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Exportação e importação
conceitos e procedimentos básicos
Rossandra Mara Assumpção
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Exportação e importação: 
conceitos e procedimentos básicos
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Exportação e importação: 
conceitos e procedimentos básicos
Rossandra Mara Assumpção
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Av. Vicente Machado, 314, 14n andar
Centro :: CEP 80420-010 :: Curitiba :: PR :: Brasil
editora@editoraibpex.com.br
www.ed i toraibpex.com. br
Conselho editorial:: Dr. Ivo José Both (presidente)
D r*. Elena Codoy 
Dr. Nelson Luís Dias 
Dr. U lf C . Baranow
Editor-chefe :: Lmdsay Azambuja
Editores-assistentes v.Ariadne Nunes Wenger,
Marcela Mariana de Abreu
Editor de arte/projeto gráfico :: Raphael Bernadelli
Análise de informação :: Eliane Felisbino Trisotto
Revisão de texto :: Schirley Horácio de Gois Hartmann
Capa :: Denis Kaio Tanaami
Diagramação :: Katianc Cabral
A851e Assumpçãc>, Rossandra Mara
Exportação e importação: conceitos e procedimentos básicos / 
Rossandra Mara Assumpção - Curitiba: Ibpex, 2007 
188 p,
ISBN 978-85-99583-28-9
1 Comércio exterior 2. Exportação. 3. Importação. I. Título
CDD 382
20. ed.
Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n° 9.610/98 e 
punido pelo art. 181 do Código Penal.
Foi feito o depósito legal.
1* edição. 2007
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>>> nota sobre a autora
Rossandra Mara Assumpção é doutoranda em Engenha­
ria de Produção pela Universidade Federal de Santa Ca­
tarina (UFSC), mestre em Desenvolvimento de Tecnologia 
pelo Programa de Desenvolvimento de Tecnologia (Prode- 
tec), especialista em Administração de Empresas - Comér­
cio Exterior pela Faculdade de Administração e Economia 
(FAE/CDE) e economista pela Fundação Universitária da 
Região de joinville (FURJ). Além de deter vasta experiên­
cia construída ao longo de 26 anos dedicados à área in­
ternacional no Banco do Brasil, no qual exerceu diversas 
funções, de escriturária a gerente de câmbio e comércio 
exterior, é atualmente professora da Universidade Tuiuti do 
Paraná, da Faculdade Opet e da Faculdade de Tecnologia 
Internacional (Fatec Internacional) nos cursos de graduação 
de Relações Internacionais e Administração de Empresas. 
Atua também em cursos de pós-graduação no Instituto Bra­
sileiro de Pós-Graduação e Extensão (Ibpex), no Centro de 
Desenvolvimento Acadêmico Empresarial (Cedaem), na Fa­
culdades União, na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), 
no Instituto Edvaldo Lodi (IEL) e na Universidade Federal 
do Piauí (UFPI), trabalhando com disciplinas relacionadas 
a comércio exterior.
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>>> apresentaçao
A economia brasileira tem apresentado sinais de cresci­
mento muito abaixo dos índices alcançados por países 
emergentes em condições semelhantes, como China, índia 
e Rússia. Observa-se que as exportações nacionais ainda 
têm baixo conteúdo tecnológico e são realizadas em pou­
cas e grandes empresas. Produtos oriundos do setor pri­
mário da economia, sem nenhum valor agregado, como 
as commodities, são o carro-chefe dessas operações no 
País. Ocorre que não existe programa firme de incentivo 
para que as pequenas empresas se insiram diretamente no 
mercado externo com competitividade, como ocorre em 
países desenvolvidos.
Embora alguns indicadores positivos acenem para uma 
melhora na economia, deve-se lembrar que estes se devem 
ao cenário externo favorável. Ou seja, a alta da balança 
brasileira comercial é conseqüência da forte demanda ex­
terna e do aumento nos preços dos produtos também no 
mercado internacional. A queda do risco país reflete menos 
melhorias estruturais da economia do que a alta liquidez 
mundial; em contrapartida, qualquer movimento para cima
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nos juros dos Estados Unidos remete para cima também o 
risco Brasil. Nosso grande endividamento externo está inde­
xado na moeda norte-americana, devido ao fato de a maio­
ria dos credores serem banqueiros americanos. Isso significa 
que, com juros mais altos, a possibilidade de inadimplência 
tende a aumentar, acarretando o efeito cascata em todos os 
segmentos da economia. As bolsas de valores em alta tam­
bém refletem a tendência dos investidores estrangeiros em 
direcionar suas aplicações para países emergentes, conco­
mitante ao baixo risco, como é o caso, por ora, do Brasil. 
Porém, uma desaceleração mundial pode inverter o processo 
e atingir fortemente o País, que não possui raízes sólidas em 
sua estrutura econômica.
O ritmo de crescimento brasileiro é ainda pequeno para 
as suas necessidades e potencialidades. Isso reforça que o 
Brasil precisa de divisas - que são as disponibilidades em 
moeda estrangeira que um país possui - para acelerar o de­
senvolvimento econômico de forma globalizada e integrada. 
Divisas se adquirem com atração de investimentos estrangei­
ros, empréstimos de capitais, vendas de tecnologias, direitos 
de patentes e, principalmente, exportações. No entanto, para 
exportar produtos com qualidade e competitividade, necessi- 
ta-se de tecnologia, componentes, matérias-primas ou outros 
insumos que atualmente são importados.
Considerando-se esses fatos, percebe-se a necessidade do 
desenvolvimento de competências para as atividades de ex­
portação e importação. Esta obra tenta contribuir nesse sen­
tido, oferecendo subsídios teóricos e práticos relacionados 
à estruturação do comércio exterior brasileiro, com vistas a 
oportunizar aos detentores dos conhecimentos aqui elen-
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cados condições para uma maior agilidade, flexibilidade e 
eficiência nos fluxos de mercadorias, o que permitiría, em 
última instância, uma maior competitividade do comércio in­
ternacional do País.
Enfim, com este livro, elaborado numa linguagem simples 
e dentro das normas emanadas pelos principais gestores do 
comércio exterior no Brasil, espera-se apresentar informa­
ções úteis e práticas tanto para os estudantes que estão se 
preparando para ingressar neste promissor mercado como 
para os profissionais de comércio exterior e áreas correlatas, 
os quais precisam tomar decisões certas e tempestivas no 
contexto de economia internacionalizada atual.
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>>> sumário
Lista de siglas » 15 
Introdução » 21
1 Aspectos gerais do comércio internacional » 25
1.1 Organismos de cooperação financeira » 26
1.2 Organismos de cooperação comercial » 28
1.3 Canais de distribuição » 34
2 Estrutura administrativa do 
comércio exterior brasileiro » 41
2.1 Agentes intervenientes » 41
2.2 Sistemas informatizados de apoio 
ao comércio exterior » 47
3 Mercado de câmbio » 51
3.1 Histórico do câmbio no Brasil » 51
3.2 O câmbio no Brasil » 55
3.3 Operações de câmbio » 60
3.4 Taxa de juros e taxa de câmbio » 61
3.5 Regime de câmbio e sistemas de taxas de câmbio » 65
3.6 Contratos de câmbio » 67
3.7 Pagamentos internacionais » 71
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4 Operacionalização do comércio internacional » 77
4.1 Nomenclatura e classificação de mercadorias » 78
4.2 Internacional Commercial Tcrms (Incoterms)» 81
4.3 Modalidades de pagamento » 85
5 Alfândega: território e entrepostos aduaneiros » 95
5.1 Terminais alfandegados de uso público » 98
6 Exportação » 103
6.1 Comissão de agente » 107
6.2 Tratamento administrativo na exportação » 109
6.3 Tratamento tributário na exportação » 111
6.4 Drawback » 112
6.5 Composição do preço de venda 
do produto a ser exportado » 114
6.6 Documentos utilizados na exportação » 116
6.7 Despacho aduaneiro na exportação » 127
6.8 Regimes cambiais na exportação » 130
6.9 Contratação do câmbio na exportação » 131
6.10 Pagamentos na exportação » 132
6.11 Câmbio simplificado não simultâneo de exportação » 133
6.12 Exporta Fácil » 134
6.13 Mecanismos de financiamentos â exportação » 135
6.14 Regularização cambial » 147
6.15 Garantias bancárias na exportação » 149
6.16 Seguro de crédito à exportação » 151
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7 Importação » 155
7.1 Registro de importador » 156
7.2 Tratamento administrativo na importação » 156
7.3 Principais órgãos anuentes » 157
7.4 Canais de parametrização » 158
7.5 Transito aduaneiro » 161
7.6 Prazo de abandono das mercadorias » 162
7.7 Despachante aduaneiro » 163
7.8 Despacho aduaneiro na importação » 164
7.9 Regimes cambiais na importação » 170
7.10 Financiamentos na importação » 173
Considerações finais » 179 
Referências por capítulo » 181 
Referências » 185
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Anvisa
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AWB
Bacen
Bird
BNDES
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Camex
Adiantamento sobre Contrato de Câmbio
Adiantamento sobre Cambiais Entregues
Associação Latino-Americana de Integração
Área de Livre Comércio das Américas
Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Fórum Econômico da Ásia e do Pacífico
Airway Bill
Banco Central do Brasil
Banco Internacional para a Reconstrução e o 
Desenvolvimento
Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social
Carteira de Comércio Exterior
Câmara de Comércio Exterior
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CCEX Comitê de Crédito à Exportação
CCI Câmara de Comércio Internacional
CCR Convênio de Créditos Recíprocos
CE Comprovante de Exportação
CFR Cost and Freight
Cl Comprovante de Importação
CIF Cost, Insurance and Freight
CIP Carriage and Insurance Paid To
CIRR Commercial Interest Reference Rate
CMN Conselho Monetário Nacional
CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa jurídica
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico
Coíins Contribuição sobre Financiamento 
da Seguridade Social
CPT Carriage Paid To
DAF Delivered At Frontier
Dart Documento de Arrecadação 
de Receitas Federais
DDE Declaração de Despacho de Exportação
DDP Delivered Duty Paid
DDU Delivered Duty Unpaid
Decex Departamento de Operações 
de Comércio Exterior
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Decom Departamento de Defesa Comercial
Deint Departamento de Negociações Internacionais
DEQ Delivered Ex-Quay
Depla Departamento de Planejamento e 
Desenvolvimento do Comércio Exterior
Depoc Departamento de Políticas de Comércio Exterior
DES Delivered Ex-Ship
Dl Declaração de Importação
DSE Declaração Simplificada de Exportação
DSI Declaração Simplificada de Importação
DTA Declaração de Trânsito Aduaneiro
Eadi Estação Aduaneira de Interiores
EAF Estação Aduaneira de Fronteira
EXM Ex Work
FAS Free Alongside Ship
FCA Free Carrier
FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
Finame Financiamento para Aquisição 
de Máquinas e Equipamentos
FMA Ficha de Mercadoria Abandonada
FMI Fundo Monetário Internacional
FOB Free On Board
GATS General Agreement on Trade in Services
GATT General Agreement on Tariffs and Trade
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Ibama Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis
ICMS Imposto sobre Circulação 
de Mercadorias e Serviços
IED Investimento Externo Direto
II Imposto de Importação
Incoterms Internacional Commercial Terms
INSS Instituto Nacional de Seguro Social
IOF Imposto sobre Operações Financeiras
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
LI Licença de Importação
Libor London Interbank Ofíered Rate
MDIC Ministério do Desenvolvimento, 
indústria e Comércio Exterior
Mercosul Mercado Comum do Sul
MTA Mercado de Taxas Administradas
MTF Mercado de Taxas Flutuantes
MTL Mercado de Câmbio de Taxas Livres
NCM Nomenclatura Comum do Mercosul
Nafta Acordo de Livre Comércio 
da América do Norte
Naladi Nomenclatura Aduaneira da Associação 
Latino-Americana de Integração
OCDE Organização para a Cooperação 
e Desenvolvimento Econômico
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OMC Organização Mundial de Comércio
PIB Produto Interno Bruto
PIM Programa de Importação
PIS Programa de Integração Social
Proex Programa de Financiamentos às Exportações
RC/ROC Registro de Operação de Crédito
RDE Registro Declaratório Eletrônico
RE Registro de Exportação
REI Registro de Exportadores e Importadores
RES Registro de Exportação 
Simplificada no Siscomex
RMCCI Regulamento do Mercado de Câmbio 
e Capitais Internacionais
ROF Registro de Operação Financeira
RV Registro de Venda
SBCE Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação
Secex Secretaria de Comércio Exterior
Serpro Serviço Federal de Processamento de Dados
SGP Sistema Geral de Preferências
SH Sistema Harmonizado de Designação 
e de Codificação de Mercadorias
Sisbacen Sistema de Informações do Banco Central
Siscomex Sistema Integrado de Comércio Exterior
SRF Secretaria da Receita Federal
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Swift Society for Worldwide Interbank 
Financial Telecommunication
Suframa Superintendência da Zona Franca de Manaus
TEC Tarifa Externa Comum
TRA Terminal Retroportuário Alfandegado
Trips Trade-Related Aspects of 
Intellectual Property Rights
Trims Trade-Related Investment Measures
> > >
Com a globalização, a internacionalização e a abertura 
dos mercados, estabeleceram-se novos focos de compe­
titividade, requerendo um conhecimento aprofundado das 
questões relacionadas com o comércio internacional. Nessa 
contextura, inserem-se as exportações, as importações e, 
conjuntamente, as questões relacionadas a esses processos, 
fatores que, se bem conduzidos, podem contribuir para in­
troduzir mais fortemente o Brasil no ciclo de desenvolvi­
mento econômico crescente do comércio exterior.
O produto interno bruto (PIB) mundial, que é a soma de 
todas as riquezas produzidas pelas nações, sempre ocorreu 
em percentual superior ao da troca de bens, porém tal situa­
ção se inverteu a partir de 1995. Nos anos compreendidos 
entre 1995 e 2005, o crescimento do PIB mundial foi somen­
te de 3% ao ano, enquanto a taxa de crescimento das vendas 
externas foi de 5,8% ao ano, invertendo o processo que já se 
perpetuava há décadas.
Esse incremento acentuado do comércio internacional, 
medrado pela difusão da globalização, cria novos desafios.
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É assim que as fronteiras de espaço e tempo têm sido destruí­
das pelo crescimento do comércio eletrônico e pela melhora 
da infra-estrutura viária e dos meios de transporte. Acrescen­
te-se que o mercado apresenta-se com elevada incerteza e 
com um caráter extremamente volátil, influenciado pela ve­
locidade das inovações tecnológicas e pela mudança dos há­
bitos dos consumidores, o que exige agilidade nos negócios 
e, em específico, nas operações de comércio exterior.
Outro aspecto a considerar são as exigências do atual am­
biente de negócios globalizado no sentido de existir nas tran­
sações internacionais uma forte pressão pela redução de cus­
tos e tempo. Também a redução do time-to-market (o tempo 
de acesso aos mercados) e dos ciclos dos pedidos coloca 
novas necessidades às operações.
O propósito desses novos formatos de trabalho é a cria­
ção de condições para um acelerado e eficiente fluxo de 
mercadorias, que funcione com agilidade e flexibilidade, 
direcionadas principalmente para o comércio internacional. 
Infra-estruturas para armazenagem, desembaraço aduaneiro, 
movimentação e distribuição de mercadorias fazem com que 
as atividades de comércio internacional sejam beneficiadas 
por uma maior competitividade. O êxito dos negócios na 
área significa, além das divisas, empreendimentos no setor 
de transportes e atividades afins, criando empregos, dinami­
zando e viabilizando todas as atividades correlacionadas.
O Brasil só recentemente começou a atentar para essa si­
tuação e precisa de subsídios para poder dispor de vantagens 
competitivas na sua pretensão de ter maior participação no co­
mércio internacional globalizado. No panorama do comércio
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exterior, o Brasil encontra-se em torno da 20a posição entre 
os exportadores globais. Somente após o ano de 2001, o País 
conseguiu superávit na balança comercial, motivado princi­
palmente pela quase independência do petróleo importado.
Para conseguir aumentar ainda mais as exportações, o País 
precisa erradicar aquilo que impacta negativamente na com­
petitividade dos seus produtos. A fim de melhorar seu desem­
penho, é necessário promover: melhorias na infra-estrutura 
viária que se encontra em estado precário; instrumentação 
de reforma tributária para que se reduza a pesada carga dos 
tributos que onera demais os seus produtos; desenvolvimen­
to de competências principalmente em aspectos logísticos; 
ampliação no uso da informática e de tecnologias de comu­
nicação nas empresas.
Convém ressaltar que, para atender a essas novas condi- 
cionantes do mercado globalizado, caracterizado por uma 
integração cada vez mais intensa, uma das viasé a dissemi­
nação das vantagens da inserção das empresas no mercado 
externo.
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Aspectos gerais do comércio internacional
^ -
No contexto das operações de comércio exterior, existe um 
agregado de termos, práticas e técnicas próprias que foram 
se criando e consolidando ao longo dos anos de evolução 
da globalização, em busca de adaptação às novas demandas 
econômicas e tecnológicas.
No universo das transações internacionais, os negócios e 
as operações se processam em cadeia, por intermédio de 
intervenientes, tais como bancos, agentes, corresponden­
tes, representantes, intermediários etc. Todos participam e 
influenciam, de uma forma ou de outra, na viabilização dos 
negócios. As relações são construídas e necessitam ser disci­
plinadas, para resguardar os direitos de todos os envolvidos e 
assegurar o cumprimento das obrigações.
As empresas se relacionam por uma conveniência, porque 
sozinhas não conseguem satisfazer suas necessidades admi­
nistrativas e de serviços. Existem atividades que elas não po­
dem executar em sua totalidade sem recorrer a outras organi­
zações que tenham know how na área e possam fazer aquilo 
que a distância as impede de executar.
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2 6 Rossandra Mara Assumpção
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Nesse contexto, os relacionamentos, os acordos e os con­
tratos são construídos porque atendem às necessidades dos 
envolvidos. É desse modo que são acionados os principais 
atores do conglomerado do comércio internacional - orga­
nismos de cooperação financeira e comercial e canais de 
distribuição.
1.1 Organismos de cooperação financeira
1.1.1 Fundo Monetário Internacional (FMI)
O FMI, caracterizado pelo Banco Central do Brasil no ba­
lanço de pagamentos brasileiro como autoridade monetária, 
entrou em operação em maio de 1946 com 39 países-mem­
bros. Sua criação resultou de negociações entre 44 países, 
realizadas em Bretton Woods, nos Estados Unidos, com a fi­
nalidade de auxiliar o desenvolvimento dos países-membros, 
ajudando-os a resolver os seus problemas relativos ao balan­
ço de pagamentos. Atualmente conta com 185 integrantes.
O fundo de recursos necessário para atingir as metas do 
FMI é formado, principalmente, por contribuições dos próprios 
membros. A cota de cada país é calculada após análise de seu 
desempenho econômico; quanto mais rico e maior sua parti­
cipação no comércio mundial, maior a cota. As cotas cons­
tituem o montante de recursos disponível para empréstimo 
aos membros com dificuldades em seus balanços de paga­
mentos. São também referência para fixação de valores para 
empréstimos; quanto maior a contribuição de um país, maior 
é seu limite de crédito. Outra função das quotas é servir de 
referência para o peso do voto do país nas decisões do FMI.
exportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 2 7
Os países com contribuição mais expressiva ao FMI', em per­
centuais de cotas, são os seguintes:
• 17,14%-E U A
• 6 ,14% -Japão
• 6,00% - Alemanha
• 4,95% - França
• 4,95% - Reino Unido
• 3 ,7 3 % -C h ina
• 3 ,2 6 % -Itá lia
• 3,22% - Arábia Saudita
• 2,94% - Canadá
• 2,74% - Rússia
• 2,38% - Flolanda
• 2,12% - Bélgica
• 1 ,92% -ín d ia
• 1 ,60% -Su íça
• 1,49% - Austrália
• 1,41% - Espanha
• 1 ,40% -Brasil
• 32,61% - outros
* Do original 
em inglês 
International 
Bank for 
Reconstruction 
and
Development.
I.I.2 Banco Internacional para a Reconstrução 
e o Desenvolvimento (Bird)
Juntamente com o FMI, foi fundado o Bircl*, também co­
nhecido como Banco Mundial, com o objetivo principal de
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B.3 Rossandra Mara Assumpção
promover o crescimento de regiões e países de menor desen­
volvimento relativo. Trata-se de um organismo fornecedor de 
créditos de médio e longo prazo e que age como captador 
de recursos internacionais para investimentos produtivos em 
países emergentes. O Brasil, devido à sua conjuntura atual, 
com uma estabilidade econômica aceitável, recebe verbas 
somente se forem destinadas a projetos ambientais.
I.E Organismos de cooperação comercial
Existem diversos acordos de livre comércio criados para or­
ganizar e promover o comércio internacional, principalmente 
dos países menos desenvolvidos. Tais acordos são elaborados 
por países-membros da Organização Mundial de Comércio 
(OMC) e entre os mais significativos se destacam: General 
Agreement on Tariffs and Trade (CATT); General Agreement 
on Trade in Services (GATS); Trade-Related Investment Mea- 
sures* (Trims); Trade-Related Aspects o f Intellectual Property 
Rights (Trips); International Chamber o f Commerce (ICC).
1.2.1 General Agreement on Tariffs and Trade (GATT)
O GATT surgiu em 1946 como um acordo para regular pro­
visoriamente as relações comerciais internacionais, quando 23 
países, posteriormente denominados fundadores, iniciaram ne­
gociações tarifárias visando impulsionar a liberalização comer­
cial e combater práticas protecionistas adotadas desde a década 
de 1930. Essa primeira rodada de negociações resultou em 45 
mil concessões tarifárias e, apesar de ter sido criado para ser 
um instrumento regulatório provisório, o Gatt regulamentou por 
mais de quatro décadas as relações comerciais entre os países.2
* Trade- 
Related 
Investment 
Measures: 
Acordo sobre 
Investimentos.
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Durante a Rodada Uruguai de negociações, que ocorreu 
de 1986 a 1993, envolvendo mais de cem países, voltou-se a 
discutir, entre outros temas, a criação de um organismo inter­
nacional destinado a regulamentar o comércio internacional, 
não apenas de bens, mas também de serviços, além de temas 
relacionados a investimentos e propriedade intelectual.3
Como resultado, a Ata da Rodada Uruguai inclui um novo Acordo de 
Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT 94), o qual mantém a vigência 
do GATT 47, o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS), 
o Acordo sobre Investimentos (TRIMS), o Acordo sobre direitos de 
Propriedade Intelectual (TRIPS), além de acordos destinados a regu­
lamentar procedimentos de solução de controvérsias, medidas anti- 
dumping, medidas de salvaguarda, medidas compensatórias, valora- 
ção aduaneira, licenciamento, procedimentos, etc.
A Ata da Rodada Uruguai também contém o acordo constitutivoda 
Organização Mundial de Comércio (OMC), encarregada de efetivar 
e garantir a aplicação dos acordos citados.4
Ao contrário do FMI ou do Bird, o GATT não é um organis­
mo criado, mas sim um arranjo contratual entre vários países.
1.2.2 Organização Mundial de Comércio COMO*
A OMC é uma organização permanente e com personali­
dade jurídica própria, com 150 membros. Entrou em funcio­
namento em primeiro de janeiro de 1995, com o objetivo de 
promover e estabelecer negociações tarifárias multilaterais, 
mediar a solução de conflitos, não só de origem comercial, 
como também relacionados a direitos autorais e tratamento a 
Do originai em investimentos estrangeiros diretos.
inglês World
Tr*de Sempre que um país se julgar prejudicado pelas práticas
Organization
(wjo). de seus parceiros comerciais, deve tentar negociações bilate-
exportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 2 9
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3 0 Rossandra Mara Assumpção
rais. Se não for bem-sucedido nessas tentativas, pode recorrer 
ao Órgão de Solução de Controvérsias, que, caso julgue a 
demanda procedente, pode deliberar sobre a melhor forma 
de compensação ao país prejudicado.
Caso contrário, quando comprovada a infração das nor­
mas da OMC, o infrator tem duas opções: oferecer uma com­
pensação aceitável ao país reclamante ou sujeitar-se a retalia­
ções por desobediência às recomendações da OMC e ainda 
ter sua reputação abalada.
A OMC incentiva os países a agirem em blocos, em con­
formidade com normas por ela estabelecidas e através de 
acordos comerciais, objetivando o crescimento principalmen­
te dos menos favorecidos. É nesse contexto que se inserem 
as fases de integração econômica.
Fases de integração econômica
Existem diversos tipos de acordo que, devido à sua abran­
gência, evoluem para uma integração econômica. Para a for­
mação de um bloco econômico, os países signatários não 
precisam necessariamente passar por todas as fases de in­
tegração, dado que o processo se estabelece naturalmente 
pelo comércio internacional, ou seja, não ficou convencio­
nado por nenhum organismo específico vinculado a acordos 
internacionais.
A seguir, apresentam-se as principais fases de integração 
econômica observadas na atualidade5:
• Zona de livre comércio - As barreiras para o comércio 
recíproco de bens entre os países-membros são elimi­
nadas, mas estes concordam em manter suas políticas
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Gxportação e importação: conceitos e procedimentos básicos BI
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* Alca: a propos­
ta foi lançada 
pelos Estados 
Unidos cm 1994, 
cujo objetivo 
era a aliança 
dos 34 países 
das Américas 
{com exceção 
de Cuba) num 
amplo acordo de 
desrcgulamcn- 
tação comercial 
e financeira 
com fortes 
conseqüências 
econômicas, 
sociais, trabalhis­
tas, ambientais 
e culturais. As 
principais razões 
do não-avanço 
das negociações 
para sua implan­
tação seriam a 
desigualdade en­
tre as economias 
dos países do 
continente ame­
ricano, a pouca 
participação da 
sociedade civil e 
o não-compro- 
metimento dos 
governos.
comerciais independentes em relação aos demais. É 
uma integração que pode ser caracterizada como bran­
da. Exemplos: Associação Latino-Americana de Integra­
ção (Aladi), Acordo de Livre Comércio da América do 
Norte (Nafta), Fórum Econômico da Ásia e do Pacífico 
(Apec), Área de Livre Comércio das Américas (Alca)* e 
a maioria dos outros blocos.
U nião aduaneira - Além da eliminação recíproca das 
barreiras sobre o comércio, os países-membros avan­
çam e passam a adotar uma mesma política comercial 
em relação aos demais componentes do bloco. Nesta 
fase, é utilizada uma tarifa externa comum, cobrada 
pelo grupo de países sócios, que exigem o mesmo im­
posto de importação à entrada de mercadorias prove­
nientes de terceiros países. Exemplo: Mercado Comum 
do Sul (Mercosul).
Mercado comum - Nesta fase, há uma integração em 
patamar superior ao da união aduaneira, com uma po­
lítica comercial uniforme dos países componentes do 
bloco em relação a países não membros. A uniformiza­
ção do comércio não se restringe apenas aos produtos, 
mas abrange também os fatores de produção, como 
movimentação de valores, investimentos e legislações 
trabalhistas. Exemplo: a União Européia esteve até pri­
meiro de fevereiro de 1999 enquadrada nesta fase de 
integração. Atualmente nenhum bloco se encontra nes­
ta etapa.
U nião econômica - Os acordos não se limitam aos mo­
vimentos de bens, serviços, capital e mão-de-obra,
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3 2 Rossandra Mara Assumpção
mas procuram evoluir na harmonização das políticas 
econômicas para que os agentes envolvidos nas transa­
ções comerciais em geral possam operar sob condições 
similares em todos os países que compõem o bloco. 
Exemplo: União Européia.
• Integração econômica, monetária e política total - Ca­
racteriza-se pela harmonização de todas as políticas, 
isto é, livre movimentação de bens, serviços, capital e 
mão-de-obra, além de já haver normatização dos proce­
dimentos para a completa igualdade de condições para 
os agentes econômicos. Passa-se a adotar uma política 
monetária, fiscal e social uniforme, administradas por 
autoridades supranacionais, escolhidas por consenso en­
tre os países-membros. Exemplo: a União Européia está 
com a meta de atingir esta fase em 2020. Hoje não exis­
te nenhum bloco ainda que se enquadre nesta etapa.
1.2.3 Câmara de Comércio Internacional (CCI)
Criada em 1919, a CCI é uma organização não governa­
mental (ONG) com sede em Paris, França. É de excelente 
valia para o comércio exterior, pois tem se mostrado prática 
e objetiva. Suas publicações são elaboradas ou atualizadas 
por técnicos conhecedores do assunto pertencentes a vários 
países, que, ao se reunirem, interagem sobre as mudanças, as 
dificuldades e as facilidades do comércio internacional e, em 
comum acordo, propõem as modificações.
Seu principal objetivo é definir e estabelecer as regras ge­
rais de comércio, organizando os procedimentos e as inter­
pretações como meio preventivo de evitar futuros conflitos.
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Gxportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 33
/ ~
Também funciona como um fórum arbitrai (tendência atual) 
para julgamento dos conflitos que surgem nas transações co­
merciais internacionais.
Suas publicaçõessão editadas em inglês, por ser a língua 
utilizada em larga escala no comércio internacional e consi­
derada a mais fácil e comum para os envolvidos.
Entre as publicações editadas pela CCI, destacam-se as re­
lacionadas a seguir por terem ampla utilização, tanto na área 
de comércio exterior como na área cambial6:
• Publicação 121 - Sfguros: define normas para efeito de 
seguros internacionais;
• Publicação 310 - Transporte Aéreo: define regras para 
os procedimentos referentes a transporte aéreo inter­
nacional;
• Publicação 321 - Transporte Marítimo: define procedi­
mentos quanto à utilização de transporte marítimo in­
ternacional;
• Publicação 500/600 - Regras e U sos Uniformes sobre 
C réditos Documentários: define procedimentos para 
abertura, utilização e liquidação de cartas de crédito;
• Publicação 522 - Regras U niformes para Cobranças: de­
fine as normas que devem ser observadas nos procedi­
mentos de cobranças internacionais;
• Publicação 560 - Incoterms 2000 - Termos de Comércio 
Internacional: define oficialmente cláusulas relativas a 
direitos e obrigações de cada parte (comprador e ven­
dedor) nas comercializações internacionais (substituiu a 
Publicação 460).
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3 4 Rossandra Mara Assumpção
1.3 Canais de distribuição
Existem vários intervenientes envolvidos no comércio in­
ternacional, cada um com sua contribuição específica para a 
efetivação dos negócios. Na sequência, destacam-se os mais 
importantes.
1.3.1 Trader
Trata-se do profissional que atua como negociador respon­
sável pelas vendas externas de uma empresa. Pode ter sua 
base de trabalho definida por região, país, continente ou até 
mesmo grupos de empresas. Sua designação é estabelecer 
vínculos negociais com essas localidades ou organizações. 
Normalmente é uma pessoa física quem faz esse trabalho, 
mas, eventualmente, pode até ser uma pessoa jurídica. Pode 
estar situado em um país no exterior ou no Brasil, depen­
dendo em grande parte da política da empresa contratante, 
bem como da disponibilidade de recursos para mantê-lo no 
exterior.7
1.3.2 Agente
É um profissional com destaque importante nas expor­
tações brasileiras, podendo ser pessoa física ou jurídica, e 
participa das transações como elo entre o exportador e o 
importador. Especializa-se na cultura e nos costumes do país, 
encontrando o comprador compatível com o produto fabri­
cado no Brasil.
"Agente é o intermediário da venda dos produtos. Represen­
ta o produtor da mercadoria e na maioria das vezes trata-se de
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pessoa jurídica." Ele executa em parte as funções do trader. 
Normalmente o agente é remunerado por comissão sobre as 
vendas, mas pode também ter uma remuneração mínima, 
independente das vendas.8
Cabe ao agente representar o produtor em feiras, exposi­
ções etc. A vantagem de se ter um agente no exterior é o baixo 
custo que isso pode representar para uma empresa, uma vez 
que pode vir a ser remunerado de acordo com as vendas.
13.3 O ffshore ou coligadas
São companhias localizadas no exterior com vínculos em 
empresas nacionais e que devem obedecer à legislação do 
país onde trabalham.
"O objetivo principal das offshore é promover as vendas, re­
presentar o fabricante, fornecer assistência técnica ou servir de 
agente", podendo ser representantes, responsáveis por vendas 
etc. Normalmente são instaladas em paraísos fiscais*, pois a 
idéia é utilizar-se dos benefícios oferecidos nesses países.9
exportação € importação: conceitos e procedimentos básicos 3 5
1.3.4 Feiras e exposições internacionais
* Paraísos fiscais: 
territórios cm 
que existem 
grandes facilida­
des na atribuição 
de licenças para 
a abertura de 
empresas, além 
de impostos 
baixos ou inexis­
tentes.
As feiras e exposições internacionais são uma grande opor­
tunidade para as empresas, não apenas pelo fato de possibili­
tarem a divulgação de seus produtos, serviços e marcas, mas 
por serem um ótimo local para se conhecer a concorrência, 
saber qual é o nível de qualidade de seus produtos, verificar 
tendências, desenvolver negociações etc.'°
Elas constituem-se, provavelmente, no melhor, mais barato 
e mais perfeito meio de promover uma empresa, que é o
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3 6 Rossandra Mara Assumpção
contato direto. Nos ambientes das feiras e exposições inter­
nacionais, encontram-se empresas, executivos, compradores, 
vendedores, agentes, representantes e o público consumidor 
em geral, tratando-se de uma excelente ocasião para se ava­
liar a reação do público em relação ao produto, além de se 
conhecer de perto o mercado.
Os objetivos específicos da participação nas feiras são: 
realizar vendas no local; fazer novos clientes; introduzir no­
vos produtos; conhecer produtos e lançamentos das empre­
sas concorrentes; encontrar novo representante, distribuidor 
ou sócio para joint ventures; obter espaço para a empresa ou 
para o país.
Uma boa feira combina as vantagens da venda pessoal e 
da publicidade, concentrando grande número de compra­
dores em um só lugar e propiciando a oportunidade para 
transmitir uma mensagem de venda de forma direta.
As feiras comerciais proporcionam o mais imediato feedback 
para o desempenho de um produto. O exibidor pode detec­
tar no ato se o produto é adequado ou não para o mercado 
em que se encontra ou ainda que mudanças devem ser intro­
duzidas para atingir esse objetivo.
Uma das grandes vantagens de feiras e exposições é o fato 
de os executivos de negócios que visitam os eventos apre­
sentarem o chamado "espírito de compra", mostrando-se 
mais receptivos aos novos fornecedores do que em seu am­
biente de trabalho.
Outra grande vantagem a considerar é a possibilidade de 
contato entre o exibidor e uma vasta gama de pessoas e pro­
fissionais que de outro modo estariam fora de seu alcance.
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3 8 Rossandra Mara Assumpção
"A joint venture pode ocorrer entre empresas privadas, en­
tre empresas públicas e privadas, e entre empresas públicas 
e privadas nacionais e estrangeiras. Durante a vigência da 
joint venture, cada empresa é responsável pela totalidade do 
projeto."13
1.3.7 Consórcio de exportação
É o agrupamento de empresas com interesses comuns de 
exportar em conjunto, objetivando obter competitividade em 
mercados internacionais, sem perder a sua própria autono­
mia. Trata-se de uma modalidade vantajosa para pequenas 
e médias empresas,que teriam dificuldades de se inserirem 
nos solos do competitivo mercado externo e, ao mesmo tem­
po, de permanecerem com sua identidade jurídica original 
(como a empresa familiar, por exemplo).
Esses consórcios podem ser formados por empresas que 
ofereçam produtos similares, complementares ou mesmo 
concorrentes, reduzindo custos com promoções de produ­
tos, participação em feiras, despesas compartilhadas com 
frete, seguro, despachantes aduaneiros, assessoria jurídica, 
profissional de comércio exterior etc. e conseguindo contra­
tos mais lucrativos.
Sob a forma de consórcios, as empresas, trabalhando em 
conjunto, conseguem enfrentar os entraves da primeira ex­
portação, como os detalhes jurídicos e as adaptações dos 
produtos para o mercado externo. Existem muitos casos de 
sucesso de exportadores brasileiros que se valeram dos con­
sórcios em setores como os de granito no Espírito Santo, cou­
ro e calçados no Rio Grande do Sul, jóias em Teófilo Otoni, 
em Minas Gerais, malhas no Paraná, entre outros.
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Exportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 3 9
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As principais vantagens de desenvolver um consórcio de 
exportação são14:
• redução dos custos de exportação através de despesas compar­
tilhadas;
• ampliação da escala dc produção;
• absorção de novas tecnologias de produção de forma conjunta;
• aumento de conhecimento em marketing internacional;
• aumento da competitividade perante os concorrentes nacionais;
• redução das flutuações estacionais nas vendas;
• redução dos custos unitários dos produtos através da especializa­
ção; |
• efeito moral (motivador) sobre as empresas participantes;
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• possibilidade de criação de uma marca forte;
• aprimoramento do processo de gestão e produção.
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Gstrutura administrativa 
do comércio exterior brasileiro
B.l Agentes intervenientes
O mercado de câmbio é composto de uma série de ins­
tituições que participam de todo o processo de câmbio. 
Cada uma atua de maneira diferente da outra: algumas 
exercem função normativa, outras executiva e fiscalizado- 
ra, outras ainda atuam de forma a garantir a estabilidade 
do sistema. Não importa qual seja o objetivo, todas, em 
conjunto, participam do mesmo projeto, influenciando o 
destino do mercado.
Na Figura 1, apresentam-se os principais agentes interve­
nientes envolvidos com o comércio exterior.
2.I.I Conselho Monetário Nacional (CMN)
É o órgão superior do sistema financeiro nacional. É res­
ponsável pela fixação de diretrizes da política monetária, de 
crédito e cambial do País. Sua função primordial é de cunho 
normativo, ou seja, é de sua competência a normatização do 
sistema financeiro. Suas principais atribuições são: autorizar
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Figura 1 - Estrutura administrativa do comércio exterior brasileiro
Sisbacen Siscomex ------------------------- Exportador / Importador
Bancos autorizados
Fonte: Adaptado de BANCO DO BRASIL, 2005a, p. 11.
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Gxportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 4 3
a emissão de papel-moeda; aprovar os orçamentos monetá­
rios preparados pelo Banco Central; fixar diretrizes e normas 
da política cambial.
2.1.2 Banco Central do Brasil (Bacen)
É uma autarquia cujo objetivo é atuar como órgão executi­
vo central do sistema financeiro. É tido como órgão executor 
das normas e das determinações do CMN, além de ser res­
ponsável por cumprir as disposições que disciplinam o siste­
ma financeiro nacional.
Competem ao Bacen o monopólio sobre a moeda estran­
geira negociada no mercado; o controle do fluxo de caixa 
do País; a fiscalização dos pagamentos e dos recebimentos 
em moeda estrangeira realizados por intermédio dos bancos 
autorizados a operar em câmbio; a regulamentação das ope­
rações cambiais por meio do Regulamento do Mercado de 
Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI), além do estabele­
cimento das regras para a negociação das referidas moedas.
2.1.3 Secretaria da Receita Federal (SRF)
Fiscaliza a entrada e a saída de bens no País, cuidando do 
despacho aduaneiro e do recolhimento de tributos.
2.1.4 Secretaria de Comércio Exterior (Secex)
Define normas e procedimentos administrativos e comer­
ciais implementados pelos seguintes departamentos1:
• Departamento de Negociações Internacionais (Deint) - desenvol­
ve atividades junto a organismos internacionais, além de posicio-
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nar-se sobre retirada de concessões, regras de origem e programas 
de liberalização comercial nos acordos firmados pelo Brasil;
• Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex) - efe­
tua o licenciamento e controle das operações de comércio exte­
rior, definindo normas e procedimentos operacionais;
• Departamento de Defesa Comercial (Decom) - cumpre funções 
de defesa comercial, assegurando que o ingresso de produtos es­
trangeiros no País ocorra em condições legais de comércio;
• Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio 
Exterior (Depla) - formula propostas dc planejamento da ação go­
vernamental e acompanha a execução das políticas e dos progra­
mas de comércio exterior.
2.1.5 Câmara de Comércio Exterior (Camex)
É o órgão integrante do Conselho de Governo que tem 
por objetivo a formulação, a adoção, a implementação e a 
coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio 
exterior de bens e serviços, incluindo o turismo.
2.1.6 Banco do Brasil 5.A.
O Banco do Brasil é visto como o banco mais atuante na 
área de comércio exterior e de financiamento às exportações 
brasileiras. Também pode ser considerado o primeiro banco 
a financiar o comércio exterior brasileiro, tendo iniciado suas 
atividades de financiamento em 1890, com a instalação de 
uma agência em Londres, Inglaterra.
Sempre atuou como agente do governo no comércio exte­
rior brasileiro. A partir de 1990, com a extinção da Carteira 
de Comércio Exterior (Cacex), o Banco do Brasil teve res­
tringida sua esfera de ação, passando a atuar na área como 
prestador de serviços.
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Gxportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 4 5
Atualmente executa, por delegação da Secex, algumas ta­
refas exclusivas que o diferenciam dos demais bancos con­
correntes, como a seguir exemplificado.
Na exportação, emite:
• certificadode origem denominado Form A;
• licença de exportação;
• fatura visa (entre outros).
Na importação, atua como órgão anuente que autoriza 
grande número de operações:
• amparo de drawback;
• comunicado de compra (importação de commodities);
• controle de preços ou prazos de pagamento;
• sujeitas a cotas tarifárias ou não tarifárias;
• sem cobertura cambial (apenas alguns casos).
O Banco do Brasil é o agente exclusivo do governo na ad­
ministração e na concessão do Programa de Financiamento às 
Exportações (Proex) e também na prestação de consultorias 
personalizadas de acordo com as necessidades do cliente.
2.1.7 Banco Nacional dc Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES)
É a instituição responsável pela política de investimentos 
de longo prazo do governo federal, sendo a principal institui­
ção financeira de fomento do País. Oferece diversas modali­
dades de financiamento à exportação.
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2.1.8 Dealers
São instituições credenciadas pelo Bacen a agir, em nome 
deste, no mercado de câmbio, negociando títulos públicos. 
Atuam como agentes comprando e vendendo moeda em 
nome do Bacen. Assim, quando a cotação da moeda estran­
geira sobe ou desce para patamares não recomendados, as 
dealers trabalham de forma a regular o mercado.
2.1.9 Bancos credenciados a operar em câmbio
São os responsáveis pelas atividades cambiais realizadas 
entre as nações, ou seja, compram e vendem moeda estran­
geira, prestam serviços etc., atuam como intermediários entre 
exportador e importador, bem como entre todos os demais 
que compram e vendem moeda estrangeira.
2.1.10 Exportadores, importadores 
e demandantes em geral
São os principais agentes que intervém no processo. 
As operações de câmbio existem em decorrência de suas 
necessidades, que são das mais variadas: comércio e troca 
de bens e serviços, pagamentos de principal e juros de dívi­
das, transferências financeiras e demais transações interna­
cionais.
2.1.11 Corretoras de câmbio
As corretoras são empresas especializadas em vários tipos 
de assessoria. Nas operações de câmbio, atuam como inter­
mediárias entre o banco e o exportador/importador. Como
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exportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 4 7
agrupam as operações de câmbio, conseguem taxas compe­
titivas para seus clientes.
B.2 Sistemas informatizados
de apoio ao comércio exterior
A informatização simplificou os procedimentos de acom­
panhamento e controle das operações de comércio exterior. 
Existem os sistemas informatizados nacionais - Sisbacen e 
Siscomex os quais se integram aos diversos órgãos gover­
namentais que atuam como anuentes ou intervenientes, e o 
sistema internacional - Swift - , que processa as transferências 
internacionais de valores entre as instituições financeiras.
Os sistemas nacionais ampliaram os pontos de atendimen­
to no País por meio eletrônico, eliminando a coexistência 
de controles e sistemas de coleta de dados, simplificando e 
padronizando as operações de comércio exterior. Também 
ocorreu, para todos os envolvidos nos processos, significativa 
redução do volume de documentos, agilidade na coleta e 
no processamento de informações, redução de custos admi­
nistrativos e crítica dos dados utilizados na elaboração das 
estatísticas de comércio exterior.
2.2.1 Sistema de Informações
do Banco Central (Sisbacen)
Criado em 1985, é um sistema eletrônico no qual são re­
gistradas as operações de câmbio brasileiras. Trata-se de um 
sistema de coleta, armazenagem e troca de informações que 
liga todos os bancos ao Bacen. Por intermédio desse sistema, 
realizam-se o controle e o acompanhamento das atuações dos
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bancos autorizados a operar em câmbio, sendo que o monito­
ramento pode se dar em tempo real, e as medidas para estabi­
lização da moeda podem ser adotadas tempestivamente.
2.2.2 Sistema Integrado de
Comércio Exterior (Siscomex)
Criado na década de 1990 e instituído em duas etapas (ex­
portação e importação), o Siscomex é um instrumento in­
formatizado que tem a finalidade de registrar, acompanhar 
e controlar as operações de comércio exterior, gerenciando 
dados provenientes de todos os órgãos e agentes que nele 
atuam. "É uma ferramenta facilitadora, que permite a ado­
ção de um fluxo único de informações, eliminando controles 
paralelos e diminuindo significativamente o volume de docu­
mentos envolvidos nas operações."2
Por meio do Siscomex é exercido o controle governamen­
tal das transações comerciais brasileiras, integrando-se ativi­
dades afins da SRF, que faz o controle aduaneiro, da Secex, 
que faz o controle comercial, e do Bacen, que faz o controle 
cambial, o que permite o acompanhamento, a orientação e 
o controle das diversas etapas do processo de exportação e 
importação.
Na concepção e no desenvolvimento do sistema informati­
zado, foram introduzidos de forma harmônica conceitos, có­
digos e nomenclaturas utilizados no comércio internacional, 
tornando possível a adoção de um fluxo único de informa­
ções. "As operações registradas no Siscomex são analisadas 
online tanto pelos órgãos gestores, quanto pelos órgãos anuen­
tes que estabelecem regras específicas para o desembaraço de
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Gxportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 4 9
mercadorias dentro de sua área de competência." O módulo 
Eletrônico está incorporado ao Siscomex desde 2001.3
E .E .3 Society for Worlduide Interbank Financial 
Telecommunication (Sw ift)
É um sistema eletrônico utilizado pelo sistema financeiro 
mundial que confere agilidade às operações bancárias. Foi 
criado com a finalidade de facilitar a comunicação interna­
cional entre os bancos, garantindo a obtenção de segurança, 
padronização de procedimentos, rapidez e economia ao se 
realizarem transferências financeiras internacionais.
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>>> capítulo 3
Mercado decâmbio
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3.1 Histórico do câmbio no Brasil
Nos últimos anos, o mercado de câmbio brasileiro passou 
por profundas transformações, sendo que, até dezembro de 
1988, ele era constituído por um mercado oficial e um para­
lelo de divisas.
O mercado oficial, chamado de Mercado de Taxas Admi­
nistradas (MTA), era inteiramente regulado pelo Bacen, que 
fixava diariamente as taxas máximas e mínimas admitidas 
para as operações com moedas estrangeiras e impunha li­
mites quantitativos para os vários tipos de transações. Não 
havia oscilação, e sim desvalorização cambial, sempre pro­
gramada e controlada.
Havia a figura da maxidesvalorização, que consistia numa 
desvalorização brusca da moeda nacional. Algumas máxis 
foram de 20% e outras de 30% , ocorrendo com isso um for­
te incentivo às exportações e inibindo-se as importações.
Importar não era fácil. Existia uma série de controles 
administrativos das importações, como, por exemplo, os
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contingenciamentos*. Havia o Programa de importação 
(PIM), controlado pela Cacex, o qual consistia num estudo 
prévio do exportador/importador, que recebia uma cota, ex­
pressa em dólares, quando se tratava dos Estados Unidos, ou 
em outras moedas. Essa quantia representava o limite que a 
empresa nacional tinha para importar mercadorias.
Existiam, também, inúmeras restrições a países, mercado­
rias e formas de pagamento, bem como uma infinidade de 
exigências normativas - que, praticamente, inviabilizavam os 
projetos de modernização do parque industrial - e bruscas 
elevações da taxa cambial, que impediam um planejamento 
de longo prazo.
O mercado paralelo abrigava não só as operações propria­
mente ilegais originárias do contrabando e de outras nego­
ciações ilícitas, como as decorrentes do subfaturamento das 
exportações e do superfaturamento das importações, como 
também aquelas praticadas em decorrência das excessivas 
restrições regulamentares motivadas pela escassez de divi­
sas, que acabava por encaminhar para esse mercado opera­
ções legítimas, porém não regulamentadas. Havia, então, um 
segmento paralelo constituído de transações legítimas mes­
cladas a outras típicas de um setor genuinamente marginal, 
baseado em operações escusas, rejeitadas pela sociedade.
Com vistas a legalizar operações de reconhecida legitimida­
de, trazer os agentes de mercado para a formalidade - com a 
conseqüente transparência dos negócios realizados, permitin­
do o conhecimento e o controle das transações por parte do 
Bacen - e estabelecer uma taxa cambial que flutuasse livre­
mente, o CMN criou, por meio da Resolução n° 1.552, de 22 
de dezembro de 1998, o Mercado de Taxas Flutuantes (MTF).
* Contingencia­
mentos: política 
adotada pelo 
governo que 
consiste na im­
posição de limi­
tes à importação 
de determinados 
produtos ou 
na estipulação 
de cotas para a 
entrada destes 
no País, visando 
estimular a 
produção interna 
dessas mercado­
rias. São, pois, 
barreiras não 
tarifárias.
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Para operar nesse mercado, foram credenciadas as institui­
ções financeiras, bem como as sociedades corretoras e distri­
buidoras de títulos de valores mobiliários, além das agências 
de turismos e meios de hospedagens.
O mercado de câmbio no Brasil passou, então, a conviver 
com dois mercados legais: o de taxas administradas e o de 
taxas flutuantes, além do mercado paralelo.
Foi a partir do governo de Fernando Collor de Mello que 
mudanças profundas começaram a surgir. Em março de 
1990, o CMN, por meio da Resolução n° 1.690, de 18 de 
março de 1990, promoveu a transformação do então MTA 
em Mercado de Câmbio de Taxas Livres (MTL). Acabou a 
Cacex e o PIM foi extinto; o câmbio se tornou livre, o que se 
constituía em uma antiga e justa reivindicação dos exporta­
dores brasileiros.
Por conseqüência, as barreiras de importação começaram 
a cair, e as tarifas passaram a ser revistas, baixando-se grada­
tivamente a média das alíquotas, que era de 40% . O Brasil 
entrava na era da globalização.
Com a criação da moeda R eal em 1994, o País conse­
guiu uma estabilidade econômica apoiada basicamente na 
política cambial e de juros altos, que incentivou o ingresso 
em massa dos capitais estrangeiros. Registrou-se a entrada no 
Brasil de investimentos, aplicações especulativas e muito di­
nheiro com as mais variadas finalidades, fazendo as reservas 
nacionais aumentarem consideravelmente. O Real flutuava 
em minibandas, sendo estabelecido o mínimo e o máximo 
entre os quais a moeda brasileira poderia flutuar, o que per­
mitia aos importadores que programassem suas dívidas em
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5 4 Rossandra Mara Assumpção
moeda estrangeira. Assim, o Real se desvalorizava abaixo da 
inflação; com isso, cresceram as importações, mas as expor­
tações não conseguiram acompanhar o mesmo ritmo, origi­
nando os déficits comerciais.
Em outubro de 1997, houve a crise Asiática* e com ela os 
capitais voláteis responsáveis por grande parte do superávit 
cambial começaram a deixar o País. Foram sucessivas crises, 
todas afetando a credibilidade do Real.
Em janeiro de 1999, a fuga de capitais do Brasil atingia o 
patamar de 1 bilhão de dólares por dia, forçando o governo 
a efetuar troca no comando do Bacen** e a mudar a política 
cambial. O Dólar passou a flutuar livremente. Em poucos 
dias, a cotação, que era de R$ 1,32 por dólar, alcançou o 
patamar de R$ 2,00.
Na primeira quinzena de janeiro do mesmo ano, o Brasil 
passou a ter o sistema de câmbio flutuante, com intervenções 
pontuais do Bacen sempre que este considerasse necessário, 
caracterizando-se, assim, a "flutuação suja" (dirty floating). 
Além disso, essa autoridade monetária iniciou procedimen­
tos para unificação do mercado de câmbio, criando inicial­
mente uma taxa única e mantendo como antes as formas de 
registros e contabilização entre os dois mercados.
Em março de 2005, o Bacen anunciou uma série de me­
didas para tornar menos burocráticas e mais liberais as ope­
rações com moeda estrangeira. Entre elas, foi anunciada a 
unificação do câmbio: deixaram de existir diferenças entre o 
MTL e o MTF, e passou a haver um único mercado de câm­
bio sujeito a apenas um conjunto de regras.
* A crtse asiática 
foi disparada 
por um processo 
de fuga de 
capital, com 
correspondente 
redução das 
reservas externas 
e deflação de 
ativos financeiros 
das economias 
emergentes asiá­
ticas (Tailândia, 
Malásia, 
Indonésia, 
Filipinas e Coréia 
do Sul). As mo­
edas nacionais 
desses países 
mergulharam, 
na época, em 
queda livre em 
relação ao Dólar, 
e a repercussão 
desse processo 
teve amplitude 
global.
** Saída de 
GustavoFranco 
e entrada de 
Francisco Lopes, 
que posterior­
mente foi 
substituído por 
Armínio Fraga.
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Gxportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 5 5
Em agosto de 2006, por meio da Resolução n° 3.389, o Ba- 
cen, entre outras medidas, atende a antigas reivindicações de 
exportadores, permitindo às empresas manterem, no exte­
rior, 30% da receita de suas vendas externas de mercadorias 
e serviços, as quais podem ser usadas somente na realização 
de investimentos, aplicações financeiras e pagamentos de 
despesas em moeda estrangeira.
B.E O câmbio no Brasil
O fato de determinado país não aceitar moedas estrangei­
ras no pagamento das exportações nem moeda nacional no 
pagamento das importações constitui a base de um mercado 
em que são transacionadas as moedas cios diversos países.
A função básica da moeda como intermediária de trocas 
traduz-se em servir como meio de pagamento de aceitação 
geral. Reside nessa função a razão principal, ou determinan­
te, do aparecimento da moeda, qual seja, a de facilitar o pro­
cesso de circulação de bens.
No passado, para transmitir ao público à idéia de solidez 
e confiabilidade e também para controlar a expansão mone­
tária, as moedas fortes eram emitidas com um lastro em um 
metal, geralmente ouro. Nessa época, o conceito de conver­
sibilidade de uma moeda fundamentava-se na possibilidade 
de sua conversão em ouro, já que sua emissão era garantida 
por lastro-ouro. Os portadores dessas moedas tinham o di­
reito de trocá-las, a qualquer momento, por uma quantidade 
daquele metal precioso equivalente ao valor nelas expresso.
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exportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 5 7
internacional como reserva cie valor, necessitando, para isso, 
de um alto índice de estabilidade.
Verifica-se que no rol das moedas conversíveis estão rela­
cionadas apenas as moedas dos países considerados desen­
volvidos, o que leva a concluir que a aceitabilidade e o grau 
de confiança decorrem de vários fatores, entre os quais se 
destacam a confiança depositada no governo, o potencial do 
país emissor (representado pelos recursos de que dispõe), a 
capacidade de produção, o grau de desenvolvimento, a esta­
bilidade política, a segurança e a paz social.
As principais moedas conversíveis utilizadas atualmente 
em operações de comércio internacional são as seguintes1:
• Dólar americano - USD;
• Dólar canadense - CAD;
• Dólar australiano - AUD;
• Libra esterlina - GBP;
• Franco suíço - CHF;
• Coroa dinamarquesa - DKK;
• Coroa sueca - SEK;
• Coroa norueguesa - NOK;
• Iene japonês - JPY;
• Eu ro -EU R .
já a inconversibilidade ocorre quando existem limites quanto 
à conversibilidade (aceitação). Diz-se que a moeda é fraca, 
ou seja, não é aceita livremente nas transações com outros
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5 8 Rossandra Mara Assumpção
países. "Comumente, as moedas inconversíveis são as de paí­
ses subdesenvolvidos, em desenvolvimento ou emergentes".2
Atualmente o comércio não se faz com a troca direta de 
mercadoria, embora alguns países se utilizem também desse 
sistema simples. O mais comum são as trocas intermediadas 
pela moeda que geram o que se costuma chamar de divisas3, 
definidas como
as disponibilidades que um país possui, em moedas estrangeiras, ob­
tidas pelas exportações, pelos empréstimos de capitais, vendas de 
tecnologias, direitos de patentes etc. O termo divisas compreende 
as próprias moedas estrangeiras, letras de câmbio, ordens de paga­
mento, cheques, cartas de crédito, saldos das agências bancárias no 
exterior etc.4
Esse mercado de troca é denominado mercado de câmbio 
ou mercado de divisas e compreende, além dos exportadores 
e dos importadores, as bolsas de valores, os bancos, os cor­
retores e outros elementos que, por qualquer motivo, tenham 
transações com o exterior. Eventualmente, pode abranger as 
chamadas autoridades monetárias do país (Tesouro Nacional 
e Bancos Centrais).
No Brasil, as operações de câmbio náo podem ser praticadas livre­
mente e devem ser conduzidas por um estabelecimento bancário 
autorizado a operar em câmbio. [...] O Estado brasileiro detém o mo­
nopólio da moeda estrangeira e o exerce por intermédio do Bacen, 
que, através do Sisbacen, contabiliza e monitora todas as operações 
que envolvam a moeda estrangeira, tendo controle efetivo sobre as 
operações do mercado de câmbio e, portanto, podendo dosar seu 
impacto sobre a política cambial/
A principal fonte de instruções do Bacen que disciplina o 
mercado de câmbio é o RMCCI.
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Gxportação e importação: conceitos e procedimentos básicos 5 9
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Portanto, todas as pessoas, físicas ou jurídicas, que deseja­
rem realizar uma operação cambial deverão cumprir certas 
exigências determinadas pelas autoridades monetárias.
Quanto aos agentes participantes - compradores e vende­
dores de moeda estrangeira - , podemos classificar o merca­
do em6:
• de câmbio primário: é aquele no qual são realizadas as 
operações cambiais entre os bancos e seus clientes não 
bancários. Quando o banco, por exemplo, adquire di­
visas de um exportador e as vende a um importador, 
essas operações são concretizadas no chamado merca­
do primário;
• de câmbio secundário ou interbancário: como o próprio 
nome indica, trata-se do mercado em que são realiza­
das apenas operações entre bancos.
Quanto à data de entrega das divisas, existem, no Brasil, 
dois mercados distintos7:
• de câmbio à vista: são efetuadas as operações prontas, que são 
operações de compra e venda de divisas para entrega imediata 
(D+0 ou DO) ou em ate, no máximo, dois dias úteis (D+2 ou D2), 
contados da data da operação;
• de câmbio a termo: compreende as operações futuras de câm­
bio (forward exchange), que são a compra ou a venda de divisas 
estrangeiras - a uma taxa cambial determinada por ocasião da 
contratação - e que serão entregues em data futura. São realizadas 
por exportadores, importadores, investidores em moeda estran­
geira etc., os quais procuram, assim, evitar os riscos de flutuações 
nas taxas cambiais.
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