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Seitas e Heresias

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Seitas e Heresias 
 
1 
 
Seitas e Heresias 
 
 
IBETEL 
Site: www.ibetel.com.br 
E-mail: ibetel@ibetel.com.br 
Telefax: (11) 4743.1964 - Fone: (11) 4743.1826 
 
 
 
 
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Seitas e Heresias 
 
3 
 
(Org.) Prof. Pr. VICENTE LEITE 
 
 
Seitas e Heresias 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
5 
Declaração de fé 
 
A expressão “credo” vem da palavra latina, que apresenta a mesma grafia e 
cujo significado é “eu creio”, expressão inicial do credo apostólico -, 
provavelmente, o mais conhecido de todos os credos: “Creio em Deus Pai 
todo-poderoso...”. Esta expressão veio a significar uma referência à 
declaração de fé, que sintetiza os principais pontos da fé cristã, os quais são 
compartilhados por todos os cristãos. Por esse motivo, o termo “credo” jamais 
é empregado em relação a declarações de fé que sejam associadas a 
denominações específicas. Estas são geralmente chamadas de “confissões” 
(como a Confissão Luterana de Augsburg ou a Confissão da Fé Reformada 
de Westminster). A “confissão” pertence a uma denominação e inclui dogmas 
e ênfases especificamente relacionados a ela; o “credo” pertence a toda a 
igreja cristã e inclui nada mais, nada menos do que uma declaração de 
crenças, as quais todo cristão deveria ser capaz de aceitar e observar. O 
“credo” veio a ser considerado como uma declaração concisa, formal, 
universalmente aceita e autorizada dos principais pontos da fé cristã. 
 
O Credo tem como objetivo sintetizar as doutrinas essenciais do cristianismo 
para facilitar as confissões públicas, conservar a doutrina contra as heresias 
e manter a unidade doutrinária. Encontramos no Novo Testamento algumas 
declarações rudimentares de confissões fé: A confissão de Natanael (Jo 
1.50); a confissão de Pedro (Mt 16.16; Jo 6.68); a confissão de Tomé (Jo 
20.28); a confissão do Eunuco (At 8.37); e artigos elementares de fé (Hb 6.1-
2). 
 
A Faculdade Teológica IBETEL professa o seguinte Credo alicerçado 
fundamentalmente no que se segue: 
 
(a) Crê em um só Deus eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, 
o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). 
 
(b) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé 
normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). 
 
(c) No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, 
em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão 
vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). 
 
(d) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e 
que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora 
de Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). 
 
 
 
 
6 
 
(e) Na necessidade absoluta no novo nascimento pela fé em Cristo e pelo 
poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o 
homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8). 
 
(f) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna 
justificação da alma recebidos gratuitamente na fé no sacrifício 
efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-
26; Hb 7.25; 5.9). 
 
(g) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez 
em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme 
determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). 
 
(h) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa 
mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através 
do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que 
nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Jesus Cristo 
(Hb 9.14; 1Pe 1.15). 
 
(i) No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus 
mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em 
outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). 
 
(j) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à 
Igreja para sua edificação conforme a sua soberana vontade (1Co 
12.1-12). 
 
(k) Na segunda vinda premilenar de Cristo em duas fases distintas. 
Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, 
antes da grande tribulação; Segunda - visível e corporal, com sua 
Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts 
4.16.17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). 
 
(l) Que todos os cristãos comparecerão ante ao tribunal de Cristo para 
receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo, 
na terra (2Co 5.10). 
 
(m) No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis, 
(Ap 20.11-15). 
 
(n) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e 
tormento eterno para os infiéis (Mt 25.46). 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
7 
Sumário 
 
Declaração de fé 5 
 
CAPÍTULO 1 
Seitas, Heresias e Ismos 9 
1.1 Definição de Seita 9 
1.2 Como identificar uma Seita 10 
1.3 Porque estudar as falsas doutrinas 11 
1.4 A caracterização da Seita 13 
1.5 Como abordar os adeptos das seitas 17 
1.6 O que é uma Heresia 18 
1.7 Os “Ismos” do pensamento Humano 20 
 
CAPÍTULO 2 
Catolicismo Romano 27 
2.1 Cargos da Igreja Católica Romana 28 
2.2 Organização regional 29 
2.3 Os sacramentos 30 
2.4 Mandamentos da Igreja 31 
2.5 No Brasil os dias santos de guarda são: 31 
2.6 Liturgia e Prece 31 
2.7 Católicos Não Praticantes 32 
2.8 Virgem Maria: Maria como “Nossa senhora dos Católicos” 32 
2.9 Festas religiosas 33 
2.10 Renovação carismática católica 33 
2.11 Julgamentos Doutrinários 35 
2.12 A idolatria e seus males 37 
2.13 História da suposta igreja de Cristo 40 
2.14 A Satânica Inquisição 40 
2.15 Dogmas da igreja Católica Romana 45 
2.16 A igreja Católica e seus sacramentos 61 
2.17 O dogma do purgatório 62 
2.18 Celibato Clerical 64 
 
CAPÍTULO 3 
O Espiritismo 69 
3.1 Resumo histórico do espiritismo 69 
3.2 Teoria da Reencarnação 72 
3.3 A prática da inovação aos mortos 72 
 
CAPÍTULO 4 
Adventismo do sétimo dia 77 
4.1 Histórico do Movimento 77 
4.2 O engano do século 78 
 
 
 
 
8 
 
4.3 As doutrinas do adventismo 82 
 
CAPÍTULO 5 
Congregação Cristã no Brasil 105 
5.1 Organização 106 
5.2 Histórico 106 
5.3 Aversão a Assembléia de Deus 
5.4 Principais argumentos Doutrinários da CCB e a Contestação Bíblica 107 
5.5 Outros dogmas 143 
 
CAPÍTULO 6 
Mormonismo 151 
6.1 Origem do Mormonismo 151 
 
CAPÍTULO 7 
Russelismo-Testemunhas de Jeová 153 
7.1 História 153 
7.2 Principais Doutrinas 155 
7.3 O nome de Deus é Jeová? 166 
7.4 A Escatologia 168 
7.5 A Salvação 171 
7.6 Transfusão de Sangue 171 
7.7 Conclusão 172 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 173 
 
Seitas e Heresias 
 
9 
 
Capítulo 1 
 
Seitas, Heresias e Ismos 
 
 
1.1 Definição de Seita 
 
O termo como aparece na Bíblia significa facção, partido, grupo ou cisão. 
Inicialmente, não tinha caráter pejorativo (At 15.5, 24.5-14), depois assumiu 
sentido negativo (Gl 5.19-21). Pode designar um subgrupo de dentro de 
alguma religião organizada, como os saduceus (At 5.17), fariseus (At 15.5), 
ou dissensões no seio da própria Igreja (Rm 16.17, 1Co 11.19). 
 
1.1.1 Fatores que favorecem o surgimento eevolução das heresias 
 
Ação diabólica no mundo. O mundo está sendo preparado para o reino do 
Anticristo. Ele é o Diabo, o autor de toda religião e doutrina falsa, bem como a 
perversão das verdadeiras. “Sabemos que somos de Deus, e que todo o 
mundo está no maligno” (1Jo 5.19). 
 
Ação diabólica contra a igreja. O Diabo sempre se opôs a Deus e a Sua 
Igreja, tudo fazendo para corrompê-la por meio de doutrinas falsas e homens 
maus, cínicos e de mente cauterizada. “Porque tais falsos apóstolos são 
obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é 
maravilha, porque o próprio Satanás, se transfigura em anjo de luz. Não é 
muito pois que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça...” 
(2Co 11.13-14). 
 
Ação diabólica contra a Palavra de Deus. Uma das obras prediletas do Diabo 
é subtrair a Palavra de Deus. Isso ele faz mediante as religiões falsas. “Mas, 
dormindo os homens, veio o seu inimigo e semeou joio no meio do trigo, e 
retirou-se” (Mt 13.25). 
 
O descuido da Igreja em não pregar o evangelho completo. O Evangelho 
completo compreende a pregação e o ensino da Palavra. O mesmo Jesus 
que disse que pregasse o Evangelho foi o mesmo que ordenou que o 
ensinasse também. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho 
a toda a criatura” (Mc 16.15). “Portanto ide, ensinai todas as nações...” (Mt 
28.19a). 
 
 
 
 
 
10 
 
Falsa hermenêutica. A falsa hermenêutica tem levado inúmeros crentes bem 
intencionados, ao erro na compreensão e aplicação da mensagem bíblica. 
“Falando disto como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos 
difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as 
outras Escrituras, para sua própria perdição” (2Pe 3.16). 
 
Falta de conhecimento da verdade bíblica. Oséias exorta a Israel, pela falta 
do conhecimento de Deus. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o 
conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, 
para que não sejas sacerdotes diante de mim; visto que esquecestes da lei 
do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” (Os 4.6). 
 
Falta de maturidade espiritual. Aventurar-se pelo desconhecido, sem base, 
não é próprio de quem quer servir bem ao Senhor e a sua Igreja. “Mas, vindo 
o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz” (Mt 13.6). 
 
1.2 Como identificar uma seita 
 
Todas as pessoas têm o direito de professar a religião de sua escolha. A 
tolerância religiosa é extensiva a todos. Isso não significa, porém, que todas 
as religiões sejam boas. Nos dias de Jesus havia vários grupos religiosos: os 
saduceus (At 5.17) e os fariseus (At 15.5). Os dois grupos tinham posições 
religiosas distintas (At 23.8). Mesmo assim, Jesus não os poupou, chamando-
os de hipócritas, filhos do inferno, serpentes, raça de víboras (Mt 23.13-
15,33). O Mestre deixou claro que não aceitava a idéia de que todos os 
caminhos levam a Deus. Ele ensinou que há apenas dois caminhos: o 
estreito, que conduz à vida eterna, e o largo e espaçoso, que leva à 
destruição (Mt 7.13,14). 
 
Os apóstolos tiveram a mesma preocupação: não permitir que heresias, 
falsos ensinos, adentrassem na igreja. O primeiro ataque doutrinário lançado 
contra a Igreja foi o legalismo. Alguns judeus-cristãos estavam instigando 
novos convertidos à prática das leis judaicas, principalmente a circuncisão. 
Em Antioquia havia uma igreja constituída de pessoas bem preparadas no 
estudo das Escrituras (At 13.1), que perceberam a gravidade do ensino de 
alguns que haviam descido da Judéia e ensinavam: Se não vos 
circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podereis ser salvos (At 
15.1). Tais ensinamentos eram uma ameaça à Igreja. Foi necessário que um 
concílio apreciasse essa questão e se posicionasse. Em Atos 15.1-35 temos 
a narrativa que demonstra a importância de considerarmos os ensinos que 
contrariam a fé cristã. Outras fontes ameaçam a Igreja. Dentre elas, 
destacamos a pluralidade religiosa. 
 
As Seitas estão em todos os lugares. Algumas são populares e amplamente 
aceitas. Outras são isolacionistas e procuram se esconder, para evitar um 
 
Seitas e Heresias 
 
11 
exame de suas ações. Elas estão crescendo e florescendo a cada dia. 
Algumas seitas causam grande sofrimento aos seus seguidores, enquanto 
outras até parecem muito úteis e benéficas. 
 
Com a chegada do novo milênio, estão surgindo novas seitas religiosas e 
filosóficas responsáveis pelos mais absurdos ensinamentos com relação ao 
final dos tempos. Essa confusão de idéias está sendo despejada em cabeças 
incautas, acabando muitas vezes em tragédias de grandes proporções. 
 
Em 1978, o então missionário norte-americano Jim Jones foi responsável 
pela morte de 900 seguidores, na Guiana Francesa, todos envenenados após 
ter anunciado a eles o fim do mundo. Um fato interessante desse trágico 
acontecimento foi o depoimento de um dos militares americanos 
responsáveis pela remoção dos corpos. Ele disse que, após vasculhar todo o 
acampamento, não foi encontrado um só exemplar da Bíblia. Jim Jones 
substituiu a Bíblia por suas próprias palavras. 
 
Em 1993, o líder religioso David Koresh, que se intitulava a reencarnação do 
Senhor Jesus, promoveu um verdadeiro inferno no rancho de madeira, onde 
ficava a seita Branch Davidian. Seduzindo os seguidores com a filosofia de 
que deveria morrer para depois ressuscitar das cinzas, derramou combustível 
no rancho e ateou fogo, matando 80 pessoas, incluindo 18 crianças. 
 
Em 1997, outra seita denominada Heaven’s Gate (Portão do Céu), que 
misturava ocultismo com fanatismo religioso, levou 40 seguidores ao suicídio. 
Na ocasião, essas pessoas acreditavam que seriam conduzidas para outra 
dimensão em uma nave que surgiria na cauda do cometa Halley Bop. 
 
No Brasil também existem muitas seitas e denominações que se reforçam em 
profecias do Apocalipse. Uma das mais conhecidas, devido ao destaque 
dado pela mídia, são as Borboletas Azuis da Paraíba, que em 1980 anunciou 
um dilúvio para aquele ano. 
 
Em Brasília, encontra-se o Vale do Amanhecer, que conta com 
aproximadamente 36.000 adeptos. No Paraná, um homem de nome Iuri 
Thais, se auto-intitula como o próprio Senhor Jesus reencarnado. Fundador 
da seita Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade, ele parece ter 
decorado a Bíblia de capa a capa e, com isso, tem enganado a muitos. 
 
1.3 Porque estudar as falsas doutrinas 
 
Muitos perguntam por que se deve estudar as falsas doutrinas. Para esses, 
seria melhor a dedicação à leitura da Bíblia. Certamente devemos usar a 
maior parte de nosso tempo lendo e estudando a Palavra de Deus, porém 
essa mesma Palavra nos apresenta diretrizes comportamentais relacionadas 
 
 
 
12 
 
aos que questionam nossa fé. Assim sendo, apresentamos as razões para o 
estudo das falsas doutrinas: 
 
(a) Defesa própria. Várias entidades religiosas treinam seus adeptos para 
ir, de porta em porta, à procura de novos adeptos. Algumas são 
especializadas em trabalhar com os evangélicos, principalmente os 
novos convertidos. Os cristãos devem se informar acerca do que os 
vários grupos ensinam. Só assim poderão refutá-los biblicamente (Tt 
1.9). 
 
(b) Proteção do rebanho. Um rebanho bem alimentado não dará 
problemas. Devemos investir tempo e recursos na preparação dos 
membros da Igreja. Escolas bíblicas bem administradas ajudam nosso 
povo a conhecer melhor a Palavra de Deus. Um curso de batismo 
mais extensivo, abrangendo detalhadamente as principais doutrinas, 
refutando as argumentações dos sectários e expondo-lhes a verdade 
será útil para proteger os recém convertidos dos ataques das seitas. 
 
(c) Evangelização. O fato de conhecermos o erro em que se encontram 
os sectários nos ajuda a apresentar-lhes a verdade de que 
necessitam. Entre eles se encontram muitaspessoas sinceras que 
precisam se libertar e conhecer a Palavra de Deus. Os adeptos das 
seitas também precisam do Evangelho. Se estivermos preparados 
para abordá-los e demonstrar a verdade em sua própria Bíblia, 
poderemos ganhá-los para Cristo. 
 
(d) Missões. Desempenhar o trabalho de missões requer muito mais que 
se deslocar de uma região para outra ou de um país para outro. 
Precisamos conhecer a cultura onde vamos semear o Evangelho. 
Junto à cultura teremos a religiosidade nativa. Conhecer 
antecipadamente tais elementos nos dará condições para alcançá-los 
adequadamente. 
 
Uma objeção levantada por alguns é esta: Não gosto de falar contra outras 
religiões. Fomos chamados para pregar o Evangelho. Concordamos 
plenamente, todavia lembramos que o apóstolo Paulo foi chamado para 
pregar o Evangelho e disse não se envergonhar dele (Rm 1.16). Disse 
também que Cristo o chamou para defender esse mesmo Evangelho (Fp 
1.16). 
 
A objeção mais comum é a seguinte: Jesus disse para não julgarmos, pois 
com a mesma medida que julgarmos, também seremos julgados. Quem 
somos nós para julgar? Ora, o contexto mostra que Jesus não estava 
proibindo todo e qualquer julgamento, pois no versículo 15, ele alerta: 
 
Seitas e Heresias 
 
13 
acautelai-vos dos falsos profetas. Como poderíamos nos acautelar dos falsos 
profetas se não pudéssemos identificá-los? Não teríamos de emitir um juízo 
classificando alguém como falso profeta? Concluímos, portanto, que há juízos 
estabelecidos em bases corretas, mas, para isso, é preciso usar um padrão 
correto de julgamento e, no caso, esse padrão é a Bíblia (Is 8.20). Há 
exemplos nas Escrituras de que nem todo juízo é incorreto. Certa vez Jesus 
disse: julgaste bem (Lc 7.43). Paulo admitiu que seus escritos fossem 
julgados (1Co 10.15). Disse mais: O que é espiritual julga bem todas as 
coisas (1Co 2.15). 
 
1.4 A caracterização da seita 
 
O método mais eficiente para se identificar uma seita é conhecer os quatro 
caminhos seguidos por elas, ou seja, o da adição, subtração, multiplicação e 
divisão. As seitas conhecem as operações matemáticas, contudo nunca 
atingem o resultado satisfatório. 
 
1.4.1 Adição 
 
O grupo adiciona algo à Bíblia; têm outras fontes doutrinárias além da Bíblia; 
crêem apenas em partes da Bíblia; admitem e aceitam como "inspirados" 
escritos de seus fundadores ou de pessoas que repartem com eles boa dose 
daquilo em que crêem. Alguns chegam até desacreditar da Bíblia, da qual 
fazem muitas restrições (2Tm 3.16). Alguns exemplos: 
 
(a) Adventismo do Sétimo Dia. Seus adeptos têm os escritos de Ellen 
White como inspirados tanto quanto os livros da Bíblia. Declaram: 
Cremos que Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo, e seus 
escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação e autoridade 
especial para os adventistas do sétimo dia. Negamos que a qualidade 
ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White sejam diferentes 
dos encontrados nas Escrituras Sagradas. Essa alegação é altamente 
comprometedora. Diversas profecias escritas por Ellen White não se 
cumpriram. Isso põe em dúvida a alegação de inspiração e sua fonte. 
 
(b) As Testemunhas de Jeová (TJs) crêem que somente com a mediação 
do corpo governante (diretoria das TJ, formada por um número 
variável entre 9 e 14 pessoas, nos EUA), a Bíblia será entendida. 
Declaram: Meramente ter a Palavra de Deus e lê-la não basta para 
adquirir o conhecimento exato que coloca a pessoa no caminho da 
vida. A menos que estejamos em contato com este canal de 
comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, 
não importa quanto leiamos a Bíblia. Essa afirmação iniciou-se com o 
 
 
 
14 
 
seu fundador, C. T. Russell. Ele afirmava que seus livros explicavam a 
Bíblia de uma forma única. A Bíblia fica em segundo plano nos 
estudos das TJ. É usada apenas como um livro de referência. A 
revista A Sentinela tem sido seu principal canal para propagar suas 
afirmações. O candidato ao batismo das TJ deve saber responder 
aproximadamente 125 perguntas. A maioria nega a doutrina bíblica 
evangélica. Certamente, com a literatura das TJ é impossível 
compreender a Bíblia. Somente a Palavra de Deus contém ensinos 
que conduzem à vida eterna. Adicionar-lhe algo é altamente perigoso! 
(Ap 22.18,19). 
 
(c) Nessa mesma linha estão os mórmons, que dizem crer na Bíblia, 
desde que sua tradução seja correta. Eles acham que o Livro de 
Mórmon é mais perfeito que a Bíblia. Outros livros também são 
considerados inspirados. Usam também a Bíblia apenas como livro de 
referência. Citam as variantes textuais dos manuscritos como 
argumento de que a Bíblia não seja fidedigna. Ignoram, porém, que a 
pesquisa bíblica tem demonstrado a fidedignidade da Palavra de 
Deus. 
 
(d) Os Meninos de Deus (A Família) dizem que é melhor ler os 
ensinamentos de David Berg, seu fundador, do que ler a Bíblia. 
Práticas abomináveis, segundo a moral bíblica, são praticadas nessa 
seita! 
 
(e) A Igreja da Unificação, do Rev. Moon julga ser seu princípio divino de 
inspiração mais elevado que a Bíblia. Outro exemplo da conseqüência 
de abandonar as Escrituras é observado nesse movimento. Além da 
Bíblia, rejeitam também o Messias e seguem um outro senhor. 
 
(f) Os Kardecistas não têm a Bíblia como base, mas a doutrina dos 
espíritos, codificada por Allan Kardec. Usam um outro Evangelho. 
Procuram interpretar as parábolas e ensinos de Jesus Cristo segundo 
uma perspectiva espírita e reencarnacionista. A Palavra de Deus é 
bem clara quanto às atividades espíritas e suas origens. 
 
(g) A Igreja de Cristo Internacional (Boston) interpreta a Bíblia segundo a 
visão de Kipp Mckean, o seu fundador. Um sistema intensivo de 
discipulado impede outras interpretações. Qualquer resistência do 
discípulo, referindo-se à instrução, desencadeará uma retaliação 
social. 
 
Resposta Apologética: O apóstolo Paulo diz que as Sagradas Letras tornam o 
homem sábio para a salvação pela fé em Jesus (2Tm 3.15); logo, se alguém 
 
Seitas e Heresias 
 
15 
ler a Bíblia, somente nela achará a fórmula da vida eterna: crer em Jesus. A 
Bíblia relata a história do homem desde a antiguidade. Mostra como ele caiu 
no lamaçal do pecado. Não obstante, declara que Deus não o abandonou, 
mas enviou seu Filho Unigênito para salvá-lo. Assim, lendo a Bíblia, o homem 
saberá que sem Jesus não há salvação. Ele não procurará a salvação em 
Buda, Maomé, Krishna ou algum outro, nem mesmo numa organização 
religiosa; pois a Bíblia é absoluta e verdadeira ao enfatizar que a salvação do 
homem vem exclusivamente por meio de Jesus (Jo 1.45; 5.39-46; Lc 24.27, 
44; At 4.12; 10.43; 16.30-31; Rm 10.9-10). 
 
1.4.2 Subtração 
 
Jesus não é o centro das atenções: As seitas falsas, de um modo geral 
subestimam o valor de JESUS. As orientais têm os seus deuses ou profetas 
que colocam acima de tudo e os ocidentais ou substituem JESUS por outro 
"Cristo" ou colocam o Filho de Deus em segundo lugar, tirando-lhe a 
divindade e os atributos divinos. Exemplo: Êx 20.1-6, Sl 16.1-4, Sl 115.1-11. 
 
Por exemplo: 
 
(a) A Maçonaria vê Jesus simplesmente como mais um fundador de 
religião, ao lado de personalidades mitológicas, ocultistas ou 
religiosas, tais como, Orfeu, Hermes, Trimegisto, Krishna, (o deus do 
Hinduísmo), Maomé (profeta do Islamismo), entre outros. Se 
negarmos o sacrifício de Jesus Cristo e sua vida, estaremos negando 
também o Antigo Testamento, que o mencionava como Messias. Ou 
cremos integralmente na Palavra de Deus como revelação completa 
e, portanto, nas implicações salvíficas que há em Jesus Cristo, ou a 
rejeitamos integralmente. Não há meio termo. 
 
(b) A Legião da Boa Vontade (LBV) subtrai a natureza humana de Jesus, 
dizendo que Jesus possui apenas um corpo aparente ou fluídico, além 
de negar sua divindade,dizendo que ele jamais afirmou que fosse 
Deus. 12 Outros grupos também subtraem a divindade de Jesus: as 
Testemunha de Jeová dizem que ele é um anjo, a primeira criação de 
Jeová. Os Kardecistas ensinam que Jesus foi apenas um médium de 
Deus etc. 
 
Resposta Apologética: A Bíblia ensina que Jesus é Deus (Jo 1.1; 20.28; Tt 
2.13; 1Jo 5.20 etc). Assim sendo, não pode ser equiparado meramente com 
seres humanos ou mitológicos, nem mesmo com os anjos, que o adoram (Hb 
1.6). A Bíblia atesta a autêntica humanidade de Jesus, pois nasceu como 
homem (Lc 2.7), cresceu como homem (Lc 2.52), sentiu fome (Mt 4.2), sede 
(Jo 19.28), comeu e bebeu (Mt 11.19; Lc 7.34) dormiu (Mt 8.24), suou sangue 
(Lc 22.44) etc. 
 
 
 
16 
 
1.4.3 Multiplicação 
 
Pregam a auto-salvação. Crer em Jesus é importante, mas não é tudo. A 
salvação é pelas obras. Às vezes, repudiam publicamente o sangue de 
Jesus: 
 
(a) A Seicho-No-Iê nega a eficácia da obra redentora de Jesus e o valor 
de seu sangue para remissão de pecados, chegando a dizer que se o 
pecado existisse realmente, nem os Budas todos do Universo 
conseguiriam extingui-lo, nem mesmo a cruz de Jesus Cristo 
conseguiria extingui-lo. 
 
(b) Os Mórmons afirmam crer no sacrifício expiatório de Jesus, mas sem 
o cumprimento das leis estipuladas pela igreja não haverá salvação. 
Outro requisito foi exposto pelo profeta Brigham Young, que disse: 
Nenhum homem ou mulher nesta dispensação entrará no reino 
celestial de Deus sem o consentimento de Joseph Smith. Por isso, 
eles têm grande admiração por Smith. 
 
(c) Doutrinas semelhantes são ensinadas pela Igreja da Unificação do 
Rev. Moon, que desdenha os cristãos por acharem que foram salvos 
pelo sangue que Jesus verteu na cruz, chegando a dizer. As 
Testemunhas de Jeová ensinam que a redenção de Cristo oferece 
apenas a oportunidade para alguém alcançar sua própria salvação por 
meio das obras. Jesus simplesmente abriu o caminho. O restante é 
com o homem. Uma de suas obras diz: Trabalhamos arduamente com 
o fim de obter nossa própria salvação. Os adventistas crêem que a 
vida eterna só será concedida aos que guardarem a lei. A guarda 
obrigatória do Sábado é essencial para a salvação. 
 
Resposta Apologética: A Bíblia declara que todo aquele que nega a 
existência do pecado está mancomunado com o diabo, o pai da mentira (Jo 
8.44 comparado com 1Jo 1.8). A eficácia do sangue de Cristo para cancelar 
os pecados nos é apresentado como a mensagem central da Bíblia (Ef 1.7; 1 
Jo 1.7-9; Ap 1.5). Com respeito à salvação pelas obras, a Bíblia é clara ao 
ensinar que somos salvos pela graça, por meio da fé, e isso não vem de nós, 
é dom de Deus, não vem das obras, para que ninguém se glorie (Ef 1.8-9). 
Praticamos boas obras não para sermos salvos, mas porque somos salvos 
em Cristo Jesus, nosso Senhor. As obras são o resultado da salvação, não o 
seu agente. O valor das obras está em nos disciplinar para a vida cristã (Hb 
12.5-11; 1Co 11.31,31). 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
17 
1.4.4 Divisão 
 
Dividem a fidelidade entre Deus e a organização. Desobedecer à organização 
ou à igreja equivale a desobedecer a Deus. Não existe salvação fora do seu 
sistema religioso. 
 
Quase todas as seitas pregam isso, sobretudo as pseudocristãs, que se 
apresentam como a restauração do cristianismo primitivo, que, segundo 
ensinam, sucumbiu à apostasia, afastando-se dos verdadeiros ensinos de 
Jesus. Acreditam que, numa determinada data, o movimento apareceu por 
vontade divina para restaurar o que foi perdido. Daí a ênfase de 
exclusividade. Outras, quando não pregam que são o Cristianismo redivivo, 
ensinam que todas as religiões são boas, contudo somente a sua será 
responsável por unir todas as demais, segundo o plano de Deus, pois ela foi 
criada para esse fim, como é o caso da fé Bahá’í e outros movimentos 
ecléticos. 
 
Resposta Apologética: O ladrão arrependido ao lado de Jesus entrou no Céu 
sem ser membro de nenhuma dessas seitas (Lc 23.43), pois o pecador é 
salvo quando se arrepende (Lc 13.3) e aceita a Jesus como Salvador único e 
pessoal (At 16.30-31). Desse modo, ensinar que uma organização religiosa 
possa salvar é pregar outro evangelho (2Co 11.4; Gl 1.8), portanto divide a 
fidelidade a Deus com a fidelidade à organização e tira de Jesus a sua 
exclusividade de conduzir-nos ao Pai (Jo 14.6). Não há salvação sem Jesus 
(At 4.12; 1Co 3.11). 
 
1.5 Como abordar os adeptos das seitas 
 
O pesquisador Jan Karel Van Baalen afirma: Os adeptos das seitas são as 
pessoas mais difíceis de evangelizar. Dentre as razões apresentadas por Van 
Baalen, apontamos as seguintes: 
 
(a) Os adeptos das seitas não são pessoas que devem ser despertadas 
para a religião. O herege deixou a fé tradicional em que foi criado e 
adotou, segundo pensa, coisa melhor, chegando até mesmo a 
hostilizá-la. Ele renunciou o plano de Deus para salvação em troca de 
algum sistema de auto-salvação. Assim, para ele, a afirmação do 
profeta: todas as nossas justiças são como trapo de imundícia (Is 
64.6) não reflete a verdade de Deus. 
 
(b) O sectário bem informado é consciente das falhas da religião 
protestante e evangélica. Ele não consegue entender a variedade 
denominacional. Além disso, pensa que sabe tudo acerca de sua fé e 
 
 
 
18 
 
está convencido de que conhece mais acerca do que cremos do que 
nós mesmos. 
 
(c) Muitos adeptos fizeram sacrifícios, contrariaram os seus familiares, 
suportaram a zombaria dos amigos etc. Como reconhecer agora que 
estão errados e a paz que encontraram não é verdadeira. 
 
1.6 O Que é uma Heresia 
 
Heresia é toda doutrina que em matéria de fé sustenta opiniões contrárias às 
da Palavra de Deus. (Gl 5.20; 1Co 11.9; 2Pe 2.1). Muitos cristãos julgam 
desnecessário o estudo dessa matéria, afirmando que não interessa estudar 
heresias, mas apenas a Palavra de Deus. Entretanto, dentre muitos outros 
motivos, julgamos os seguintes para estudarmos as heresias, pois estudo das 
mesmas: 
 
(a) Nos capacita a combatê-las. Precisamos conhecer o inimigo que 
vamos enfrentar. Quanto mais conhecermos suas táticas e sua 
natureza, mais teremos possibilidades de vencê-lo. "Mas, ainda que 
nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue Evangelho que vá 
além do que temos pregado, seja anátema" (Gl 1.8). 
 
(b) Nos auxilia na evangelização. Não sabemos quais os tipos de 
pessoas que vamos encontrar quando pregamos o Evangelho. 
Conhecendo seu credo e suas doutrinas, teremos maior facilidade 
para falar do Amor de Deus. E necessário que o cristão conheça a 
verdade para combater a mentira, daí dizer que além do 
conhecimento das seitas falsas o cristão deve possuir um bom 
conhecimento da Bíblia, a Palavra de Deus (2Co 2.12,13; Fp 1.9; 1Ts 
5.21,22; 1Jo 4.1). 
 
(c) Aumenta nossa fé. Quando nos deparamos com as doutrinas das 
falsas seitas temos mais segurança naquilo em que temos crido, daí 
podermos dizer como Paulo: "... porque sei em quem tenho crido, e 
estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até 
aquele dia" (2Tm 1.12). 
 
(d) Aumenta nossa responsabilidade. Ser contrário ao erro e à mentira 
sem vestir a armadura da verdade é falta de responsabilidade cristã. 
"Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade, e vestindo-vos da 
couraça da justiça... tomai também o capacete da salvação e a 
Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus..." (Ef 6.14,17). 
 
 
Seitas e Heresias 
 
19 
1.6.1 Como Identificar uma Heresia 
 
Não é muito difícil para o cristão sincero identificar uma heresia. Existem 
alguns aspectos básicos que observados mostrarão a moderna estratégia do 
diabo, que é a conquista das mentes. A batalha encetada no momento em 
todo o mundo é uma batalha mental, onde as falsas ideologias, falsas 
filosofias e falsas crenças subestimama Palavra de Deus. 
 
(a) Desarmonia com a Bíblia. No trato com as doutrinas da Bíblia, 
podemos dividir os argumentos da seguinte maneira: Argumento 
Bíblico; Argumento extra-bíblico; Argumento anti-bíblico. O 
argumento Bíblico é aquele extraído da Bíblia, em uma interpretação 
correta e lógica. Foi o argumento usado por Jesus em uma sinagoga 
em Nazaré acerca de sua missão (Lc 4.16-22). O argumento extra-
bíblico é o argumento que não tem base na Bíblia, entretanto não se 
choca com os seus ensinamentos. Muitos pregadores usam 
argumentos extra-bíblicos para transmitir seus sermões; isso deve 
ser feito com muita cautela e é necessário uma certa dose de 
segurança por parte de quem o está usando. O argumento anti-
bíblico é aquele que fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com 
as verdades enunciadas na Palavra de Deus. Aqui encontramos as 
heresias que são anti-bíblicas, desarmonizam-se com os 
ensinamentos do cristianismo. Algumas vezes são fundamentadas 
em um versículo ou uma expressão isolada da Bíblia, quando basta 
um pequeno conhecimento dos princípios auxiliares da Hermenêutica 
para refutá-las. 
 
(b) Unilateralidade de apreciação doutrinária. Em muitos casos a heresia 
é caracterizada pelo fato de "escolher" uma doutrina para nela 
descarregar suas atenções em detrimento das outras. Afirma-se, por 
exemplo, a divindade de Cristo, abandonando-se sua humanidade ou 
vice-versa; dá-se ênfase à unidade de Deus e se obscurece a 
doutrina da Trindade; preocupa-se com o corpo do homem e se 
esquece da sua alma ou do seu espírito. 
 
(c) Contradição com os fatos. Histórias e doutrinas baseadas em fatos 
que não fornecem base para tal; incredulidade para com 
ensinamentos baseados em fatos reais, Bíblicos ou com raízes 
Bíblicas. Infelizmente muitos bons cristãos têm sido enganados por 
coisas deste jaez. 
(d) Incoerência lógica. Nada impede que o bom senso e a razão sejam 
usados em matéria de religião. A maioria das heresias não resiste a 
um confronto lógico com a história, ciência, Bíblia ou com a religião 
 
 
 
20 
 
propriamente dita. A Bíblia prevê o surgimento e a evolução das 
heresias como um sinal dos tempos (1Tm 4.1; 2Pe 2.1). 
 
1.7 Os "Ismos" do Pensamento Humano 
 
A busca do saber por parte do homem é conhecida teoricamente por 
Filosofia, de phílos, "amigo", "amante", e sophía, "conhecimento, saber", 
formado do adjetivo e substantivo gr. philósophos, "que ama o saber", "amigo 
do conhecimento". 
 
A filosofia, segundo a tradição que remonta a Aristóteles, começa 
historicamente no século VI a.C., nas colônias gregas da Ásia Menor, 
entretanto, sabemos que o ser humano começou a filosofar desde que 
intentou no seu coração afastar-se de Deus (Gn 3.1-7). Infelizmente, o 
pensamento humano, no intuito de descobrir ou redescobrir sua natureza, 
origem e razão de ser, tem criado os "ísmos" que na realidade afastam cada 
vez mais a criatura do seu Criador. 
 
A pregação apostólica combate ferrenhamente a filosofia (1Co 1.22; Cl 2.8; 
1Tm 6.20) ou sabedoria dos gregos e ensina que a verdadeira sabedoria vem 
do alto, de Deus e nunca de esforços humanos: "Se, porém, algum de vós 
necessita de sabedoria, peça-a a Deus que a todos dá liberalmente e nada 
lhes impropera; e ser-lhe-á concedida" (Tg 1.5). 
 
Reunimos aqui as escolas de pensamento filosófico mais conhecidas, e as 
suas falsas filosofias, no intuito de mostrar ao leitor uma síntese do esforço 
inútil do homem através dos séculos no propósito de adquirir a sua própria 
salvação ou redenção. O mais importante é que essas escolas de 
pensamento fornecem às falsas religiões e seitas o material necessário à sua 
pregação. Há vestígios de uma ou mais filosofias seculares no contexto 
doutrinário de cada religião ou seita falsa em detrimento das verdades divinas 
registradas na Palavra de Deus. Um exame cuidadoso e sincero mostrará 
isso. 
 
(a) Agnosticismo. O vocábulo ing. agnosticism foi forjado em 1869 por 
Thomas H. Huxley, calcado, por oposição ao gnosticismo, no adjetivo 
gr. ágnõstos, "ignorante, incognoscível". Filosofia naturalista e afeita 
às coisas e relações da ciência experimental. É o sistema que ensina 
que não sabemos, nem podemos saber se Deus existe ou não. 
Dizem: a mente finita não pode alcançar o infinito. Ora, não podemos 
abarcar a terra, mas podemos tocá-la! (1Jo 1.1). A frase predileta do 
Agnosticismo é: "Não podemos crer". Um resumo de seu ensino é o 
seguinte: o ateísmo é absurdo, porque ninguém pode provar que 
 
Seitas e Heresias 
 
21 
Deus não existe. O teísmo não é menos absurdo, porque ninguém 
pode provar que Deus existe. Não podemos crer sem provas 
evidentes. Mentores do Agnosticismo: Huxley, Spencer e outros. 
Estão todos puramente enganados, porque Deus é facilmente 
compreensível pela alma sequiosa, honesta e constante (Cf. Rm 
1.20). 
 
(b) Animismo. Uma das características do pensamento primitivo, que 
consiste em atribuir a todos os seres da natureza uma ou várias 
almas. Segundo Edward Burnett Tylor (1832-1917) é também toda a 
doutrina de índole espiritualista, em oposição ao materialismo. Essa 
teoria considera a alma como a causa primária de todos os fatos. 
 
(c) Ascetismo. Teoria e prática da abstinência e da mortificação dos 
sentidos. Tem como objetivo assegurar a perfeição espiritual, 
submetendo o corpo à alma. Há ainda o ascetismo natural (busca da 
perfeição por motivos independentes das relações do homem com 
Deus) que foi praticado pela escola pitagórica. É muito praticado 
pelas religiões e seitas orientais. 
 
(d) Ateísmo. Teoria que nega a existência de um Deus pessoal. Desde a 
Renascença, o termo passou a indicar a atitude de quem não admite 
a existência de uma divindade. Chamam-se ateus os que não 
admitem a existência de um ser Absoluto, dotado de individualidade e 
personalidade reais, livre e inteligente. 
 
(e) Ceticismo. Se caracteriza por uma atitude antidogmática de 
indagação, que torne evidente a inconsistência de qualquer posição, 
definindo como única posição justa a abstenção de aceitá-las. Foi 
fundada por Pirro, filósofo grego em 360 a.C. Ensina que visto que só 
as sensações, instáveis ou ilusórias, podem ser a base dos nossos 
juízos sobre a realidade, deve-se praticar o repouso mental em que 
há insensibilidade e em que nada se afirma ou se nega, de modo a 
atingir a felicidade pelo equilíbrio e a tranqüilidade. Tais pessoas não 
vivem, vegetam. 
 
(f) Deísmo. O deísmo distingue-se radicalmente do teísmo. Para o 
teísmo, Deus é o autor do mundo, entidade pessoal revelada aos 
homens, dramaticamente, na história. Para o deísmo, Deus é o 
princípio ou causa do mundo, infuso ou difuso na natureza, como o 
arquiteto do universo. Elaborado dentro do contexto da chamada 
religião natural, cujos dogmas são demonstrados pela razão, o 
conceito deísta de Deus pode confundir-se com o conceito de uma 
lei, no sentido racional-natural do termo. Trata-se do Deus de todas 
 
 
 
22 
 
as religiões e seu conceito não está associado às idéias de pecado e 
redenção, providência, perdão ou graça, considerados "irracionais". É 
antes um Deus da natureza do que um Deus da humanidade e, como 
um eterno geômetra, mantém o universo em funcionamento, como se 
fosse um relógio de precisão. O deísmo surgiu dentro do contexto 
dos primórdios do racionalismo sob a influência de Locke e Newton. 
Voltaire, um dos maiores contestadores da Bíblia dos últimos tempos, 
era deísta. 
 
(g) Dualismo. Em sentido técnico rigoroso, dualismo significa a doutrina 
ou o sistema filosófico que admite a existência de duas substâncias, 
de dois princípios ou de duas realidades como explicação possível do 
mundo e da vida, mas irredutíveis entre si, inconciliáveis, incapazes 
de síntese final ou de subordinação de um ao outro. No sentido 
religioso sãotambém dualistas as religiões ou doutrinas que admitem 
duas divindades sendo uma positiva, princípio do bem, e outra, sua 
oposta, destruidora, negativa, princípio do mal operando na natureza 
e no homem. 
 
(h) Ecletismo. Sistema filosófico que procura conciliar teses de sistemas 
diversos conforme critérios de verdade determinados. Procura 
aproveitar o que há de melhor de todos os sistemas. No século XIX o 
ecletismo espiritualista, que se preocupava com o uso do método 
introspectivo, deu origem ao chamado espiritualismo contemporâneo. 
 
(i) Empirismo. Posição filosófica segundo a qual todo o conhecimento 
humano resultaria da experiência (sensações exteriores ou interiores) 
e não da razão ou do intelecto. Afirma que o único critério de verdade 
consistiria na experiência. É essa a teoria do "ver para crer". 
 
(j) Epicurismo. Nome que recebe a escola filosófica grega fundada por 
Epícuro (341-270 a.C.). Afirma o princípio do prazer como valor 
supremo e finalidade do homem, e prescreve: aceitar todo prazer que 
não produza dor; evitar toda dor que não produza prazer; evitar o 
prazer que impeça um prazer ainda maior, ou que produza uma dor 
maior do que este prazer; suportar a dor que afaste uma dor ainda 
maior ou assegure um prazer maior ainda. Por prazer entende a 
satisfação do espírito, proveniente de corpo e alma sãos, e nunca de 
Deus. Buscar prazer e satisfação apenas na saúde ou no intelecto é 
não ter desejo de encontrar a verdadeira fonte da felicidade. 
 
(k) Esoterismo. Doutrina secreta só comunicada aos iniciados. O 
esoterismo é ocultista e caracteriza-se pelo estudo sistemático dos 
símbolos. Há simbologia em tudo o que existe e no estudo dessa 
 
Seitas e Heresias 
 
23 
simbologia o homem poderá compreender as razões fundamentais 
de sua existência. Vem a ser uma ramificação do Espiritismo. 
 
(l) Espiritualismo. Denominação genérica de doutrinas filosóficas 
segundo as quais o espírito é o centro de todas as atividades 
humanas, seja este entendido por substância psíquica, pensamento 
puro, consciência universal, ou vontade absoluta. O espírito é a 
realidade primordial, o bem supremo. O Espiritualismo é dualista, 
pluralista, teísta, panteísta e agnóstico. E o espiritismo com um nome 
mais sofisticado. E doutrina de demônios. Aceita a reencarnação e a 
evolução do espírito. 
 
(m) Estoicismo. Escola filosófica grega fundada por Zenão de Cítio (334-
262 a.C.), sua doutrina e a de seus seguidores. O nome deriva do gr. 
stoa (portada) porque Zenão ensinava no pórtico de Pecilo em 
Atenas. O estoicismo afirma que a sabedoria e a felicidade derivam 
da virtude. Essa consiste em viver conforme a razão, submetendo-se 
às leis do universo, a fim de obter-se a imperturbabilidade de espírito 
(ataraxia). E uma forma de panteísmo empirista que pretende tornar 
o homem insensível aos males físicos pela obediência irrestrita às 
leis do universo. 
 
(n) Evolucionismo. O Evolucionismo é uma filosofia científica que ensina 
que o cosmos desenvolveu-se por si mesmo, do nada, bem como o 
homem e os animais que existem por desenvolvimento do imperfeito 
até chegar ao presente estado avançado. Tudo por meio de suas 
próprias forças. É preciso mais fé para crer nas hipóteses da 
Evolução do que para crer nos ensinos da Bíblia, isto é, que foi Deus 
que criou todas as coisas (Gn 1.1; 1.21,24, 25). 
 
(o) Gnosticismo. Do verbo gr. gnõstikós "capaz de conhecer, 
conhecedor". Significa, em tese, o conhecimento místico dos 
segredos divinos por via de uma revelação. Esse conhecimento 
compreende uma sabedoria sobrenatural capaz de levar os 
indivíduos a um entendimento completo e verdadeiro do universo e, 
dessa forma, à sua salvação do mundo mau da matéria. Opõe-se 
radicalmente ao mundo e ensina a mortificação do corpo e a rejeição 
de todo prazer físico. É panteísta e, segundo a tradição, (Atos 8.9-24) 
deve-se a Simão Mago com o qual o apóstolo Pedro travou polêmica 
em Samaria a sua difusão no meio cristão. 
 
(p) Humanismo. É a filosofia que busca separar o homem e todo o seu 
relacionamento, da idéia de Deus. O homem, nessa filosofia, é o 
centro de todas as coisas, o centro do universo e da preocupação 
 
 
 
24 
 
filosófica. O seu surto se verificou no fim do século XIV. Marx é o 
fundador do humanismo comunista. 
 
(q) Liberalismo. É liberdade mental sem reservas. Esse sistema afirma 
que o homem em si mesmo é bom, puro e justo. Não há um inferno 
literal. O nosso futuro é incerto, a Bíblia é falível e Deus é um Pai 
universal, de todos, logo, por criação somos todos seus filhos, tendo 
nossa felicidade garantida. 
 
(r) Materialismo. Afirma que a filosofia deve explicar os fenômenos não 
por meio de mitos religiosos, mas pela observação da própria 
realidade. Ensina que a matéria, incriada e indestrutível, é a 
substância de que todas as coisas se compõem e à qual todas se 
reduzem e que a geração e a corrupção das coisas obedecem a uma 
necessidade não sobrenatural, mas natural, não ao "destino", mas a 
leis físicas. Segundo essa filosofia, a alma faz parte da natureza e 
obedece às mesmas leis que regem seu movimento e o homem é 
matéria, como todas as demais coisas. 
 
(s) Monismo. Os sistemas monistas são variados e contraditórios, 
entretanto têm uma nota comum: é a redução de todas as coisas e 
de todos os princípios à unidade. A substância, as leis lógicas ou 
físicas e as bases do comportamento se reduzem a um princípio 
fundamental, único ou unitário, que tudo explica e tudo contém. Esse 
princípio pode ser chamado de "deus", "natureza", "cosmos", "éter" 
ou qualquer outro nome. 
 
(t) Panteísmo. Do gr. pas, pan, "tudo, todas as coisas" e théos, "deus". 
Como o próprio nome sugere, é a doutrina segundo a qual Deus e o 
mundo formam uma unidade; são a mesma coisa, constituindo-se 
num todo indivisível. Deus não é transcendente ao mundo, dele não 
se distingue nem se separa; pelo contrário, lhe é imanente, confunde-
se com ele, dissolve-se nele, manifesta-se nele e nele se realiza 
como uma só realidade total, substancial. 
 
(u) Pietismo. Teve início no século XVIII através da obra de Philip 
Spener e August Francke. E uma teoria do protestantismo liberal que 
dá ênfase à correção doutrinária sem deixar lugar para a experiência 
da fé. Interpreta as doutrinas do Cristianismo apenas à luz da 
experiência sentimental de cada indivíduo. 
 
(v) Pluralismo. Não é bem uma Escola de Pensamento, mas uma 
doutrina que aceita a existência de vários mundos ou planos 
habitados, oferecendo um âmbito universal para a evolução do 
 
Seitas e Heresias 
 
25 
espírito. Naturalmente, para cada "mundo", um tipo de "deus". É a 
doutrina desposada pelas filosofias espíritas ou espiritualistas. 
 
(w) Politeísmo. Crença em mais de um Deus. As forças e elementos da 
natureza são deuses. Há deuses para os sentimentos, para as 
atividades humanas e até mesmo deuses domésticos. Os hindus têm 
milhões de deuses que associam às suas diversas religiões. 
 
(x) Positivismo. Doutrina filosófica pregada por Auguste Comte, (1798-
1857) que foi inspirado a criar uma religião da humanidade. Em 1848 
fundou a Sociedade Positivista, da qual se originou a Igreja 
Positivista. O positivismo religioso ensina que nada há de 
sobrenatural ou transcendente. Suas crenças são todas baseadas na 
ciência, com culto, templos e práticas litúrgicas. É o culto às coisas 
criadas em lugar do Criador (Rm 1.25). 
 
(y) Racionalismo. A expressão racionalismo deriva do substantivo razão 
e, como indica o próprio termo, é a filosofia que sustenta a primazia 
da razão, da capacidade de pensar. Considera a razão como a 
essência do real, tanto natural quanto histórico. Ensina que não se 
pode crer naquilo que a razão desconhece ou não pode 
esquadrinhar. 
 
(z) Unitarismo.Fundado na Itália por Lélio e Fausto Socino. Segue a 
linha racionalista de Erasmo de Rotterdan. Filosofia religiosa que 
nega a Divindade de Jesus Cristo, embora o venere. É uma filosofia 
criada dentro do protestantismo que afirma dentre outras coisas, a 
salvação de todos. Não crê em toda a Bíblia, no pecado nem na 
Trindade. Semelhante ao Universalismo. 
 
(aa) Universalismo. Pensamento religioso da Idade Média que estendia a 
salvação ou redenção a todo gênero humano. É, talvez, o precursor 
do movimento ecumênico moderno. O centro da história é o povo 
judeu, por sua aliança com Deus e depois, a Igreja cristã. Afirma que 
a redenção é universalmente imposta a todas as criaturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
27 
 
Capítulo 2 
 
Catolicismo Romano 
 
O Catolicismo, do grego katholikos (καθολικος), com o significado de “geral” 
ou “universal”, é um nome religioso aplicado a dois ramos do cristianismo. Em 
uso casual, quando as pessoas falam de “católicos” ou de “catolicismo”, 
geralmente pretendem indicar os aderentes à Igreja Católica Romana. No 
entanto, no seu sentido geral (sem o C maiúsculo), o nome é usado por 
muitos cristãos que acreditam que são os descendentes espirituais dos 
Apóstolos em vez de parte de uma sucessão apostólica física, como 
defendem os católicos romanos. O Credo dos Apóstolos, que diz “Eu acredito 
[...] na santa igreja católica...” é recitado todas as semanas em milhares de 
igrejas Católicas. 
 
No seu sentido mais estreito, o termo é usado para referir a Igreja Católica 
Apostólica Romana, sob o Papado. Esta igreja afirma ter mais de um bilhão 
de aderentes, o que a transforma na maior denominação cristã do mundo. As 
suas características distintivas são a aceitação da autoridade do Papa, o 
Bispo de Roma, e a comunhão com ele, e aceitarem a sua autoridade em 
matéria de “fé” e “moral” e a sua afirmação de “total, supremo e universal 
poder sobre toda a Igreja”. Esta denominação é freqüentemente chamada 
Igreja Católica Romana, muito embora o seu nome formal seja apenas “Igreja 
Católica”. 
 
Uma grande minoria de Cristãos não se descreve como “Católica”, se bem 
que provavelmente se considere “católica” (com c minúsculo). No cristianismo 
ocidental, as principais fés a se considerarem “Católicas”, para lá da Igreja 
Católica Romana, são a Igreja Católica Antiga, a Velha Igreja Católica, a 
Igreja Católica Liberal, a Associação Patriótica Católica Chinesa e alguns 
elementos anglicanos (os “Anglicanos da Alta Igreja”, ou os “Anglo-
Católicos”). Estes grupos têm crenças e praticam rituais religiosos 
semelhantes aos do Catolicismo Romano, mas diferem substancialmente 
destes no que diz respeito ao estatuto, poder e influência do Bispo de Roma. 
 
As várias igrejas da Ortodoxia de Leste e Ortodoxia Oriental pensam em si 
próprias como igrejas Católicas no sentido de serem a Igreja “universal”. As 
igrejas Ortodoxas vêem geralmente os “Católicos” Latinos como cismáticos 
heréticos que saíram da “verdadeira igreja católica e apostólica”. Não estão 
em comunhão com o Papa e não reconhecem a sua reivindicação à chefia da 
 
 
 
 
28 
 
Igreja universal enquanto instituição terrena. Existem também Católicos de 
Rito Oriental cuja liturgia se assemelha à dos Ortodoxos, e que também 
permitem a ordenação de homens casados, mas que reconhecem o Papa 
Romano como chefe da sua igreja. 
 
Alguns grupos chamam a si próprios Católicos, mas esse qualificativo é 
questionável: por exemplo, a Igreja Católica Liberal, que se originou como 
uma dissensão da Velha Igreja Católica, mas que incorporou tanta teosofia 
na sua doutrina que já pouco tem em comum com o Catolicismo. 
 
2.1 Cargos da Igreja Católica Romana 
 
Estruturalmente, o Catolicismo Romano é uma das religiões mais 
centralizadas do mundo. O seu chefe, o papa, governa-a desde a Cidade do 
Vaticano, um estado independente no centro de Roma, também conhecido na 
diplomacia internacional como a Santa Sé. O Papa é selecionado por um 
grupo de elite de Cardeais, conhecidos como Príncipes da Igreja. Só o Papa 
pode selecionar e nomear todos os clérigos da Igreja acima do nível e padre. 
Todos os membros da hierarquia respondem perante o Papa e a sua corte 
papal, chamada Cúria. Os Papas exercem o que é chamada Infalibilidade 
Papal, isto é, o direito de definir declarações definitivas de ensinamento 
Católico Romano em matérias de fé e moral. Na realidade, desde a sua 
declaração no Concílio Vaticano Primeiro, em 1870, a infalibilidade papal só 
foi usada uma vez, pelo Papa Pio XII, nos anos 50. 
 
A autoridade do Papa vem da crença de que ele é o sucessor direto de S. 
Pedro e, como tal, o Vigário de Cristo na Terra. A Igreja tem uma estrutura 
hierárquica de títulos que são em ordem descendente: 
 
(a) Papa, o bispo de Roma e também Patriarca do Ocidente. Os que o 
assistem e aconselham na liderança da igreja são os Cardeais. 
 
(b) Patriarcas são os chefes das Igrejas Católicas que não são a Igreja 
Latina. Alguns dos grandes arcebispos Católicos Romanos também 
são chamados Patriarcas; entre estes se contam o Arcebispo de 
Lisboa e o Arcebispo de Veneza. 
 
(c) Bispo (Arcebispo e Bispo Sufragário): são os sucessores diretos dos 
doze apóstolos. 
 
(d) Padre (Monsenhor é um título honorário para um padre, que não dá 
quaisquer poderes sacramentais adicionais): inicialmente não havia 
Padres per se. Esta posição evoluiu a partir dos Bispos suburbanos 
 
Seitas e Heresias 
 
29 
que eram encarregados de distribuir os sacramentos, mas não tinham 
jurisdição completa sobre os fiéis. 
 
Existem ainda cargos menores: Leitor e Acólito (desde o Concílio Vaticano 
Segundo, o cargo de subdiácono deixou de existir). As ordens religiosas têm 
a sua própria hierarquia e títulos. Estes cargos tomados em conjunto 
constituem o clero e no rito ocidental só podem ser ocupados, normalmente, 
por homens solteiros. No entanto, no rito oriental, os homens casados são 
admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres 
monásticos; e em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se 
converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito 
ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados 
diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou 
se o casamento for anulado. 
 
O Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais de entre os próprios membros do 
Colégio (o processo de eleição, que tem lugar na Capela Sistina, é chamado 
Conclave). Cada Papa continua no cargo até que morra ou até que abdique 
(o que só aconteceu duas vezes, e nunca desde a Idade Média). 
 
2.2 Organização regional 
 
A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a 
diocese. Esta corresponde geralmente a uma área geográfica definida, 
centrada numa cidade principal, e é chefiada por um bispo. A igreja central de 
uma diocese recebe o nome de catedral, da cátedra, ou cadeira, do bispo, 
que é um dos símbolos principais do seu cargo. Dentro da diocese, o bispo 
exerce aquilo que é conhecido como um ordinário, ou seja, a autoridade 
administrativa principal. Algumas dioceses, geralmente centradas em cidades 
grandes e importantes, são chamadas arquidioceses e são chefiadas por um 
arcebispo. Em grandes dioceses e arquidioceses, o bispo é freqüentemente 
assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do Colégio dos 
Bispos que não chefiam a sua própria diocese. Arcebispos, bispos 
sufragários (designação freqüentemente abreviada simplesmente para 
“bispos”), e bisposauxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes 
indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm 
vicariatos que apóiam as suas forças armadas. 
 
O Colégio dos Cardeais é o conjunto dos bispos católicos romanos que são 
conselheiros especiais do Papa. Qualquer padre pode ser nomeado Cardeal, 
desde que se “distinga em fé, moral e piedade”. Se um cardeal que ainda não 
tiver sido ordenado bispo for eleito Papa, deverá receber a ordenação 
episcopal mais tarde. Todos os cardeais com menos de 80 anos têm o direito 
de eleger um novo papa depois da morte do seu predecessor. Os cardeais 
eleitores são quase sempre membros do clero, mas, no entanto o Papa 
 
 
 
30 
 
concedeu no passado a membros destacados do laicado católico (por 
exemplo, a teólogos) lugares de membro do Colégio, após ultrapassarem a 
idade eleitoral. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela (e daí a 
classificação em bispo cardeal, padre cardeal e diácono cardeal) em Roma 
para fazer dele membro do clero da cidade. Muitos dos cardeais servem na 
cúria, que assiste o Papa na administração da Igreja. Todos os cardeais que 
não são residentes em Roma são bispos diocesanos. 
 
As dioceses são divididas em distritos locais chamadas paróquias. Ao mesmo 
tempo em que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de 
governo global, o catolicismo de dia a dia é vivido na comunidade local, unida 
em prece na paróquia local. As paróquias são em grande medida auto-
suficientes. Uma igreja, freqüentemente situada numa comunidade pobre ou 
em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada “missão”. 
 
2.3 Os sacramentos 
 
Dentro da fé católica, os sacramentos são gestos e palavras de Cristo que 
concedem graça santificadora sobre quem os recebe. O Batismo é dado às 
crianças e a convertidos adultos que não tenham sido antes batizados 
validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado 
válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega 
diretamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da 
intenção, do sacerdote). A Confissão ou reconciliação envolve a admissão de 
pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a 
desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o perdão de Deus). A 
Eucaristia (Comunhão) é o sacrifício de Cristo marcado pela partilha do 
Corpo de Cristo e do Sangue de Cristo que se considera que substituem em 
tudo menos na aparência o pão e o vinho utilizados na cerimônia. A crença 
católica romana de que pão e vinho são transformados no Corpo e no 
Sangue de Cristo chama-se transubstanciação. No sacramento da 
Confirmação, o presente do Espírito Santo que é dado no batismo é 
“fortalecido e aprofundado” através da imposição de mãos e da unção com 
óleo. Na maior parte das igrejas de Rito Latino, este sacramento é presidido 
por um bispo e tem lugar no início da idade adulta. Nas Igrejas Católicas 
Orientais o sacramento da crisma é geralmente executado por um padre 
imediatamente depois do batismo. As Ordens Sagradas recebem-se ao entrar 
para o sacerdócio e envolvem um voto de castidade. O sacramento das 
Ordens Sagradas é dado em três graus: o do diácono (desde Vaticano II um 
diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de padre 
e o de bispo. A unção dos doentes era conhecida como “extrema unção” ou 
“último sacramento”. Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado 
abençoado especificamente para esse fim e já não está limitada aos doentes 
graves e aos moribundos. 
 
Seitas e Heresias 
 
31 
2.4 Mandamentos da Igreja 
 
(a) Assistir missa inteira nos domingos e dias de guarda. 
 
(b) Confessar-se ao menos uma vez por ano. 
 
(c) Comungar ao menos pela Páscoa. 
 
(d) Jejuar e abster-se de carne quando manda a Igreja. 
 
(e) Dias de jejum: quarta-feira de cinzas e sexta-feira santa. 
 
(f) Dias de abstinência de carne: sextas-feiras da quaresma. 
 
(g) Pagar Dízimos segundo o costume. 
 
2.5 No Brasil os dias santos de guarda são: 
 
(a) Santa Maria, Mãe de Deus - 01 de janeiro. 
 
(b) Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) - data variável 
entre maio e junho: 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima 
Trindade. 
 
(c) Imaculada Conceição de Maria - 08 de dezembro. 
 
(d) Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo - 25 de dezembro. 
 
2.6 Liturgia e Prece 
 
O ato de prece mais importante na Igreja Católica Romana é a liturgia 
Eucarística, normalmente chamada Missa. A missa é celebrada todos os 
domingos de manhã na maioria das paróquias Católicas Romanas; no 
entanto, os católicos podem cumprir as suas obrigações dominicais se forem 
à missa no sábado à noite. Os católicos devem também rezar missa cerca de 
dez dias adicionais por ano, chamados Dias Santos de Obrigação. Missas 
adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, exceto na 
Sexta-feira Santa. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa contemporânea 
é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da 
Eucaristia. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais 
passagens da Bíblia, ato desempenhado por um Leitor (um leigo da igreja) ou 
pelo padre ou diácono. O padre ou diácono lê sempre as leituras do 
Evangelho e pode também ler de outras partes da Bíblia (durante a primeira, 
 
 
 
32 
 
segunda, terceira etc. leituras). Depois de concluídas as leituras, é rezada a 
homilia (que se assemelha ao sermão protestante) por um padre ou diácono. 
Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os 
católicos presentes o Credo Niceno, que afirma as crenças ortodoxas do 
catolicismo. A Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece 
Eucarística, durante a qual, na concepção católica, o pão e o vinho se 
transformam na Carne e Sangue de Cristo, e a procissão da comunhão. 
 
2.7 Católicos Não-Praticantes 
 
Assim como vem ocorrendo com outras denominações, em algumas partes 
do globo há um desinteresse crescente da população com o Catolicismo. 
Tem-se observado esse fenômeno principalmente em partes da América e da 
Europa. Um reflexo desse desinteresse é uma grande massa de católicos 
não-praticantes em países como o Brasil e Portugal. Eles afirmam ser 
adeptos da religião por freqüentar cerimônias como casamentos e batizados, 
mas não tomam parte regularmente de ritos como a missa aos domingos. 
Esses católicos muitas vezes discordam dos ensinamentos morais da Igreja 
por estes não serem adaptados a modelos do mundo contemporâneo como o 
relativismo cultural, o ceticismo científico, e a liberalidade sexual. No Censo 
2000 feito pelo IBGE, 40% dos que responderam ser católico no Brasil dizia 
ser “não-praticantes”. 
 
2.8 Virgem Maria: Maria como “Nossa Senhora” dos Católicos 
 
Maria, segundo a Bíblia, é a mãe de Jesus Cristo. A fonte para o 
conhecimento da Virgem Maria é o Novo Testamento (Evangelhos, Atos dos 
Apóstolos e carta aos Gálatas), que traz seu nome na forma grega, Marían, 
correspondente ao hebraico Miryam, cujo significado é incerto. Encontram-se 
maior número de informações a seu respeito nos evangelhos de Lucas e 
Mateus, que dedicam mais espaço à infância de Jesus. 
 
O Novo Testamento diz-nos que Maria era uma mulher humilde do povo 
hebreu; era uma pessoa concreta, historicamente verossímil e longe de ser 
uma invenção fantasiosa. Os dados estritamente biográficos derivados desse 
texto dizem-nos que era uma jovem. Nasceu provavelmente em Jerusalém, 
casou-se com José que era pertencente à tribo de Judá e descendente do 
Rei David, passando a morar em Nazaré, uma aldeia da Galiléia, da qual saiu 
para submeter-se ao recenseamento em Belém, por ser esta, terra de seu 
esposo. 
 
Na época de Herodes, deu à luz um filho, Jesus. Devido a tirania do reiHerodes, Deus deu ordem a seu esposo mandando que fossem primeiro para 
 
Seitas e Heresias 
 
33 
o Egito e depois procurando refúgio em Nazaré. De acordo com a tradição, os 
seus pais foram Joaquim e Ana. O lugar que Maria ocupa na Bíblia é discreto: 
ela está totalmente em função de Cristo. 
 
Assim como nas igrejas orientais, ortodoxas ou não, no catolicismo romano, 
Maria é venerada sob inúmeros epítetos. Entre eles destacam-se os de: 
Nossa Senhora de Fátima (em Portugal); Senhora da Conceição (No Brasil – 
Senhora de Aparecida ou Senhora da Conceição Aparecida); Senhora da 
Purificação; Senhora da Saúde; Senhora de Guadalupe; Senhora de Lourdes; 
Senhora do Carmo; Senhora do Loreto; Senhora do Rosário; Senhora do 
Socorro; Senhora dos Mártires; Senhora Rainha dos Apóstolos; Virgem 
Maria; Virgem Maria, Rainha do Céu; Virgem Maria, Rainha do Mundo. 
 
2.9 Festas religiosas 
 
2.9.1 Corpus Christi 
 
Corpus Christi é uma festa móvel da Igreja Católica que celebra a presença 
de Cristo na Eucaristia. É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da 
Santíssima Trindade. Em muitas cidades portuguesas e brasileiras é costume 
ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo 
e desenhos de inspiração religiosa. No Pará, no município de Capanema é 
uma tradição os tapetes de serragem colorida cobrindo as ruas por onde 
passa a procissão de Corpus Christi. Em Castelo (Espírito Santo), no estado 
do Espírito Santo, as ruas são decoradas com enormes tapetes coloridos 
formados por flores, serragem colorida e grãos. A instituição da Eucaristia, já 
celebrada na quinta-feira santa, é hoje festejada com a honra que merece tão 
grande mistério. Preparada pela florescente piedade eucarística do Século XI, 
a festa de Corpus Christi foi introduzida na Igreja universal pelo Papa Urbano 
IV, em 11 de agosto de 1264. O ofício foi composto por Santo Tomás de 
Aquino o qual, por amor à tradição litúrgica, serviu-se em parte de Antífonas, 
Lições e Responsórios já em uso em algumas Igrejas. A procissão surgiu em 
Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em 
Roma é encontrada desde 1350 (Pe Ireneu GRAMAGLIA e Fr Pascoal 
DALBOSCO (Coord). Missal romano cotidiano. São Paulo, Paulinas, 1964). 
 
2.10 Renovação carismática católica 
 
A renovação carismática, inicialmente conhecida como “movimento católico 
pentecostal”, ou católicos pentecostais, surgiu em 1966, quando Steve Clark, 
da Universidade de Duquesne em Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos, 
durante o Congresso Nacional de “Cursilhos de Cristandade”, mencionou o 
livro “A Cruz e o Punhal”, do pastor John Sherril, sobre o trabalho do pastor 
 
 
 
34 
 
David Wilkerson com os drogados de Nova York, falando que era um livro 
que o inquietava e que todos deveriam lê-lo. Vale lembrar que David 
Wilkerson faz forte pregação anticatólica em seus textos e pregações. Em 
1966, católicos da Universidade de Duquesne reuniam-se para oração e 
conversas sobre a fé. Eram católicos dedicados a atividades apostólicas, 
mas, ainda assim, insatisfeitos com a sua experiência religiosa. Em razão 
disso, e recordando a experiência bíblica do Pentecostes e das primeiras 
comunidades cristãs cheias do Espírito Santo, decidiram começar a orar para 
que o Espírito Santo se manifestasse neles. Querendo vivenciar a 
experiência com o Espírito, foram ao encontro de William Lewis, sacerdote da 
Igreja Episcopal Anglicana, que por sua vez os levou até Betty de Shomaker, 
que fazia em sua casa uma reunião de oração pentecostal. Em 13 de janeiro 
de 1967, Ralph Keiner, sua esposa Pat, Patrick Bourgeois e Willian Storey 
vão à casa de Flo Dodge, paroquiana Anglicana de William Lewis, para 
assistir a reunião. Em 20 de janeiro assistem mais uma reunião e suplicam 
que se ore para que eles recebam o “Batismo no Espírito Santo”. Ralph 
recebe o “dom de línguas” (fenômeno chamado no meio acadêmico de 
glossolalia ou xenoglossalia). Na semana seguinte, a fevereiro de 1967, 
Ralph impõe as mãos para que os quatro recebam o batismo no Espírito. Em 
janeiro de 1967, Bert Ghezzi comunica a universitários de Notre Dame South 
Bend, Indiana o que teria ocorrido em Pittsburgh. Em fevereiro, antes do 
retiro de Duquesne, Ralph Keifer vai a Notre Dame e conta suas 
experiências. Em quatro de março, um grupo de estudantes se reúne na casa 
de Kevin e Doroth Ranaghan. Um professor de Pittsburgh partilha a 
experiência de Duquesne, e em 5 de março de 1967 o grupo pede a 
imposição de mãos para receber o Espírito Santo. Após a Semana Santa, 
realizou-se um retiro em Notre Dame para discernir o que Deus estaria 
querendo com essas manifestações. Participam professores, alunos e 
sacerdotes. 40 pessoas de Notre Dame e 40 da Universidade de Michigan, 
entre os quais Steve Clark e Ralph Martin, que em 1976 iriam para a 
Universidade de Michigan, em Ann Arbor. 
 
A RCC veio para o Brasil em 1969 sob o comando do Padre Haroldo Hann 
que nos anos seguintes, juntamente com Padre Sales, realizou retiros 
conhecidos como “Experiência do Espírito Santo”, depois “Experiência de 
Oração”, por todo o Brasil. O trabalho cresceu ainda mais com a adesão do 
Padre Jonas Abib (futuro criador da Canção Nova) e do Padre Eduardo 
Doughtery (da Associação do Senhor Jesus). Em 1974 foi realizado o 
primeiro congresso nacional da Renovação Carismática, com orientação do 
Padre Silvestre Scandian. Esse movimento ganhou força em meados dos 
anos 90 e já responde sozinho por grande parte dos católicos praticantes no 
país. Ele continua atraindo muitos fiéis e costuma popularizar-se 
principalmente entre os jovens. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil 
(CNBB) possui um Documento, chamado Documento 53, com 
 
Seitas e Heresias 
 
35 
recomendações disciplinando certas práticas místicas no contexto da RCC. 
Recomenda-se, por exemplo, que se evite a prática do “Repouso no Espírito” 
(na qual as pessoas parecem desmaiar durante os momentos de oração, mas 
permanecem conscientes do que ocorre em sua volta). E preocupações 
exageradas com o demônio. Os críticos mais ferrenhos da RCC alegam que 
ela fomentaria a “histeria coletiva”, além de uma leitura literal e 
fundamentalista da Bíblia. Muitos deles acham que o clero faz vista grossa 
com relação aos exageros da RCC devido ao temor do crescimento 
evangélico no Brasil, já que ela seria uma forma de poder atrair mais fiéis e 
mantê-los. 
 
2.11 Julgamentos Doutrinários 
 
Julgar os fundamentos doutrinários de determinado grupo religioso e 
classificá-lo como falso pode parecer uma atitude arrogante e prepotente. 
Esta conclusão ocorre especialmente quando o julgamento religioso é 
registrado em uma cultura que ignora os princípios bíblicos, tolerando e 
apoiando tudo o que contraria a fé cristã. Sabemos que não nos faltam 
exemplos dessas ocorrências, a prática homossexual e o aborto são alguns 
deles. Nesse contexto, a “tolerância” é a bandeira que ridiculariza qualquer 
um que ouse apontar seu dedo para julgar alguém ou alguma coisa. Por outro 
lado, a Bíblia orienta os cristãos a se separarem das práticas pecadoras dos 
homens. E vai mais além ao expor seus erros. “Examinai tudo. Retende o 
bem” (1Ts 5.21). Mas como podemos “examinar tudo e reter o bem” se não 
podemos julgar o certo e o errado? “Não julgueis, para que não sejais 
julgados” (Mt 7.1). O que Jesus quis dizer ao expressar-se dessa forma? 
Estaria Ele se opondo aos julgamentos que fazemos sobre as diversas 
religiões? Na realidade, o emprego desse versículo para se contrapor a todo 
e qualquer julgamento é um crasso erro de interpretação. Essas palavras não 
se referem a toda modalidade de julgamento. Tanto é que, no mesmo 
capítulo, Jesus nos exorta a tomar cuidado com os falsos profetas (Mt 7.15) e 
arremata dizendo que podemos julgá-los por seus frutos (Mt 7.20).Outrossim, há outras passagens em que podemos vislumbrar julgamentos. 
 
Vejamos: 
 
(a) Jesus Julgou os religiosos de sua época. Veja o julgamento público 
de Jesus emitido contra os escribas e fariseus: Mas ai de vós, 
escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais os homens o Reino 
dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão 
entrando. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais 
as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso, 
sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! 
 
 
 
36 
 
Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois 
de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós. 
Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo 
templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é 
devedor. Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o templo, 
que santifica o ouro? Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois 
que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o 
mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, 
fazer essas coisas e não omitir aquelas. Condutores cegos! Coais um 
mosquito e engolis um camelo. Ai de vós, escribas e fariseus, 
hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o 
interior está cheio de rapina e de iniqüidade. Fariseu cego! Limpa 
primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior 
fique limpo (Mt 23.13-17,22-26, grifo do autor). As palavras de Jesus 
no capítulo 23 se constituem na sua mais severa denúncia contra os 
líderes religiosos e falsos mestres que rejeitavam em parte a Palavra 
de Deus, substituindo a revelação divina por suas próprias idéias e 
interpretações (vv. 23,28; 15.3,6-9; Mc 7.6-9). Notemos a posição de 
Jesus. Não é a posição tolerante e liberal dos acomodados que não 
compartilham do clamor do coração do Senhor, por fidelidade à 
Palavra de Deus. Cristo não era um pregador tímido, a tolerar o 
pecado. Ele foi em tudo fiel à sua missão de combater o mal (cf. 
21.12,13; Jo 2.13-16) e denunciar o pecado e a corrupção entre os 
importantes (vv. 23,25). O amor de Jesus pelas Escrituras inspiradas 
do seu Pai, bem como pelos que estavam sendo arruinados pela 
distorção delas (cf. 15.2,3; 18.6,7; 23.13,15), era tão grande que o 
levou a usar palavras tais como hipócritas (v. 15), filho do inferno (v. 
15), condutores cegos (v. 16), insensatos (v. 17), cheios de rapina e 
de iniqüidade (v. 25), limpos só no exterior (v. 25), sepulcros caiados 
(v. 27), imundícia (v. 27), iniqüidade (v. 28), serpentes (v. 33), raça de 
víboras (v. 33) e assassinos (v. 34). Estas palavras, embora severas 
e condenatórias, foram ditas com profunda dor (v. 37), por aquele que 
morreu pelas pessoas a quem elas foram dirigidas (cf. Jo 3.16; Rm 
5.6,8). 
 
(b) Pedro julgou Ananias e Safira. “Disse, então, Pedro: Ananias, por que 
encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo 
e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava 
para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este 
desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 
5.3,4). 
 
(c) Paulo julgou os gálatas. Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou 
para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem 
 
Seitas e Heresias 
 
37 
Jesus Cristo foi já representado como crucificado? (Gl 3.1). Paulo 
chegou até a admitir que suas palavras fossem julgadas: “Falo como 
a entendidos; julgai vós mesmos o que digo” (1Co 10.15), e declarou 
que “o que é espiritual é capaz de julgar todas as coisas” (1Co 2.15). 
Diante do exposto, a razão pela qual dizemos que algo é certo ou 
errado tem respaldo na Bíblia, que nos apresenta um padrão moral e 
doutrinário absoluto a ser observado. Ela é o padrão de julgamento 
correto: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta 
palavra, é porque não há luz neles” (Is 8.20). Se não expusermos os 
desvios das seitas e religiões, elas conduzirão a humanidade à 
destruição eterna. Quando tecemos julgamentos, isso significa que 
reconhecemos a existência de absolutos. Em um mundo que venera o 
relativismo os absolutos não são bem-vindos. 
 
2.12 A idolatria e seus males 
 
Então, disse Samuel ao povo: Não temais; vós tendes cometido todo este 
mal; porém não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR 
com todo o vosso coração. E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, 
que nada aproveitam e tampouco vos livrarão, porque vaidades são. Pois o 
SENHOR não desamparará o seu povo, por causa do seu grande nome, 
porque aprouve ao SENHOR fazer-vos o seu povo (1Sm 12.20,21). Este é 
um segundo ponto nesta obra apologética que norteará o nosso texto - a 
idolatria e seus males -, uma vez que o seguimento religioso em discussão (a 
Igreja Católica) é idólatra por natureza. 
 
A idolatria é um pecado que o povo de Deus, através da sua história no 
Antigo Testamento, cometia repetidamente. O primeiro caso registrado 
ocorreu na família de Jacó (Israel). Pouco antes de chegar a Betel, Jacó 
ordenou a remoção de imagens de deuses estranhos (Gn 35.1-4). O primeiro 
caso registrado na Bíblia em que Israel, de modo global, envolveu-se com 
idolatria foi na adoração do bezerro de ouro, enquanto Moisés estava no 
monte Sinai (Êx 32.1-6). Durante o período dos juízes, o povo de Deus 
freqüentemente se voltava para os ídolos. Embora não haja evidência de 
idolatria nos tempos de Saul ou de Davi, o final do reinado de Salomão foi 
marcado por freqüente idolatria em Israel (1Rs 11.1-10). Na história do reino 
dividido, todos os reis do Reino do Norte (Israel) foram idólatras, bem como 
muitos dos reis do Reino do Sul (Judá). Somente depois do exílio, é que 
cessou o culto idólatra entre os judeus. 
 
2.12.1 O deslumbramento pela idolatria 
 
Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas? Há vários fatores 
implícitos. 
 
 
 
 
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(a) As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a 
vários deuses era superior à adoração a um único Deus. Noutras 
palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de Deus sofria 
influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de 
obedecer ao mandamento de Deus, no sentido de se manter santo e 
separado delas. 
 
(b) Os deuses pagãos das nações vizinhas de Israel não requeriam o tipo 
de obediência que o Deus de Israel requeria. Por exemplo, muitas das 
religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, 
tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática, sem dúvida, atraía 
muitos em Israel. Deus, por sua vez, requeria que o seu povo 
obedecesse aos altos padrões morais da sua lei, sem o que, não 
haveria comunhão com Ele. 
 
(c) Por causa do elemento demoníaco da idolatria, ela, às vezes, 
oferecia, em bases limitadas, benefícios materiais e físicos 
temporários. Os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de 
filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as 
condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da 
guerra prometiam proteção dos inimigos e vitória nas batalhas. A 
promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se 
dispunham a servir aos ídolos. 
 
2.12.2 A natureza real da idolatria 
 
Não se pode compreender a atração que exercia a idolatria sobre o povo, a 
menos que compreendamos sua verdadeira natureza. A Bíblia deixa claro 
que o ídolo em si, nada é (Jr 2.11; 16.20). O ídolo é meramente um pedaço 
de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder 
tem em si mesmo. Samuel chama os ídolos de “vaidades” (1Sm 12.21), e 
Paulo declara expressamente: “sabemos que o ídolo nada é no mundo” (1Co 
8.4; cf. 10.19,20). Por essa razão, os salmistas (e.g., Sl 115.4-8; 135.15-18) e 
os profetas

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