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TRABALHO PENAL 2BI (karollyne Santos)

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8
 
ALINE EMMANUELLE – 1054595 – 4095
CAROLINE SANTOS OLIVEIRA NUNES- 1299122590
BRUNO SANTIAGO NICOLAU – 106248 - 4095
EVERTON DIAS PINHEIRO –1066607 – 4095
FABIANA RODRIGUES RIBEIRO – 107753 - 4095
FELIPE PORTELA COSTA GISSONI – 1066244 – 4095
JOICE KAREN LEAL REIS – 1078139 - 4095
VANESSA DIAS MARIANO – 1063888 - 4095
DIREITO PENAL – SOLUÇÃO PROBLEMA
Relatório apresentado como atividade extra avaliativa ministrada na disciplina Direito Penal no 2º período do Curso de Direito da Faculdade Pitágoras de Minas Gerais.
Docente: Jorge Marcio Junior
BELO HORIZONTE
2016
UNIDADE 2 - DESCRIÇÃO DA 1ª SITUAÇÃO PROBLEMA:
Supondo que um menor de idade, com 17 anos e 11 meses pratica o crime de sequestro de sua ex-namorada, pois está inconformado com o término do namoro, e a mantém em cárcere até completar a maioridade penal. Nesta situação hipotética, o agente responderá ou não pelo crime de sequestro? 
RESOLUÇÃO:
Far-se-á necessário, iniciar nossa análise, considerando a princípio, o fator imputabilidade e inimputabilidade, pois assim avaliaremos sobre qual matéria deverá se discorrer precipuamente tendo como basilar o contexto apresentado. Diante do histórico ilícito supracitado, deve-se considerar que o nosso ordenamento jurídico considera tal pratica mencionada anteriormente como crime permanente.
No mesmo sentido Fernando Capez, a descreve como: “O momento consumativo se protrai no tempo, e o bem jurídico é continuamente agredido. A sua característica reside em que a cessação da situação ilícita depende apenas da vontade do agente, por exemplo, o sequestro (Art. 148º do CP).” 
Com base ao que fora mencionado, deduzimos que se trata de imputabilidade, uma vez que o autor alcançou maioridade penal no decurso em que o ato ilícito praticado foi consumado, e que sobre ele a lei lhe imputa crime. Tal afirmativa pode ser apreciada no artigo 148º do Código Penal, da seguinte forma: 
“Privar alguém de sua liberdade mediante sequestro ou cárcere privado: Pena – reclusão de 01 (um) a 03 (três) anos. §1º - A pena é de reclusão, de 02 (dois) à 05 (cinco) anos: I – Se a vítima é ascendente, descendente, cônjuje ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos.” 
UNIDADE 2 - DESCRIÇÃO DA 2ª SITUAÇÃO PROBLEMA:
Suponha que seja praticado o crime de envenenamento de parte da tripulação em um avião brasileiro, pertencente à FAB – Força Aérea Brasileira, durante um voo para o Paquistão, enquanto transitava pelo espaço aéreo internacional, onde não há jurisdição de nenhum país. Nesta situação hipotética, será ou não aplicável a lei penal brasileira ao agente que praticou o crime?
RESOLUÇÃO:
Para melhor compreensão do caso deve-se aludir o conceito de território nacional em que Fernando Capez em sua doutrina, conceitua como:
 “O espaço delimitado por fronteiras geográficas. Sob o aspecto jurídico abrange todo espaço em que o Estado exerce sua soberania.” (pág 97)
Sob essa ótica só se pode aplicar a lei penal no território do Estado que ali fora outorgado, não levando em consideração a nacionalidade dos agentes envolvidos, ativa ou passivamente.
O art. 5º do Código Penal nos reforça os relatos acima: “Aplica-se a lei brasileira sem prejuízos de convenções, tratados e regras de Direito internacional ao crime cometido em território brasileiro.” 
O art. 11º da Lei nº 7565/86 estatui que: “O Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar territorial.”
E o art. 70º do Código Penal diz: “A competência será, de regra, delimitada pelo lugar em que se consumar a infração ou, no caso de tentativa, pelo lugar que for praticado o ultimo ato de execução.”
Sendo assim o crime cometido na aeronave brasileira em espaço livre irá vigorar as regras de territorialidade e compete a Justiça Federal Brasileira do Estado membro em que pousou o avião, deter o agente e redirecionar o mesmo para apreciação do Poder Judiciário.
UNIDADE 2 - DESCRIÇÃO DA 3ª SITUAÇÃO PROBLEMA :
Anderson Silva é lutador de MMA e, no dia 28 de dezembro de 2013, enfrentou o também lutador de UFC Chris Weidman. No decorrer da luta, Chris Weidman acertou um golpe na perna de Anderson Silva, ocasionando-lhe grave lesão corporal. Chris Weidman será punido criminalmente pela lesão corporal praticada em face de Anderson Silva?
RESOLUÇÃO:
Para adentrar na questão acima indaga, faz-se necessario a informação de que o MMA é considerado no Brasil como um esporte, são artes marciais mistas (AMM, Artes Marciais Misturadas), mais conhecidas pela sigla MMA, é um esporte de combate de contato completo que permite a utilização de técnicas de golpes e grapplings, tanto em pé quanto no chão, existindo algumas regras que delimitam os golpes dos lutadores. No Brasil, como não existe um único órgão regulador desta modalidade, a grande maioria dos eventos adota como base as regras do Pride, maior competição do mundo.
O esporte referido mais a conduta mencionada para resultar em tipicidade penal, (sendo um dos principios basicos da reserva legal, Art. 5°, XXXIX), a conduta exercida tem de estar amoldada de acordo com o que a lei descreve pra ser considerada crime, ocorrendo um fato típico, ilicito. No caso em questão, deve-se aludir o pensamento do doutrinador Zaffaroni onde consta a tipicidade conglobante, pela qual se deve analisar a existência de uma conduta antinormativa, sendo ela uma condunta não fomentada ou não exigida pela Estado, quando o agente pratica condutas fomentada pelo Estado não há que se falar em antinormatividade do fato, ocasionando sua atipicidade. Ou seja, para ser tipico, o fato praticado pelo agente deve ser contrário ao ordenamento jurídico como um todo. 
Ocorrendo o exercicio regular do direito havera a excludente de tipicidade, pois se o fato é um direito, não pode estar escrito como infração penal, sendo o ordenamento juridico um só, não possuindo normas que suas naturezas juridicas venham a entrar em contrdição. Nota-se que em razão do exercicio do direito Chris Weidman nao será punido criminalmente por lesão corporal, pois, em função disso formar-se uma excludente de tipicidade. 
"O exercicio regular do direito deixa de ser causa de exclusão da ilicitude para transformar-se em excludente de tipicidade, pois, se o fato é um direito, não pode estar descrito como infração penal." (Fernando Capez, pg. 221)
Art. 23, III, do CP:
Caput - "Não há crime quando o agente pratica o fato:
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercicio regular de direito. 
 O seu texto também nos leva as profissões que são regulamentadas e possuem sua permissão na Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 art. 5º no inciso XIII, “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer".
Portanto, não há antinormatividade do fato, sendo um esporte que o Estado reconhece e regula, permitindo sua pratica de acordo com regras e limites expressos em seus estatutos. 
UNIDADE 2 - DESCRIÇÃO DA 4ª SITUAÇÃO PROBLEMA:
 Jerônimo é inimigo mortal de Cláudio. Certo dia, ao perceber o tempo chuvoso, Jerônimo armou um plano para levar Cláudio a um bosque com o intuito de que ele fosse atingido por um raio. Jerônimo será punido criminalmente?
RESOLUÇÃO:
Dolo é a atitude conscientemente tomada no sentido de se cometer um ato criminoso ou uma infração. Má-fé. Segundo Rogério Greco (2008, p.193) “a vontade e consciência dirigidas a realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador.” E o seus elementos são consciência e vontade.
Consciência: é o conhecimento de que tal ação está tipificada no ordenamento jurídico. Conhecido também como cognitivo.
Vontade: é a intenção do agente de praticar algo ilícito.
E o elemento volitivo é a vontade do agente de praticar o injusto penal, abrangendo-se a ação ou omissão, o resultado e nexo causal. Então nessa logica o elemento volitivo é igual a vontade do individuo de cometer o fato típico.O curso causal é o desvio do resultado pretendido pelo agente, então baseando-se nisso, a situação problema precisa de uma concreta necessidade exteriorizada para ser tipificada na lei penal:
Art. 121. Matar alguém: pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Porém, o nexo causal exclui a tipicidade do fato, ocorrendo ausência de dolo ou culpa. De acordo com o artigo 13 do Código Penal “O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”.
Compreende-se que não houve fato típico, uma vez que Jerônimo não cometeu ilicitude, ocorrendo somente à ação em sua mente, postulado que ele somente armou o plano não chegando a concretiza-lo. 
UNIDADE 3 - DESCRIÇÃO DA 1ª SITUAÇÃO PROBLEMA:
Márcio é engenheiro civil de uma grande construtora sediada no Rio Grande do Sul/RS. Dentre todas as funções inerentes ao seu cargo, Márcio também exercia a chefia de alguns setores da empresa, o que lhe dava o dever de fiscalizar as máquinas e outros funcionários. Inobstante, nos últimos meses Márcio não vinha exercendo o dever de fiscalização como lhe fora determinado, alegando, para tanto, o excesso de trabalho. Certo dia, um dos funcionários da empresa teve um descuido e machucou-se em uma das máquinas, que já apresentava defeito há alguns dias. Márcio, quando chamado para dar explicações sobre o caso em virtude da função que lhe fora atribuída, poderá alegar em seu favor o princípio da confiança?
RESOLUÇÃO:
O principio da confiança baseia-se na proposição de que todos devem esperar por parte das demais pessoas condutas responsáveis e diligentes e em consonância com o ordenamento jurídico, evitando danos a terceiros. Existe também a doutrina de JUAREZ TAVARES que embasa o principio da confiança:
Segundo este princípio, todo aquele que atende adequadamente ao cuidado objetivamente exigido, pode confiar que os demais coparticipantes da mesma atividade operem cuidadosamente. A consequência da aplicação deste pensamento no Direito Penal seria a de, efetivamente, conceder aos agentes uma exclusão de obrarem além do dever concreto, que lhes é imposto nas circunstâncias e nas condições existentes no momento de realizar a atividade. Como, no entanto, seria absolutamente impossível exigir-se de cada pessoa atenção, além daquela atribuível, segundo juízo concreto de adequação, vigora este princípio como limitador do dever de cuidado, precisamente no âmbito da atividade concreta. (TAVAREZ, 1985, p. 148)
Portanto, Márcio não poderá alegar em seu favor o princípio da confiança, uma vez que ele exercia o papel de chefia na empresa, juntamente, com o dever de fiscalizar não observou as formalidades legais de cuidado e nem cobrou de seus funcionários os devidos cuidados necessários quando deixou de exercer o seu papel de fiscalizador, deixou também de detectar que a máquina que o funcionário sofreu acidente já apresentava defeitos, praticando omissão voluntária e imprudência conforme descrito no Art.186 do Código civil. Só poderia invocar o principio da confiança agindo em conformidade com os preceitos normativos, com isso poderia esperar que o outro também dirigisse sua conduta em observância a tais regras. O funcionário que sofreu acidente de trabalho poderá impetrar uma ação fundamentada nos artigos:
O Artigo 186 da Lei nº 10.406/02, diz: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
E o Artigo 927 da Lei nº 10.406/02, diz: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186º e 187°), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
E, juntamente, com a Jurisprudência de PROC. Nº TST-AIRR-2621/2005-131-03-40.5, poderá entrar com uma ação de Danos Morais contra a empresa uma vez que a situação problema relata que a máquina utilizada pelo funcionário apresentava defeito e, consequentemente, causou dano ao funcionário, configurando culpa exclusiva da reclamada uma vez que o funcionário que exercia função de chefia (representando a empresa) deixou de tomar os devidos cuidados necessários.
UNIDADE 3 - DESCRIÇÃO DA 2ª SITUAÇÃO PROBLEMA:
Jonas não será responsabilizado penalmente, visto que incorreu em erro de tipo essencial escusável ou invencível. Isso porque Jonas acreditou que havia matado um animal (e não uma pessoa), incorrendo em erro na elementar do art. 121 do CP ‘alguém’. Ademais, considerando as circunstâncias (local conhecido pela multiplicidade de animais ferozes, escuro e barulhos atrás do arbusto) é possível aferir que qualquer pessoa com a diligência necessária teria incidido em erro, de modo que este será considerado invencível.
RESOLUÇÃO:
Para resolução da situação, discorremos sobre erro do tipo. Com as palavras de Fernando Capez (2014 – pág 243) conceituamos:
	“Trata-se de um erro incidente sobre situação de fato ou relação jurídica descritas.”
	De acordo com o Código Penal, “é o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal”. (CP, art. 20, Caput).
	Ainda discorrendo, sobre erro do tipo, na doutrina, existe o tipo de erro irreversível como o erro que compreende como inevitável, desculpável ou escusável, ou seja, o agente não tinha como evitar, mesmo que usando cautela e diligência mediana. E assim entende que o crime que Jonas cometeu é desculpável.
	Sendo assim, Jonas não irá responder nos moldes do art. 121º do CP, pois houve uma excludente de ilicitude. Porém, no art. 18º, § II, Jonas vai se amoldar pela causa do resultado de imprudência, aquela que deixa de ter cuidado necessário para praticar o ato.
	Concluindo a situação problema, Jonas cometeu o homicídio, no qual não o teve como evitar, e sendo desculpável na exclusão de ilicitude, conforme nos artigos supramencionados. 
UNIDADE 3 - DESCRIÇÃO DA 3ª SITUAÇÃO PROBLEMA :
Lucas e André tiveram uma briga em uma festa. Após, possuído pelo ódio, Lucas resolveu matar André. Para tanto, adquiriu uma arma no centro da cidade e foi esperar André na porta do trabalho com o intuito de matá-lo. Chegando lá, ao disparar tiros contra André, errou a pontaria e acertou uma lata de lixo que estava bem ao lado da pretensa vítima. Lucas responderá pela tentativa? Se a resposta for afirmativa, trata-se de tentativa cruenta ou incruenta?
RESOLUÇÃO:
A questão do crime tentado é possuir um dolo próprio. Para isso evidencia-se o nosso posicionamento bem como afirmação de renomados penalistas. 
A tentativa (Conatus) é uma espécie de crime, em que o sujeito ativo, não consegue atingir a consumação por motivos que não orbitam na sua linha de atuação.
Uma infração como tentada é necessário que o caso apresente algumas peculiaridades, elementos sem os quais, não poderíamos identificá-las.
Considera-se tentado o crime quando, iniciada a sua execução, não se verifica o resultado naturalístico por circunstâncias alheias a vontade do agente ( CP, artigo 14, I).
No artigo 14, II, do Código Penal, encontramos os elementos da tentativa que são: a) início da execução; b) interrupção por circunstâncias alheias á vontade do agente e c) dolo.
Para a tentativa, é necessário que o crime saia de sua fase preparatória e comece a ser executado, pois somente quando se inicia a execução é que haverá início de fato típico. 
A tentativa consiste no início de execução de figura típica, como vontade de realiza-lo inteiramente, tal como descrita para lesar o bem jurídico protegido, sem contudo, conseguir o fim visando, por circunstâncias alheias a vontadedo agente.
De acordo com o parágrafo único do artigo 14, do Código Penal “salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa como pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços”. Para fixar a pena, o magistrado deve usar o critério a maior ou menor proximidade da consumação, de forma que quando mais agente percorrer o “iter criminis”, maior será sua punição.
A tentativa é uma adequação típica de subordinação mediata ou imediata (imediata ou mediata, caso a conduta se adequasse perfeitamente com a consumação prevista na abstração formal do tipo penal), uma norma de extensão.
Elementos do crime tentado – Primeiro elemento do crime tentado ( início execução), segundo elemento do crime tentado ( não consumação por circunstâncias alheia a vontade do agente), terceiro elemento do crime tentado ( dolo em relação ao crime total). 
Partimos do pressuposto que á vontade do agente pode ser interrompida no curso do processo causal ou mesmo não sofrer qual quer interrupção neste, de modo que o mesmo se complete, embora o resultado desejado não seja produzido.
Inadmissibilidade da Tentativa já nos transmite tudo, o que não é admissível, não aceito, não correto. Não admite tentativa do crime culposo, uma vez que depende sempre de um resultado lesivo diante da sua definição legal ( Art. 14,II). Verifica-se que alguns crimes tem natureza incompatível com o instituto da tentativa.
Pelo que acabamos de estudar acima Lucas responderá sim pela tentativa de homicídio mesmo que os disparos não acertou André, o agente neste caso já estava tomado pelo ódio e mal intencionado com tudo planejado, ele estava disposto a matar André. Nesse caso podemos considerar que a tentativa branca ou incruenta aquela que não resulta qualquer ferimento na vítima. Ocorre quando o agente, por ausência de conhecimento no manuseio da arma, por exemplo, desfere vários tiros contra a vítima, mas por erro de pontaria atinge a parede da casa. É chamada tentativa branca de homicídio.
UNIDADE 3 - DESCRIÇÃO DA 4ª SITUAÇÃO PROBLEMA :
Heitor foi fazer compras na Rua 25 de março, em SP. Sabendo dos furtos que ocorria na região, colocou cerca de R$300,00 no bolso direito, acreditando que sentiria qualquer movimentação e que assim o seu dinheiro estaria protegido. Um trombadinha colocou a mão no bolso esquerdo de Heitor, o qual estava vazio. Nesse momento, Heitor percebeu a ação e chamou a polícia. Trata-se de crime impossível? O trombadinha responderá pela tentativa ou não responderá por nada em razão do crime impossível?
RESOLUÇÃO:
O trombadinha responderá pela tentativa, visto que houve a impropriedade relativa do objeto. Caso não tivesse dinheiro em nenhum bolso de Heitor, seria crime impossível, pois o trombadinha jamais conseguiria consumar o crime.
De acordo com o código penal brasileiro "diz-se o crime tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente" (Art 14, II, CP). Desta forma, mesmo que ele não tenha obtido êxito na execução do ato ilícito por impropriedade relativa do objeto, ele deve responder pela tentativa. Caso não houvesse dinheiro algum com a vítima, em qualquer dos bolsos que ele colocasse a mão, não encontrando o objeto desejado, ficaria caracterizada impropriedade absoluta, e não relativa, do objeto, logo se tratando de um crime impossível, ou tentativa inidônea, hipótese do artigo 17, quando impossível seria consumar-se o crime. 
Acerca do assunto discorre o renomado doutrinador Guilherme Nucci que, em seu Manual de Direito Penal, afirma constituir-se o crime tentado "a realização incompleta da conduta típica, que não é punida como crime autônomo". Por outro lado, de acordo com o autor, configura-se Crime impossível quando "o agente se vale de meios absolutamente ineficazes ou volta-se contra objetos absolutamente impróprios, tornado impossível a consumação do crime", confirmando assim a acusação de crime tentado na situação problema. 
Muito relevante é enriquecer a resolução da situação com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça em Recurso Especial que se posicionou desfavoravelmente à caracterização de crime impossível na hipótese de "ainda que não exista nenhum bem com a vítima, o crime de roubo, por ser delito complexo, tem iniciada sua execução quando o agente, visando a subtração de coisa alheia móvel, realiza o núcleo da conduta meio (constrangimento ilegal/lesão corporal ou vias de fato), ainda que não consiga atingir o crime fim (subtração da coisa almejada)." Sobre o estabelecimento do quantum de redução pela tentativa, esse Tribunal deliberou ser "objetivo, devendo levar em consideração a maior ou menor proximidade da conduta ao resultado pretendido pelo agente. A ausência de indicação de elementos concretos que não justifiquem a redução em 1/2 (metade), impõe a diminuição no patamar máximo de 2/3 (dois terços)."
Sendo assim, fica fundamentada a resolução apresentada à situação problema em conformidade com o que estabelece o Código Penal (artigos 14, II e 17), em consonância com a doutrina e ainda com a jurisprudência apresentada pelo Superior tribunal de Justiça em Recurso Especial. 
REFERÊNCIAS:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral 1.20.ed. São Paulo: Saraiva,2011.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: parte geral. 18ª ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2014. V.1. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: parte geral 1.18.ed. São Paulo: Saraiva,2014
CAPEZ, Fernado. Curso de Direito Penal – volume II 
CARVALHO, Fernanda Iara de. Direito Penal: parte geral ed. São Paulo: Saraiva,2011.
MMA, disponivel em <http://esporte.hsw.uol.com.br/mma2.htm> Acessado em 05/05/2016.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal 2ºed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais.
TAVARES, Juarez. Direito penal da negligência: uma contribuição à teoria do crime culposo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1985.
 ANEXOS
JURISPRUDÊNCIA DA 1ª SITUAÇÃO PROBLEMA DA UNIDADE 3:
PROC. Nº TST-AIRR-2621/2005-131-03-40.5
C:\TEMP\APDYLDHP\TempMinu.doc
PROC. Nº TST-AIRR-2621/2005-131-03-40.5
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A C Ó R D Ã O
6ª Turma
ACV/aao
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DANO MORAL. ACIDENTE DO TRABALHO. AMPUTAÇÃO DOS DEDOS DO EMPREGADO. CULPA DO EMPR EGADOR. DESPROVIMENTO. SÚMULA Nº 126. Não há como ser provido o agravo de instrumento, sob a alegação de violação de dispositivos de lei e divergência jurisprudencial, objetivando a reforma da v. decisão recorrida que concluiu pela culpa exclusiva da reclamada, pois a amputação dos dedos do reclamante decorreu do fato de a máquina operada pelo reclamante não se encontrar em regular funcionamento, de não ter sido ministrado curso para o seu manuseio e de não terem sido instaladas grades de proteção para evitar o contato dos empregados com os seus roletes. Pretensão encontra óbice na Súmula nº 126 deste Tribunal Superior do Trabalho.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nº TST-AIRR-2621/2005-131-03-40.5, em que é Agravante MANCHESTER TUBOS E PERFILADOS S.A. e Agravado ERMELINDO FERREIRA DIAS.
Inconformada com o r. despacho de fl. 151-152, que denegou seguimento ao recurso de revista interposto, agrava de instrumento a reclamada.
Com as razões de fls. 02-08, alega ser plenamente cabível o recurso de revista.
Contraminuta e contra-razões apresentadas às fls. 156-158 e 182-185, respectivamente.
Não houve manifestação do Ministério Público do Trabalho.
É o relatório.
V O T O
I - CONHECIMENTO
Conheço do agravo de instrumento, uma vez que se encontra regular e tempestivo.
II – MÉRITO
1. DANO MORAL
O Eg. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, mediante o v. acórdão de fls. 122-129, negou provimento ao recurso ordinário interposto pela reclamada. Assim consignou o entendimento acerca da matéria, in verbis:
“É incontroverso que o autor foi admitido pela ré em 13.02.2001 (f. 17), e encontra-se afastado peloórgão previdenciário desde 05.10.2001, recebendo auxílio-doença-acidentário (f. 24/39), em decorrência de acidente de trabalho (f. 19/22).
Também é incontroverso que o autor, exercendo a função de operador de perfiladeira II, teve sua mão direito puxada para dentro do rolete da respectiva máquina, ao tentar manusear o bico flexível desta que, de repente, passou a jorrar óleo no chão e não na chapa, e que quando do acidente do trabalho, a luva calçada pelo autor foi agarrada na rebarba existente na chapa, sendo esmagados seus dedos.
(...)
A reparação por danos morais, estéticos e materiais decorrentes do contrato de trabalho pressupõe um ato ilícito ou erro de conduta do empregador ou de preposto seu, além do prejuízo suportado pelo trabalhador e do nexo de causalidade entre a conduta injurídica do primeiro e o dano experimentado pelo último, regendo-se pela responsabilidade aquiliana inserta no rol de obrigações contratuais do empregador (artigos 5º, inciso X, e 7o, inciso XXVIII, daCR/88 e artigos 186 e 927 do CC).
Destaca-se que o dano moral é representado pelas atribulações, mágoas, aflição e sofrimento, íntimos e subjetivos que atingem a alma de um ser humano, em decorrência de atos ofensivos à imagem ou à honra, que ocasionam intensa dor moral. Noutros dizeres, para a caracterização do dano moral deve haver abalo na imagem do indivíduo, bem como diminuição de seu conceito moral junto a outras pessoas de seu círculo social.
No que se refere ao dano estético, não existem regras rígidas para a quantificação. O Anexo III do Regulamento dos Benefícios da Previdência Social (nº 611, de 21.07.92), Quadro 4, assim dispõe: ‘(...)’.
Pode-se inferir então que o dano estético é compensável pela anomalia que a vítima passa a ostentar.
(...)
Frise-se, que o que se visa proteger e garantir, no caso do dano estético, são as circunstâncias de regularidade, habitualidade ou normalidade do aspecto de uma pessoa; busca-se reparar que o ser humano, vítima de deformidade física, se veja como alguém diferente ou inferior, ante a curiosidade natural dos outros.
Por último, o dano material enseja reparação que corresponda ao dano emergente e aos lucros cessantes, entendendo-se como tais, respectivamente, aquilo que a vítima perdeu e o que deixou de ganhar em decorrência do dano, visando à recomposição do patrimônio do acidentado ao mesmo patamar existente antes do acidente (art. 950 do CC). A reparação exigível a partir da constatação da existência de culpa do empregador, ensejará ao empregado a possibilidade de prover a subsistência de si, já que se encontra definitivamente incapacitado para exercer sua profissão.
No caso dos autos, encontram-se cristalinos o dano, consubstanciado na amputação dos dedos da mão direta do autor (f. 40/43 - fotos), e o nexo causal, uma vez que o acidente de trabalho teve como causa a execução das atividades do autor na recorrente (f. 19/22 - CAT emitido pela empresa).
Deve-se, portanto, se perquirir a existência ou não de culpa da ré no evento danoso.
E ao contrário das alegações empresariais, o conjunto probatório dos autos demonstra a culpa da recorrente no acidente de trabalho havido com o autor, ante a falta de observância das normas atinentes à segurança do trabalho. A testemunha arrolada pela própria recorrente presta as seguintes informações sobre o acidente aqui discutido:
‘(...) que, quando do acidente, a máquina não se encontrava, em situações regulares, somente agora é que foram reformadas; (...) que o reclamante não participou de curso de manuseio da referida máquina; (...) que quando ocorreu o infortúnio não havia ainda grades de proteção para proteger os empregados do contato direito com os roletes da máquina perfiladeira, mas, atualmente existe, ou seja, após o acidente ocorrido com o reclamante e com outros.’ (f. 249/250)
Verifica-se, no caso, a negligência e imprudência da recorrente que não qualificou o autor por meio de curso de manuseio da máquina perfiladeira, e ainda assim, permitiu que ele operasse a mencionada máquina, com ausência de instalação de dispositivos de segurança que já eram possíveis, e que somente foram instalados após o acidente.
A ausência de falta de treinamento dos operadores de máquinas perfiladeira está atestada também pelo depoimento de outras testemunhas ouvidas nos autos (f. 274 e 280/281).
O termo de responsabilidade assinado pelo autor um dia antes da admissão não retrata a realidade vivenciada entre os litigantes. Trata-se, na verdade, de termo genérico e padronizado, dado a todos os empregados da recorrente quando da contratação dos mesmos.
Constata-se, pelo exame das provas dos autos (f. 193/202 - laudo técnico), a incapacidade laborativa permanente do autor para as atividades profissionais que praticava; o sofrimento, em face das cirurgias, retiradas de ponto e curativos necessários após a amputação dos seus dedos da mão direita. Também se vê que, por ser o autor destro, não consegue mais, sozinho, executar tarefas básicas diárias (amarrar cadarço, alimentar-se se tornou muito difícil). Observo, porque relevante para a reabilitação profissional, que o nível de instrução do autor corresponde a 5ª série do 1º grau (f. 194).
Na hipótese dos autos, a deformidade aparente apresentada pelo autor (amputação dos dedos da mão direita) o tornou um deficiente físico e a circunstância causa impacto a quem a percebe. Lado outro, tem-se por inegável que os danos estéticos provocam também impacto sobre a percepção da própria vítima, afetada com a alteração da harmonia corporal.
As seqüelas apresentadas pelo autor, em decorrência do acidente de trabalho, são permanentes e ele se encontra definitivamente incapaz (desde os 25 anos de idade), de exercer a sua profissão (operador de perfiladeira), como também, as atividades básicas do cotidiano (f. 201/202).
O sofrimento decorrente das seqüelas do acidente é evidente, quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista psicológico.
Peço vênia, e transcrevo, por pertinentes, as observações feitas pelo juízo de origem quanto aos sentimentos do autor após o acidente:
‘Ressalto que para se vislumbrar a dor experimentada pelo autor nem seria necessária a intervenção de um perito, pois basta a casa ser humano se colocar na situação obreira que terá a efetiva dimensão dos efeitos nefastos a que aquele tem sido submetido. O constrangimento sofrido pelo autor era tão visível que, em audiência, este manteve a mão lesionada o tempo todo sob a mesa.’ (f. 287)
Impende salientar, que ao contrário do sustentado pela recorrente, a indenização por danos estéticos não se confunde com a de danos morais. A primeira visa compensar a anomalia que a vítima passou a ostentar e a segunda a dor e constrangimentos infligidos. Não, pois, que se falar em bis in idem.
Os danos materiais por óbvio se podem constatar, uma vez que o autor está afastado do mercado do trabalho e adquiriu incapacidade permanente de trabalho aos 25 anos.
O fato de o autor estar auferindo benefícios previdenciários não é óbice para o recebimento de indenização por danos materiais, ante a circunstância de que sua expectativa financeira está limitada pela impossibilidade da livre escolha de suas atividades profissionais. Notadamente se considerada a instrução apresentada pelo autor.
Desse modo, demonstrada está a presença dos requisitos exigidos para a caracterização dos danos morais, estéticos e materiais a justificar os pedidos de indenização.” (fls. 124-127)
No recurso de revista, às fls. 134-148, a reclamada alega que o acidente de trabalho ocorreu por culpa exclusiva ou, pelo menos, por culpa concorrente do reclamante, já que não seguiu as instruções recomendadas. Aponta violação dos arts.158 da CLT e 186 do CCB, bem como transcreve arestos para o confronto de teses.
O juízo de admissibilidade a quo, então, negou seguimento ao recurso de revista, por entender que a reclamada pretende o reexame de fatos e prova, nos termos da Súmula nº 126 do Col. TST, bem como por ter colacionado arestos oriundos do Eg. TJSC, do Eg. TJSP edo Col. STJ, nos termos do art. 896, alínea a, da CLT.
As insurgências veiculadas em recurso de revista foram reiteradas em sede de agravo de instrumento.
Entretanto, razão não lhe assiste.
Verifica-se do v. acórdão regional que a culpa da reclamada decorreu do fato de a máquina operada pelo reclamante não se encontrar em regular funcionamento, de não ter sido ministrado curso para o seu manuseio e de não terem sido instaladas grades de proteção para se evitar o contato dos empregados com os seus roletes.
Delineado, portanto, o quadro fático pelo Egrégio Tribunal Regional, insiste a reclamada em reverter a sua exclusiva titularidade pela culpa do acidente de trabalho, o que implica, necessariamente, no reexame de fatos e provas, procedimento impossível em sede de instância de natureza extraordinária. Óbice na Súmula nº 126 desta C. Corte. Ilesos, assim, os arts.158 da CLT e 186 do CCB.
Os arestos colacionados nas razões recursais de seu recurso de revista também não ensejam o seu conhecimento, pois são oriundos do Eg. TJSC, Eg. TJSP e do Col. STJ. Incidência do art. 896, alínea a, da CLT.
Nego provimento.
2. DANOS ESTÉTICOS
Afirma a reclamada, em seu recurso de revista, que “o estado físico (estético) do Recorrido não acarreta a su b missão a situações vexatórias a ponto de gerar a obrigação inden izatória pretendida”, razão pela qual entende ser indevida qualquer indenização por danos estéticos. Colaciona arestos para o confronto de teses.
Neste ponto, o juízo de admissibilidade a quo negou seguimento ao recurso de revista, por ter a reclamada colacionado arestos distintos dos exigidos pelo art. 896, alínea a, da CLT.
Em sede de agravo de instrumento, a reclamada afirma que referidos arestos não visam ao conhecimento do recurso de revista, mas apenas a fundamentar sua tese.
Neste caso, o próprio agravante traz a constatação de que o recurso de revista está desfundamentado, pois apenas arestos servíveis ao confronto de teses ou a indicação de ofensa de dispositivo de lei ou da Constituição Federal, possibilita a admissibilidade do recurso de revista. A fundamentação da tese do agravante apenas ocorrerá se cumpridos os requisitos do art. 896 da CLT.
O recurso encontra-se, portanto, desfundamentado sob esse aspecto.
Nego provimento.
3. VALOR DA INDENIZAÇÃO
Em sede de agravo de instrumento, a reclamada reitera ser excessivo o valor das indenizações por danos materiais, morais e estéticos, sob pena de se incorrer em enriquecimento ilícito, acrescendo que o v. acórdão ofende o art. 186 do CCB.
Sem razão.
Nas razões de seu recurso de revista, a reclamada, no tópico referente ao valor da indenização, não aponta qualquer violação a dispositivo de lei federal ou de constituição federal, tendo tão-somente colacionado arestos para o confronto de teses.
Ao alegar violação do art. 186 do CCB em seu agravo de instrumento, a reclamada, em verdade, incorre em inovação recursal, o que não enseja a admissibilidade do recurso de revista.
Acrescente-se, ainda, que os arestos colacionados em recurso de revista também não estão aptos a permitir o seu conhecimento, pois são oriundos do Eg. TAMG e do Col. STJ. Incidência do art. 896, alínea a, da CLT.
Nego provimento.
4. DANOS MATERIAIS
Em sede de agravo de instrumento, a reclamada reitera que a incapacidade laborativa do reclamante não prejudica a sua ascensão profissional, pois trata-se de mera expectativa de direito, não fazendo jus o reclamante a qualquer indenização por danos materiais.
Sem razão.
O juízo de admissibilidade a quo negou seguimento ao recurso de revista, por entender que os arestos colacionados não são específicos, pois amparam-se em fundamentos não apreciados pelo Eg. Tribunal Regional.
Verifica-se do v. acórdão que, efetivamente, o Eg. Tribunal Regional, ao apreciar a existência de danos materiais, entendeu presentes os requisitos do dano emergente e dos lucros cessantes, quais sejam, o fato de o reclamante estar afastado do mercado do trabalho e de ter adquirido incapacidade permanente aos 25 anos.
Os arestos colacionados, por outro lado, não retratam esses fundamentos, mas sim o de que a possibilidade de ascensão funcional corresponde a mera expectativa de direito, não dando causa a nenhuma indenização. Esses julgados, ainda, sequer referem-se ao dano material em si. Incidência, portanto, da Súmula nº 296 do Col. TST.
Em face do exposto, nego provimento ao agravo de instrumento.
ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, negar provimento ao agravo de instrumento.
Brasília, 23 de abril de 2008.
JURISPRUDENCIA DA 2ª SITUAÇÃO PROBLEMA DA UNIDADE 3.
Ementa e Acórdão 01/12/2015 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 127.428 BAHIA RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI PACTE.(S) :CARLOS ALENCAR SOUZA ALVES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA Habeas corpus. Homicídio qualificado (art. 121, § 2º, II, CP). Júri. Questionário. Descriminante putativa da legítima defesa por erro de tipo inevitável. Reconhecimento pelos jurados. Ausência de quesitação de possível excesso. Pretendida nulidade do julgamento. Descabimento. Ausência de impugnação oportuna na respectiva sessão. Preclusão (art. 571, VIII, CPP). Precedentes. Hipótese de erro essencial incidente sobre tipo permissivo. Exclusão de dolo e culpa (art. 20, CP). Impossibilidade de quesitação de excesso. Ordem concedida. 1. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que “qualquer oposição a quesitos formulados deve ser arguida, imediatamente, na própria sessão de julgamento, nos termos do art. 571, VIII, do CPP, sob pena de preclusão”. Precedentes. 2. Ausente tempestivo protesto contra a quesitação na sessão de julgamento, operou-se a preclusão da faculdade de o Ministério Público Federal impugná-la por via de apelação ou recurso especial. 3. Não bastasse isso, os jurados, após reconhecerem a descriminante putativa da legítima defesa, concluíram que o paciente incidiu em erro de tipo permissivo inevitável. 4. Logo, tratando-se de erro essencial inevitável – vale dizer, invencível, desculpável ou escusável -, que exclui o dolo e a culpa (art. 20, CP), não há que se falar em quesitação de eventual excesso, dada sua incompatibilidade com a conclusão dos jurados. 5. Ordem concedida para cassar o acórdão recorrido e tornar sem efeito a determinação de submissão do paciente a novo julgamento pelo Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039311. Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 18 Ementa e Acórdão HC 127428 / BA Tribunal do Júri, mantendo-se sua absolvição. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em conceder a ordem para cassar o julgado ora impugnado e restabelecer o acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o qual manteve a absolvição do paciente, nos termos do voto do Relator. Brasília, 1º de dezembro de 2015. MINISTRO DIAS TOFFOLI Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039311. Supremo Tribunal Federal HC 127428 / BA Tribunal do Júri, mantendo-se sua absolvição. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos,em conceder a ordem para cassar o julgado ora impugnado e restabelecer o acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o qual manteve a absolvição do paciente, nos termos do voto do Relator. Brasília, 1º de dezembro de 2015. MINISTRO DIAS TOFFOLI Relator 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039311. Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 18 Relatório 01/12/2015 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 127.428 BAHIA RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI PACTE.(S) :CARLOS ALENCAR SOUZA ALVES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela Defensoria Pública da União, em favor de Carlos Alencar Souza Alves, contra ato da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que deu provimento ao REsp nº 1.170.742/BA, Relator o Ministro Sebastião Reis Júnior. Narra a inicial que o paciente foi absolvido pelo Tribunal do Júri da Seção Judiciária de Salvador e que “[i]nconformado com a decisão, o Ministério Público Federal interpôs Apelação ao TRF1, por entender ter sido a decisão contrária à prova dos autos e, ainda, sustentando defeito na quesitação, pois, no seu entender, deveria ter havido quesitação complementar acerca de eventual excesso de legítima defesa O Egrégio Tribunal Regional Federal da 1º Região entendeu, por sua vez, ao decidir a Apelação 1999.33.00.004102- 1/BA, que a decisão dos jurados estava ancorada no conjunto probatório dos autos e que os quesitos formulados foram aceitos pelas partes, explicados pelo Juiz Presidente e, lançando mão de vasta jurisprudência do STJ e do próprio TRF1, negou provimento ao apelo, argumentando, inclusive, sob a ótica da natureza jurídica do instituto da legitima defesa putativa (erro de tipo), com amparo em Doutrina Penal abalizada, que os questionários recomendáveis para a verificação desta tese pelos jurados, em plenário, deveriam ser exatamente aqueles Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Supremo Tribunal Federal 01/12/2015 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 127.428 BAHIA RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI PACTE.(S) :CARLOS ALENCAR SOUZA ALVES IMPTE.(S) :DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL COATOR(A/S)(ES) :SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela Defensoria Pública da União, em favor de Carlos Alencar Souza Alves, contra ato da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que deu provimento ao REsp nº 1.170.742/BA, Relator o Ministro Sebastião Reis Júnior. Narra a inicial que o paciente foi absolvido pelo Tribunal do Júri da Seção Judiciária de Salvador e que “[i]nconformado com a decisão, o Ministério Público Federal interpôs Apelação ao TRF1, por entender ter sido a decisão contrária à prova dos autos e, ainda, sustentando defeito na quesitação, pois, no seu entender, deveria ter havido quesitação complementar acerca de eventual excesso de legítima defesa O Egrégio Tribunal Regional Federal da 1º Região entendeu, por sua vez, ao decidir a Apelação 1999.33.00.004102- 1/BA, que a decisão dos jurados estava ancorada no conjunto probatório dos autos e que os quesitos formulados foram aceitos pelas partes, explicados pelo Juiz Presidente e, lançando mão de vasta jurisprudência do STJ e do próprio TRF1, negou provimento ao apelo, argumentando, inclusive, sob a ótica da natureza jurídica do instituto da legitima defesa putativa (erro de tipo), com amparo em Doutrina Penal abalizada, que os questionários recomendáveis para a verificação desta tese pelos jurados, em plenário, deveriam ser exatamente aqueles Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 18 Relatório HC 127428 / BA formulados pelo juízo, que permitiriam, inclusive, a possibilidade de aferição de uma conduta de culpabilidade culposa, em caso de erro vencível, o que foi respondido adequadamente pelos jurados, quando do quesito complementar da invencibilidade do erro sobre as circunstancias da legitima defesa. Irresignado, mais uma vez, o Ministério Público Federal interpôs Recurso Especial, alegando como único fundamento a ausência de formulação de quesitação adequada na sessão de julgamento do Juri. Após ser inadmitido no TRF1, em sede de agravo, o Superior Tribunal de Justiça apreciou o R. Especial, cassando, injustamente, o acórdão do TRF-1, anulando o julgamento realizado pelo Tribunal do Júri, com base no fundamento de que a quesitação acerca da legitima defesa teria sido insuficientemente formulada em plenário, mesmo com a anuência e colaboração das partes em face dos quesitos, e explicações aos jurados do seu teor, prestadas pelo Juízo Presidente, não havendo protestos ou impugnações. Na oportunidade, ao contrario, houve aceitação expressa da acusação, em Ata de Julgamento.” Ao ver da impetrante, “(...) todo o julgamento transcorreu sem qualquer impugnação pelas partes acerca da irregularidade de quaisquer das suas etapas, especialmente no que se referiu aos quesitos elaborados em comum acordo entre o Juízo Presidente, o representante da acusação e os defensores do acusado. Como se pode ler do TERMO DE JULGAMENTO de fls. 611 (cópia anexa) dos autos, todos os quesitos apresentados para leitura e resposta pelos jurados foram objeto de anuência pelo órgão de acusação. Bem assim, todos subscrevem aquele TERMO, bem como a Ata de Julgamento, onde se lê que o Juiz Federal Presidente daquele Tribunal do Juri, Exmo Dr. Antônio Oswaldo Scarpa: ‘leu os QUESITOS previamente formulados com os quais anuíram das PARTES e deu as explicações2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Supremo Tribunal Federal HC 127428 / BA formulados pelo juízo, que permitiriam, inclusive, a possibilidade de aferição de uma conduta de culpabilidade culposa, em caso de erro vencível, o que foi respondido adequadamente pelos jurados, quando do quesito complementar da invencibilidade do erro sobre as circunstancias da legitima defesa. Irresignado, mais uma vez, o Ministério Público Federal interpôs Recurso Especial, alegando como único fundamento a ausência de formulação de quesitação adequada na sessão de julgamento do Juri. Após ser inadmitido no TRF1, em sede de agravo, o Superior Tribunal de Justiça apreciou o R. Especial, cassando, injustamente, o acórdão do TRF-1, anulando o julgamento realizado pelo Tribunal do Júri, com base no fundamento de que a quesitação acerca da legitima defesa teria sido insuficientemente formulada em plenário, mesmo com a anuência e colaboração das partes em face dos quesitos, e explicações aos jurados do seu teor, prestadas pelo Juízo Presidente, não havendo protestos ou impugnações. Na oportunidade, ao contrario, houve aceitação expressa da acusação, em Ata de Julgamento.” Ao ver da impetrante, “(...) todo o julgamento transcorreu sem qualquer impugnação pelas partes acerca da irregularidade de quaisquer das suas etapas, especialmente no que se referiu aos quesitos elaborados em comum acordo entre o Juízo Presidente, o representante da acusação e os defensores do acusado. Como se pode ler doTERMO DE JULGAMENTO de fls. 611 (cópia anexa) dos autos, todos os quesitos apresentados para leitura e resposta pelos jurados foram objeto de anuência pelo órgão de acusação. Bem assim, todos subscrevem aquele TERMO, bem como a Ata de Julgamento, onde se lê que o Juiz Federal Presidente daquele Tribunal do Juri, Exmo Dr. Antônio Oswaldo Scarpa: ‘leu os QUESITOS previamente formulados com os quais anuíram das PARTES e deu as explicações2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 18 Relatório HC 127428 / BA legais’ (fls. 611). Os quesitos foram elaborados em comum acordo entre as partes, que anuíram com os seus conteúdos e, em seguida, eles foram explicados adequadamente em seus significados aos jurados, para que compreendessem exatamente o que significavam as perguntas propostas, sucedendo-se a quesitação dos jurados. Em suas respostas, estes decidiram, à unanimidade, SIM acerca da ocorrência da legitima defesa putativa em favor do acusado. Além de tal quesito (Quesito 03, fls. 612), foram ainda questionados os jurados, em quesitação complementar, acerca da legitima defesa putativa verificada (Quesito 04), se, no caso, teria havido erro vencível ou invencível sobre as circunstancias da legitima defesa. Como se pode perceber do histórico do julgamento, houve a confirmação clara e inequívoca, mediante dois quesitos específicos apresentados, versando todos sobre a legitima defesa sustentada em plenário, pelos membros do Conselho de Sentença, do acolhimento daquela tese defensiva, e a expressão da vontade manifesta dos jurados de absolver o réu da acusação formulada foi mais do que certificada, em manifestações límpidas de quaisquer dúvidas.” Sustenta a impetrante que o julgado ora impugnado impõe constrangimento ilegal ao paciente, “vulnerando, de uma só vez, a soberania dos vereditos dos jurados (art 5º,XXXVIII, letra ’c’, CF), o devido processo legal (art 5º, LV da CF, c/c art. 571, VIII do CPP) e a dignidade da pessoa humana (art 1º , III da CF)”. Aduz que o paciente foi absolvido por legítima defesa putativa, “(...) modalidade jurídica esta que se trata de erro de tipo sobre os pressupostos fáticos da legitima defesa. Neste ponto, não há sequer que se vislumbrar qualquer possibilidade de se questionar se haveria algum excesso culposo, mas sim, e apenas, se houve culpa por parte do agente na inobservância3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Supremo Tribunal Federal HC 127428 / BA legais’ (fls. 611). Os quesitos foram elaborados em comum acordo entre as partes, que anuíram com os seus conteúdos e, em seguida, eles foram explicados adequadamente em seus significados aos jurados, para que compreendessem exatamente o que significavam as perguntas propostas, sucedendo-se a quesitação dos jurados. Em suas respostas, estes decidiram, à unanimidade, SIM acerca da ocorrência da legitima defesa putativa em favor do acusado. Além de tal quesito (Quesito 03, fls. 612), foram ainda questionados os jurados, em quesitação complementar, acerca da legitima defesa putativa verificada (Quesito 04), se, no caso, teria havido erro vencível ou invencível sobre as circunstancias da legitima defesa. Como se pode perceber do histórico do julgamento, houve a confirmação clara e inequívoca, mediante dois quesitos específicos apresentados, versando todos sobre a legitima defesa sustentada em plenário, pelos membros do Conselho de Sentença, do acolhimento daquela tese defensiva, e a expressão da vontade manifesta dos jurados de absolver o réu da acusação formulada foi mais do que certificada, em manifestações límpidas de quaisquer dúvidas.” Sustenta a impetrante que o julgado ora impugnado impõe constrangimento ilegal ao paciente, “vulnerando, de uma só vez, a soberania dos vereditos dos jurados (art 5º,XXXVIII, letra ’c’, CF), o devido processo legal (art 5º, LV da CF, c/c art. 571, VIII do CPP) e a dignidade da pessoa humana (art 1º , III da CF)”. Aduz que o paciente foi absolvido por legítima defesa putativa, “(...) modalidade jurídica esta que se trata de erro de tipo sobre os pressupostos fáticos da legitima defesa. Neste ponto, não há sequer que se vislumbrar qualquer possibilidade de se questionar se haveria algum excesso culposo, mas sim, e apenas, se houve culpa por parte do agente na inobservância3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 18 Relatório HC 127428 / BA das circunstancias fáticas da legitima defesa, que se mostrava imaginária, como indica o §1º do art. 20 do CPB, segundo a tese ventilada e colocada para análise dos jurados. Fala-se, pois, em hipótese de erro de tipo (permissivo), que recai sobre as circunstancias fáticas da legitima defesa. Assim, além do quesito específico da legitima defesa putativa suscitada, questionaram-se os jurados se tal erro fora inevitável, uma vez que, evitabilidade do erro, caso confirmada pelos jurados, permitiria ainda a punição do agente a título de culpa. Assim, até mesmo esta cautela complementar acerca da modalidade culposa da conduta do acusado, em legitima defesa putativa, nos moldes do § 1º do art. 20 do Código Penal, fora observada na precisa elaboração coerente e exaustiva da quesitação elaborada pelo Juízo, sob a anuência e participação das partes, de onde não se verificou qualquer impugnação ou apresentação complementar de novos quesitos (§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). (…) Assim, foi apresentado pela Presidência daquele Tribunal do Júri, com a anuência e participação colaborativa do próprio órgão de acusação, o seguinte Quesito de número 03: ’O réu Carlos Alencar Souza cometeu o crime supondo, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, que estava repelindo agressão à sua pessoa ou a patrimônio de terceiros?’ Com efeito, os jurados, À UNANIMIDADE, responderam SIM (fls. 612 dos autos). Reconhecida a hipótese do erro sobre as circunstancias da legítima defesa (erro de tipo permissivo, conforme se tem já estabelecida tal modalidade pela doutrina penal - discriminante4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Supremo Tribunal Federal HC 127428 / BA das circunstancias fáticas da legitima defesa, que se mostrava imaginária, como indica o §1º do art. 20 do CPB, segundo a tese ventilada e colocada para análise dos jurados. Fala-se, pois, em hipótese de erro de tipo (permissivo), que recai sobre as circunstancias fáticas da legitima defesa. Assim, além do quesito específico da legitima defesa putativa suscitada, questionaram-se os jurados se tal erro fora inevitável, uma vez que, evitabilidade do erro, caso confirmada pelos jurados, permitiria ainda a punição do agente a título de culpa. Assim, até mesmo esta cautela complementar acerca da modalidade culposa da conduta do acusado, em legitima defesa putativa, nos moldes do § 1º do art. 20 do Código Penal, fora observada na precisa elaboração coerente e exaustiva da quesitação elaboradapelo Juízo, sob a anuência e participação das partes, de onde não se verificou qualquer impugnação ou apresentação complementar de novos quesitos (§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). (…) Assim, foi apresentado pela Presidência daquele Tribunal do Júri, com a anuência e participação colaborativa do próprio órgão de acusação, o seguinte Quesito de número 03: ’O réu Carlos Alencar Souza cometeu o crime supondo, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, que estava repelindo agressão à sua pessoa ou a patrimônio de terceiros?’ Com efeito, os jurados, À UNANIMIDADE, responderam SIM (fls. 612 dos autos). Reconhecida a hipótese do erro sobre as circunstancias da legítima defesa (erro de tipo permissivo, conforme se tem já estabelecida tal modalidade pela doutrina penal - discriminante4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 18 Relatório HC 127428 / BA putativa que recai sobre os pressupostos fáticos da legitima defesa), apenas restaria o questionamento acerca da inevitabilidade ou não do erro, conforme preceitua o Diploma Penal (art. 20 § 1º), tendo, portanto, passado o culto e criterioso Juízo Presidente à formulação do Quesito de número 04: ‘Este erro era inevitável?’ Ao referido quesito obteve-se a resposta SIM dos jurados, em sua maioria de 05 votos (!) Como se poderia admitir que, num caso penal como este, onde o Conselho de Sentença reconheceu, com base em uma das teses apresentadas pela defesa, que o acusado de fato se encontrava em situação de erro diante de um cenário imaginário de legitima defesa; já após se questionar se tal modalidade de erro seria inevitável/invencível (dando ensejo ao afastamento da modalidade culposa, qual fora posta pata votação a titulo de possível responsabilização, nos termos do art. 20, § 1º do CP), cogitar-se a possibilidade de um terceiro questionamento sobre eventual “excesso” de uma legitima defesa putativa/imaginária? A sistemática da legitima defesa putativa do art. 20 §1º difere ontologicamente daquela relativa à legitima defesa tradicional do art. 23 do CP, que estabelece expressamente as hipóteses de exclusão da ilicitude da conduta (...)”. Defende a impetrante que, segundo jurisprudência da Suprema Corte, “qualquer oposição a quesitos formulados em Tribunal do Juri deve ser arguida, imediatamente, na própria sessão de julgamento, nos termos do art. 571, VIII, do CPP, sob pena de preclusão”, o que não se verificou na espécie. Em face do exposto, requer a impetrante: “a) seja concedida liminar para efeito de suspender o feito na origem, cassando-se/anulando-se os efeitos do acórdão da 6º Turma do Superior Tribunal de Justiça no Resp nº 1.170.742 -5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Supremo Tribunal Federal HC 127428 / BA putativa que recai sobre os pressupostos fáticos da legitima defesa), apenas restaria o questionamento acerca da inevitabilidade ou não do erro, conforme preceitua o Diploma Penal (art. 20 § 1º), tendo, portanto, passado o culto e criterioso Juízo Presidente à formulação do Quesito de número 04: ‘Este erro era inevitável?’ Ao referido quesito obteve-se a resposta SIM dos jurados, em sua maioria de 05 votos (!) Como se poderia admitir que, num caso penal como este, onde o Conselho de Sentença reconheceu, com base em uma das teses apresentadas pela defesa, que o acusado de fato se encontrava em situação de erro diante de um cenário imaginário de legitima defesa; já após se questionar se tal modalidade de erro seria inevitável/invencível (dando ensejo ao afastamento da modalidade culposa, qual fora posta pata votação a titulo de possível responsabilização, nos termos do art. 20, § 1º do CP), cogitar-se a possibilidade de um terceiro questionamento sobre eventual “excesso” de uma legitima defesa putativa/imaginária? A sistemática da legitima defesa putativa do art. 20 §1º difere ontologicamente daquela relativa à legitima defesa tradicional do art. 23 do CP, que estabelece expressamente as hipóteses de exclusão da ilicitude da conduta (...)”. Defende a impetrante que, segundo jurisprudência da Suprema Corte, “qualquer oposição a quesitos formulados em Tribunal do Juri deve ser arguida, imediatamente, na própria sessão de julgamento, nos termos do art. 571, VIII, do CPP, sob pena de preclusão”, o que não se verificou na espécie. Em face do exposto, requer a impetrante: “a) seja concedida liminar para efeito de suspender o feito na origem, cassando-se/anulando-se os efeitos do acórdão da 6º Turma do Superior Tribunal de Justiça no Resp nº 1.170.742 -5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 18 Relatório HC 127428 / BA BA – (2009/0241652-6), e restabelecendo-se os efeitos da absolvição promovida pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Juri, confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, até o julgamento final do presente writ; b) seja confirmada a liminar pelo órgão colegiado competente, concedendo a ordem requerida neste writ.” O pedido de liminar foi por mim indeferido. Foram solicitadas informações ao juízo de primeiro grau, as quais foram devidamente prestadas. O Ministério Público Federal, em parecer do Subprocurador-Geral da República Edson Oliveira de Almeida, opinou pela concessão da ordem. É o relatório. 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Supremo Tribunal Federal HC 127428 / BA BA – (2009/0241652-6), e restabelecendo-se os efeitos da absolvição promovida pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Juri, confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, até o julgamento final do presente writ; b) seja confirmada a liminar pelo órgão colegiado competente, concedendo a ordem requerida neste writ.” O pedido de liminar foi por mim indeferido. Foram solicitadas informações ao juízo de primeiro grau, as quais foram devidamente prestadas. O Ministério Público Federal, em parecer do Subprocurador-Geral da República Edson Oliveira de Almeida, opinou pela concessão da ordem. É o relatório. 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039308. Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 18 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 01/12/2015 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 127.428 BAHIA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Conforme relatado, trata-se de habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública da União, em favor de Carlos Alencar Souza Alves, contra ato da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que deu provimento ao REsp. nº 1.170.742/BA, Relator o Ministro Sebastião Reis Júnior. Transcrevo a ementa do julgado ora impugnado: “RECURSO ESPECIAL. DIREITO PENAL. TRIBUNAL DO JÚRI. HOMICÍDIO QUALIFICADO. ABSOLVIÇÃO. LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA. INOBSERVÂNCIA DE FORMULAÇÃO DE QUESITOS OBRIGATÓRIOS.ART. 484, III, DO CPP. REDAÇÃO DA LEI N. 9.113/1995. NULIDADE DO JULGAMENTO. SÚMULA 156/STF. DETERMINAÇÃO DE NOVA SESSÃO DE JULGAMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI. LEI N. 11.689/2008. 1. Cabe ao Juiz presidente do Tribunal do Júri a formulação de quesitação imposta legalmente, inclusive quando adotada a tese de legítima defesa putativa, perante o Conselho de Sentença (art. 484, III, do CPP, na vigência da Lei n. 9.113/1995). 2. Reconhecer, no Tribunal do Júri, que a admissão da legítima defesa putativa mitiga a necessidade de questionamento sobre o excesso punível seria criar exceção não instituída pelo legislador ao art. 484, III, do Código de Processo Penal, a legitimar, portanto, condutas extremadas em detrimento da moderação e da razoabilidade que se impõem ao instituto da legítima defesa (parágrafo único do art. 23 do CP). 3. A quesitação inadequada formulada pelo Juiz presidente implica nulidade absoluta do julgamento do Tribunal do Júri, por violação frontal ao disposto no art. 484, III, Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039309. Supremo Tribunal Federal 01/12/2015 SEGUNDA TURMA HABEAS CORPUS 127.428 BAHIA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): Conforme relatado, trata-se de habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública da União, em favor de Carlos Alencar Souza Alves, contra ato da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que deu provimento ao REsp. nº 1.170.742/BA, Relator o Ministro Sebastião Reis Júnior. Transcrevo a ementa do julgado ora impugnado: “RECURSO ESPECIAL. DIREITO PENAL. TRIBUNAL DO JÚRI. HOMICÍDIO QUALIFICADO. ABSOLVIÇÃO. LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA. INOBSERVÂNCIA DE FORMULAÇÃO DE QUESITOS OBRIGATÓRIOS. ART. 484, III, DO CPP. REDAÇÃO DA LEI N. 9.113/1995. NULIDADE DO JULGAMENTO. SÚMULA 156/STF. DETERMINAÇÃO DE NOVA SESSÃO DE JULGAMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI. LEI N. 11.689/2008. 1. Cabe ao Juiz presidente do Tribunal do Júri a formulação de quesitação imposta legalmente, inclusive quando adotada a tese de legítima defesa putativa, perante o Conselho de Sentença (art. 484, III, do CPP, na vigência da Lei n. 9.113/1995). 2. Reconhecer, no Tribunal do Júri, que a admissão da legítima defesa putativa mitiga a necessidade de questionamento sobre o excesso punível seria criar exceção não instituída pelo legislador ao art. 484, III, do Código de Processo Penal, a legitimar, portanto, condutas extremadas em detrimento da moderação e da razoabilidade que se impõem ao instituto da legítima defesa (parágrafo único do art. 23 do CP). 3. A quesitação inadequada formulada pelo Juiz presidente implica nulidade absoluta do julgamento do Tribunal do Júri, por violação frontal ao disposto no art. 484, III, Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039309. Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 18 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI HC 127428 / BA do Código de Processo Penal – redação anterior à Lei n. 11.689/2008. 4. O Código de Processo Penal estabelece que a nulidade ocorrerá por deficiência dos quesitos ou das suas respostas e, ainda, por contradição entre estas – entre outros – na sentença (art. 564, parágrafo único, do CPP, incluído pela Lei n. 263/1948). 5. Recurso especial provido para, ao cassar o acórdão a quo e anular o julgamento realizado pelo Tribunal do Júri , determinar a realização de nova sessão do Tribunal do Júri para julgamento do recorrido, nos termos da legislação de regência (Lei n. 11.689/2008).” Essa é a razão por que se insurge a impetrante. Conforme se verifica na ata da sessão de julgamento do Tribunal de Júri da Seção Judiciária do Estado da Bahia, o paciente foi absolvido da imputação de homicídio qualificado. Os quesitos submetidos aos jurados foram assim redigidos e votados: “1º QUESITO: O réu CARLOS ALENCAR SOUZA ALVES, no dia 03 de março de 1999, por volta de 15h, quando se encontrava na entrada da agência do Banco do Brasil S/A, localizada na cidade de Jequié/BA, com emprego de arma de fogo, efetuou disparo contra Wilson Carlos de Oliveira Braga, nele produzindo as lesões corporais descritas no laudo de exame de corpo de delito de fls. 07/09 dos autos em apenso? RESPOSTAS: SIM, por 5 (cinco) votos e NÃO, por 2 (dois) votos. 2º QUESITO: Essas lesões acarretaram a morte da vítima Wilson Carlos Oliveira Braga? RESPOSTAS: SIM, à unanimidade. 3º QUESITO: O réu Carlos Alencar Souza cometeu o crime supondo, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, que estava repelindo agressão à sua pessoa ou a patrimônio de terceiros. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039309. Supremo Tribunal Federal HC 127428 / BA do Código de Processo Penal – redação anterior à Lei n. 11.689/2008. 4. O Código de Processo Penal estabelece que a nulidade ocorrerá por deficiência dos quesitos ou das suas respostas e, ainda, por contradição entre estas – entre outros – na sentença (art. 564, parágrafo único, do CPP, incluído pela Lei n. 263/1948). 5. Recurso especial provido para, ao cassar o acórdão a quo e anular o julgamento realizado pelo Tribunal do Júri , determinar a realização de nova sessão do Tribunal do Júri para julgamento do recorrido, nos termos da legislação de regência (Lei n. 11.689/2008).” Essa é a razão por que se insurge a impetrante. Conforme se verifica na ata da sessão de julgamento do Tribunal de Júri da Seção Judiciária do Estado da Bahia, o paciente foi absolvido da imputação de homicídio qualificado. Os quesitos submetidos aos jurados foram assim redigidos e votados: “1º QUESITO: O réu CARLOS ALENCAR SOUZA ALVES, no dia 03 de março de 1999, por volta de 15h, quando se encontrava na entrada da agência do Banco do Brasil S/A, localizada na cidade de Jequié/BA, com emprego de arma de fogo, efetuou disparo contra Wilson Carlos de Oliveira Braga, nele produzindo as lesões corporais descritas no laudo de exame de corpo de delito de fls. 07/09 dos autos em apenso? RESPOSTAS: SIM, por 5 (cinco) votos e NÃO, por 2 (dois) votos. 2º QUESITO: Essas lesões acarretaram a morte da vítima Wilson Carlos Oliveira Braga? RESPOSTAS: SIM, à unanimidade. 3º QUESITO: O réu Carlos Alencar Souza cometeu o crime supondo, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, que estava repelindo agressão à sua pessoa ou a patrimônio de terceiros. 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039309. Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 18 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI HC 127428 / BA RESPOSTAS: SIM, à unanimidade. 4º QUESITO: Esse erro era inevitável? RESPOSTAS: SIM, por 5 (cinco) votos e NÃO, por 2 (dois) votos.” Outrossim, o Ministério Público Federal, na referida sessão de julgamento, não impugnou nem formalizou nenhum protesto contra a redação dos quesitos. Apenas em sede de apelação e, posteriormente, em recurso especial, veio a arguir a nulidade do julgamento do Júri, ao fundamento de que, logo após o reconhecimento da descriminante putativa, não foi submetido aos jurados o quesito obrigatório atinente ao “possível excesso eventualmente cometido”. Essa impugnação, todavia, é intempestiva. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que “qualquer oposição a quesitos formulados deve ser arguida, imediatamente, na própria sessão de julgamento, nos termos do art. 571, VIII, do CPP, sob pena de preclusão”(HC nº 123.307/AL, Segunda Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 30/9/14). Nesse sentido, destaco o HC nº 68.727/DF, Primeira Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 28/8/92): “HABEAS CORPUS" - JÚRI - QUESTIONÁRIO – FORMULAÇÃO ALEGADAMENTE ERRÔNEA DOS QUESITOS - INOCORRÊNCIA - ATA DE JULGAMENTO – VALOR JURÍDICO-PROCESSUAL - AUSÊNCIA DE PROTESTO - EFEITO PRECLUSIVO - MOMENTO DE IMPUGNAÇÃO DOS QUESITOS - PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL - POSSIBILIDADE - PRETENDIDA INDAGAÇÃO PROBATÓRIA - IMPOSSIBILIDADE NA VIA DO "HABEAS CORPUS" - PEDIDO INDEFERIDO. - O questionário, elaborado pelo Juiz-Presidente do Tribunal do Júri, que observa e respeita a ordem de formulação dos quesitos imposta pelo artigo 484 do Código de Processo Penal, não pode ser acoimado de defeituoso ou ilegal. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039309. Supremo Tribunal Federal HC 127428 / BA RESPOSTAS: SIM, à unanimidade. 4º QUESITO: Esse erro era inevitável? RESPOSTAS: SIM, por 5 (cinco) votos e NÃO, por 2 (dois) votos.” Outrossim, o Ministério Público Federal, na referida sessão de julgamento, não impugnou nem formalizou nenhum protesto contra a redação dos quesitos. Apenas em sede de apelação e, posteriormente, em recurso especial, veio a arguir a nulidade do julgamento do Júri, ao fundamento de que, logo após o reconhecimento da descriminante putativa, não foi submetido aos jurados o quesito obrigatório atinente ao “possível excesso eventualmente cometido”. Essa impugnação, todavia, é intempestiva. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que “qualquer oposição a quesitos formulados deve ser arguida, imediatamente, na própria sessão de julgamento, nos termos do art. 571, VIII, do CPP, sob pena de preclusão” (HC nº 123.307/AL, Segunda Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 30/9/14). Nesse sentido, destaco o HC nº 68.727/DF, Primeira Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 28/8/92): “HABEAS CORPUS" - JÚRI - QUESTIONÁRIO – FORMULAÇÃO ALEGADAMENTE ERRÔNEA DOS QUESITOS - INOCORRÊNCIA - ATA DE JULGAMENTO – VALOR JURÍDICO-PROCESSUAL - AUSÊNCIA DE PROTESTO - EFEITO PRECLUSIVO - MOMENTO DE IMPUGNAÇÃO DOS QUESITOS - PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL - POSSIBILIDADE - PRETENDIDA INDAGAÇÃO PROBATÓRIA - IMPOSSIBILIDADE NA VIA DO "HABEAS CORPUS" - PEDIDO INDEFERIDO. - O questionário, elaborado pelo Juiz-Presidente do Tribunal do Júri, que observa e respeita a ordem de formulação dos quesitos imposta pelo artigo 484 do Código de Processo Penal, não pode ser acoimado de defeituoso ou ilegal. 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039309. Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 18 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI HC 127428 / BA - Os quesitos devem ser impugnados pelas partes depois de sua leitura e explicação pelo Juiz. Esse é o momento procedimental adequado para o Ministério Público e o réu reclamarem, sob pena de preclusão, quanto a eventual irregularidade na formulação dos quesitos (CPP, art. 479). - As reclamações das partes devem constar da ata de julgamento, cujo conteúdo é a expressão fiel de todas as ocorrências verificadas em plenário do Júri. Essa ata vale pelo que nela se contém. Se dela não constam protestos ou reclamações deduzidas pelas partes a respeito de pontos impugnados, torna-se inviável invalidar o julgamento . A mera alegação discordante da parte não se revela suficiente para descaracterizar o teor de veracidade que a ata de julgamento, enquanto registro processual, reflete. - A ausência de reclamação ou de protesto da parte reveste-se de aptidão para gerar a preclusão de sua faculdade jurídica de argüir, no procedimento penal do Júri, qualquer nulidade porventura ocorrida. A inexistência de reclamação ou de protesto assume, nesse contexto, irrecusável efeito preclusivo. - Protestos das partes, inclusive da Defesa, não se presumem. Hão de ser especificamente lavrados, sob pena de a inércia de qualquer dos sujeitos da relação processual penal traduzir a consumação da preclusão da faculdade jurídica de protestar e de reclamar contra eventuais erros ou defeitos cometidos ao longo do julgamento ou da elaboração dos questionários. O silêncio das partes, durante o julgamento, apenas não sanará as irregularidades eventualmente registradas naqueles casos em que estas, por sua extrema gravidade, venham a induzir os jurados a equívoco ou a perplexidade sobre os fatos sujeitos à sua deliberação” (grifei). Vide, ainda, RHC nº 99.7897/RJ, Primeira Turma, de minha relatoria , DJe 22/11/10 e RHC nº 116.702/PE, Primeira Turma, Relatora a Ministra Rosa Weber, DJe de 13/12/13. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039309. Supremo Tribunal Federal HC 127428 / BA - Os quesitos devem ser impugnados pelas partes depois de sua leitura e explicação pelo Juiz. Esse é o momento procedimental adequado para o Ministério Público e o réu reclamarem, sob pena de preclusão, quanto a eventual irregularidade na formulação dos quesitos (CPP, art. 479). - As reclamações das partes devem constar da ata de julgamento, cujo conteúdo é a expressão fiel de todas as ocorrências verificadas em plenário do Júri. Essa ata vale pelo que nela se contém. Se dela não constam protestos ou reclamações deduzidas pelas partes a respeito de pontos impugnados, torna-se inviável invalidar o julgamento . A mera alegação discordante da parte não se revela suficiente para descaracterizar o teor de veracidade que a ata de julgamento, enquanto registro processual, reflete. - A ausência de reclamação ou de protesto da parte reveste-se de aptidão para gerar a preclusão de sua faculdade jurídica de argüir, no procedimento penal do Júri, qualquer nulidade porventura ocorrida. A inexistência de reclamação ou de protesto assume, nesse contexto, irrecusável efeito preclusivo. - Protestos das partes, inclusive da Defesa, não se presumem. Hão de ser especificamente lavrados, sob pena de a inércia de qualquer dos sujeitos da relação processual penal traduzir a consumação da preclusão da faculdade jurídica de protestar e de reclamar contra eventuais erros ou defeitos cometidos ao longo do julgamento ou da elaboração dos questionários. O silêncio das partes, durante o julgamento, apenas não sanará as irregularidades eventualmente registradas naqueles casos em que estas, por sua extrema gravidade, venham a induzir os jurados a equívoco ou a perplexidade sobre os fatos sujeitos à sua deliberação” (grifei). Vide, ainda, RHC nº 99.7897/RJ, Primeira Turma, de minha relatoria , DJe 22/11/10 e RHC nº 116.702/PE, Primeira Turma, Relatora a Ministra Rosa Weber, DJe de 13/12/13. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10039309. Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 18 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI HC 127428 / BA Nesse diapasão, operou-se a preclusão da faculdade de o Ministério Público Federal impugnar, por apelação ou recurso especial, a quesitação feita. Nem se argumente que se trataria de nulidade absoluta, por ausência de submissão aos jurados de quesito obrigatório. O acórdão ora hostilizado, ao determinar que o paciente fosse submetido a novo julgamento pelo Júri, partiu da premissa de que “(...) os quesitos referentes ao excesso doloso e culposo são devidos não só quando se

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