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TRABALHO ESCRITO DA PROFª VÂNIA

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FACULDADE DE MACAPÁ – FAMA
ARQUITETURA E URBANISMO
AUDRY MARCELO MACHADO PEREIRA
DIEGO SOUSA CARVALHO
HEIDER VIANA MACEDO
JOSÉ MARIA PEREIRA BEZERRA JR
MARÍLIA VASCONCELOS CARDOSO
MIGUEL ARCANJO FERREIRA FILHO
NEICILEIDE SOARES DA COSTA
SUSANNE ROSA FARIAS
BARROCO NO BRASIL
MACAPÁ
2016
AUDRY MARCELO MACHADO PEREIRA
DIEGO SOUSA CARVALHO
HEIDER VIANA MACEDO
JOSÉ MARIA PEREIRA BEZERRA JR
MARÍLIA VASCONCELOS CARDOSO
MIGUEL ARCANJO FERREIRA FILHO
NEICILEIDE SOARES DA COSTA
SUSANNE ROSA FARIAS
BARROCO NO BRASIL
Trabalho apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Macapá – FAMA, do 4º termo B, como requisito avaliativo parcial da Disciplina de Estética e História da Arte, sob a orientação da Prof.ª Vânia Lira.
MACAPÁ
2016
INTRODUÇÃO
O Barroco foi uma tendência artística que se desenvolveu primeiramente nas artes plásticas e depois se manifestou na literatura, no teatro e na música. O berço do barroco é a Itália do século XVII, porém se espalhou por outros países europeus como, por exemplo, a Holanda, a Bélgica, a França e a Espanha. O barroco permaneceu vivo no mundo das artes até o século XVIII. Na América Latina, o barroco entrou no século XVII, trazido por artistas que viajavam para a Europa, e permaneceu até o final do século XVIII. Um destes países foi o Brasil, onde se difundiram nos estados da Bahia, Minas Gerais e Pernambuco. O Rococó foi um dos seus mais belos sucessores como tendência.
BARROCO: Contexto Histórico Geral
O barroco se desenvolve no seguinte contexto histórico: após o processo de Reformas Religiosas, ocorrido no século XVI, a Igreja Católica havia perdido muito espaço e poder. Mesmo assim, os católicos continuavam influenciando muito o cenário político, econômico e religioso na Europa. A arte barroca surge neste contexto e expressa todo o contraste deste período: a espiritualidade e teocentrismo da Idade Média com o racionalismo e antropocentrismo do Renascimento.
Os artistas barrocos foram patrocinados pelos monarcas, burgueses e pelo clero. As obras de pintura e escultura deste período são rebuscadas, detalhistas e expressam as emoções da vida e do ser humano.
A palavra barroco tem um significado que representa bem as características deste estilo. Significa "pérola irregular" ou "pérola deformada" e representa de forma pejorativa a ideia de irregularidade.
O período final do barroco (século XVIII) é chamado de rococó e possui algumas peculiaridades, embora as principais características do barroco estejam presentes nesta fase. No rococó existe a presença de curvas e muitos detalhes decorativos (conchas, flores, folhas, ramos). Os temas relacionados à mitologia grega e romana, além dos hábitos das cortes também aparecem com frequência.
BARROCO E ROCOCÓ NO BRASIL
O Barroco no Brasil iniciou no séc. XVII até no início do séc. XVIII, foi a principal manifestação artística e cultural no período onde o Brasil se desenvolvia economicamente com a produção açucareira. Esse estilo foi trazido da Europa pelos jesuítas as influências estéticas de cunho fortemente religioso que marcaram o estilo barroco, na maioria das vezes, esse tipo de criação se manifestou na construção de igrejas e imagens religiosas com objetivo de catequizar e socializar os indígenas nativos e também de ajudar a coroa portuguesa no processo de colonização que tomavam campo nos centros urbanos do país.
As construções de traço barroco se lançavam aos olhos de uma população mista formada por ambulantes, funcionários públicos, indígenas, escravos e vadios. Essa população, na maioria das vezes, só conseguia compreender o sentido dos valores religiosos afirmados pela catequese com a imponência de imagens ricas em que a complexa ornamentação pretendia reafirmar o caráter sagrado dos santos e templos religiosos.
Durante o período colonial prevaleceu uma associação entre a Igreja e o Estado, como as elites não se preocuparam em construir palácios ou patrocinar as artes profanas senão no fim do período, e a religião exercia enorme influência no cotidiano de todos, por este fato, o legado barroco brasileiro esteja na arte sacra: estatuas, pintura e obra de talha para decoração de igrejas e conventos ou para culto privado.
A literatura barroca no Brasil foi introduzida pelos portugueses, quando não havia uma produção cultural significante no país. Por isso, refletindo a literatura portuguesa, a produção literária nesse período não é reconhecida como genuinamente nacional, mas um estilo absorvido e resultante do período colonial. Os escritores merecem destaque Gregório de Matos, por suas poesias, e o padre Antônio Vieira, por seus sermões. Além deles, temos Bento Teixeira , autor do poema Prosopopéia, de 1601, que costuma ser considerado o marco inicial do Barroco brasileiro; Manuel Botelho de Oliveira , autor do livro Música do Parnaso; e Frei Itaparica.
As primeiras esculturas barrocas que chegaram ao Brasil eram de origem portuguesa. Entretanto no século XVII foram criadas, pelos religiosos Franciscanos e Beneditinos, escolas que ensinavam a arte de esculpir, e o suporte usado por eles era o barro. Já os Jesuítas, que também criaram escolas, juntamente com os índios usavam a madeira como suporte. Nas esculturas produzidas pelos índios santeiros, predominavam traços indígenas.
Podemos perceber um valor educativo em relação à arte barroca na dinâmica dos elementos trabalhados em suas principais obras. A tensão entre o medieval e o renascentista pode ser observada no uso de imagens sombrias combinadas com a sofisticação dos ornamentos. Paralelamente, os itens acessórios tinham um valor narrativo onde o observador poderia identificar um santo e sua história através do dragão de São Jorge; ou a chave dos céus carregada por São Pedro.
No Brasil, teve início no séc. XVIII e foi chamado de estilo “Dom João V”. Observa-se forte presença desse estilo na arquitetura religiosa, em diversas cidades brasileiras, mas especificamente nas cidades mineiras, em Pernambuco, Paraíba e Belém. Enquanto na escultura é trabalhada na madeira e na pedra-sabão. Além de ser um artista do Barroco, Aleijadinho foi também um dos principais representantes do Rococó no Brasil.
RELIGIÃO
Religião no Brasil no período Barroco
Jesuíta catequizando índios numa missão religiosa
Os jesuítas (padres missionários católicos) começaram a chegar ao Brasil por volta de meados do século XVI. Eram integrantes, principalmente, da Companhia de Jesus, que tinha metas principais difundir o catolicismo nas terras recém-descobertas (América e África) e fazer a catequização dos povos nativos (indígenas). 
Entre os principais padres jesuítas missionários que vieram ao Brasil neste período, podemos citar: Padre José de Anchieta e Padre Manoel da Nobrega. 
Além dos jesuítas, também vieram para o Brasil, com o objetivo de catequizar índios, padres de outras ordens religiosas como os franciscanos, os beneditinos e os carmelitas.
As Missões Religiosas
Para facilitar o processo de catequização dos índios no Brasil, os jesuítas organizaram aldeamentos, que também eram chamados de missões ou reduções.
As primeiras missões foram organizadas na região costeira do Brasil. Os jesuítas contavam com a ajuda de soldados portugueses para tirar os índios das aldeias, levando-os para os aldeamentos (missões). Porém, este sistema, que muitas vezes contava com o uso de força e violência, não deu resultados positivos em função da resistência dos índios. Outro problema comum neste processo era que muitos nativos contraíam doenças em contato com os homens brancos, gerando mortes entre eles.
Num segundo momento, a partir do início do século XVII, os jesuítas começaram a organizar as missões na região interior do Brasil, para evitar os problemas gerados anteriormente.
Embora estas missões fossem encontradas por quase todas as áreas do Brasil, foinas regiões Norte e Sul que elas estiveram presentes em maior número.
Consequências Principais
Aceleração do processo de povoamento do interior do Brasil. Várias missões deram origem a vilas, que depois se transformaram em cidades.
Milhares de índios perderam sua identidade religiosa e cultural, passando a ter o catolicismo como religião e o português como língua principal. Muitas vezes esse processo era feito de forma forçada.
Colaborou para o processo de oficialização do catolicismo como religião oficial do Brasil.
Fundação de colégios católicos como, por exemplo, o Colégio de São Paulo de Piratininga (fundado por José de Anchieta).
Exemplos de Missões no Brasil Colonial
Missão de Santo Ângelo (Rio Grande do Sul)
Missão de São Miguel Arcanjo (noroeste do Rio Grande do Sul)
Missão de São João Batista (Rio Grande do Sul)
Missão dos Tarumãs (Amazonas)
Missão da Foz do Jaú (Amazonas)
Você já se perguntou por que a maioria das cidades brasileiras foi construída em volta de uma igreja? Ou por que grande parte dos feriados é dedicada a santos? Para tentar responder a estas questões, é necessário entender a influência religiosa católica no Brasil.
Ainda no começo do século XXI, dentre as religiões professadas pela população brasileira, o Catolicismo continua a ter o maior número de seguidores entre os habitantes do país. Tal predominância é decorrente da presença da Igreja Católica em toda a formação histórica brasileira.
A chegada de membros do clero católico ao território brasileiro foi simultânea ao processo de conquista das terras do Brasil, já que o reino português tinha estreitas relações com a Igreja Católica Apostólica Romana. A missa celebrada na chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, foi imortalizada por Victor Meirelles no quadro Primeira Missa no Brasil. A presença da Igreja Católica começou a se intensificar a partir de 1549 com a chegada dos jesuítas da Companhia de Jesus, que formaram vilas e cidades, cujo caso mais célebre é a cidade de São Paulo.
O quadro de Victor Meirelles retrata a influência da Igreja Católica desde o início da conquista dos territórios brasileiros
Vários outros grupos de clérigos católicos vieram também à colônia portuguesa com a missão principal de evangelizar os indígenas, como as ordens dos franciscanos e dos carmelitas, levando a eles a doutrina cristã. Esse processo se interligou às próprias necessidades dos interesses mercantis e políticos europeus no Brasil, como base ideológica da conquista e colonização das novas terras. As consequências foram o aculturamento das populações indígenas e os esforços no sentido de disciplinar, de acordo com os preceitos cristãos europeus, a população que aqui habitava, principalmente através de ações educacionais.
Nas artes, a mais notória contribuição da Igreja Católica na história do Brasil foram as produções artísticas barrocas, que tiveram como principal expoente o artista plástico Aleijadinho. Essas obras podem ser encontradas nas cidades de Salvador, Diamantina, Ouro Preto, Recife e Olinda. Por outro lado, o contato do catolicismo com as religiões africanas produziu sincretismos religiosos, uma mescla das religiões que originou o candomblé, por exemplo.
As relações entre Igreja Católica e Estado foram estreitas no Brasil tanto na colônia quanto no Império, pois, além de garantir a disciplina social dentro de certos limites, a igreja também executava tarefas administrativas que hoje são atribuições do Estado, como o registro de nascimentos, mortes e casamentos. Contribuiu ainda a Igreja com a manutenção de hospitais, principalmente as Santas Casas. Em contrapartida, o Estado nomeava bispos e párocos, além de conceder licenças à construção de novas igrejas.
O cenário mudou com a nomeação do Marquês de Pombal, que afastou a influência da Igreja Católica da administração do Estado. Após sua morte, os laços voltaram a se estreitar, perpassando por todo o período imperial brasileiro no século XIX. Com a proclamação da República em 1889, houve a separação formal entre Estado e Igreja Católica, mas sua presença continuou ainda viva, como comprova a existência de várias festas e feriados nacionais, como as festas juninas e o feriado de 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do país.
Contrariamente às diretrizes da direção da igreja, vários grupos religiosos atuaram politicamente, lutando pelas melhorias das condições de vida da população explorada do país. Existiram vários exemplos ao longo da história brasileira, entre eles, podemos citar a Revolta de Canudos no fim do século XIX, ou mesmo no último quarto do século XX, quando os grupos ligados à Teologia da Libertação conseguiram formar alguns movimentos sociais, como o MST, através da ação nos Conselhos Eclesiais de Base (CEB’s).
Como a Religião influencia no Período Barroco?
No Brasil, o Barroco surge junto com o nascimento da própria literatura nacional, enquadrando-se, no entanto, inicialmente em um período de literatura portuguesa de transposição, onde os modelos ainda são portugueses e os autores são ora portugueses, ora brasileiros. A obra precursora no Brasil, surgida em 1601, é “Prosopopeia” de Bento Teixeira, que traz forte influência camoniana. O conteúdo dessa experiência dualista se apresenta sob a forma de duas linhas temáticas: uma humano-racionalista e outra religiosa. Na primeira, o homem reconhece a vida como boa e digna de ser vivida, mas é acometido pela consciência dramática da sua efemeridade. Isso induz o homem ao hedonismo, busca pelo prazer, cuja fruição traduz a ideia do “carpe diem”. A linha religiosa traduz-se pelo confessionalismo de um homem frágil, pecador e indigno, que se arrepende dos erros e pecados cometidos e busca a reconciliação com o divino. O barroco foi desenvolvido no século XVII. Nesse período, o terror provocado pela inquisição tentava limitar pensamentos, manifestações culturais e impor a austeridade. Sendo que neste período, a igreja católica liderava com um grande poder sobre camponeses, ao manter certos limites aos povos. As igrejas neste período seguiram o teocentrismo (deus o centro do universo) e quem contestava, acabava sofrendo punição imposta pela igreja.
LITERATURA E A MUSICA
Literatura Barroca no Brasil
Igreja de São Francisco, em Salvador, com frontão de característica barroca.
No século XVIII, o Brasil presenciou o surgimento de uma literatura própria a partir dos escritores nascidos na colônia, quando as primeiras manifestações valorizando a terra surgiram.
Os fatos históricos fundamentais da época foram a Primeira invasão holandesa, que ocorreu na Bahia, em 1624, e a Segunda, em Pernambuco, em 1630, que perdurou até 1654.
As invasões aconteceram na região que concentrava a produção açucareira.
A produção literária não foi favorecida nesse período, pois a disputa pelo poder no Brasil era evidente e chamava toda a atenção.
O Barroco surgiu nesse contexto como fruto de esforços individuais, quando os modelos literários portugueses chegaram ao Brasil. A arte que se desenvolveu com mais força foi a arquitetura, mas a partir da segunda metade do século as artes sofreram impulso maior.
Costuma-se considerar a publicação da obra Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira, como o marco inicial do Barroco no Brasil. Esse é um poema épico, de estilo cancioneiro que procura imitar Os Lusíadas.
Os Autores Barrocos que mais se destacaram
Gregório de Matos (na poesia);
Pe. Vieira (na prosa);
Bento Teixeira;
Frei Manuel de Santa Maria Itaparica;
Botelho de Oliveira;
Sebastião da Rocha Pita;
Nuno Marques Pereira.
Gregório de Matos (1636 – 1696).
Gregório de Matos é o maior poeta barroco brasileiro, sua obra permaneceu inédita por muito tempo, suas obras são ricas em sátiras, além de retratar a Bahia com bastante irreverência, o autor não foi indiferente à paixão humana e religiosa, à natureza e reflexão.
As obras desse escritor são divididas de acordo com a temática: poesia lírica religiosa, amorosa e filosófica.
A lírica religiosa: exploram temas como o amora Deus, o arrependimento, o pecado, apresenta referências bíblicas através de uma linguagem culta, cheia de figuras de linguagem. Veja que no exemplo a seguir o poeta baseia-se numa passagem do evangelho de S. Lucas, quando Jesus Cristo narra a parábola da ovelha perdida e conclui dizendo que “há grande alegria nos céus quando um pecador se arrepende”:
A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
da vossa alta clemência me despido;
porque, quanto mais tenho delinquido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido
vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história,
eu sou Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha, a vossa glória.
(Gregório de Matos)
A lírica amorosa: é marcada pela dualidade amorosa entre carne/espírito, ocasionando um sentimento de culpa no plano espiritual.
A lírica filosófica: os textos fazem referência à desordem do mundo e às desilusões do homem perante a realidade.
Em virtude de suas sátiras, Gregório de Matos ficou conhecido como “O boca do Inferno”, pois o poeta não economizou palavrões nem críticas em sua linguagem, além disso, era enriquecida com termos indígenas e africanos.
Eis um exemplo dos muitos “retratos” que Gregório de Matos compôs:
Soneto
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um frequentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa. Escuta, espreita, e esquadrinha,
Para levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.
Nesse texto o poeta expõe os personagens que circulavam pela cidade de Salvador - conhecida como Bahia- desde as mais altas autoridades até os mais pobres escravos.
Marco Final
Publicação das "Obras Poéticas", de Cláudio Manuel da Costa e fundação da Arcádia Ultramarina, movimento poético-literário que dá início ao Arcadismo, em 1768.
Toda a sua criação literária de Cláudio Manuel da Costa está em Obras Poéticas, obra que reúne a produção lírica do poeta, sonetos, éclogas, epicédios, cantatas e outras modalidades, e que dá início ao Arcadismo Brasileiro. Essa publicação marcou a fundação da Arcádia Ultramarina, uma instituição cultural onde os poetas se reuniam para escrever e declamar seus poemas.
O poeta admite a contradição que existe entre o ideal poético e a realidade de sua obra. Com efeito, se os poemas estão cheios de pastores - comprovando o projeto de literatura árcade - o seu gosto pela antítese e a preferência pelo soneto indicam a herança de uma tradição que remonta ao Camões lírico e à poesia portuguesa do século XVII.
A todo instante, o autor de Obras Poéticas vale-se de antíteses - típico procedimento barroco - para registrar os seus conflitos pessoais. No soneto LXXXIV, temos um belo exemplo de contraste entre a dureza da pedra e a ternura do coração:
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci! Oh, quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Obras
Culto Métrico, 1749.
Munúsculo Métrico, 1751.
Epicédio, 1753.
Obras (sonetos, epicédios, romances, éclogas, epístolas, lírias), 1768.
O Parnaso Obsequioso, 1768.
Vila Rica, 1773.
Poesias Manuscritas, 1779.
O Barroco na Música (1600-1750)
O barroco foi uma tendência artística que se desenvolveu primeiramente nas artes plásticas e depois se manifestou na literatura, no teatro e na música. A palavra “barroco” significa “pérola irregular” ou “pérola deformada” representando de forma pejorativa a ideia de irregularidade. De início, era usada pra designar o estilo da arquitetura e da arte do século XVII, que se caracterizava pelo estilo rebuscado e pelo emprego excessivo de ornamentos. Na música, o termo é indicado para designar o período que vai do aparecimento da ópera (“Orfeo”, de Monteverdi, 1607) e do oratório até a morte de J.S. Bach (1750). É considerada uma das épocas musicais mais longas, fecundas, revolucionárias e importantes de música ocidental, e provavelmente, também, a mais influente.
O período Barroco teve início na Itália e seus precursores foram Giovanni Gabrieli e Claudio Monteverdi. O movimento se espalharia para a Alemanha, com Heinrich Schütz e França com Jean-Philippe Rameau. Outras figuras representativas do Barroco, na Europa continental foram Jean-Baptiste Lully, Giacomo Carissimi e Arcangelo Corelli.
A partir do século XVII, o sistema de modos perde cada vez mais importância sendo abandonado gradativamente pelos compositores que passam com mais frequência a se utilizar de bemois e sustenidos, causando a perda de identidade dos modos que acabam ficando reduzidos a apenas dois: jônio e eólio. A partir daí, passa a se desenvolver o sistema tonal maior-menor que será à base da harmonia nos próximos dois séculos que se sucedem. Na realidade, trata-se justamente do aproveitamento desses dois modos: o modo jônio (modo “maior”) e o modo eólio (modo “menor”).
Características principais do Barroco
Entre as características mais importantes do período estão o uso do baixo contínuo, do contraponto e da harmonia tonal, em oposição aos modos gregorianos até então vigente.
De início, ocorre a retomada de tessituras mais leves e homofônicas, com a melodia apoiada em acordes simples. As tessituras polifônicas, entretanto logo retornam. Segundo Carpeux (2001), esse inicial retorno à simplicidade traz em si algo aparentemente paradoxal.
“Pensando nas artes plásticas e na literatura do Barroco, podemos esperar de sua música as mais ricas complexidades polifônicas e a expressão de uma religiosidade mística. Mas então os fatos nos decepcionam totalmente. O gênero predominante do século XVII não tem nada que ver com religiosidade mística: é a ópera. E em vez das complicações polifônicas, espera-nos canto do solista, a homofonia, a ária.”
Entretanto, o embate que a princípio nos parece natural entre arte renascentista e a arte barroca não era visto da mesma forma entre os músicos do século XVII, visto que tanto os renascentistas quanto os barrocos tinham como objetivo resgatar a arte da antiguidade. Assim, para eles o estilo barroco não foi sentido, a princípio, como uma reviravolta revolucionária, mas antes como um progresso em relação aos objetivos não plenamente alcançados na Renascença. Dessa forma, o uso do canto homofônico surge como um recurso para dar mais expressão aos sentimentos, resgatando a dramaticidade da tragédia grega.
Porém, a nova monodia, com sua guinada em direção a uma melodia construída à base de acordes simples, foi considerada extremamente revolucionária e rotulada como stilemoderno. Contudo, boa parcela das obras dessa época – sobretudo as composições sacras – ainda eram escritas ao estilo contrapontístico, agora designado como stilo antico. Alguns compositores, inclusive Monteverdi, usaram ambos.
Durante o século XVII, surgiram também novas formas musicais como a ópera, o oratório, a fuga, a suíte, a sonata e o concerto.
As principais formas empregadas são binária, ternária (ária da capo), rondó, variações (incluindo o baixo ostinato, a chacona e a passacaglia), ritornelo e fuga. Quanto aos tipos de músicas os mais freqüentes são coral, recitativo e ária, ópera, oratório e cantata, abertura italiana, abertura francesa, tocata, prelúdio coral, suíte de danças, sonata de câmara, sonata de chiesa, concerto grosso e concerto solo.
Freqüentemente, a música é exuberante com ritmos enérgicos. Quanto às melodias estas são tecidas em linhas extensas e fluentes, com muitos ornamentos (trinados, apojaturas, arpejos, mordentes,etc). Durante a época barroca, a improvisação era muito comum, muitos dos ornamentos nem sequer constavam nas partituras e sim eram criados de forma improvisada durante a execução. A arte da ornamentação era então, uma prática musical amplamente difundida e, por isso, a maioria dos compositores esperava que o intérprete ornamentasse suas obras. Frequentemente, até mesmo anotavam apenas uma estrutura harmônica, que só com a arte da ornamentação poderia se transformar em um todo sonoro acabado.
Também são característicos os contrastes de timbres instrumentais (principalmente nos concertos), de poucos instrumentos contra muitos, e de sonoridades fortes com suaves (a dinâmica de patamares, por vezes efeitos de eco). Assim, uma das características fortes do período é o contraste.
Nesse período a instrumentação atinge sua primeira maturidade e grande florescimento. Pela primeira vez surgem gêneros musicais puramente instrumentais, como a suíte e o concerto. Nesta época, surge também o virtuosismo, que explora ao máximo o instrumento musical.
Johann Sebastian Bach e Dietrich Buxtehude foram os maiores virtuoses do órgão. Jean Philipe Rameau, Domenico Scarlatti e François Couperin eram virtuoses do cravo. Antonio Vivaldi e Arcangelo Corelli eram virtuoses no violino.
Isso ocorre graças a uma evolução no que diz respeito à fabricação dos instrumentos. É o caso, por exemplo, do violino, principalmente a partir do final do século XVII quando surge a mitológica Escola de Cremona.
Nesta cidade italiana desenvolveu-se, no período, uma verdadeira indústria artesanal de instrumentos de arcos, com ênfase especial no violino. A primeira oficina dos célebres Amati trouxe importantes mudanças ao instrumento, tornando-o não só mais belo, mas, principalmente, alcançando um timbre mais forte e poderoso. Assim, o cavalete do instrumento tornou-se mais alto, e o ponto ou espelho foi alongado; passou-se a usar cordas mais longas e esticadas. Além de Amati, pertenceu a escola de Cremona o célebre Antonio Stradivarius (1644-1737), cujo sobrenome é quase um sinônimo de violino.
Stradivarius (Stradivari) fez um violino mais comprido, reforçou o corpo e alargou os “ff” (abertura de som), enriquecendo assim ainda mais o timbre. Além dele é importante também destacar o nome do artesão Giuseppe Antonio Guarniere (1687-1745).
A família do violino veio a substituir gradualmente a das violas, e a orquestra foi gradualmente tomando forma, com as cordas constituindo uma seção de peso em sua organização, embora as outras seções não estivessem ainda padronizadas.
O barroco foi a época de máximo desenvolvimento de instrumentos como o cravo e o órgão, mas também surgiram várias peças para grupos pequenos de instrumentos, que iam de três até nove instrumentistas, a chamada música de câmara.
Um traço constante nas orquestras barrocas era o emprego do órgão ou cravo contínuo, preenchendo a harmonia, enriquecendo a tessitura e, de fato mantendo a unidade da orquestra.
Formas Musicais
A ópera
Em Florença, na Itália, durante o final do século XVI, um grupo de escritores e músicos deram a si próprios o nome de Cammerata. Chegaram à conclusão que o elaborado tecido contrapontístico da música de canto obscurecia o sentido das palavras, deixando assim de exprimir adequadamente o plano afetivo das emoções que caberia justamente a palavra.
Assim, começaram a estabelecer um estilo mais simples, que chamaram monodia, por ter uma única linha vocal, sustentada por uma linha de baixo instrumental sobre a qual eram construídos os acordes. A princípio, a música escrita no estilo monódico foi chamada de La Nuove Musiche (A nova música).
Em 1597, essas novas ideias foram aplicadas a todo um drama musical. A obra “Dafne” que pode ser considerada de fato a primeira ópera. A música escrita por Jacopo Peri infelizmente se perdeu, e restaram dela apenas alguns fragmentos. Outras óperas foram aparecendo, e a ideia se tornou cada vez mais popular. As primeiras incluíam pequenos coros, danças e peças instrumentais, com uma tessitura simples, a cargo de uma pequena “orquestra”. Entretanto, os longos trechos de recitativos soavam monótonos.
O “Orfeo” de Monteverdi, composto em 1607, é de fato, a primeira grande ópera, com uma música que realmente acentua o impacto dramático da história. Usando intervalos cromáticos e espaçados na parte do canto, enquanto o acompanhamento fornece inesperadas harmonias, incluindo dissonâncias.
Mais tarde, no século XVII, os compositores continuaram a usar o recitativo, embora passem a utilizar com mais frequência as árias. A orquestra também tinha suas peças para tocar durante a ópera. Também havia a presença de coros. Enquanto os recitativos tiravam o seu ritmo do discurso, as árias e coros frequentemente usavam os da dança.
Na Inglaterra, o gênero demorou a ser adotado. A única ópera inglesa do século XVII é “Dido e Enéias” de Henry Purcell.
Abertura Italiana
Abertura dividida em três partes: rápida-lenta-rápida
Abertura Francesa
Estilo usado por Lully e Rameau, compunha-se de um início lento e majestoso de ritmo incisivo e pontuado, levando a uma seção mais rápida, com o emprego da imitação. A isso, seguia-se uma ou mais danças (o ballet), ou talvez a repetição lenta da seção inicial.
A ária da capo
Presente na obra de Scarlatti compunha-se de uma forma ternária (ABA), mas na qual não se escreviam as duas primeiras seções. Ao final de cada seção “B”, o compositor escrevia da capo (ou simplesmente “D.C”), significando “a partir do começo”. Na repetição da primeira parte, esperava-se que o cantor ou cantora desse sua contribuição pessoal, introduzindo ornamentos.
Oratório
Nascido mais ou menos à mesma época que a ópera, o oratório é outra importante forma de música vocal. O nome vem do Oratório de São Filipe de Néri, em Roma, onde foram apresentadas as primeiras composições desse tipo.
No início, os oratórios eram muito similares às óperas, compondo-se de recitativos, árias e coros. A diferença principal é que os oratórios baseavam-se em histórias sacras tiradas da Bíblia. Com o decorrer do tempo, os oratórios deixaram de ser representados teatralmente como as óperas e passaram a ser apenas apresentações musicais, preferencialmente realizadas em igrejas e salas de concerto.
Cantata
São obras para solistas e coro, acompanhados por orquestra e contínuo, lembrando um oratório em miniatura. Frequentemente as cantatas de Bach começam com um coro pesado, prosseguem com recitativos, árias e duetos para solistas, e terminam com um coral sóbrio em estilo luterano.
Fuga
Durante o período barroco, a música instrumental passa a ter, pela primeira vez, a mesma importância que a música vocal. Os compositores ainda usavam formas populares na Renascença como a canzona, o ricercar, a tocata, afantasia e as variações. A estas vieram somar outras formas e concepções novas como a fuga, o prelúdio coral, a suíte, a sonata e o concerto.
A fuga é uma peça contrapontística que se fundamenta essencialmente na técnica da imitação. Geralmente é escrita em três ou quatro partes, chamadas vozes (não importando se a peça é instrumental ou vocal). Estas são referidas como soprano, alto, tenor e baixo.
A estrutura da fuga é um tanto complexa, mas basicamente traz a seguinte ideia: toda a peça se desenvolve a partir de uma melodia razoavelmente curta, mas de acentuado caráter musical. A essa melodia se dá o nome de tema (no sentido de tema de discussão). Este aparece pela primeira vez em uma só voz. Depois é imitado pelas outras vozes, cada qual de uma vez e em sua altura adequada.
Durante toda a fuga, o tema aparece em novas tonalidades. Essas entradas são separadas por seções denominadas episódios. O compositor tanto pode fundamentar o episódio em uma ideia tirada do próprio tema, como valer-se de novos motivos musicais.
A palavra fuga dá ideia de vozes escapando ou se perseguindo, a cada vez que entram com o tema. Às vezes,um compositor pode escrever uma peça ao estilo de fuga sem contudo compor uma fuga completa.
Bach escreveu magníficas fugas para órgão, para cravo e clavicórdio.
Suíte
Os compositores da Renascença algumas vezes ligavam uma dança a outra (por exemplo, a pavana e a galharda). Os compositores barrocos ampliaram essa concepção, chegando a forma da suíte: um grupo de peças para um ou mais instrumentos. Houve muitas suítes escritas para cravo, e o esquema mais comum acabou abrangendo uma série de quatro danças de diferentes países: uma allemande, no compasso 4/4, em ritmo moderado; uma courante francesa, no compasso 6/4 ou 3/2, moderadamente rápida; ou uma courante italiana, em 3/4 ou 3/8, bem mais rápida; uma sarabanda espanhola, em vagaroso compasso ternário, quase sempre com os segundos tempos acentuados; uma alegre giga, geralmente em tempos compostos (6/8). Entretanto, antes ou depois da giga poderia introduzir-se uma ou mais danças, como o minueto, a bourrée, a gavota ou o passe-pied. E algumas vezes a suíte poderia começar com um prelúdio (ou peça de abertura).
Todas as peças da suíte possuem a mesma tonalidade e estão na forma binária: duas seções, “A” e “B”, normalmente repetindo-se. Entretanto, alguns compositores franceses, como Couperin, gostavam de incluir em suas suítes peças na forma rondó, em que um tema principal se alterna com episódios contrastantes (ABACA…).
A suíte às vezes é conhecida por outros nomes. Purcell chamava as suas de “lições”, Couperin de “ordem”, e Bach algumas vezes usou o termo “partita”.
Sonatas
A palavra sonata vem do latim sonare, que significa “soar”; por conseguinte, é uma peça para ser tocada (em oposição à cantata, música para ser cantada). Boa parcela das sonatas barrocas foi composta para dois violinos e contínuo (um violoncelo e um cravo por exemplo).
Os compositores às chamavam trio-sonatas; referindo-se às três linhas de música realmente impressas (os dois violinos e o baixo cifrado), embora de fato fossem necessários quatro executantes.
Às vezes um dos violinos, ou ambos, eram substituídos por flautas ou óboes, e há sonatas que foram escritas para um só instrumento melódico, ao lado de um contínuo.
A sonata barroca poderia ser de duas espécies: a sonata de câmara, destinada a pequenas salas, e a de chiesa (de igreja), na qual os instrumentos contínuos provavelmente eram o órgão e, talvez, o fagote.
Os dois tipos normalmente constituíam em quatro movimentos, quase sempre na mesma tonalidade, mas com andamentos contrastantes (lento-rápido-lento-rápido). Em geral, os movimentos tinham a forma binária. A sonata de câmara era praticamente uma suíte e, como tal, incluía danças. Já a de igreja tinha caráter mais sério, com os movimentos mais rápidos muitas vezes escritos em estilo de fuga.
Concerto Grosso
Uma das formas mais interessantes da música barroca é o concerto, palavra que tanto pode ter vindo do italiano no sentido de “consonância”, quanto do significado original latino que significa “disputa”. A ideia do concerto remonta a Renascença, sua semente está nas peças policorais escritas por compositores como Gabrielli. As ideias de oposição e contraste acentuado levaram à concepção do concertogrosso barroco. Neste, os compositores opunham dois grupos instrumentais: um pequeno grupo de solistas chamado concertino (em geral constituídos por dois violinos e um violoncelo), contra uma orquestra de cordas conhecida por ripieno (pleno) ou tutti (todos os instrumentos juntos).
O cravo ou órgão contínuo era, também, usado para enriquecer a tessitura do ripieno, além de fornecer as harmonias de apoio para os instrumentos do concertino quando estes executavam as suas partes.
Concerto solo
Do concerto grosso nasceu o concerto solo, no qual um único instrumento é lançado contra a massa de uma orquestra de cordas.
Essa ideia de oposição, com o decorrer dos anos, fortaleceu-se ainda mais, e o compositor frequentemente fornecia ao solista algumas passagens difíceis e expressivas. Quase sempre os concertos solo eram compostos de três movimentos (rápido-lento-rápido). Os dois movimentos rápidos apresentam-se na forma ritornello. Essa palavra quer dizer retorno e, no caso refere-se ao tema principal, que era tocado pela orquestra no princípio do movimento, voltando depois mais ou menos completo, após as partes de solo, tocadas com pequeno apoio orquestral.
ESCULTURA
Escultura Barroca no Brasil
Com a chegada do barroco ao Brasil, originou-se uma produção estatuária sacra, que foi difundida por uma parte do litoral e interior do Brasil. As esculturas eram símbolos de devoção, por isso, eram encontradas tanto nas igrejas quanto nas casas. As primeiras esculturas barrocas que chegaram ao Brasil eram de origem portuguesa, e ao longo do período barroco, as importações continuaram. Entretanto no século XVII foram criadas, pelos religiosos Franciscanos e Beneditinos, escolas que ensinavam a arte de esculpir, e o suporte usado por eles era o barro. Já os Jesuítas, que também criaram escolas, juntamente com os índios usavam a madeira como suporte. Nas esculturas produzidas pelos índios santeiros, predominavam traços indígenas.
Esculturas dos Sete Povos das Missões
As esculturas se tornaram um bem de amplo consumo com modelos de grande e pequeno porte (no caso de viagens). As escolas mais importantes estavam localizadas em Salvador e Pernambuco, as mesmas produziam peças de alta qualidade. Por falta de assinaturas, algumas esculturas permanecem anônimas , pois somente a análise de estilo não são suficientes para determinar o autor da obra.
Por Volta de meados do século XVII os artistas se preocuparam com a estética das obras, nesse período nota-se um crescente refinamento e acabamento das peças. Além disso, existia uma aparente preocupação em se reproduzir movimentos de conteúdo dramático. O uso de linhas e curvas foram essenciais para o impacto visual, capaz de chamar atenção dos admiradores.
Porém essas mudanças não foram capazes de chamar atenção das classes superiores, que preferiam obras importadas, pois tinha um melhor acabamento e artistas eruditos.
O escultor, arquiteto e decorador Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho e o Pintor Manuel da Costa Ataíde são os principais representantes da Arte Barroca no Brasil. Ambos criaram estilo próprio que eliminou qualquer tipo de proximidade com obras do barroco europeu. As obras eram feitas em pedra-sabão e madeiras, materiais mais usados pelos artistas.
Podemos citar algumas obras de Aleijadinho e Mestre Ataíde:
Os dozes profetas
Minas Gerais foi o lugar de grande produção barroca, pois era um estado rico e cheio de minas , por esse motivo o século em que o barroco brasileiro estava no auge foi chamado de século do ouro (XVIII).
As esculturas eram pintadas com cores fortes e comumente douradas, além de serem ornamentadas com coroas de ouro e prata, olhos de vidro, dentes de marfim, vestimentas de tecidos e cabelos reais. Tudo isso para enfatizar o aspecto Ilusório. Antes da pintura havia um procedimento para preencher os poros da madeira ou barro, deixando a superfície da peça lisa, para que isso calhasse ,era aplicado à peça uma massa de argila e cola (bolo armênio). Existia também outros tratamentos estéticos como: o douramento , que consistia na aplicação de finíssimas folhas de ouro à peça, podendo também serem polidas dando um tom fosco; e o prateamento que era o processo raríssimo e muito caro.
Igreja São Francisco de Assis – Salvador
Atualmente, o barroco possui grande valor histórico e estético e tem a maioria de suas obras concentradas em regiões do interior mineiro e no Nordeste.
ROCOCÓ
Próxima da estética barroca pela expressão plástica, mas igualmente oposta e ela pelas novas formas, objetivos e materiais, a escultura deste período apresenta características inovadoras.
Continuando a apreciar e a acentuar as linhas curvas e contracurvas, os escultores do Rococó tornaram-nas, todavia, mais delicadas e fluídas  organizadas em estilizadosesses(S), em expressivos cês (C) ou ainda em contra curvados duplos.
Na figura humana, utilizaram o cânone anatómico maneirista, de corpos alongados e silhuetas caprichosas, e procuraram conferir-lhe leveza e graciosidade nos gestos, nas atitudes e nas posições, em tudo galantes, cortesãs ou lânguidas, nos grupos escultóricos, as composições possuíam movimento e ritmo (algumas personagens parecem quase dançar) e um elevado sentido cénico, fazendo enquadramento perfeito da escultura com o cenário a ela destinado.
No período Rococó, a escultura cultivou principalmente dois géneros: a escultura decorativa, parte integrante da arquitetura, pois cobria quase todas as estruturas e superfícies construídas com rebuscados e movimentados relevos de inspiração naturalista; e a inovadora estatuária de pequeno porte, destinada, sobretudo a interiores, com funções decorativas e/ou de entretenimento.
PINTURA
PINTURA BARROCA NO BRASIL
O Barroco, como já sabemos , é movimento de predominância Religiosa, cuja se desenvolveu em um momento pós-reforma num momento de perda de poder da igreja católica de um modo geral em função da sua postura.
Com nova postura de acolhimento do fiel mostrando que estava perto de Deus. O sentimentalismo também era uma forma ”Arma” que daria vasão a esses sentimentos.
O seu objetivo único era fazer ver, sentir e vivenciar, tendo a pintura poder fundamental com pinturas no teto mostrando tamanha profundidade ao olhar sentindo-se no céu e próximo de Deus.
De características cromáticas em vermelho, azul, dourado e branco, além de influência chiaroscuro (Claro- escuro).
O primeiro plano era super dimensionado, com figuras bem próxima do público e havia redução dos elementos do plano de fundo.
Eram comuns as encomendas aos artesões para fazer agradecimento. Essa pratica teve papel importante para desenvolver a pintura. Havia também pinturas em azulejos, vindas de Portugal com senas narradas da bíblia.
Baltazar de Campos (1961) produziu pinturas barrocas, com o tema ”Vida de Cristo” para a sacristia de São Francisco Xavier. Outro mestre foi o Ataíde, que pintou varias igrejas de Minas, de estilo próprio, usando também cores quentes (Vivas), deixando sua marca como uma cor preferida, o azul.
Infelizmente, parte deste acervo se perdeu, restando os afrescos das capelas e algumas pinturas.
Pela necessidade de se proteger, muitas igrejas e obras são patrimônio da humanidade, contribuindo para o turismo, ficando ai a consciência em preservar.
GRANDES MESTRES DA PINTURA
Mestre Ataíde – Teto da Igreja São Francisco de Assis
Ouro Preto Euzébio de Matos e Guerra
Jesuíno do Monte Carmelo
José Joaquim da Rocha
José Teófilo de Jesus
Manoel de Jesus Pinto
Já na pintura Rococó, são nítidas as diferenças. O Barroso desenvolvia tema religioso, o Rococó desenvolvia temas mundanos, ambientados em parques e jardins ou ambientes interiores. Dentre os pintores Watteau e Chardin.
As características desse estilo é a utilização da técnica pastel (Pintura feita com bastão, pastel, de massa constituído de água gomada, Talco e pó colorido suave e durável).
ARQUITETURA
Arquitetura Barroca Brasileira
Nesse período a fachada era elementar implantava um frontão triangular (a cimalha “base” e as empenas “dois lados que fecham o triângulo”), sobre uma base retangular. Com a chegada do frei e arquiteto Francisco Dias, em Salvador, houve uma grande mudança nos traços de bom gosto, porque ele tinha a missão de dar um refinamento estético nas igrejas da colônia.
A Talha começou a desenvolver um relevo mais alto, com um caráter estatuário e arquitetônico, apresentando Cariátides (As cariátides eram um suporte arquitetônico, em forma de colunas, em geral esculpidas como corpos femininos que suportavam na cabeça todo o peso do entablamento e da cobertura de um templo).
As igrejas coloniais eram decoradas internamente com técnicas portuguesas, tais como a pintura, azulejaria e talha dourada. A talha dourada em retábulo sustentadas por colunas enriqueciam a decoração. Há uma clara integração das artes como um todo, ou seja, a arquitetura complementa e é complementada pela escultura, pintura e ornamentos.
A arquitetura barroca é muito característica não só por fora, mas também por dentro. Você entra nas igrejas e vê a assimetria das paredes, os detalhes supervalorizados, a imponência e emoção desse movimento. Os palácios também eram comumente construídos ou reformados com essas características.
Na arquitetura barroca, os conceitos de volume e simetria vigentes no renascimento são substituídos pelo dinamismo como:
Utilização de vazios e cheios.
As plantas são centralizadas ou axiais.
Formas convexas e côncavas.
Tira partido da luz e os efeitos de sombra.
 Fonte: http://brarrocando.blogspot.com.br
Igreja de São Francisco de Assis na Cidade de Ouro Preto - Minas Gerais–MG. Pintada por Mestre Ataíde e com Talha de Aleijadinho, apresenta rara beleza: sua fachada não é reta dado que possui duas torres cilíndricas recuadas. Sua portada, esculpida em alto-relevo.
Arquitetura Rococó Brasileira
O período final do barroco (século XVIII) é chamado de rococó e possui algumas peculiaridades como exagero nos detalhes, embora as principais características do barroco estejam presentes nesta fase. No rococó existe a presença de curvas e muitos detalhes decorativos, (conchas, flores, folhas, ramos).
O rococó surgiu na França ainda no período barroco. O nome vem do francês “rocaille” (concha), um dos desenhos mais presentes nesse estilo. Suas características marcantes são:
Ornamentação com linhas curvas e utilização de formatos orgânicos, como conchas, flores e folhagens.
Estilo que se vale das cores claras em tons pastéis (tonalidades fracas /suaves) e efeitos bucólicos (refere-se à natureza e às belas paisagens do campo).
A decoração muitas vezes é bastante rebuscada, carregando os ambientes de formas e efeitos.
Fonte: http://www.portaleducacao.com.br
Igreja de São Francisco de Paula em Salvador - BA. Tinha uma talha dourada, seu interior é toda esculpida em ouro muito luxuosa.
CONCLUSÃO
Sabemos que o Barroco surgiu na Itália em meados do século XVI e que chegou ao Brasil por volta do século XVII com a colonização dos portugueses, e que após o Barroco surgiu no século XVIII na Europa especificamente na França o Rococó, este movimento artístico chegou ao Brasil no mesmo século XVIII. Sendo aqui o Barroco nomeado como “Barroco tardio”, porém com características vivas e marcantes da sua origem Europeia. E diante da análise das características do Barroco e do Rococó no Brasil evidenciamos que estes por sua vez, empregaram extrema influência no pensamento e cotidiano dos brasileiros nativos que aqui se encontravam, desde o gosto musical, o gosto por pinturas e decorações, ao modo de construir imponentemente seus locais de culto, e até mesmo o à quem dirigir estes cultos. Evidenciamos também, que estas influências perpetuam-se no Brasil contemporâneo, não muito raro se vê cidades que vivem em torno do Catolicismo; Pintores, Escultores e Arquitetos que até hoje apresentam como característica marcante de suas obras o “Sacro”, a espiritualidade e o teocentrismo. 
	Concluímos assim que o Barroco tardio do Brasil, e o Rococó que veio após este, não vieram ao Brasil com missão definida, pelo contrário, as definidas missões os fizeram vir, e vieram, um com cara de caminho até Deus e outro com toque de delicadeza, graciosidade, e ao mesmo tempo o dourado e a ostentação da riqueza, fusão entre Deus e o homem. Vieram com um único objetivo, o de fazer ver, sentir e vivenciar o que era Deus, servindo assim, como arma de catequização.

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