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RESUMO Um trocador de calor é um dispositivo que realiza a transferência de calor de um meio para outro, podendo ser fluido ou solido. A troca de calor acontece normalmente devido a diferença de temperatura dos meios, pode ser feita pela passagem de um fluido dentro do outro, a exemplo de um trocador casco tubo, onde existe uma tubulação interna a outra e o calor e transferido por uma parede entre os fluidos. Este processo normalmente e utilizado para o aquecimento e resfriamento, simultâneo, dos meios. A prática tem o objetivo de calcular a taxa de transferência de calor, além do visualizar funcionamento de trocador de calor tubo casco. Os métodos aplicados foram de coleta das temperaturas na entrada e na saída do sistema, para determinação da vazão foram feitas pesagens de água em intervalos cronometrados. O trocador de calor se mostrou eficiente, obtendo um aumento de 15 °C por metro de tubulação (diminuindo com o aumento da vazão de água), quando levado em consideração a espessura da tubulação o coeficiente de troca térmica diminuiu, e a vazão como esperado tem dependência diretamente proporcional com o coeficiente de troca térmica. SUMÁRIO RESUMO............................................................................................................. i LISTA DE FIGURAS ........................................................................................... ii LISTA DE TABELAS .......................................................................................... iii NOMENCLATURA ............................................................................................. iv 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 3 2.1. TROCADOR BITUBULAR ..................................................................... 3 2.2. TROCADOR MULTITUBULAR ............................................................. 4 3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 9 3.1. MATERIAIS ........................................................................................... 9 3.2. MÉTODOS .......................................................................................... 10 4. RESULTADOS E DISCUSÕES ................................................................. 12 4.1. COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR TEÓRICO .......... 16 4.2. COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR EXPERIMENTAL 17 4.3. COEFICIENTE GLOBAL DE TROCA TÉRMICA TEÓRICO ............... 18 4.4. COEFICIENTE GLOBAL DE TROCA TÉRMICA EXPERIMENTAL .... 19 4.5. DESVIOS ............................................................................................ 19 4.6. EFETIVIDADE DA CONVECÇÃO ....................................................... 21 4.7. ESTADO DO FLUIDO QUENTE ......................................................... 22 5. CONCLUSÃO ............................................................................................ 23 6. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 24 ii LISTA DE FIGURAS Figura 1. Trocador de calor bitubular. (a) Corrente paralela (b) Correntes opostas. (Adaptado: BEJAN, 1996) .................................................................... 4 Figura 2. Representação gráfica de um trocador de calor multitubular. ............. 5 Figura 3. Representação do módulo de trocador de calor bitubular. ................ 10 Figura 4. Módulo experimental para a determinação do coeficiente de transferência de calor. ...................................................................................... 11 iii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Características dos trocadores de calor (paralelos) empregados ...... 9 Tabela 2: Dados experimentais. ....................................................................... 12 Tabela 3: Médias da massa e tempo, e vazão mássica de água. .................... 13 Tabela 4: Propriedades da água e vapor. ........................................................ 13 Tabela 5: Temperatura média logarítmica. ....................................................... 14 Tabela 6: Área total de troca térmica. .............................................................. 15 Tabela 7: Taxa de calor transferido entre os fluidos. ........................................ 15 Tabela 8: Vazão mássica do escoamento de vapor. ........................................ 15 Tabela 9: Número de Reynolds para os escoamentos de água e vapor. ......... 16 Tabela 10: Número de Nusselt para os escoamentos de água e vapor. .......... 17 Tabela 11: Coeficiente de transferência de calor teórico para água e vapor. .. 17 Tabela 12: Coeficiente de transferência de calor experimental para água e vapor. ............................................................................................................... 18 Tabela 13: Coeficiente global de troca térmica teórico. .................................... 18 Tabela 14: Coeficiente global de troca térmica experimental. .......................... 19 Tabela 15: Desvios do coeficiente de transferência de calor desprezando a espessura. ........................................................................................................ 20 Tabela 16: Desvios do coeficiente de transferência de calor considerando a espessura. ........................................................................................................ 20 Tabela 17: Desvios do coeficiente global de troca térmica. ............................. 20 iv NOMENCLATURA Simbolo Descrição/Unidade Letras latinas M Massa (g) V Volume (L) Q Vazão volumétrica (L.min-1) L Comprimento do tubo (m) A Área (m²) Re Número de Renolds H Altura (cm) T Temperatura (ºC) t Tempo (s) ̅ Massa média (g) ̅ Tempo médio (s) ̇ Taxa de aquecimento (ºC.min -1) Variação de temperatura (°C) Pr Número de Prandtl v Velocidade (m.s-1) cp Capacidade calorifica (J.kg -1.°C-1) Desvio padrão Nu Pe D k U Qt Número de Nusselt Número de Peclet Diâmetro do tubo (m) Condutividade térmica do liquido (W.m-1.°C-1) Coeficiente global de troca térmica (W.m-2.°C-1) Fluxo de calor total (W) Letras gregas Densidade do fluido (kg/m3) Viscosidade (kg.m-1.s-1) 1 1. INTRODUÇÃO O calor é a nomenclatura atribuída à energia sendo transferida de um sistema a outro exclusivamente em virtude da diferença de temperaturas entre eles (VEIT et. al., 2010). As indústrias de processos químicos utilizam em grande medidas a transferência de energia em forma de calor (FOUST et. al., 1982). São três os mecanismos para a transferência de calor: Sem contato físico – a transferência de calor ocorre por emissão e absorção de energia, que depende das ondas eletromagnéticas como meio de transferir energia térmica de uma fonte quente para um sorvedouro a baixa temperatura. Esse processo é chamado de radiação (FOUST et. al., 1982). Molecular – a transferência de calor pela ação das moléculas, chamada de condução (FOUST et. al., 1982). Turbulento – a transferência de calor por um processo de misturação, chamado usualmente de convecção (FOUST et. al., 1982). Tais conceitos são de fundamental importância para a Engenharia no que remete a desenvolvimento de projetos envolvendo troca térmica. A transferência de calor pode ser feita a partirde dispositivos conhecidos como trocadores de calor. Os trocadores de calor utilizados pelos engenheiros químicos não podem ser caracterizados por um único modelo e na realidade, a variedade deste equipamento é infinita. Entretanto, a característica comum a maior parte dos trocadores de calor é a transferência de calor de uma fase quente para uma fase fria com as duas fases separadas por uma fronteira (FOUST et. al., 1982). Portanto, trocadores de calor podem ser utilizados no aquecimento e resfriamento de ambientes, no condicionamento de ar, em equipamentos de grande porte nas indústrias químicas e siderúrgicas, na produção de energia e na recuperação de calor (MACINTYRE, 1987). O objetivo deste relatório é conhecer e compreender o funcionamento dos trocadores de calor bitubulares, assim como determinar os valores dos coeficientes de transferência de calor em dois trocadores de diâmetros 2 diferentes, operando com água e vapor. E, posteriormente, comparar os valores obtidos com os preditos por equações disponíveis na literatura. 3 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Um trocador de calor é um equipamento onde ocorre uma troca térmica entre dois fluidos em diferentes temperaturas (VEIT et. al., 2010). Os trocadores de calor podem ser classificados quanto à forma através da qual se dá a troca de calor e o tipo de construção (INCROPERA e DEWITT, 2003). No processo de escolha de um trocador de calor deve-se levar em considerações diversas variáveis, como a natureza e as características dos fluidos, temperatura e pressão sob as quais o trocador irá trabalhar, velocidade do escoamento e perda de carga admissível, variáveis que são, na maioria das vezes, interdependentes entre si (VEIT et. al., 2010). Devido à sua versatilidade, os trocadores multitubulares e bitubulares são bastante usados na maior parte das indústrias, por apresentar uma superfície de troca térmica relativamente grande e barata (MACINTYRE, 1987). 2.1. TROCADOR BITUBULAR O tipo mais simples de trocador de calor é o bitubular. Em essência, este é constituído por dois tubos concêntricos com um dos fluidos escoando pelo tubo central enquanto o outro flui em corrente paralela, ou em contracorrente, no espaço anular (FOUST et. al., 1982). A Figura 1 representa esquematicamente trocador de calor bitubular. Nos casos onde as correntes são paralelas, as duas seções de entrada estão posicionadas no mesmo lado do trocador de calor (a diferença entre as temperaturas dos fluidos é máxima neste local). No arranjo com correntes contrárias, as diferenças locais entre as temperaturas dos escoamentos estão bem distribuídas ao longo do trocador de calor (BEJAN, 1996). 4 Figura 1. Trocador de calor bitubular. (a) Corrente paralela (b) Correntes opostas. (Adaptado: BEJAN, 1996) O trocador bitubular não tem seu uso restrito à troca térmica entre dois líquidos, mas pode também ser usado na troca gás - líquido e na troca de calor entre dois gases. Os materiais de construção são diversos, dependo dos fluidos do processo. Qualquer dos dois fluidos pode escoar no espaço anular, ou no interior do tubo central, em velocidades relativamente elevadas, o que contribui para melhorar o processo de transferência de calor (FOUST et. al., 1982). 2.2. TROCADOR MULTITUBULAR São formados por um feixe de tubos paralelos contidos em um vaso cilíndrico denominado de casco. Um dos fluidos (fluido dos tubos) escoa pelo interior dos tubos, enquanto que o outro (fluido do casco) escoa por fora dos tubos e dentro do casco (FOUST et. al., 1982). Defletores (ou chicanas) são normalmente utilizados para aumentar o coeficiente de película do fluido do casco pelo aumento da turbulência e da velocidade de escoamento deste fluido. A principal desvantagem destes trocadores é a área necessária para instalação, obrigando que o projetista faça vários passes internos dos fluidos, 5 dificultando a sua fabricação e manutenção. Se um dos fluidos do trocador condensa ou evapora, o trocador é também denominado condensador ou evaporador, respectivamente. Para facilitar a limpeza do equipamento, é possível projetar o trocador com feixe removível. Figura 2. Representação gráfica de um trocador de calor multitubular. Para se dimensionar os trocadores deve-se encontrar a área necessária para haver a transferência de energia, neste caso, o calor. Assim, é fundamental conhecer o valor do coeficiente global de transferência de calor, que pode ser determinado através de equações semi-empíricas encontradas na literatura ou por meio de experimentos (PERRY E GREEN, 1984). Avaliando os ensaios realizados sobre o aquecimento e resfriamento de diversos fluidos em escoamento laminar, SIEDER e TATE apud KERN (1987) correlacionaram os dados na forma da Equação (01). ( ) ⁄ ( ) (Equação 01) Na qual o índice w representa uma propriedade avaliada na temperatura da parede e os números adimensionais NuD e PeD são denominados Número de Nusselt e Número de Peclet, respectivamente, sendo calculados por meio das Equações (02) e (03) (VEIT et. al., 2010). (Equação 02) 6 (Equação 03) Segundo INCROPERA e DEWITT, 2003, para regimes turbulentos em que o fluido esteja sendo aquecido, a equação de Dittus-Boelter (Equação 04) é aplicável. Sendo válida para as seguintes faixas de valores: 0,6 ≤ Pr ≤ 160; L/D ≥10 ; ReD ≥ 10 4 (VEIT et. al., 2010). ⁄ (Equação 04) Os grupos adimensionais Número de Reynolds (ReD) e o Número de Prandtl (Pr) são definidos pelas Equações (05) e (06) (VEIT et. al., 2010). (Equação 05) (Equação 06) Sendo a velocidade calculada por meio da Equação (07). ̇ (Equação 08) Na qual A é a área da seção transversal dada pela Equação (08). (Equação 09) Sendo D, o diâmetro da tubulação. Substituindo, as Equações (08) e (09) na Equação (05), obtêm-se a Equação (10). ̇ (Equação 10) Sendo todas as propriedades avaliadas na temperatura do fluido (Tmédia). A Equação (04) é recomendada para pequenas diferenças de temperatura. Porém, se o fluxo em questão se caracterizar por uma grande variação na temperatura, o que afetaria também as propriedades do fluido, é recomendado usar a equação (11), atribuída novamente à SIEDER e TATE apud KERN (1987). 7 ⁄ ⁄ ( ) (Equação 11) Que, semelhante à equação (04) possui a seguinte faixa de validade: 0,7 ≤ Pr ≤ 16700, L/D ≥10 ; ReD ≥ 10 4. Considerando-se um trocador bitubular, no qual há um fluido escoando dentro de um cilindro (o tubo interno, de diâmetro Di) e outro num ânulo concêntrico (espaço entre o tubo interno e o tubo externo, de diâmetro De), o coeficiente global de troca térmica pode ser obtido pela Equação (12) (VEIT et. al., 2010). (Equação 12) Devido à espessura da parede do tubo interno ser pequena (Di De) é possível simplificar a equação (12): (Equação 13) Em cálculos experimentais, a troca total de calor num processo, dada em termos do coeficiente global de transferência de calor, é expressa pela Equação (14) (VEIT et. al., 2010). (Equação 14) Na qual é a área de troca térmica eé média logarítmica da média das temperaturas. A equação (15) apresenta um caso específico quando há um trocador bitubular em contra corrente (VEIT et. al., 2010). (Equação 15) Em que = , diferença de temperatura entre o fluido quente e o frio. A Equação (16) relaciona a quantidade total de calor trocada com as propriedades do fluido (VEIT et. al., 2010). 8 ̇ ̇ (Equação 16) Considerando-se o sistema como isolado, todo o calor cedido pelo fluido quente é recebido pelo fluido frio (Equação 17) (VEIT et. al., 2010). (Equação 17) Esta equação permite calcular, usando-se as variáveis conhecidas do líquido (vazão mássica, calor específico e diferença de temperaturas), os valores tanto de ̇ quanto de ̇ (necessário para se obter o valor de Reynolds para o vapor). Usando se as Equações (14), (15), (16) e (17), além do conhecimento das dimensões do trocador é possível calcular o valor experimental de U (VEIT et. al., 2010). 9 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. MATERIAIS Os materiais utilizados na realização do experimento estão apresentados a seguir: Módulo de Trocadores de Calor bitubulares (Figuras 03 e 04 e Tabela 1); Cronômetro; Termômetros analógicos; Balança digital; Balde. O vapor aquecido utilizado no experimento foi obtido de uma caldeira elétrica instalada ao lado do prédio onde está instalado o módulo experimental. Tabela 1: Características dos trocadores de calor (paralelos) empregados Características Trocador “A” Trocador “B” Tubo Interno Material Cobre BWG 16 16 Diâmetro interno (m) 0,020 0,014 Diâmetro externo (m) 0,022 0,015 Comprimento de Teste (m) 1,000 1,000 Tubo Externo Material Aço doce 0,0508 1,000 Diâmetro nominal (in) Comprimento (m) FONTE: (VEIT et. al., 2010). 10 3.2. MÉTODOS Utilizando-se o módulo experimental apresentado na Figura 4, e conhecendo-se as devidas válvulas presentes no módulo abriu-se a totalmente a válvula que alimenta a água para o reservatório (V1), bem como a válvula do reciclo (V2). Logo, acionou-se a bomba, tomando-se cuidado de observar se as válvulas de controle da água que alimentam os tubos (V3) estivessem totalmente abertas. Abriram-se as válvulas de saída (V4) da água ajustando a vazão desejada. Após isso, abriram-se as válvulas de vapor d’água (V5). Determinou-se a vazão volumétrica da água utilizando o cronômetro e o balde, tomaram-se três medidas. Aguardou-se até que o sistema entra-se em regime permanente e mediram-se as temperaturas de entrada (T1A e T1V) e saída (T2A e T2V) tanto da água líquida quanto do vapor d’água, bem como a pressão da linha de vapor. Logo após, controlou-se a vazão volumétrica de água de modo que a temperatura de saída da água líquida não ultrapassasse 70 °C. Tomaram-se nota dos dados obtidos e repetiu-se o processo para 3 vazões diferentes para cada trocador de calor. FONTE: (VEIT et. al., 2010). Figura 3. Representação do módulo de trocador de calor bitubular. 11 FONTE: (VEIT et. al., 2010). Figura 4. Módulo experimental para a determinação do coeficiente de transferência de calor. 12 4. RESULTADOS E DISCUSÕES A Tabela 2 apresenta os dados experimentais obtidos a partir do desenvolvimento da prática, sendo que a massa de água apresentada teve a massa do balde, 404 g, subtraída, e as temperaturas de entrada e saída do vapor determinadas pelos termômetros (T), Te e Ts respectivamente, corrigidas de acordo com as Equações (18) e (19). (Equação 18) (Equação 19) Tabela 2: Dados experimentais. Vazão Ponto Tempo (s) Massa (kg) Te (ºC) Ts (ºC) te (ºC) ts (ºC) 1 1 25,4 3,716 114 113 24,5 42 2 25,2 3,680 3 25,3 3,676 2 1 10,9 3,274 113 112 23 38,5 2 11,5 3,414 3 11,1 3,312 3 1 5,4 3,510 112 111 22,5 34,5 2 5,2 3,316 3 5,5 3,492 A Tabela (2) apresenta uma média da triplicata realizada para a medida de massa de água e do tempo, apresentados pela Tabela (1), juntamente com o seu desvio padrão, e a vazão mássica obtida pela Equação (20). O cálculo para o desvio padrão do tempo e da massa são realizados pela Equação (21): ̇ ̅ ̅ (Equação 20) ∑ √ (Equação 21) Onde x é a medida a ser avaliada (tempo e massa) e N o número de coletas. 13 Tabela 3: Médias da massa e tempo, e vazão mássica de água. ̅ (s) ̅ (kg) ̇ (kg.s -1) 25,3 ± 0,1 3,68 ± 0,022 0,145 11,1 ± 0,31 3,676 ± 0,072 0,331 5,4 ± 0,15 3,414 ± 0,107 0,632 A vazão mássica apresenta erros inerentes à medida, devido ao observador e aos instrumentos de medida, e ao módulo, que apresentava vazamento de água. Utilizou-se ainda uma média das temperaturas de entrada e saída da água e do vapor, para avaliar as propriedades de cada fluido, como viscosidade (N.s.m-2), condutividade térmica (W.m-1.K-1), calor específico (kJ.kg-1.K-1), densidade (kg.m-3) e o número de Prandtl, sendo estas obtidas em Incropera et al. (2008), e apresentadas na Tabela 4. A condutividade térmica do cobre, considerado como puro, foi obtido ainda em Incropera et al. (2008) em função da temperatura de superfície, sendo para tal realizada uma média entre as médias das temperaturas dos fluidos, água e vapor, para cada diferente vazão. Tabela 4: Propriedades da água e vapor. Fluido/Sólido ̅ (K) µ (N.s.m-2) k (W.m-1.K- 1) Cp (kJ.kg - 1.K-1) Água 306,4 7,506.10-4 6,224.10-1 4,178 5,047 303,9 7,906.10-4 6,187.10-1 4,178 5,35 301,65 8,266.10-4 6,153.10-1 4,179 5,622 Vapor 386,65 1,256.10-5 2,597.10-2 2.088 1,007 385,65 1,252.10-5 2,587.10-2 2.083 1,005 384,65 1,248.10-5 2,577.10-2 2,078 1,003 Cobre Puro 364,275 - 397,278 - - 363,15 - 397,418 - - 362,275 - 397,548 - - 14 Os termômetros analógicos que foram empregados na medida das temperaturas apresentavam imprecisão, pois o principio de funcionamento destes, por dilatação térmica dos metais constituintes, faz com que a medida seja imprecisa e responda lentamente a mudança de temperatura. Sabendo que as temperaturas são influenciadas por erros instrumentais e observacionais, logo, as constantes apresentadas na Tabela 4 possuem certa discrepância. A temperatura média logarítmica (ΔTml) foi obtida pela Equação (15) e os dados da temperatura apresentados na Tabela 1 em Kelvin. Os resultados para cada vazão são apresentados na Tabela 5. Tabela 5: Temperatura média logarítmica. Vazão ΔTml (K) 1 79,966 2 81,535 3 82,878 Para o cálculo da área de troca térmica foram realizadas duas considerações, quando a espessura do tubo que a água escoava não é significante, de modo a não influenciar nos cálculos de troca térmica, utilizando assim um raio único (Di) para o cálculo da área, e quando esta espessura é significante sendo necessário empregar os diâmetros interno (Di) e externo (De) para o calcula da área. As Equações (22) e (23) permitem realizar o cálculos das áreas de troca térmica na tubulação que a água e o vapor escoavam, respectivamente. A Tabela 6 apresenta os diâmetros utilizados, de acordo com a consideração realizada, e a área de cada tubulação. A Equação (24) permite determinar o diâmetro hidráulico considerávelapenas no escoamento do vapor. A= π.D.L (Equação 22) A= π.DH.L (Equação 23) DH=De-Di (Equação 24) 15 Tabela 6: Área total de troca térmica. Fluido Consideração Di (m) De (m) DH (m) A (m²) Água Considerando espessura 0,02 0,022 - 0,0628 Desprezando espessura 0,02 - - 0,0628 Vapor Considerando espessura 0,022 0,0508 0,0288 0,0905 Desprezando espessura 0,02 0,0508 0,0298 0,0968 Para que fosse possível determinar a vazão mássica em que o vapor escoava, incialmente determinou-se a taxa de calor transferida entre os fluidos, apresentadas na Tabela 7, utilizando a Equação (16), utilizando do dados apresentados nas Tabelas 2, 3 e 4. Tabela 7: Taxa de calor transferido entre os fluidos. Vazão (W) 1 10634,909 2 21446,314 3 31704,680 Como esperado, a quantidade de calor trocado é proporcional ao aumento da vazão de água, uma vez que uma maior massa de água passará pela área de troca térmica. Desta forma, utilizando a Equação (17), isolando a variável desejada, neste caso a vazão mássica do vapor , e os dados apresentados nas Tabelas 2, 3, 4 e 5, obteve-se os resultados apresentados na Tabela 8. Tabela 8: Vazão mássica do escoamento de vapor. Vazão ̇ (kg.s -1) 1 5,093 2 10,296 3 15,257 16 É importante observar que durante a realização da prática a vazão de vapor, teoricamente, não foi alterada, porém os valores apresentados na Tabela 8 não condizem com tal observação, assim, atribuísse essa variação aos erros experimentais e problemas apresentados pelo módulo. 4.1. COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR TEÓRICO Determinar o número de Reynolds para cada consideração de espessura realizada e em cada uma das vazões e fluidos foi possível aplicando a Equação (10) e os dados presentes nas Tabelas 3, 4, 6 e 8, apresentando os valores obtidos na Tabela 5. Importante lembrar que o cálculo do número de Reynolds aplicou o diâmetro da tubulação por onde cada fluido escoava de acordo com a consideração realizada, sendo o diâmetro interno para o escoamento da água e o diâmetro hidráulico para o do vapor. Tabela 9: Número de Reynolds para os escoamentos de água e vapor. Considerando Espessura Desprezando Espessura Vazão Reynolds Água Reynolds Vapor Reynolds Vapor Reynolds Vapor 1 12336,696 17927976,69 12336,696 16763822,36 2 26667,103 36356049,81 26667,103 33995267,36 3 48691,649 54048155,38 48691,649 50538534,90 Mesmo sabendo que o número de Reynolds obtido é influenciado por erros experimentais, é possível considerar para todas as vazões um escoamento turbulento, o qual atende aos critérios de aplicação da Equação (4), que foi empregada para obter-se o número de Nusselt, utilizando o n igual a 0,4 para água que esta sendo aquecida e n igual a 0,3 para o vapor que esta sendo resfriado. Aplicou-se ainda os dados apresentados nas Tabelas 4 e 9 obteve-se e a consideração de espessura, determinando os valores presentes na Tabela 10. 17 Determinado o número de Nusselt, empregou-se a Equação (2) para determinar o coeficiente de transferência de calor teórico da água (hi) e do vapor (he), utilizando ainda os dados apresentados na Tabela 4 e 6 e a consideração de espessura. Os resultados são apresentados na Tabela 11. Tabela 10: Número de Nusselt para os escoamentos de água e vapor. Considerando Espessura Desprezando Espessura Vazão Nusselt Água Nusselt Vapor Nusselt Água Nusselt Vapor 1 82,395 14637,324 82,395 13871,873 2 156,261 25753,663 156,261 24406,889 3 258,017 35346,207 258,017 33497,796 Tabela 11: Coeficiente de transferência de calor teórico para água e vapor. Considerando Espessura Desprezando Espessura Vazão hi (W.m -2.K-1) he (W.m -2.K-1) hi (W.m -2.K-1) he (W.m -2.K-1) 1 2564,129 13199,004 2564,129 11696,511 2 4833,928 23133,585 4833,928 20500,202 3 7937,883 31627,492 7937,883 28027,214 4.2. COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR EXPERIMENTAL A Equação (25) permite determinar o coeficiente de transferência de calor experimental para ambos os escoamentos, onde a área irá variar de acordo com a consideração de espessura. Aplicou-se os dados presentes nas Tabelas 5, 6 e 7 e a consideração de espessura para obter-se os resultados apresentados na Tabela 12. (Equação 25) 18 Tabela 12: Coeficiente de transferência de calor experimental para água e vapor. Considerando Espessura Desprezando Espessura Vazão hi (W.m -2.K-1) he (W.m -2.K-1) hi (W.m -2.K-1) he (W.m -2.K-1) 1 2116,635 1469,885 2116,635 1374,438 2 4186,273 2907,134 4186,273 2718,359 3 6088,388 4228,047 6088,388 3953,498 4.3. COEFICIENTE GLOBAL DE TROCA TÉRMICA TEÓRICO Para determinar o coeficiente global de troca térmica teórico aplicou-se as Equações (12) e (13), as quais determinam os coeficientes quando considerado ou desprezado a espessura, respectivamente. Sabendo que De e Di são os diâmetros externo e interno da tubulação por onde a água escoava e que serão empregados no cálculo de Ae e Ai, respectivamente, e a AT utilizou um diâmetro médio igual a 0,021 m, obteve-se todas as áreas pela Equação (22). Foram aplicadas as áreas calculadas e os dados apresentados nas Tabelas 4, 5 , 6 e 12, para determinar os coeficientes globais de troca térmica dispostos na Tabela 13. Tabela 13: Coeficiente global de troca térmica teórico. Desprezando Espessura Considerando a Espessura Vazão U (W.m-2.K-1) U (W.m-2.K-1) 1 2103,087 2064,689 2 3911,581 3831,489 3 6185,907 6061,514 19 4.4. COEFICIENTE GLOBAL DE TROCA TÉRMICA EXPERIMENTAL A Equação (14) possibilitou determinar o coeficiente global de troca térmica experimental, utilizando dos dados encontrados nas Tabelas 5 e 7 e a AT calculada pela Equação (22) utilizando um diâmetro de 0,02 e um diâmetro médio de 0,021, quando foi desprezada e considerada a espessura, respectivamente. A Tabela 14 apresenta os valores do coeficiente global de troca térmica experimentais considerando e desconsiderando a espessura. Tabela 14: Coeficiente global de troca térmica experimental. Desprezando Espessura Considerando Espessura Vazão U (W.m-2.K-1) U (W.m-2.K-1) 1 2116,635 2015,842 2 4186,273 3986,926 3 6088,388 5798,464 Sendo que uma maior vazão de água propicia uma quantidade de calor trocado superior, logo, como apresenta a Tabela 14, o coeficiente global de troca térmica também crescerá à medida que aumenta-se a vazão de água. 4.5. DESVIOS A Equação (26) permite determinar o desvio relativo entre os valores teóricos e experimentais obtidos para o coeficiente de transferência de calor e coeficiente global de troca térmica de acordo com a consideração de espessura realizada. A Tabela 17 apresentam os coeficientes globais de troca térmica para as duas considerações de espessura além do respectivo erro relativo, a Tabela 15 e 16 os coeficientes de transferência de calor desprezando e considerando a espessura, respectivamente, além dos erros relativos associados. 20 | | (Equação 26) Tabela 15: Desvios do coeficiente de transferência de calor desprezando a espessura. Vazão hi (W.m -2.K-1) he (W.m -2.K-1) Experimental Teórico Erro (%) Experimental Teórico Erro (%) 1 2116,635 2564,129 17,452 1374,438 11696,511 88,2492 4186,273 4833,928 13,398 2718,359 20500,202 86,740 3 6088,388 7937,883 23,299 3953,498 28027,214 85,894 Tabela 16: Desvios do coeficiente de transferência de calor considerando a espessura. Vazão hi (W.m -2.K-1) he (W.m -2.K-1) Experimental Teórico Erro (%) Experimental Teórico Erro (%) 1 2116,635 2564,129 17,452 1469,885 13199,004 88,864 2 4186,273 4833,928 13,398 2907,134 23133,585 87,433 3 6088,388 7937,883 23,300 4228,047 31627,492 86,632 Tabela 17: Desvios do coeficiente global de troca térmica. Desprezando Espessura Considerando a Espessura Vazão U (W.m-2.K-1) U (W.m-2.K-1) Experimental Teórico Erro (%) Experimental Teórico Erro (%) 1 2116,635 2103,087 0,644 2015,842 2064,689 2,366 2 4186,273 3911,581 7,023 3986,926 3831,489 4,057 3 6088,388 6185,909 1,576 5798,464 6061,514 4,340 Os desvios apresentados nas Tabelas 16 e 17 para os coeficientes de transferência de calor na tubulação interna e externa são devidos aos erros inerentes ao observador, ao módulo que apresentava-se com vazamentos e imprecisão na medida de temperatura, e ao métodos utilizado para determinar 21 a vazão de vapor, que mostrou variação com a mudança de vazão de água, sendo que teoricamente não se alterou a vazão de vapor durante a prática. Como esperado o coeficiente global de troca térmica foi menor quando considerada a espessura, pois deste modo existe uma resistência adicional (resistência a condução térmica) e esta é inversamente proporcional ao coeficiente global de troca térmica. Os desvios apresentados à determinação do coeficiente global de troca térmica são devidos aos erros inerentes à prática, observacionais e ineficiência do módulo. A determinação do coeficiente global de troca térmica considerando a espessura da tubulação por onde a água escoava mostrou, de modo geral, maiores erros, isso pode ser devido as considerações de temperatura para obter o coeficiente de condução térmica do cobre, onde ainda o mesmo não se apresentava puro, e o uso da média do diâmetro para o cálculo da área total de troca térmica. 4.6. EFETIVIDADE DA CONVECÇÃO Para avaliar a convecção de dois meio é necessário saber que os coeficiente de transferência de calor são influenciados por vários parâmetros, como a densidade, viscosidade, calor específico e condutividade térmica dos fluidos, a água e o vapor em questão, e a geometria pela qual o fluido escoa. Os resultados teóricos mostram que o esperado ocorreria, uma vez que o coeficiente de transferência de calor teórico do escoamento do vapor era maior do que o para o escoamento da água, sendo que o objetivo era aquece- la, porém os resultados experimentais para o mesmo coeficiente mostraram-se contrários ao esperando, sendo o coeficiente do escoamento do vapor inferior ao da água. O desvio do esperado para os resultados experimentais são apresentados quantitativamente na forma de desvio relativo, presentes nas Tabelas 15 e 16, e são devidos aos erros experimentais e observacionais, como a medição de temperatura pelo termômetro analógico, que se mostrava ineficiente e imprecisa. 22 4.7. ESTADO DO FLUIDO QUENTE De acordo com a propriedade termodinâmicas da água apresentadas por Incropera et al. (2008) caracteriza-se o fluido quente como vapor superaquecido, uma vez que a faixa de temperatura e a pressão experimentadas pelo fluido são de 114-111ºC e 1,9 kgf/cm² respectivamente. O vapor superaquecido é comumente aplicado na indústria por apresentar umidade igual a zero, diminuindo o acumulo de água liquida nas tubulações e a ocorrência de corrosão, e carregar alta quantidade de energia, muito eficiente quando aplicado aos trocadores de calor para aquecer outros fluidos. 23 5. CONCLUSÃO Os trocadores de calor bitubulares apresentam uma opção eficiente as indústrias que precisam aquecer fluidos. O trocador utilizado na pratica mostrou-se com dificuldades na coleta de dados, porém a troca térmica se deu de maneira eficiente, aumentando a temperatura da água aproximadamente 15 ºC por metro de tubulação, sendo que esta temperatura diminui com o aumento da vazão. O coeficiente de transferência de calor experimental do escoamento da água apresentou baixo desvio em relação ao teórico, por outro lado para o escoamento do vapor o desvio foi alto, sendo este justificável pela imprecisão dos parâmetros utilizados, como a temperatura que era medida por termômetros analógicos, e a vazão do vapor que não foi determinada experimentalmente, mas sim por balanços de energia que mostrou resultados incoerentes. O coeficiente global de transferência térmica diminuiu quando a espessura da tubulação de água foi considerada, devido ao aumento da resistência equivalente de troca de calor. A vazão se mostrou diretamente proporcional aos coeficientes de transferência de calor e global de troca de calor, e a quantidade de calor transferido entre os fluidos, o que é esperando, uma vez que a quantidade de água que entra em contato com a superfície de troca térmica varia à medida que a vazão varia. 24 6. REFERÊNCIAS BEJAN, A. Transferência de calor. Editora Edgard Blϋcher LTDA. São Paulo 1996. FOUST, A. S., WENZEL, L. A., CLUMP, C. W., MAUS, L., ANDERSEN, B.L. Princípios das Operações Unitárias. 2ªEd. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 1982, Rio de Janeiro, RJ. INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P. Fundamentos de Transferência de Calor e Massa. 5a Ed., Editora LTC – Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro-RJ, 2003. INCROPERA, P. F.; DEWITT, P.D.; BERGMAN, T. L.; LAVINE, A. S. Fundamentos de transferência de calor e de massa. LTC, 6ª ed., Rio de Janeiro, 2008. KERN, D. Q., “Processos de Transmissão de Calor”. Editora Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro - RJ., 1987. MACINTYRE A. J., Bombas e Instalações de Bombeamento, Guanabara 2ªEd. 1987. VEIT, M. T., POTRICH, L., BASSI, A. Apostila dos roteiros da disciplina de laboratório de Engenharia Química I. UNIOESTE – Toledo – PR-2010. PERRY, R. H. & GREEN, D. Perry’s Chemical Engineers’ Handbook. 6th Edition. New York: McGraw Hill, 1999.
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