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RESUMO O experimento consiste na determinação do coeficiente de transferência de calor por convecção, que e vastamente utilizado para o dimensionamento de maquinas térmicas. As aletas são trocadores de calor muito utilizados nas indústria, pois aumentam a superfície de contato e assim aumentam a dissipação de calor. A condutividade térmica é uma função da temperatura, superfície de contato e do material utilizado. Nesta prática que procura definir os perfis de temperatura em um regime permanente, foi realizada medidas em 3 barras diferentes, estas acopladas em uma caixa de vapor superaquecido de água, que aquecia as aletas. Foram coletados dados experimentais para determinação do coeficiente de transferência de calor do aço inoxidável e do alumínio. A formulação que teve melhores resultados foi a A, se aproximando das condições praticas devido ás condições de contorno. A dissipação de calor apresentou certa divergência, mas mesmo assim, o alumínio apresentou maior troca térmica, devido ao coeficiente de transferência, e pode-se observar através dos cálculos a influencia da área na troca de calor. SUMÁRIO RESUMO............................................................................................................. i LISTA DE FIGURAS ........................................................................................... ii LISTA DE TABELAS .......................................................................................... iii NOMENCLATURA ............................................................................................. iv 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 3 2.1. CONDUÇÃO ......................................................................................... 3 2.2. CONVECÇÃO ....................................................................................... 3 2.3. RADIAÇÃO ........................................................................................... 4 2.4. SUPERFÍCIES ESTENDIDAS .............................................................. 5 2.5. MODELAGEM MATEMÁTICA DO PROBLEMA ................................... 7 2.6. AVALIAÇÃO DOS MODELOS MATEMÁTICOS ................................... 9 2.7. EQUAÇÕES EMPÍRICAS ................................................................... 10 3. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 12 3.1. MATERIAIS ......................................................................................... 12 3.2. MÉTODOS .......................................................................................... 12 4. RESULTADOS E DISCUSÕES ................................................................. 14 4.1. COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR EXPERIMENTAL 17 4.1.1. Formulação A ............................................................................... 17 4.1.2. Formulação B ............................................................................... 20 4.2. COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR TEÓRICO .......... 21 4.3. CALOR DISSIPADO ........................................................................... 22 5. CONCLUSÃO ............................................................................................ 26 6. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 27 ii LISTA DE FIGURAS Figura 1. Uso de aletas para aumentar a transferência de calor em uma parede plana. ................................................................................................................. 6 Figura 2: Esquema de uma aleta em forma de pino circular. ............................. 8 Figura 3: Módulo experimental para determinação do perfil de temperatura em sólidos. ............................................................................................................. 12 Figura 4: X versus –lnθ, para a aleta 1. ............................................................ 18 Figura 5: X versus –lnθ, para a aleta 2. ............................................................ 18 Figura 6: X versus –lnθ, para a aleta 3. ............................................................ 19 Figura 7: T versus x para a Aleta 1. ................................................................. 23 Figura 8: T versus x para a Aleta 2. ................................................................. 23 Figura 9: T versus x para a Aleta 3. ................................................................. 24 iii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Equações empíricas para determinar o coeficiente de transferência de calor. ........................................................................................................... 11 Tabela 2: Dados experimentais de temperatura e distância. ........................... 14 Tabela 3: Dados aplicados aos cálculos. ......................................................... 15 Tabela 4: Condutividade térmica em função da temperatura média. ............... 16 Tabela 5: Diâmetro, perímetro e áreas total e transversal. .............................. 16 Tabela 6: Temperatura adimensional em cada ponto e aleta. ......................... 17 Tabela 7: Ajuste linear para os dados de cada aleta. ....................................... 19 Tabela 8: Parâmetro m e coeficiente de transferência de calor pela formulação A. ...................................................................................................................... 20 Tabela 9: Temperatura adimensional experimental e pelo modelo da formulação B. ................................................................................................... 20 Tabela 10: Parâmetro m e coeficiente de transferência de calor pela formulação B. ...................................................................................................................... 21 Tabela 11: Coeficiente de transferência de calor experimental e teórico. ........ 21 Tabela 12: Calor Dissipado. ............................................................................. 25 iv NOMENCLATURA Simbolo Descrição/Unidade Letras latinas A Área (m²) Cp Capacidade calorifica (J.kg -1.K-1) Fobj Função objetiva H Coeficiente de transferência de calor(W.m-2.K-1) ̅ Coeficiente de transferência de calor médio(W.m -2.K-1) K Condutividade térmica do material da barra (W.m-1.K-1) L Comprimento (m) P Perímetro da seção da barra (m) M Parâmetro ajustável (m-1) ̇ Calor dissipado (W) T Temperatura (K) X Coordenada espacial (m) D Diâmetro (m) A Coeficiente linear B Coeficiente angular A1 Constante t1 Constante Letras Gregas Temperatura Densidade dos materiais das aletas (kg.m-3) 1 1. INTRODUÇÃO Supondo um determinado sistema que possui um gradiente de temperatura, ou que dois sistemas com diferentes temperaturas foram colocados em contato, ocorrerá uma transferência de energia, sendo este fenômeno denominados de transmissão de calor (PORTE, 2007). A transmissão de calor é uma ciência que trata das taxas de troca de calor entre um corpo quente e um corpo frio denominado fonte e fonte receptora, respectivamente (KERN, 1987). Em problemas de transmissão de calor são feitas aproximações quando propriedades físicas, como a condutibilidade térmica ou a viscosidade, variam com a temperatura, mas, se valores médios adequados foremselecionados, os cálculos poderão ser consideravelmente simplificados sem apresentar um erro apreciável no final (KREITH, 1977). Na engenharia, é preciso determinar a quantidade de calor transmitida na unidade de tempo para uma variação especifica de temperatura, para que seja possível estimar custo, a viabilidade, o tamanho do equipamento. Como por exemplo, as dimensões de caldeiras, aquecedores, e trocadores de calor não dependem apenas da quantidade de calor a ser transmitida, mas também da taxa de transferência de calor sob as condições dadas. (PERRY e GREEN, 1984). Este trabalho teve como objetivo obter experimentalmente, os perfis de temperatura em um regime permanente de três barras metálicas cilíndricas de diferentes materiais e diâmetros e, aos dados experimentais, ajustar as equações comumente encontradas na literatura, possibilitando a determinação dos coeficientes médios de transferência de calor, bem como o calor trocado entre as barras e o ambiente. 2 3 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA De forma sucinta, a transferência de calor é a energia térmica em trânsito devido a uma diferença de temperaturas no espaço, podendo ocorre de três formas distintas: Radiação, convecção e condução. (INCROPERA e DEWIT, 2003). 2.1. CONDUÇÃO A condução pode se definida como o processo pelo qual a energia é transferida de uma região de alta temperatura para outra de temperatura mais baixa dentro de um meio (sólido, líquido ou gasoso) ou entre meios diferentes em contato direto. Este mecanismo pode ser visualizado como a transferência de energia de partículas mais energéticas para partículas menos energéticas de uma substância devido a interações entre elas (KREITH, 1997). A condução é o único mecanismo pelo qual o calor pode ser transmitido em sólidos opacos. Esta também é importante nos fluidos, mas nos meio não- sólidos ela é geralmente combinada com a convecção (KREITH, 1997). 2.2. CONVECÇÃO A convecção é um processo de transporte de energia pela junção da condução de calor, do armazenamento de energia e do movimento de mistura. A convecção é importante como mecanismo de transferência de energia entre uma superfície sólida e um líquido ou um gás (KREITH, 1997). A descrição e explicação desse processo são simples: quando certa massa de um fluido é aquecida suas moléculas passam a mover-se mais rapidamente, afastando-se, em média, uma das outras. Como o volume 4 ocupado por essa massa fluida aumenta a mesma torna-se menos densa. A tendência dessa massa menos densa no interior do fluido como um todo é sofrer um movimento de ascensão ocupando o lugar das massas do fluido que estão a uma temperatura inferior. A parte do fluido mais frio (mais denso) move-se para baixo tomando o lugar que antes era ocupado pela parte do fluido anteriormente aquecido. Esse processo se repete inúmeras vezes enquanto o aquecimento é mantido dando origem às chamadas correntes de convecção. São as correntes de convecção que mantêm o fluido em circulação. (KREITH, 1997). 2.3. RADIAÇÃO Em contraste com os mecanismos de condução e convecção, onde a energia é transferida através de um meio natural, o calor pode também ser transferido em regiões onde existe o vácuo perfeito. O mecanismo neste caso é a radiação eletromagnética que é propagada como resultado de uma diferença de temperatura trata-se então da radiação térmica. Segundo KREITH (1997), na transmissão de calor por radiação, a quantidade de energia que deixa a superfície como calor radiante depende da temperatura absoluta e da natureza da superfície. A tabela 1 mostra resumidamente o mecanismo na qual ocorre a transferência de calor, assim como onde ocorrem. 5 Tabela 1: Resumo dos Mecanismo de Transferência de calor (Fonte: VEIT et. al.,2010). Forma Mecanismo Ocorrência Condução Difusão de energia devido a agitação molecular Principalmente sólidos Convecção Transporte de energia pelo movimento do fluido Fluidos (líquidos e gases) Radiação Transferência de energia por ondas eletromagnéticas Qualquer matéria 2.4. SUPERFÍCIES ESTENDIDAS Considerando um sistema que constituído de uma parede plana na qual TS é a temperatura na superfície da parede e sendo este um valor fixo, encontram-se duas maneiras pelas quais a taxa de transferência de calor pode ser aumentada. A primeira seria aumentando o coeficiente de convecção, aumentando-se a velocidade do fluido, e/ou reduzindo a temperatura do fluido T∞. Entretanto, poderão existir muitas situações em que o aumento do h poderá não ser suficiente para obter a taxa de transferência de calor necessária, ou os custos poderão ser muito abusivos. Estes custos poderão estar associados ao tamanho e/ou potência requeridos para o ventilador ou bomba necessários para aumentar o coeficiente h através do aumento da velocidade do fluido. Muitas vezes a redução de 𝑇∞ é impraticável (INCROPERA e DEWITT, 2003). Para tentar solucionar esses problemas, uma terceira opção encontrada seria a de se modificar a geometria da superfície da parede alterando-se o formato desta com a instalação de protuberâncias que também estão em contato com o escoamento do fluído. A superfície externa destas protuberâncias constitui as superfícies estendidas e as protuberâncias são chamadas de aletas conforme ilustrado na Figura 1 (BEJAN, 1996). 6 Tais superfícies estendidas têm uma grande aplicação industrial como, por exemplo, aletas fixadas às paredes de equipamentos de transferência de calor, a fim de aumentar a velocidade de aquecimento ou resfriamento (KREITH 1996). Ao empregar o uso de aletas, a taxa de transferência de calor eleva-se devido ao aumento de área de superfície (Figura 1) através da qual ocorre a convecção. A condutividade térmica do material da aleta pode ter um grande efeito na distribuição de temperaturas ao longo da aleta e, consequentemente, influenciar o nível de melhora da taxa de transferência de calor (INCROPERA e DEWIT, 2003). FONTE: Incropera e Dewit, 2003 Figura 1. Uso de aletas para aumentar a transferência de calor em uma parede plana. Para selecionar um tipo especifico de aleta é necessário fazer considerações a acerca do espaço físico, peso, fabricação, e custo. Além disso, na mesma proporção em que se aumenta a área de troca de calor, a presença de aletas pode reduzir o valor do coeficiente de convecção para a superfície, bem como aumentar a perda de carga associada ao escoamento sobre as aletas, ao diminuir a área da seção transversal do escoamento (INCROPERA e DEWIT, 2003). 7 2.5. MODELAGEM MATEMÁTICA DO PROBLEMA Para determinar a taxa de transferência de calor associada a uma aleta, deve-se em primeiro lugar obter a distribuição de temperatura ao longo da aleta, partindo da equação do balanço de energia (KREITH 1996). Na forma simbólica esta equação torna-se: (Equação 01) Equacionado: TTPdxhdx dx dT kA dx d dx dT kA dx dT kA (Equação 02) Supondo-se condições unidimensionais na direção longitudinal (eixo x), embora a condução de calor no interior da aleta seja bidimensional. A taxa de transferência de calor por convecção em qualquer ponto da superfície da aleta deve estar relacionada à taxa de energia que chega àquele ponto da aleta por condução de calor na direção normal (eixo y e z) (Figura 02). Contudo, na prática a aletaé fina e a variação de temperatura na direção longitudinal é muito maior do que aquelas nas direções normais. Assim pode- se considerar o calor unidimensional na direção x, Supor também condições de regime estacionário, condutividade térmica, troca de calor por radiação da superfície para a vizinhança desprezível, ausência de geração de calor no interior da aleta e coeficiente de transferência de calor por convecção h uniforme ao longo da superfície da aleta (INCROPERA e DEWITT, 2003). )( e x entre superfície da convecçãopor calor de fluxo em elemento do fora para para conduçãopor calor de fluxo em elemento do dentro para conduçãopor calor de fluxo dxxdxxx qx qx dx qconv 8 FONTE: KREITH, F.; Princípios da Transmissão de Calor. Figura 2: Esquema de uma aleta em forma de pino circular. Considerando estas hipóteses tem-se: 𝑇 𝑇 (Equação 03) Usando-se a variável θ (temperatura adimensional), através da definição de excesso de temperatura, definida por: (Equação 04) Onde, uma vez 𝑇 é uma constante, e dθ/dx = dT/dx. A Equação (04) se torna: (Equação 05) Sendo que o parâmetro m é definido por: √ ̅ (Equação 06) 9 Na qual ̅ é o coeficiente médio de transferência de calor, P é o perímetro da seção da barra, k é a condutividade térmica do material da barra (tabelado) e A é a área da seção transversal; Para resolver a EDO expressada pela equação 5, usa-se as condições de contorno: C. C. 01: T = T0para x = 0 C.C. 02.a: T = 𝑇 para x (barra semi-infinita) C.C. 02.b: (barra com extremidade isolada) As formulações possíveis, portanto, são: Formulação A: Equação (5), C.C. 01 e C.C 02.a; (Equação 07) Formulação B: Equação (5), C.C. 01 e C.C 02.b; [ ] (Equação 08) O calor dissipado por convecção, também em regime permanente, em cada barra pode ser calculado de duas maneiras, através das seguintes equações: ̇ ̅ ∫ [𝑇 𝑇 ] (Equação 09) ̇ ̇ (equação 10) 2.6. AVALIAÇÃO DOS MODELOS MATEMÁTICOS Para obter os coeficiente médios de transferência de massa ( ̅), deve se ajustar aos dados experimentais os resultados teóricos por perfis de 10 temperatura (obtidos pelas Formulações A e B), expressos pelas equações (07) e (08) (VEIT et. al., 2010) Linearizando a (equação 7) tem –se: (Equação 11) Usando os dados experimentais de em função de x e regressão linear, lineariza m, e como consequência o ̅. (VEIT et. al., 2010) Como os dados das regressões não-lineares, é necessário também avaliar o modelo através do coeficiente de determinação (R2) e de uma função objetivo qualquer, como por exemplo, a seguinte: (VEIT et. al., 2010) √∑ (Equação 12) Na qual N é o número de dados experimentais (15), e são respectivamente, os i-ésimos valores experimentais e ajuste pelo modelo da temperatura adimensional (VEIT et. al., 2010). 2.7. EQUAÇÕES EMPÍRICAS Segundo Incropera e Dewitt (2003), existem correlações empíricas que podem ser aplicadas no cálculo do coeficiente de transferência de calor de acordo com cada sistema, sendo estas correlações apresentadas pela Tabela 1. 11 Tabela 1: Equações empíricas para determinar o coeficiente de transferência de calor. FONTE: INCROPERA e DEWITT (2003) Situação ̅ em W / (m2 K) Placa horizontal com troca de calor para baixo 1,31 (ΔT)1/4 Placa horizontal com troca de calor para cima 2,49 (ΔT)1/4 Placa vertical, altura h < 0,30 m 1,37 (ΔT/h)1/4 Placa vertical, altura h > 0,30 m 1,77 (ΔT)1/4 Tubo horizontal, diâmetro externo d 1,31 (ΔT/d)1/4 Tubo vertical altura > 0,30 m, diâmetro externo d 1,31 (ΔT/d)1/4 12 3. MATERIAIS E MÉTODOS Os experimentos foram realizados no Laboratório de Engenharia Química 1, na Unioeste no campus de Toledo. 3.1. MATERIAIS Módulo de aletas; Termopares; Régua. 3.2. MÉTODOS O módulo experimental utilizado para esta prática está representado pela Figura 3. Figura 3: Módulo experimental para determinação do perfil de temperatura em sólidos. 13 O vapor gerado pela caldeira é conduzido até a caixa de vapor, onde se encontram inseridas as três aletas. As aletas têm um comprimento de 1m, e diferentes diâmetros como materiais; uma de alumínio com o diâmetro de 0,5” (aleta 1), e duas de aço inoxidável com um diâmetro de 0,5” (aleta 2) e 1” (aleta 3). Elas estão distribuídas de forma desigual ao longo da caixa. Mediu-se, usando-se uma régua, a distancia entres os pontos das três caldeiras. Então abriu-se a válvula 1 para que o vapor entra-se no sistema. Quando o sistema atingiu o regime permanente, anotou-se a temperatura da caixa, em seguida a temperatura de cada furo das três aletas e a temperatura ambiente. 14 4. RESULTADOS E DISCUSÕES Os dados coletados durante o experimentos são apresentados na Tabela 2. Tabela 2: Dados experimentais de temperatura e distância. Aleta 1 Aleta 2 Aleta 3 T (ºC) X (cm) T (ºC) X (m) T (ºC) X (m) 63 0 84 0 79 0 53 2 79 2 76 2 47 4 76 4 66 4 38 8 71 6 60 6 35 12 65 10 49 10 33 16 59 14 44 14 31 22 54 18 40 18 31 28 49 24 37 24 31 34 44 30 34 30 31 40 42 36 33 36 31 50 39 41,85 32 42 31 60 37 51,85 31 52 31 70 35 61,85 31 62 31 80 34 71,85 31 72 - - 34 81,85 31 82 Os dados apresentados na Tabela 2 possuem erros associados aos instrumentos de medida e ao observador, além da consideração realizada para o ponto inicial da aleta 1, onde o mesmo não se encontrava em x igual a zero. Sendo que a temperatura ambiente (𝑇 se encontrava em 31 ºC (304,15 K) e a pressão na caixa de vapor igual a 0,8 kgf.cm -2, buscou-se em tabelas de vapor saturado a partir desta pressão para obter-se a temperatura 15 inicial (T0), tal foi obtida em Incropera et al. (2008) sendo igual á 92,936 ºC (366,09 K). Para obterem-se dados de qualidade que representem a troca térmica pelas aletas, desconsideraram-se para os cálculos os dados do equilíbrio e também aqueles que as respectivas temperaturas foram iguais a do ambiente, sabendo que as temperaturas podem ter sido influenciadas por imprecisão do termômetro aplicado na medição desta. A Tabela 3 apresenta os dados pertinentes aos cálculos nas unidades convenientes. Tabela 3: Dados aplicados aos cálculos. Aleta 1 Aleta 2 Aleta 3 T (K) X (m) T (K) X (m) T (K) X (m) 336,15 0 357,15 0 352,15 0 326,15 0,02 352,15 0,02 349,15 0,02 320,15 0,04 349,15 0,04 339,15 0,04 311,15 0,08 344,15 0,06 333,15 0,06 308,15 0,12 338,15 0,1 322,15 0,1 306,15 0,16 332,15 0,14 317,15 0,14 - - 327,15 0,18 313,15 0,18 - - 322,15 0,24 310,15 0,24 - - 317,15 0,3 307,15 0,3 - - 315,15 0,36 306,15 0,36 - - 312,15 0,4185 305,15 0,42 - - 310,15 0,5185 - - - - 308,15 0,6185 - - - - 307,15 0,7185 - - Realizando uma média entre as temperaturas de cada ponto,foi encontrada em Incropera et al., a condutividade térmica (W.m-1.K1) de cada aleta em função da temperatura média, considerando ainda que o alumínio se encontrava puro e o aço inoxidável era do tipo AISI 302. A Tabela 4 apresenta os valores da condutividade térmica em função da temperatura média de cada aleta. 16 Tabela 4: Condutividade térmica em função da temperatura média. Aleta 1 Aleta 2 Aleta 3 T (K) k (W.m-1.K1) T (K) k (W.m-1.K1) T (K) k (W.m-1.K1) 315,65 237,4695 324,65 15,6423 317,15 15,4773 Determinar perímetro, diâmetro e as áreas transversais e totais de troca térmica foram necessário para obter-se o coeficiente de transferência de calor, utilizando as Equações (13), (14) e (15) determinaram-se os parâmetros apresentados na Tabela 5, considerando os diâmetros nominais já apresentados e L como sendo a maior distância de ponto avaliado em cada aleta, (presente na Tabela 3). (Equação 13) (Equação 14) (Equação 15) Tabela 5: Diâmetro, perímetro e áreas total e transversal. ALETA D (m) P (m) Atotal (m) Atransversal (m) 1 0,0127 3,9898.10-2 6,3837.10-3 1,2668.10-4 2 0,0127 3,9898.10-2 2,8667.10-2 1,2668.10-4 3 0,0254 7,9796.10-2 3,3515.10-2 5,0671.10-4 A Equação (06) mostra que é necessário inicialmente determinar o parâmetro m para assim determinar o coeficiente de transferência de calor, para tal utilizam-se as formulações A e B apresentadas pelas Equações (7) e (8), respectivamente. 17 4.1. COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR EXPERIMENTAL 4.1.1. Formulação A A formulação A permite obter o valor do parâmetro m de acordo com a linearização da Equação (7) na (11). A Tabela 6 apresenta os valores de θ para cada ponto, obtidos pela Equação (4), as temperaturas apresentadas na Tabela (3) e as temperaturas ambiente e inicial já apresentadas. A Tabela 6 apresenta ainda os valores do logarítmico negativo de θ (-lnθ), necessário para plotar os gráficos da linearização da formulação A, X versus –lnθ, utilizando para tal o Software Origin 8, sendo que realizou-se um ajuste linear aos dados, como apresentam as Figuras (4), (5) e (6). Tabela 6: Temperatura adimensional em cada ponto e aleta. Aleta 1 Aleta 2 Aleta 3 X (m) θ -lnθ X (m) Θ -lnθ X (m) Θ -lnθ 0 0,5167 0,6604 0 0,8557 0,1558 0 0,775 0,2549 0,02 0,3552 1,0351 0,02 0,775 0,2549 0,02 0,7266 0,3194 0,04 0,2583 1,3535 0,04 0,7266 0,3194 0,04 0,5651 0,5708 0,08 0,1130 2,1802 0,06 0,6458 0,4372 0,06 0,4682 0,7588 0,12 0,0646 2,7398 0,1 0,549 0,5997 0,1 0,2906 1,2357 0,16 0,0323 3,433 0,14 0,4521 0,7939 0,14 0,2099 1,5612 - - - 0,18 0,3714 0,9906 0,18 0,1453 1,9289 - - - 0,24 0,2906 1,2357 0,24 0,0969 2,3343 - - - 0,3 0,2099 1,5612 0,3 0,0484 3,0275 - - - 0,36 0,1776 1,7282 0,36 0,0323 3,433 - - - 0,4185 0,1292 2,0467 0,42 0,0161 4,1261 - - - 0,5185 0,0969 2,3343 - - - - - - 0,6185 0,0646 2,7398 - - - - - - 0,7185 0,0484 3,0275 - - - 18 Figura 4: X versus –lnθ, para a aleta 1. Figura 5: X versus –lnθ, para a aleta 2. 19 Figura 6: X versus –lnθ, para a aleta 3. A Tabela 7 apresenta as equações da reta bem como R² para cada ajuste linear realizado. Tabela 7: Ajuste linear para os dados de cada aleta. Aleta Equação R² 1 -lnθ=0,6856 + 17,325.X 0,9969 2 -lnθ=0,2130 + 4,1044.X 0,9946 3 -lnθ= 0,2266 + 9,1711.X 0,9971 Observando os R² para os ajustes dos dados das três aletas, verifica-se que o ajuste linear adequou-se aos dados de maneira satisfatória, sendo que o R² se aproximou de 1 em todos os casos. Relacionando as equações da reta com a Equação 11, sabe-se que o coeficiente angular é igual ao parâmetro m, deste modo, a Tabela 8 apresenta os parâmetros m utilizando-se da formulação A. A Equação (6) foi utilizada para determinar o coeficiente de transferência de calor, sendo a área transversal ao fluxo e o perímetro apresentados na Tabela 5, e a condutividade térmica na Tabela 4. O coeficiente de transferência de calor para cada aleta é apresentado na Tabela 8. 20 Tabela 8: Parâmetro m e coeficiente de transferência de calor pela formulação A. Aleta M h (W.m-2.K-1) 1 17,325 226,317 2 4,1044 0,8366 3 9,1711 8,2663 4.1.2. Formulação B Para determinar o parâmetro m e assim o coeficiente de transferência de calor utilizou-se também a formulação B. Aplicando a Equação (8) determinou valores de θmod, sendo que foi considerado como L a maior distância de ponto avaliado em cada barra e para o parâmetro m um chute inicial igual ao valor determinado pela formulação A para a respectiva barra. Os valores de θmod e θexp, aplicados a Equação (12) (função objetivo), são apresentados na Tabela 9. Tabela 9: Temperatura adimensional experimental e pelo modelo da formulação B. Aleta 1 Aleta 2 Aleta 3 θmod θexp θmod θexp θmod θexp 1 0,5167 1 0,8557 1 0,775 0,4436 0,3552 0,8941 0,775 0,782 0,7266 0,1968 0,2583 0,7994 0,7266 0,6116 0,5651 0,0388 0,113 0,7148 0,6458 0,4783 0,4682 0,0079 0,0646 0,5716 0,549 0,2926 0,2906 0,003 0,0323 0,4571 0,4521 0,1791 0,2099 - - 0,3657 0,3714 0,1097 0,1453 - - 0,2619 0,2906 0,0529 0,0969 - - 0,188 0,2099 0,0263 0,0484 - - 0,1355 0,1776 0,0147 0,0323 - - 0,0993 0,1292 0,0114 0,0161 - - 0,0606 0,0969 - - - - 0,0415 0,0646 - - - - 0,0358 0,0484 - - 21 A aplicação do solver do Software Excel minimizou a função objetivo variando o valor do parâmetro m, assim determinaram-se os valores finais deste parâmetro e obtiveram-se os coeficientes de transferência de calor para as mesmas condições de área, perímetro e condução térmica utilizados na formulação A, apresentando estes resultados na Tabela 10. Tabela 10: Parâmetro m e coeficiente de transferência de calor pela formulação B. Aleta M h (W.m-2.K-1) 1 40,6381 1245,1377 2 5,6004 1,5577 3 12,2931 14,8523 4.2. COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR TEÓRICO A literatura fornece equações empíricas que determinam um valor aproximado do coeficiente de transferência de calor, considerado como teórico. A Equação (16) aplicada, apresentada na Tabela 1, é a para “tubo horizontal, diâmetro externo d”, sendo o ΔT a diferença entre a média das temperaturas da aleta e a temperatura ambiente, ambas já apresentadas, e o diâmetro d presente na Tabela 5. Os valores do coeficiente de transferência de calor teóricos (hteórico) são apresentados na Tabela 11 juntamente com os experimentais obtidos pelas formulações A (hA) e B (hB). ̅=1,32( ) (Equação 16) Tabela 11: Coeficiente de transferência de calor experimental e teórico. Aleta hA (W.m -2.K-1) hB (W.m -2.K-1) hteórico (W.m - 2.K-1) 1 40,6381 1245,1377 7,241 2 5,6004 1,5577 8,3668 3 12,2931 14,8523 6,2784 22 Observou uma grande discrepância entre os valores experimentais e teóricos, sendo os dados experimentais influenciados por erros inerentes a prática, como aqueles devido a imprecisão do observador, instrumentos de medida e do módulo de modo geral, destacando a aleta 1 que apresentava o ponto inicial com certa distancia ao inicio da mesma mas teve tal distancia desprezada, contradizendo a condição de contorno 1 aplicada as formulações A e B (vide fundamentação teórica), onde para x=0 T=T0. A aleta 1 teve a análise prejudicada pelo fato de atingir o equilíbrio rapidamente, limitando assim os dados e tornando o parâmetro m impreciso,o que pode ser observado quando o coeficiente de transferência de calor experimental da Aleta A é comparado com o teórico. As condições de contorno aplicadas a formulação A e B também acarretam erros à determinação do coeficiente de transferência de calor, como já citado, a formulação A considera uma barra semi-infinita (condição de contorno 2.a.) onde para x tem-se T = 𝑇 , o que se aproxima do avaliado para as aletas, que tenderam em certo ponto igualar sua temperatura a ambiente, já a formulação B considerou uma extremidade isolada (condição de contorno 2.b.), o que não foi verificado nas aletas, sendo que estas trocaram calor livremente em toda sua extensão. Avaliando as condições de contorno observa-se maior correspondência entre o real e a formulação A, o que resultou, como apresenta a Tabela 11, em resultados mais próximos aos teóricos. 4.3. CALOR DISSIPADO Para o emprego da Equação (9) na determinação da quantidade de calor dissipada inicialmente calculou-se a integral da diferença entre a temperatura média de cada aleta e a temperatura ambiente (ambas as temperaturas já apresentadas), com limite inferior zero e superior igual a maior distância de ponto avaliado (Tabela 3). Deste modo, com o valor da integral, o perímetro 23 (Tabela 5) e considerando o coeficiente de transferência de calor da formulação A, determinou-se o calor dissipado apresentado na Tabela 12. Obter o calor dissipado pela Equação (10) implica em determinar incialmente a derivada da temperatura em relação a distancia x, para tal, utilizando dos dados apresentados na Tabela 3, plotou-se os gráficos por meio do Softwere Origin 8 gráficos de T versus x, apresentados nas Figuras 7, 8 e 9. Figura 7: T versus x para a Aleta 1. Figura 8: T versus x para a Aleta 2. 24 Figura 9: T versus x para a Aleta 3. Sendo os ajustes exponenciais avaliados pelo R², verifica-se pelas Figuras 7, 8 e 9 que o mesmo foi satisfatório. A Equação (17) é aquela gerada a partir do ajuste exponencial aos dados, sendo a Equação (18) sua derivada. 𝑇 ( ) (Equação 17) ( ) ( ) (Equação 18) Sendo as constantes t e A1 apresentadas para as aletas 1, 2 e 3, nas Figuras 7, 8 e 9, respectivamente, aplicando-as na Equação (18) quando x=0 obteve-se o valor da respectiva derivada em cada aleta, que junto dos valores de condutividade térmica (Tabela 4) e área total de troca térmica (Tabela 5), pode determinar a quantidade de calor dissipada pela Equação (10), sendo os valores apresentados na Tabela 12. 25 Tabela 12: Calor Dissipado. Aleta Q (W) Equação (9) Equação (10) 1 16,6138 885,7962 2 0,49167 110,8458 3 3,60154 122,7439 A Tabela 12 permite observar que existe uma diferença relevante entre o calor calculado pelas Equações (9) e (10), tal variação pode ser explicada pelo fato da Equação (10) considerar que o calor dissipado na superfície exterior é o mesmo provindo da condução térmica do material, sem considerar perdas por radiação, enquanto a Equação (9) avalia a diferença entre as temperaturas médias da aleta e a ambiente, sendo estas influenciadas pela imprecisão do medidor de temperatura e o possível não equilíbrio do sistema. No entanto, é possível verificar que a aleta 1 proporciona uma maior dissipação de calor para ambas as equações, reflexo do alumínio possuir alta condutividade térmica. Do mesmo modo, verifica-se para as placas de aço inoxidável que aquela com maior diâmetro apresentou maior dissipação de energia, o que já era esperado, sabendo que quanto maior a área de troca térmica, maior será o calor dissipado. 26 5. CONCLUSÃO A formulação A aplicada ao cálculo do coeficiente de transferência de calor apresentou maior qualidade em seus resultados sendo as condições de contorno utilizadas mais próximas das condições utilizadas em prática, sendo que a aleta de alumínio, a qual possuía maior condutividade térmica, apresentou também maior coeficiente de transferência de calor. A quantidade de calor dissipada mostrou divergência pelos métodos aplicados para seu cálculo, porém observou-se que o alumínio, que possui maior condutividade térmica, dissipou em ambos os métodos a maior quantidade de calor, analisando ainda que o aumento da área de troca térmica proporciona um aumento na eficiência da aleta em relação à dissipação de calor. De modo geral, analisar o perfil de temperatura em cada aleta se mostrou importante para averiguar superficialmente o comprimento útil de aleta, ou seja, o comprimento mínimo das aletas para que se dissipasse a maior quantidade de calor possível, sendo esse parâmetro essencial para analisar eficiência e viabilidade econômica da instalação de aletas em processos industriais. 27 6. REFERÊNCIAS BEJAN, A. Transferência de calor. Editora Edgard Blϋcher LTDA. São Paulo 1996. INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P., Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. 5 Edição, LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro, 2003. INCROPERA, P. F.; DEWITT, P.D.; BERGMAN, T. L.; LAVINE, A. S. Fundamentos de transferência de calor e de massa. LTC, 6ª ed., Rio de Janeiro, 2008. KREITH, F.; Princípios da Transmissão de Calor. 8 ed. Editora Edgard Blucher Ltda., São Paulo, SP. 1996. KERN, D. Q., “Processos de Transmissão de Calor”. Editora GuanabaraKoogan S.A., Rio de Janeiro - RJ., 1987. PERRY, R. H. & GREEN, D. Perry’s Chemical Engineers’ Handbook. 6th Edition. New York: McGraw Hill, 1984. PORTE, A. F., “Apostila de Transferência de Calor e Massa, Santa Cruz do Sul”, Universidade de Santa Cruz do Sul- Curso de Engenharia Mecânica, Santa Cruz do Sul-RJ, 2007. VEIT, M. T., POTRICH, L., BASSI, A. Apostila dos roteiros da disciplina de laboratório de Engenharia Química I. UNIOESTE – Toledo – PR-2010
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