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Comentários sobre os artigos da Lei de Crimes hediondos

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CRIMES HEDIONDOS - LEI 8.072/90
O Brasil adota o sistema legal para definição dos crimes hediondos. Nesse sistema, o legislador define quais são os crimes a serem considerados como hediondos e o juiz não pode afastar-se do rol taxativo definido pelo legislador.
A grande vantagem desse sistema é garantir a segurança jurídica: em todo o território nacional o julgamento desses crimes obedecerá a um mesmo critério.
A origem da Lei dos Crimes Hediondos tem seu fundamento na Constituição Federal.
Neste trabalho, um exercício em preparação para futuras atividades jurídicas, analisaremos suscintamente a “LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990 que dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências”.
A Lei 8.072/90, segundo rol taxativo definido pelo legislador nos incisos e parágrafo único do artigo 1º, considera hediondos os seguintes crimes:
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); 
I-A - lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.142, de 6/7/2015)
II - latrocínio (art. 157, § 3º, in fine); 
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º);
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lº, 2º e 3º); 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º);
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso acrescido pela Lei nº 8.930, de 6/9/1994)
VII-A - (VETADO)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei nº 9.677, de 2 de julho de 1998
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Inciso acrescido pela Lei nº 12.978, de 21/5/2014)
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956, tentado ou consumado. 
Os crimes de Tortura, Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Terrorismo são equiparados aos crimes hediondos.
Art. 1º
Inciso I: Homicídio simples em regra não é hediondo, porém, passa a ser considerado hediondo quando cometido em ação típica de grupos de extermínio (grupos que se dedicam a eliminar grupos sociais definidos). O fato de ser praticado por grupo de extermínio não é qualifica o homicídio simples.
Homicídio qualificado: qualquer que seja a qualificadora (subjetiva, objetiva, de meio, de modo, de motivo), torna o homicídio crime hediondo. O homicídio pode, ao mesmo tempo, ser privilegiado e qualificado e, nessa situação, não são classificados como hediondos.
Inciso I-A: É indispensável que o agressor tenha consciência da função pública desempenhada e queira cometer o crime contra o agente que está em seu exercício ou em razão dela; ou ainda, que queira praticar o delito contra o seu familiar em decorrência dessa atividade.
Inciso II: Latrocínio (roubo em que a violência da ação resulta em morte dolosa ou culposa da vítima) será sempre crime hediondo.
Inciso III - Extorsão qualificada pela morte: extorsão simples não é considerada crime hediondo, mas quando seguida de morte passa a ser crime hediondo.
Inciso IV - A extorsão qualificada pela privação de liberdade da vítima será sempre crime hediondo, na forma simples ou qualificada.
Incisos V e VI: Estupro e estupro de vulnerável (caput e parágrafos) são considerados crimes hediondos por força de disposição expressa de lei. Seja na forma simples (sem lesão corporal grave ou morte), seja na forma qualificada, o estupro está enquadrado entre os crimes hediondos.
Inciso VII: A tipificação desse crime se dá com a disseminação de microrganismos nocivos capazes de causar moléstias infecciosas graves. O crime é consumado com o surgimento da epidemia: muitos casos da mesma moléstia em pequeno espaço de tempo e em locais determinados. 
Ocorrendo uma única morte, o crime se caracteriza como hediondo.
Inciso VII-B: O objeto material deste tipo penal está previsto no §1º-A do art.273 do código penal que proíbe a alteração de medicamentos, as matérias-primas, insumos farmacêuticos, cosméticos, saneantes e os de uso de diagnóstico.
Parte da doutrina discute a proporcionalidade da pena visto que as substâncias medicinais são equiparadas às substâncias cosméticas ou saneantes: a falsificação de shampoo, água sanitária, batom tem a mesma punição que a falsificação de medicamentos.
Inciso VIII “Prostituição é o comércio habitual do próprio corpo, exercido por qualquer pessoa (homem ou mulher), em que estes se prestam à satisfação sexual de indeterminado número de pessoas, em troca de pagamento não somente monetário, mas também por meio de bens e serviços.” A prostituição, embora considerada imoral, não constitui crime, porém, o lenocínio constitui ilícito penal. Os elementos deste crime são: (1) as condutas de submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual; (2) alguém menor de 18 anos; (3) ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; (4) facilitando, impedindo ou dificultando que a vítima abandone a prostituição.
Parágrafo único: Crimes de genocídio, considerados em legislação própria (Lei 2889 de 1º de outubro de 1956), tentados ou consumados, são considerados hediondos e têm como objeto de tutela um determinado grupo étnico, religioso, nacional ou racial.
O dolo estará sempre presente nos crimes de genocídio, não há crime de genocídio sob a forma culposa: a ação do agente tem por fim aniquilar um grupo social. Um exemplo desse crime é a aniquilação dos judeus tentada por Adolf Hitler.
Artigo 2º
A prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
I: anistia, graça e indulto;
II: fiança.
Parágrafo 1º: a pena será cumprida inicialmente em regime fechado.
Parágrafo 2º: será permitida a progressão de regime depois de cumpridos 2/5 (dois quintos) da pena. Em caso de reincidência, a progressão só poderá ocorrer após o cumprimento de 3/5 (três ) da pena.
Parágrafo 3º: em caso de condenação, o juiz deverá fundamentar sua decisão caso permita ao réu apelar em liberdade.
Parágrafo 4º: a prisão temporária (lei 7.960/89) terá prazo de 30 (trinta) dias prorrogável por igual período caso seja haja extrema e comprovada necessidade.
Artigo 3º: determina que a União mantenha unidade unidades prisionais de segurança máxima para reclusão dos condenados por crimes hediondos.
Artigo 4º: vetado
Artigo 5º: acrescentou o inciso V ao art. 83 do Código Penal: o apenado deverá cumprir 2/3 da pena para ter o direito ao livramento condicional.
Artigo 6º: alterou a redação dos artigos 
157, § 3º; 
159, caput e seus parágrafos 1º, 2º e 3º; 213; 214; 
223, caput e seu parágrafo único; 
267, caput e270; caput, todos do Código Penal.
Artigo 7º: alterou as qualificações no crime de extorsão mediante sequestro no parágrafo 2º do art. 159 do Código Penal e aumentou consideravelmente a pena em suas formas qualificadas.
Artigo 8º: define entre três e seis anos a pena de reclusão para a prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes, drogas afins ou terrorismo prevista no artigo 288 do Código penal.
Parágrafo único: reduz de um a dois terços a pena do participante e do associadoque denunciar à autoridade o bando ou quadrilha.
Artigo 9º: acresce de metade, respeitando-se o limite máximo de 30 anos de reclusão, as penas fixadas no artigo 6º.
Artigo 10º: provocou alterações na lei anterior que tratava do tráfico ilícito de entorpecentes quanto à obrigatoriedade do réu recolher-se à prisão e obter, por parte do Judiciário, a aplicação.
Artigo 11: vetado pela Presidência da República.
Artigo 12: determinou a data de vigor da lei.
Artigo 13: revoga as disposições contrárias a esta lei.
CONCLUSÃO:
A constituição federal de 1988 no art.5º, inciso XLIII, considera inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia os crimes definidos como hediondos, respondendo por estes delitos os mandantes e executores. Respondem também aqueles que, podendo evitar tais crimes, omitem-se.
Concluímos que a intenção do legislador, ao dispensar tratamento mais rigoroso aos crimes hediondos e aos crimes a eles equiparados, era salvaguardar com maior zelo bens jurídicos como a vida, saúde pública e dignidade da pessoa, dentre outros.
José Antonio de Oliveira Almeida
5º C – RA 10006956
23/04/2016
Lei 8072/90 – Crimes hediondos - fl

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