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FAP AULA 03 Administração Pública e Estado

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�1
AULA 03
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ESTADO
1. INTRODUÇÃO
O Estado é um fenômeno político que, tal qual é conhecido hoje, surge no século XVI quando se 
consolida o poder real que se impõe sobre outros poderes, como a nobreza, os parlamentos, as cidades livres 
e a igreja. Primeiramente, o Estado moderno surge em sua forma absolutista, onde o rei é o soberano 
absoluto; no final do século XVIII, com a Revolução Francesa de 1789, surge o Estado-nação, que se 
consolida até o século XIX e onde o povo é soberano.
Este Estado-nação mantém-se até hoje e é a formação reconhecida pela Organizações das Nações 
Unidas (ONU); embora tenha diferentes formatos, mas o princípio básico é o mesmo.
O conceito de Estado é apresentado de forma confusa, pois não se tem um consenso sobre a sua real 
relação com a sociedade, pois ela se apresenta como sinônimo de governo, de Estado-nação e país ou até 
mesmo como regime político.
Considerando que o povo é a essência do Estado e ao se organizar politicamente, o povo estabelece 
o seu instrumento de poder, a intensidade do poder do Estado será resultado das dimensões antropológicas 
do povo ou das culturas sociais que formam na sua capacitação cognitiva. As dimensões, que são distintas do 
poder, são responsáveis pelo surgimento da hierarquia entre as nações que assumem a posição de 
dominação e de um elevado número de submissões.
O Estado pode assumir o sinônimo de direito quando diversos acontecimentos sociais acontecem 
permitindo a interpretação no mesmo sentido, o que justifica o pressuposto de transformação do poder. Nesse 
sentido Gramsci (2002) apud Matias-Pereira (2002:29) coloca que quando o Estado procura desenvolver um 1 2
modelo de sociedade, ela tende a transformar ou até mesmo ao desaparecimento da sua cultura e da cultura 
da sociedade.
A compreensão do Estado nos leva a assimilar o conceito de poder e soberania, visto que tal conceito 
pode existir na essência da complexidade de expressão que pode ser traduzida simultaneamente por meios 
das classes gramaticais, ou seja substantiva e adjetiva. No sentido material (substantivo) é o poder que tem a 
coletividade humana (povo) de se organizar juridicamente e politicamente e de fazer valer no seu território a 
universalidade de suas decisões. No aspecto adjetivo, a soberania se exterioriza como qualidade suprema do 
poder, inerente ao Estado, como nação política e juridicamente organizada.
Quando utilizamos a palavra “Estado” estamos nos referindo à totalidade da sociedade política, ou 
seja, o conjunto de pessoas e instituições que forma a sociedade juridicamente organizada sobre um 
determinado território. A palavra “Governo”, por sua vez, se refere somente à organização específica de poder 
ao serviço do Estado, ou seja, àqueles que gerenciam os negócios do Estado por um determinado período de 
tempo. 
 Antônio Gramsci foi um filósofo, político, cientista político, comunista e antifascista italiano.1
 MATIAS-PEREIRA, José. Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações governamentais. São Paulo: 2
Atlas, 2008.
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB)
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS (FACE)
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO (ADM)�
DISCIPLINA CÓDIGO CRÉDITOS TURMA PERÍODO PROFESSOR
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 200794 04 B 2016/1 MARCOS ALBERTO DANTAS
�2
2. A FUNÇÃO DO GOVERNO
Na direção ou processo de administração do Estado, o governo tem a função de aplicar as leis e 
políticas públicas do Estado através dos poderes Executivo e do Judiciário, e, quando necessário, empreender 
sua reforma através do poder legislativo. Numa abordagem atual, podemos entender o governo como 
“constituído pela cúpula do poder Executivo, do poder Legislativo, e pelos deputados e senadores. Além de ser 
o processo de governar, o governo é o grupo dirigente do Estado” (BRESSER-PEREIRA , 1995 apud DIAS e 3
MATOS , 2012).4
A administração dos negócios do Estado, feita pelo governo, ocorre em todos os níveis da estrutura 
estatal – federal, estadual e municipal. Essa administração dos negócios é renovada de quatro em quatro 
anos nos diferentes níveis. Do ponto de vista das políticas públicas, as decisões mais importantes ocorrem 
no seio do poder governamental, podendo haver desequilíbrios entre a parcela de decisão que cabe ao 
Executivo ou ao Legislativo, dependendo de vários fatores.
No Brasil, de regime presidencialista, as decisões dependem do vigor de representação política do 
Poder Legislativo. Quanto mais o Parlamento corresponder ao espaço de representação das forças sociais, 
maior tende a ser o seu peso no rumo que tomarão as política públicas. E, ao contrário, quanto mais frágil ou 
artificial, ou mesmo mais segmentada em benefício de classes ou grupos sociais for a representação 
parlamentar, mais a fundamentação e o rumos tomados pela políticas públicas tende a se deslocar para o 
aparelho administrativo. 
3. O ESTADO BRASILEIRO
O Brasil tem um Estado republicano, democrático e representativo. Trata-se de uma República 
federativa e presidencialista composta por três poderes independentes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
a) Poder Executivo
No Brasil as funções de chefe de Estado e de chefe de governo pertencem ao ocupante do cargo de 
Presidente da República. Tem como funções básicas:
✓ Representar o país internacionalmente;
✓ Manter relações e tratados com países estrangeiros;
✓ Ser o comandante supremo das Forças Armadas
✓ Propor políticas públicas ao Congresso e implantá-las;
✓ Dirigir a Administração Pública Federal
Diante disso, o Presidente da República tem o poder de propor leis ao Congresso, editar medidas 
provisórias, sancionar ou promulgar leis ou vetar projetos de lei. Conta ainda com a Polícia Federal e Agencia 
Brasileira de Inteligência. É assessorado por Ministros de Estado que pode nomear livremente.
Nos estados federados, o chefe do Executivo é o Governador, que tem por função dirigir a 
Administração Pública Estadual e garantir o cumprimento das leis em seu estado. Também lhe compete propor 
à Assembleia Legislativa e implantar políticas públicas estaduais. Preside a Polícia Civil, a Polícia Militar e o 
Corpo de Bombeiros. É assessorado por secretários estaduais nomeados livremente.
Nos municípios o chefe do Executivo é o Prefeito, que tem como funções básicas dirigir a 
Administração Pública Municipal e garantir, no limite de suas atribuições, o cumprimento das leis em seu 
 BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Estado, sociedade civil e legitimidade democrática. Lua Nova, n.36, p. 21-38.3
 DIAS, Reinaldo; MATOS, Fernanda. Políticas Públicas: princípios, propósitos e processos. São Paulo: Atlas, 2012.4
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município. Pode e deve propor leis à Câmara Municipal ou vetar projetos de lei, bem como políticas públicas 
municipais.
b) Poder Legislativo
O Legislativo elabora as leis do país, estados e municípios. No âmbito federal é exercido pelo 
Congresso Nacional, integrado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Compõe também o 
Congresso o Tribunal de Contas da União, que auxilia o Congresso Nacional nas atividades de controle e 
fiscalização externa.
Nos estados, o Legislativo é exercido pelas Assembleias Legislativas e no Distrito Federal, a partir 
de um sistema híbrido que incorpora as competências legislativa de estado e município pela Câmara Distrital. 
Nos municípios, o Legislativo é exercido pela Câmara Municipal. 
c) Poder Judiciário
É a instituição estatal responsável pela atividade jurisdicional de resolução de conflitos que somente 
pode agir para a concretização de direitos mediante provocação de quem se sentir lesado pela ação ou 
omissão de outrem. 
O Judiciário exerce a função jurisdicional, isto é, possui a capacidade de julgar, de acordo com a 
Constituição e as leis do país, quando provocado por uma parte que ajuíza uma ação pararesolver um conflito 
com outra parte, O acesso à justiça é um direito fundamental do cidadão.
São órgãos do Poder Judiciário o Supremo Tribunal Federal (STF), o Conselho Nacional de Justiça 
(CNJ), o Superior Tribunal de Justiça (STJ), os Tribunais Federais e juízes federais, os Tribunais Eleitorais e 
juízes eleitorais, os Tribunais do Trabalho e juízes do trabalho, os Tribunais Militares e os Tribunais Estaduais 
e juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios.
FONTE: COSTIN, Claudia. Administração Pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
STJ TST TSE STM
TJ TRT TRETRF
Juiz de 
Direito
Juiz 
Federal
Juiz do 
Trabalho
Juiz 
Eleitoral Auditoria
�4
d) Ministério Público
É uma instituição dinâmica de garantia e efetivação de direitos, onde não precisa ser provocado para 
atuar em prol de sua concretização, principalmente quando exigem a atuação do Estado para concretizá-lo por 
meio de políticas públicas. O Ministério existe tanto no âmbito da União quanto dos Estados.
O Ministério Público da União é composto pelo Ministério Público Federal, o Ministério Público do 
Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Dentre tantas 
funções tem a responsabilidade de zelar pelo respeito aos Poderes Públicos e aos serviços de relevância 
pública assegurada pela Constituição.
4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ESTADO
O Estado é uma criação cultural humana, que vive na estrutura funcional de seu quadro de 
funcionários, que possui um objetivo. Constitui uma entidade, não uma pessoa, formado pelo aparato social, 
jurídico-administrativo, para se obter a institucionalização do poder político. 
O Estado é dotado pela ordem, pela justiça e pelo bem comum da sociedade. Para tanto, deve legislar 
(criar e manter em dia uma ordem jurídica eficaz); administrar (prover, através de diversos mecanismos legais 
e executando os serviços públicos, as necessidades da comunidade) e julgar (resolver pacificamente, de 
acordo com a lei, os conflitos de interesses que possam surgir e decidir qual é a norma aplicável em caso de 
dúvida).
Para desempenhar suas funções essenciais, o Estado precisa ter determinadas capacidades que 
podem ser sintetizadas em uma série de dimensões (BID , 2007 apud DIAS e MATOS, 2012) identificadas 5
como cruciais para o seu exercício, que são:
➔ Definir e manter prioridades entre as muitas demandas conflitantes;
➔ Direcionar recursos para onde eles sejam eficazes;
➔ Inovar quando as políticas existentes tiverem falhados;
➔ Coordenar objetivos conflitantes um todo coerente;
➔ Ser capaz de impor perdas a grupos poderosos;
➔ Representar interesses difusos e desorganizados;
➔ Assegurar a implementação efetiva das políticas governamentais;
➔ Assumir e manter compromissos internacionais nas áreas do comércio e defesa nacional;
➔ Administrar cisões políticas para que a sociedade não degenere em guerra civil;
➔ Assegurar a adaptabilidade das políticas quando as mudanças das circunstâncias exigirem;
➔ Assegurar coerência entre diferentes âmbitos de políticas;
➔ Assegurar eficiência na coordenação das políticas entre os diferentes atores que operam num 
mesmo âmbito de políticas.
5. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO
Os elementos essenciais do Estado que servem para justificar a sua existência são definidos por 
Matias-Pereira (2002:30) como povo, território e poder político.
 BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento. A políticas das políticas públicas. Progresso econômico e social na 5
América Latina: Relatório 2006. Rio de Janeiro: BID 2007. 
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a) Povo – o povo como sinônimo de sociedade civil coloca o pensamento disseminado pelas entidades 
associativas que formulam, educam e preparam seus integrantes para a defesa de determinadas 
posições sociais e para uma certa sociabilidade. Sua estreita conexão com o Estado ocorre em duas 
direções: quando as entidades associativas (ou grupos de entidades associativas) facilitam a ocupação 
de postos (eleitos ou indicados) no Estado e, em sentido inverso, quando atuam, do Estado, da 
sociedade política, da legislação e da coerção, em direção ao fortalecimento e à consolidação de suas 
próprias diretrizes. 
b) Território – o princípio da territorialidade que preside ao Estado moderno é definidor de competências 
dos órgãos do Estado, o que significa a ideia de vulnerabilidade do território ao poder dos órgãos de 
outros Estados como parte significativa da essência do conceito de soberania do Estado. Nesse aspecto, 
nota-se a importância do elemento territorial no aumento da construção dos Estados modernos, em que 
reside o princípio da personalidade e na importância das relações pessoais na estruturação do poder 
político na sociedade.
c) Poder político – o poder político é compreendido pelo significado de um poder moral e econômico de 
auto suficiência do Estado. O poder político transcende o entendimento de que a nação é uma ideologia 
de lealdade em relação a um tipo de Estado defendido pela maioria dos teóricos, onde adota uma visão 
baseada no modelo europeu, que ressalta as variações de mobilidades do povo. Assim, o Estado, 
enquanto forma de poder político faz valer as suas condições de dominação.
6. ESTADO E SOBERANIA
O Estado tem como finalidade precípua atender à razão natural da vida em sociedade e promover a 
realização das expectativas do homem em busca da felicidade comum, ou seja, do bem comum. Para tal é 
necessário haver a limitação do poder do Estado perante a sociedade e, assim, respeitando a Nação, ao 
cumprir adequadamente a tarefa de promover o bem comum que será assegurado por um governo que 
expresse a vontade da maioria dos cidadãos.
O Estado é detentor da soberania, e a soberania define-se pelo poder político que se configura na 
faculdade de ordenar a organização social e de deliberar sobre assuntos de natureza coletiva, devendo agir 
sempre e em todos os atos de conformidade com o interesse coletivo. A base do poder político é o dever 
moral.
O Estado pode ser compreendido fundamentalmente por meio de duas concepções básicas: com uma 
relação social de dominação e com um conjunto de organizações com autoridade para tomar decisões que 
atinjam todos os indivíduos de uma coletividade.
a) Estado e Cidadania
A noção de cidadania, desde a sua concepção, tem sido vinculada a ideia de Estado-nação, o qual 
exerce tanto uma soberania interna – sobre a população que está dentro de um território definido – quanto 
uma soberania externa.
A cidadania aparece como um conjunto de mecanismos institucionais que regulam as relações entre 
Estado e população, definindo os direitos e as obrigações desta última e introduzindo o princípio de igualdade 
formal, ao contrário das normas diferenciadas criadas para cada segmento da população. Dessa maneira o 
cidadão passou a identificar-se com o Estado-nação, fazendo que essa afinidade seja traduzida em uma forte 
sensação de pertencer àquele Estado. Por sua vez, o processo de globalização tende a enfraquecer a 
importância da referencia territorial e, portanto, a erodir os fundamentos da cidadania tradicional.
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7. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ESTADO DO BEM ESTAR
O Estado do Bem Estar foi gerado para contrapor aos processos econômicos desumanizados, 
inflexíveis, onipotentes e onipresentes desenvolvido pela administração pública. Isso bem com que aspirasse 
o direito à equidade e foi um apelo pra romper com as estruturas de mercado, impessoais, homogeneizantes e 
universalista. Foi a procura menos dramática de identidade entre a democracia e a liberdade econômica.
A construção do Estado do Bem Estar está relacionada com a existência de excedentes econômicos 
passíveis de ser realocados pelo Estado para atender às necessidades sociais e pela experiência 
centralizadora do Governo, que fomentou o crescimento da capacidadeadministrativa. 
Em função desses pressupostos, distintas teorias foram criadas para explicar o desenvolvimento do 
Estado do Bem Estar Social:
a) Teoria da Nova Economia Institucional (NEI) – tem como objeto de análise o efeito de diferentes 
instituições sobre o desempenho econômico.
b) Teoria da Convergência – defende que o Estado garanta um padrão mínimo de vida quando as 
instituições que tradicionalmente desempenham esse papel perderem a capacidade de desempenhá-lo.
c) Teoria da cidadania – preocupou-se em analisar o desenvolvimento dos três componentes da cidadania 
moderna: Direitos Civis, Políticos e Sociais.
d) Teoria Marxista – sustenta que o Estado do Bem Estar nasceu em decorrência da natureza competitiva 
da dinâmica político-partidária das democracia de massa, o que obrigou os partidos políticos a buscar o 
máximo de apoio eleitoral.
e) Teoria funcionalista – baseada na mesma linha do marxismo, sustenta que os programas sociais 
procuram gerar a harmonia social, aprimorando as aptidões dos trabalhadores e garantindo a eles um 
relativo Bem Estar.
8. AÇÃO DIRETA E INDIRETA DO ESTADO
A ação direta do Poder Executivo pressupõe que a pessoa jurídica executora seja administrativa – ou 
seja, pública, dotada de competências públicas a ela atribuídas por lei, com direito de propriedade público, o 
que implica patrimônio, governança e força de trabalho vocacionados e direcionados exclusivamente para a 
realização dos objetivos públicos. Quando o direito de propriedade é público, a direção institucional são 
exercidos pelo Poder Público, sem interferência de terceiros, seja de órgãos da administração direta, 
autarquia, fundação ou empresa pública.
A ação indireta do Poder executivo na regulação social ou econômica se verifica quando estabelece 
relações contratuais ou de colaboração com agentes sociais ou de mercado, na intenção de alcançar objetivos 
públicos. Nesse caso não há descentralização de competências públicas nem delegação de poderes para 
particular.
Para uma melhor compreensão é importante discutir a diferenciação da ação pública direta e indireta. 
o Poder executivo atua diretamente para regular a ordem social e econômica do país quando essa atuação é 
realizada por meio de suas estruturas estatais – ou seja, pela sua Administração Pública direta e indireta. 
Essas estruturas são criadas e extintas por lei ou mediante autorização legal específica. Apenas o comando 
legal pode descentralizar ou autorizar a descentralização da competência executiva do presidente da república 
e ministros de estado (Administração direta) para uma entidade pública com personalidade própria – seja de 
direito público ou privado. 
Os órgãos da Administração direta e as entidades da Administração indireta, regidos pelo direito 
público, são instituídos diretamente pela lei. Já as entidades públicas de direito privado, como a empresa e a 
fundação estatal, são criadas e extintas a partir de uma autorização legal específica concedida ao Poder 
executivo para que esse as crie ou extinga mediante o cumprimento de ritos do Código Civil aplicáveis às 
entidades privadas.
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A exceção à regra é a empresa estatal instituída como sociedade de economia mista, na qual é 
possível haver a participação de pessoa física ou jurídica de origem privada, detentora de ações, embora o 
direito de propriedade seja majoritariamente público. nesse caso, o sistema de governança da empresa deve 
garantir o controle acionário do Poder Público, mas há também a participação dos acionistas privados, que 
atuam em defesa de seus próprios interesses, que podem ou não convergir com o interesse público.
O vínculo entre o Poder Público e as entidades civis com ou sem fins lucrativos tem, normalmente, 
natureza infra legal, sendo formalizado por meio de instrumento contratual ou convenial – contrato 
administrativo, contrato de gestão, termo de parceria, convênio, dentre outros – que estabelece as bases do 
vínculo entre os signatários, especialmente suas responsabilidades, obrigações e transferências do Poder 
Público para as entidades contratadas e/ou parceiras. há casos específicos em que o vínculo de cooperação 
se estabelece por determinação legal. nesses casos, diz-se que os vínculos têm natureza paraestatal.
9. O ESTADO NA REALIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS
A realização dos direito sociais, na concepção de Marshall (1992), depende de um Estado dotado de 6
infra estrutura administrativa a fim de propiciar políticas sociais que garantam o acesso universal a um mínimo 
de Bem Estar e segurança material.
O Estado na busca da realização dos direitos sociais enfatizou alguns princípios que garantem:
✓ Universalidade da cidadania – é a garantia de status aos direitos universais para categorias sociais 
devidamente definidas;
✓ Territorialização da cidadania – é o princípio da universidade articulada com a territorialidade para 
delimitar o alcance político do mesmo território, a extensão do mesmo território e para delimitar a 
abrangência do status do direito universal;
✓ Individualização da cidadania – é a ampliação dos vínculos diretos entre o indivíduo e o Estado, 
consubstanciados pelos princípios de participação a partir da consulta popular, opondo-se às antigas 
tutelas corporativas;
✓ Nacionalização da cidadania – é o princípio da cidadania com status de pertencimento ao Estado-
nação, garantindo um sentimento de vinculação direta e coparticipante na constituição do Estado-nação.
10. REFORMA NO ESTADO
As reformas no Estado buscam ofertar bens e serviços públicos com maior qualidade, bem como 
diminuir sua interferência no mercado, por meio das privatizações e da desregulamentação das atividades 
econômicas.
Verifica-se que com a retomada do princípio do livre comércio, através de crescente unificação dos 
mercados, está ocorrendo uma maior participação popular na vida política dos países e vem aumentando 
significativamente a criação de organizações não governamentais. A liberdade de imprensa é cada vez maior, 
o que tem contribuído para o processo de consolidação da cidadania nos países da região. Assim, a 
sociedade vem se preocupando e exigindo maior transparência na gestão pública, com o combate à corrupção 
e com cobrança da responsabilidade dos gestores públicos. 
No que se refere às mudanças no Brasil, Mattos (2002) apud Matias-Pereira (2012:27), coloca que a 7
forma de atuação do Estado como agente normativo e regulador da atividade econômica, está constituído por 
elementos de transformação na forma jurídico/institucional, na qual foi introduzido por um projeto de reforma 
do Estado no Brasil. Tal projeto se define pela criação de agências reguladoras responsáveis por setores da 
economia, principalmente por aqueles caracterizados como de infraestrutura e serviços públicos. Tais serviços 
 MARSHALL, Tomas H. Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1992.6
 MATIAS-PEREIRA, José. Manual de Gestão Pública Contemporânea. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2012.7
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possuem funções normativas e reguladoras orientadas pelos princípios constitucionais da livre concorrência e 
da defesa do consumidor.
A intensificação do processo de globalização, apoiado pelas mudanças de paradigmas, estão 
refletindo e provocando mudanças profundas nos âmbitos local, estadual, nacional, regional e mundial. Essas 
transformações ocorrem de forma intensa nos campos político, econômico social, cultural, ambiental e 
tecnológica.
No campo econômico, o capital intelectual surge como o novo motor impulsor de toda a economia, 
como o ativo mais importante, em substituição ao capital físico. A revolução tecnológica, por sua vez, está 
ocorrendo de forma irreversível no mundo, permitindo que seja feita a transmissão de um fluxo cada vez maior 
de dados, num tempo cada vez menor para pontos cada vez mais distantes.
Essas mudanças estão contribuindo para acelerar o debatesobre o novo papel do Estado-nação no 
mundo, visto que estão surgindo novos centros de poder, bem como o estabelecimento de novas relações 
entre os Estado-nação. Fica evidenciado que, diante da amplitude, complexidade e gravidade da crise que o 
mundo está vivenciando, se apresenta como capaz de atuar de forma concreta, para evitar a paralisia e o caos 
no sistema financeiro e econômico mundial, bem como resolver, por meio da união dos Estados detentores 
das principais economias.
As transformações em curso no mundo contemporâneo, que provocam incertezas no ambiente, 
também estão gerando novas oportunidades e impulsionando avanços tanto no setor privado como no setor 
público. Frente a essa tendência, são desenvolvidos esforços para viabilizar a inclusão, redução da 
desigualdade, manutenção do crescimento econômico sustentável e melhoria das condições socioambientais. 
Elas se apresentam como os principais desafios que grande parte dos governantes locai, estaduais, regionais, 
nacional e mundial enfrentam e nesse esforço faz-se necessário compreender a administração pública, com 
vista a perceber com clareza as diversidades e complexidades existentes. 
Os estímulos provocados pelo movimento internacional de Reforma do Estado foram responsáveis 
pela proliferação nos países latino-americanos, de implementação de diversas experiências na área da 
Administração Pública. Essas mudanças tiveram como características básicas buscar maior flexibilidade 
gerencial em relação à compra de insumos e materiais, à contratação e dispensa de pessoas, à gestão 
financeira dos recursos, além de estimular a implantação de uma gestão que priorizassem resultados, 
satisfação dos usuários e qualidade dos serviços prestados. (MATIAS-PEREIRA, 2008).
Na reforma do Estado no mundo contemporâneo, podemos destacar quatro modelos que caracterizam 
o contexto internacional de reforma:
1) Impulso para a eficiência - visa a aproximação entre os serviços públicos e privados, preconizando a 
transformação do setor público com a introdução de padrões de eficiência. 
2) Sistema de controle financeiro - introdução de sistemas de custos e auditorias quanto aos aspectos 
financeiros e profissionais, com poder outorgado à administração superior.
3) Modelo downsizing e descentralizado - é a separação entre o financiamento público e a dotação do 
setor autônomo através da mudança da gestão hierárquica para a gestão por contrato. 
4) A busca pela excelência - é o modelo de orientação para o serviço baseado na Escola de Relações 
Humanas, com ênfase na cultura organizacional.

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