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Responsabilidade social no Terceiro setor e organizações do terceiro setor

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Administração UNIP – Aulas 9 e 10 
Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 
 
*A terminologia mais empregada pela ONU é organizações sem fins lucrativos e no Brasil 
organizações não governamentais. 
TERCEIRO SETOR 
Terceiro Setor é o espaço institucional que abriga um conjunto de ações de 
caráter privado, associativo e voluntarista, geralmente estruturadas informalmente, 
voltadas para a geração de bens e serviços públicos de consumo coletivo; se ocorrer 
excedentes econômicos neste processo, estes devem ser reinvestidos nos meios para a 
consecução dos fins estipulados.” (ALVES, 2001) 
 
 
 
 
 
 
As organizações do terceiro setor buscam atender necessidades de interesse público 
(mais amplo conjunto da sociedade) e não apenas coletivas (que atendem grupos 
específicos). 
Mas o Terceiro Setor não trabalha unicamente com recursos pecuniários. Faz parte 
integrante da sua concepção a prática de valores, que motivam os indivíduos a 
buscarem melhoria na própria vida e na do próximo, o esmero das qualidades ou 
virtudes sociais, o aprimoramento das aptidões e habilidades profissionais, o 
amadurecimento da cidadania. 
Principais atores: Associações ou Fundações sob a denominação também de institutos, 
ONG`s, entidades beneficentes, entidades sem fins lucrativos, fundos comunitários, etc. 
A experiência tem mostrado que em países onde a transferência de recursos antes 
empregados na execução direta de políticas públicas pelo estado tem sido transferidos 
para organizações sociais, como nos EUA, por exemplo, tem se alcançado resultados de 
maior eficiência e qualidade no atendimento aos problemas sociais, daí a importância do 
crescimento do terceiro setor e a necessidade de fortalecer alianças entre o terceiro setor 
e o estado. Do exposto, há algo em comum entre o Terceiro Setor e o Estado: ambos 
devem cumprir uma função eminentemente pública. 
 
a) História do terceiro setor 
A expressão “terceiro setor” tem origem nos EUA, onde na década de 70 Amitai Etzioni 
e Levitt já começavam a escrever sobre o tema. Pesquisas da universidade Johns 
Hopkins fizeram com que o termo Terceiro Setor ganhasse projeção internacional, 
sendo utilizado em publicações européias a partir da década de 80*. 
Do convênio entre o departamento de estatística da ONU e a Universidade Johns 
Hopkins, surge em 2002 o primeiro manual sobre as Instituições sem Fins Lucrativos no 
Sistema de Contas Nacionais. 
 
- setor primário 
- setor secundário 
- setor terciário 
- primeiro setor 
- segundo setor 
- terceiro setor 
X 
Administração UNIP – Aulas 9 e 10 
Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 
 
*A terminologia mais empregada pela ONU é organizações sem fins lucrativos e no Brasil 
organizações não governamentais. 
Mas essas organizações já existiam desde muito tempo atrás. Nos Estados Unidos, pais 
onde mais se desenvolveu o terceiro setor, podemos justificar o fenômeno pela cultura 
política e social voltada ao associativismo. Na historia dos Estados Unidos a resolução 
dos problemas sociais como pobreza, saúde, habitação progrediram claramente do nível 
individual e familiar para o comunitário, tendo o país passado pelo período do Welfare 
State, que não conseguiu responder com eficiência e equidade às necessidades e anseios 
de uma sociedade em constante mutação e culminando na resolução dos problemas 
sociais pela própria comunidade. 
Já no Brasil as organizações sem fins lucrativos datam do final do século XIX. Pode-se 
até mesmo citar o exemplo das Santas Casas que remontam mais atrás, na segunda 
metade do século XVI, e trás consigo uma tradição da presença das igrejas cristãs que 
direta ou indiretamente atuavam prestando assistência à comunidade. Já no século XX, 
surgem outras religiões, que juntamente com a Igreja Católica, passam a atuar no campo 
da caridade com fins filantrópicos associadas ao Estado. 
Fica marcada a influência da religião neste campo, que em nome da fé reunia os fieis 
em prol de ações voluntárias. Além da introdução de novas instituições atuando em 
setores que até então tinham a atuação de atores tradicionais, um outro fator que 
colaborou para essa mudança foi a modernização natural da própria sociedade, fruto da 
industrialização e urbanização da época, fazendo com que aumentasse a complexidade 
dos problemas sociais. Dentro desse contexto, começam a aparecer na década de 30 
várias entidades da sociedade civil, na maioria também atreladas ao Estado. 
Uma sociedade tradicionalmente hierarquizada e desigual se acentua nas décadas de 70 
e 80. Começam a surgir movimentos sociais, opondo-se especialmente às práticas 
autoritárias do regime militar desse período, assim como reivindicando direitos sociais. 
Em virtude da atuação ineficiente do Estado, em especial na área social, o Terceiro 
Setor vem crescendo e se expandindo em várias áreas, objetivando atender a demanda 
por serviços sociais, requisitados por uma quantidade expressiva da população menos 
favorecida, em vários sentidos, de que o Estado e os agentes econômicos não têm 
interesses ou não são capazes de provê-la. Seu crescimento vem em virtude, também, de 
práticas cada vez mais efetivas de políticas neoliberai do capitalismo global, produzindo 
instabilidade econômica, política e social, principalmente nos países do terceiro mundo. 
Em função do crescimento do Terceiro Setor na década de 90, houve a premente 
necessidade de leis adequadas, tamanha a sua importância e expansão na nossa 
sociedade. 
No campo acadêmico a primeira iniciativa no Brasil de estudo do Terceiro Setor foi a 
criação do CETS/FGV Centro de Estudos do Terceiro Setor da FGV em 1994. 
Atualmente também contamos com o CEATS da Faculdade de Administração da USP. 
b) Classificação 
A Classificação Internacional das Organizações Não Lucrativas – ICNPO organiza as 
atividades do terceiro setor numa estrutura básica de 12 grupos subdivididos em 30 
subgrupos. Apresenta sugestões de detalhamento das atividades dentro de cada 
subgrupo, sem a definição de um padrão comum, por entender que esse nível de 
detalhamento deve ser modelado para acomodar as particularidades do terceiro setor 
dentro de cada país. 
Segundo esse parâmetro, as entidades sem fins lucrativos são classificadas nos seguintes 
Administração UNIP – Aulas 9 e 10 
Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 
 
*A terminologia mais empregada pela ONU é organizações sem fins lucrativos e no Brasil 
organizações não governamentais. 
grupos e sub-grupos segundo os parâmetros estipulados pela ONU: 
 
 
 
c) Atuações e o papel do voluntariado 
O terceiro setor pratica a solidariedade, a caridade e a filantropia, mas busca se afastar 
de um legado de assistencialismo, uma prática social que gera a dependência do 
beneficiário perpetuando a dependência e a desigualdade. 
Sua atuação tem sido mais proeminente em áreas de predomínio da ação estatal, como 
na assistência social, educação, saúde,ciência e tecnologia, meio ambiente, cultura, 
esporte, comunicação, geração de renda e qualidade de vida. 
 
As organizações do terceiro setor dependem eminentemente da participação dos 
voluntários que são movidos por interesses altruísticos, mas também pelo interesse 
próprio (benefícios psicológicos e incentivo das empresas – EUA). Associações 
voluntárias sempre estiveram presentes na sociedade, antes mesmo do Welfare State. O 
papel da religião neste setor é a chave para entender as variações históricas no 
desenvolvimento do terceiro setor e para explicar porque em alguns casos ele é forte e 
em outros ausente. Desde o século XVIII nos Estados Unidos e na Inglaterra, por 
exemplo, o setor voluntário já emergia significativamente. 
 
Pesquisas mostram que em países como os Estados Unidos as pessoas são incentivadas 
pelas empresas a se envolverem em organizações voluntárias, além de serem 
influenciadas pela cultura associativista, e isto explica a diferença entre o perfil do 
voluntário nos Estados Unidos e na Brasil por exemplo. Enquanto nos Estados Unidos 
os voluntários em sua maior parte são homens de média idade com nível superior, no 
Brasil o maior contingente são mulheres de meia idade com educação média e 
engajadas em ações engendradas pela religião. 
Administração UNIP – Aulas 9 e 10 
Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 
 
*A terminologia mais empregada pela ONU é organizações sem fins lucrativos e no Brasil 
organizações não governamentais. 
 ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR 
O terceiro setor é composto de fundações, entidades beneficentes e assistenciais, fundos 
comunitários, entidades sem fins lucrativos, organizações não governamentais, 
instituições religiosas, clubes de serviços, institutos empresariais, associações 
comunitárias, entidades filantrópicas, centros sociais, organizações de voluntariado, 
organizações sociais e OSCIP (organização da sociedade civil de interesse público), 
organizações sindicais, partidos políticos, etc. Suas características seguem abaixo e 
todas elas devem estar presentes para estarmos diante de uma organização do terceiro 
setor: 
- visar bens públicos; 
- serem privadas; 
- sem fins lucrativos; 
- autogovernadas; 
- envolverem indivíduos em esforço voluntário; 
- serem estruturadas – com quadro de pessoal, desempenho de funções e rotinas 
padronizadas. 
As grandes organizações do terceiro setor são capazes de atrair muitos recursos e de 
influenciar os rumos das políticas públicas. Nos Estados Unidos por existirem muitas 
organizações do terceiro setor auferindo lucros, diferente do que acontece no Brasil, o 
governo americano tem intensificado e aprimorado seus mecanismos de fiscalização 
para evitar abusos e desvios. 
A importância das organizações do terceiro setor é reconhecida como um órgão capaz 
de auxiliar o Estado e jamais substituí-lo, pois neste caso, o Estado estaria deixando de 
cumprir suas responsabilidades junto as sociedades. 
OS X OSCIP 
 
a) Estrutura das organizações do Terceiro Setor 
 
 
 
 
 
Missão – atividade-fim, o objetivo e a anseio de transformar algo. 
Missão Administração 
Conselho 
Diretor Executivo 
Administração UNIP – Aulas 9 e 10 
Disciplina: Responsabilidade Social Profa. Vanessa 
 
*A terminologia mais empregada pela ONU é organizações sem fins lucrativos e no Brasil 
organizações não governamentais. 
Conselho – órgão de direção que toma decisões para garantir a continuidade da 
organização, além de evitar a destruição da mesma. Pode ser dividido em Conselho 
Administrativo e Conselho Fiscal. 
Administração – organiza e administra as atividades de forma eficaz para que se possa 
concretizar a missão. 
Diretor Executivo – proporciona o cumprimento da missão da organização através da 
liderança. 
b) A gestão orientada por valores 
O terceiro setor praticando a solidariedade e a filantropia passa a ser movida por valores 
de ordem social que não contribuem com a profissionalização da organização. As 
deficiências na gestão organizacional destas entidades, a pressão para buscarem sua 
auto-sustentação financeira, a escassez de apoio técnico e a grande diversidade de 
membros que compõe suas estruturas são restrições a um maior desenvolvimento do 
terceiro setor, por isso uma grande parte de estudiosos do tema alerta para a necessidade 
de profissionalizar a gestão dessas instituições, com a introdução dos princípios da 
Administração como a VBM, a qual tem como objetivo melhorar o processo de tomada 
de decisões estratégicas e operacionais na organização como um todo, a partir da ênfase 
atribuída aos principais value drivers da empresa. 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia Recomendada: 
ALVES, Mario de Aquino. Perfil da captação de recursos no Brasil. Artigo publicado 
em material didático do curso Princípios e Técnicas de Captação de Recursos, GVpec, 
da EAESP-FGV. São Paulo, julho de 2001. 
COELHO, Simone de C. T. Terceiro Setor: um estudo comparado entre Brasil e Estados 
Unidos. 2.ed. São Paulo: Editora SENAC, 2002. 223 p. 
NETO, Alexandre Assaf; ARAÚJO, Adriana Maria de A; FREGONESI, Mariana S. 
F.do Amaral. Gestão baseada a valor aplicada ao Terceiro Setor. São Paulo: Revista 
contabilidade Financeira da USP. Edição Comemorativa. Setembro de 2006. 105-
118pp.

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