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O texto demonstra o quanto a língua é heterogênea; o quão rico é o nosso vocabulário, com expressões das mais diversas para se definir um mesmo vocábulo. Como na expressão encontrada no texto: “catar pênalti”; ao invés de “defender”- a qual não impediu a comunicação. O emissor apesar de utilizar uma expressão não tão comum no meio do futebol profissional, visto que é uma expressão utilizada no futebol amador, fez com que o receptor compreendesse a mensagem transmitida.
Existem várias possibilidades de se jogar futebol, ou seja, não importa se o esquema tático é o 3-5-2 ou o 4-4-2, como aponta o texto; não importa se ele é jogado no campo, na areia, na quadra ou mesmo na lama, ainda é futebol. Assim é a língua, não importa se dizemos “deu um chapéu”, ou se dizemos “jogou a bola por cima do adversário e a apanhou do outro lado”- o que importa é que a comunicação se fez presente, um elo entre os agentes da enunciação, assim, promovendo a interação de ambos.
Se todos os termos utilizados no texto fossem formais, o principal objetivo deste, que é evidenciar as variações linguísticas presentes dentro de uma mesma língua que auxiliam na compreensão e conscientização, quando bem e adequadamente utilizadas, da população sobre os seus direitos e deveres como cidadãos; possivelmente não seria cumprido, já que o texto progrediu a partir do denominado “futebolês da mídia”, que é a mídia voltada para o esporte, no caso, especificamente para o futebol, em que se adequa ao modo de falar do público alvo do futebol, que na maioria das vezes, é constituído pelo chamado “povão” (grupo social constituído pela maioria da população brasileira, com menor poder aquisitivo, composto em grande parte, por pessoas do sexo masculino, incluindo as crianças- nelas podemos encontrar os meninos que um dia sonham em ser jogadores de futebol, demonstrando a importância que o futebol exerce na vida dessas pessoas, pois significa além de paixão e torcida; ascensão social). Com isso, provavelmente o texto atingiu seu público, isto é, “chamou a atenção” para tal. 
O último parágrafo do texto aponta:
“Se outros setores adotassem esse jeito “Notícias Populares” de ser, o jornal não diria que houve um “superfaturamento das obras e consequente desvio de verbas públicas”, e sim “o juiz ladrão meteu a mão na sua grana”. Não é bonito o vocabulário – mas a jogada também não.”.
O eixo deste parágrafo tem caráter crítico, procura conscientizar este público para os problemas de cunho político e social que o Brasil tem enfrentado, como o levantado no mesmo parágrafo: o superfaturamento de obras públicas; com um português claro e direto, poderíamos ter, através desse tipo de veículo de comunicação, já que a mídia é uma formadora de opinião, uma população mais ativa e crítica socialmente e menos submissa ao interesse de poucos.
A língua sofre variações conforme o contexto, a classe social, o lugar, a cultura, no caso dos telejornais, como por exemplo o Jornal Nacional (exibido na TV Globo) ou mesmo em notícias de jornais, tomando como exemplo o Jornal Do Brasil, a língua apresenta-se de forma mais conservadora, visto que seu público alvo, apesar das recentes mudanças no poder aquisitivo dos brasileiros e consequente maior estímulo a educação, o que tem auxiliado em um maior grau de instrução da população brasileira e culminado em ascensão profissional; ainda é constituído de uma população com grau de instrução superior à estes, e maior poder aquisitivo, além disso, esses tipos de meio de comunicação estão enquadrados no que chamamos de variação diamésica, ou seja, a maneira de falar depende do veículo em que é elaborada, no caso, é utilizada a língua culta. Porém se o exemplo de telejornal fosse o Jornal Hoje (também exibido na TV Globo), poderíamos afirmar que este possui um público alvo diferente daquele, pois sua audiência é constituída, geralmente, por trabalhadores que estão em horário de almoço, por isso é utilizada uma língua menos formal, que se aproxima da realidade deste público; o mesmo acontece com as noticias de jornais, se o veículo fosse o jornal “Lance”, porque este possui um público alvo composto por torcedores de futebol, em sua maioria, por isso não utiliza uma língua não tão rebuscada e culta quanto o Jornal do Brasil, e possui também outro foque, voltado para a área esportiva. Assim sendo, é possível afirmar que:
 [...] a enunciação é o produto da interação de dois indivíduos socialmente organizados [...] A palavra dirige-se a um interlocutor; ela é função da pessoa desse interlocutor, variará se tratar de uma pessoa do mesmo grupo social ou não [...] (BAKTHIN, 1992; p 112).
Apesar do Jornal Folha de São Paulo, possuir um público alvo com maior grau de instrução e maior poder aquisitivo; a crônica publicada “Em bom Português” não desentoa em relação à este veículo em que foi apresentada, pois o objetivo do texto era “chamar a atenção” de um público que não costuma ter acesso, ou não tem interesse por este modo de fazer notícia, ou seja, através desta crônica se pode notar, principalmente no último parágrafo: “Se outros setores adotassem esse jeito “Notícias Populares” de ser [...]”,em que cita um jornal com linguagem mais próxima de um público alvo composto por pessoas das classes sociais mais populares e acessível a estes. Isso porque, a função dos jornais é transmitir informação, transmitir o que acontece no cotidiano, o que influencia diretamente na vida de cada pessoa, por isso o autor questiona a falta de clareza nas noticias publicadas, pelo fato de muitos leitores simplesmente não interpretarem a mensagem transmitida, de maneira precisa; como o autor apresenta na seguinte colocação, também no último parágrafo: “[...] o jornal não diria que houve um “superfaturamento de obras e consequente desvio de verbas públicas”, e sim “o juiz ladrão meteu a mão na sua grana”. Não é bonito o vocabulário – mas a jogada também não.”, apontando uma crítica a maneira como as notícias e fatos são repassados para uma minoria social, de maneira compreensível, e fazem com que a grande maioria da população permaneça “surda, cega e muda” em relação aos problemas sociais e políticos enfrentados pelo Brasil, pois desta forma os direitos de todos são estabelecidos e confirmados em poucos e muitos continuam “sem saber” para não produzir ações que interfiram nesse processo desigual, instalado há anos em nossa sociedade.
O título da crônica é “Em bom português”, porque demonstra à que público alvo é direcionado – a grande maioria da população brasileira e a minoria “culta” (à este em forma de crítica), apesar de o último ser a grande maioria dos leitores do Jornal Folha de S. Paulo, o autor quis justamente, através do uso de expressões que normalmente são utilizadas na fala e não na escrita, como podemos encontrar no texto: “cacetadas, frangos e bicudas” (Parágrafo 5º), por se tratar da língua escrita, uma língua mais formal, que segue padrões e normas convencionais, o autor com este “desvio da norma culta”, promove uma proximidade com o leitor, pois com este recurso de transcrever o que geralmente é no dia-a-dia das classes populares por meio da fala, demonstrando certo interesse em “falar a mesma língua”, por isso o título “Em bom português”, não aquele português regido por uma gramática, mas o português do povo, o utilizado de maneira espontânea, cheio da criatividade e de interação social; desta forma o autor conseguiu “abrir os olhos” de seus leitores com o intuito, mesmo que exposto de maneira indireta, influenciar pensamento, na maneira de agir desse tipo de público, para que este fique atento aos seus direitos e deveres, seja um crítico da sua realidade. Além disso, o autor critica os veículos de comunicação que não utilizam uma linguagem adequada à maioria da população brasileira.
Ao utilizar esses termos o autor se aproxima do público para qual o texto foi direcionado, pois desta forma ele consegue transmitir a mensagem da melhor maneira possível, para que assim, esta seja compreendida com clareza, e se realize uma ponte entreemissor e o receptor.
Alguns destes termos são utilizados no meio futebolístico, isto é, são encontrados na maneira de falar dos jogadores, torcedores, jornalistas desta área, técnicos, como por exemplo: _________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. Essas expressões foram pesquisadas através da Internet, em sites como o Yahoo, Google, ______________________________________ _________________________________________ e também no programa esportivo “Jogo Aberto (exibido na TV Bandeirantes), onde os apresentadores e comentaristas dialogam e discutem ideias com a língua em tom coloquial, de forma descontraída, além de se espelharem na maneira de falar dos jogadores e torcedores para realizar a comunicação com o telespectador.
g) Primeiramente, é importante definir o termo várzea, em relação ao futebol, pois para tal várzea é o futebol amador, mas que pode possuir um campeonato organizado, por jogadores não profissionais, que não costumam receber patrocínio, além disso, o termo várzea se deve ao fato de a maioria dos campos de futebol onde os jogos são realizados, se encontrarem na beira do rio, na área onde normalmente ocorrem as cheias do rio, ou seja, a várzea não é como o futebol principal, composto por grandes times, como Flamengo, Botafogo, Corinthians, São Paulo, etc., onde recebem milhões de reais de patrocinadores, possuem os grandes nomes entre os jogadores de futebol, possuem milhares de torcedores apaixonados e aficionados, as partidas são realizadas em estádios com toda a infra-estrutura necessária, participam dos principais campeonatos nacionais e internacionais, além da própria mídia que cobre todas os jogos realizados. Por isso, assim como no meio social, no meio futebolístico existem certas diferenças nas expressões e vocabulários utilizados, como é apontado pelo texto quando o emissor utilizou a expressão “catar pênalti”, o que fez com que o receptor se remetesse à várzea, por ser uma expressão popular nesse meio, mesmo o futebol sendo o esporte mais popular do Brasil, a atenção que o profissional e o amador recebem se torna um elemento que influencia no que se deve ou não dizer; visto que essas diferenças se tornam evidentes, quando observamos um jogador de futebol, que em grande parte deles, vem dos times de várzea e se consagram mundo afora, como o estilo de vida, o vocabulário muda, ainda com seus clichês e frases prontas, devido as influências que estes sofrem quando se estabilizam no futebol profissional e também o contato com pessoas de classe social mais elevada, diferente daquela em que nasceram e foram criados, pois a maioria dos jogadores de futebol, como a própria mídia aponta, provêem de classes sócias mais baixas, até mesmo com dificuldades financeiras, baixo grau de instrução. Como aponta Bagno: 
[...] Usar a língua, tanto na modalidade oral como escrita, é encontrar o ponto de equilíbrio entre dois eixos: o da adequabilidade e o da aceitabilidade. [...] Como sempre, tudo vai depender de quem diz o quê, a quem, como, quando, onde, por que e visando que efeito... (BAGNO, 2002, p 130-131)
CONCLUSÃO
O Brasil é um país de grande extensão territorial, com suas diferenças regionais, sociais, culturais, o que gera as variações lingüísticas, logo, com este trabalho, pudemos notar que a norma padrão do uso da língua, não necessariamente é a língua, isto é, como nesta obra de Reni Magnitte, 1928:
 
O autor desta obra descreve “Ceci n’est pás une pipe” (que em português significa “Isto não é um cachimbo”), nesta obra podemos observar, que não é porque ali temos a representação gráfica de um cachimbo que isto será um cachimbo, já que não pode ser utilizado como tal, não tem a função do cachimbo. Ao relacionarmos com a língua, compreendemos que apesar do fato de existir uma norma padrão, que se baseia na língua culta, falada por uma minoria da sociedade, que as variações lingüísticas devem ser ignoradas e consideradas como “erros”, pelo contrário, as variações lingüísticas devem ser valorizadas, pois é a forma pela qual, determinado povo reproduz sua língua, é a identidade desse mesmo povo. O que existe é a inadequabilidade no uso da língua, ou seja, normalmente, para cada contexto utilizamos um estilo da língua, como por exemplo: ao conversarmos com o nosso chefe não utilizamos o mesmo estilo de uma conversa entre amigos, familiares, isto já aponta Geraldi:
 “A língua só tem existência no jogo que se joga na sociedade, na interlocução. E é no interior de seu funcionamento que se pode procurar estabelecer as regras de tal jogo.” (GERALDI, 2004 p.42)

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