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XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 Temática 2: Direito à Informação, Acesso à Informação e Inclusão Social A Gestão Documental informação e organizações Maria do Socorro Azevedo Borba sosborba@yahoo.com.br Universidade Federal do Rio Grande do Norte RESUMO Analisa a operacionalização da gestão documental e o gerenciamento eletrônico de documentos como ferramenta para preservação desses documentos. A cada dia são gerados novos documentos em formato de papel e devido a essa grande quantidade de documentos é que as instituições sejam públicas sejam privadas, empresas e organizações de maneira geral, estão investindo nos meios de recuperação da informação de forma mais rápida. Documentos em forma de papel são encontrados em maior quantidade, o que causa dificuldade na recuperação e armazenamento, uma vez que, como a informação é um bem de grande valia para a sociedade, principalmente a conservação, preservação e disseminação desta, requer maior espaço físico. Entendendo-se que a informação é todo o conjunto de dados organizados de forma a ter sentido e valor para seu destinatário em que esses dados, quando processados por programas aplicativos, possuem um uso mais especifico e maior valor agregado do que uma simples recuperação dos mesmos em uma base de dados, identificando o gerenciamento eletrônico de documentos no mundo corporativo, tendo como principal tarefa a avaliação e classificação de documentos. Aborda a gestão documental pois precede a implantação do gerenciamento eletrônico de documentos, ressaltando os valores da informação tais como: organizar e o armazenamento. Tr ab al ho s té cn ic o - ci en tíf ic o s PALAVRAS-CHAVE: Arquivo. Informação. Gestão documental. Gerenciamento Eletrônico de Documentos. 1 Introdução A cada dia são gerados novos documentos em formato de papel. Devido a essa grande quantidade de documentos é que as instituições sejam públicas sejam privadas, empresas e organizações de maneira geral, estão investindo nos meios de recuperação da informação de XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 forma mais rápida. Diante desse contexto é que a sociedade precisa tomar consciência da importância dos documentos gerados, a partir da sua organização, preservação e disseminação. Porém, se faz necessário trabalho técnico minucioso, para que se possa posteriormente organizar a documentação gerada, recuperar estas informações contidas em documentos. Imagine a história da humanidade sem todo o processo da gestão documental? Com o avento de novas tecnologias, imagina-se que os documentos gerados necessitam apenas de um software e tudo se resolve, como num passe de mágica. Mas não é bem assim, se faz necessário conhecer os usuários que irão pesquisar essa documentação, traçar esse perfil, fazer seleção através de assunto, de datas, tipos de documentos, preparar todos os espaços físicos, mobiliários, ou seja, trabalhar manualmente todos os documentos, para posteriormente pesquisar um software que seja adequado ao que foi planejado primeiro manualmente, o que foi denominado gerenciamento eletrônico de documentos. O objetivo desta pesquisa foi analisar a operacionalização da gestão documental e o gerenciamento eletrônico de documentos como ferramenta para preservação desses documentos. Como metodologia, optou-se pela pesquisa bibliográfica e eletrônica, com os autores especializados no tema abordado. Foi abordada a história do arquivo, posteriormente a gestão documental, para, em seguida, destacar o que seja gerenciamento eletrônico de documentos. 2 Arquivo O que é arquivo? Como se pode recuperar a sua história? Qual sua importância para nossa sociedade? Então se procurou trabalhar com a literatura especializada, pois de acordo com os autores analisados, ainda paira imprecisão quanto à origem do termo arquivo, ou seja, não se apresenta com precisão. Constatou-se que para alguns teóricos o termo arché surgiu na Grécia Antiga e evoluiu para archeion e logo em seguida procedente de archivum, palavra de origem latina, que significa guarda de documentos (BELLOTO,1991). Os eruditos do Renascimento foram os primeiros a ocupar-se dos arquivos como fonte da história, dando início aos estudos de diplomática, que levariam a moderna crítica histórica. A partir da revolução francesa, os arquivos tornaram-se um bem público, proclamando-se o direito do povo de acesso aos documentos, cuja preservação foi oficialmente reconhecida como de responsabilidade do Estado. Pode-se perceber que com o desenvolvimento da ciência, principalmente após a 2ª XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 Guerra Mundial, inicia-se uma série de acontecimentos diretamente relacionados com o progresso de nossa civilização, progresso é visível principalmente para a arquivologia. Dentre eles a arquitetura, sendo moderna e funcional em seus prédios, onde são instalados os arquivos; a restauração de documentos passa do aspecto manual para o emprego de máquinas e material sintético, e principalmente a importante intervenção dos arquivistas na gestão de papéis administrativos e nos arquivos econômicos, pessoais e familiares; inicia de forma tímida a de aplicar as conquistas da eletrônica aos trabalhos arquivísticos. Porém um agravante se inicia na arquivologia contemporânea, pois são gerados e acumulados pelas administrações, um grande volume de papéis, necessitando então, que haja seleção para um seguro descarte de documentos depois de avaliados. O bacharel em arquivologia, denominado de arquivista, em sua formação acadêmica aprende a desenvolver padrões de avaliação, bem como elaborar planos de descarte, preparar tabelas e listas de material repetitivos de descarte automático. Essas listas e tabelas de descartes, conhecidas no meio profissional de tabelas de temporalidade de documentos (TTD), trazem a especificação do período de retenção de documentos comuns à maioria dos serviços existentes. A tabela de temporalidade de documentos é o instrumento arquivístico que, após aprovação e oficialização pela autoridade competente, procura estabelecer a destinação final dos documentos, isto é, eliminação ou guarda permanente, relaciona às séries documentais que os documentos integram, os respectivos prazos de vigência, de prescrição e de precaução, em função de valores legais, fiscais, administrativos, técnicos, operacionais, históricos ou culturais e define os prazos para eliminação, transferência e recolhimento de documentos públicos do município. Porém, faz - se necessário que o arquivista, sempre que possível consulte especialistas para decidir quanto à destinação dos documentos. Para Faria Filho (2000, p. 39), “preservar não significa guardar tudo, mas avaliar a documentação, descartando o desnecessário e criando condições mínimas de sobrevivência do suporte físico (materialidade) e da informação do documento”. Quando se pretende fazer referência aos arquivos, a primeira imagem que se vem à cabeça é uma sala muito empoeirada com um amontoado de papéis e documentos. Raramente as pessoas associam a palavra “arquivo” a um sistema informatizado, que integre vários componentes de hardware e software. Mas na verdade, isso não interessa para quem deseja a informação, o importante é que ela exista enão tenha sido perdida e que o cliente a tenha o mais rápido possível. Souza XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 (1950 apud PAES, 1997, p. 20) descreve arquivo como sendo: “o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”. Entende-se que um arquivo para ter essa denominação tem que passar por todos os procedimentos inerentes a sua organização, que os usuários possam encontrar com eficiência a informação buscada. Outro especialista no assunto, Prado (1985, p. 2) destaca que arquivo é: “[...] não é só o lugar onde se guarda a documentação, como a reunião de documentos guardados. Portanto arquivar é guardar qualquer espécie de documento, visando à facilidade de encontrá-lo, quando procurado”. Analisando as citações dos autores supracitados, pode-se constatar que a principal finalidade dos arquivos é armazenar as informações sob forma de documento, e que estejam organizados de uma maneira que permitam a localização rápida e segura das informações desejadas. É importante destacar que uma instituição, seja ela pública ou privada, tenha sempre em sua estrutura organizacional um arquivo organizado, pois esse vai documentar e comprovar todas as informações emitidas por ela. Significa afirmar que a guarda de forma segura destes documentos vai possibilitar que se tenha como comprovar as informações desejadas, quando as mesmas forem solicitadas. 2.1 Tipos de Arquivo Os arquivos, considerados como testemunhos de uma iniciativa ou atividade de uma instituição pública ou privada, são compostos de documentos, e esses documentos podem ser armazenados de acordo com as fases ou tipo. Sobre essa condição, Belloto (1999) aborda as três idades dos arquivos, representada pelo tipo de documentos que armazenam. Sendo que a primeira idade corresponde aos arquivos correntes ou de gestão, os quais são conjuntos de documentos estritamente vinculados aos objetivos imediatos para os quais foram produzidos, e que se conservam junto aos órgãos produtores em razão de sua vigência e freqüência de uso. Sua permanência nesse tipo de arquivo depende da função dos documentos. A segunda idade, é a fase dos arquivos intermediários ou semi-ativos, arquivos que guardam os documentos em depósitos de armazenamento temporário, que neles aguardam sua destinação final, apresentando pouca freqüência de uso pela administração, sendo nessa fase que os documentos serão submetidos a tabela de temporalidade de documentos, que determinam o prazo de vida dos documentos. A terceira idade corresponde aos documentos permanentes ou XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 históricos, os quais são conjuntos documentais custodiados em caráter definitivo. Nessa idade, os documentos são recolhidos e conduzidos para local apropriado de preservação definitiva, com finalidade de fazer parte da história da humanidade. No entanto, para que o documento faça esse percurso natural de vida, da administração à história, desde a produção até seu destino adequado, Belloto (1999), afirma que, cabe ao historiador selecionar, interpretar e explicar e ao arquivista, identificar, descrever, resumir e indexar. Mas, para que isso ocorra é preciso que não seja interrompido o fluxo dos documentos, visto que a falta de conhecimentos de determinados administradores quanto ao valor dos documentos produzidos pela organização, poderá causar grandes danos à história e à cultura de um determinado país, região ou estado. Assim, para evitar que isso ocorra é preciso que os responsáveis pelas políticas de informação e documentação das organizações estejam cientes de que, se cumprido as razões pelas quais os documentos foram produzidos, eles não poderão ser descartados antes de consultar os arquivistas administrativos existentes no órgão. Feijó (1988, p. 67) afirma ainda que, “arquivo de segunda idade, intermediário ou inativo, caracteriza o arquivo que abriga os documentos cuja consulta já não é freqüente por ter perdido sua atualidade”. Nos arquivos permanentes, os documentos podem ser conduzidos a um local de preservação definitiva, onde ultrapassado totalmente o uso primário, inicia-se o uso científico, social e cultural. Concordando com essa afirmação Feijó (1988, p. 67) conclui que: Arquivo de terceira idade, passivo ou permanente: refere-se a reunião de documentos cuja freqüência de consulta é praticamente nula. São considerados arquivos de custódia, pois a massa documental já perdeu o valor administrativo. Entretanto, são mantidos em virtude do seu valor histórico, servindo como subsídios para conhecer o passado ou a evolução de certos eventos. 2.2 Gestão Documental A Lei n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados, em seu Artigo 3º define, com muita propriedade, o conceito de gestão documental. A organização de arquivos, como de qualquer outro setor de uma instituição, pressupõe o desenvolvimento de várias etapas de trabalho, a saber: XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 Etapas da Organização Documental Levantamento de Itens documentais ⇒⇒⇒⇒ Elaboração da Tabela de Temporalidade de Documentos (TDD) ⇒⇒⇒⇒ Processamento Técnico ⇒⇒⇒⇒ Cadastramento da Base ⇒⇒⇒⇒ Treinamento ⇒⇒⇒⇒ Divulgação Fonte: GESTÃO documental, 2002, p. 6. Prazo Médio de Durabilidade Mídias de Armazenamento Mídia Durabilidade estimada Papel Indeterminada Microfilme 400 anos CD ROM 30 anos HD 5 anos Fita 5 anos Fonte: GESTÃO documental, 2002, p. 6 3 Gerenciamento Eletrônico de Documentos ( GED) Para que se possa tomar qualquer decisão sobre a implantação do GED se faz necessário considerar o gerenciamento do arquivo. Saber gerenciar registros é o primeiro passo para a implantação de qualquer tecnologia do GED. Os documentos precisam estar organizados de acordo com uma TTD – Tabela de Temporalidade Documental. Para Silva (GESTÃO documental, 2002, p.3) os documentos são o DNA da empresa. “Mais do que isso seja um documento originado eletronicamente, uma conta, uma fatura, ou um recibo, ou em papel ou microfilme, de nada adianta inseri-los em sistema de busca de informação se eles não forem previamente tratados.” Na visão de Koch (2004), no que diz respeito ao GED, faz o seguinte encaminhamento: No GED os documentos são preparados para serem digitalizados em escâner especiais. Após a digitalização, o documento passa por uma conferência e depois é gravado, junto com tantos outros, em meios magnéticos ou discos ópticos. As informações podem ser: XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 Voz - Informações geradas de forma verbal. Cada vez mais informações verbais estão deixando o caráter informal e assumindo importância no mundo dos negócios. Texto - Informações normalmente mais formais. Vão de cartas a contratos, planilhas, manuais etc. Imagem - Informações que não podem ser representadas nas formas anteriores: mapas, fotografias, assinaturas etc. Num mundo moderno, globalizado, onde a sociedadetem necessidade de informação de maneira rápida e eficiente, para atender seus clientes com precisão, as organizações, principalmente as dos países desenvolvidos, denominados de 1º mundo, utilizam o Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GEDs) todos os dias, substituindo os sistemas de arquivamento de papeis. Percebe-se essa transformação em virtude de determinadas razões tais quais: a) pode-se evitar e prevenir no tocante à perda de documentos; b) quanto ao aspecto físico, diminui drasticamente o espaço de armazenagem de documentos; e finalmente, facilita o gerenciamento dos documentos. Quanto aos usuários, ao utilizarem o GED em seu computador, seja ele em casa ou em suas atividades profissionais se depara com o seguinte: os documentos são encontrados instantaneamente e as imagens dos documentos são disponibilizadas a todos. Os arquivos de aço desaparecem como em um passe de mágica. No site disponível na internet O QUE é GED ( http://www.indexadvance.com.br/ged.htm), tem-se a seguinte descriminação: Os documentos são escaneados para o banco de dados do sistema. O GED armazena estes documentos em algum lugar no disco. Os documentos então são submetidos a um processo de indexação. No momento em que uma pessoa, futuramente, desejar ler este documento, poderá usar as ferramentas de pesquisa que estão disponíveis no sistema GED. Os documentos poderão ser lidos e o administrador determinará através de senha quem terá acesso aos documentos. Escaneamento Os últimos avanços tecnológicos no campo dos scanners, tornou a conversão de documentos impressos ou papeis rápida, barata e fácil. Contribuindo para colocar um arquivo de papéis dentro de um computador facilmente. Armazenamento O sistema de armazenamento fornece uma forma confiável de guardar os arquivos eletrônicos. Acomodando todos os documentos de uma empresa, e conseqüentemente, admitindo seu crescimento futuro. Indexação XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 O sistema de indexação cria um modo de arquivamento organizado e possibilita a pesquisa futura de maneira simples e eficiente, modificando os procedimentos existentes de maneira positiva e tornando-os mais efetivos. Pesquisa O sistema de pesquisa usa informações sobre os documentos, incluindo os campos de indexação e o texto contido nos documentos, para encontrar imagens armazenadas na base de dados. Um bom sistema irá propiciar uma maneira fácil e rápida para encontrar documentos. Acesso A pesquisa sobre um determinado documento, deverá estar disponível para quem realmente necessite acessá-lo. Um bom sistema de controle de acesso irá fazer com que os documentos sejam vistos por todos que estejam autorizados, em qualquer parte da empresa, seja localmente ou através da Internet ou Intranet corporativa. Por ser material que não se tem muito conhecimento sobre a durabilidade de armazenamento, ou seja, não há pesquisas consistentes em relação à durabilidade desse material, os eletrônicos ou digitais, se faz necessário que os profissionais que gerenciam a informação contida em documentos convencionais, impressos ou não, que procurem não confiar no suporte eletrônico, sempre que possível armazenar os papeis, para que não ocorra surpresas no futuro. 4 Conservação dos Arquivos O cuidado com a avaliação e com a seleção da massa documental, e um produto gerado com qualidade, perderá o sentido e a finalidade se o espaço destinado para o armazenamento não for adequado. A falta de espaço físico poderá ser o principal problema a ser enfrentado, pois nem sempre é observada a importância do arquivo para a administração do órgão. O mais próximo dos setores da administração é o local ideal, contudo, às vezes, esse local não existe, ou necessita de adaptações. Adaptações em locais para funcionamento como arquivos é muito comum em todo o mundo visto que se torna uma solução mais barata e financeiramente mais viável. O essencial é que seja um lugar livre da umidade, de perigo de ruptura de canos, ventilado, com controle da luz solar e artificial e, com instalações elétricas que não ofereçam riscos. O local deve contar com funcionários para a execução dos serviços próprios aos arquivos. Sobre tais recomendações Rego (2000, p. 28) aponta a necessidade de criar dois ambientes: a) ambiente para o pessoal: distribuição de móveis próxima à porta de entrada ; se houver mais de uma, próxima à principal; iluminação mais intensa do que na área do acervo; XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 um balcão para atendimento, que não permita a entrada de pessoas alheias ao local do acervo; mesas que facilitem a separação e a classificação dos documentos recebidos; armários fechados, em aço, para a guarda de documentos; b) ambiente para o acervo documental: iluminação controlada; controle nos locais de penetração dos raios solares, para que não incidam nos documentos, sem aboli-los; estantes em aço (o uso de equipamentos de madeira para a guarda de documentos não é aconselhável); revestimento isolante nas paredes, para evitar a umidade; limpeza periódica no acervo. Essas recomendações são básicas na instalação de um arquivo, dada a diversidade de tipos de acervo e tipos de prédios, as adaptações necessárias e outras ponderações só podem ser transmitidas mediante conhecimento do local. Na construção ou adaptação de instalações físicas para um arquivo, deve -se em levar em consideração se o terreno é um lugar seco, quais os riscos de inundações, deslizamentos ou de infestação de cupins; evitar condutos de alta tensão, áreas de poluição (indústrias, usinas químicas, entrepostos de materiais inflamáveis e explosivos) e de intenso tráfego terrestre. Quanto a materiais e elementos construtivos, as janelas nas paredes externas devem ter com boa vedação, mas que possam ser abertas para a ventilação natural e permitam a entrada de alguma luz solar, devido às suas propriedades germicidas, nos depósitos, as janelas devem existir em pouca quantidade e serem de pequenas dimensões, nas salas de trabalho e de pesquisa deve existir a penetração de luz natural. Os materiais de revestimento devem permitir isolamento, impermeabilização, fáceis para limpeza e conservação e cores claras, que também devem predominar na fachada, no piso dos depósitos de documentos deve ter um revestimento industrial, do tipo cerâmico. Evitar o uso da madeira, dando preferência à pedra, ao tijolo, ao vidro (não para paredes externas) e ao aço, pois esses elementos são mais resistentes ao fogo. O concreto armado é o indicado, evitando-se o uso de vigas, portas e janelas permitindo uma boa aeração e assegurando a proteção contra os insetos e radiações solares e as escadas devem ter um mínimo de 1,20m de largura. Seguindo essa óptica, Rego (2000) aborda que, a condição climática também é muito importante para conservação dos documentos. Assim, apresenta que a umidade do clima deve ser relativa acima de 45% e abaixo de 65%, a temperatura em torno de 22 º C (+/- 1). São aceitáveis também, usar um isolamento térmico entre o último andar e a cobertura, o posicionamento do edifício, a vegetação e a topografia podem reduzir os gastos em climatização, instalação de desumidificadores e ventiladores, podem surtir bons resultados XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 nos acervos tradicionais. Paraas instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias, devem ser tomadas todas as precauções para evitar riscos de acidentes, tipo: incêndios, choques, curtos- circuitos, vazamentos, inundações, penetração de água no solo próximo ao edifício. Em relação às instalações físicas, os responsáveis pelos arquivos devem zelar por sua limpeza e por sua perfeita ordem, contribuindo para a eficiência do pessoal e também concorrendo para o maior respeito, por parte dos usuários, uma vez que a desordem de setor de uma repartição dará a impressão de que ela existe em toda a organização.. Para assegurar a conservação dos documentos, Rego (2000, p. 33) apresenta algumas medidas que devem ser tomadas antes do arquivamento: a) retirar clipes e alfinetes, e utilizar grampeador; b) dobrar os documentos adequadamente, se excederem os tamanhos padronizados, e desdobrá-los caso seja necessário; c) não deve ser usado durex, pois a aderência é de curto prazo e deixa uma mancha amarelada irremovível no documento, devendo ser substituído por cola que não afete o documento, e a colagem deve ser feita com tiras de papel no verso do documento, para não prejudicar a leitura; d) arquivamento de recortes: arquivados em pastas, por assunto, após serem colocados em folhas soltas de papel tamanho ofício. Se for um artigo que tenha continuação no verso, o recorte deve ser guardado em envelope que também será colocado em folha de papel. No alto e à direita do recorte, serão anotadas data e fonte, bem como o assunto da pasta onde será arquivado o material; e) é desaconselhável deixar documentos sobre os arquivos, estantes e mesas; f) só se deve abrir uma gaveta ou caixa-arquivo por vez, e fechá-la tão logo termine a busca ou arquivamento de papéis; g) ao arquivar ou recuperar a informação nos arquivos, deve-se ter cuidado tanto com a caixa-arquivo (ou qualquer forma de receptáculo), quanto com os documentos; h) ao incumbir-se de arquivos já organizados, não devem ser feitas mudanças imediatas visto que é necessário, primeiro, estudar toda a sua organização, o sistema já estabelecido, a natureza dos documentos a arquivar, e dirigir-se ao setor de assistência aos arquivos; i) arquivá-los diariamente, evitando-se acumular trabalho. 5 Considerações Finais Pode-se concluir que com a difusão da informação de conteúdo técnico e científico e, com a nova mentalidade que se introduz na administração pública e privada, há necessidade de uma pesquisa constante e sistemática sobre o armazenamento de documentos. Sentiu-se a necessidade de abordar a importância dos arquivos numa sociedade, apresentando uma XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011 teorização que possibilitou um maior aprofundamento dos conhecimentos prévios sobre o assunto, evidenciando critérios básicos no processo de armazenamento. Portanto, para a empresa seja ela pública, seja privada, que invista em seus arquivos, tanto na parte física como em recursos humanos, de acordo com a resolução dos arquivos, estará certo que os administradores, pesquisadores e a população em geral, venham valorizá-la mais e, com isso obter informações que irão permear as suas pesquisas. Conclui-se também que com a aplicação da tecnologia de processamento de imagens em documentos fez surgir uma nova ferramenta chamada Gerenciamento Eletrônico de Documentos. Com ela, torna-se possível manipular informações contidas nas organizações que antes não tinham uma maneira organizada de serem armazenadas e consultadas, graças ao conceito complexo de documento definido nessa nova tecnologia. Torna-se possível ainda o armazenamento seguro e de menor espaço. No que diz respeito ao impacto dessa tecnologia, os principais pontos que devem ser levados em consideração são: a) o GED modifica o conceito de documento. A palavra documento tem seu escopo de significado expandido com o surgimento do GED; documentos textuais tornam-se apenas um dos vários tipos de documentos; b) o GED modifica a maneira de administrar. O GED obrigam administradores a serem mais rápidos nas tomadas de decisão; c) o GED permite a esse novo paradigma de administração empresarial um suporte total com relação ao conhecimento documentado. Apesar de ser uma solução que ainda é bastante onerosa, para ser implantada em uma organização, seu custo têm reduzido com o avanço das tecnologias, pois tecnologias novas e utilizáveis (no sentido de ser aplicável à solução) são caras, enquanto tecnologias que possuem um tempo de vida um pouco mais avançado (não significando tecnologias ultrapassadas e inviáveis) e que também são utilizáveis barateiam os custos de implantação. Referências ALVES, Fernando Antonny Guerra. Gerenciamento eletrônico de documentos: ferramenta para gestão estratégica da informação. 2004. Monografia (Graduação em Biblioteconomia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. AVEDON, Don M. GED de A a Z: tudo sobre Gerenciamento Eletrônico de Documentos. São Paulo: CENADEM, [c1999]. BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos permanentes: tratamento documental. São Paulo: T. A. Queiroz, 1991. 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