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Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 78 2.1 - Conceitos Básicos. 2.2 - Determinando Limites Analiticamente. 2.3 - Limites infinitos. 2.4 - Continuidade. 2.5 - Exercícios. Unidade 2 – Limites e Suas Propriedades Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 79 2.1 – Conceitos Básicos O Limite de uma Função Considere uma mola que se rompe ao ser submetida a um peso de 10 Kg ou mais. Para determinar qual a extensão que a mola pode atingir sem se romper, penduramos pesos cada vez maiores e medimos o comprimento s da mola para cada peso w, como mostra a Figura 1.51. Se o comprimento da mola se aproxima de um valor L, dizemos que "o limite de s quando w tende para 10 é L". Um limite matemático se parece com o limite de uma mola. A notação de limite é: 𝐥𝐢𝐦 𝒙→𝒄 𝒇(𝒙) = 𝑳 que se lê como: "o limite de f(x) quando x tende a c é L". Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 80 Exemplo 1 – Solução Gráfica e Numérica Determine lim 𝑥→1 (𝑥2 + 1). Solução Seja f(x) = x2 + 1. Análise gráfica: No gráfico da Figura 1.52, observamos que f(x) se aproxima de 2 quando x se aproxima de 1 pela esquerda ou pela direita, de modo que podemos escrever: lim 𝑥→1 (𝑥2 + 1) = 2 Analisando a tabela numérica abaixo observamos a mesma tendência: quando x se aproxima de 1, f(x) se aproxima de 2, por ambos os lados. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 81 Exemplo 2 – Solução Gráfica e Numérica Determine lim 𝑥→1 𝑓(𝑥) para as seguintes funções: (a) 𝑓(𝑥) = 𝑥2−1 𝑥−1 (b) 𝑓(𝑥) = |𝑥−1| 𝑥−1 (c) f(𝑥) = { 𝑥, 𝑥 ≠ 1 0, 𝑥 = 1 Solução (a) Observando o gráfico de f(x), na Figura 1.53(a), vemos que f(x) se aproxima de 2 quando x se aproxima de 1 tanto pela esquerda quanto pela direita. O ponto onde a função não é definida é representado por um pequeno círculo vazado. Observe que o fato de f(x) não ser definida no ponto x =1 é irrelevante para a determinação do limite. O limite depende somente dos valores de f(x) nas proximidades de x = 1, não do valor da função em x = 1. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 82 (b) Observando o gráfico de f(x), que aparece na Figura 1.53(b), vemos que f(x) = -1 para qualquer valor de x à esquerda da coordenada x = 1 e f(x) = 1para qualquer valor de x à direita da coordenada x = 1. Assim, f(x) se aproxima de valores diferentes quando x se aproxima de 1 pela esquerda e pela direita. Em situações como esta, dizemos que o limite não existe. Essa mesma conclusão pode ser confirmada na tabela numérica abaixo. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 83 (c) Observando o gráfico de f(x), na Figura 1.53c, vemos que f(x) se aproxima de 1 quando x se aproxima de 1 tanto pela esquerda quanto pela direita. Não importa que f(1) = 0. O limite depende dos valores de f(x) nas proximidades de x = 1, não do valor da função em x = 1. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 84 Os exemplos 1 e 2 revelam alguns fatos importantes: 1. Dizer que o limite de f(x) é L quando x tende a c significa que o valor de f(x) pode tornar-se arbitrariamente próximo de L, bastando para isso escolher um valor de x suficientemente próximo de c. 2. Para que um limite exista, é preciso que f(x) se aproxime do mesmo valor quando x se aproxima de c pela esquerda e pela direita. Se f(x) se aproxima de números diferentes quando x se aproxima de c pela direita e pela esquerda, o limite não existe. 3. O valor de f(x) em x = c não tem influência sobre o limite de f(x) quando x tende a c. No Exemplo 2(c), o limite de f(x), quando x tende a 1, é igual a 1, embora o valor de f(x) seja zero em x = 1. No Exemplo 2(a), o limite de f(x) quando x tende a 1 existe (é igual a 1), embora a função não seja definida no ponto x = 1. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 85 Definição do Limite de uma Função Se uma função f(x) se aproxima arbitrariamente de um número L quando x se aproxima indefinidamente de um número c tanto pela esquerda e quanto pela direita, dizemos que lim 𝑥→𝑐 𝑓(𝑥) = 𝐿 que é lido como "o limite de f(x) quando x tende a c é L". Ao utilizarmos o formalismo matemático de Augustin-Louis Cauchy para limites teremos: Lembrando a definição e propriedade de valor absoluto: |𝑥| = { 𝑥, 𝑥 ≥ 0 −𝑥, 𝑥 < 0 A partir desta definição, podemos extrapolar que: |𝑥 − 𝑎| < 𝑏 ≡ −𝑏 < (𝑥 − 𝑎) < 𝑏 ⟹ (𝑎 − 𝑏) < 𝑥 < (𝑎 + 𝑏) A partir da Figura ao lado, considere 𝜺 e 𝜹 números positivos muito pequenos. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 86 A frase "f(x) se aproxima arbitrariamente de L" significa que f(x) se encontra no intervalo (𝐿 − 𝜀, 𝐿 + 𝜀). Utilizando valor absoluto para representar estas faixas podemos escrever: |𝑓(𝑥) − 𝐿| < 𝜀 Ou seja, 𝑓(𝑥) não está a mais que 𝜀 unidades de distância de L. Analogamente, a frase "x se aproxima de c" significa que existe um número positivo 𝜹 tal que x se encontra ou no intervalo (𝑐 − 𝛿, 𝑐) ou no intervalo (𝑐, 𝑐 + 𝛿). Esta dupla condição pode ser representada por: 0 < |𝑥 − 𝑐| < 𝛿 A desigualdade da esquerda, 0 < |𝑥 − 𝑐|, significa que a distância entre x e c é maior que 0, ou seja, 𝑥 ≠ 𝑐. A desigualdade da direita, |𝑥 − 𝑐| < 𝛿, diz que x não está a mais que 𝛿 unidades de distância de c. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 87 Logo, a definição formal de Cauchy para o limite de uma função é: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 88 Exemplo 3 Dado o limite 𝑙𝑖𝑚 𝑥→3 2𝑥 − 5 = 1, encontre 𝛿 de modo que: |(2𝑥 − 5) − 1| < 0,01 quando 0 < |𝑥 − 3| < 𝛿. Solução Neste exemplo, o valor de 𝜀 = 0,01 foi dado. Tentaremos estabelecer uma relação entre os valores absolutos: |(2𝑥 − 5) − 1| 𝑒 |𝑥 − 3| Observe que: |(2𝑥 − 5) − 1| = |2𝑥 − 6| = 2|𝑥 − 3| Assim, |(2𝑥 − 5) − 1| < 0,01é𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑎2|𝑥 − 3| < 0,01 Ou |𝑥 − 3| < 0,005 ⇒ 𝛿 = 0,005. A Figura 1.13 mostra esta situação. Quando o valor de x estiver no intervalo de 0,005 em torno de 3, f(x) estará no intervalo de 0,01 em torno de 1. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 89 Exemplo 4 Use a definição 𝜀 − 𝛿 de limite para provar que lim 𝑥→2 (3𝑥 − 2) = 4. Solução Devemos mostrar que para cada 𝜀 > 0, existe um 𝛿 > 0 de tal modo que: |(3𝑥 − 2) − 4| < 𝜀 quando 0 < |𝑥 − 2| < 𝛿 Como a escolha de 𝛿 é dependente de 𝜀, necessitamos estabelecer uma relação entre os valores absolutos: |(3𝑥 − 2) − 4| e |𝑥 − 2|. Verificamos que: |(3𝑥 − 2) − 4| = |3𝑥 − 6| = 3|𝑥 − 2| Então, para um dado 𝜀 > 0, podemos escolher 𝛿 = 𝜀 3 . Esta escolha é suficiente pois: 0 < |𝑥 − 2| < 𝛿 = 𝜀 3 Logo, |(3𝑥 − 2) − 4| = 3|𝑥 − 2| < 𝛿 = 3 ( 𝜀 3 ) ⟹ |(3𝑥 − 2) − 4| = 3|𝑥 − 2| < 𝜀 Como vemos, na Figura ao lado, para valores de x no entorno de 2, o valor de f(x) está no entorno de 4. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 90 Propriedades dos Limites Técnica da Substituição Direta Sejam (b) e (c) dois números reais, e seja n um número inteiro positivo. Nesse caso, 1. lim 𝑥→𝑐 𝑏 = 𝑏 2. lim 𝑥→𝑐 𝑥 = 𝑐 3. lim 𝑥→𝑐 𝑥𝑛 = 𝑐𝑛4. lim 𝑥→𝑐 √𝑥 𝑛 = √𝑐 𝑛 Se n for par, c deverá ser positivo Podemos generalizar o cálculo de limites para alguns tipos de funções: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 91 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 92 Operações com Limites Sejam (K) , (L) , (b) e (c) números reais, (n) um número inteiro positivo, e f(x) e g(x) funções com os seguintes limites: lim 𝑥→𝑐 𝑓(𝑥) = 𝐿 e lim 𝑥→𝑐 𝑔(𝑥) = 𝐾 Nesse caso, temos: 1. Multiplicação por um escalar: lim 𝑥→𝑐 𝑏𝑓(𝑥) = 𝑏 lim 𝑥→𝑐 𝑓(𝑥) = 𝑏𝐿 2. Soma ou Diferença: lim 𝑥→𝑐 [𝑓(𝑥) ± 𝑔(𝑥)] = lim 𝑥→𝑐 [𝑓(𝑥)] ± lim 𝑥→𝑐 [𝑔(𝑥)] = 𝐿 ± 𝐾 3. Produto: lim 𝑥→𝑐 [𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥)] = lim 𝑥→𝑐 [𝑓(𝑥)] . lim 𝑥→𝑐 [𝑔(𝑥)] = 𝐿. 𝐾 4. Quociente: lim 𝑥→𝑐 [ 𝑓(𝑥) 𝑔(𝑥) ] = lim 𝑥→𝑐 [𝑓(𝑥)] lim 𝑥→𝑐 [𝑔(𝑥)] = 𝐿 𝐾 se e somente se 𝐾 ≠ 0. 5. Potenciação: lim 𝑥→𝑐 [𝑓(𝑥)]𝑛 = [lim 𝑥→𝑐 [𝑓(𝑥)]] 𝑛 = 𝐿𝑛 6. Radiciação: lim 𝑥→𝑐 √𝑓(𝑥) 𝑛 = √lim 𝑥→𝑐 [𝑓(𝑥)]𝑛 = √𝐿 𝑛 Na propriedade 6, se n for par, L deverá ser positivo. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 93 Exemplo 5 Determine o lim 𝑥→2 (𝑥2 + 2𝑥 − 3). lim 𝑥→2 (𝑥2 + 2𝑥 − 3) Escrever limite original Aplicar propriedade (2). lim 𝑥→2 (𝑥2 + 2𝑥 − 3) = lim 𝑥→2 𝑥2 + lim 𝑥→2 2𝑥 − lim 𝑥→2 3 Use substituição direta = 22 + 2(2) − 3 Simplifique = 4 + 4 − 3 = 5 Solução completa Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 94 Limites Unilaterais Em alguns casos, uma função tende para valores diferentes quando x tende a c pela esquerda ou pela direita. Esse tipo de comportamento pode ser descrito utilizando o conceito de limite unilateral. O limite lateral pela direita significa que x se aproxima de c com valores maiores que c (Figura 1.28a). lim 𝑥→𝑐+ 𝑓(𝑥) = 𝐿 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒𝑝𝑒𝑙𝑎𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 O limite lateral pela esquerda significa que x se aproxima de c com valores menores que c (Figura 1.28b). lim 𝑥→𝑐− 𝑓(𝑥) = 𝐿 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒𝑝𝑒𝑙𝑎𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 95 Exemplo 6 Determine o limite quando x tende a zero pela esquerda, e o limite quando x tende a zero pela direita da função 𝑓(𝑥) = |2𝑥| 𝑥 . Solução: Lembrando que a função valor absoluto: |2𝑥| = { 2𝑥, 𝑥 ≥ 0 −2𝑥, 𝑥 < 0 O gráfico de f(x), na Figura 1.56, mostra que f(x) será igual a -2 para qualquer valor de x < 0. lim 𝑥→0− |2𝑥| 𝑥 = lim 𝑥→0− −2𝑥 𝑥 = −2 Analogamente, o valor da função f(x) será 2 para qualquer valor de x > 0, e o limite pela direita será: lim 𝑥→0+ |2𝑥| 𝑥 = lim 𝑥→0+ 2𝑥 𝑥 = 2 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 96 Os valores dos limites unilaterais do exemplo 6 são diferentes. Quando isso acontece, o limite de f(x), quando x tende a c, NÃO EXISTE. Para que o limite de uma função exista, quando x tende a c, é preciso que os dois limites unilaterais existam e sejam iguais. Logo, se f(x) é uma função e c e L são números reais, lim 𝑥→𝑐 𝑓(𝑥) = 𝐿 se, e somente se, os limites pela esquerda e pela direita forem iguais a L. Determine os seguintes limites: (a) 𝑙𝑖𝑚 𝑥→2− |𝑥 − 2| 𝑥 − 2 (b) 𝑙𝑖𝑚 𝑥→2+ |𝑥 − 2| 𝑥 − 2 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 97 Exemplo 7 Determine o limite de f(x), quando x tende a 1, da seguinte função: 𝑓(𝑥) = { 4 − 𝑥, 𝑥 < 1 4𝑥 − 𝑥2, 𝑥 > 1 Solução Os limites unilaterais são: lim 𝑥→1− 𝑓(𝑥) = lim 𝑥→1− (4 − 𝑥) = 3 lim 𝑥→1+ 𝑓(𝑥) = lim 𝑥→1+ (4𝑥 − 𝑥2) = 3 Como os dois limites unilaterais existem e são iguais a 3, temos: lim 𝑥→1 𝑓(𝑥) = 3 O gráfico da Figura 1.57 confirma este resultado. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 98 2.2 - Determinando Limites Analiticamente Técnicas para Calcular Limites A técnica da substituição direta, para o cálculo do limite, em muitos tipos de funções, pode não ser suficiente para este cálculo em decorrência de alguma restrição algébrica da função. Muitas técnicas foram desenvolvidas e se baseiam no Teorema da Substituição de funções. Teorema da Substituição de Funções Seja c um número real e sejam f(x) e g(x) duas funções tais que f(x) = g(x) para qualquer valor de 𝑥 ≠ 𝑐. Nesse caso, se o limite de g(x) quando x tende a c existe, o limite de f(x) também existe e teremos a seguinte condição: lim 𝑥→𝑐 𝑓(𝑥) = lim 𝑥→𝑐 𝑔(𝑥) Para aplicarmos o Teorema da Substituição de Funções, em funções polinomiais, podemos utilizar um resultado da álgebra segundo o qual se p(c) = 0, então (x – c) é um dos fatores de p(x). Se necessário, poderemos simplificar fatores iguais da expressão original para podermos usar a técnica da substituição direta para o cálculo do limite. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 99 Fatoração de Polinômios de Grau Maior que Dois Conhecido um dos zeros do polinômio, podemos utilizar esse zero para reduzir o grau do polinômio. Assim, por exemplo, se sabemos que (𝑥 = 2) é um dos zeros do polinômio 𝑥3 − 4𝑥2 + 5𝑥 − 2, então (𝑥 − 2) é um dos fatores do polinômio e podemos utilizar o método da divisão direta para fatorá- lo. 𝑥3 − 4𝑥2 + 5𝑥 − 2 = (𝑥 − 2)(𝑥2 − 2𝑥 + 1) = (𝑥 − 2)(𝑥 − 1)(𝑥 − 1) Como alternativa para a divisão direta, pode ser utilizada a divisão sintética para reduzir o grau de um polinômio. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 100 Executando a divisão sintética do polinômio 𝑥3 − 4𝑥2 + 5𝑥 − 2, sabendo que (𝑥 = 2) é um zero, obtemos o seguinte resultado: Ao utilizar a divisão sintética, não se esqueça de levar em conta todos os coeficientes, mesmo que alguns sejam nulos. Por exemplo, se você sabe que (𝑥 = −2) é um zero de 𝑥3 + 3𝑥 + 14, então a divisão sintética assume a seguinte forma: Observe também que a divisão sintética funciona apenas para divisores da forma (𝑥 − 𝑎). Entretanto, lembre-se que (𝑥 + 𝑎) = (𝑥 − (−𝑎)). Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 101 Exemplo 1 - Técnica da Substituição de Funções. Determine lim 𝑥→1 𝑥3−1 𝑥−1 . Solução Observe que o numerador e o denominador se anulam para x = 1. Portanto, a técnica da substituição direta falha e não conseguimos determinar o limite. Por outro lado, isso significa que (x – 1) é um fator de ambos os polinômios. Logo, este fator pode ser cancelado para qualquer valor de 𝑥 ≠ 1. 𝑥3 − 1 𝑥 − 1 = (𝑥 − 1)(𝑥2 + 𝑥 + 1) (𝑥 − 1) Fatore o numerador = (𝑥 − 1)(𝑥2 + 𝑥 + 1) (𝑥 − 1) Cancele o fator comum (Técnica do Cancelamento) = 𝑥2 + 𝑥 + 1,𝑥 ≠ 1 Função simplificada Assim, a função racional 𝑥3−1 𝑥−1 e a função polinomial 𝑥2 + 𝑥 + 1 coincidem em todos os pontos a não ser no ponto x = 1, e podemos aplicar o Teorema da Substituição de funções no cálculo do limite: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 102 lim 𝑥→1 𝑥3 − 1 𝑥 − 1 ≡ lim 𝑥→1 𝑥2 + 𝑥 + 1 = 12 + 1 + 1 = 3A função original não permitiu o cálculo do limite pela aplicação da substituição direta sendo possível fazê-lo, porém, na função simplificada. A Figura 1.54 ilustra graficamente esse resultado. Observe que os dois gráficos são idênticos, exceto pelo fato de que o gráfico de g(x) contém o ponto (1 , 3), enquanto esse ponto está faltando no gráfico de f(x) (círculo vazado). Exercício: Determine lim 𝑥→2 𝑥3 − 8 𝑥 − 2 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 103 Exemplo 2 Determine lim 𝑥→−3 𝑥2 + 𝑥 − 6 𝑥 + 3 Solução O método da substituição direta não funciona por que o numerador e o denominador se anulam em x = -3. O fato dos polinômios do numerador e do denominador se anularem em x = -3 significa que eles possuem um fator comum, x + 3. Assim, para qualquer valor de 𝑥 ≠ −3, podemos cancelar esse fator, obtendo: lim 𝑥→−3 𝑥2 + 𝑥 − 6 𝑥 + 3 = Escrever limite original Fatorar numerador. = lim 𝑥→−3 (𝑥 − 2)(𝑥 + 3) (𝑥 + 3) Cancele o valor comum = lim 𝑥→−3 (𝑥 − 2) Substituição direta = −5 Solução completa Esse resultado está expresso graficamente na Figura 1.55. Observe que o gráfico de f(x) coincide com o gráfico de g(x) = x – 2, exceto no ponto (-3 , -5), que não existe no gráfico de f(x). Exercício:Determine lim 𝑥→3 𝑥2 + 𝑥 − 12 𝑥 − 3 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 104 Técnicas de Racionalização. Quando se trabalha com quocientes que envolvem radicais, às vezes é conveniente transportar a expressão radical do denominador para o numerador, ou vice-versa. Por exemplo: para transportar o radical do denominador para o numerador da expressão abaixo, basta multiplicar a expressão por √2 √2 ⁄ (Elemento neutro da multiplicação). Esse processo é conhecido como racionalizar o denominador. Um processo semelhante pode ser utilizado para racionalizar o numerador. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 105 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 106 Exemplo 3 - Técnica da Racionalização Determine lim 𝑥→0 √𝑥 + 1 − 1 𝑥 Solução O método da substituição direta não funciona porque o numerador e o denominador se anulam para x = 0. Nesse caso, podemos escrever a fração de outra forma, racionalizando o numerador. √𝑥 + 1 − 1 𝑥 = ( √𝑥 + 1 − 1 𝑥 )( √𝑥 + 1 + 1 √𝑥 + 1 + 1 ) Fatorar numerador. = (𝑥 + 1) − 1 𝑥(√𝑥 + 1 + 1) Simplificar = 𝑥 𝑥(√𝑥 + 1 + 1) = 1 √𝑥 + 1 + 1 ,𝑥 ≠ 0 Fatoração completa Calculando o limite usando o Teorema da Substituição de funções: lim 𝑥→0 √𝑥 + 1 − 1 𝑥 ≡ lim 𝑥→0 1 √𝑥 + 1 + 1 = 1 1 + 1 = 1 2 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 107 Teorema do Sanduiche Seja o problema de determinar o limite de uma função que está entre duas outras, cada uma das quais tendo o mesmo limite em um dado valor de x, como insinuado na Figura abaixo à esquerda. Teorema: Uma aplicação do Teorema do Sanduiche se encontra na solução do Teorema 1.9, mostrado a seguir, relativo aos casos especiais de dois limites trigonométricos. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 108 Prova do limite: lim 𝜃→0 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝜃 = 1 Para evitar confusão entre duas utilizações de x (eixo e ângulo), identificaremos o ângulo pela variável 𝜃. Assim, 𝜃 é um ângulo agudo positivo medido em radianos. A Figura abaixo mostra um setor circular entre dois triângulos. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 109 A Figura abaixo salienta a área do setor e dos dois triângulos. Multiplicando cada expressão, na figura acima por 2 𝑠𝑒𝑛𝜃 , teremos: 1 cos 𝜃 ≥ 𝜃 𝑠𝑒𝑛𝜃 ≥ 1 Considerando as inequações recíprocas e inversas temos: cos 𝜃 ≤ 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝜃 ≤ 1 Lembrando que [cos 𝜃 = cos(−𝜃)] e ainda que { (𝑠𝑒𝑛𝜃) 𝜃 = [𝑠𝑒𝑛(−𝜃)] (−𝜃) }, concluímos que a inequação é válida para todos os valores de 𝜃 no intervalo aberto (− 𝜋 2 , 𝜋 2 ). Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 110 Então, ao aplicarmos o limite nos três membros da inequação anterior teremos: lim 𝜃→0 cos 𝜃 ≤ lim 𝜃→0 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝜃 ≤ lim 𝜃→0 1 1 ≤ lim 𝜃→0 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝜃 ≤ 1 Considerando o estabelecido no Teorema do Sanduiche, concluímos que lim 𝜃→0 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝜃 = 1. Prova do limite lim 𝑥→0 1−𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑥 = 0 Utilizar raciocínio similar, utilizando a técnica de substituição de funções, para provar que: lim 𝑥→0 1 − 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑥 = 0 Dica: multiplicar e dividir a expressão original por 1 + cos(𝑥) Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 111 Expressões Indeterminadas Expressões do tipo ( 0 0 ) , (∞ ∞⁄ ) , (∞ − ∞) , (0 × ∞) , (0 0) , (∞0) (1∞) são consideradas indeterminadas. Existem formas similares que podemos reconhecer como "determinadas" tais como: (∞ + ∞) → ∞ 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒é𝑜𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑜𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 (−∞ − ∞) → −∞ 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒é𝑜𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑜𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 (0∞) → 0 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒é𝑧𝑒𝑟𝑜 (0−∞) → ∞ 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒é𝑜𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑜𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 Em função das indeterminações, alguns cálculos analíticos de limites necessitam de artifícios algébricos para que suas soluções sejam encontradas. Continuaremos a mostrar alguns artifícios úteis para a solução analítica desses tipos de limite por meio de exemplos. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 112 Exemplo 4 Encontreolimite: lim 𝑥→0 tan(𝑥) 𝑥 . Solução: A técnica da substituição direta leva a uma indeterminação na forma 0 0 . Para resolver este problema, teremos que escrever tan(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝑥) cos(𝑥) para obtermos a explicitação de um limite trigonométrico especial: lim 𝑥→0 tan(𝑥) 𝑥 = lim 𝑥→0 ( sen(𝑥) 𝑥 )( 1 cos(𝑥) ) Como lim 𝑥→0 ( sen(𝑥) 𝑥 ) = 1 𝑒 lim 𝑥→0 ( 1 cos(𝑥) ) = 1 Então, utilizando propriedades de limites: lim 𝑥→0 tan(𝑥) 𝑥 = lim 𝑥→0 ( sen(𝑥) 𝑥 ) lim 𝑥→0 ( 1 cos(𝑥) ) = (1)(1) = 1 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 113 Exemplo 5 Encontreolimite: lim 𝑥→0 𝑠𝑒𝑛(4𝑥) 𝑥 . Solução A substituição direta leva à indeterminação 0 0 . Reescrevendo o limite como limite especial: lim 𝑥→0 𝑠𝑒𝑛(4𝑥) 𝑥 = 4 (lim 𝑥→0 𝑠𝑒𝑛(4𝑥) 4𝑥 ) Considerando 𝑦 = 4𝑥 e observando que: quando 𝑥 → 0 , o valor 𝑦 → 0, então: lim 𝑥→0 𝑠𝑒𝑛(4𝑥) 𝑥 = 4 (lim 𝑥→0 𝑠𝑒𝑛(4𝑥) 4𝑥 ) = 4 (lim 𝑦→0 𝑠𝑒𝑛(𝑦) 𝑦 ) lim 𝑥→0 𝑠𝑒𝑛(4𝑥) 𝑥 ≡ 4 (lim 𝑦→0 𝑠𝑒𝑛(𝑦) 𝑦 ) = 4(1) = 4 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 114 Exemplo 6 Determinar lim 𝑥→−2 𝑥3−3𝑥+2 𝑥2−4 A substituição direta leva à indeterminação 0 0 . Fatora-se o numerador e o denominador fazendo-se, a seguir, as simplificações possíveis. Teremos: lim 𝑥→−2 𝑥3 − 3𝑥 + 2 𝑥2 − 4 = Escrever limite original Fatorar numerador e denominador. = lim 𝑥→−2 (𝑥 + 2)(𝑥2 − 2𝑥 +1) (𝑥 + 2)(𝑥 − 2) Cancelar o fator comum = lim 𝑥→−2 (𝑥2 − 2𝑥 + 1) (𝑥 − 2) Fazer substituição direta = − 9 4 Solução completa Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 115 Exemplo 7 Determinar lim 𝑥→0 √𝑥 + 2 − √2 𝑥 . A substituição direta leva à indeterminação 0 0 . É utilizado o artifício da racionalização do numerador da função. Então, lim 𝑥→0 √𝑥 + 2 − √2 𝑥 = Escrever limite original Racionalizar o numerador. = lim 𝑥→0 [ (√𝑥 + 2 − √2) (𝑥) (√𝑥 + 2 + √2) (√𝑥 + 2 + √2) ] Substituir o produto especial = lim 𝑥→−0 (√𝑥 + 2) 2 − (√2) 2 𝑥(√𝑥 + 2 + √2) Simplificar = lim 𝑥→0 1 (√𝑥 + 2 + √2) Substituição direta = 1 2√2 Solução final Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 116 Exemplo 8 Determinar lim 𝑥→1 √𝑥 3 − 1 √𝑥 − 1 . A substituição direta leva à indeterminação 0 0 . A solução, nesse caso, é obtida por troca de variáveis: 𝑥 = 𝑡6, 𝑡 ≥ 0 Quando 𝑥 → 1, temos que 𝑡6 → 1 e ainda 𝑡 → 1 , portanto: lim 𝑥→1 √𝑥 3 − 1 √𝑥 − 1 = lim 𝑡→1 √𝑡6 3 − 1 √𝑡6 − 1 Escrever limite original Trocar variáveis. = lim 𝑡→1 𝑡2 − 1 𝑡3 − 1 Fatorar numerador e denominador = lim 𝑡→1 (𝑡 − 1)(𝑡 + 1) (𝑡 − 1)(𝑡2 + 𝑡 + 1) Cancelar termo comum = lim 𝑡→1 (𝑡 + 1) (𝑡2 + 𝑡 + 1) Substituição direta = 2 3 Solução final Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 117 Exemplo 9 Determinar lim ℎ→0 (𝑥 + ℎ)2 − 𝑥2 ℎ . A substituição direta leva à indeterminação 0 0 . Desenvolve-se o numerador para posteriores simplificações: lim ℎ→0 (𝑥 + ℎ)2 − 𝑥2 ℎ = Escrever limite original Desenvolver numerador. = lim ℎ→0 𝑥2 + 2𝑥ℎ +ℎ2 − 𝑥2 ℎ = Simplificar = lim ℎ→0 2𝑥ℎ +ℎ2 ℎ = Simplificar = lim ℎ→0 2𝑥 + ℎ = Substituição direta = 2𝑥 Solução final Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 118 2.3 - Limites Infinitos Limites no Infinito Definição 1 Seja f(x) uma função definida em um intervalo aberto (𝑎, +∞). Escrevemos, lim 𝑥→+∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿 quando o número L satisfaz à seguinte condição: Para qualquer 𝜀 > 0, existe M > 0 tal que: |𝑓(𝑥) − 𝐿| < 𝜖 sempre que x > M. Definição 2 Seja f(x) uma função definida em um intervalo aberto (−∞, 𝑏). Escrevemos, lim 𝑥→−∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿 quando o número L satisfaz à seguinte condição: Para qualquer 𝜀 > 0, existe N < 0 tal que |𝑓(𝑥) − 𝐿| < 𝜖 sempre que x < N. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 119 Teorema de Limites no Infinito: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 120 Exemplo 1 - Análise comparativa entre três funções polinomiais racionais: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 121 Conclusões úteis para o cálculo analítico de limites de funções racionais, com polinômios, no infinito: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 122 Exemplo 2 Determinar lim 𝑥→+∞ 2𝑥−5 𝑥+8 : A substituição direta leva à indeterminação ∞ ∞ . lim 𝑥→+∞ 2𝑥 − 5 𝑥 + 8 = Escrever limite original Dividir numerador e denominador por x. = lim 𝑥→+∞ 2 − 5 𝑥 1 + 8 𝑥 = 2 Substituição direta Solução final Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 123 Exemplo 3 Determinar: lim 𝑥→−∞ 2𝑥3−3𝑥+5 4𝑥5−2 . A substituição direta leva à indeterminação ( ∞−∞ −∞ ). lim 𝑥→−∞ 2𝑥3 − 3𝑥 + 5 4𝑥5 − 2 = Escrever limite original Dividir numerador e denominador pela maior potência de x. = lim 𝑥→−∞ 2 𝑥2 − 3 𝑥4 + 5 𝑥5 4 − 2 𝑥5 Substituição direta = 0 4 = 0 Solução final Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 124 Exemplo 4 Determinar lim 𝑥→+∞ 2𝑥 + 5 √2𝑥2 − 5 lim 𝑥→+∞ 2𝑥 + 5 √2𝑥2 − 5 = Escrever limite original Dividir numerador e denominador por x. = lim 𝑥→+∞ 2 + 5 𝑥 √2𝑥2 − 5 √𝑥2 ⁄ Simplificar = lim 𝑥→+∞ 2 + 5 𝑥 lim 𝑥→+∞ √2𝑥 2 − 5 𝑥2 = 2 √2 = √2 Simplificar Substituição direta Solução final Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 125 Exemplo 5 Determinar lim 𝑥→−∞ 2𝑥+5 √2𝑥2−5 : O raciocínio é idêntico ao exemplo anterior. Deve-se observar apenas a divisão por x no denominador que deve ser −√𝑥2 uma vez que x é um número negativo. lim 𝑥→−∞ 2𝑥 + 5 √2𝑥2 − 5 = Escrever limite original Dividir numerador e denominador por x. = lim 𝑥→−∞ 2 + 5 𝑥 √2𝑥2 − 5 (−√𝑥2) ⁄ Simplificar = lim 𝑥→−∞ 2 + 5 𝑥 lim 𝑥→−∞ −√ 2𝑥2 − 5 𝑥2 =− 2 √2 = −√2 Simplificar Substituição direta Solução final Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 126 Exemplo 6 Limites envolvendo funções trigonométricas no infinito: Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 127 Vejamos outro caso da não existência de um limite. Considere que a função aumenta ou diminui indefinidamente quando x tende a c. Limites Infinitos Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 128 Entenda que a igualdade lim 𝑥→𝑐 𝑓(𝑥) = ∞ não estabelece a existência do limite! Pelo contrário, a expressão fortalece a ideia da não existência do limite (𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙𝑎𝑜∞) uma vez que explicita o crescimento indefinido de 𝑓(𝑥) quando 𝑥 → 𝑐. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 129 Exemplo 7 Determine: lim 𝑥→2 3 𝑥−2 Solução Como mostra a Figura 1.59, a função f(x) diminui indefinidamente, quando x tende a 2 pela esquerda, e aumenta indefinidamente quando x tende a 2 pela direita. Analiticamente, podemos escrever que: lim 𝑥→2− 3 𝑥 − 2 = −∞ e lim 𝑥→2+ 3 𝑥 − 2 = +∞ Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 130 Exemplo 8 Determine o limite de cada função mostrada na Figura 1.41 quando 𝑥 → 1 pela esquerda e pela direita. a) Quando 𝑥 → 1 pela esquerda ou pela direita, (𝑥 − 1)2 é um número positivo muito pequeno. Então, a razão 1 (𝑥 − 1)2⁄ é um número positivo muito grande e f(x) se aproxima do infinito por ambos os lados. Concluímos que lim 𝑥→1− 1 (𝑥−1)2 = ∞ e lim 𝑥→1+ 1 (𝑥−1)2 = ∞, como sugerido na Figura 1.41(a). Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 131 b) Quando 𝑥 → 1 pela esquerda, (𝑥 − 1) é um número negativomuito pequeno. Então, a razão −1 (𝑥 − 1)⁄ é um número positivo muito grande e f(x) se aproxima do infinito positivo pela esquerda. Concluímos que lim 𝑥→1− −1 (𝑥−1) = ∞, como sugerido na Figura 1.41(b). Quando 𝑥 → 1 pela direita, (𝑥 − 1) é um número positivo muito pequeno. Então, a razão −1 (𝑥 − 1)⁄ é um número negativo muito pequeno e f(x) se aproxima do infinito negativo pela direita de 𝑥 = 1. Concluímos que lim 𝑥→1+ −1 (𝑥−1) = −∞, como sugerido na Figura 1.41(b). Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 132 Limites Infinitos no Infinito Muitas funções não tendem a um limite finito quando x aumenta (ou diminui) indefinidamente. Por exemplo, nenhuma função polinomial apresenta um limite finito no infinito. As definições abaixo são utilizadas para descreverem a tendência infinita de funções no infinito: Definições similares podem ser dadas para as expressões: lim 𝑥→−∞ 𝑓(𝑥) = ∞ 𝑒 lim 𝑥→−∞ 𝑓(𝑥) = −∞ Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 133 Exemplo 9 O gráfico de f(x) mostrado na Figura 3.42 ilustra este resultado. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 134 Exemplo 10 As expressões acima podem ser interpretadas dizendo que: Quando 𝑥 → ±∞, a função f(x) dada se comporta como a função 𝑔(𝑥) = 2𝑥 − 6. Esta tendência está ilustrada, graficamente, na Figura 3.43. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 135 Limites envolvendo a base dos Logaritmos Naturais Seja o teorema dado abaixo: Para demonstrar esse Teorema, partiremos da seguinte expressão de limite: lim 𝑥→0 𝑎𝑥 − 1 𝑥 = ln 𝑎 Este tipo de limite se aplica às expressões que se apresentam como: "uma exponencial menos um sobre o expoente quando o expoente tende para zero". Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 136 Passo 1 - Fazendo uma mudança de variável: Considerando 𝑎 > 0 e 𝑦 = 𝑎𝑥 − 1, iremos expressar 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥−1 𝑥 como função de y, ou seja, 𝑔(𝑦). Quando 𝑥 → 0 , implica que 𝑦 → 0. Logo, para determinarmos x: 𝑎𝑥 = 𝑦 + 1 Aplicamos a função logaritmo natural aos dois lados da expressão acima, obtemos: ln 𝑎𝑥 = ln(𝑦 + 1) 𝑥 ln 𝑎 = ln(𝑦 + 1) 𝑥 = ln(𝑦 + 1) ln 𝑎 Portanto, a expressão: 𝑎𝑥 − 1 𝑥 ≡ 𝑦 ln(𝑦 + 1) ln 𝑎 = 𝑦 ln 𝑎 ln(𝑦 + 1) Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 137 Dividindo por y a expressão anterior, teremos: 𝑎𝑥 − 1 𝑥 ≡ ln 𝑎 ln(𝑦 + 1) 𝑦 = ln 𝑎 1 𝑦ln (𝑦 + 1) = ln 𝑎 ln(𝑦 + 1) 1 𝑦 Analisando, numericamente, a tendência da expressão (𝑦 + 1) 1 𝑦 quando 𝑦 → 0, teremos a tabela abaixo: y -0,2 -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 0,0001 0,001 0,01 0,1 0,2 (𝑦 + 1) 1 𝑦⁄ 3,051758 2,867972 2,731999 2,719642 2,718418 2,718146 2,716924 2,704814 2,593742 2,488320 então, a partir desta tabela, podemos concluir: lim 𝑦→0 (𝑦 + 1) 1 𝑦 = 𝑒 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 138 Portanto, lim 𝑥→0 𝑎𝑥 − 1 𝑥 ≡ lim 𝑦→0 ( ln 𝑎 ln(𝑦 + 1) 1 𝑦 ) = lim 𝑦→0 ( ln 𝑎 ln 𝑒 ) = ln 𝑎 Generalizando o resultado obtido acima, podemos escrever: lim 𝑥→0 𝑎𝑘𝑥 − 1 𝑥 ≡ lim 𝑦→0 ln 𝑎𝑘 ln 𝑒 = 𝑘 ln 𝑎 Quando o valor de a for a base dos logaritmos naturais teremos: lim 𝑥→0 𝑎𝑥 − 1 𝑥 = lim 𝑥→0 𝑒𝑥 − 1 𝑥 ≡ lim 𝑦→0 ln 𝑒 ln 𝑒 = 1; ou, generalizando: lim 𝑥→0 𝑎𝑘𝑥 − 1 𝑥 = lim 𝑥→0 𝑒𝑘𝑥 − 1 𝑥 ≡ lim 𝑦→0 ln 𝑒𝑘 ln 𝑒 = 𝑘 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 139 Passo 2 – Finalmente, fazendo mais uma mudança de variáveis: A partir do resultado numérico e fazendo mais uma mudança de variáveis para a expressão abaixo: Quando 𝑦 → 0, temos que (𝑦 + 1) 1 𝑦 = 𝑒 Se, 𝑦 = 1 ℎ ⟹ ℎ = 1 𝑦 𝐸𝑛𝑡ã𝑜, (𝑦 + 1) 1 𝑦 ≡ ( 1 ℎ + 1) ℎ ⟹ lim ℎ→∞ ( 1 + ℎ ℎ ) ℎ = 𝑒 Quando 𝑦 → 0 temos que ℎ → ∞ , Logo: lim ℎ→∞ (1 + 1 ℎ ) ℎ = lim ℎ→∞ ( ℎ + 1 ℎ ) ℎ = 𝑒 que são as expressões mostradas no Teorema 5.15. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 140 Exemplo 11 Determineolimitedafunçãoabaixonacondição: lim 𝑥→1 𝑓(𝑥) 𝑓(𝑥) = (𝑥 − 1)(5 𝑥−1 2 − 1) 𝑠𝑒𝑛3(𝑥 − 1)𝑠𝑒𝑛2(𝑥 − 1) - Fazendo substituição direta: lim 𝑥→1 𝑓(𝑥) = lim 𝑥→1 (𝑥 − 1) (5 𝑥−1 2 − 1) 𝑠𝑒𝑛3(𝑥 − 1)𝑠𝑒𝑛2(𝑥 − 1) = lim 𝑥→1 (1 − 1)(50 − 1) [𝑠𝑒𝑛3(0)𝑠𝑒𝑛2(0)] = 0 0 - Utilizando substituição de funções e mudança de variável. lim 𝑥→1 𝑓(𝑥) = lim 𝑥→1 (𝑥 − 1) (5 𝑥−1 2 − 1) 𝑠𝑒𝑛3(𝑥 − 1)𝑠𝑒𝑛2(𝑥 − 1) Chamando (𝑥 − 1) = 𝑦 , então, se 𝑥 → 1 ⟹ 𝑦 → 0. lim 𝑥→1 𝑓(𝑥) ≡ lim 𝑦→0 𝑔(𝑦) Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 141 Lembrando os limites especiais: lim 𝑥→0 𝑎𝑘𝑥 − 1 𝑥 = kln 𝑎e lim 𝜃→0 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝜃 = 1 lim 𝑥→1 𝑓(𝑥) ≡ lim 𝑦→0 𝑔(𝑦) = lim 𝑦→0 (𝑦) (5 𝑦 2 − 1) 𝑠𝑒𝑛3(𝑦)𝑠𝑒𝑛2(𝑦) ( ÷ 𝑦2 ÷ 𝑦2 econstantesdoslimitesespeciais) Adaptando cada limite, numerador e denominador, aos seus argumentos: lim 𝑦→0 𝑔(𝑦) = lim 𝑦→0 [ 5 𝑦 2 − 1 𝑦 6𝑠𝑒𝑛3(𝑦) 3(𝑦) 𝑠𝑒𝑛2(𝑦) 2(𝑦) ] ≡ lim 𝑦→0 𝑔(𝑦) 6 lim 𝑤→0 𝑔(𝑤) lim 𝑡→0 𝑔(𝑡) = lim 𝑦→0 [ 5 𝑦 2 − 1 𝑦 ] 6 lim 𝑤→0 [ 𝑠𝑒𝑛𝑤 𝑤 ] lim𝑡→0 [ 𝑠𝑒𝑛𝑡 𝑡 ] lim 𝑥→1 𝑓(𝑥) = 1 2ln (5) 6(1)(1) lim 𝑥→1 𝑓(𝑥) = 1 12 ln(5) Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 142 Assíntotas Verticais Se 𝑓(𝑥) aproxima de mais infinito (ou menos infinito) quando x se aproxima de c pela direita ou pela esquerda, então a reta 𝑥 = 𝑐 é uma assíntota vertical do gráfico de 𝑓(𝑥). Esta é uma aplicação de limites infinitos em funções racionais. Ao considerar a função 𝑓(𝑥) = 3 𝑥−2 e analisando os limites laterais na coordenada x, onde o denominador se anula, podemos verificar, graficamente, a definição de assíntota vertical. A Figura ao lado ilustra esta situação para os limites laterais quando 𝑥 → 2. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 143 Horizontais Se 𝑓(𝑥) é uma função, os limites no infinito são definidos pelas equações: lim 𝑥→∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿1 𝑒 lim 𝑥→−∞ 𝑓(𝑥) = 𝐿2 onde 𝐿1 e 𝐿2 são números reais. As retas 𝑦 = 𝐿1 e 𝑦 = 𝐿2 são assíntotas horizontais do gráfico de 𝑓(𝑥). Esta é uma aplicação de limites no infinito em funções racionais. Podemos observar, na figura ao lado, que o gráfico pode cruzar com a reta que define a assíntota. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 144 Exemplo 12 - Encontre as assíntotas verticais das funções mostrados na Figura 1.43. a) Seja a função racional: 𝑓(𝑥) = 1 2(𝑥+1) Quando 𝑥 = −1, o denominador de 𝑓(𝑥) = 1 2(𝑥+1) é zero e o numerador é diferente de zero. Logo, a função não é definida nesta coordenada. Os limites laterais de f(x) são: lim𝑥→−1+ 1 2(𝑥 + 1) = +∞ 𝑒 lim 𝑥→−1− 1 2(𝑥 + 1) = −∞ Assim, concluímos que 𝑥 = −1 é uma assíntota vertical de f(x) (Figura 1.43(a)). Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 145 b) Seja a função racional: 𝑓(𝑥) = 𝑥2+1 𝑥2−1 Fatorando o denominador teremos: 𝑓(𝑥) = 𝑥2+1 (𝑥−1)(𝑥+1) e concluímos que será nulo quando 𝑥 = −1 e quando 𝑥 = 1. Logo, a função não é definida nestes pontos. Os limites laterais de f(x) nestas duas coordenadas são: lim 𝑥→−1+ 𝑥2 + 1 (𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = −∞ 𝑒 lim 𝑥→−1− 𝑥2 + 1 (𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = +∞ lim 𝑥→1+ 𝑥2 + 1 (𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = +∞ 𝑒 lim 𝑥→1− 𝑥2 + 1 (𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = −∞ Assim, concluímos que 𝑥 = −1 e 𝑥 = 1 são assíntotas verticais de f(x) (Figura 1.43(b)). Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 146 c) Seja a função racional: 𝑓(𝑥) = cot(𝑥) = cos(𝑥) 𝑠𝑒𝑛(𝑥) Quando 𝑥 assume valores de tal modo que o 𝑠𝑒𝑛(𝑥) seja nulo e o cos(𝑥) diferente de zero, então teremos assíntotas verticais. Neste caso, por se tratar de funções periódicas, representaremos os vários valores de x, que tornam 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0, pela série 𝑥 = 𝑛𝜋, onde n é um número inteiro (Figura 1.43(c)). Os limites laterais genéricos de f(x) são: lim 𝑥→𝑛𝜋+ cos(𝑥) 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = +∞ 𝑒 lim 𝑥→𝑛𝜋− cos(𝑥) 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = −∞ Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 147 Exemplo 13 - Funções racionais com fatores comuns. Determine todas as assíntotas verticais do gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑥2+2𝑥−8 𝑥2−4 . Solução O denominador de f(x) será nulo quando 𝑥 = ±2. Fazendo a substituição direta da restrição 𝑥 = +2 no numerador e denominador de f(x) encontramos a indeterminação 0 0 . O monômio (𝑥 − 2) é um fator comum. Substituindo o valor 𝑥 = −2, somente o denominador será igual a zero. Então, podemos simplificar a expressão, como mostrado abaixo, obtendo: 𝑓(𝑥) = 𝑥2 + 2𝑥 − 8 𝑥2 − 4 = (𝑥 + 4)(𝑥 − 2) (𝑥 + 2)(𝑥 − 2) 𝑓(𝑥) ≡ 𝑔(𝑥) = (𝑥 + 4) (𝑥 + 2) , 𝑠𝑒𝑥 ≠ 2 Para todos os valores de x, exceto em 𝑥 = 2, o gráfico de f(x) coincide com o gráfico de g(x). Logo, analisando g(x) concluímos que existe uma assíntota em 𝑥 = −2. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 148 Os limites laterais genéricos de g(x) são: lim 𝑥→−2+ (𝑥 + 4) (𝑥 + 2) = +∞ 𝑒 lim 𝑥→−2− (𝑥 + 4) (𝑥 + 2) = −∞ A Figura 1.44 ilustra este resultado. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 149 Exemplo 14 Encontre o limite de lim 𝑥→∞ 5 − 2 𝑥2 . Solução Podemos verificar o limite, por meio do gráfico de f(x). O gráfico está ilustrado na Figura ao lado. Observe que o gráfico tem 𝑦 = 5 como assíntota horizontal para a direita. Determinando o limite de f(x) quando 𝑥 → −∞ , podemos constatar que esta reta também é assíntota horizontal para a esquerda. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 150 2.4 – Continuidade Informalmente, ao dizermos que uma função f é contínua em 𝑥 = 𝑐 significa que não há interrupções no gráfico de f em c. O gráfico não apresentará buracos, saltos ou lacunas em c. A Figura 1.25 mostra três valores de x nos quais o gráfico de f não é contínuo. Para todos os outros pontos no intervalo (𝑎, 𝑏), o gráfico de f não está interrompido e é contínuo. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 151 A partir da Figura 1.25 notamos que a continuidade do gráfico pode ser interrompida pelas seguintes condições formais: Seja c um número no intervalo (a , b), e seja f(x) uma função cujo domínio contém o intervalo (a , b). A função f(x) é contínua no ponto c se as seguintes condições são satisfeitas: 1. f(c) existe 2. lim 𝑥→𝑐 𝑓(𝑥) 𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒 3. lim 𝑥→𝑐 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑐). Se f(x) é contínua em todos os pontos do intervalo (a , b), é contínua no intervalo aberto (a , b). Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 152 O gráfico na Figura 1.60 mostra três valores de x para os quais a função f(x) não é contínua. 1. O ponto x = c1, por que f(c1) não é definida. 2. O ponto x = c2, por que lim 𝑥→𝑐2 𝑓(𝑥) não existe. 3. O ponto x = c3, por que 𝑓(𝑐3) ≠ lim 𝑥→𝑐3 𝑓(𝑥). Em todos os outros pontos de intervalo (a , b), o gráfico de f(x) não sofre nenhuma interrupção, o que significa ser contínua em todo o intervalo (a , b), com exceção dos pontos c1, c2 e c3. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 153 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 154 Exemplo 1 Discuta a continuidade das funções dadas. (a) 𝑓(𝑥) = 𝑥2 − 2𝑥 + 3 (b) 𝑓(𝑥) = 𝑥3 − 𝑥 Solução As duas funções são funções polinomiais. As duas funções não apresentam restrições quanto aos valores de x do domínio. Logo, elas são contínuas para qualquer valor de x, como mostra a Figura 1.62. O gráfico de uma função polinomial é contínuo para qualquer valor de x e, portanto, não apresenta lacunas, saltos ou hiatos. As funções racionais, por outro lado, como mostra o Exemplo 2, não precisam ser contínuas para todos os valores de x. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 155 Exemplo 2 Discuta a continuidade das funções dadas. (a) 𝑓(𝑥) = 1 𝑥 (b) 𝑓(𝑥) = 𝑥2−1 𝑥−1 (c) 𝑓(𝑥) = 1 𝑥2+1 Solução Todas essas funções racionais são contínuas para todos os valores de x pertencentes ao domínio. (a) O domínio de 𝑓(𝑥) = 1 𝑥 é formado por todos os números reais, exceto x = 0. Assim, essa função é contínua nos intervalos (−∞, 0)𝑒(0, ∞). [Figura 1.63(a)] Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 156 (b) O domínio de 𝑓(𝑥) = 𝑥2−1 𝑥−1 é formado por todos os números reais, exceto x = 1. Assim, essa função é contínua nos intervalos (−∞, 1)𝑒(1,∞). [Figura 1.63(b)] (c) O domínio de 𝑓(𝑥) = 1 𝑥2+1 é o conjunto dos números reais. Assim, essa função é contínua no intervalo (−∞,∞). [Figura 1.63(c)] Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 157 Considere um intervalo aberto I que contém um ponto c. Se uma função f(x) existe no intervalo I, exceto possivelmente em c, e é descontínua em c, dizemos que f(x) possui uma descontinuidade em c. As descontinuidades podem ser de dois tipos: removíveis e não removíveis. Dizemos que uma descontinuidade no ponto c é removível se é possível tornar contínua a função f(x) mudando a definição de f(c). Por exemplo, a função do Exemplo 2(b) possui uma descontinuidade removível no ponto (1 , 2), já que, para remover a descontinuidade, basta definir a função de tal forma que f(1) = 2. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 158 Uma descontinuidade em x = c é não removível se não é possível tornar a função contínua em x = c mudando a definição de f(x) em x = c. Por exemplo, a função do Exemplo 2(a) possui uma descontinuidade não removível no ponto x=0. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 159 2.5 – Exercícios Resolver exercícios da lista e exercícios diversos das referências bibliográficas. Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 160 REFERÊNCIAS Conteúdo deste capítulo foi compilado de: LARSON, R. & EDWARDS, B.; Calculusof a Single Variable, 10 ed., Boston, MA - USA, Brooks/Cole Cengage Learning, 2014. LARSON, R., Brief Calculus An Applied Approach, 8 ed., Houghton Mifflin Company, Boston – New York, 2009. LARSON, R. & EDWARDS, B. ; com a assistência de FALVO, D. C., Cálculo com Aplicações, 6 ed., Rio de Janeiro – RJ, LTC, 2008. LEITHOLD, L; O Cálculo com Geometria Analítica, vol. 1, São Paulo – SP, Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda, 1977.
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