnas os analfabetos. 
e) viabilizar a candidatura para todos os postos eletivos. 
 
COMENTÁRIOS: 
O alistamento eleitoral tem por finalidade inserir o cidadão no gerenciamento 
da coisa pública, através do processo eleitoral. 
Não tem como escopo tão somente fixar o número de votantes na eleição 
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(item a), muito menos possível previsão inconstitucional de afastar das urnas 
os analfabetos. 
De outro lado, o simples alistamento não assegura ao alistado o direito de ser 
votado, apenas o de votar, e, também, não viabiliza a candidatura para 
qualquer posto eletivo. Para ser eleito é preciso preencher as condições de 
elegibilidade. 
Com isso, só resta como correto o item “c”, pois, de fato, o alistamento integra 
o cidadão nacional (nato ou naturalizado) no corpo eleitoral (no grupo de 
cidadãos). 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA C 
 
QUESTÃO 10: TJ-RN - Juiz Substituto [FCC] - 01/01/1999. NÃO podem 
alistar-se eleitores os 
a) menores de 16 anos. 
b) analfabetos e os conscritos durante o serviço militar 
c) maiores de 70 anos 
d) conscritos durante o serviço militar e os menores de 18 anos. 
e) os estrangeiros e os analfabetos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Essa é uma típica questão que o aluno deve responder por eliminação. Isso 
porque ela exige conhecimento meramente literal do que preleciona a CF-88. A 
FCC, nessa questão, não quer saber se o aluno sabe o que diz a comentada 
Resolução TSE nº 21.538/03. 
Vamos então: os itens “b” e “e” estão errados, pois os analfabetos podem 
alistar-se; o item “c” também errado porque os maiores de 70 anos também 
podem facultativamente alistar-se; o item “d” está errado porque os menores 
de 18 anos podem alistar-se, desde que sejam maiores de 16 anos. 
Quanto ao item “a”, está correto, à luz do art. 14, §2º, da CF-88, porque a CF-
88 não fala “menor de 16 anos”, ela diz que são facultativos o alistamento e o 
voto do “maior de 16 anos e menor de 18 anos”. 
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Temos que tomar cuidado como interpretamos a Lei e Questão da Prova! Ok? 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA A 
 
QUESTÃO 11: TJ-AL - Juiz Substituto [FCC] - 28/01/2007 
Considere as assertivas: 
I. Referendo é uma consulta prévia que se faz aos cidadãos no gozo de seus 
direitos políticos sobre determinada matéria a ser, posteriormente, discutida 
pelo Congresso Nacional. 
II. Plebiscito é uma consulta posterior sobre determinado ato governamental 
para ratificá-lo, para conceder-lhe eficácia ou para retirar-lhe a eficácia. 
III. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos 
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do 
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos 
de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 
 Está correto o que se afirma SOMENTE em 
a) III. 
b) II. 
c) II e III. 
d) I e III. 
e) I e II. 
 
COMENTÁRIOS: 
Como vimos anteriormente, o Plebiscito é uma consulta Prévia 
feita aos cidadãos a respeito de matéria política que será ainda discutida pelo 
Congresso Nacional. Ocorre antes da manifestação do Congresso. Já o 
referendo é uma consulta posterior sobre determinado ato governamental para 
Ratificá-lo, Referendá-lo. 
A iniciativa popular é uma forma dos cidadãos proporem à 
Câmara dos Deputados que votem um projeto de lei de seus interesses. 
Os itens I e II trocaram os conceitos de plebiscito e referendo. O 
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item III é cópia do texto constitucional descrito no art. 61, §2º, sendo o único 
correto: 
Art. 61. 
§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à 
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no 
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo 
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por 
cento dos eleitores de cada um deles. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA A 
 
 
Fim dos exercícios de fixação! 
 
 
Pensaram que me esqueci do art. 3 do Código Eleitoral? Não 
esqueci não! 
Vamos agora tratar da CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA 
(ELEGIBILIDADE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 2.2.3.2. CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA 
(ELEGIBILIDADE) 
Vimos anteriormente, a capacidade eleitoral ativa (alistabilidade), 
capacidade de votar, de ser eleitor. Agora, veremos o outro lado, a capacidade 
de ser votado (elegibilidade). 
A capacidade eleitoral passiva é possibilidade de concorrer a um 
mandato eletivo, de eleger-se (é o direito de ser votado). 
Para adquirir o direito de participar de uma eleição para um 
determinado cargo político, é preciso o preenchimento das chamadas 
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE e que sejam ausentes asCAUSAS DE 
INEGIBILIDADES. 
Por seu turno, aquele cidadão que não preenche as condições de 
elegibilidade é considerado também inelegível pela Justiça Eleitoral. 
O art. 3 do Código Eleitoral, de fato, previa normas sobre 
elegibilidade. Contudo, a CF-88 regulou inteiramente a matéria em seus arts. 
14, §§ 3º-11º. 
Código Eleitoral 
Art. 3º Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo 
eletivo, respeitadas as condições constitucionais e legais de 
elegibilidade e incompatibilidade. 
O §3º do art. 14 da CF-88 delineou todas as Condições de 
Elegibilidades: 
CF-88 
Art. 14 
3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
I - a nacionalidade brasileira; 
II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
III - o alistamento eleitoral; 
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 
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V - a filiação partidária; 
VI - a idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da 
República e Senador*; 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado 
e do Distrito Federal; 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado 
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; 
d) dezoito anos para Vereador. 
 
Vamos por partes! Igual a “Jack, o Estripador”. Rsrsrs 
Para concorrer a algum mandato eletivo (para ser votado), o 
cidadão precisa preencher as seguintes CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE: 
1. Nacionalidade brasileira – se para ser eleitor é necessária 
que tenha nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado), 
tanto o mais para ser candidato a algum posto político. Desse 
modo, mais uma vez os estrangeiros ficam alijados do 
processo democrático no nosso País, não pode ser eleitores e 
muito menos concorrerem a qualquer pleito; 
Observação 1: A CF-88, no art. 12, §3º, exige a nacionalidade originária (ser 
brasileiro nato) para assunção, por eleição, aos cargos de Presidente e 
Vice-Presidente da República: 
CF-88 
Art. 12 
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; (...) 
Observação 2: A especial condição dos Portugueses no Brasil. 
A CF-88, no seu art. 12, §1º, assegura aos portugueses com 
residência no país os direitos inerentes ao brasileiro se houver reciprocidade 
em favor dos brasileiros em Portugal. Isso assegura, de fato, aos portugueses, 
uma espécie de quase naturalização. Desse modo, poderão alistar-se da 
mesma maneira que um brasileiro naturalizado o poderá. 
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CF-88 
Art. 12 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se 
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os 
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição. 
O português residente no Brasil, além de eleitor, em tese, poderia 
ser Governador de Estado, Senador ou Deputado (mas não Presidente de 
quaisquer das Casas do Congresso, já que, como dito anteriormente, estas 
funções são reservadas aos brasileiros natos) e, preenchidos os requisitos 
constitucionais e legais, poderá também ser Vereador. 
Contudo, segundo José Afonso da Silva, o acesso a cargos públicos 
eletivos no Brasil está vedado aos portugueses por não existir lá a mesma 
reciprocidade quanto à acessibilidade de cargos públicos. In verbis: 
“A Constituição brasileira admite a possibilidade de o português 
residente aqui ser (se houvesse reciprocidade): Ministro de Estado, 
Senado, Deputado federal e estadual, Governador de Estado, 
Secretário de Estado, Prefeito e Vereador. O acesso a esses cargos 
e funções, contudo, está vedado aos portugueses aqui 
residentes, porque a Constituição de Portugal não admite 
que se outorgue a brasileiro o direito e acesso a cargos e 
funções correspondentes”. 
Logo, especificamente quanto ao alistamento eleitoral, os 
Portugueses com residência no Brasil e não naturalizados formalmente como 
brasileiros, poderão alistar-se como eleitores normalmente, não sendo 
considerados estrangeiros. 
RESUMO 
? Os Portugueses podem alistar-se como eleitores – 
não têm limitação quanto à alistabilidade; 
? Os Portugueses, pela ausência de reciprocidade, não 
podem concorrer a determinados cargos eletivos 
no Brasil – sofrem limitação na sua elegibilidade; 
 
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2. Pleno exercício dos direitos políticos – os direitos 
políticos devem estar vigentes. Caso ocorra alguma das 
hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos 
previstas no art. 15 da CF-88, não terá o cidadão 
elegibilidade, capacidade para ser eleito. 
Observação: Não se trata de cassação dos direitos políticos. É vedada a 
cassação dos direitos políticos! Para conhecimento, o art. 15 da CF-88: 
CF-88 
Art. 15. É VEDADA A CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja 
PERDA ou SUSPENSÃO só se dará nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada 
em julgado; 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto 
durarem seus efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou 
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
 
3. Alistamento Eleitoral – deve-se adquirir a cidadania, com o 
alistamento eleitoral, para concorrer à eleição. Basta a 
comprovação da inscrição eleitoral no juízo eleitoral do 
domicílio do alistando. Evidentemente, é condição básica ao 
candidato que seja pelo menos eleitor, não é verdade?; 
4. Domicílio Eleitoral na circunscrição – é um Princípio do 
Direito Eleitoral a vinculação do domicílio eleitoral á 
circunscrição do mandato eletivo postulado pelo candidato; 
5. Filiação Partidária – seguindo o ditame constitucional, a Lei 
nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), em seu art. 18 
determina que os cidadãos estejam filiados em pelo menos 1 
ano antes das Eleições; 
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6. Idade mínima: 
A CF-88 estabeleceu idades mínimas a depender do cargo eletivo 
pretendido. Quadro esquemático abaixo para facilitar a fixação: 
Idade Mínima para Elegibilidade: 
o Presidente e Vice-Presidente da 
República 
o SENADOR!!! (Senador é sempre 
velho!!) 
35 ANOS 
Governador e Vice-Governador de 
Estado e do DF 
30 ANOS 
o Deputado Federal, Estadual ou 
Distrital 
o Prefeito e Vice-Prefeito!!! 
o Juiz de Paz (para casar precisa ter 
pelo menos 21 anos!!!) 
21 ANOS 
Vereador 18 ANOS 
Observação: À luz do art 11, §2º, da Lei nº 9.504/97, estas idades mínimas 
são verificadas na data da posse do candidato e não no ato do pedido de 
registro da candidatura: 
Lei nº 9.504/97 
Art. 11 
 § 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como 
condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a 
data da posse. 
 
Observação: condições de elegibilidade específicasdos Militares. Cabe aqui 
delinear novamente as condições previstas no art. 14, §8º, da CF-88, para os 
Militares: 
? se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da 
atividade; 
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? se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da 
diplomação, para a inatividade. 
CF-88 
Art. 14 
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes 
condições: 
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se 
da atividade; 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no 
ato da diplomação, para a inatividade. 
 
Dever de casa! Rsrs 
EXERCÍCIOS: 
QUESTÃO 12: TRE-SP - Analista Judiciário – Contabilidade [FCC] - 
10/05/2006. É considerada uma das condições de elegibilidade do 
Governador de Estado, Deputado Federal e do Senador, a idade mínima, 
respectivamente, de 
a) trinta e cinco anos, trinta anos e vinte e um anos. 
b) trinta anos, vinte e um anos e trinta e cinco anos. 
c) vinte e um anos, trinta anos e trinta e cinco anos. 
d) trinta e cinco anos, vinte e um anos e trinta anos. 
e) trinta anos, trinta e cinco anos e vinte e um anos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Vamos relembrar o quadrinho de idades previstas na CF-88 como condição de 
elegibilidade: 
Quadro esquemático abaixo para facilitar a fixação: 
Idade Mínima para Elegibilidade: 
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o Presidente e Vice-Presidente da 
República 
o SENADOR!!! (Senador é sempre 
velho!!) 
35 ANOS 
Governador e Vice-Governador de 
Estado e do DF 
30 ANOS 
o Deputado Federal, Estadual ou 
Distrital 
o Prefeito e Vice-Prefeito!!! 
o Juiz de Paz (para casar precisa ter 
pelo menos 21 anos!!!) 
21 ANOS 
Vereador 18 ANOS 
Desse modo, como a questão pede, tem idades mínimas para: Governador (30 
anos), Deputado Federal (21 anos) e Senador (35 anos). A única resposta que 
atende a esta conclusão é o item “b”. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA B 
 
QUESTÃO 13: TRE-AP - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] - 
15/01/2008. A idade mínima para ser elegível aos cargos de Deputado 
Federal, Prefeito e Vereador, respectivamente, é de 
a) 21 (vinte e um), 21 (vinte e um) e 18 (dezoito) anos. 
b) 25 (vinte e cinco), 18 (dezoito) e 18 (dezoito) anos. 
c) 30 (trinta), 21 (vinte e um) e 18 (dezoito) anos. 
d) 30 (trinta), 30 (trinta) e 21 (vinte e um) anos. 
e) 35 (trinta e cinco), 30 (trinta) e 21 (vinte e um) anos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Com o mesmo quadrinho acima respondemos esta questão. 
Tem como idades mínimas para Deputado Federal (21 anos), Prefeito (21 anos 
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também) e Vereador (18 anos). 
A resposta correta é o item “a”. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA A 
 
QUESTÃO 14: TRE-AM - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] - 
23/11/2003. Sanchez é espanhol naturalizado brasileiro. Está em pleno gozo 
de seus direitos políticos, possui alistamento eleitoral regular e domicílio 
eleitoral na circunscrição. É filiado a Partido Político e tem 28 anos de idade. 
Sanchez pode candidatar-se, dentre outros, aos cargos de 
a) Deputado Federal e Prefeito. 
b) Presidente da República e Vice-Presidente da República. 
c) Senador e Vice-Presidente da República. 
d) Governador do Estado e Presidente da República. 
e) Deputado Estadual e Presidente da República. 
 
COMENTÁRIOS: 
Estudamos que os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República são 
privativos de brasileiro nato, de acordo com o art. 12, §3º, da CF-88. Logo, 
Sanches, por ser brasileiro apenas naturalizado nunca poderá ser Presidente e 
nem Vice. 
CF-88 
Art. 12 
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; (...) 
Por outro lado, pela idade de Sanches (28 anos), somente poderá pleitear aos 
cargos de Vereador, Prefeito, Juiz de Paz, Deputado Federal e Estadual. Não 
poderá ser Governador, Senador, e muito menos Presidente da República. 
Assim, apenas o item “a” mostra-se correto. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA A 
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QUESTÃO 15: TRE-MS - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 
25/03/2008. João completou vinte e três anos de idade e pretende concorrer 
a cargo no Legislativo ou no Executivo. Nesse caso, poderá ele ser eleito 
somente para 
a) Governador. 
b) Prefeito. 
c) Vice-Governador de Estado. 
d) Senador. 
e) Vice-Presidente da República. 
 
COMENTÁRIOS: 
Com 23 anos de idade somente será possível concorrer ao cargo de Vereador 
(18 anos), Prefeito e Deputado Estadual e Federal. O único item que atende 
corretamente à resposta é o “b”. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA B 
 
QUESTÃO 16: TRE-BA - Técnico Judiciário – Programação [FCC] - 
21/09/2003. Considere as proposições relacionadas à elegibilidade. 
I. A idade mínima exigida para se candidatar a Presidente da República é 35 
anos. 
II. Para se candidatar a Deputado Federal, a idade mínima exigida é 30 anos. 
III. Exige-se do candidato a Prefeito a idade mínima de 21 anos. 
Está correto APENAS o que se afirma em 
a) II. 
b) III. 
c) I e II. 
d) I e III. 
e) II e III. 
 
COMENTÁRIOS: 
Itens I e III estão corretos, pois as idades mínimas para Presidente e Prefeito 
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são, respectivamente, 35 anos e 21 anos. Item II errado, pois a idade mínima 
para Deputado Federal é 21 anos. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA D 
 
QUESTÃO 17: TRE-BA - Técnico Judiciário [FCC] - 21/09/2003 
A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de 
elegibilidade é verificada por ocasião do pedido de registro de candidatura, 
tendo por referência a data 
a) da convenção partidária que indicou o candidato. 
b) em que o pedido de registro foi protocolado. 
c) do pleito eleitoral. 
d) da posse. 
e) do último dia de prazo para registro de candidatura. 
 
COMENTÁRIOS: 
Como já adiantado por mim conhecimento da Lei nº 9.504/97, estas idades 
mínimas são verificadas na data da posse do candidato e não no ato do 
pedido de registro da candidatura. Com isso, a resposta correta é o item “d”. 
Lei nº 9.504/97 
Art. 11 
 § 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como 
condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a 
data da posse. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA D 
 
QUESTÃO 18: TRE-BA - Técnico Judiciário [FCC] - 21/09/2003. 
Joaquim, brasileiro nato, com 19 anos de idade, em pleno exercício de seus 
direitos políticos, é filiado a partidopolítico e alistado eleitoralmente. O cargo 
mais elevado ao qual poderá concorrer como candidato é o de 
a) Senador. 
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b) Presidente da República. 
c) Vereador. 
d) Deputado Federal. 
e) Deputado Estadual. 
 
COMENTÁRIOS: 
Como possui apenas 19 anos de idade, o único cargo possível de ser pleiteado 
é o de Vereador (mínimo de 18 anos). Somente quando completar 21 anos 
poderá concorrer aos cargos de Prefeito, Deputado Federal e Estadual. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA C 
 
QUESTÃO 19: TJ-AL - Juiz Substituto [FCC] - 28/01/2007. São condições 
de elegibilidade, na forma da lei, para os cargos de Prefeito Municipal e 
Vereador, dentre outras, a idade mínima de 
a) vinte e um anos. 
b) vinte e um e dezoito anos, respectivamente. 
c) trinta e dezoito anos, respectivamente. 
d) trinta e vinte e um anos, respectivamente. 
e) trinta e cinco e trinta anos, respectivamente. 
 
COMENTÁRIOS: 
Já sabemos, não é verdade? Para Prefeito é preciso ter pelo menos 21 anos; 
para Vereador, apenas 18 anos. Resposta correta: item “b”. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA B 
 
QUESTÃO 20: TRE-SP - Analista Judiciário – Contabilidade [FCC] - 
10/05/2006. 
É considerada uma das condições de elegibilidade do Governador de Estado, 
Deputado Federal e do Senador, a idade mínima, respectivamente, de 
a) trinta e cinco anos, trinta anos e vinte e um anos. 
b) trinta anos, vinte e um anos e trinta e cinco anos. 
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c) vinte e um anos, trinta anos e trinta e cinco anos. 
d) trinta e cinco anos, vinte e um anos e trinta anos. 
e) trinta anos, trinta e cinco anos e vinte e um anos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Governador (30 anos), Deputado Federal (21 anos) e Senador (35 anos = a 
Presidente da República). 
Resposta correta: item “b”. 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA B 
 
QUESTÃO 21: TRE-AP - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] - 
15/01/2007. A idade mínima para ser elegível aos cargos de Deputado 
Federal, Prefeito e Vereador, respectivamente, é de 
a) 21 (vinte e um), 21 (vinte e um) e 18 (dezoito) anos. 
b) 25 (vinte e cinco), 18 (dezoito) e 18 (dezoito) anos. 
c) 30 (trinta), 21 (vinte e um) e 18 (dezoito) anos. 
d) 30 (trinta), 30 (trinta) e 21 (vinte e um) anos. 
e) 35 (trinta e cinco), 30 (trinta) e 21 (vinte e um) anos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Deputado Federal e Prefeito (21 anos); Vereador (18 anos). 
 
RESPOSTA CERTA: LETRA A 
 
 
 
 
 
 
 
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 2.2.3.3. INELEGIBILIDADES 
 
Como já descrito anteriormente, para que o cidadão possua o 
direito de ser votado (capacidade eleitoral passiva – elegibilidade), é 
preciso que preencha todas as condições de elegibilidades acima 
comentadas e, também, não incorra nas chamadas CAUSAS DE 
INELEGIBILIDADES. 
Mas, Professor, o que são essas inelegibilidades? 
É simples. As inelegibilidades são circunstâncias previstas na CF-
88 e em Lei Complementar que impedem o cidadão de exercitar sua 
capacidade de eleger-se. São circunstâncias que restringem a elegibilidade do 
cidadão, limitam a sua possibilidade de candidatar-se em uma eleição. 
Antes de particularizarmos o tema das inelegibilidades, cabe aqui 
fazer uma pequena diferenciação terminológica, que evitará possíveis dúvidas 
aos alunos: 
1. INELEGIBILIDADE – obsta a elegibilidade do cidadão 
eleitor (a capacidade eleitoral passiva); 
2. INALISTABILIDADE – impede o exercício do direito de ser 
eleitor (a capacidade eleitoral ativa). 
3. INCOMPATIBILIDADE – o cidadão já eleito é impedido do 
exercício do mandato. A incompatibilidade configura-se após 
a eleição, obrigando o candidato à escolha entre o mandato e 
o cargo. 3 
As fundamentais causas de inelegibilidades estão previstas no art. 
14, §§ 4º-8º, da CF-88. 
A principal sede normativa das inelegibilidades é a CF-88. Contudo, 
o próprio texto constitucional prevê a possibilidade de instituição de outras 
circunstâncias que obstariam a elegibilidade do cidadão. Esta previsão está 
insculpida no art. 14, §9º, da CF-88: 
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CF-88 
Art. 14 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger 
a probidade administrativa, a moralidade para exercício de 
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade 
e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico 
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na 
administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) 
A CF-88 previu que apenas LEI COMPLEMENTAR poderá 
estabelecer novos casos e regrar as inelegibilidades. Não confundir com Lei 
Ordinária! 
As inelegibilidades são previstas unicamente na CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL e em LEI COMPLEMENTAR! 
Em atenção ao comando da CF-88, foi editada a Lei 
Complementar nº 64/90, que disciplina mais casos de inelegibilidade e 
prazos de cessação. 
O estudo deste diploma legal será realizado na AULA 8. Por isso, 
passaremos ao estudo das inelegibilidades previstas no texto da constituição. 
 
As causas de inelegibilidades podem ser absolutas ou 
relativas: 
o INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS – constituem impedimento para 
assunção de qualquer cargo eletivo. O cidadão impedido 
absolutamente não poderá concorrer em nenhuma eleição, não 
poderá pleitear nenhum mandato eletivo. São os seguintes, conforme 
o (art. 14, §4º, da CF-88): 
CF-88 
Art. 14 
 
3 Será estudado com mais detalhes na AULA 8. 
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§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 
 
? INALISTÁVEIS – A elegibilidade tem como pressuposto inicial a 
alistabilidade. Se não pode sequer ser eleitor, não poderá também, 
por óbvio, ser candidato. 
Segundo a CF-88, são Inalistáveis os Estrangeiros e os Conscritos, 
durante o serviço militar obrigatório. 
No entanto, como a FCC pode cobrar a literalidade do Código Eleitoral, 
devemos ficar atentos que, segundo o art. 5 do referido diploma, são 
também inalistáveis os que não saibam exprimir-se na língua 
nacional e os que estejam privados, temporária ou 
definitivamente dos direitos políticos. 
Art. 5º Não podem alistar-se eleitores: 
I - os analfabetos; (Revogado pelo art. 14, § 1º, II, "a", da 
Constituição/88) 
II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional; 
III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente 
dos direitospolíticos. 
 
Desse modo, caso na questão seja afirmado que são inalistáveis os 
estrangeiros e os conscritos, estará correta, pois remonta ao texto 
constitucional. Caso afirme: “segundo o Código Eleitoral, são 
inalistáveis os estrangeiros e os conscritos”, a questão estará errada. 
Até porque o Código Eleitoral nem trata destes inalistáveis, apenas a 
CF-88. 
Por outro lado, se a questão listar estas 2 hipóteses previstas no 
Código Eleitoral (não saibam exprimir-se na língua nacional e os que 
estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos 
políticos), com certeza estará cobrando o conhecimento do art 5º da 
Lei Eleitoral. 
 
 
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Resumo: 
São INALISTÁVEIS: 
1) os Estrangeiros e os Conscritos! (segundo a CF-88); 
2) os que não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam 
privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos 
(segundo o Código Eleitoral). 
 
 
? ANALFABETOS – apesar de ter direito a ser eleitor (por ser 
facultativo o seu alistamento e voto), o analfabeto não pode ser 
eleito. Por disposição constitucional expressa no art. 14, §4º, da 
CF-88, o analfabeto não tem capacidade eleitoral passiva. 
Observação 1: A jurisprudência do TSE tem apontado que a 
inelegibilidade do analfabeto, quando não apresentado pelo candidato 
documento de escolaridade mínima, deve ser aferida por submissão à 
prova elementar de alfabetização perante o Juiz Eleitoral. Poderá, 
desse modo, ser realizado teste simples, na presença do Juiz, para 
aferição se o candidato é ou não analfabeto. 
Observação 2: o semi-analfabeto, aquele que demonstra mínimos 
atributos de alfabetização, é considerado pela Jurisprudência como 
elegível. 
 
INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS: 
Não poderão concorrer para qualquer cargo, estão absolutamente impedidos 
de elegerem-se, os INALISTÁVEIS e os ANALFABETOS! 
Gente, não confundir alguns conceitos! 
Considerações: 
1. O Inalistável é ≠ de Inelegível: o inalistável não poderá sequer se 
alistar como eleitor; o inelegível apenas não poderá eleger-se para 
determinados cargos (inelegibilidade relativa) ou para todos os cargos 
(inelegibilidade absoluta); 
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2. Todo inalistável é inelegível! mas nem todo inelegível é inalistável; os 
analfabetos são inelegíveis e nem por isso são inalistáveis (ao contrário, 
tem como facultativa sua alistabilidade); se fossem inalistáveis, os 
analfabetos seriam considerados “não-cidadãos”, pois não teriam 
participação democrática em nosso país. 
 
 
o INELEGIBILIDADES RELATIVAS – são inelegibilidades não 
vinculadas diretamente com a pessoa do candidato (se é inalistável ou 
analfabeto), mas referentes apenas a determinados cargos ou 
mandatos. 
Em linguagem simples, o cidadão inelegível relativamente ficará apenas 
impedido de concorrer a algum ou alguns cargos eletivos específicos, o 
que não o impedirá de eventualmente concorrer outros que não esteja 
inelegível. 
A doutrina costuma dividir as inelegibilidades relativas em: 
1. por Motivos Funcionais 
2. por Motivos de Parentesco 
3. dos Militares 
4. Legais 
 
1. Inelegibilidades por Motivos Funcionais. 
 Por sua vez, divide-se em: 
 a) para o MESMO CARGO – é simples! O Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido 
ou substituído (Chefes do Poder Executivo) no curso dos mandatos não 
poderão ser reeleitos para um TERCEIRO MANDATO! 
Em suma: os Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, 
os Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido 
ou substituído) somente poderão ser reeleitos uma única vez consecutiva!! 
Esta norma está prevista no art. 14, §5º, da CF-88: 
CF-88 
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Art. 14 
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e 
do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, 
ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos 
para um único período subseqüente. (Redação da EC 16/97) 
Este dispositivo foi inserido pela Emenda Constitucional nº 
16/1997, que trouxe o instituto da REELEIÇÃO no Brasil. Antes não existia 
reeleição no Brasil, está lembrado disso. No Governo de Fernando Henrique 
Cardoso é que foi instituída tal possibilidade. 
Friso que a CF-88 veio a permitir apenas uma única reeleição 
consecutiva. 
Professor, após 2 mandatos, eles poderão se candidatar 
novamente? ou estarão sempre impedidos de se candidatarem para o mesmo 
cargo? 
O impedimento é para uma 2ª reeleição consecutiva no mesmo 
cargo! Isto é, o impedimento é para reeleições logo após o termino da primeira 
reeleição! 
Com isso, poderão os Chefes do Poder Executivo, passado pelo 
menos 1 pleito (4 anos), voltarem a se candidatar em uma nova eleição para o 
mesmo cargo que ocuparam por pelo menos 2 mandatos. Isso pode ocorre 
com o LULA! Nosso atual Presidente, se quiser, poderá se candidatar nas 
eleições de 2014 para o mesmo cargo que agora ocupa. 
Destaco que o impedimento de REELEIÇÃO é somente para os 
Chefes do Poder Executivo, não abrangendo os ocupantes dos cargos do 
Poder Legislativo (Deputados Federais e Estaduais, Senadores, Vereadores)! 
Atenção que o impedimento a sucessivas reeleições é aplicável a 
quem tenha “sucedido ou substituído no curso dos mandatos”! Assim, se o 
Vice sucedeu ou substituiu o titular, terá ele a mesma limitação a uma única 
reeleição consecutiva. 
A sucessão dar-se-á ocorrendo a vacância do cargo e a 
substituição em hipóteses de impedimento de caráter temporário. 
A doutrina é discordante a respeito da simples substituição do 
titular, pelo caráter temporário, ser um impeditivo para reeleições sucessivas 
do Vice. Todavia, para concursos da FCC devemos seguir o que reza a 
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Constituição, que abrange os que hajam sucedido ou substituído o titular no 
curso do mandato como também proibidos de mais de uma reeleição 
sucessiva. 
Sobre o Vice, o TSE foi consultado, diante de divergências de 
decisões dos Tribunais Regionais. O TSE decidiu mediante a Resolução-TSE nº 
20.889/01, de 14.12.2001, que, caso o Vice tivesse sucedido o titular no 
cargo e quisesse concorrer ao mesmo cargo do atual Presidente, Governador 
ou Prefeito, poderia apenas candidatar-se por um único período 
subseqüente em virtude da transmissibilidade do cargo com a sucessão. 
O Supremo Tribunal Federal (STF) tem referendado este 
entendimento do TSE. In literris: 
“(...) Vice-prefeito que ocupou o cargo de prefeito por força de 
decisão judicial que determinou o afastamento do titular. Registro 
de candidatura a uma terceira assunção na chefia do Poder 
Executivo municipal. (...) Nos termos do § 5º do art. 14 da CF, 
os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no 
curso dos mandatos poderão ser

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