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ESTATUTO DO IDOSO

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Prévia do material em texto

Estatuto do idoso – Lei nº 10.741/2003 – Prof. GILBERTO THUMS - Direito Penal IV
Lei nº 10.741/2003� - ESTATUTO DO IDOSO
Segue abaixo o texto referente à matéria penal
O Estatuto do Idoso é, a exemplo da Lei Maria da Penha que protege a mulher contra agressão no âmbito familiar -, o diploma legal competente a preservar direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos, tudo com vistas a educar a sociedade e amparar aquele que caminha para a chamada melhor idade. Neste sentido, a o art. 4º do EI dispõe de instrumentos que visam a dar atendimento preferencial ao idoso bem como de outros que tendem a evitar que ele seja objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão. 
“A velhice é ainda motivo de controvérsias quanto á natureza e dinâmica de seu processo, apesar de ser um fenômeno comum a todos os seres vivos, porém o aumento da expectativa de vida e o consequente crescimento do número de idosos revelam dois fatos aparentemente antagônicos: o de aumentar a duração da vida da população e, de outro, o de trazer á tona os múltiplos problemas médicos, sociais e econômicos, que, com frequência, se acham interligados, particularmente em indivíduos da terceira idade” (Renato Maria GUIMARÃES, 2004).
Segundo dados do IBGE, o Brasil caminha velozmente rumo a um perfil demográfico cada vez mais envelhecido. Em 2000 para cada pessoa com 65 anos ou mais, aproximadamente 12 pessoas estavam na faixa chamada de potencialmente ativa, ou seja, entre 15 e 64 anos, contudo, estima-se que no ano de 2050 para cada pessoa com 65 anos ou mais, pouco menos de 3 estarão na faixa de potencialmente ativa.
Do aumento considerável da faixa etária idosa, depreende-se ainda o surgimento de situações de abandono, negligência e maus tratos, fruto da discriminação social que infelizmente existe em detrimento a esse grupo social. Verifica-se que o Estatuto do Idoso visa à proteção dos idosos contra qualquer tipo de violência, quer por ato negligente, ou de qualquer tipo de discriminação, violência física ou moral, ou ato de crueldade, ou opressão, ou maus tratos, 
O EI determina em seu art. 6º que Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
Quanto aos crimes do EI, há figuras penais semelhantes no CP, todavia os crimes específicos visam a dar maior visibilidade ao espectro de proteção do idoso
Causou estranheza, no entanto, o conteúdo normativo do artigo 94, da Lei 10.741/03, que prevê:
Art. 94 . Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
STF - ADI 3096/DF, cuja relatora foi a Ministra Cármen Lúcia que se posicionou, acompanhada pelo Pleno da Suprema Corte, da seguinte maneira :(Info. 591) O Tribunal julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Procurador-Geral da República para dar interpretação conforme ao art. 94 da Lei 10.741/2003 [Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.], no sentido de que aos crimes previstos nessa lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos, aplica-se a Lei 9.099/95 apenas nos aspectos estritamente processuais, não se admitindo, em favor do autor do crime, a incidência de qualquer medida despenalizadora v. Informativo 556. Concluiu-se que, dessa forma, o idoso seria beneficiado com a celeridade processual, mas o autor do crime não seria beneficiado com eventual composição civil de danos, transação penal ou suspensão condicional do processo. Vencidos o Min. Eros Grau, que julgava improcedente o pleito, e o Min. Março Aurélio, que o julgava totalmente procedente. ADI 3096/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 16.6.2010. (ADI-3096)
Como se vê, a Ministra, de maneira adequada, optou por dar ao texto legal impugnado interpretação conforme à Constituição. A interpretação conforme é método de filtragem constitucional, por meio do qual a interpretação que se dá às leis é feita sob a lente da Lei Maior, ou seja, sob a ótica constitucional. Pelo princípio da interpretação conforme, o STF faz um juízo de constitucionalidade das leis infraconstitucionais, desde que a norma seja interpretada de uma certa forma, evitando assim a sua expulsão da eficácia (e não vigência) no ordenamento jurídico. Dessa forma foi o entendimento do STF, de acordo com o qual, o artigo 94 do Estatuto do Idoso deve ser entendido no sentido de que aos crimes por ele previstos, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos, aplica-se a Lei 9.099/95 apenas para aproveitar a celeridade processual, o que beneficia o idoso. Não se pode, por outro lado, aplicar ao acusado as medidas despenalizadoras, pois este sim seria um posicionamento inconstitucional.�
Necessário mencionar o seguinte:
Os crimes do Estatuto do Idoso com pena máxima até 2 anos, continuam sendo crimes de menor potencial ofensivo e se sujeitam à Lei nº 9099, admitindo transação penal, por exemplo. Diversamente da Lei Maria da Pena, que exclui expressamente a incidência da Lei nº 9099 a interpretação e aplicação da Lei nº 10.340.
Os crimes do Estatuto do Idoso com pena máxima superior a 2 anos até 4 anos, seguem o rito da Lei nº 9099, mas não são passíveis de aplicação dos institutos despenalizadores da composição de danos e transação penal. Apenas se aplica o rito processual mais célere da Lei nº 9099.
Os crimes do Estatuto do Idoso tratam de proteger o idoso pela sua condição peculiar de pessoa mais suscetível a determinadas violações de direitos. Assim, a edição de crimes específicos tendo o idoso como vítima está na condição de vulnerabilidade do idoso.
O Estatuto do Idoso alterou vários tipos penais, conferindo-lhe forma qualificadas ou majoradas se a vítima é pessoa idosa. Assim, previu agravante no art. 61, II, h; majorante para o homicídio doloso, art. 121, § 4º; majorante para o abandono de incapaz, art. 133, III; forma qualificada para a injúria e majorante para os demais crimes contra a honra; art 140, § 3º e 141, inc. IV, respectivamente; majorante para o sequestro, art. 148, § 1º ; majorante para o crime de extorsão mediante sequestro, art. 159, § 1º; afastou a escusa absolutória para os crimes contra o patrimônio, sem violência ou ameaça à pessoa; art. 183, III; incluiu a pessoa idosa no art. 244 do CP, aundo há abandono material; majorante ara a conrraveção penal de vias de fato, art, 21 da LCP; majorante para os crimes de tortura se praticado contra pessoa idosa; art. 1º, § 4º, da Lei nº 9455.
OS CRIMES
I - Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
     Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
     § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
     § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Trata-se de crime contra a dignidade do idoso em razão de suas condições específicas inerentes à idade. Discriminar significa tratar com diferença, fazer distinção numa situação concreta. Por exemplo: o idoso tem mais dificuldade de subir no ônibus e, o motorista, em vez de facilitar ao idoso, o trata mal e coloca o veículo em movimento antes de concluir a subida do degrau; ou ainda, o motorista de ônibus não pára no ponto, porque só tem um passageiro e se tratade idoso. Houve tratamento diferenciado e, portanto discriminação. É o crime do art. 96.
A discriminação ao direito de contratar é uma situação bem difícil. Veja-se um idoso de 95 quer um financiamento bancário para imóvel e pagar em 30 anos. O banco não pode negar por causa da idade, mas pode exigir um seguro que torna o empréstimo inviável economicamente e não é obrigado a aceitar a cláusula de quitação do financiamento no caso de morte do mutuário.
O elemento subjetivo que move o agente é idade da vítima.
Já o § 1º tem outra motivação, a idade da vítima não é relevante, até porque o agente muitas vezes é o cuidador, é filho ou neto do idoso ou pessoa que acolhe o idoso. Estas pessoas praticam atos de humilhação, menosprezo, discriminação ou desdém contra o idoso por qualquer motivo. Geralmente decorre da dificuldade de relacionar-se com o idoso. Veja-se a situação do idoso que não gosta de tomar banho. Alguém vai obriga-lo a fazer e o idoso vai reclamar. Nesta relação surgem muitas vezes as ofensas de palavras agressivas. Chamar um idoso de inútil, vagabundo, imprestável, não é capaz de lavar as cuecas. É humilhação e menosprezo, mas também pode ser injúria.
O ato de humilhar o idoso pode ter duas interpretações. É necessário confrontar o art. 96, § 1º do Estatuto do Idoso com o art. 140, § 3º do CP.
Veja-se a redação do art. 140, § 3º do CP: Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Este crime do art. 140, § 3º tem como característica a ofensa à dignidade ou ao decoro da vítima por ser pessoa idosa. Ex. chamar um idoso de ‘velho inútil, velho sem noção, velho gagá, velho tarado’, etc. Todas as ofensas demonstrar que o agente dá importância à condição de velho. Isso configura o crime do art. 140, § 3º do CP, com pena de reclusão de 1 a 3 anos, portanto é mais grave do que a pena prevista para o art. 96, § 1º do Estatuto do Idoso (6 meses a 1 anos). 
O art. 96 § 1º do Estatuto do Idoso pune com pena de 6 meses a 1 ano, quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. Portanto o que leva o agente a discriminar, menosprezar, humilhar ou desdenhar NÃO É A IDADE da vítima, mas outros motivos. Por exemplo: a pessoa que cuida um idoso, chama-o de relaxado, porco, etc., porque não toma banho. O idoso está sendo humilhado. Se o filho não deixa o pai idoso almoçar com a família, porque tem linguaja’, o idoso está sendo discriminado; se o idoso tem dificuldades de mastigar certos alimentos e as pessoas no seu entorno fazem piada desta situação, o idoso está sendo humilhado.
O Estatuto do Idoso prevê a possibilidade de majorar a pena em 1/3 se o agente que praticar o crime do art. 96 é cuidador da vítima ou tem responsabilidade sobre ela (§ 2º ).
Resumindo: 1. é possível ofender a honra de um idoso sem vínculo com a idade da vítima, e sem significar desdém, menosprezo, discriminação ou humilhação, neste caso, será uma injúria simples – art. 140, ‘caput’ do CP, mas haverá a aplicação da majorante prevista no art, 141, inc. IV; 2. Caso a ofensa à honra do idoso tenha por motivação a sua idade e se trata de crime de injúria, está caracterizado o crime do art. 140, § 3º, do CP, sem aplicação da majorante do art. 141, IV; 3. Se a ofensa ao idoso consiste em atos que não levam em conta a idade, mas aspectos que caracterizam humilhação, menosprezo, discriminação ou desdém ao idoso, temos o crime do art. 96, § 1º, do Estatuto do Idoso. 
Não podemos perder de vista que a ação penal nos crimes contra a honra do CP é privada, como regra, enquanto os crimes do Estatuto do Idoso são de ação penal pública incondicionada.
II - Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:
     Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
     Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
O art. 97 do Estatuto do Idoso tem semelhança com o tipo penal do art. 135 do CP, omissão de socorro, curiosamente a pena é a mesma entre os dois dispositivos. Qual a lógica?
A pessoa idosa deve em situação de perigo, ou necessitar de assistência à saúde. O agente deve ter o dever prestar assistência. Normalmente é o cuidador ou pessoa com que convive o idoso. A saúde ou a vida do idoso está em perigo. Acidentes domésticos são situações comuns que reclamam assistência ao idoso que está colocando sua vida ou integridade física em perigo. Em caso de doença, muitas vezes os familiares não tomam providências para que o idoso tenha acesso aos serviços de saúde. Muitos alegam que não tem tempo e que precisam trabalhar, todavia há um dever de solidariedade com a saúde do idoso. Não se importar com uma doença grave do idoso, pode leva-lo à morte. 
É possível ocorrer lesão corporal grave ou até a morte da vítima. Estes resultados não são desejados pelo agente, por isso se afirma que são crimes preterdolosos. No caso de o agente desejar a morte da vítima, haverá homicídio doloso por omissão intencional.
Comparando o art. 97 do o art. 135 do CP: 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
A distinção entre o art. 97 do Estatuto do Idoso e do art. 1535 do CP é a maior amplitude daquele em relação à assistência à saúde, identificada pelos verbos ‘retardar’ ou ‘dificultar’. O autor do crime é a pessoa que é cuidadora ou de alguma forma tem responsabilidade sobre a pessoa idosa. Se for pessoa estranha ao dever de prestar assistência, haverá incidência do art. 135 do CP, com pena menor.
III - Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Este crime nada tem a ver com o crime de abandono de incapaz – art. 133 do CP – pois expressamente prevê as situações em que o abandono pode ocorrer. Há duas espécies de abandono no tipo penal. A primeira é de abandono afetivo, embora a doutrina não admita que se trate de abandono de afeto, fica evidente na medida em que o abandono ocorre em hospitais, casas de saúde, instituições de longa permanência (asilos). O idoso não está passando fome nem sofrendo de doença sem atendimento. Ele simplesmente está abandonado, sem atenção, sem afeto. Na segunda parte do art. 98 está o abandono material, isto é, a lei pune aquele que deixa de prover as necessidades básicas do idoso (comida, casa, roupa) da pessoa que tem o dever de cuidar dos idoso (por lei ou por determinação judicial).
Não se aplica, no caso, o art. 244 do CP, que trata do abandono material em geral.
IV - Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
        Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
        § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
        § 2o Se resulta a morte:
        Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
        
Trata-se de crime de maus-tratos contra idoso, à semelhança do art. 136 do CP. A integridade física ou psíquicaou a saúde do idoso fica exposta a perigo diante de várias situações: o idoso encontra-se em local em condições desumanas ou degradantes (idosos dormem em porões úmidos, casinhas de cachorro, ou locais insalubres e impróprios para seres humanos; o idoso também pode ser privado da alimentação ou em quantidade insuficiente para as necessidades diárias de calorias; outra situação é o idoso privado de cuidados indispensáveis de higiene; ou ainda, o idoso fica submetido a trabalho excessivo ou inadequado, porque se entende que deve trabalhar para passar o tempo. Muitos idosos ficam escravizados pelos cuidadores.
O crime do art. 98 é de perigo concreto, isto é, algo efetivamente está colocando a saúde física, psíquica ou a integridade física em perigo. Se resultar lesão corporal grave, haverá a incidência da qualificadora do § 1º, e se resultar a morte, aplica-se o § 2º , sempre tendo em conta que se trata de crime preterdoloso.
Ver acórdão ao final.
V - Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
        I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
        II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
        III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
        IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
        V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
        
No art. 100 há 6 figuras penais com pena de 6 meses a 1 ano, todas independentes. O inciso I mostra-se de aplicação bem restrita, pois refere-se a acesso a cargo público depois dos 60 anos, quando a maioria das pessoas está preparando a aposentadoria. Considerando que o edital e a legislação estabelecem os requisitos para tomar posse, entendo que o servidor que cumprir a lei e impedir que idoso assuma cargo público não pratica o crime em comento, por ausência de dolo de violar os direitos do idoso.
No inciso II temos o crime de empresa privada que nega emprego ao idoso. Ora, já é difícil para jovens e adultos altamente preparados para as funções, conseguirem emprego, para um idoso será muito pior. Tenho para mim que se trata de dispositivo hipócrita, feito por políticos irresponsáveis.
No inciso III trata do crime de quem dificulta, retarda ou recusa atendimento ou assistência à saúde do idoso. Neste caso não se refere aos cuidadores ou responsáveis pelo idoso, que seria o crime do art. 97. O inciso III trata das pessoas que trabalham em casas de saúde, hospital, pronto socorro, etc, e retardam ou dificultam o atendimento.
O inciso IV refere-se à desobediência à ordem judicial, que foi expedida em ação civil baseada no Estatuto do Idoso. 
O inciso V trata do procedimento preparatório – inquérito civil – promovido pelo Ministério Público na defesa dos direitos do idosos, e o agente recusa, retarda ou omite dados técnicos.
VI - Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Trata-se de norma que visa a proteger o idoso nas ações civis promovidas pelo idoso ou em que é interveniente. Obviamente não se aplica às ações em que idoso é réu, porque quanto mais tempo demorar o processo de réu idoso mais fácil ocorrer a prescrição. Trata-se de mais um privilégio conferido ao idoso, para ter preferência no cumprimento de mandados, despachos e demais decisões de impulso processual.
VII - Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
        Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
        
Trata-se de crime contra o patrimônio do idoso, à semelhança do art. 168 do CP. Todavia o crime do art. 102 possui dois verbos nucleares – apropriar-se e desviar. Assim, na apropriação propriamente dita, o agente está na posse dos bens do idoso (dinheiro, valores, objetos, bens em geral), enquanto no desvio o agente pratica algum ato fraudulento, ludibriando a boa-fé do idoso e tira proveito direto dos bens da vítima. Assim, apresentar conta falsa, gastos inexistentes, etc, fazendo o idoso pagar é um ato de desvio de dinheiro, que muito se assemelha ao crime de estelionato (art. 171). A Lei nº 13228/2015, acrescentou o § 4º ao art. 171 do CP, determinando que a pena do estelionato é aplicada em dobro, no caso de vítima idosa. Assim, na apropriação de bens, dinheiro, de idoso, se houver fraude para obter vantagem indevida, haverá o crime de estelionato, com pena em dobro da prevista no art. 102, portanto não tem muito sentido o art. 102 na forma de desvio de bens.
VIII - Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
       
Trata-se de crime próprio de agente responsável por entidade de permanência de idosos (asilos). O crime consiste em negar o acolhimento, ou se já acolhido, negar a permanência do idoso na entidade, porque este se recusou em outorgar procuração à entidade. O objetivo é claro, a entidade quer administrar o dinheiro do idoso e este, por sua vez, perde o controle sobre seus gastos. Não se trata de desviar bens, nem de fraudar o idoso para obter vantagens indevidas. Se isto acontecer, então haverá outros crimes.
No caso do art. 103, é simplesmente o ato de obter a procuração do idoso para o gerenciamento dos valores percebidos mensalmente pelo idoso.
IX - Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
        
Trata-se de crime em que o agente busca garantir-se em receber dívidas futuras ou pretéritas do idoso. O caso mais comum são comerciantes de gêneros alimentícios ou prestadores de serviços que, retêm o cartão magnético do idoso relativo à conta bancária, proventos ou pensão, ou qualquer documento do idoso, com o objetivo específico de assegurar o recebimento ou o ressarcimento de dívida. 
Observação: não há fraude contra o idoso no sentido de receber valores indevidos, porque então haverá outros crimes. No caso do art. 104 é somente a conduta de reter o cartão ou documento. O idoso perde com isso a administração de sua conta bancária ou valores relativos à pensão ou proventos. Exemplificando: proprietário de minimercado no interior do Ceará foi flagrado com 132 cartões de banco de idosos, com senha colada no verso, para os quais vendia fiado mensalmente. No final do mês sacava o dinheiro e fazia acerto com o devedor idoso. Se sobrasse dinheiro, devolvia. Se faltasse, ficava anotado para o mês seguinte. Se as anotações do comerciante forem falsas para prejudicar o idoso, haverá concurso de crimes com o art. 104.
X - Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
        Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
        
O crime em tela refere-se às condutas relacionadas às imagens de idosos, que se consideram depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso. Atinge a dignidade do idoso. O crime não se confunde com a injúria nem com injúria por preconceito de idade. Trata-se de veicular ou exibir imagens ou informações através de veículo de comunicação social. O objetivo é preservar os idosos contra a exploração sensacionalista de imagens de idosos. Ressalta-se que, havendo objetivo de informar ou denunciar descaso com idosos, as imagens podem ser divulgadas, mas nuncamostrando o rosto, que deve ser ‘borrado’ ou imagem desfocada.
XI - Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
        Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
        
O crime em tela refere-se à pessoa idosa sem discernimento de seus atos, que foi induzida a outorgar procuração para administração de seus bens ou deles dispor livremente. Significa que a conduta é mais grave do que simples estelionato. O sujeito ativo deste crime é uma pessoa gananciosa e interesseira em causar danos patrimoniais ao idoso e beneficiar-se ilicitamente. Entendo que se trata de crime em que o dano está implícito no tipo.
É preciso ter cuidado para não confundir pessoas com idade avançada, mas lúcida, com pessoa idosa sem discernimento de seus atos, que deveria estar interditada.
Se o agente dilapidar o patrimônio do idoso, alienando os bens, é possível, numa interpretação mais radical, entender que haja concurso de crimes do EI (art. 106 e 102).
XII - Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:
        Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
       
Trata-se de coação, em qualquer de suas formas, contra pessoa idosa para que faça testamento, doação, contratos, ou outorgue procuração. A forma de agir do agente está revestida de extrema malícia, visto que o idoso é geralmente vulnerável a pressões. Qualquer forma de ameaça de expulsá-lo da casa, abandoná-lo ou de proibir visitas de netos ou outros parentes, já constitui um gravame suficiente para reconhecer a figura em tela. A coação não necessita de violência física ou grave ameaça. Chantagem pode ser uma forma de coação, desde que o idoso seja psiquicamente vulnerável. O crime contempla a hipótese de dano patrimonial ao idoso, na medida em que a pena é de 2 a 5 anos.
 XIII - Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida representação legal:
        Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
O tipo penal consiste em lavrar ato notarial, envolvendo, escrituras, procurações (por exemplo: para recebimento de proventos de aposentadorias), testamentos de todas as formas, reconhecimento de firma e declarações em notas, sem a representação legal. Trata-se de crime de mera conduta, sem a necessidade de resultado naturalístico no tipo. É crime próprio, pois somente notários públicos podem incidir nesta conduta, sendo este o sujeito ativo do crime. O bem jurídico tutelado por esta norma é o patrimônio do idoso e sua liberdade. A consumação do crime se perfaz no momento em que o ato notarial é lavrado. A pena cominada é de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. É importante registrar que o oficial deve identificar o idoso ao celebrar o ato notarial, indagar acerca do ato que será realizado e suas consequências, verificar se está orientado no tempo e no espaço. A incapacidade cognitiva que não pode ser constatada por exame objetivo de simples verificação, não pode ser imputada ao agente, sob pena de responsabilidade objetiva.
    Caso criminal, julgado pela quinta câmara criminal do TJ-RS
Na denúncia consta:
“No período compreendido entre 1.º de janeiro e 22 de outubro de 2005, em diversos dias e horários, na Rua Edmundo Arthur Lamb, n.º 77, Bairro Rubem Berta, nesta Capital, os denunciados PAULO URUBATAN TONIETTO e VERA LUIZA MACHADO DA SILVA expuseram a perigo a integridade e a saúde física da idosa Otília da Silva, privando-a de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigados a fazê-lo.
Na ocasião, os denunciados, sócios-proprietários da Clínica Geriátrica Pôr do Sol Ltda., local onde a idosa estava institucionalizada, maltrataram a vítima, então com 63 (sessenta e três) anos de idade, deixando de prestar-lhe o devido auxílio, uma vez que se tratava de pessoa anosa portadora de sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), e de, inclusive, oferecer-lhe alimentação e cuidados de higiene que eram precisos.
Para executarem o delito, os agentes, além de não fornecerem alimentação e banhos regulares à Otília, utilizavam sacos plásticos e panos na idosa, em vez de fraldas. 
Não bastasse isso, os indivíduos não mudavam o decúbito da ofendida e nem a tratavam com medicações apropriadas, o que, respectivamente, deu início e agravamento às lesões (escaras).
Em razão dos maus-tratos, os quais provocaram choque séptico, septicemia de lesões cutâneas e escaras de decúbito infectadas, a idosa morreu no dia 14 de novembro de 2005 (certidão de óbito da fl. 06 do IP).”
Acórdão condenatório
APELAÇÃO CRIMINAL. ART. 99, CAPUT, E § 2º, DA LEI N.º 10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO). EXISTÊNCIA DO FATO E AUTORIA COMPROVADAS. SENTENÇA CONDENATÓRIA MANTIDA. DOSIMETRIA DA PENA CONFIRMADA. 1. A prova coligida no curso da persecução penal empresta trânsito ao juízo condenatório, isso porque, em que pese a negativa da acusada, a prova testemunhal angariada desenha o crime praticado pela apelante, o que também restou confirmado pela certidão de óbito da vítima, levantamento fotográfico e laudos médicos. 2. A pena fixada (04 anos e 04 meses de reclusão) é proporcional, nada tendo a reparar. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Crime Nº 70066328519, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lizete Andreis Sebben, Julgado em 27/01/2016)
� Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
        Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na �HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm"�Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995�, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. �HYPERLINK "http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=3096&processo=3096"�(Vide ADI 3.096-5 - STF)�
Dos Crimes em Espécie
        Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando os � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm" \l "art181" �arts. 181� e �HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm" \l "art182"�182 do Código Penal.�
        Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
        Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
        § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
        § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
        Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
        Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
        Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
        Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
        Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano emulta.
        § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
        § 2o Se resulta a morte:
        Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
        Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
        I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
        II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
        III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
        IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
        V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
        Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
        Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
        Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
        Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
        Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
        Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
        Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
        Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
        Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
        Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:
        Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
        Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida representação legal:
        Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Disposições Finais e Transitórias
        Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:
        Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
� GOMES, Luiz Flávio. SOUSA, Áurea Maria Ferraz de. Crimes contra idosos: inaplicabilidade dos institutos despenalizadores da Lei dos Juizados Criminais . Disponível em http:// www.lfg.com.br - 09 de julho de 2010. O texto abrange os 3 parágrafos anteriores.

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