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Apontamentos sobre Obrigações em Direito

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1 
 
Obrigações 
 
Direito – 3º semestre – 2012 
Apontamentos em sala de aula por JRMonteiro, JJRodgher e JBMarques 
 
 
01 de fevereiro de 2012 
 
Apresentação, bibliografia 
 
 
07 de fevereiro de 2012 
 
 Obrigação = vínculo obrigacional = relação obrigacional 
 
 O Contrato é uma das principais fontes da Obrigação. 
 
É ato de vontade declarado que diz respeito à coisa e ao valor da coisa objeto da 
vontade das partes. 
 
Nasce quando há declaração de vontade das partes sobre o consentimento da coisa e 
preço. 
 
Exemplo: Contrato de Compra e Venda  consensual. 
 
 
 Todo o contrato exige consenso. 
Mas só é consensual quando exige para existir meramente o consenso das partes. 
 
 Não é consensual quando exige mais que o consenso das partes. 
 
Mútuo e Comodato: Além do consenso, exigem a entrega da coisa. 
 
 Comodato: Bem infungível  carro, casa (insubstituível) 
 Mútuo: Bem fungível  dinheiro, açúcar (substituível por 
outro da mesma espécie) 
 
 Tradição da res = entrega da coisa 
 (em latim: traditio = entrega; res = coisa). 
 
 Outras modalidades de contrato: Consenso + alguma coisa 
 Quando falar de contrato real, exige na sua formação o consenso e a entrega da coisa. 
Quando na existe a entrega da coisa, não existe o contrato somente uma promessa. 
 
2 
 
 Nos contratos reais, quando ocorre a entrega da coisa, o contrato se torna “concluído, 
finalizado”. 
 São contratos reais, que exigem não apenas o consenso, mas a entrega da coisa para 
serem concluídos (res em latim dá origem à palavra “real”). 
 
 
 Consensuais 
Contratos Concluído 
 Reais  com a entrega da coisa Firmado 
 Celebrado 
 
 
 
 
CONTRATO DE COMPRA E VENDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Toda relação de débito é uma relação de dever 
 Nem toda relação de dever é uma relação de débito 
 
 
 Todo o crédito é um direito 
 Nem todo o direito é um crédito 
 
 Obrigação é uma relação de débito / crédito 
 
 
08 de fevereiro de 2012 
 
 Do vínculo de direito real não nasce débito: se eu tenho um apartamento este é um 
direito de propriedade sobre o qual não incorre débito. 
 Direito de propriedade gera dever de abstenção, um direito real. 
Débito 
Crédito Débito 
Crédito 
Vendedor Comprador 
Obrigação 
3 
 
 O rompimento da abstenção (invasão) provoca reparação civil 
 A reparação civil, esta sim, está no direito das obrigações. 
 A relação obrigacional – débito/crédito – deve estar atrelada a uma garantia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A garantia da obrigação é o patrimônio. 
 
 
14 de fevereiro de 2012 
 
 
Débito acompanhado de outra posição jurídica 
 
 Contrato de mútuo é contrato real, só é concluído quando a coisa é entregue. 
 
Contrato de Mútuo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comprador Vendedor Patrimônio Patrimônio 
Relação Obrigacional 
Crédito 
(receber) 
Garantia Responsabilidade 
Débito 
(devolver) Mutuante 
(dá em 
empréstimo) 
Mutuário 
(toma em 
empréstimo) 
Relação Obrigacional 
Patrimônio 
4 
 
 Responsabilidade é a aderência do patrimônio do devedor à relação obrigacional (“o 
patrimônio responde...”) 
 
 É diferente de Responsabilidade Civil, em que alguém responde. 
 
Classificação 
 
Obrigação civil. 
 
 Quando é completa. É a que tem débito, crédito, garantia e responsabilidade. 
 É juridicamente exigível mediante execução forçada. 
 
Obrigação natural 
 
 É o fundamento do pagamento devido. Não permite execução. Não há garantia, nem 
responsabilidade. O débito é devido, mas não exigível. 
 
 
 
15 de fevereiro de 2012 
 
 
Obrigação civil  relação completa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigação Natural: Se o devedor espontaneamente paga, o pagamento é devido. Exemplo: 
dívida de jogo privado lícito. Não há execução forçada. Não há garantia ou responsabilidade. 
 É mais que dever moral. 
 É menos que obrigação civil. 
 É incompleta, diminuída. 
 
Obrigação Civil Perfeita: Débito + Responsabilidade 
Obrigação Civil Natural: Débito + Sem Responsabilidade 
Obrigação Civil Imperfeita: Responsabilidade + Sem débito 
Exemplo de responsabilidade sem débito seria a Fiança. 
Débito 
Responsabilidade 
Crédito 
Garantia 
(patrimônio do devedor) 
5 
 
 
 
Classificação das Obrigações 
 
Prestação é uma conduta, um comportamento que se dá em benefício de outros. 
 Alheio 
 Prestação é uma conduta, comportamento: 
 Próprio 
 
Na execução de um contrato de compra e venda, a entrega do bem do vendedor ao 
comprador e o pagamento do comprador ao vendedor, ambas se dão em satisfação da outra 
parte; as duas condutas são prestações. 
 
 Obrigação é um tipo de dever jurídico, gera conduta devida. 
 Ônus é um tipo de dever jurídico, gera conduta devida. 
 A diferença é o tipo de conduta devida. 
 
Obrigação é diferente de ônus o que distingue os dois é o tipo de do 
 comportamento do indivíduo 
Benefício de outro Benefício Próprio 
 
Prestação Não é prestação 
 
Se não fizer receberá sanção 
 
 
 Obrigação: conduta em benefício de outro Prestação 
 
 Ônus: conduta em benefício do próprio Não é prestação 
 
Toda a obrigação tem um objeto que é uma prestação, uma conduta em benefício alheio. 
 
 
28 e 29 de fevereiro de 2012 
 
As prestações que interessam à disciplina são as devidas, objeto de um vínculo obrigacional. 
São antecedidas de um vínculo obrigacional. 
 
 Toda a obrigação tem um objeto. Sempre. 
 Esse objeto é sempre uma prestação. 
 A obrigação é o vínculo. 
 Toda a prestação tem um objeto; é prestação de algo. 
 
Obrigação de dar é um tipo de obrigação e todo o objeto de uma prestação de dar é uma 
coisa. 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prestação 
 
 
 
Objeto da Prestação 
 
 
OBRIGAÇÃO DAR 
 
 
OBRIGAÇÃO FAZER 
 
 
OBRIGAÇÃO NÃO-FAZER 
 
 
OBRIGAÇÃO PRESTAR 
GARANTIA 
 
DAR 
 
 
 
COISA 
 
 
 
 Certa Incerta 
 
Individualmente 
determinada Determinada 
pelo gênero pelo menos 
quantidade e pelo gênero, 
qualidade. quantidade ou 
 qualidade. 
 
Bem infungível Bem Fungível 
 
Obs. A obtenção da prestação pode 
ocorrer sem passar pela prestação. 
Ex. execução forçada 
 
 
FAZER 
 
 
 
FATO POSITIVO (part. pass. 
“fazer”) 
 
 
 Materiais Jurídicos 
 
 Ex. procuração 
 declarando 
 uma pessoa 
 para me 
 representar 
 
Corporais Intelectuais 
 
Ex. Pintor Ex. Palestrante 
 
NÃO FAZER 
 
 
 
FATO NEGATIVO 
 
 
Materiais Jurídicos 
 
 
 
Corporais Intelectuais 
 
 
 
 
Ex. Raio de atuação de uma 
pessoa delimitada. 
 
PRESTAR GARANTIA 
 
 
Ex. contrato de fiança 
7 
 
 Na execução voluntária, se dáa coisa ao comprador. 
 A prestação tem a função de fazer a coisa sair do patrimônio do vendedor para o 
comprador 
 Se o vendedor não entrega a coisa, o credor pode acioná-lo judicialmente. 
 Se ainda assim não entrega, há execução forçada, com uso de força policial. 
 Neste caso, não houve a prestação. 
 
 
06 de março de 2012 
 
 
 
 Sentido Estrito: não carrega em si nenhum retorno da coisa. 
Dar 
 Sentido Restituir: carrega em si o retorno da coisa. 
 
A coisa certa pode: 
Perder/perecer: destruição da essência da coisa para aquele fim, não serve mais. 
Deteriorar: perda de uma parte da coisa, mas ela ainda serve. 
Melhoria/acréscimo: ganha algo em seu valor útil 
 
 
Resolução no direito civil: quando se resolve a obrigação, se corta o vínculo obrigacional. 
 O modo natural para a solução é o pagamento, em que se dá a extinção da dívida por 
solução (e não resolução) 
 
Solver = Pagar = Adimplir : de solvens, aquilo que se paga 
Accipiens: aquilo que se recebe 
Tradição: entrega da coisa 
 
 O contrato não tem valor real e sim valor obrigacional. 
 
A resolução é um modo de extinção do vínculo obrigacional sem a possibilidade do 
pagamento. 
Seção I 
Das Obrigações de Dar Coisa Certa 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não 
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, 
antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para 
ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo 
equivalente e mais perdas e danos. 
8 
 
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a 
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. 
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a 
coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, 
indenização das perdas e danos. 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e 
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o 
devedor resolver a obrigação. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se 
perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, 
ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, 
mais perdas e danos. 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, 
tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o 
disposto no art. 239. 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem 
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. 
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou 
dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias 
realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o 
disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
 
Percebidas = colhidas, recebidas 
 res perit domino – a coisa perece para o dono. (Art. 238) 
 
 A partir do Art.238, o vendedor vira devedor. 
 
Seção II 
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao 
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa 
pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. 
9 
 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, 
ainda que por força maior ou caso fortuito.(genus non perit) 
 
Art.244  O ato concentração: torna a coisa incerta em coisa certa. 
Ex. O devedor faz a escolha, dá ciência para o credor e a coisa estará feita. Exemplo: Cabeça de 
Gado 
 
Art. 245. Momento em que ocorre a cientificação. 
Art. 246. Antes da escolha = antes da cientificação 
 
Ponto importante  Na obrigação de dar existe execução forçada específica. 
CAPÍTULO II 
Das Obrigações de Fazer 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a 
prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. 
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á 
a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. 
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo 
executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização 
cabível. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização 
judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. 
Ponto importante: Na obrigação de fazer existe a execução forçada genérica. 
É uma obrigação civil, a de fazer. Converte-se em uma obrigação de indenizar por perdas e 
danos. 
 
 Quanto à obrigação personalíssima, não tem como substituir. Ex. show da Ivete 
Sangalo 
 
 
07 de março de 2012 
 
Art. 237  O contrato não produz efeitos de transmissão da coisa; será feito com a 
transmissão da coisa. 
O contrato somente tem eficácia obrigacional. 
Exemplo: Vender um cachorro fêmea grávida: se o vendedor descobrir pode cobrar mais. 
 
10 
 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e 
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o 
devedor resolver a obrigação. 
Frutos percebidos: são frutos independentes, diferentes da sua origem. 
Frutos pendentes: dependem da sua origem. Exemplo: aluguel: depende do contrato do 
aluguel. 
 
Res perit domino = a coisa perece para o dono. 
 
A partir do art. 238 é função de obrigação de restituir. 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se 
perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, 
ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
Exemplo: comodato. 
 
Art. 238- se perder antes da tradição na mão do devedor, e sem culpa do devedor quem tem 
que pagar é o credor, porque é dono da coisa. 
 
 No dar no sentido estrito quem paga é o devedor porque ele é o dono. 
 Na obrigação de restituir o credor é o dono, não deixa de ser o devedor, só está de 
posse da coisa. 
 
Exemplo: no contrato de locação há um preço, diferentemente do de comodato que é 
gracioso. Os aluguéis até o dia do perecimento têm que serem pagos. Exemplo: se num 
contrato de aluguel por 6 meses, no 3° mês o computador pereceu, ele tem que pagar até o 3° 
mês que foi utilizado mas o restante não (art. 238). 
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, 
mais perdas e danos. 
Art. 239: em caso de culpa do devedor, tem que pagar o valor de mercado da coisa 
(indenização) e se a pessoa conseguir provar danos além do valor do computador irá indenizar 
por perdas e danos. 
 O equivalente não é em relação ao recebimento de outra coisa e sim em dinheiro, 
porque é coisa certa (não pode ser feito por restituição de outra coisa e sim em 
dinheiro  o equivalente é sempre em dinheiro). 
 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpado devedor, recebê-la-á o credor, 
tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o 
disposto no art. 239. 
 
Art. 240: só há indenização quando há culpa. Se não há culpa quem irá pagar é o credor. 
11 
 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem 
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. 
Art. 241: Se a coisa melhora quem lucra é o dono. Isso sem despesa do devedor. Exemplo: se 
for uma benfeitoria necessária há indenização pelo devedor. Isso depende da benfeitoria. 
 
Coisa Incerta 
 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
 
Art. 243: É impossível restituir uma coisa incerta. De uma situação de restituir tem que se 
tornar uma coisa individualizada, acaba se tornando uma coisa certa (para ser individualizado). 
 
Nasce uma obrigação de dar coisa incerta e ele precisa se transformar em coisa certa (ato de 
concentração ou individualização). Exemplo: compra de 10000 cabeças de nelore, ele precisa 
individualizar os nelores. 
 
 No silêncio das partes o devedor tem o direito de escolha para individualizar (tem que 
ser um padrão médio e não os melhores ou piores). Depois da escolha ele tem que 
entregar aquelas cabeças de gado (quando a escolha é cientificada o credor a escolha 
pelo devedor é coisa certa). 
 
Princípio genus non perit. Gênero nunca perece; se não for feita a concentração (da coisa 
incerta) e acontecer algo que se perdeu e a pessoa não tem culpa ela tem que escolher outras. 
Agora se já foi feito a escolha e a cientificação tem que resolver a obrigação, já que a coisa 
incerta se tornou coisa certa. Fundamentação: Art. 246. 
 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da 
coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
 
13 de março de 2012 
 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao 
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa 
pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
Art. 244 
O ato jurídico de concentração é o que torna a coisa incerta em certa. Envolve a escolha (que 
no silêncio das partes é do devedor), ser dada a ciência ao credor e disponibilizar a coisa  a 
coisa se torna certa. O devedor não pode alegar antes da concentração que a coisa pereceu. 
 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. 
 
Art. 245 – muda-se o regime (incerta para certa) 
12 
 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da 
coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
 
Art. 246 – onde está “escolha” leia-se “concentração”. 
 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a 
prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. 
 
Art. 247 – Só é possível obrigação forçada genérica, em que a obrigação converte-se em 
obrigação de indenizar perdas e danos. Vira, portanto, obrigação de dar. 
Na obrigação de fazer há fatos insubstituíveis que são exequíveis só por uma pessoa. É a 
obrigação personalíssima (ex. Ivete Sangalo) 
 
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-
á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. 
 
Art. 248 
Prestação do fato é a que ocorre na obrigação de fazer 
 
 
14 de março de 2012 
CAPÍTULO III 
Das Obrigações de Não Fazer 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe 
torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. 
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir 
dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado, perdas e 
danos. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, 
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. 
Obrigações de não fazer 
 
Art. 250 – é inadimplente quando começa a fazer. Há reversíveis (muro) e irreversíveis 
(entrevista ao vivo) 
 
Art. 251 
Obrigação propter rem ou real, acompanha a coisa 
 
 
 
 
 
13 
 
Obrigações alternativas – uma coisa ou outra 
 
CAPÍTULO IV 
Das Obrigações Alternativas 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se 
estipulou. 
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em 
outra. 
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser 
exercida em cada período. 
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, 
decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. 
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, 
caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. 
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada 
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. 
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não 
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último 
se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. 
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível 
por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da 
outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem 
inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização 
por perdas e danos. 
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-
se-á a obrigação. 
 
Art. 252 – Obrigações alternativas §1º ao 4º 
Art. 253 – Alternativa inexequível 
Art. 254 – Culpa 
Art. 255 – escolha do credor 
Art. 256 – todas as prestações impossíveis – extingue-se por resolução 
Art. 257 – Obrigações divisíveis e indivisíveis 
 
A divisibilidade ou indivisibilidade decorre da natureza do objeto. 
 Pode ser de natureza física (cavalo). 
 Pode ser de natureza econômica (empreendimento que vale mais que a soma das suas 
partes). 
14 
 
 Pode ser de natureza jurídica (leis que determinam metragens mínimas em lotes de 
terrenos). 
 A coisa ou fato podem ser divisíveis ou indivisíveis. 
 
 
21 de março de 2012 
 
Art. 257 – Obrigações divisíveis 
Art. 258 – Obrigações indivisíveis 
Art. 259 – Não divisível, com 2 ou mais credores 
Art. 260 – pluralidade de credores em obrigação indivisível 
Art. 261 – um credor recebe obrigação indivisível 
Art. 263 – perdas e danos 
 
CAPÍTULO V 
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis 
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta 
presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou 
devedores. 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um 
fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou 
dada a razão determinante do negócio jurídico. 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será 
obrigado pela dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em 
relação aos outros coobrigados. 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; 
mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros 
assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. 
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os 
outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. 
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, 
compensação ou confusão. 
15 
 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, 
responderão todos por partes iguais. 
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas 
perdas e danos. 
 
Obrigações solidárias 
 
obligatio in solidum – obrigação pelo todo, mesmo que o objeto seja divisível. 
 
 A solidariedade provém da lei ou das partes 
 Não tem a ver com a natureza do objeto 
 Nunca se presume: ou é explicitamente determinada pela lei, ou pela vontade das 
partes. 
 
Solidariedade passiva: os codevedores são solidários, cada devedor responde pessoalmente 
pelo todo da dívida. 
 
Solidariedade ativa: referente aos credores. 
 
 
 
27 de março de 2012 
 
Solidariedade 
 
Art. 265 – Não se presume 
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
 
Art. 267 – da solidariedade ativa – mais de um credor 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento 
da prestação por inteiro. 
 A solidariedade não provém da natureza do objeto da transação; não importa se é 
divisível ou indivisível. 
 
Art. 268 
 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a 
qualquer daqueles poderá este pagar. 
16 
 
Art. 269 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o 
montante do que foi pago. 
 
Art. 271 – em conjunção com o Art. 263 
 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os 
efeitos, a solidariedade. 
 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e 
danos. 
 
 
28 de março de 2012 
 
 A solidariedade provém da lei ou da vontade das partes. 
 A presunção é de que não solidariedade. 
 Na lei do inquilinato, se há mais de um locatário, os colocatários são devedores 
solidários. É possível se incluir cláusula que exclua a solidariedade. 
 
 
 
 
 
 
Solidariedade passiva 
 
Art. 275; Art. 279; Art. 283 
 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial 
ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais 
devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade à propositura de ação pelo 
credor contra um ou alguns dos devedores. 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, 
subsiste para todos os encargos de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só 
responde o culpado. 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos 
codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, 
presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores. 
 Norma cogente ou imperativa: não pode ser alterada pela vontade das partes. 
 Norma dispositiva: pode ser objeto de disposição pelas partes. 
17 
 
 Cobra $900 do Devedor1 
 Devedor 1 tem direito a regresso frente a Devedores 2 e 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Devedor 3 tem $ Zero: é insolvente 
 A cota do insolvente é distribuída em partes iguais entre os outros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
03 de abril de 2012 
 
Pagamento 
 
 O pagamento é o modo de extinção natural da dívida 
 É um dever e também um direito do devedor 
 Terceiros também podem pagar 
 
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se 
opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. 
 
Credor 
$900 
Devedor 2 
$300 
Devedor 3 
$300 
Devedor 1 
$300 
$300
$300 
$900
Credor 
$900 
Devedor 2 
$300+$150 
Devedor 3 
($300) 
Devedor 1 
$300+$150 
$450
$450
18 
 
Quem é o interessado na extinção da dívida? 
 
 Em primeiro, o CREDOR. 
 O devedor também tem interesse no pagamento 
o Porque é ato jurídico que produz dois efeitos Crédito 
Liberação do devedor 
 Terceiros interessados são os que podem sofrer consequências jurídicas negativas caso 
a dívida não seja paga Juridicamente interessados 
 Interesse objetivo 
Exemplos: 
 
1. Fiador em contrato de locação é corresponsável, tem dívida subsidiária 
o O fiador sabe que o locatário não tem dinheiro para pagar no prazo 
o Sabe que cairá em “suas costas” 
o Se pagar no dia, pagará somente o aluguel, sem multas e taxas 
o Então, se antecipa e paga, na qualidade de terceiro interessado 
 
2. O locatário resolve sublocar o imóvel 
o O sublocador é o locatário 
o Se o locatário não paga o locador, o sublocatário será despejado 
o O sublocatário pode pagar ao locador 
 
Sub-rogação: o terceiro interessado que pagou sub-roga-se na posição do antigo credor, com: 
o O mesmo vínculo obrigacional 
o O mesmo crédito e débito 
o Muda apenas a pessoa do credor 
o O pagamento do terceiro produz a sub-rogação que transfere o débito. NÃO 
EXTINGUE O VÍNCULO OBRIGACIONAL. 
o Na sub-rogação permanece o mesmo vínculo obrigacional, que é transmito do 
primeiro credor ao terceiro interessado 
 
Pagamento feito por terceiro não interessado (não interessado juridicamente) 
 
1º modo: pagamento feito pelo terceiro não interessado em nome do credor 
 Exemplo: Padrinho paga dívida do afilhado. 
 Implica intenção de liberalidade, de doar, motivação moral, animus donandi. 
 Se o credor aceitar om pagamento a dívida é extinta. 
 Não nasce vínculo entre o terceiro não interessado e o devedor. 
 O credor não é obrigado a aceitar o pagamento do terceiro não interessado. 
 Se o credor aceitar, o devedor não pode se opor. 
 
2º modo: O terceiro não interessado faz o pagamento em nome próprio 
 O credor tem que aceitar. 
 Se o credor aceitar, o devedor pode se opor em algumas hipóteses. 
19 
 
 O terceiro não está doando, não é liberalidade e terá o direito de exigir tudo o que 
pagou, ser reembolsado pelo que pagou (tudo ou parte), no máximo no mesmo valor 
da dívida 
 A relação obrigacional é extinta 
 Nasce um novo vínculo, não é o mesmo vínculo que foi transferido, que liga o devedor 
ao terceiro que pagou, que terá direito ao reembolso da quantia efetivamente paga. 
 
 
04 de abril de 2012 
 
Devedor pode apresentar oposição quando houver compensação: 
 Devedor deve $ 10.000, mas tem crédito de $ 2.000 
 Assim, credor tem crédito de $ 8.000 
 Terceiro não interessado, em nome próprio, “atravessa” e paga $ 10.000 ao credor 
 Devedor pode pagar apenas $ 8.000 ao terceiro 
 A dívida de $ 2.000 se extingue 
 
 
10 de abril de 2012 
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se 
opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. 
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à 
conta do devedor, salvo oposição deste. 
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito 
a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nosdireitos do credor. 
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no 
vencimento. 
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, 
não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. 
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do 
terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; 
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no 
todo ou em parte. 
 
 
20 
 
Art. 346, I, CC. 
Um devedor, dois credores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 347. A sub-rogação é convencional: 
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos 
os seus direitos; 
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, 
sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. 
 
 
17 de abril de 2012 
 
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e 
garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. 
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do 
credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor. 
Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, 
na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar 
inteiramente o que a um e outro dever. 
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob 
pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. 
 
 legitimidade é diferente de capacidade 
 
Credor 1 Credor 2 
Devedor 
Credor 1 paga a credor 2 
Sub-roga-se da dívida 
21 
 
O que as distingue? 
 Capacidade diz respeito à qualidade da vontade, ao tipo de ato de vontade que a 
pessoa pode produzir, se pode escolher a decisão de modo livre. Para saber se alguém 
é capaz, pergunta-se se sua vontade pode produzir ato voluntário e perfeito. Só a 
partir de 18 anos. 
 Legitimidade é ocupar uma posição jurídica diante de um bem ou de alguém (vender 
algo de que se é proprietário) 
 
LATIM 
Solvens  Aquele que paga 
Accipiens  Aquele que recebe 
 
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, 
não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. 
O credor sempre tem legitimidade passiva para receber o pagamento. 
 Também o representante jurídico 
 Também um terceiro, desde que depois de ratificado pelo credor. 
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois 
que não era credor. 
Credor putativo é o juridicamente aparente 
Latim: putare = fazer parecer 
 
18 de abril de 2012 
 
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor 
não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. 
 
Objeto do Pagamento 
 
Regra: Imutabilidade do objeto do pagamento; não pode ser mudado por vontade de apenas 
uma das partes. 
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda 
que mais valiosa. 
22 
 
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor 
ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. 
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no 
silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução. 
 
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, 
enquanto não lhe seja dada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 de abril de 2012 
 
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o 
pagamento, enquanto não lhe seja dada. 
 
 
 
 
 
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, 
designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este 
pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu 
representante. 
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, 
se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. 
Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, 
poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o 
título desaparecido. 
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes 
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da 
obrigação ou das circunstâncias. 
 
Pagar = cumprir a obrigação 
 = 
Solver = (latim) solutio = pagamento 
 = 
Adimplir = adimplemento = pagamento 
QUITAR NÃO É PAGAR 
O credor que recebe tem o dever de dar a quitação 
. 
 Quitação é o ato 
 Recibo é o instrumento de quitação, embora não para todos os casos. Exemplo: a 
devolução de uma nota promissória. 
23 
 
Uma obrigação, com respeito ao pagamento pode ser: 
 No domicílio do devedor 
- Neste caso deve ser buscado pelo credor 
- OBRIGAÇÃO QUESÍVEL (vem do francês quérable, que significa buscável) 
- É a regra do nosso sistema, se a lei ou as partes não determinarem em contrário. 
- Pode ainda ser consequência da natureza do contrato ou do serviço (exemplo: fazer 
brigadeiros e mandar a mesa para a festa de aniversário) 
 
 No domicílio do credor 
- Tem que ser levado ao credor 
- OBRIGAÇÃO PORTÁVEL (vem do francês portable, que significa... portável) 
- Apenas quando a lei determina ou as partes convencionam 
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes 
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da 
obrigação ou das circunstâncias. 
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do 
credor relativamente ao previsto no contrato. (este artigo não existia no Código Civil de 
1916) 
(O professor sugeriu que se leia os princípios UNIDROIT, disponíveis em português em 
http://www.gddc.pt/cooperacao/materia-civil-comercial/unidroit.html) 
 
25 de abril de 2012 
Tempo de pagamento 
 Não é a termo 
Obrigação “pura e simples” Não é condicional 
 O tempo do pagamento é agora 
 
Obrigação a termo Vence após escoado um prazo 
Obrigação condicional Fato futuro e incerto 
24 
 
(ver Elementos Acidentais do Negócio Jurídico: matéria do 2º semestre) 
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o 
pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. 
Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, 
cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. 
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo 
estipulado no contrato ou marcado neste Código: 
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; 
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro 
credor; 
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou 
reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não 
se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes. 
Novação 
É um negócio jurídico medianteo qual uma obrigação é criada para que uma obrigação pré-
existente seja extinta. 
Destrói-se o vínculo pré-existente e é criado um novo vínculo: novo débito e novo crédito. 
 
Há 4 tipos de novação: 
1. Novação Objetiva (ou real): são mantidos os sujeitos e mudado o objeto; muda a 
coisa, não as pessoas. 
 
Fundamentação: Art. 360, I 
Art. 360. Dá-se a novação: 
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a 
anterior; 
2. Novação Subjetiva (ou pessoal) 
2.1. Novação Subjetiva Ativa 
Muda o credor. É criado um novo vínculo entre o novo credor e o mesmo devedor. 
Fundamentação: Art. 360, III 
Não confundir com renegociação. Exemplo: parcelar dívida. 
25 
 
Art. 360. Dá-se a novação: 
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o 
devedor quite com este. 
 
 
 
 
 
2.2 Novação Subjetiva Passiva 
Fica o credor, o objeto, sai o devedor e entra outro. 
2.2.1. Novação Subjetiva Passiva por Delegação 
O devedor delega seu débito a terceiro. O terceiro precisa aceitar e o credor dar seu 
consentimento. Fundamentação: Art. 360, II 
Art. 360. Dá-se a novação: 
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; 
2.2.2. Novação Subjetiva Passiva por Expromissão 
O novo devedor entra ou por iniciativa própria, ou por iniciativa do credor. O devedor 
original não precisa autorizar apenas ser dado ciência. Fundamentação: Art. 360, II e 
Art. 362 
Art. 360. Dá-se a novação: 
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; 
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente 
de consentimento deste. 
Resumindo os 4 tipos de novação: 
Novação Objetiva: muda o objeto, a coisa 
Novação Subjetiva Ativa: muda o credor 
Novação Subjetiva Passiva por Delegação: O devedor delega seu débito a terceiro. 
Novação Subjetiva Passiva por Expromissão: O novo devedor entra ou por 
iniciativa própria, ou por iniciativa do credor. 
Não é sub-rogação. Na sub-rogação não há a extinção de um vínculo e a criação de outro. 
OBRIGAÇÃO 
Extinta Novada 
Criada Nova 
26 
 
02 de maio de 2012 
 
Novação 
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito, mas inequívoco, a segunda 
obrigação confirma simplesmente a primeira. 
 
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver 
estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca 
ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na 
novação. 
 
Dação em Pagamento 
Negócio jurídico bilateral e real que altera, substitui, o objeto do pagamento. É a dação em 
pagamento. 
 Só é dação se ocorrer no momento do pagamento. 
 Não é novação objetiva porque não foi criada nova obrigação. 
 Será novação objetiva se a troca do objeto for previamente acertada, criando nova 
obrigação. 
 Na dação, a troca sempre se dá por coisa. 
Coisa por coisa 
Dação Dinheiro por coisa SEMPRE POR COISA 
 Fazer por coisa 
 
 A dação extingue a obrigação, mas não cria uma nova. 
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. 
 
 
 
 
 
Na dúvida, é renegociação, não novação. 
27 
 
Imputação do Pagamento 
Imputar = atribuir, aplicar 
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, 
tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e 
vencidos. 
 d1 
 d2 
 
 Imagine-se um devedor que ao mesmo tempo é inquilino de seu credor e também lhe 
tomou um empréstimo, é mutuário de seu credor. 
 O aluguel de Abril vence dia 4 de maio e é de R$ 10.000,00 
 Seu empréstimo também vence em 4 de maio, também R$ 10.000,00 
 O devedor só tem R$ 10.000,00 
o O devedor pode pagar atribuindo a que débito se refere. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devedor Credor 
Obrigação certa é aquela sobre a qual não há dúvida 
 
 Líquida: - Tem valor estabelecido: 
 - “Você me deve 10!”; “OK, devo 10.” 
Obrigação certa 
 
Ilíquida: - O valor não está estabelecido: 
 - “Você me deve 10!”; “OK, devo, mas só 9.” 
 
 
 Vencida: aquela que já venceu 
Obrigação certa 
 Vincenda: aquela que está por vencer 
 
 Para haver imputação, as obrigações têm que ser líquidas e vencidas. 
(mesmo que vencidas em prazos diferentes) 
 
Condições da Imputação do Pagamento 
 Mesmo devedor 
 Mesmo credor 
 Dois ou mais débitos da mesma natureza 
 Líquidos e vencidos 
28 
 
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas imputar 
o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a contra a imputação 
feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência dolo. 
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à 
imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas 
forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. 
 
15 de maio de 2012 
Compensação 
Art. 368, CC 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas 
obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. 
 
 - A deve $1000 para B de aluguéis 
 
 - B é credor de A em $1000 
 
 - B deve $1000 para A por contrato de empréstimo 
 
 - A é credor de B em $1000 
 
 As duas compensações extinguem-se até onde se compensam 
 No caso deste exemplo a compensação é total porque os valores são iguais 
 
 
 
 - A deve $500 para B de aluguéis 
 
 - B é credor de A em $500 
 
 - B deve $800 para A por contrato de empréstimo 
 
 - A é credor de B em $800 
 
 No caso deste exemplo a compensação é parcial porque os valores são diferentes 
 A passa a ser credor de B em $300 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 Art. 369, CC 
 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. 
 
 Causas diferentes 
 Natureza igual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 370, CC 
 
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não 
se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato. 
 
 A causa é indiferente 
 
Art. 373, CC 
 
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: 
I - se provier de esbulho, furto ou roubo; 
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; 
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora. 
I. Esbulho, furto ou roubo. 
 
 
 
 
 
A furta de B e tem obrigação de indenizá-lo em $1000 
 B deve $1000 a A de aluguéis 
 Não há compensação 
 
- Tem que ser da mesma natureza 
- A causa é indiferente 
No silêncio das partes a compensação se opera automaticamente, 
extinguindo total ou parcialmente a dívida 
Compensação não dá quitação, só extingue a obrigação. 
Esbulho: ato de usurpação pelo qual uma pessoa é privada, 
ou espoliada, de coisa de que tenha propriedade ou posse. 
30 
 
II. Comodato, depósito ou alimentos. 
 
- Comodato e depósito civil são contratos gratuitos. 
- No depósito, o “bonzinho” é o que guarda. 
- No comodato, se por culpa do comodatário, o bem perecer, deve o equivalente 
 mais perdas e danos ao comodante. 
- Alimentos refere-se a pensão alimentícia e dívida de salário. 
 
Art. 375, CC 
Art. 375. Não haverá compensação quando as partes,por mútuo acordo, a excluírem, ou no 
caso de renúncia prévia de uma delas. 
 
Confusão 
 “O que não é possível distinguir, está indistinto” 
 Ocorre quando em uma única pessoa se fundem as posições de credor e devedor. 
 
Art. 381, CC 
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de 
credor e devedor. 
O texto do artigo diz “extingue-se”, mas é mais apropriado dizer “suspende-se”, porque se 
posteriormente a confusão cessar, a obrigação se reestabelece, conforme previsto no Art. 384. 
 
Art. 382, CC 
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela. 
 
Art. 383, CC 
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação 
até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a 
solidariedade. 
 
Art. 384, CC 
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a 
obrigação anterior. 
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Remissão 
 Remissão = perdão = resgate. 
 É o ato de remir, de redimir (daí, Cristo Redentor, aquele redime dos pecados) 
Art. 385, CC 
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de 
terceiro. 
 Só há remissão se o devedor aceita. 
 É negócio jurídico bilateral. 
 Só é válido se o credor não estiver fraudando interesse de terceiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 de maio de 2012 
Inadimplemento – consequências 
 
 Total 
Não pagamento Parcial (parte, tudo ou mal feito) 
 Atraso (mora) 
 
Quais são as consequências negativas? 
 
Art. 389, CC 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
 
Além das consequências do Art. 389, há a aplicação da cláusula penal. 
 
 
Credor1 Devedor 
Credor2 
Débito de $1000 
Débito de $800  O Credor1 tinha que receber os $1000 para pagar os $800 
que devia ao Credor2, pois não tinha outro dinheiro. 
 Se o Credor1 der remissão ao Devedor, estará cometendo 
fraude contra o Credor2. 
 Só pode dar essa remissão se tiver como pagar de outra 
forma. 
Inadimplência  não pagar 
Insolvência  não pagar e não ter como pagar. 
32 
 
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que 
executou o ato de que se devia abster. 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não 
era possível evitar ou impedir. 
 Responsabilidade resulta de culpa. 
 É possível inserir no contrato responsabilidade sem culpa. 
 
Mora 
Também é possível mora do credor que se recusa a receber dívida vencida. 
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não 
quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. 
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização 
dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e 
exigir a satisfação das perdas e danos. 
Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. 
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno 
direito em mora o devedor. 
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou 
extrajudicial. 
 Tem haver termo, prazo. 
 Mora automática  não há necessidade de nenhum ato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mora “ex re”  a partir da própria coisa - Arts. 397, caput; 398 
 Positiva, líquida e a termo. 
 Automática na data do vencimento. O credor não precisa fazer nada 
 De pleno direito  automática 
 Não havendo termo, o credor deve interpelar o devedor (agora ou a termo) 
judicial ou extrajudicialmente. 
 Agora  pura e simples. 
 Daqui a um mês  a termo. 
33 
 
 
 
 
 
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o 
praticou. 
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação 
da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-
la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o 
pagamento e o da sua efetivação. 
 
 
Art. 401. Purga-se a mora: 
I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos 
decorrentes do dia da oferta; 
II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da 
mora até a mesma data. 
 
Juros 
 Consequência negativa da mora 
Em Obrigações  juros de mora 
Há 2 tipos no Direito Civil 
 Em Contratos Civis (6º semestre) 
 
 
Juros Moratórios 
 Sanção aplicada ao devedor pelo atraso 
 A lei determina a existência de juros moratórios 
 
 
 
 
 
 
Mora “ex persona”  a partir de ato da pessoa – Art. 397, § único 
 Não a termo. 
 O devedor precisa antes ser interpelado 
Purgar = limpar, purificar (“Só tomem cuidado com chá de couve...”) 
Juros remuneratórios 
- Contratos de financiamento ou 
 mútuo; 
- Remuneram a privação do capital; 
- É o “preço” pelo uso do dinheiro dos 
 outros. 
 Código Civil  A taxa máxima é a mesma aplicada aos impostos (Art. 161, §1º, CTN). 
 Hoje alguns doutrinadores consideram a SELIC. 
 A maioria dos civilistas considera a CTN (1% ao mês, 12% ao ano). 
 
34 
 
Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. 
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, 
ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor 
para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. 
Há divergências acerca do Art. 405, no que diz respeito à contagem dos juros a partir do 
começo da mora ou da citação inicial. 
 A maioria defende que no começo da mora. 
 De outra forma, o Art. 405 só valeria para os casos em que houvesse interpelação 
judicial. 
 
Cláusula Penal 
 Como possibilidade, está na lei. 
 Mas para que exista, as partes têm que estar pactuadas. 
 Dá origem a obrigação penal. 
 Nada a ver com Direito Penal! 
 É o Direito Civil que estabelece penalidade caso não se pague totalmente, 
adequadamente ou no prazo. 
 É a cláusula que estipula multa por inadimplemento. 
 Multa é uma cláusula penal pecuniária. É o conteúdo da obrigação penal. 
 Todavia, pode haver cláusula penal não pecuniária. 
 A mais usada é a cláusula penal pecuniária  multa. 
 A cláusula penal pode ser aplicada por inadimplemento absoluto, parcial, 
descumprimento de uma ou todas as cláusulas do contrato. 
 Pode-se estipular uma cláusula penal para cada cláusula não cumprida. 
 Também se pode estipular cláusula penal por mero atraso. 
 
Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de 
cumprir a obrigação ou se constitua em mora. 
Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode 
referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à 
mora. 
Art. 410. Quandose estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, 
esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. 
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de 
outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, 
juntamente com o desempenho da obrigação principal. 
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação 
principal. 
35 
 
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver 
sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se 
em vista a natureza e a finalidade do negócio. 
Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na 
pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos 
outros somente pela sua quota. 
Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu causa à 
aplicação da pena. 
Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro do devedor 
que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação. 
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. 
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor 
exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como 
mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. 
 Em contratos ter muita atenção ao § único do Art. 416. Seria razoável considerar que a 
cláusula penal só signifique abrir mão da indenização suplementar??! Pensar nisso ao 
valorar a cláusula penal. 
 
Arras ou sinal 
Arras são um negócio acessório real. 
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro 
ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na 
prestação devida, se do mesmo gênero da principal. 
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, 
retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato 
por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices 
oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. 
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo 
as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as 
perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização. 
 Arras confirmatórias (Arts. 417, 418 e 419): Reforçam a promessa; no caso de 
descumprimento, servem de mínimo de indenização . 
 Arras penitenciais (Art. 420): Quando há um contrato em que é estipulado direito a 
arrependimento. 
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as 
arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em 
benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos 
não haverá direito a indenização suplementar.

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