Buscar

Gestao de Contratos Resumo para AV2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Gestao de Contratos
Aula 05
Introdução
Nossa vida é permeada por várias situações que envolvem compra e / ou venda de bens ou serviços, por isso, é importante conhecermos as principais implicações que envolvem o contrato de compra e venda.
Nesta aula você verá as principais características e pressupostos de um contrato de compra e venda, quem tem capacidade e legitimidade para firmar esse tipo de contrato, além de conhecer as principais obrigações do vendedor e do comprador. Você também terá uma sucinta exposição acerca de alguns tipos especiais de contratos que envolvem compra e venda.
Conceituação
O contrato de compra e venda tem importância social bastante significativa uma vez que se refere a um instrumento de circulação de bens e é um dos tipos de contrato mais frequentes em nossa sociedade.  Por meio dele:
A finalidade específica de tal tipo de contrato é a alienação de um bem. As partes que o integram têm a intenção de transferir e adquirir a propriedade. 
A compra e venda pode ter como objeto:
O conteúdo de um contrato de compra e venda é a transmissão da propriedade contra o pagamento do preço estipulado.
Características do contrato de compra e venda
Tal tipo de contrato pode ser:
Bilateral: É bilateral porque nasce do acordo de vontades das partes que o integram e que têm, em consequência, obrigações específicas para o vendedor, a de entregar a coisa com o ânimo de transferir-lhe a propriedade, e para o comprador há a obrigação de pagar o preço pela coisa.
Simplesmente Consensual: É simplesmente consensual porque nele basta o acordo de vontades sobre a coisa e o preço para que se torne perfeito e acabado. Não é necessária a entrega da coisa para sua perfeição. De acordo com Orlando Gomes, desse tipo de contrato deriva apenas a obrigação de entregar a coisa a que se refere tal contrato.
Oneroso: É simplesmente consensual porque nele basta o acordo de vontades sobre a coisa e o preço para que se torne perfeito e acabado. Não é necessária a entrega da coisa para sua perfeição. De acordo com Orlando Gomes, desse tipo de contrato deriva apenas a obrigação de entregar a coisa a que se refere tal contrato.
De execução instantânea ou diferida: É contrato instantâneo, pois pode ter execução instantânea ou imediata, que é única, ocorrendo de uma só vez, com o cumprimento das obrigações se verificando imediatamente após sua perfeição ou pode ter execução diferida, quando as partes estipulam o parcelamento do valor da prestação ou adiem para momento futuro a execução do contrato.
Comutativo: Esse tipo de contrato pode ser comutativo porque, além da equivalência entre o sacrifício e o proveito que ambas as partes contratantes experimentam, há a necessidade de haver a certeza com relação à prestação a que se comprometem as partes. Uma (a do vendedor) corresponde à outra (a do comprador), sem que qualquer das duas possa falhar, não importando se tais prestações equivalham objetivamente.
Aleatório: Pode, ainda, ser aleatório, quando admite-se que uma das prestações pode falhar, havendo, assim, a chance de ganho ou perda para cada uma das partes. São três as situações em que o contrato pode ser aleatório: quando se referir a coisas futuras, cujo risco de virem a não existir seja assumido pelo comprador (emptio spei); ou quando as coisas futuras têm risco de existir em qualquer quantidade, e tem a responsabilidade assumida pelo comprador (emptio rei speratae), ou ainda quando se referem a coisas existentes, mas que estejam expostas a riscos, os quais são assumidos pelo comprador.  
Pode-se ainda dizer que o contrato de compra e venda é solene, quando a venda tem por objeto um bem imóvel de certo valor, venda esta que só pode ser realizada mediante escritura pública. Esse é o único caso em que o contrato de compra e venda requer forma especial para sua perfeição. 
Distinções entre o contrato de venda e o contrato de locação
Apesar de ter estrutura bem especificada, a venda pode ser confundida com a locação em duas hipóteses, a saber:
No primeiro caso, apesar de a aparência ser de locação, temos contrato de venda, pois neste há a intenção de transferir a propriedade da coisa, o que não ocorre com a locação. 
No segundo caso, a distinção é mais difícil, principalmente quando o contrato concede o direito de perceber frutos. No entanto, se é assegurado o direito de extrair produtos, tem-se um caso de contrato de venda ou inominado, embora a utilização da coisa tenha sido concedida mediante locação.
Distinção entre o contrato de venda e o de empreitada
Na empreitada, o empreiteiro fornece os materiais. Se o preço dos materiais é superior ao valor do trabalho, o contrato será de venda. Se inferior, será de empreitada. Por exemplo, se o proprietário de um terreno se obriga a transferir sua propriedade depois de nele haver construído como é o caso da incorporação de edifícios de apartamentos, ter-se-á contrato de venda.
Distinções entre o contrato de venda e o contrato de locação
As doações modais que têm encargos excessivamente onerosos equivalem-se à venda. No entanto, se o encargo for estabelecido em favor de terceiro ter-se-á um contrato de doação. 
Distinção entre a compra e venda e a dação em pagamento
Apesar de a dação em pagamento ser regida pelas mesmas regras da compra e venda, com ela não se confundem, uma vez que ela supõe, necessariamente, uma obrigação preexistente, o que não ocorre na compra e venda.
Distinção entre a permuta ou troca e a compra e venda
Na troca ou permuta a contraprestação é composta por um outro bem, e na compra e venda ela é composta por dinheiro (podendo ser composta também por dinheiro, em maior quantidade, e um outro bem).
Eficácia do contrato de compra e venda
Será que o contrato de compra e venda opera a transferência de domínio ou gera apenas a obrigação de transmiti-lo? O que você acha?
O direito brasileiro atribui ao contrato de compra e venda apenas efeitos obrigacionais.
O artigo 108 do Código Civil diz que a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no país.
O Direito nacional não atribui ao contrato de compra e venda efeitos reais. No caso de bens imóveis, é necessário que haja a escritura e o registro de tal contrato.
Capacidade e legitimação para firmar contratos de compra e venda
A capacidade para o vendedor refere-se à sua capacidade, à sua possibilidade de alienar o bem, enquanto a capacidade do comprador refere-se à sua capacidade, possibilidade de se obrigar. (artigo 104, I do Código Civil)
A legitimação para ser parte de um contrato de compra e venda refere-se à  idoneidade para movimentar a relação processual, por ter interesse a ser protegido.
NÃO TÊM legitimidade para serem vendedores em um contrato de compra e venda, na venda de imóveis, sob pena de anulabilidade deste contrato, o: 
- Ascendente
- Falido
- Condômino de coisa indivisível
- Marido sem outorga uxória
- A mulher sem autorização do marido
NÃO TÊM legitimidade para serem compradores, ainda que em hasta pública, em contrato de compra e venda, sob pena de nulidade do contrato: Os tutores, os curadores, os testamenteiros e os administradores, com referência aos bens confiados à sua guarda e administração; os juízes, os auxiliares da Justiça, sobre bens litigados em juízo; os empregados públicos, com referência a bens que estejam sob sua administração direta ou indireta, e os leiloeiros e seus prepostos, com relação aos bens de cuja venda estejam eles encarregados. (artigo 497 do Código Civil)
NÃO TÊM legitimação para serem compradores ou vendedores: Os cônjuges, com relação aos bens incluídos na comunhão conjugal, assim como também os mandatários, ou, por qualquer título, os representantes, com relação a contrato celebrado consigo mesmo ou em conflito de interesses com o representado, exceto se a lei ou o representado assim o permitirem.
Elementos essenciais do contrato de compra e venda
São três:
O BEM;
O PREÇO;E O CONSENSO ENTRE AS PARTES.
Em princípio, todas as coisas no comércio podem ser objeto de venda – os bens corpóreos e os incorpóreos, as coisas presentes e futuras, as próprias e as alheias.
E quais as obrigações das partes, no contrato de compra e venda?
Vendedor: A obrigação principal do vendedor é a de entregar o bem, transferindo ao comprador a sua propriedade, garantindo-lhe a utilidade do bem e a real e efetiva disponibilidade sobre o mesmo. A entrega do bem (tradição) pode ser efetiva ou simbólica (entrega documental). 
Comprador: A obrigação do comprador é a de pagar o preço, o que, geralmente, ocorre após o recebimento do bem. Tal pagamento também pode se dar antes do recebimento do bem, que, no caso de não ser a ele entregue, dá o direito de restituição do preço pago.
Riscos
Quando o vendedor não pode cumprir sua obrigação devido à força maior, fica-se na dúvida em saber se o comprador é obrigado ou não a pagar o preço. Os riscos a que nos referimos dizem respeito a determinar a parte que deve suportar as consequências de um caso fortuito.  
A regra geral é: os riscos correm por conta do vendedor quanto à coisa e por conta do comprador quanto ao preço. No entanto, tais disposições legais não são imperativas, podendo as partes adotarem outra regra.
DIREITO PRATICO: Estatui que, até o momento da tradição do bem, tais riscos correm por conta do vendedor. Desse modo, se o bem perece em razão de caso fortuito, antes de realizada a tradição, o vendedor perde o direito de exigir o pagamento do preço. Se já o tiver recebido, deve restituí-lo.
No entanto, os riscos correm por conta do comprador se:
Quando os riscos são suportados pelo comprador, fica ele obrigado a pagar o preço mesmo sem receber o bem.
Modalidades especiais de venda
Dependendo do tipo de bem a que estejamos nos referindo, as vendas podem particularizar-se em modalidades sujeitas a regras próprias.
Venda Ad Corpus: A venda ad corpus é a que se faz sem a determinação da área do imóvel, ou estipulação do preço por medida de extensão. O bem é vendido como corpo certo, individualizado por suas características e confrontações. O comprador não tem nenhuma pretensão se as dimensões do imóvel forem inferiores às que ele havia presumido.
Venda Ad Mensuram: Já na venda ad mensuram, a determinação da área do imóvel é elemento determinante da fixação do preço, explícita ou implicitamente.  A área é condição do preço quando este se estipula por medida de extensão. Deve haver exatidão com respeito às dimensões declaradas na escritura.
Caso haja divergência, o comprador pode exigir do vendedor que tal diferença seja completada. Se tal não for possível, pode o comprador resolver o contrato ou pedir abatimento proporcional do preço. (artigo 500 do Código Civil)
Venda de coisa indivisível: No que se refere à venda de coisa indivisível da parte ideal na fração de condômino, deve este oferecê-la aos outros condôminos, antes de fazê-lo a terceiros. Caso contrário, tal venda não terá efeito, se, por exemplo, um dos outros condôminos assim o arguir, por causa de seu direito de preferência.
Venda de bens móveis: Com respeito à venda de bens móveis por meio de vista de amostras, protótipos ou modelos, deve o bem ter rigorosa conformidade com eles. Caso contrário, o comprador pode enjeitar o bem e resolver a venda. (artigo 484 do Código Civil)
Venda que se dá por meio de documentos: Outro tipo de venda bastante interessante é o que se dá por meio de (sobre) documentos. Nesta a tradição do bem é substituída pela entrega de documentos que comprovem a existência da mercadoria.O vendedor cumpre com sua obrigação principal quando entrega ao comprador os documentos (artigo 529 do Código Civil). Estando em ordem os documentos, o comprador não pode negar o pagamento. Esta modalidade de contrato é muito comum nos contratos internacionais de importação e exportação, pois facilita muito o comércio à distância. 
AULA 06
Introdução
O Código Civil regula o contrato de locação de coisas, do artigo 565 ao 578, porém, determina em seu artigo 2.036, que a locação de prédio urbano continua a ser regida por lei especial que estiver em vigor. 
Tínhamos a Lei 8.245, de 18 de outubro de 1991, lei esta que foi substituída pela Lei 12.112, de 9 de dezembro de 2009 e que começou a vigorar em 25 de janeiro de 2010.
O contrato nasce quando alguém cede a outra pessoa o uso e gozo de uma coisa infungível, por tempo determinado ou não, mediante uma retribuição.
Conceituação e características
De acordo com o que nos ensina Orlando Gomes: “Locação é o contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante contraprestação em dinheiro, a conceder à outra, temporariamente, o uso e gozo de coisa não-fungível.”
Locator: A parte que concede o uso e gozo da coisa.
Locatário: A parte que recebe a coisa.
Aluguel: A retribuição pelo uso e gozo da coisa.
O contrato de locação é sinalagmático, simplesmente consensual, oneroso, comutativo, impessoal e de duração.
É sinalagmático porque, para o locatário, há o direito de uso e gozo da coisa e a obrigação de pagar o aluguel, da mesma forma que, para o locador, há o direito de receber o aluguel e a correspondente obrigação de proporcionar e assegurar o uso e gozo da coisa locada.
O contrato de locação é consensual, pois resulta da vontade das partes.
É oneroso porque ao uso e gozo da coisa deve corresponder, necessariamente, certa retribuição. Se a concessão da coisa fosse gratuita, ter-se-ia caso de comodato.
É impessoal, e, assim sendo, a morte de qualquer dos contratantes não o extingue, logo, admite cessão.
É contrato de duração, pois sua execução prolonga-se necessariamente no tempo, pertencendo, para alguns estudiosos, à subespécie dos contratos de trato sucessivo, e para outros, aos contratos de execução continuada. Para Orlando Gomes, trata-se de contrato de execução continuada, pois seu objeto é único, apesar de haver a obrigação de o locatário pagar a locação por meio de prestações periodicamente repetidas.
Objeto do contrato de locação
A coisa a ser locada deve ser infungível, isto é, não pode ser substituída por outra, mesmo que seja da mesma espécie, qualidade ou quantidade. A coisa deve ser fungível, pois o locatário é obrigado a devolver ao locador a coisa que recebeu para uso e gozo.
Pode ser coisa móvel ou imóvel, podendo ser alugada no todo ou em partes, desde que seu uso assim o permita.
Não podem ser objeto de locação as coisas consumíveis, uma vez que estas não podem ser restituídas.
A coisa locada não precisa ser de propriedade do locador, e este tipo de contrato não implica em transferência de domínio;
Coisas que pertençam, em comum, a diversas pessoas também podem ser objeto de locação, desde que os condôminos resolvam alugá-las por deliberação de maioria absoluta;
Alguns direitos também podem ser objeto de locação, tais como o usufruto;
O objeto da prestação do locatário é, geralmente, uma soma em dinheiro, mas nada obsta que este também possa ser composto por outras coisas ou mesmo um serviço prestado pelo locatário.
Quando a locação tem por objeto um bem imóvel, é importante distinguir a locação de prédios urbanos e prédios rústicos.
Tal distinção não é pacífica e existem três critérios diferentes para ela:
Modalidades de contrato de locação
De acordo com o critério da localização, consideram-se urbanos os prédios situados no perímetro da cidade, edificados ou não. 
Já de acordo com o critério do estado, deve considerar-se o terreno onde houver construção, seja qual for sua localização. De acordo com o terceiro critério, levam-se em conta as terras que se destinam à edificação para moradia ou instalação de casas comerciais ou residenciais.
O Estatuto da Terra, Lei 4.504/64, adota o critério da destinação econômica ao conceituar o que seja imóvel rural (prédio rústico), como sendo a área destinada à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, através de planos públicos de valorização ou de iniciativa privada.
A locação predial urbana acha-se, atualmente, regulada pela
Lei 12.112/2009 e a locação de imóveisrurais tem sua disciplina nos artigos 92 a 95 do Estatuto da Terra. 
No Código Civil, artigos 565 a 578, vemos as regras gerais da locação, aplicadas prioritariamente às modalidades de locação não reguladas por meio de legislação específica, a saber, locações de vagas autônomas de garagem e espaços para estacionamento de veículos, espaços destinados à publicidade e de apart-hotéis, hotéis-residência e equiparados, além de locação para bens móveis em geral.
São tais disposições aplicadas, supletivamente, às modalidades de locação regidas por lei especial, bem como por analogia, aos contratos atípicos que possuem elementos próprios do contrato de locação, tais como o leasing e o contrato de utilização de unidade comercial em shopping center.
Obrigações
Obrigações do locador:
Entregar ao locatário a coisa locada em estado de servir ao uso a que se destina - fazer reparos necessários, os reparos de urgência e os extraordinários e pagar pelas benfeitorias necessárias;
Assegurar ao locatário o uso pacífico da coisa locada, dando-lhe garantia contra turbações de terceiros, quer de direito ou de fato;
Na locação predial urbana, cabe-lhe pagar os impostos incidentes no imóvel, taxas e despesas de intermediação ou administração imobiliária - as taxas e impostos podem ser transferidos, contratualmente, para o locatário.
Obrigações do locatário:
Pagar pontualmente o aluguel;
Usar a coisa como bom pai de família, como se sua fosse;
Restituir a coisa, quando findo o contrato, no mesmo estado em que a recebeu;
Pagar as despesas provenientes de limpeza, força, luz, água, saneamento e condomínio.
Sanções
No caso de uma das partes contratantes não cumprir obrigação oriunda do contrato de locação, o credor pode optar por uma das sanções abaixo:
Duração do tempo de contrato
Trata-se de contrato temporário. O uso da coisa pode ser por tempo determinado ou indeterminado.
Na locação por tempo determinado, as partes fixam sua duração, estipulando termo final. Nesse caso, permite-se a renovação, que se for mediante aditamento ao contrato, será expressa.
Caso não haja renovação decorrente do comportamento das partes, que continuam a cumprir suas obrigações como se o prazo não tenha se esgotado, há aí uma recondução tácita, cujo efeito principal é o de converter tal contrato em contrato por tempo indeterminado.
Havendo prazo estipulado, nenhuma das partes pode desvincular-se antes que se esgote. Nesse caso, a resilição sujeita o autor da mesma ao pagamento de perdas e danos.
A locação por tempo indeterminado pode ser extinta a qualquer momento por iniciativa de um dos contratantes.
RISCOS
O locador suporta os riscos no caso de perecimento da coisa por força maior ou caso fortuito.
A destruição da coisa pode ser:
Total: Se for destruição total, o contrato se dissolve.
Parcial: Se tiver ocorrido destruição parcial, a  coisa, ainda que parcialmente destruída, pode interessar ao locatário, e, nesse caso, o locador pode vir a reduzir-lhe, proporcionalmente, o aluguel.
No caso de incêndio do prédio, caso não seja provado que ele tenha sido originado por caso fortuito, vício de construção ou propagação de fogo originado em outro prédio, a responsabilidade recai sobre o locatário. A este cabe o ônus de provar que não teve culpa pelo incêndio. 
Se provada a não-culpa do locatário, o locador suporta tal prejuízo. Quando se trata de incêndio em prédio, caso provem que não têm culpa, a responsabilidade recai na figura dos inquilinos, na proporção da parte que cada um ocupa.
Se provado que a culpa pelo mesmo é de um só morador, cabe a este total responsabilidade pelo mesmo.
Cessação do contrato de locação
A locação cessa pelos modos e causas que extinguem os contratos em geral. No entanto, existem algumas particularidades, dentre as quais destacamos a presença do poder público através do obrigatório e geral poder de apreciação do juiz na resolução do contrato.
DENUNCIA: É quando a resolução do contrato de locação por iniciativa do locador só se consuma em execução da sentença proferida na ação de despejo que tem de propor se o inquilino infringe obrigação legal ou contratual, ou se o interesse do locador tem respaldo na lei, contemplado que se ache na enumeração taxativa dos casos de rescisão e retomada - artigos sétimo, oitavo, nono, 47 e 53 da Lei 8.245/91.
Retomada do imóvel: É quando o direito do inquilino sucumbe diante da necessidade do locador, como no caso deste precisar do imóvel para morar ou para reconstruí-lo.
Rescisão: Já a rescisão ocorre quando o locatário infringe o contrato ou viola preceito legal atinente ao conteúdo ou à causa da relação locativa.
A rescisão tem cabimento quando se configura justa causa e a mais frequente das causas costuma ser o atraso no pagamento do aluguel.
O contrato de locação também pode cessar através de:
Locação para fins comerciais ou industriais
Quando o locatário que exerce atividade mercantil ou industrial e explora, a pelo menos três anos, o mesmo ramo de comércio ou indústria, e se contratou a locação pelo prazo mínimo de cinco anos, tem ele o direito de renovar, pelo mesmo prazo, tal contrato, sem que a renovação possa ser obstada pelo locador. A finalidade de tal garantia é tutelar o fundo de comércio criado pelo locatário.
Cessão e sublocação
O contrato de locação pode ser totalmente cedido, mas necessita para tal, do consentimento escrito do locador. 
Se isso ocorre, o cessionário toma a posição contratual do cedente, que desaparece, saindo da relação contratual isento de toda a responsabilidade. Seus direitos e obrigações transmitem-se ao cessionário.
Cessão e sublocação são coisas distintas.
A sublocação é contrato derivado, e não liberta o locatário, o qual continua responsável pela conservação do imóvel e pagamento do aluguel.
A sublocação é permitida se não for expressamente proibida. A sublocação, total ou parcial, de prédio urbano é proibida, a menos que haja consentimento por escrito do locador.
Na sublocação, o locatário transfere a terceiro a utilidade da locação, mas sem se fazer substituir em sua posição contratual. Ele continua responsável pela conservação da coisa e pagamento do aluguel. A sublocação não estabelece qualquer vínculo entre o locador e o sublocatário, desse jeito, não é possível, em princípio, que um proponha ação direta contra o outro.
O sublocatário responde subsidiariamente ao senhorio, pela importância que deve ao sublocador quando este for demandado, devendo ser notificado na ação, inadmitidos, por fraudulentos, os recibos de pagamento adiantado. 
Em suma, a lei manda aplicar à sublocação o mesmo que dispõe acerca da locação.
Despejo
O despejo se faz através de ação judicial, que é própria da locação, e tem eficácia executiva contemporânea à sentença.O despejo é um procedimento necessário para as seguintes situações.
Para a rescisão do contrato ou retomada do imóvel locado;
No caso de o locatário não restituir ao cessar a locação;
No caso de o locatário infringir cláusula contratual ou prescrição legal.
A sentença resolve o contrato, mas o despejo é necessário para se obter a desocupação do imóvel. A pessoa que alugou o imóvel, seu proprietário ou não, é quem tem legitimação ativa para intentar ação de despejo.
Tem legitimação passiva o locatário ou quem esteja ocupando o prédio em seu lugar, tal como o cessionário ou o sublocatário.O despejo não se realiza se o locatário estiver gravemente enfermo ou se a sentença tiver reconhecido a retenção por benfeitorias, até que o locatário seja indenizado.
A desocupação do prédio deve ser feita, de modo geral, no prazo de trinta dias, assinado em juízo, podendo ser aumentado para até um ano, se tratar de hospital ou escola.
A justificativa para haver retomada do imóvel por parte do locador deve ser sincera e legítima, caso contrário, tal retomante pode ter que pagar ao ex-locatário a multa que for arbitrada pelo juiz, que pode chegar até o limite de vinte e quatro meses de aluguel.
Nova Lei do inquilinato
Prazo do contrato: Foi mantido o prazo de 30 meses, prazo esse que pode ser menor ou maior.
Renovaçãode contrato: Quando encerrado o prazo estipulado, as partes ficam livres para deixar ou pedir o imóvel, conforme disposto no Código Civil. O inquilino só pode permanecer no imóvel se cobrir a oferta.
Retomada do imóvel: Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não pode o locador reaver o imóvel alugado.
Rescisão contratual: É oneroso porque ao uso e gozo da coisa deve corresponder, necessariamente, certa retribuição. Se a concessão da coisa fosse gratuita, ter-se-ia caso de comodato.
Disputa judicial: O juíz fixará valor de aluguel provisório limitado a 80% do montante corrente.
Aula 07
Introdução
Muitas pessoas podem vir a pensar que doação é ato jurídico que tem o poder de transmitir a propriedade de um bem para a pessoa que esteja sendo por ela beneficiada. No entanto, o mero contrato de doação não possui tal efeito. Ele é, simplesmente, um contrato translativo de domínio de um bem que esteja sendo doado. Sua feitura só é possível se vier a acontecer entre pessoas vivas, diferentemente do que ocorre no testamento. Outro ponto importante a lembrar acerca do contrato de doação é o fato de que para que ele seja efetivado é necessário o aceite do beneficiário, vindo tal aceitação só ser dispensada se aquele a quem se queira doar algo seja pessoa absolutamente incapaz.
Conceituação
De acordo com o que nos ensina Orlando Gomes, doação é o tipo de contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir gratuitamente um bem de sua propriedade para patrimônio da outra, que se enriquece na medida em que aquela empobrece.
A doação é contrato unilateral, simplesmente consensual e é gratuito.
Todos os bens e direitos alienáveis podem ser objeto de doação, e todas as pessoas que dessas coisas dispõem têm capacidade para fazer doação.
Natureza jurídica da doação
A Natureza jurídica da doação é, indubitavelmente, para o Direito Moderno, um tipo de contrato, apesar de ter que observar algumas regras aplicadas aos testamentos. Em sua formulação é indispensável que haja o acordo de duas vontades, e só tem efeito se o donatário a aceita, de forma tácita ou expressa.
No entanto, existem alguns atos jurídicos que se constituem de verdadeira doação, apesar de independer de consentimento do donatário. São eles:
• A liberação de um devedor resultante de prescrição que o credor deixa correr voluntariamente.
• Os gastos feitos por conta de outra pessoa, sem a intenção de os reclamar.
• A liberação de um devedor em consequência de pagamento, novação ou fiança, quando a exoneração se verifica com o objetivo de presentear o devedor.
É indispensável o consentimento do beneficiado para que haja doação, só havendo uma hipótese em que ele é dispensável – quando se tratar de donatário absolutamente incapaz, no caso de doação pura, não dispensando, porém, a aceitação pelo representante legal de tal donatário.
Como se trata de contrato benéfico, ele somente deixa de ser efetivado se houver repulsa explícita por parte do pretenso donatário.
O contrato de doação só produz efeitos obrigacionais. Por meio dele não se transmite a propriedade do bem. Isso só ocorre quando há a tradição, se o bem for móvel, e por transcrição, caso o bem seja imóvel.  O contrato de doação é apenas contrato translativo de domínio. 
O doador se obriga a transferir de seu patrimônio bens para o patrimônio do donatário, mas este só adquire a propriedade do bem doado com a sua tradição ou a transcrição.
Elementos característicos
As condições para que o negócio jurídico seja uma doação são:
• Ele tem que se verificar entre pessoas vivas, o que o diferencia do testamento;
• Uma de suas partes enriquece (o donatário), enquanto a outra parte empobrece (o doador) elemento objetivo;
• O doador manifesta a vontade de querer enriquecer o donatário às suas expensas – elemento subjetivo.
É indispensável a intenção do doador de praticar um ato de liberalidade. Se este não for o seu objetivo, não será doação. Não basta a gratuidade do contrato. É preciso que haja a vontade desinteressada de fazer benefício a outrem.
Pressupostos e requisitos
Pressupostos e requisitos do contrato de doação
No que se refere à capacidade das partes, vemos que, como o contrato de doação é translativo de domínio:
O doador precisa ter o poder de disposição para assumir a obrigação de alienar o bem doado. Com relação ao donatário, e como tal tipo de contrato está na categoria de benéfico, ele não precisa ter a capacidade de fato para aceitar a doação, embora se suponha necessário o consentimento de seu representante legal.
Podem aceitar a doação os incapazes e até o nascituro, mas a aceitação deve ser declarada por aquele a quem incumbe curar de seus interesses (pais ou seus representantes legais). 
Não têm legitimação para doar os tutores e curadores a seus pupilos e curatelados  e nem o cônjuge adúltero a seu cúmplice. Neste último caso, tal doação pode ser anulada pelo cônjuge prejudicado ou seus herdeiros necessários. 
Aos tutores e curadores não é permitida a doação dos bens que administram, nem aceitar doações de seus tutelados e curatelados.
Formas e espécies de doação
O objeto da doação pode consistir de coisas que estão presentes no comércio – bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, presentes e futuros, direitos reais e pessoais e vantagens de qualquer espécie.
DOAÇOES NULAS
As doações são consideradas nulas nos seguintes casos:
O bem a ser doado deve pertencer ao doador no momento em que o doa.
A doação de todos os bens, sem reserva da parte ou renda suficiente para a subsistência do doador.
A doação da parte excedente do que poderia dispor o doador em testamento, no momento em que faz a doação.
As doações podem se dar de forma:
Conteúdo da doação
A obrigação fundamental que se origina do contrato de doação é a de que deve haver a efetiva entrega do bem ao donatário com o ânimo de lhe transferir a propriedade. O doador, depois de concluído o contrato, não pode desfazer o seu ato de liberalidade, a seu arbítrio. 
Como se trata de contrato benéfico, o doador não está sujeito à evicção (exceto no caso de doação para casamento com certa e determinada pessoa, quando não haja cláusula isentando-o de tal responsabilidade), assim como também não tem o doador a obrigação de pagar juros moratórios se retarda a entrega do bem doado ao donatário, e nem responde ele pelos vícios redibitórios do bem.
O doador tem a obrigação de entregar o bem ao donatário, e este tem o direito de exigir a entrega do bem.
Invalidade
Natureza jurídica da doação
Revogação/Extinção  da doação
A doação pura é revogável por ingratidão do donatário. O Código Civil, em seus artigos 555 a 561, enumera os casos em que se configura a ingratidão. São eles:
• Atentado à vida do doador intentado pelo donatário;
• Se o donatário comete homicídio doloso contra o doador;
• Se há ofensa física, injúria grave ou calúnia feita pelo donatário ao doador;
• Se o donatário se recusa a prestar alimentos ao doador, quando podia tê-lo feito.
A revogação da doação precisa ser feita através de ação judicial, que deve ser ajuizada dentro de um ano, contado de quando lhe chegue ao conhecimento o fato que a autorize e a autoria do donatário. O direito de propor tal ação é personalíssimo, não se transmite aos herdeiros. No entanto, se o doador vier a falecer após ter iniciado tal ação, os herdeiros podem prosseguir com a ação até o final.
O direito de revogar doação por ingratidão é irrenunciável. Se a doação for revogada, o donatário não é obrigado a restituir os frutos percebidos, mas, proposta a ação revocatória, não terá mais direito de percebê-los desde a contestação da lide, se vencido for. Se condenado, ele será obrigado a restituir tais frutos. Se não lhe for possível restituir em espécie a coisa doada, fica ele sujeito a indenizar pelo meio-termo do valor do bem.
Não são revogadas por ingratidão:
• As doações remuneratórias.
• As doações modais cujo encargo já tenha sido cumprido.
• As que se fizeram em cumprimento de obrigação natural.
• As feitas para determinado casamento.
É inadmissível a modificação do contratode doação que já tenha sido executado com o registro do imóvel doado, fato este necessário à produção do efeito translativo.
Exclui-se também a revogação se o doador tiver perdoado o donatário.
AULA 08
Introdução
Sabemos que, historicamente, a prática da troca, ou escambo, precede o uso comum da compra e venda. Ele é o mais antigo dos contratos por representar na história dos povos a possibilidade de acesso a outros bens e utilidades sem exigência da força física ou luta corporal. 
Antes da economia monetária, na época das sociedades primitivas, o escambo era o instrumento jurídico da circulação de bens. Era a única forma de promover-se a circulação de bens, justificando-se como sendo útil instrumento econômico para fomento das necessidades humanas naquela época. No entanto, com o passar do tempo, sua importância foi sendo reduzida, dando lugar à nova prática da compra e venda de bens.
Na permuta, um dos contratantes promete uma coisa em troca de outra. Nela não há preço, e é irrelevante que as coisas permutadas tenham valores desiguais.
As partes que participam da permuta são denominadas PERMUTANTES.
Por meio do contrato de troca, um dos sujeitos que dele participam se obriga a transferir a outrem a propriedade de uma coisa, recebendo, via de regra, não uma quantia em dinheiro, mas uma outra coisa, cuja propriedade este outro promete, por sua vez, transferir-lhe.
Este contrato está disciplinado no artigo 533 do Código Civil. 
QUALIFICAÇÃO
Qualificação do contrato de troca ou permuta
Quando um dos contratantes promete uma coisa  em troca de outra, não há dúvidas em se afirmar que se trata de um contrato de troca ou permuta.
No entanto, quando a prestação de um dos contratantes consiste parte em dinheiro e parte em outra coisa, surge dúvida quanto à qualificação de tal contrato, podendo ser de troca/ permuta ou de compra e venda.
Há dois critérios que podem ser usados par resolver a situação:
OBJETIVO: De acordo com o critério objetivo, considera-se como compra e venda se a parte em dinheiro for superior à outra parte. Caso contrário, será qualificado como contrato de troca ou permuta. 
SUBJETIVO: Já pelo critério subjetivo, de acordo com o que nos ensina Orlando Gomes, o que conta é a intenção das partes sobre o conteúdo objetivo do contrato, pouco importando a qualificação que lhe dêem os contratantes.
Pare e reflita: qual seria o critério mais aconselhável para se utilizar? O OBJETIVO.
Caracterização
Caracterização do contrato de troca ou permuta
Trata-se de um contrato bilateral, oneroso, comutativo e simplesmente consensual. Esta última característica não tem entendimento unânime por parte dos estudiosos do Direito.
No Direito moderno há as legislações que admitem a transferência da propriedade por efeito direto e imediato dos contratos, as quais consideram a troca como contrato de efeitos reais, e há as que não atribuem ao contrato efeito translativo de domínio, tratando-o como contrato de efeitos obrigacionais. Quanto à forma, a troca é contrato solene.
Se as coisas permutadas forem imóveis de valor superior ao estipulado na lei, o contrato deve ser celebrado por meio de escritura pública. Se os imóveis estiverem em circunscrições diferentes, a transcrição deve se realizar nos registros correspondentes à situação de cada um, logo, há dupla transcrição.
Objeto do contrato de troca ou permuta
Coisas e direitos podem ser objetos de troca. Neste contrato, não é necessário que os bens sejam de igual espécie.
Então, pode-se trocar um imóvel por uma coisa móvel, ou um bem por um direito?
Como você já deve ter imaginado, a resposta é sim. A coisa a ser trocada também não precisa ser corpo certo, mas precisa ser determinável. Elas também não precisam ter valores iguais. A desigualdade somente desfigura a permuta quando o contratante que dá coisa de menor valor e completa sua prestação com dinheiro e o complemento é mais valioso. Aí passa-se a ter um caso de compra e venda.
Objetos de troca devem ser dois bens. Se em vez de uma coisa, um dos contratantes presta um fato, como por exemplo, se contrai a obrigação de executar determinado serviço, aí não teremos um caso de troca ou permuta.
Disposições comuns à troca e à compra e venda
Em virtude da analogia entre a troca e a compra e venda, as legislações prescrevem que à elas se apliquem as mesmas regras.
Os permutantes, assim como o vendedor, têm as mesmas obrigações em relação à garantia de evicção. Cada um deles também responde pelo defeito oculto da coisa, e podem sofrer os efeitos da sentença proferida na ação estimatória.
Em relação aos riscos: Sabemos que, até o  momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, o que também se aplica aos permutantes, visto que cada qual se obriga a entregar determinada coisa.
Em relação às proibições: As proibições de compra e de venda também vigoram para a permuta, embora não se justifiquem, podendo haver troca de valores iguais entre ascendente e descendente.
Disposições próprias da troca
Enquanto na compra e venda as despesas da escritura ficam a cargo do comprador, e na tradição, ficam a cargo do vendedor, na troca, cada um dos contratantes deve pagar por metade dessas despesas. Nada impede, portanto, que, na compra e venda, as despesas sejam divididas, e que, na troca, um dos permutantes se obrigue a satisfazê-la integralmente.
Com relação ao pagamento do imposto de transmissão da propriedade, cada contratante paga metade do tributo devido. Se os valores são desiguais, o contratante que adquire a propriedade do bem de maior valor paga sobre a diferença.
Nos contratos entre ascendente e descendente, pode haver permuta de bens, independentemente do consentimento dos outros descendentes. Nesse caso, exige-se apenas que a troca seja de bens do mesmo valor. Se forem valores desiguais, dependerá do consentimento expresso dos outros descendentes e do cônjuge do permutante. Se isso não ocorre, tal contrato é anulável.
AULA 09
Introdução
Os contratos bancários, com os quais todos temos contato em nosso dia a dia, apresentam características especiais das atividades bancárias, que são:
O próprio Código Comercial, nos artigos 119 e 120, nesta parte revogado pelo atual Código Civil, considerava as atividades bancárias como atos de comércio, o que hoje pode ser perfeitamente enquadrado no conceito de empresário, de acordo com o disposto no artigo 966 do Código Civil.
Pela importância que detêm nos dias atuais e também por todas as características acima mencionadas, iremos estudar, de forma breve, os principais tipos de contrato bancário.
Conceituação
De acordo com Orlando Gomes:
Se tais negócios jurídicos são estipulados sem a participação de um banco, eles entram em seus esquemas típicos, com exceção de alguns que, pela substância econômica, somente se configuram como operação bancária específica. 
Os procedimentos contratuais comuns sofrem algumas modificações de aspecto técnico quando são inseridos na atividade própria dos bancos. Essas modificações determinam alterações em sua disciplina, sendo os procedimentos regulados, de forma específica, por um direito especial, que os agrupa sob a denominação de contratos bancários. 
Se tiverem função creditícia, os negócios realizados pelos bancos, durante o exercício de sua atividade mercantil, são chamados de:
Elas podem ser principais, também chamadas de típicas, ou acessórias. Estas não dependem das outras. Existem sobre si mesmas, e recebem tal denominação porque não constituem a principal atividade dos bancos, sob o ponto de vista da função econômica que exercem.
As operações típicas realizam-se para o cumprimento da função creditícia dos bancos. Elas dividem-se em:
Tipos de contratos bancários – Depósito bancário 
Trata-se de uma operação bancária típica. Representa, ao lado da conta corrente, os maiores lucros para tais instituições. Nele o correntista ou terceiro entrega certos valores monetários ao banco, que deverá restituir o equivalente ao favorecido.
O banco tem pleno gozo do valor que recebeu em depósito. Para tal instituição, o depósitorepresenta uma rentável fonte de numerário, permitindo que os bancos realizem descontos, empréstimos, abertura de crédito e todas as demais operações ativas.
Características do contrato:
Abertura de Crédito
Através deste tipo de contrato, o banco se obriga a colocar à disposição do cliente determinada soma para ser utilizada, mediante saque único ou repetido. Esse tipo de contrato é também conhecido como contrato de outorga de crédito ou contrato de financiamento.
As partes contratantes são:
Desconto
Este é o contrato pelo qual os bancos pagam a seu correntista um valor em título a vencer, deduzindo deste os juros e as despesas de tal operação.
Como suas principais características podemos citar:
Caso haja inadimplemento, comprovado através de protesto do título, o banco pode entrar com uma ação de execução contra o devedor do título (terceiro).
Contrato de conta corrente
Este contrato é também chamado de conta corrente imprópria, conta de gestão ou conta corrente de correspondência.
Trata-se de um contrato por meio do qual o correntista vincula o banco ao recebimento de valores remetidos pelo próprio correntista ou por terceiros, bem como ao cumprimento das ordens de pagamento do correntista até o limite de dinheiro depositado na conta ou até o limite do crédito convencionado.
É operação bancária típica que, ora será passiva – quando o saldo do cliente for positivo, ora será ativa – quando tal saldo for negativo.
No contrato de conta corrente, o banco assume a posição de devedor, pois é obrigado a realizar por conta do cliente, como pagamentos. Através desse contrato o banco presta serviços de caixa, e também administra ingressos (depósitos) e egressos (saques, pagamentos) da conta de seu correntista.
Contrato de conta corrente
Este contrato é também chamado de conta corrente imprópria, conta de gestão ou conta corrente de correspondência.Tais contratos podem variar segundo a provisão e a titularidade. Quanto à provisão, podem ser:
Extinção de contrato e Fechamento de conta corrente
Ambos contratos são coisas diferentes. Muitas pessoas desconhecem tal diferença.
O fechamento de uma conta, tem como efeito a liquidação do saldo, que pode ocorrer no curso do contrato sem acarretar a cessação do mesmo.
De acordo com Orlando Gomes, tal contrato pode ser extinto por meio de distrato ou denúncia. A resilição unilateral ocorre mediante simples comunicação de uma parte à outra, de efeito imediato, ou consistente em aviso prévio, se o contrato é por tempo indeterminado, não importando a imediata exigibilidade do saldo. Ao devedor concede a lei prazo para liquidá-lo.
A morte e a falência do correntista também determinam a extinção do contrato, mas, neste último, o banco tem direito a se habilitar ao recebimento do saldo.
Crédito Confirmado
Neste tipo de contrato, o banco obriga-se a pagar a determinada pessoa quantia sacada por um cliente nos limites do crédito que lhe abriu.
Ao terceiro, a quem deve ser paga, declara o banco a existência do crédito, confirmando-o. Da confirmação nasce para o banco a obrigação de manter o crédito à disposição da pessoa a quem o confirmou. Tal crédito permanece bloqueado até sua utilização.
A obrigação contraída pelo banco resulta, assim, de ordem irrevogável de pagamento. Por isso, o crédito confirmado pelo banco é irrevogável.
Financiamento
Trata-se de operação bancária pela qual o banco adianta para o cliente recurso necessário a certo empreendimento, reservando-se a faculdade de receber de devedores do financiado os créditos que este lhe concedeu ou caucionou.
Pelo fato de se substituir a este na relação com terceiro, não perde o banco as ações que contra ele pode propor para recebimento integral do que adiantou. Se terceiros devedores não pagam, o banco se voltará contra o financiado.
Em geral, o financiamento conjuga-se a outro contrato.
Aceite Bancário
Este tipo de contrato é instrumento jurídico que favorece a mobilização de capitais, a importação de mercadorias e a movimentação do mercado de valores. Quando há abertura de crédito, pode o banco cobrar, além da comissão de crédito, uma comissão de aceite, a título de remuneração do risco a que se expõe.
O aceite bancário permite:
• Obtenção de fundos em praça estrangeira;
• Facilita a produção;
• Facilita a distribuição de bens de consumo e de bens duráveis;
Em resumo: o aceite bancário desempenha relevante função de ordem econômica e financeira. Aos próprios bancos presta auxílio considerável porque lhes possibilita atenderem a clientela sem imobilizarem seus capitais.
Ele é considerado operação de abertura de crédito, mas, quando o banco o dá, não põe fundos à disposição do cliente. Obriga-se somente a pagar ao credor, como se avalista fosse, sendo indiferente que o devedor possua, ou não, no vencimento, a disponibilidade necessária ao pagamento.
Contrato de custódia ou guarda de valores
Tal contrato é também conhecido como contrato de cofres fortes, cofres de aluguel ou caixas-fortes.
Por meio dele, o banco oferece a seu cliente compartimento vazio de seu caixa forte, para que possa guardar pertences de valor, mediante remuneração estipulada no contrato. Trata-se de uma função acessória do banco.
Tal sistema se mostra bastante confiável, uma vez que tais cofres possuem mecanismos de proteção extremamente seguros. São construídos em blocos metálicos ou cimento armado, e são imunes a incêndios, inundações e arrombamentos.
É contrato de tipo misto, uma vez que nele coexistem elementos de locação, prestação de serviços e depósito. É contrato bilateral e oneroso.
Os bancos têm como obrigações:
• Permitir o uso do cofre em perfeita condição mediante a entrega da chave ao cliente;
• Assegurar ao usuário exclusividade de acesso ao cofre;
• Custódia, que compreende a conservação e defesa dos cofres.
O usuário tem as seguintes obrigações:
• Pagar a remuneração estipulada em contrato;
• Utilizar o cofre de acordo com as normas internas do banco;
• Apresentar o cartão de identificação ao usar o cofre;
• Devolver ao banco as chaves ao término do contrato.
Código de Defesa do Consumidor
Aula 10
Introdução
O desenvolvimento do comércio eletrônico é uma realidade indubitável nos dias atuais, mas ele traz consigo uma série de situações que, do ponto de vista jurídico, devem ser observadas com muito cuidado, uma vez que ainda não existe uma lei específica para regulá-lo em nosso país. Os contratos firmados por meio da Internet têm os mesmos efeitos e criam as mesmas obrigações dos contratos tradicionais.
Apesar de já existirem alguns projetos de lei para regulá-los em nosso país, por enquanto, os princípios que o regem são, por meio da analogia e integração, os mencionados no Código Civil, e, quando o negócio jurídico se referir a contrato de consumo, aplicam-se as normas do Código de Defesa do Consumidor.
Como sua utilização é cada vez mais frequente, e como alguns riscos que possam vir a prejudicar qualquer das partes contratantes são possíveis nesse tipo de contratação, vemos que o princípio da boa-fé objetiva tem cada vez mais importância nessa esfera jurídica, portanto, sua observação e estudo devem ser uma constante quando nos referimos a contratos eletrônicos.
Você sabe qual o conceito de contrato eletrônico?
As opiniões são unânimes:
Oliver Iteanu: Diz que o contrato eletrônico é o encontro de uma oferta de bens ou serviços que se exprime de modo audiovisual através de uma rede internacional de telecomunicações e de uma aceitação suscetível de manifestar-se por meio da interatividade. 
Semy Glanz: Se refere àquele que é celebrado por meio de programas de computador ou de aparelhos com tais programas, e que dispensam assinatura ou exigem assinatura codificada ou senha.
Sheila Leal: Para ela, eletrônico é o meio utilizado pelas partes para formalizar o contrato dito eletrônico, no qual o computador é utilizado como meio de manifestação e de instrumentalização da vontade das partes.
Para ser considerado eletrônico, o consentimento exercido nesse tipo de contrato deve ser feito de forma eletrônica. Uma das partes pode atéter conhecimento da oferta através de um meio escrito, como por exemplo, um folheto, mas sua manifestação de aceitação deve ser feita através de computador para que seja considerado eletrônico.
Pare e pense: e se o inverso acontecer?
No caso do inverso acontecer, isso não ocorre. Se a parte toma conhecimento de determinada oferta através da Internet (correio eletrônico ou página da web), mas manifesta sua vontade de contratar, através de forma escrita, em suporte de papel, não há que se falar de contrato eletrônico.
Outra consideração importante a ser feita diz respeito aos elementos subjetivos de validade dos contratos:
São aqueles que, de acordo com o que nos ensina Ruperto Pinochet Olave, são escritos em suporte eletrônico e que são firmados digitalmente pelas partes.
Nos países onde já existe legislação específica para regulamentar o comércio eletrônico e as assinaturas eletrônicas, tais contratos se revestem da mesma força probatória dos contratos escritos e firmados em meio físico.
Classificação
Vamos ver agora como se classificam os contratos.
Como, até o momento, não existe ainda uma legislação própria que regule o contrato eletrônico em nosso país, podemos afirmar que eles incluem-se na categoria de contratos atípicos e de forma livre. Não obstante, o seu conteúdo poder estar disciplinado em lei. Um bom exemplo é a locação ou a compra e venda. 
No entanto, há uma outra classificação sistemática desse tipo de contrato que considera o grau de interação entre o homem e a máquina, e que foi proposta por Pereira dos Santos e Marisa Delapieve Rossi.
De acordo com esses estudiosos do Direito, os contratos eletrônicos podem ser classificados:
Os contratos eletrônicos intersistêmicos são aqueles utilizados entre empresas para as relações comerciais de atacado, caracterizando-se pelo fato de a comunicação entre as partes operar-se em redes fechadas de comunicação, através de sistemas aplicativos previamente programados. Nesse tipo de contratação há a utilização do sistema EDI – Electronic Data Interchange – que permite a comunicação entre os diferentes equipamentos de computação das empresas, por meio de protocolos, mediante os quais serão processadas e enviadas as informações. Alguns estudiosos do Direito discutem o fato de que, em tal tipo de contratação a teoria geral dos contratos tradicionais não dá conta de solucionar possíveis problemas nele ocorridos, pois pode ocorrer de os sujeitos ignorarem a conclusão dos contratos que é feita por máquinas, e, assim sendo, é de se indagar em que momento se consideraria externada a vontade humana psicológica, elemento essencial à formação do negócio jurídico.
Os contratos eletrônicos interpessoais são aqueles em que a comunicação entre as partes contratantes, pessoas físicas ou jurídicas, se dá através de computador, tanto no momento da proposta, como também no momento da aceitação e instrumentalização do acordo. Tal contratação é feita por correio eletrônico, videoconferência ou salas de conversação (chats). Como as mensagens transitam na rede e percorrem diferentes caminhos até chegarem ao destinatário final, tais contratos são considerados como contratos a distância e equiparados a contratos por carta. As salas de conversação, ou chats, permitem a comunicação direta entre as partes, em tempo real, e por isso são comparáveis à contratação via telefone. Érica Barbagalo, no que concerne o contrato eletrônico interpessoal, sugere uma distinção entre contratos simultâneos, quando celebrados em tempo real online, e que propiciam interação imediata das vontades das partes, e que, por isso, podem ser considerados como contratos entre presentes, assim como também há os não simultâneos, quando há um espaço mais ou menos longo de tempo entre a manifestação de vontade de uma das partes e a aceitação pela outra parte. Os contratos por correio eletrônico são exemplos de tal categoria e são equiparados aos contratos entre ausentes.
Há também os contratos eletrônicos interativos, também conhecidos como contratos por clique ou clickwrap, forma mais comum no mercado de consumo, nos quais a comunicação entre as partes se dá por meio da interação entre uma pessoa e um sistema aplicativo previamente programado. Exemplos desse tipo de contrato são aqueles realizados quando se acessa um site, ou loja virtual, o qual mantém de forma permanente no ambiente digital a oferta de produtos, serviços e informações. No momento em que a oferta é feita ao público, considera-se manifestada a vontade do fornecedor. Já no momento em que o consumidor acessa o sistema aplicativo e com ele interage, preenchendo os campos eletrônicos e confirmando seus dados, considera-se manifestada e concluída a sua aceitação. O teor das cláusulas e condições desse tipo de contrato é pré-estabelecido unilateralmente pelo fornecedor, e o consumidor simplesmente as aceita ou não. Por essa característica, tal tipo de contrato é considerado como sendo um contrato de adesão. Os contratos interativos se equiparam aos contratos a distância uma vez que são realizados com intermediação do computador sem que as partes contratantes estejam presentes no momento de sua conclusão, e que por isso, fazem uso das normas de contratação a distância, inclusive as que se referem à proteção dos direitos do consumidor.
Temos ainda um outro tipo de classificação que tem como base o meio eletrônico usado para a instrumentalização do acordo de vontades das partes contratantes.
São considerados:
Contratos em rede aberta – VIA INTERNET
Contratos em rede fechada – VIA INTRANET
Princípios da contratação eletrônica
Todos os princípios aplicáveis ao Direito dos Contratos tradicional são aplicáveis aos contratos eletrônicos.
No entanto, existem alguns princípios que se referem exclusivamente a estes últimos, e que foram propostos pela regulamentação norte-americana de 1996, conhecida como Lei Modelo da Uncitral – United Nations Commission on International Trade Law. As normas por ela sugeridas devem ser seguidas pelos países que utilizam tal tipo de comércio, e visa ela a criação de um ambiente internacional propício para o desenvolvimento dos negócios virtuais. Sobre os princípios, são eles:
Jorge José Lawand nos lembra que a Internet não cria um espaço livre que seja alheio ao Direito tradicional.
As normas vigentes aplicam-se ao contrato eletrônico como a quaisquer outros negócios jurídicos, logo, os preceitos encontrados no Código Civil Brasileiro continuam sendo aplicados, e no caso de se tratar de contrato referente à relação de consumo, o diploma legal a ser observado é o Código de Defesa do Consumidor.
Leal nos ensina que, mesmo após a regulamentação específica por lei da contratação por meio eletrônico, em razão do princípio da conservação, as normas e os princípios gerais reguladores do direito contratual continuarão sendo aplicados aos contratos eletrônicos.
FIM

Outros materiais