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�PAGE � �PAGE �10� Profa. Mariceli BACILOS GRAM-NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES Não utilizam glicose e outros carboidratos pela via fermentativa São aeróbios: O meio mais adequado para detecção é o O/F (Hugh & Leifson) Muitas espécies produzem grande variedade de pigmentos insolúveis (carotenos) e solúveis (pioverdina ou fluoresceína), piocianina, etc São microrganismos de vida livre. Com exceção de Pseudomonas aeruginosa, as espécies têm baixo grau de virulência. São frequentemente associados a infecções nosocomiais (pacientes com condições clínicas específicas: submetidos a procedimentos invasivos como instrumentação cirúrgica, cateterização, traqueostomia, diálise, punção lombar, etc; em uso prolongado de antibióticos, corticóides e quimioterapia; com doença crônica ou metabólica como diabetes e fibrose cística; com feridas abertas, queimaduras, etc) Em hospitais os reservatórios são locais com umidade: umidificadores, nebulizadores, sabão, toalhas úmidas, banheiro, chuveiro, desinfetantes, soluções de irrigação, de diálise, água destilada, etc) Muitas espécies apresentam multiresistência intrínseca e adquirida a vários antimicrobianos Muitas espécies crescem a 4 ºC. Principais bacilos Gram-negativos não fermentadores * Pertenciam ao gênero Pseudomonas (+) Freqüência de isolamento Burkholderia Cepacia Pseudomonas aeruginosa Acinetobacter baumannii BGN não fermentadores comuns em meio ambiente: água, solo Virulência (+) (+++) (+) Infecção fora ambiente hospital (-) (+++) (+) Sobrevivência em fluídos/ água de hospitais (+++) (++) (++) Antimicrobianos R R a muitas drogas (aminoglicosídeos) Outras R R a muitas drogas, excluindo as abaixo: R Adquirida rapidamente 50-80% R a tobramicina, gentamicina cefalosporinas outras S Trimetropim/ sulfametoxazol meropenem S Aminoglicosídeos: gentamicona, tobramicina, amicacina piperacillina, ticarcillin meropenem imipenem cefalosporinas: ceftazidime, cefepime ciprofloxacina S ampicilina, imipenem minociclina colistina carbenicilina quinolonas Colonização de humanos (-) (+) (++) 25% portadores Quadros clínicos Bacteremias Inf urinaria, respirtória etc Fibrose cística Várias Fibrose cística Pneumonia em ind com ventilação em UTI Feridas contaminadas com solo (guerra) a) Pseudomonas aeruginosa Raramente encontrada colonizando pele e mucosas do homem sadio Embora seja uma espécie de vida livre (superfície de vegetais e frutas, água e solo), apresenta vários fatores de virulência: Pili: aderência Alginato: polissacáride mucóide capsular. Ação antigacitária Endotoxina: síndrome da sepsis: febre, choque, oligúria, coagulação intravascular disseminda, hipotensão, etc Exotoxinas A e S: interrompem síntese protéica: destruição tecidual Fosfolipase C: destrói lipídeos e lecitina das células: invasão e necrose, inativa opsoninas Elastase: neutraliza atividade de neutrófilos. Cliva Ig e complemento. Destrói vasos sanguíneos: necrose Protease: destruição tecidual: necrose Leucocidina: inativa leucócitos Piocianina: Inibe outras bactérias. Causa danos oxidativo ao tecido. Manisfestação clínica: Grande espectro de doenças devido combinação de fatores: requerimento nutricional mínimo, adaptação a vários ambientes, capacidade de invasão e destruição tecidual e multiresitência antimicrobiana Em ind. imunocompetentes: As infecções são freqüentemente ligados a água e soluções contaminadas: Foliculite e otite externa em ind. q praticam esporte aquático. Úlcera córnea por traumatismo, freqüentemente associado ao uso de lente de contacto. Endocardite em usuários de drogas injetáveis. Ou ligadas ao rompimento de barreiras naturais: queimaduras e feridas abertas. Em diabéticos e idosos: otite externa maligna. Em ind. com fibrose cística: infecção grave do pulmão, alta letalidade. Infecções nosocomiais: pneumonia, inf. urinária (catéter), inf. de feridas, sepsis, artrite, peritonite, etc b) Burkholderia cepacia Reconhecido patógeno nosocomial: Infecções são associadas ao contacto direto com equipamentos, desinfetantes e antisépticas (pode crescer em iodo-povidine, sais de amônio quaternário, clorohexidina), soluções e medicamentos contaminados. Causa pneumonia, inf. urinária (catéter), artrite, peritonite, etc Em ind. com fibrose cística: infecção grave do pulmão, alta letalidade. c) Acinetobacter baumanii Infecções devido a Acinetobacter: Em ambiente hospitalar Na comunidade Associada a guerras e desastres naturais A) Em ambiente hospitalar: Fonte + provável: paciente previamente colonizado Disseminação: para outros pacientes ou ambiente* (*Resiste muito tempo em locais como: cortina, móveis e equipamentos hospitalares) Disseminação mais eficiente: mãos contaminadas. Ainda: escamas de pele, gotículas respiratórias, etc Principal manifestação clínica: pneumonias b) Na comunidade Fatores de risco: alcoolismo, diabetes, DPOC, fumo Principal manifestação clínica: pneumonia Prognóstico: ruim (40 a 65% de mortalidade) Mais observada: em regiões tropicais Cepas geralmente não são multiresistentes c) Associada a guerras e desastres naturais Grande número de indivíduos infectados em guerras e terremotos (Terremoto na Turquia, atentado a bomba em Bali, Iraque, etc) (“Iraqbacter”) Manifestações clínicas: infecções de ferimentos e queimaduras com ou sem osteomielite Cepas geralmente são multiresistentes Diagnóstico laboratorial Através do isolamento e identificação do microrganismo Crescem bem em meios usuais; ágar sangue, MacConkey, Tioglicolato, BHI, etc Existem meios seletivos: PC, TB-T (com tripan blue e tetraciclina) e OFPBL (com polimixina b e bacitracina) para Burkholderia cepacia; Meio de Ashdown para Burkholderia pseudomallei, agar Cetrimide para Pseudomonas spp Meio Tech e Flo para detecção da produção de pigmentos. Meio Flo favorece a produção de pioverdina, que torna o meio fluorescente na presença de LUV. Grupo fluorescente: constituído por espécies produtoras de pioverdina; P. aeruginosa, P. fluorescens e P. putida. P. aeruginosa produz ainda outro pigmento difusível no meio, a piocianina. Tratamento Estes microrganismos tendem a ser resistentes a várias classe de antimicrobianos. Drogas preconizadas para P. aeruginosa são consideradas para as outras espécies: geralmente emprega-se combinação entre certas penilinas (ticarcilina-ác. clavulônico, piperacilina-tazobactan e aminoglicosídios (gentamicina, tobramicina e amicacina). B. cepacia é uma das espécies mais resitentes. Geralmente é sensível apenas a piperacilina, azlocilina, cloranfenicol e sulfametoxazol-trimetropim. Isolados de pacientes com fibrose cística submetidos a repetidas antibioticoterapias são resistentes a todas as drogas. Fibrose cística e infecção grave do pulmão por Pseudomonas aeruginosa Doença genética: proteína CFTR (reguladora de transporte transmembrana) não-funcional: altera a consistência da secreção de mucosas. Síndrome que leva a inf. crônica do pulmão e anormalidades gastrointestinais: mal absorção e deficiência nutrional. Secreção com consistência alterada: não há fluxo do muco em direção ao esôfago: persistência e infecção crônica por Pseudomonas aeruginosa: leva a resposta inflamatória com dano ao tecido pulmonar. Causas da persistência: produção de alginato, interação com proteína CFTR e adesão por pili. Pseudomonas aeruginosa (++++) Pseudomonas fluorescens Pseudomonas putida Oxidase positivo 1- Móveis por flagelos polares Burkholderia cepacia*(+) Burkholderia pseudomallei* Oxidase variável Stenotrophomonas maltophilia* (+) Moraxella spp Flavobacterium spp Oxidase negativo Oxidase positivo 3- Imóveis Oxidase positivo 2- Móveis por flagelos peritríquios Oxidase negativo Alcaligenes faecalis Acinetobacter baumanii (++)
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