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DIREITO CIVIL III – OBRIGAÇÕES

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DIREITO CIVIL III – OBRIGAÇÕES
Evolução histórica do Direito das Obrigações 
Direito Romano: “ius civile”; “nexum”; Lei “Papiria Poetelia” 
As relações eram feitas por meio do escambo, já com a presença do dinheiro. O Estado, de início, não participava das relações de escambo feitas entre os particulares, de modo que ele não tinha conhecimento do que acontecia nas relações, perdendo ou diminuindo seu poder. A partir daí, o Estado pressionou o Legislativo para que fosse criada uma regulamentação para que o Estado pudesse tomar controle dessas relações de troca na sua sociedade.
	O “ius civile” foi o conjunto de normas criada pelo Legislativo, que visava, exclusivamente, regulamentar as relações comerciais entre os particulares. Ele não tinha caráter obrigatório como tem hoje o Código Civil. 
	A maneira que o “ius civile” utilizou para ocorrer foi formalizando as relações comerciais por meio de contratos. 
	Outra coisa que o representante estatal fazia em tempos de ius civile era: o interesse estatal, de modo que o Estado era quem determinava o modo como ocorreriam as relações.
	Além disso, o Estado cobrava percentuais dos valores presentes nas relações, funcionando como forma de arrecadar tributos.
	Com base nessas características, não se percebe vantagem para que as relações fossem regidas pelo “ius civile”.
	A maneira que o Estado encontrou de atrair as relações para serem regidas pelo “ius civile” foi por meio do “nexum”. O “nexum” é a execução forçada garantida pelo Estado, em que existia a incidência do vínculo sobre a pessoa do devedor. Quer dizer, caso o devedor não cumprisse, o Estado tornava o devedor um escravo, que trabalharia desta maneira sem tempo determinado, até o fim da vida.
	Assim, ficava interessante que as relações particulares fossem regidos pela “ius civile”, pois o devedor deveria ser punido pelo não cumprimento das obrigações dos contratantes.
	Com a presença do Estado se tornando mais forte na participação das relações, gerou-se uma parcialidade muito forte nas decisões do Estado por conta de levar em consideração a posição social dos negociantes nas decisões do que deveria acontecer com o devedor, de maneira que não punia aqueles que tinham maior destaque na sociedade. 
	A Lei “Papiria Poeteria” foi a lei que surgiu para por fim ao “nexum” (e foi efetiva). A execução era garantida pelo Estado em ambas, mas a distinção era que a execução teria incidência no patrimônio no devedor e não mais na violação da liberdade do indivíduo. 
	Esta medida foi muito bem aceita pela sociedade porque os cidadãos poderiam até perder seu patrimônio, mas não perderiam a sua liberdade.
Direito Germânico: Responsabilidade Civil x Responsabilidade Penal
	O Direito Germânico copiou as ideias do Direito Romano (formalização dos contratos, etc), e trouxe um novo detalhe à época. O Estado criou duas alçadas de responsabilidade perante a sociedade. Quer dizer, era necessário que o sujeito pagasse a sua conduta frente à sociedade. A responsabilidade civil é o dever de reparar frente aos danos causados. A responsabilidade penal é o dever de responder pela conduta reprovável, se responsabilizando socialmente perante a sociedade.
Legislação francesa:
	O código francês fez um pouco mais do que os demais anteriores. Eles criaram diversos ramos dos direitos civis romano e germânico.
	O legislador francês, considerando o intervencionismo do Estado anteriormente exercido, pensou na participação do Estado nessas relações, afirmando que o Estado só era necessário naquelas relações em que estivesse presente. Estava presente o dualismo intervencionismo estatal x autonomia das vontades.
	A autonomia das vontades determinava que o Estado só era necessário para garantir execuções forçadas. 
	Não era necessária a participação do Estado nas negociações dos particulares, mas era garantido que o Estado poderia intervir caso houvesse algum tipo de irresponsabilidade por parte do negociante na relação estabelecida entre eles.
Código Civil de 2002:
	Influenciado pelos tempos anteriores, temos hoje como herança em nosso código civil:
Acordo de vontades é o que gera as relações. AUTONOMIA DE VONTADES;
 O Estado garante a execução forçada;
Formalização dos contratos e tutela os contratos verbais;
Execução puramente patrimonial;
Distinção entre responsabilidade civil e responsabilidade penal. 
Figuras híbridas são institutos que pertencem a dois ou mais ramos do direito. Temos várias figuras híbridas em nosso código, mas elas apenas pertencerão a dois ramos do direito: os Direitos Pessoais (é o direito que tem como base o acordo de vontades) e os Direitos Reais/Direitos das Coisas (toda propriedade de bem imóvel e tudo aquilo que surge dela em virtude da lei é Direito Real). 
Nas relações jurídicas pessoais, existem sempre pessoas nos pólos desta relação, sendo um sujeito ativo e outro passivo.
Já nas relações jurídicas reais, de um lado tem-se a Lei e de outro o bem ou a coisa. Por exemplo tenhamos o IPTU: a) o pagamento de IPTU configura-se como o direito real ou das coisas, por se tratar de uma relação de pagamento pela utilização daquele espaço ocupado pela propriedade; b) o pagamento do IPTU configura-se como direito pessoal ou obrigação se se tratar de um aluguel (acordo de vontades) em que existe uma relação pessoal em que se define quem arcará com o pagamento do IPTU. 
Distinções fundamentais entre Direitos Reais e Direitos Pessoais:
Legalidade ou Tipicidade: os Direitos Reais somente existem se a respectiva figura estiver prevista em Lei. Não se cria um Direito Real pelo acordo de vontades.
Taxatividade: a enumeração legal dos Direitos Reais é taxativa (numerus clausus), ou seja, não admite ampliação pela simples vontades das partes. Já os direitos pessoais têm rol exemplificativo:
Publicidade: primordialmente para os bens imóveis, por se submeterem a um sistema formal de registro que lhes imprime essa característica. Ou seja, as relações que involvem bens imóveis devem ser revestidas de publicidade para que sejam válidas. Ex: hipoteca registrada em cartório
Eficácia “erga omnes”: os Direitos Reais são oponíveis a todos indistintamente. Quer dizer, por exemplo, que, o proprietário de uma casa é proprietário frente a todos, inclusive frente ao Estado. 
Inerência ou aderência: o Direito Real adere à coisa, acompanhando-a em todas as suas mutações. 
Sequela: Como consequência da característica anterior, o titular de um Direito Real poderá perseguir a coisa afetada para buscá-la onde se encontre e em mãos de quem quer que seja. 
Direito das Obrigações
	Portanto, com base no estudo anterior, temos como conceito: 
	É UM CONJUNTO DE NORMAS QUE REGULA AS RELAÇÕES JURÍDICAS DE CUNHO PATRIMONIAL, ENTRE SUJEITOS, CUJO CUMPRIMENTO PODE SER ESPONTÂNEO OU COATIVO (PRESENÇA DO ESTADO).
Estrutura da Relação Obrigacional / Elementos Estruturais
Elemento subjetivo:
	Sujeitos: São os indivíduos que firmam acordo de vontades e que se localizam em uma das polaridades da obrigação. Ser sujeito é estar em um dos polos da obrigação. No caso de um aluguel, em que é necessário um fiador, o fiador não é sujeito da obrigação, mas é apenas um terceiro interessado, apesar de garantir (por meio do pagamento) o uso do imóvel pelo inquilino. Somente se classifica o sujeito a partir do objeto. Fiador não deve nada, ele apenas responde pela dívida não cumprida. Ele pode, com base no art. 828, CC, passar de responsável a co-devedor. * A regra é que os Sujeitos sejam determinados: são aqueles devidamente identificados no contrato. Sujeito determinável, portanto, é aquele que num primeiro momento (formação da obrigação) não se encontra identificado. Contudo, caso a obrigação venha a ser cumprida, o sujeito será devidamente identificado. Quer dizer, quando o contrato surge, não se consegue dizer exatamente quem é credor e devedor, mas se a obrigação vier a ser cumprida, tem-se a possibilidade de determiná-los. Ex: promessa de recompensa por achar um gato que sumiu – no primeiro momento, a obrigaçãosurge quando a promessa se torna pública. Sujeito passivo desta obrigação é o dono do gato, que deve pagar o valor oferecido a quem achar seu animal, quando acharem-no. Sujeito ativo então, não se conhece no primeiro momento, mas quando o sujeito que encontrar o gato devolvê-lo, será possível saber quem é o credor, o sujeito ativo.
Ativo: “acipiens”: ser sujeito ativo é ser aquele que tem a receber o objeto da obrigação. É o credor. É quem detém o direito de crédito (direito de exigir, legitimidade para dispor sobre a totalidade do crédito, podendo fazer o que bem entender com o crédito)
Passivo: “solvens”: ser sujeito passivo é ser aquele que tem o dever de entregar o objeto da obrigação. É o devedor. Arca com consequências caso descumpra com a obrigação.
*Auxiliares: não são sujeitos da obrigação. 
Representantes: pode aparecer nos dois lados da obrigação.
Auxiliares executivos: só aparecem do lado do devedor. São figuras que auxiliam o devedor no pagamento. Ex: contratei o marceneiro João para instalar um armário na minha casa. No momento da instalação ele é auxiliado por Zé e Pedro. Se houver algum problema com o produto, a responsabilidade é inteira de João.
	Objeto: Objeto de uma obrigação é tudo aquilo convencionado entre os sujeitos e que motiva a contratação. A doutrina diz que a obrigação é distinta da contraprestação, de maneira que a obrigação é tudo aquilo convencionado entre os sujeitos e que motiva a contratação e a contraprestação é aquilo que é pago pelo objeto da obrigação. A primeira característica que define o objeto é a sua momentaneidade. * Prestação possível (aquilo que pode ser realizado no âmbito do Direito), lícita (não pode contrariar dispositivo de lei) e determinável (é aquilo que é identificado na formação do contrato por suas condições genéricas. É também chamada de coisa incerta – art. 243, CC * onde se lê gênero, subtstitua-o por espécie.). “Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.”
Direto ou imediato: é aquilo que primeiro se faz na obrigação visando o seu cumprimento. É também chamado de prestação (seria o objeto lato sensu), ou seja, é o que se obrigou a fazer. É o que é de fato devido. Ex: é o processo em que se constrói um armário para venda, desde a criação até o seu acabamento.
Indireto ou mediato: é aquilo que se faz em caráter secundário e que encerra a obrigação. É também chamado de objeto, propriamente dito (seria o objeto strictu sensu), ou seja. Ex: é a entrega do armário, que não precisa ser pré-estabelecida, uma vez que a contratação é para que seja feito um armário para o credor, desde que não interfira no que foi estabelecido a ser cumprido.
Abstrato: vínculo jurídico. 
OBS: Quando o objeto é imaterial, o objeto direto coincide com o objeto indireto, porque não existem duas etapas, como no exemplo do armário, sendo uma de fazer e outra de entregar. 
	Provisoriedade: toda obrigação vai ser provisória para o nosso ramo. É a característica que indica que a obrigação terá início e fim definidos. Quer dizer que elas jamais serão vitalícias. . Art. 331, CC – STJ diz que diante desta situação, o credor deve notificar o devedor para que o pagamento seja feito em 30 dias.
	Patrimonialidade: é a possibilidade de se auferir vantagens econômicas (circulação de riquezas) na obrigação. O primeiro elemento que configura a patrimonialidade na obrigação é o objeto. O segundo elemento é a contraprestação. Outro elemento é a indenização, já que todo descumprimento de obrigação gera o direito de indenizar (portanto, ela faz circular riquezas).
	Vínculo Jurídico: é a ligação entre os sujeitos que torna a obrigação exigível. Quando estão presentes os dois elementos abaixo, no caso de um dos sujeitos não cumprir totalmente com a sua obrigação, é possível exigir este cumprimento na Justiça. O vínculo jurídico perfeito é aquele em que estão presentes os dois elementos abaixo.
“debitum” (Schuld): é a dívida, propriamente dita. Dívida (pode estar em atraso ou não) é o objeto ao qual o sujeito se obrigou a dar, vender, entregar, etc.
“obligatio” (Haftung): na doutrina, chama-se de responsabilidade. Obligatio é o elemento que permite a cobrança do cumprimento da obrigação, ou seja, o elemento que permite que se exigija o debitum. É o ato de cobrar.
	Obrigação: conceito: É UMA RELAÇÃO JURÍDICA (LÍCITA, POSSÍVEL E DETERMINÁVEL) ENTRE UM SUJEITO ATIVO E UM SUJEITO PASSIVO (SUJEITO), DE CUNHO PATRIMONIAL (PATRIMONIALIDADE), PROVISÓRIA (PROVISORIEDADE), CUJO OBJETO É EXIGÍVEL (VÍNCULO JURÍDICO) ESPONTÂNEA OU COATIVAMENTE.
Classificação Geral das Obrigações 
	O Código Civil, ao longo de seu texto, descreve obrigações, que se encaixam nas classificações abaixo: 
*A BOA-FÉ OBJETIVA DEVE SEMPRE ESTAR PRESENTE NOS NEGÓCIOS JURÍDICOS. ART. 422, CC.
	Positivas e negativas: 
Obrigações positivas são aquelas que consistem na prática de determinado ato, feito pelo devedor em prol do credor. Quando refere-se às obrigações positivas, fala-se de obrigações de dar, de fazer. Ex: prestação de serviço pela empresa contratada (devedor).
De dar: 
Coisa certa: 
Propriamente ditas (233/237): o momento em que ocorre a transmissão da propriedade é determinante. O PAGAMENTO CULMINA NA TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE. 
Restituir (238/242): aqui não se vislumbra transferência de propriedade. É quando se loca/aluga algo para utilização por outrem, mas não transfere propriedade do bem. Tranfere-se, porém, a posse do bem. Ex: contratos de locação, comodato, empréstimo. 
Dar quantia certa “R$” (313/318): reguladas pelo princípio do nominalismo (valor de face da moeda, e não seu poder de compra). 
Coisa incerta:
De fazer: Se a coisa é já existe, a obrigação é de dar, se ainda será feita, é de fazer. 
O descumprimento dessa obrigação S/culpa faz com que a obrigação se resolva, o contrato é desfeito e a obrigação volta ao status quo.
O descumprimento com culpa da obrigação leva à análise paralela e concomitante de duas situações: 
Se no caso concreto é possível ou é do interesse do credor que a obrigação se cumpra, ainda que seja de forma atrasada.
-Se não for possível, ou não é do interesse do credor, a resolução da obrigação se dará em perdas e danos
- Se for possível, ou do interesse do credor o pagamento tardio, o credor buscará a tutela específica do art. 461-A do CPC. Para que o devedor faça aquilo que originalmente se obrigou. Para isso faz-se utilização das multas diárias ou “ASTRIENTES”
O serviço para o qual o devedor se obriga pode ser executado por terceiro?
- Se sim, é uma obrigação de fazer fungível
- Se não, é uma obrigação de fazer infungível, ou personalíssima.
OBS: existem também as obrigações de fazer juridicamente fungíveis: é aquela obrigação que nasce infungível, mas que por força de um provimento jurisdicional torna-se fungível.
OBS: o que norteia a fungibilidade do negócio são as circunstâncias fáticas do negócio.
OBS: contemplam o direito de exercer a autotutela. Situações caracterizadas pelo perigo da demora e pela irreparabilidade do dano. Segundo a jurisprudência é o dano irreparável ou de difícil reparação.
Obrigações negativas ou de não fazer são aquelas que consistem na abstenção de determinada conduta, feita pelo devedor em favor do credor. Fala-se de obrigações de não fazer. 
- A obrigação de não fazer é extinguida sem culpa do devedor se era impossível abster-se do ato que obrigou a não praticar.
- Se é descumprida de forma culposa, há que se considerar um aspecto:
> Se há como desfazer aquilo que foi feito, neste caso pode ser cumulada com perdas e danos. 
> Se o desfazimento não é possível, converte-se em perdas e danos.
- Art. 251, Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. (Autotutela). 
	Simples e conjuntas ou cumulativas: 
Obrigações simples: ocorre quando a prestação abrange um único ato ou uma só coisa, singular ou coletiva. Ex: A e B firmaram um contratode compra e venda de um boi (ou 100 - coletiva), em que tanto o boi quanto 100 bois representam uma única coisa ou a coletividade desta coisa.
Obrigações conjuntas: ocorre quando o objeto recai sobre muitas coisas e todas devem ser pagas ou cumpridas. Ex: A e B firmaram um contrato de compra e venda de um boi e de um cavalo. Se ele entregar apenas um dos dois, ele não estará cumprindo com o prometido.
	Instantâneas e periódicas: classificar obrigações desta forma é analisar a forma de cumprimento das obrigações.
Obrigações instantâneas: são aquelas que se exaurem em um só ato ou em um só fato. Ex: devolver as chaves do apartamento; entregar um carro após a venda; arrumar uma pia quebrada (serviço).
Obrigações periódicas: solve-se a obrigação em trato sucessivo ou continuado num espaço de tempo mais ou menos longo. Ex: o contrato de locação é o caso típico de obrigação periódica, por conta de o pagamento se fazer periodicamente.
	Alternativas ou disjuntivas:
		Embora exista pluralidade de prestações, o devedor só está adstrito a uma delas. As obrigações alternativas favorecem o credor, porque a todo custo ela garante o cumprimento. Elas determinam que existe um ato de escolha. Em regra, esta escolha é do credor. Art. 252, CC. 
	Únicas e múltiplas: observa-se o número de sujeitos na obrigação.
Obrigações únicas: são aquelas em que há unidade de sujeitos nas duas polaridades da obrigação. Ex: um credor e um devedor na obrigação.
Obrigações múltiplas: são aquelas em que há pluralidade de sujeitos em qualquer das polaridades da obrigação. Ex: mais de um credor e um devedor; um credor e mais de um devedor; dois ou mais credores e dois ou mais devedores. 
	Divisíveis e indivisíveis: observa-se o objeto. A primeira causa que distingue se a obrigação é divisível ou indivisível é a natureza do objeto. 
Obrigações divisíveis: são aquelas sucetíveis de cumprimento parcelado em quantos forem os credores ou devedores. É o parcelamento do objeto frente os sujeitos. Ex: R$ 3.000,00 – Um devedor deve este valor a três credores, de modo que esta quantia deve ser dividida por todos os credores igualmente. Divíde-se o valor por meio de cotas (R$ 1.000,00 para cada). Art. 257, CC – o Código presume, determina, que elas só serão cumpridas por cotas. Se o contrato definir como serão divididas as cotas, ela pode ser cumprida conforme o contrato. Caso as cotas não estejam previstas em contrato, o Código determina que elas devem ser iguais.
Obrigações indivisíveis: são aquelas que não admitem divisão frente os vários sujeitos por sua natureza por motivo de ordem econômica ou dada a razão determinante do negócio jurídico. A primeira causa da indivisibilidade é a natureza do objeto (ex: um cavalo, se vivo, não pode ser divido). A segunda causa da indivisibilidade é o motivo de ordem econômica – repartir o objeto é desestabilizar a situação econômica do objeto (ex: módulo rural)mica do p dois, ele estarade r iguais.onforme o contrato. Caso ndores igualmente. Divsa.nas um dos dois, ele estar. A terceira causa de indivisibilidade é a razão determinante do negócio jurídico – o acordo modifica a materialidade do objeto. Caso seja firmada uma obrigação indivisível, é impossível que se pague o objeto a que se deve sem que esteja o objeto em sua totalidade. Ex: um carro, um apartamento. Art. 258, CC
	Solidárias: dentre várias pessoas designadas como sujeitos ativos ou passivos, uma será escolhida para pagar ou para receber, embora garantido, o direito de reversão para os demais. Somente acontece diante da pluralidade de sujeitos, em um ou em ambos os polos da obrigação. Se uma obrigação for solidária, não analisa-se a possibilidade de divisão ou não da obrigação, haja vista que são institutos diferentes. Um só credor cobra do devedor a totalidade da obrigação. Isto se assemelha à obrigação indivisível, mas a solidariedade se concentra nos sujeitos e a indivisibilidade se concentra no objeto. As obrigações solidárias não são examinadas do ponto de vista do objeto, mas dos sujeitos. Ex: Evidencia-se a solidariedade, comumente, nos contratos de fiança (tipicamente, o fiador será solidário). Neste caso, o credor pode cobrar, no vencimento, o valor do aluguel de qualquer um dos credores (devedor ou fiador). VER LEI 8.009/90 – o bem de família do fiador, se estiver presente no contrato, é passível de penhora.
	De meio e de resultado: 
De meio: são aquelas em que o devedor se compromete à boa execução do meio sem garantias do resultado final. Relevante aqui, é o meio, ou seja, a execução do serviço, independentemente do resultado. Não é aqui possível que o cliente seja indenizado caso ele perca a demanda, já que não se garante o resultado. Ex: contratação de um advogado – não há garantias de que o processo será vencido, porque as condições da obrigação não oferecem esta garantia ao contratante.
De resultado: são aquelas em que o devedor garante o resultado independentemente do meio utilizado. Pelo tipo obrigacional, há como o devedor garantir o resultado. Aqui, caso o cliente perca a demanda, é possível que ele seja indenizado. Ex: o marceneiro que é contratado para fazer um armário, tem como garantir o armário pronto, nas condições contratadas, independentemente do meio que ele dispor ou utilizar; outro exemplo seria uma cirurgia plástica reparadora, como colocação de silicone, em que há como se garantir que o resultado seja o mesmo do acordado previamente ao fato.
	Puras e simples: *uma só espécie. Ocorre quando sua eficácia não fica subordinada a qualquer das modalidades dos atos jurídicos (modo, termo, encargo e condição). Quer dizer, elas não estão vinculadas a nenhuma das modalidades dos atos jurídicos.
	Condicionais: ocorrem quando dependentes de acontecimento futuro e incerto, que pode se verificar ou não. O credor precisa comunicar ao devedor a ocorrência do evento, precisa cientificá-lo.
	Modais: ocorre quando se impõe um ônus ao devedor beneficiado com determinada liberalidade. Transfere-se ao devedor que está recebendo um benefício, um ônus. Ex: assumir um imóvel por doação, devendo pagar o IPTU que está em atraso.
	Líquidas e ilíquidas: analisa-se se as obrigações podem ou não ser líquidas ou ilíquidas.
Líquidas: consideram-se líquidas as obrigações certas quanto à sua existência e determinadas quanto ao seu objeto. Ex: eu me comprometo a entregar ao devedor uma moto, completamente descrita (marca, modelo, ano, etc.). Se estiver a moto completamente descrita, tem-se uma obrigação líquida.
Ilíquidas: ao contrário das líquidas, são as que dependem de prévia apuração visto ser incerto o montante da prestação. 
	Civis e naturais: 
Civis: são aquelas disciplinadas pelo direito positivo, reunindo todos os elementos indispensáveis à configuração do vínculo jurídico. É a regra.
Naturais: são aquelas que se fundam num mero dever de ordem moral ou social, cujo cumprimento não é juridicamente exigível. É a exceção, porque não se pode cobrar situações que não são tuteladas pela lei. As obrigações naturais se opõem ao vínculo jurídico perfeito, porque não estão presentes os dois elementos do vínculo jurídico (“debitum” e “obligatio”) (é um vínculo jurídico imperfeito – art. 882 e 883, CC).
Características:
Têm previsão legal nos artigos 882 e 883 do Código Civil; 
Admitem cumprimento espontâneo gerando os efeitos civis do pagamento. 
Não ensejam propositura da ação “in rem verso”. Esta é a particularidade da obrigação. O termo “in rem verso” corresponde à repetição de indébito (Ex: débito automático da conta de celular indevidamente cobrado. Neste tipo de ação, de repetição de indébito, deve-se provar, que houve cobrança indevida; que além de existir cobrança indevida, deve-se comprovar que houve pagamento indevido; e por último, deve-se comprovar a má-fé. Não cabe indenização neste tipo de ação, já que, se condenado, o réu deve devolver o valor debitado de início e pagar novamente o valor do indébito como indenização.)
Obrigações de dar: Arts. 233 a 246, CC.
	Conceito: é o primeirotipo de obrigações. São aquelas que consistem na tradição (transmissão de propriedade, que pode ser simples – para bens móveis, ou solene – para bens imóveis) de determinada coisa feita pelo devedor em favor do credor. Caracterizam-se pelo seu elemento principal, que é a tradição de alguma coisa. Elas se cumprem pela simples entrega. A obrigação só será de dar coisa certa a partir do momento em que se individualizar a coisa. SEMPRE QUEM ARCA COM O PREJUÍZO É O PROPRIETÁRIO DO BEM. Ex: especificar qual o número de série de determinado livro, ou computador, etc. 
	Espécies: 
Coisa certa: é uma coisa devidamente identificada no contrato. 
Coisa incerta: é aquela coisa identificada por suas qualidades genéricas (que são, ao menos, seu gênero e espécie). *O QUE ELAS TÊM EM COMUM É QUE AMBAS SÃO CUMPRIDAS PELA ENTREGA.
Princípio “aliud pro alio”: Relaciona-se com a coisa certa. Indica que o credor só se obriga a receber aquilo que foi devidamente convencionado. Ele pode receber prestação diversa da convencionada, mas não é obrigado. Art. 313, CC. 
Acessórios: A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Art. 233, CC.
Regra “Res Perito Domino”: diz que, aquele que estiver com a coisa, até a tradição, tem o dever de zelar por ela. Este dever se dá para evitar que, com relação a essa coisa, surjam danos.
Diferença entre perecimento e deterioração, com o sem culpa do devedor:
Tanto perecimento quanto deterioração são danos que a coisa vem a sofrer. Perecimento é a perda total da capacidade de utilização e/ou do valor econômico do objeto da obrigação. Deterioração é a perda parcial da capacidade de utilização e/ou do valor econômico do objeto da obrigação.
A perda tem um grau de consequência, que define se ela será caracterizada como perecimento (dano de maior consequência) ou como deterioração (dano de menor consequência).
Objeto fruto de furto ou roubo é considerado perecido, visto que não há a possibilidade de se cumprir com a obrigação de dar, mesmo que o bem possa não ter sofrido dano algum.
Deve-se observar sempre se o dano no bem ocorreu devido a culpa do devedor. A culpa, para o direito civil, pode se configurar pelo simples descuido, porque o descuido é a falta de zêlo.
Caso esteja presente o dolo, não existe mudança para o direito civil, de maneira que o dolo somente influencia nos danos morais. O dolo ou a culpa caracterizam simplesmente o dano ao bem.
Toda vez que estiver presente um dano (perecimento), identifica-se se houve culpa ou não. Se a culpa estiver presente, sempre há dever de reparação. Se a culpa não estiver presente, é porque o dano resultou de uma excludente de responsabilidade (em geral, caso fortuito e força maior – quer dizer que o devedor não contribuiu para o dano do bem) e, portanto, não há dever de reparação. Neste, a ação se resolve, e volta ao status a quo. Naquele, a forma de reparação são as perdas e danos (ex: dano material – é tudo aquilo que gera prejuízo ao patrimônio do sujeito. É o primeiro direito a qual se pode exigir pelo credor, art. 402, CC; lucros cessantes – é tudo aquilo que razoavelmente o sujeito deixou de lucrar; dano moral – é a ofensa a valores subjetivos (honra, nome, imagem) do indivíduo, que servem para penalizar a conduta danosa e minimizar os efeitos do dano). 
Obrigação de dar coisa certa (arts. 233 a 242, CC)
“Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.”
 “Se a coisa se perder”, refere-se ao perecimento; “antes da tradição”: o dever só está presente até o momento da tradição; “ou pendente a condição suspensiva”: é o momento pelo qual a condição suspensiva está pendente, de maneira que a obrigação não pode ser cumprida (estes dois últimos termos são equivalentes); “se a perda resultar de culpa do devedor, responderá pelo equivalente e mais perdas e danos”: caso a perda resulte de culpa do devedor, ele deve responder pelo valor equivalente, que é o que o credor já pagou para que se cumprisse a obrigação, e mais indenização por perdas e danos. 
Só é coisa certa se o objeto for individualizado. 
“Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.”
No caso de deterioração sem culpa do devedor, poderá o credor “resolver a obrigação ou aceitar a coisa”: resolver a obrigação significa não entregar o objeto e não concluir o pagamento; aceitar a coisa significa concluir a transação com abatimento do preço referente ao valor do dano ocorrido no objeto. 
“Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.”
No caso de deterioração com culpa do devedor, poderá o credor “exigir o dinheiro de volta mais perdas e danos” ou “aceitar a coisa no estado em que se ela se encontra mais perdas e danos”. 
“Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.”
Melhoramento é tudo aquilo que aumenta o preço da coisa, ainda que provisoriamente, que pode resultar de uma causa natural ou de um ato de terceiro – Ex: A firmou obrigação com B, em que B comprometeu-se a entregar à A uma égua. A égua (animal não destinado a reprodução, nem de corrida) vale a quantia X. Um certo dia, um cavalo do vizinho atravessou a cerca da fazenda vizinha e cruzou com a égua, deixando-a prenha. Não houve descuido do devedor (já que o cavalo atravessou a cerca). O filhote (passa a valer Y), neste caso, não é um fruto, já que a égua não é um animal destinado a reprodução, mas aumenta o valor da égua, já que é um melhoramento e que o devedor passa a ter que entregar a égua com o filhote. Portanto, a égua é melhorada pelo filhote, podendo o credor resolver a obrigação se ele não tiver interesse no filhote ou aceitá-la, garantindo ao devedor o direito de exigir aumento no preço. 
“Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.”
Frutos são bens acessórios (rendimentos) que possuem como característica a sua reposição periódica, de tal maneira que pode ser retirado do bem principal sem lhe alterar a substância, nem reduzir sua expressão econômica ou sua durabilidade. Os percebidos (ou colhidos, são aqueles que estando prontos, podem ser retirados do bem principal – Ex: laranja madura) são do devedor e os pendentes (são os que ligados ao bem principal, ainda não se encontram em condições de serem separados. Ex: laranja verde) são do credor. 
“Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.”
Restituir é devolver (espécie de dar), e sempre resultará de um empréstimo de coisa. Dois exemplos são os contratos de comodato (contrato gratuito) e de locação (contrato oneroso). A diferença entre as obrigações de dar e as obrigações de restituir reside na posse da coisa a ser entregue (antes da tradição, nas obrigações de dar, pertence ao devedor, e nas obrigações de restituir, pertence ao credor. Depois da tradição, a coisa pertence ao credor nas obrigações de dar e nas obrigações de restituir). Só há restituição em obrigações de dar coisa certa. 
*Tradição, neste caso, não é correto, por dar sentido de transferência de propriedade. E, nesta modalidade, não há transferência de propriedade em momento algum. 
“Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.”
A culpado devedor na perda da coisa implica na indenização por perdas e danos.
“Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.”
Diante de deterioração sem culpa, não existe direito de reparação (o prejuízo é do credor). Já diante da deterioração com culpa, o credor tem o direito de exigir indenização perdas e danos.
A doutrina aconselha assegurar ao credor, na hipótese final deste artigo, o disposto no artigo 236.
“Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.”
O melhoramento sem emprego de despesa do devedor gera lucro ao credor, desobrigando o credor de indenizar o devedor. Ex: se o governo faz melhorias no bairro da cidade em que eu tenho um apartamento que alugo para uma pessoa, e o imóvel se valoriza, sem contribuição do devedor, o lucro é inteiro do credor. 
“Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.”
Quando existir o melhoramento, deve-se observar se houve ou não emprego de dispêndio (prejuízo, dano, perda não esperada) do devedor. Caso não haja emprego de dispêndio do devedor, não há direito de reparação. Caso haja emprego de dispêndio do devedor (o melhoramento passa a se chamar benfeitoria), há o direito de reparação. 
A boa-fé é presumida na realização das benfeitorias.
	
	Boa-fé (no exercício da posse)
	Má-fé (no exercício da posse)
	Necessárias (reparo estrutural de caráter emergencial. Não exige autorização prévia do proprietário)
	O devedor tem direito de ser indenizado e reter o bem.
	Tem direito à indenização pelo benfeitoria necessária empregada.
	Úteis (propicia melhor utilização do bem, em análise ampla, geral a respeito da melhoria, não individualizada. Exigem autorização prévia do proprietário)
	O devedor tem direito de ser indenizado e reter o bem.
	Não tem direito a nada.
	Voluptuárias (embelezamento. Exigem autorização prévia do proprietário)
	O devedor tem direito de ser indenizado ou de retirar a benfeitoria.
	Não tem direito a nada.
“Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.“
Presentes na obrigação os frutos percebidos, serão eles analisados quanto a má-fé ou não do possuidor do bem.
Obrigações de dar coisa incerta (arts. 243 a 246, CC)
		São aquelas que consistem na entrega de coisa identificada no contrato por suas generalidades (gênero – doutrina e jurisprudência identificam-na como espécie – e quantidade). Quando estiverem presentes apenas as suas características gerais, tem-se coisa incerta.
		
“Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.”
Diante da incerteza, o requisito de exigibilidade (certeza, vencimento, liquidez)que não está presente, é a liquidez. A liquidez é indispensável para a exigibilidade da obrigação. 
“Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.”
O título da obrigação é o contrato, então se o contrato estipular, a escolha pode ser feita pelo devedor – se a escolha for feita pelo devedor, ele deve dar ciência ao credor; se a escolha for feita pelo credor, ele deve dar ciência ao devedor. Parte final: o devedor não é obrigado a entregar coisa melhor ou pior, mas ele deve entregar considerando o parâmetro do preço do objeto a ser entregado.
***Momento da concentração: é uma fase intermediária na obrigação. Isto é, toda obrigação tem dois momentos (inicial – momento da firmação da obrigação – e final – momento do cumprimento da obrigação). O momento da concentração se inicia sempre por um ato de escolha (do devedor, do credor, ou mesmo de terceiro – ela não gera prejuízo a nenhuma das partes, pois é um ato unicamente de escolha), a respeito das qualidadades do produto a ser entregue, de modo que o devedor possa cumprir a sua obrigação com relação a contraprestação inerente a ela, devendo acontecer antes do momento final. Portanto, é necessário que exista um ato de escolha para que se saiba qual dos bens acordados deverá ser entregue. O ato de escolha transforma uma prestação em objeto – algo exigível. Ela só se efetiva, deixando de ser incerta e passando a ser certa, a partir do momento que o detentor do direito de escolha escolhe e notifica todos os demais participantes da relação obrigacional.
		
“Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.”
A ciência da escolha (não significa anuência) serve para tornar líquida a obrigação de modo que ela possa ser cumprida.
	
	“Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.”
O fato de a coisa ser incerta, caracteriza-se por suas generalidades, sendo assim, substituível. Por isso não pode o devedor alegar perda ou dano. NÃO SE APLICA. 
		
Obrigações de fazer: Arts. 247 a 249, CC
	Conceito: são aquelas em que o devedor se compromete à prestação de serviços (atividade física ou intelectual) frente ao credor. A vontade e as circunstâncias do negócio são os pontos determinantes para se caracterizar uma obrigação de fazer fungível ou infungível. 
	Espécies: 
Fungível ou material: o que caracteriza a fungibilidade é o ato de prestação. É aquela em que o devedor não precisa cumprir pessoalmente. Ex: contratar um escritório de advocacia não indica qual advogado tomará conta da ação, mas sim que ele será um dos advogados que trabalham no escritório contratado. Portanto, permite a contratação por terceiro.
Infungível ou imaterial ou “intuitu personae”: o devedor tem que cumprir pessoalmente a obrigação. Ex: ao contratar Ivete Sangalo para dar um show, não se pode enviar substituta para dar o show.
“Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.”
Diante de uma obrigação de fazer infungível, cabe ao devedor indenizar perdas e danos o credor pelo não cumprimento da prestação a ele imposta. Se a prestação só puder ser exercida pelo devedor e este não cumprir com a prestação, deve ele indenizar perdas e danos o credor. É A PRESUNÇÃO DE CULPA DO DEVEDOR.
“Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.”
Comprovada a ausência de culpa do devedor diante do não cumprimento da obrigação, a obrigação se resolve. Se o devedor tiver culpa pelo não cumprimento da obrigação, este responde por perdas e danos. 
Responsabilidade civil contratual: 
Culpa presumida: quando houver o descumprimento da obrigação pelo devedor, sempre presume-se culpa. MUITO IMPORTANTE
Relação jurídica pré-existente
Ônus da prova: a particularidade da responsabilidade contratual é que o ônus da prova na isenção de culpa é do devedor. Quer dizer, se o devedor foi aquele quem incorreu no descumprimento da obrigação, então é ele quem deve provar que não houve culpa sua no descumprimento da obrigação.
“Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.“
Havendo recusa do devedor em cumprir a obrigaçã 
“Parágrafo único: só pode ser invocada a autotutela se as circunstâncias fáticas estiverem caracterizadas pela irreparabilidade do dano ou pela 
	
Conceito: são aquelas que consistem na abstenção pela prática de determinada conduta feita pelo devedor em favor do credor. É essencial aqui, para sua caracterização,a abstenção. Por lei ele poderia praticar o ato, mas por força contratual ele declarou não fazê-la. Isto é, a obrigação de não fazer é aquela que consta em contrato que uma das partes deixará de praticar determinado ato. Ela só se dá por meio da declaração de vontade.
	Direito de vizinhança: tipicamente, as obrigações de não fazer surgem das relações entre vizinhos. E quando se fala desse tipo de relações, fala-se também do direito de propriedade, que se desrespeitado, pode atingir a esfera criminal. Não é considerada pela doutrina a razoabilidade da disposição do código civil no seu artigo 251. O entendimento é que faltou a ressalva do resguardo do direito de propriedade, sendo necessária a autorização judicial para que seja alterada propriedade alheia.
	Inadimplemento: há casos, majoritariamente por força de lei, em que o devedor torna-se impossibiltado de cumprir com a obrigação firmada. Portanto, em casos de descumprimento que fica comprovada a ausência de culpa do devedor, a obrigação se extingue. É o que diz o art. 250 do CC, abaixo citado.
“Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.”
Em casos de descumprimento que fica comprovada a ausência de culpa do devedor, a obrigação se extingue.
“Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.”
Caso o devedor descumpra a obrigação de não fazer, o credor pode exigir que ele desfaça o descumprimento, sob pena de fazer por conta própria e ser indenizado pelo devedor.
“Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.”
É a autotutela autorizada pela legislação. 
Obrigações alternativas: arts. 252 a 256, CC
	Conceito: são aquelas que apresentam pluralidade de prestações mas o devedor só se vincula a uma delas. Independe aqui a diferença de valor entre os bens a serem entregues, o que não gera prejuízo a nenhuma das partes, já que os bens que poderiam ser entregues foram anteriormente acordados. Ex: devedor se comprometeu a entregar para o credor, por valor x, um carro ou uma moto. Não há prejuízo se o credor receber a moto e não o carro (vice-versa) porque a possibilidade da entrega de um ou de outro foi anteriormente acordada.
	***Momento da concentração: é uma fase intermediária na obrigação. Isto é, toda obrigação tem dois momentos (inicial – momento da firmação da obrigação – e final – momento do cumprimento da obrigação). O momento da concentração se inicia sempre por um ato de escolha (do devedor, do credor, ou mesmo de terceiro – ela não gera prejuízo a nenhuma das partes, pois é um ato unicamente de escolha), a respeito das qualidadades do produto a ser entregue, de modo que o devedor possa cumprir a sua obrigação com relação a contraprestação inerente a ela, devendo acontecer antes do momento final. Portanto, é necessário que exista um ato de escolha para que se saiba qual dos bens acordados deverá ser entregue. O ato de escolha transforma uma prestação em objeto – algo exigível. Ela só se efetiva, deixando de ser incerta e passando a ser certa, a partir do momento que o detentor do direito de escolha escolhe e notifica todos os demais participantes da relação obrigacional. 
Princípio da indivisibilidade do objeto: estabelece que o objeto da obrigação deve sempre ser cumprido na totalidade. Art. 252, §1º, CC.
“Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. 
§ 1° Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
Ou é entregue um objeto, ou o outro. A obrigação deve ser cumprida na totalidade.
§ 2° Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. 
É o caso das prestações em um aluguel, que é pago de mês em mês, podendo ser exercida em cada período com faculdade de opção.
§ 3° No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
Se no ato de escolha houverem mais de um optante e não houver acordo unânime, o juiz é quem decidirá a respeito do objeto a ser entregue.
§ 4° Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.”
Constando no contrato que a opção cabe a terceiro, e este não querendo, ou não podendo exercê-la, cabe ao juiz escolher se não houver acordo entre as partes. Antes que a escolha chegue ao juiz, a discussão a respeito da escolha volta às partes para que haja acordo e, aí sim, se permanecer a ausência de acordo, o juiz decide.
“Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.“
A inexequibilidade pode ser dar material ou juridicamente. Materialmente, ela se dá pelo perecimento da coisa. Juridicamente é quando a obrigação não pode ser cumprida por estar a coisa impossibilitada juridicamente de ser entregue, seja ela impedida por penhora ou embargos, por exemplo.
“Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.”
Quando por culpa do devedor nenhuma das obrigações puderem ser prestadas, não competindo ao credor a escolha, o devedor ficará obrigado a pagar o valor da coisa que se impossibilitou por último, mais perdas e danos que o caso determinar. 
“Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.”
Se o credor obtiver a escolha da prestação e uma delas se tornar impossível por culpa do devedor, o credor poderá exigir a outra prestação subsistente ou o valor da impossibilitada mais perdas e danos. 
Se, por culpa do devedor, as duas prestações se tornaram inexequíveis, o credor poderá reclamar o valor de qualquer uma delas mais indenização por perdas e danos.
Classificação Especial quanto ao elemento subjetivo
Obrigações fracionárias: está subordinada à divisibilidade da obrigação (art. 257). Débito e responsabilidade são iguais para os sujeitos. Os fracionamentos se presumem iguais. Ex: Se eu devo 500 reais, eu sou responsável por 500 reais. Se ninguém pagou nada, eu não posso ser cobrado a totalidade, mas apenas o valor do qual sou responsável. Ver desenho no caderno. Cada credor terá o direito de dispor da forma com que bem entender sobre a sua cota no crédito (pode-se cobrar, transferir, perdoar, o que o credor quiser). 
Obrigações solidárias: não se presumem (art. 265)
	Problemas:
Pagamento parcial sob a perspectiva da situação futura da relação obrigacional. 
Morte de um dos credores: art. 270.
Morte de um dos devedores: art. 276
Perdão na solidariedade passiva da dívida de um dos devedores. 277 
Obrigações conjuntas (“E”): se caracterizam quando dois ou mais devedores se obrigam conjuntamente ao pagamento, ao cumprimento da obrigação. É comum nas prestações de serviço onde contrata-se duas pessoas para prestarem serviços conjuntamente. Não adianta apenas um dos obrigados aparecer para prestar o serviço.
Sua característica marcante é o aparecimento de dois ou mais devedores obrigados a prestarem um serviço concomitantemente.
Obrigações disjuntas (“OU”): na mesma obrigação, os devedores obrigam-se alternadamente (ou um ou outro), na origem da obrigação não há como apontar com clareza qual dos devedores prestaráo serviço, mas será um dos obrigados.
A alternatividade entre os devedores não pode ser confundida com a alternatividade das obrigações de elemento objetivo.
CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL QUANTO AO ELEMENTO OBJETIVO:
A PRINCÍPIO, ESTES CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS (OBJETIVO OU SUBJETIVO) NÃO SE EXCLUEM.
Obrigações facultativas: não têm previsão legal, porém está regulada no código civil argentino (art. 643).
	Conceito: são obrigações simples (uma só coisa) em que há uma faculdade a critério do devedor. 
	Faculdade: É a possibilidade que o devedor tem em cumprir a obrigação de modo diverso. Isto é, a faculdade é um acordo que permite que a obrigação seja cumprida de outra maneira.
	Inadimplemento: diante do inadimplemento com culpa, duas correntes divergem acerca do que deve acontecer: a) Caio Mário e Venosa acreditam que o credor deve ser indenizado com o equivalente mais perdas e danos; b) Fábio Podestá acredita que a obrigação deve tornar-se alternativa, devendo o credor ser indenizado com o equivalente mais perdas e multas ou receber a outra prestação.
A CARACTERÍSTICA MARCANTE desta obrigação é a vontade do credor de beneficiar o devedor. Está pactuado desde a origem da obrigação a faculdade de escolha do devedor.
	
Obrigações cumulativas
CARACTERÍSTICA MARCANTE: dois ou mais objetos são devidos de forma cumulativa (devo a caneta e o caderno)
Obrigações alternativas (ART. 252 A 256 DO CC.)
Na mesma obrigação existem duas prestações devidas alternadamente. Podem ser prestações de dar, de fazer, de não fazer. Etc. DEVEM EXISTIR DUAS OU MAIS PRESTAÇÕES DEVIDAS ALTERNATIVAMENTE (ou uma ou outra). 
É necessário haver uma pequena equivalência entre as alternativas obrigacionais. VIA DE REGRA A ESCOLHA É DO DEVEDOR, SALVO ESTIPULADO EM CONTRÁRIO (quando resulta do título da obrigação).
A PARTIR DO MOMENTO EM QUE A ESCOLHA É FEITA, O DÉBITO DA OBRIGAÇÃO ESTARÁ CONCENTRADO EM UM OBJETIO. NESTE MOMENTO, A OBRIGAÇÃO É APERFEIÇOADA E PASSARÁ A SER REGIDA PELOS DISPOSITIVOS LEGAIS DO CC. A CONCENTRAÇÃO DO DÉBITO PODE SER A QUALQUER MOMENTO ANTES DA ENTREGA, NO MÁXIMO CONCOMITANTEMENTE.
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. – Se, por exemplo, o devedor escolhe dar um objeto incerto, a obrigação precisa ser aperfeiçoada nos moldes legais da obrigação alternativa, para depois de escolhida , ser regulada pela modalidade de obrigação escolhida (de dar coisa certa, de fazer, etc.). APÓS A ESCOLHA, AUTOMATICAMENTE SERÃO DESCARTADOS OS OUTROS OBJETOS.
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê‑la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra – neste caso, havendo prestação subsistente ainda há como pagar o débito, ainda que com culpa ou sem culpa. O Direito de escolha é do DEVEDOR E TANTO FAZ SE A PERDA É COM CULPA OU SEM CULPA.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. - Neste caso a perda é culposa e o Direito de escolha é do devedor, o código diz que será pago o valor equivalente da ultima que se perdeu e perdas e danos. PORÉM, SEGUNDO O PROFESSOR, O CREDOR TEM O DIREITO DE EXIGIR O DESFAZIMENTO DO NEGÓCIO COM O RESSARCIMENTO DAS QUANTIAS PAGAS (ISSO DECORRE DO DESFAZIMENTO DO CONTRATO). PORÉM, QUANDO A PERDA COM CULPA GERA DANOS AO CREDOR, É DEVIDO O DESFAZIMENTO DO NEGÓCIO E EVENTUAIS PREJUÍZOS DECORRENTES DISSO.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar‑se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; - uma das prestações se perde com culpa do devedor e a escolha cabe ao credor, o credor exige a prestação que falta ou o valor da outra, acrescido de perdas e danos... Se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. – quando todas se perdem com culpa do devedor, o credor pode requerer o valor de uma das duas, acrescido de perdas e danos
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir‑se‑á a obrigação. - a obrigação é resolvida.
Obrigações divisíveis e indivisíveis: Arts. 257 a 263, CC.
	Conceito: 
		Obrigações múltiplas: são aquelas em que há pluralidade de sujeitos em quaisquer dos polos da obrigação.
		Obrigações divisíveis: em relação a este tipo obrigacional, existe um princípio exclusivo dela: o Princípio “Concursu parts fiunt”. Este princípio estabelece que ante o concurso de sujeitos a obrigação se resolve em partes tanto no que se refere ao objeto quanto à responsabilidade. Ou seja, ele determina que a obrigação sempre será cumprida em partes, por meio de cotas. Art. 257, CC.
		Obrigações indivisíveis: a obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. Arts . 258 e 263, CC.
	Causas da indivisibilidade: 
Natureza: se o bem é divisível ou indivisível por natureza. Ex: cavalo – indivisível por natureza.
Motivo de ordem econômica: são causas da lei que tornam a obrigação indivisível. Ex: Módulo rural – é garantido a um particular para garantir moradia e subsitstência, logo, não pode ser dividido.
Acordo: é a razão determinante do negócio jurídico, que pode transformar algo materialmente divisível em algo materialmente indivisível.
Se é obrigação indivisível, ela sempre deve ser cumprida em sua totalidade. 
“Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.”
Em obrigações divisíveis, a obrigação se divide em partes iguais e distintas de acordo com a quantidade de credores ou devedores (via de regra, salvo acordo)
“Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.”
É indivisível a obrigação quando o objeto da prestação é uma coisa ou fato não suscetível de divisão. É o conceito de obrigações indivisíveis.
1° Nas obrigações indivisíveis os credores e devedores só o são da metade do objeto, mas por causa da natureza do objeto acabam se envolvendo.
2 ° A coisa em questão pode ser, por natureza, indivisível. Mas o acordo entre as partes ou a ordem econômica pode torna-lo indivisível.
3° Existem alguns objetivos trazidos pelo artigo 258 que justificam a indivisibilidade:
Por motivo de preservação da finalidade do objeto: se o objeto, quando dividido, perde a finalidade, então precisa ser indivisível.
Se a divisão da coisa proporciona a sua desvalorização, a obrigação precisa ser indivisível
Se as circunstâncias que norteiam o negócio exigirem. Ex: concretagem de uma laje. 
OBS: NÃO SE CONFUNDE A OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA COM A INDIVISÍVEL.
“Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.”
Pela prestação indivisível, o pagamento só se dá pela totalidade.
“Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.”
Sub-rogação:é a transferência de direitos, ações, garantias e privilégios do credor primitivo para novo credor mediante pagamento da dívida. Só há sub-rogação nas obrigações indivisíveis. Art. 346 em diante.
“Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.”
A caução de ratificação se assemelha à procuração, no entanto elas diferem quanto a certos pontos. A procuração dá poderes mais amplos, a partir de um documento formal (com forma prevista em lei). Já a caução de ratificação dá poderes mais restritos, limitados, e não possui forma prevista em lei (documento informal). Ela é um documento assinado por todos os credores, certificando que autorizam o pagamento da dívida a um só credor, de modo que este repassará aos demais credores suas partes equivalentes. No entanto, elas possuem a mesma segurança jurídica, visto que os dois tipos de documento garantem/confirmam a vontade de um dos negociantes.
“Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.”
“Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.”	
Remissão é o perdão da dívida. Ela sempre gera vantagem econômica para o devedor. A remissão da dívida só se dá até o limite do crédito do credor – esta remissão só se dá na obrigação divisível. Diante de uma obrigação indivisível, a remissão da dívida só se dá porque quem remite é o credor. Acontece que quando ocorre a remissão frente a um devedor, ele deixa de receber o bem, portanto a parte a que os outros credores tem direito aumenta na proporção da saída do outro credor da obrigação – o bem que antes deveria ser dividido em três, internamente entre os credores, passa a ser dividido em metade pelos outros credores que restaram na obrigação. Além disso, os credores restantes na obrigação devem pagar o valor remitido pelo outro credor ao devedor (sempre gera vantagem econômica para ele), parte a que o devedor tem direito por ter havido a remissão. 
“Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.”
“Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.”
É o que difere a solidariedade da indivisibilidade. Ou acontece a solidariedade ou acontece a indivisibilidade. A indivisibilidade é no objeto e a solidariedade é nos sujeitos. Na indivisibilidade, o objeto deve ser entregue na totalidade, e na solidariedade o objeto pode ser entregue na totalidade.
“§ 1º - Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.”
“§ 2º - Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.”
		Consequências jurídicas das obrigações divisíveis: “a” e “b” estão inseridos no art. 257, CC.
Cada um dos credores só tem direito de exigir sua fração no crédito;
De modo idêntico, cada um dos devedores só tem que pagar a própria cota no débito;
Se o devedor solver integralmente a dívida a um só credor, não se desobrigará com relação aos demais credores;
O credor que recusa o recebimento de sua cota por pretender solução integral poderá ser constituído em mora; Mora é o cumprimento retardado da obrigação. A mora pode ser do credor ou do devedor (quando ele deixa de cumprir a obrigação sem justo motivo no vencimento – devendo pagar as sanções da mora - juros e multa)
A interrupção da prescrição bem como a sua suspensão, não beneficiam nem prejudicam os demais sujeitos se operada contra um. 
Consequências jurídicas das obrigações indivisíveis: 
Sendo indivisível a obrigação, a suspensão ou a interrupção da prescrição beneficia ou prejudica a todos.
Cada credor tem o direito de exigir a dívida na totalidade. 
Cada devedor é obrigado ao pagamento da dívida na totalidade.
O pagamento feito na totalidade a um dos vários credores desonera o devedor, mediante a apresentação de caução de ratificação dos demais credores.
Obrigações solidárias (arts. 264 a 285, CC)
Conceito: são obrigações múltiplas em que há vínculo interno entre os seus sujeitos.
Características das obrigações solidárias: arts. 264 a 285, CC
Pluralidade de sujeitos.
“Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.”
Unidade de prestação: quer dizer que o credor tem o direito de exigir a totalidade, mas não o obriga a receber a totalidade. Não fala-se em cotas, ainda que o valor pago a um dos credores seja o mesmo a ser recebido por um deles ao final da quitação. Além disso, o credor solidário tem legitimidade sobre o crédito, podendo exigir o pagamento, renunciar, perdoar a dívida. O credor pode dispor do crédito como quiser. 
“Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.”
Corresponsabilidade entre os interessados: o credor ou devedor solidário tem autonomia nas negociações para quitação da dívida, mas a responsabilidade pelo acordo feito por um deles se estende aos outros solidários. Se um deles, por exemplo, não pagar a dívida, os outros devedores podem ter que arcar com o montante do outro devedor. Ele passa a ser responsável pelo não cumprimento da obrigação por parte de um dos devedores. 
“Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.”
Fontes: é solidária a obrigação que estiver expressa em lei ou em contrato. Art. 265, CC.
Lei.
Contrato: caso típico de obrigação solidária expressa em contrato é o caso do fiador. Não quer dizer que sempre que se falar de fiador estar-se-á falando de obrigação solidária.
“Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.”
Espécies:
Ativa: é a solidariedade no polo ativo, presente entre os credores.
Passiva: é a solidariedade no polo passivo, presente entre os devedores. Tem uma vantagem: garante ao credor a maior facilidade para solvência da dívida.
Mista* : classificação meramente doutrinária, não prevista no Código Civil, que não faz parte das espécies da solidariedade. É chamada de solidariedade mista, simplesmente, aquela obrigação em que há solidariedade nos dois polos da obrigação.
Fundamento: art. 267, CC.
Obrigação indivisível x obrigação solidária: Na obrigação indivisível, art. 263. Na obrigação solidária, art. 271. A indivisibilidade é no objeto e a solidariedade é nos sujeitos. Na indivisibilidade, o objeto deve ser entregue na totalidade, e na solidariedade o objeto pode ser entregue na totalidade.
Exceção: exceção como sentido próprio, é meio de defesa arguido em via judicial. Ex: afirmar que foi vítima de coação, que a dívida está prescrita, etc.
Exceção geral ou comum: é meio de defesa que tem por base características gerais da obrigação; se benéfica, ainda que arguida por um só dos sujeitos, estende-se aos demais. 
Exceção pessoal: é meio de defesa que tem por base características específicas de um dos sujeitos da obrigação; se arguida, ainda que benéfica, jamais alcançará os demais.
Regra do art. 274, CC: toda decisão favorável a um solidário sempre se estenderá aos demais, exceto se for pessoal. Toda decisão desfavorável a um solidário jamais alcançará os demais.
Solidariedade ativa: arts. 267 a 274, CC. 
	“Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.”
	É a característica da unidade de prestação, em que é possível que se exija o cumprimento da prestação na totalidade, sendo depois repassada aos demais solidários.
“Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandaremo devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.”
Demandar significa utilizar do meio judicial para que seja paga a prestação. Portanto, o devedor pode pagar a qualquer um dos credores, exceto quando houver demanda contra ele para o pagamento da prestação. Se houver demanda, o devedor só pode pagar a dívida para aquele que demandou. Isso acontece para permitir a finalidade da relação processual e não comprometer o objeto do processo.
“Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.”
O pagamento não é necessariamente feito na totalidade. Caso não seja, a dívida se extingue até o montante do que foi pago, subsistindo o restante. Do mesmo jeito funciona o perdão parcial, a dação parcial e qualquer forma de extinção obrigacional podem ser parciais. Será extinta até o montante que foi pago.
“Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.”
A cota do falecido será distribuida pelo quinhão hereditário dos herdeiros (ao final da sucessão). Os herdeiros de credor falecido, atuando isoladamente, serão credores fracionários. Se se tratar de um bem indivisível, deve-se analisar do art. 258 em diante. 
“Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.”
Pressupõe-se o inadimplemento culposo para que a obrigação seja convertida em perdas e danos e a tutela específica não tem como ser alcançada. A solução é o retorno das partes ao status quo. As consequências são as consequências do desfazimento do negócio.
O problema é: o dano deve ser analisado individualmente. 
Por exemplo, todos chegam ao aeroporto, e após o check-in, as pessoas são informadas de que não poderão embarcar... O fato é o mesmo para todos, mas as consequências são diferentes para cada um. Portanto, os danos causados por um inadimplemento são analisados individualmente.
Portanto, a solidariedade subsiste no que tange as consequências do desfazimento do contrato, mas ao quantificar a quantidade das perdas e dos danos sofridos, a questão precisa ser analisada de forma individual.
“Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.”
Se foi paga uma parcela da dívida a um credor solidário, ainda que este valor seja o equivalente à sua cota, este deve dividir o valor pago entre os demais solidários.
“Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.”
Exceções pessoais, como o próprio nome diz, referem-se a uma só pessoa, não se extendendo aos demais.
“Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.”
Solidariedade passiva: arts. 275 a 285, CC.
	“Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.”
	“Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.”
	Significa que o credor tem a escolha de cobrança e não a renúncia de cobrança frente aos demais devedores.
	“Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.”
	Quer dizer que todos reunidos serão considerados um devedor solidário e a partir deste momento o credor pode cobrar a totalidade dos herdeiros. Este momento é aquele em que o processo de inventário ainda não foi finalizado com a partilha dos bens (espólio). Neste momento os devedores que assumiram a dívida do falecido são considerados um só. 
	O herdeiro do devedor falecido somente se responsabiliza se este devedor deixar patrimônio.
	“Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.”
	Em relação ao 277 e o 388:
Se o credor perdoar totalmente a dívida de um dos devedores, ele sairá da solidariedade
Se o credor perdoar parte da dívida de um dos devedores, ele ainda responderá pela dívida toda, subtraído o valor do perdão, e internamente pela sua cota, subtraído o valor perdoado
	“Art. 388. A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.” - 
	“Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.” – se for para beneficiar é tranquilo, mas para agravar, todos precisam anuir.
	“Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.”
As perdas e danos só podem ser cobradas do culpado. Se todos os devedores tiverem culpa, o dano precisará ser individualizado. Na mesma forma da solidariedade ativa em que o dano é individualizado para cada credor ser ressarcido, cada devedor da solidariedade passiva terá a sua parcela de culpa individualizada para fins de pagamento de perdas e danos.
“Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.”
	O objeto (equivalente) ele cobra de todos, os juros da mora podem ser cobrados de todos também, porém internamente, aquele que causou os juros precisa ressarcir os outros da obrigação que foi acrescida por sua culpa.
	“Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.”
	As exceções pessoais não são aproveitadas para outros solidários.
RENÚNCIA DA SOLIDARIEDADE	
É TORNAR OS DEVEDORES FRACIONÁRIOS
O FATO DE RENUNCIAR A SOLIDARIEDADE NÃO SIGNIFICA QUE O CREDOR ABRIU MÃO DO SEU DIREITO DE CRÉDITO.
A OBRIGAÇÃO PASSA A SER FRACIONÁRIA. CADA DEVEDOR RESPONDERÁ PELA SUA COTA
SE FOR RENUNCIADA PARA UM DOS DEVEDORES, AQUELES QUE PERMANECEM NA SOLIDARIEDADE RESPONDEM PELA DIVIDA TODA, RETIRANDO A PARCELA DAQUELE QUE SAIU. AQUELE QUE SAIU DA SOLIDARIEADADE RESPONDE SOMENTE POR SUA COTA.
“Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.”
	“Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.”
	Somente pode-se renunciar direitos. Diante de remissão se remite dívidas. A renúncia da solidariedade implica na cobrança do devedor da cota e não da totalidade da dívida.
Venosa diz que como houve renúncia, a obrigação dele vira divisível, tornando-se distinta dos demais. Os solidários respondem pela totalidade, mas a totalidade é o valor total abatido do valor da renúncia.
Caio Mário diz que a dívida deve ser cobrada na totalidade dos solidários porque a obrigação é frente ao objeto da obrigação. Como se trata de solidariedade passiva e esta posição é mais razoável para o credor, esta é a adotada.
“Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.”
	Se um dos devedores se tornar insolvente, os outros devedores assumem a dívida do insolvente. A insolvência paraas pessoas físicas e a falência para as pessoas jurídicas.
“Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.”
Inclusive o que obteve renúncia da solidariedade deverá assumir o prejuízo do que obteve a insolvência. A cota do insolvente pode ser cobrada do que obteve a renúncia. Só participará deste rateio do insolvente aquele que UM DIA FOI SOLIDÁRIO, MAS OBTEVE A RENÚNCIA. O RATEIO NÃO ALCANÇA AQUELE QUE ERA FRACIONÁRIO DESDE A ORIGEM. NO ENTANTO, SE A QUEBRA DO INSOLVENTE OCORRER APÓS O DEVEDOR FRACIONÁRIO PAGAR SUA DÍVIDA, SUA OBRIGAÇÃO ESTARÁ EXTINTA E O RATEIO NÃO O ALCANÇA
“Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.”
O fiador é mero garantidor do cumprimento do pagamento, podendo exigir do outro solidário o total valor da dívida. O FIADOR SE TRANSFORMA EM UM FIADOR SOLIDÁRIO, POIS É MERO GARANTIDOR, MAS EM UMA RELAÇÃO INTERNA AQUELE QUE TEM A OBRIGAÇÃO DE NÃO PAGAR NADA E PAGA A DÍVIDA POR INTEIRO DEVE SER RESSARCIDO INTEGRALMENTE.
TRANSFERÊNCIA DAS OBRIGAÇÕES
CESSÃO DE CRÉDITO (arts. 286 a 298, CC)
		Conceito: instrumento que permite a transmissão do crédito a terceiros, disponível para o credor. Na cessão de créditos não há tradição. A transmissão pode ser onerosa ou gratuita. O terceiro é necessariamente estranho ao negócio original.
OBS: a cessão de crédito é tipicamente especulativa (admite vantagem econômica). 
“Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.”
 	Todo crédito é objeto de cessão, exceto se houver alguma oposição como por exemplo lei (caso em que incapaz pode fazer cessão de créditos mas não ao seu tutor, curador ou representante legal), acordo entre os negociantes (os negociantes podem convencionar o impedimento de cessão, em cláusula proibitiva ou impeditiva), ou de sua natureza (como no caso de cessão de créditos em razão alimentícia – alimento é um bem indisponível).
Sujeitos: 
Cedente: é sempre o credor primitivo que cede crédito a terceiro.
Cessionário: é sempre o terceiro que se torna novo credor.
Cedido: é sempre o devedor, cujo crédito é cedido.
Espécies:
Gratuita: é aquela em que não há pagamento do cessionário ao cedente; ocorrem por meio de doações. Ex: caso em que há apenas a simples substituição do sujeito, com permanência das condições objetivas.
Onerosa: é aquela em que há pagamento do cessionário ao cedente. Ex: venda de título da dívida.
Total: o credor sai da obrigação para que o novo credor assume seu lugar
Parcial: o antigo será credor fracionário junto com o novo credor.
OBS: a participação de quem reside no polo passivo é superficial, não é necessária a autorização do devedor, é necessário apenas comunica-lo.
 
Forma: art. 288, CC
“Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1º do art. 654”. 
Para que a cessão tenha eficácia contra terceiros, é necessário que a forma seja o instrumento público ou o instrumento particular revestido das solenidades do §1º do art. 654, CC. Serve como meio de prova. AS FORMAS SÃO: O INSTRUMENTO CONTER
A indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado;
A data e o objetivo da outorga 
A designação e a extensão dos poderes conferidos
QUANTO À FORMA: pode ser por instrumento público ou particular.
Notificação do devedor: 
“Art. 290, CC. […]por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.”
A notificação do devedor tem como objetivo preservar que o devedor pague errado, que o devedor pague para o credor primitivo. É declarado notificado o devedor que se declarou ciente da cessão em escrito público ou particular.
Pluralidade de cessões: art. 291, CC.
	“Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido.” 
	Se o cedente, agindo de má-fé, fizer cessão do mesmo crédito a vários funcionários, prevalecerá a cessão que tiver sido completada com a entrega do título referente ao crédito cedido. Ou seja, o cessionário que tiver a posse do título é o legítimo. Os demais somente poderão pleitear perdas e danos.
	Já o devedor, se não for notificado da cessão de crédito, fica desobrigado da obrigação se pagar ao cessionário que lhe mostrar, com o instrumento da cessão, o título da obrigação transmitida.
RESPONSABILIDADE ENTRE OS SUJEITOS: cedente e cessionário (na cessão).
“Pro soluto”: É A REGRA. Significa que quando não houver especificação quanto à responsabilidade, ela será “pro soluto”. O cedente só se responsabiliza frente ao cessionário pela EXISTÊNCIA E VALIDADE do crédito cedido.
O cedente não se responsabiliza pelo inadimplemento do devedor ou não, só garante a existência do crédito.
 
“Pro solvendo”: É A EXCEÇÃO, porque amplia a responsabilidade dos sujeitos. Deve vir expressa nos termos da cessão. Neste caso, o cedente se responsabiliza frente ao cessionário não só pela existência e validade do crédito cedido como também pela solvência da dívida. 
O CEDENTE SE RESPONSABILIZA PERANTE O CESIONÁRIO CASO OCORA INADIMPLEMENTO POR PARTE DO DEVEDOR, PORÉM, APENAS ATÉ O LIMITE DO BENEFÍCIO OBTIDO. 
OBS: Na cessão gratuita, só existe responsabilidade “pro soluto”. Na cessão onerosa, pode-se ter qualquer uma das duas.
OBS: só será pro solvendo quando for onerosa e pactuada. 
OBS: o fato de invocar a responsabilidade pro solvendo em caso de inadimplemento do devedor não caracteriza o desfazimento do negócio. Os números da obrigação podem coincidir, mas um instituto não pode ser confundido com outro.
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro. – apenas o crédito disponível pode ser cedido, aquele crédito que garante uma outra obrigação não pode ser objeto de cessão.
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA: Arts. 299 a 303, CC.
	Conceito: é o instrumento que permite ao devedor transferir o seu débito a terceiros. Ela é sempre negocial. A assunção pode ser feita a qualquer momento. Diferentemente da cessão de crédito, ela não precisa de ato formal (pode ser escrita ou verbal), mas necessita da anuência expressa do credor. É um benefício para o devedor primitivo porque o exonera da obrigação. O devedor transfere a outrem a sua posição na relação jurídica. É também chamada de cessão de débito. 
	Espécies: 
por expromissão: é a exceção. Expromissão é um acordo pela transferência da dívida que é feito entre credor e terceiro sem qualquer participação do devedor. 
por delegação: é a regra. Delegação é um acordo pela transferência da dívida feito entre devedor e terceiro com posterior consentimento do credor. O devedor transfere a sua dívida para terceiro. Ela retira o devedor da obrigação, mas não o extingue porque pode ser que ele tenha que voltar à obrigação. Art. 299, CC.
Situação 1: João é credor de Maria em uma dívida de R$ 1.000,00 a serem pagos em 30 dias. Lembrando que a assunção pode ser feita a qualquer momento. Carlos, terceiro à essa relação, é filho de Maria. Ele pensou em no vencimento pagar a dívida, mas se pagar ele criará embaraços com a mãe. Então ele propõe a João de substituir Maria na obrigação porque em 30 dias ele terá o dinheiro. Se Carlos disser que coloca sua irmã como fiadora, João tem vantagem. A vantagem, no entanto, não é necessária para caracterizar a assunção de dívida. Se Carlos tiver maiores condições creditícias de pagamento, para João

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